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O Tarô

O tarô é um dos baralhos mais antigos que se conhecem: remonta ao


século 14, passou por mutações e, no século 18, chegou à versão
clássica, conhecida como Tarô de Marselha. Ele se caracteriza pelo
desenho simples das figuras dos Arcanos Maiores e dos Arcanos
Menores. Aos Arcanos Maiores atribuem-se significados mais ou
menos flexíveis, abrangentes, genéricos, mantendo-se restritos e
particularizados os significados dos Arcanos Menores.

O baralho clássico é composto de 78 cartas, divididas em dois grupos:


os 22 Arcanos Maiores (ou Grandes Arcanos) e os 56 Arcanos Menores
(ou Pequenos Arcanos). Os Arcanos Maiores são representações
figurativas e incluem 21 cartas numeradas de I a XXI e mais a figura
do Bobo, correspondente ao curinga dos baralhos comuns. O bobo
não tem número ou é representado pelo número zero.

As 56 cartas dos Arcanos Menores são divididas em quatro naipes,


cada um deles contendo as cartas normais de um baralho comum e
mais quatro figuras: o rei, a rainha, o cavaleiro (ou soldado) e o valete
(ou pajem ou escravo). Contém, portanto, uma figura a mais que as
sequências de cartas comuns. Os naipes são tradicionais: gládios (ou
espadas), bastões (ou cetros ou paus), taças (ou copas) e moedas (ou
pentagramas ou ouros).

Como jogar – Faça uma pergunta objetiva e clique no botão


“Embaralhar”. O baralho será organizado em duas fileiras. Clique
sobre três cartas. A primeira a ser aberta representa o passado, a
segunda, o presente e a terceira, o futuro.

Cuidados com o seu baralho


Se você tem ciúmes (como eu) dos seus baralhos, darei algumas sugestões
para que eles durem mais. De acordo com as indicações dadas acima,
quanto mais frágil o baralho, maior a necessidade de cuidados:
1º. Lave sempre as mãos antes de manuseá-lo e, se possível for, peça para
o consulente fazer o mesmo;

2º. Seque sempre bem as mãos antes de manuseá-lo;

3º. Se trabalha diariamente com tarô, prefira usar um baralho mais


modesto do que um caro;

4º. Se valha de um tecido macio (seda, algodão, veludo, etc.) para usar
como fundo na sua mesa de trabalho;

5º. Evite colocar por perto incensos (por causa da cinzas), velas (por causa
da cera), ou outros produtos que possam cair e macular seu baralho;

6º. Ao embaralhar, faça suavemente. Tem gente que pega


as cartas e as utiliza como estivesse jogando num cassino,
outros enfiam com força as cartas no maço empurrando-as
para entrar, outros parecem martelar as cartas no maço.
Lembre-se: "o baralho é como um passarinho - se você
deixa solto demais, ele voa; se aperta demais, ele sufoca".
Com paciência é possível embaralhar sem castigar as
cartas;

7º. Não molhe e nem use produtos abrasivos nas cartas


(álcool por exemplo), no máximo um pano levemente
húmido;

8º. Não plastifique seu baralho de forma alguma - o risco de estragá-lo é


alto;

9º. Mantenha-o sempre dentro de uma caixinha, de preferência larga e


cômoda;

10º. Se cair uma lâmina ou o baralho no chão, pegue-o com cuidado, pois
há pessoas que amassam ao tirar as cartas do chão fazendo quase um "U"
com elas, quando não arrastando-as no piso (argh!) para firmá-las e pegá-
las.

Escolha das técnicas de tiragem

Existem dezenas e dezenas de modelos para consulta às cartas do Tarô. Não


há, porém, uma técnica ou método de tiragem ideal. Varia com o objetivo da
leitura e com as preferências individuais. Muitas vezes, modelos simples
com três ou quatro cartas podem oferecer maior clareza e objetividade que
alguma técnica sofisticada com muitas cartas.

A sugestão, para o iniciante, é começar com os modelos mais simples e,


com a prática, repassar as técnicas mais complexas, que por vezes se
apoiam em outras linguagens simbólicas como é o caso, por exemplo, da
tiragem que segue a ordem das casas astrológicas.

Três regras de ouro

Madame Turpaud, autora de Le Tarot de Marseille, oferece muitas sugestões


úteis para o iniciante. Ela insiste para não permitirmos que formas rígidas
nos limitem. As tiragens devem ser flexíveis e, de preferência, montadas de
acordo com as questões e diferentes aspectos que estivermos examinando.
Desse modo, três regras gerais podem nos propiciar uma leitura consistente
do Tarô:

1ª - Estabelecer, antes de retirar cada lâmina do maço, qual o sentido ou


função que ela irá ter no jogo; não nos devemos prender a algum modelo
fixo de tiragem, mas sim, definir os pontos que queremos entender da
questão a ser examinada com as cartas

2ª - Fazer uma "leitura literal" da lâmina, ou seja, verbalizar simplesmente o


que a carta está mostrando; é importante não cair na tentação de querer
impressionar os outros com revelações surpreendentes.
3ª - Buscar, à medida que for desvirando as cartas, estar recetivo às
impressões, ideias, intuições e pensamentos fugidios que possam surgir, em
ressonância à função previamente atribuída à carta. Quando estamos
praticando com amigos, é importante ouvir a opinião deles, pois isso nos
ajudará compreender melhor os significados práticos das cartas.

Vamos traduzir esses conselhos na prática.

1 - A função da carta: sem complicações

O ideal é que o modelo de consulta siga a “regra número 1” da Madame


Turpaud: atribuir previamente, a cada carta, qual o papel ou função que
assumirá na jogada. Se quisermos, por exemplo, compreender uma relação
pessoal, profissional ou afetiva, podemos pedir que se tire uma carta para
representar uma pessoa e, do mesmo modo, uma segunda carta para
representar a outra pessoa. Se o objetivo é conhecer os pontos fortes e os
pontos fracos da relação, pediremos uma carta para explicar os pontos
favoráveis, propícios, e outra carta para dar conta dos pontos difíceis, que
precisam ser trabalhados. Nesse caso, as cartas serão retiradas do maço
para dar indicações sobre ângulos bem definidos, o que facilita muito a
interpretação.

Muitas vezes a maior curiosidade é pela previsão: saber no que vai dar a
relação. Nesse caso, se já tivermos feito sorteio de outras cartas, como no
exemplo que acabamos de propor, o consulente pode retirar mais uma carta
do maço para ter prognósticos da relação. Mais ainda, quando a atitude não
é de fatalismo, mas sim de trabalhar a situação, uma nova carta será a mais
importante: o conselho para lidar ou aprimorar a questão.
Se a pergunta estiver clara e se tirarmos uma carta para estudar cada
ângulo que julgarmos importante, meio caminho de uma boa consulta já
terá sido percorrido.

2 - Leitura literal: partir do que se sabe.

Um dos defeitos que “matam” a leitura de uma tiragem do Tarô é atribuir às


cartas os lugares-comuns do receituário popular, da cartomancia simplória
que reduz tudo a “bom” ou “ruim”. É o mesmo equívoco que também
acontece, muitas vezes, com relação aos símbolos astrológicos, em que os
signos e planetas são reduzidos a bons ou ruins, maléficos ou benéficos.

É importante lembrar que as cartas não ditam o destino, mas esclarecem os


pontos a serem trabalhados e assimilados. Portanto, quanto mais recentes
estivermos dos desenhos simbólicos das cartas, menores serão os riscos de
enganos e desvios da imaginação. A recomendação é a de partirmos da
compreensão que temos das cartas, sem invenções. Lembre-se: os
adivinhos ou sensitivos, não precisam das cartas, pois recebem informações
por outros caminhos. Ou seja, além de um recurso divinatório, o Tarô pode
se tornar, para a maioria de nós, um instrumento para estudarmos e
compreendermos as leis que regem os acontecimentos e a nossa vida
pessoal.

3 - Recetividade: praticar e conferir.

O exercício de pensar simbolicamente não é cultivado no sistema escolar


moderno. Pelo contrário, é desestimulado. Desse modo, não precisamos nos
sentir desmoralizados ou impacientes diante de nossa dificuldade inicial
para “ler” as cartas do Tarô. O caminho é exercitar e praticar leituras, para si
mesmo ou para amigos interessados.

Entre amigos podemos pensar juntos o significado das combinações das


cartas, trabalho que pode ser resolvido pela inteligência e pela prática.
Podemos consultar o que dizem os manuais, discutir, pensar, interpretar. É
importante também registrar as impressões de conjunto, intuições,
vislumbres, lampejos. E depois esperar que os fatos comprovem ou corrijam
o que entendemos. Esse caminho prático é seguro e confiável. Podemos
aprender com os fatos, sem pretensas adivinhações.

Os significados das cartas

Se a primeira "regra de ouro" mencionada acima for bem aplicada, ajudará a


resolver uma dificuldade básica. Entre os que começam a praticar tiragens a
dúvida mais comum é a de como traduzir cada carta. Ficam sem saber se
devem falar dos aspetos positivos ou negativos. Vacilam na escolha dos
significados contraditórios que aparecem nos diferentes livros e autores.

Essa questão é de fato essencial. Não encontraremos uma resposta fácil


para ela porque, na realidade, os símbolos são mais amplos, mais profundos
e mais repletos de significados do que as limitadas perguntas que fazemos
habitualmente. Mesmo que o tarólogo tenha muita experiência, estará
sempre diante da dificuldade de reduzir o mundo rico e variado dos arcanos
aos limites restritos das nossas formulações.

O que pode ajudar a leitura é definir claramente o que esperamos que a


carta indique. Por exemplo, se queremos compreender bem uma situação,
tiramos uma carta para esclarecer seus pontos fortes e outra carta para
mostrar seus pontos fracos. Nesse caso, levaremos em conta os significados
positivos da carta tirada para explicar os pontos fortes. Para traduzir os
pontos fracos da situação levaremos em conta os pontos negativos que em
geral são atribuídos à carta que foi tirada para explicar esse lado da
questão.

É importante, quando estudamos os símbolos do Tarô, procurar conhecer


pelo menos três aspetos de cada carta: seu lado luminoso ou positivo; o lado
de sombra ou negativo; e o conselho que oferece. Quanto mais amplo for o
nosso entendimento, mais fácil será aplicar a carta à função que definimos a
ela durante a tiragem.

No original Tarot de Marselha, são usadas três cores básicas: azul,


vermelho e amarelo. O amarelo significa o poder intelectual, a
inteligência, o discernimento, a compreensão mental, a astúcia
intelectiva. O vermelho representa nossas emoções e a nossa
sexualidade. E o azul a nossa espiritualidade, sabedoria e
compreensão.
Equilibradas são as cartas cujas três cores estão também equilibradas.
Outro ponto a ser levado em consideração é a posição de cada figura. Se
em pé ou sentada ou em vias de levantar. Em pé indica atividade,
sentada indica passividade, e em vias de se levantar indica a
intenção de se colocar nos momentos necessários. Se a figura
estiver voltada para a direita da carta, como no caso da Papisa,
significa que ela está olhando para trás, para o passado, tirando dá
a sabedoria que necessita. Se, ao contrário, a figura estiver voltada
para a esquerda, como no caso da Morte, significa que ela está
voltada para o futuro. A disposição da figura também é importante.
No Mago, por exemplo, seu braço esquerdo, que é seu lado intuitivo
e anímico, está levantado segurando a varinha dos magos, símbolo
do poder sobrenatural. Braços e pernas, no Tarot, representam, a
nossa vontade. Se o braço está erguido, a vontade se expressa
como ação. Se, no entanto, está abaixado, pode significar
indecisão, humildade ou impedimento de ação.
Cartas como a da Imperatriz e do Imperador, cuja conexão com a linha
superior da carta (o divino) se faz através da coroa, significa que o chakra
coronário (ou da coroa), situado no topo da cabeça, já está desenvolvido,
possibilitando uma maior perceção dos planos mais sutis da consciência.
Os ornamentos (botões, medalhas, colares, etc.) nas roupas indicam um
enriquecimento do arquétipo em todos os planos da vida. E o fato de que
em algumas cartas o solo se apresenta amarelo indica que a sabedoria
daquele Arcano se apoia no discernimento intelectivo.
E, finalmente, cartas cujas figuras têm o cabelo preso, como na carta da
Força, sugerem uma manifestação contida das emoções. E cartas em que a
figura aparece com o cabelo solto, como na carta da Estrela e do Mundo, há
um desprendimento maior das emoções.

Arcanos Maiores e/ou Menores?


Tarot ou baralho comum?

Uma outra questão relacionada à técnicas de tiragem é a de utilizar o


baralho inteiro ou apenas parte dele. Há aqueles que utilizam o conjunto
das 78 cartas (22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores, ao mesmo
tempo). Os usuários do chamado “Tarô Egípcio” não encontram qualquer
motivo para tal separação, pois as 78 cartas foram redesenhadas todas no
mesmo padrão dos arcanos maiores, sem clara distinção entre os naipes.

Já entre os que utilizam o modelo clássico, muitos praticantes separam dois


maços: um com os arcanos maiores e, o outro, com os menores. E, de
acordo com a função que a carta ocupará na tiragem, pedem que o cliente
retire cartas ou do monte dos arcanos maiores ou do monte dos arcanos
menores.

Dicta e Françoise, por exemplo, sugerem que se comece a consulta com os


Arcanos Menores; caso apareça um Ás, significa que a questão é importante
e merece ser examinada com a ajuda dos Arcanos Maiores. Para deixar a
questão em aberto, podemos lembrar um ponto de vista oposto, o de G. O.
Mebes, ao afirmar que os Arcanos Menores falam de um plano mais sutil que
o retratado pelos Arcanos Maiores...

Há também aqueles que, com propósito pedagógico ou terapêutico, utilizam


apenas as cartas com desenhos mais personificados. Ou seja, deixam de
lado as 40 cartas numeradas dos quatro naipes, e utilizam somente 42
cartas (22 arcanos maiores, 16 figuras e os 4 ases).

Do ponto de vista do iniciante, talvez torne o caminho mais simples começar


pelos arcanos maiores, mais diferenciados e, por isso, mais diretos para
evocarem analogias e significações simbólicas. Ficará para uma segunda
etapa a inclusão das cartas numeradas (arcanos menores), mais abstratas e
que exigem maior estudo.

Detalhes

Na prática, vemos tarólogos e cartomantes dando importância a muitos


detalhes que podemos acolher, mas que não precisamos tomar como leis ou
dogmas. Vejamos alguns desses pontos, que cada um levará em conta, ou
não, de acordo com seu temperamento e disposições. A sugestão é a de
experimentarmos as alternativas e escolhermos as que correspondem
melhor ao nosso feitio. Esses procedimentos constituem meros registros do
que acontece na prática e não são dogmas ou ritos obrigatórios.
Toalha. Muitos guardam um pano próprio ou toalha especial sobre o qual
abrem as cartas. Tecidos lisos e de cores escuras têm a vantagem de dar
destaque às cartas, que são o centro do interesse. Se quiser utilizar uma
toalha, que cada um faça a escolha como bem entender.

Embaralhar. Igualmente não existem regras absolutas. Muitos praticantes


pedem que o cliente embaralhe as cartas para deixar sua vibração ou, em
outros termos, para se que “fiquem donos” das cartas. Outros pedem
simplesmente que o consulente pouse as mãos sobre as lâminas, para
passar sua energia.

Existem ainda aqueles profissionais que embaralham as cartas


cuidadosamente, eles próprios, e pedem apenas para o cliente cortar. A
razão de tal procedimento em muitos casos nada tem de esotérico: é um
simples recurso para que as cartas não se machuquem em mãos inábeis.

Corte. É muito comum que o conselheiro ou cartomante peça que o cliente


“corte o maço”, ou seja, divida em dois ou três montes. Alguns recomendam
que seja com a mão esquerda, outros com a direita. Sejam quais forem os
procedimentos, pode ser interessante atribuir uma função para a carta de
corte na leitura, por exemplo, para indicar o “cenário geral” da questão ou
seu “pano de fundo” ou qualquer outra função tida como significativa pelo
operador.

Sorteio das cartas. Alguns praticantes pedem apenas que o cliente


“corte” o maço e, eles próprios deitam as cartas que serão lidas durante a
consulta. Outros fazem questão de que as cartas da tiragem sejam
escolhidas pelo próprio cliente.

Cartas invertidas. É relativamente frequente atribuir um sentido negativo


às cartas que saem de cabeça para baixo. Para quem deseja levar isso em
conta o embaralhamento deve ser feito rolando as cartas sobre a mesa,
para garantir a alternância de posição. Além disso, uma mesma carta pode
sair direita ou invertida dependendo de o praticante “abrir” a carta girando-
a no eixo vertical ou horizontal. Por essa razão é indispensável que cada um
defina seu próprio código pessoal, caso queira levar em conta o fato de a
carta sair em pé ou de cabeça para baixo.

Muitos tarólogo preferem trabalhar com todas as cartas direitas, sem deixá-
las invertidas. Desse modo, quando querem conhecer o lado difícil ou
negativo de um assunto, simplesmente tiram uma carta específica para
descrever tal aspeto.

Momento de abrir (ou virar) as cartas sorteadas. O usual é sortear ou


escolher as cartas pelo verso, com os desenhos ocultos. Alguns sorteiam de
uma só vez todas as cartas que utilizarão; outros preferem ir retirando uma
a uma, tornando o desenho visível e fazendo os comentários pertinentes; só
ao final, fazem uma síntese do conjunto.
Voltada para leitor. A maior parte dos praticantes arrumam as cartas
viradas para si e não para o cliente. Na verdade, é o leitor que deve receber
as impressões diretas do arranjo sobre o qual fará sua apreciação. Nada
impede, porém, quer numa situação de consulta profissional, quer numa
prática terapêutica ou de estudo entre amigos, que as cartas sejam tocadas
e examinadas de perto pelos envolvidos na consulta.

Como se Relacionar com o Tarot


O Tarot, em si, já é uma espécie de meditação. Enquanto estamos
absorvidos nos arquétipos, a nossa mente está presente e alerta. Mas às
vezes, estamos tão tensos, que precisaríamos de um dia inteiro de
manuseio das cartas para atingirmos o ponto ideal de leitura. De qualquer
forma, segue aqui uma sugestão.
Para a canalização propriamente dita, é necessário que a sua mente esteja
limpa e absolutamente presente na meditação. Separe então a carta 5 – O
Papa – e a carta 9 – O Eremita -, colocando ora uma, ora outra entre suas
mãos. Você pode fazer esta experiência com os outros Arcanos Maiores.
Sinta a energia que se desprende tanto de um quanto da outra. É com a
energia do Papa e do Eremita que você deve trabalhar para a conexão e
invocação dos Mestres do Tarot.
O Tarot é um instrumento de poder poderosíssimo, que lançamos mão no
sentido de minorar o sofrimento da humanidade e de trazer mais
consciência aos nossos atos e aos dos outros. Por ser uma conversa com o
nosso inconsciente, haverá momento também de difícil compreensão das
cartas, principalmente quando jogamos para nós mesmos. É sempre muito
mais fácil fazer uma leitura imparcial sobre o destino dos outros do que a
nossa própria. Em geral isso começa a ocorrer quando já há um domínio
relativo das cartas e suas possíveis interpretações.

Tiragens simples com até sete cartas

O conselho mais importante para o iniciante é o de não se aprisionar à forma, procurar


adaptar a função de cada carta ao assunto que estiver examinando e aprender a variar as
atribuições sugeridas pelas diferentes técnicas (veja a esse respeito: Sugestões).

• Duas cartas: situação e desafio. Um exemplo com Izabel Donalísio.


• Três cartas: tiragem simples e prática, com várias alternativas de leitura
• Tiragem em Cruz: modelo flexível, bastante difundido, com 5 cartas
• Péladan: com cinco cartas, é uma técnica valorizada por muitos profissionais
• Carma, meses e dias da semana: tiragens práticas traduzidas por Marcos Alexandre
• Kairallah: inclui como quinta lâmina a carta do corte no sorteio
• Pais e filhos: tiragem com quatro cartas criada por Marcos Alexandre
• Templo de Afrodite: sete cartas para avaliar uma relação amorosa
• Lição da Torre: tiragem com sete cartas desenvolvida por Teca Mendonça
• Ferradura: sete passos de uma situação, do passado ao seu resultado final.
• Decisão-escolha: tiragem relatada por Hajo Banzhaf

O poder de síntese do tarô


Para exemplificar e tornar mais animada para os iniciantes,
faço uma tiragem simples, de duas cartas para cada pessoa.
Uma carta para significar a situação e outra para ocupar a
casa do desafio.

Houve um caso que me impressionou pelo poder de síntese


e revelação apresentado por apenas dois arcanos.

A mulher tirou a carta da Morte cruzada pelo Rei de


Ouros.

Relatei o simbolismo tradicional do Arcano da Morte, final de ciclo,


transformação, necessidade de cortar com o passado, a dor e a aceitação do
luto... E concomitantemente, contei sobre a figura do Rei de Ouros na casa
do desafio, que poderia ser uma pessoa, um homem importante, como
também uma realização no plano material. Enfim algo assim.

Ela agradeceu e no dia seguinte agendou a consulta completa do tarô


comigo.

Primeira carta do novo jogo, novamente o arcano maior Morte, coincidência?


Bom, esse é já outro tema. Estimulada por essas imagens a consulente me
contou sua história:

Há sete anos, ela era bem casada, tinha filhos,


uma empresa familiar que gerenciava junto ao
marido, tudo era muito harmonioso e a vida ia
assim, fluindo. Então, em um dia, desses dias de
Deus, como cada dia da vida, seu marido sai para
realizar uma viagem de negócios e, durante a
viagem, sofre um acidente e morre.

Ela, apesar da tragédia, vestiu a camisa do


homem e da mulher, do pai e da mãe da casa e
deu conta de continuar gerenciando o negócio,
criando os filhos e tudo mais. Agora, sete anos
depois, procurava o Hotel no propósito de revisar
sua situação em busca de uma renovação, sentia
o chamado para abrir-se para uma nova vida,
novos propósitos.

Pois vejam: a tiragem contava a história tanto do que havia acontecido sete
anos atrás – A Morte – o final abrupto do casamento, a viuvez, um ciclo
finalizado, uma transformação profunda e o desafio – o Rei de Ouros – o
provedor, o marido, o homem que desapareceu do dia pra noite.

E de maneira surpreendente, as duas cartas, relatavam o dilema da


consulente no momento presente, depois de um ciclo de sete anos, ainda
casada com o fantasma do marido, querendo deixar o passado, arcano da
Morte e abrir novas perspetivas na sua vida, superar
A presença do marido representado pelo Rei de
Ouros.

Na visão do psiquismo, a memória ainda forte do


falecido impregnando o campo energético da
consulente bloqueando aceitação do seu destino e a
abertura para uma nova vida. Fiquei realmente
encantada com o poder de síntese do tarô. Contar
toda essa história usando apenas duas imagens.

O jogo de tarô para mim é uma oportunidade de nos


mirarmos nesse espelho de águas profundas. Os
arcanos indicaram o caminho para ela poder revelar
a história, para ela olhar para sua vida sobre essa
perspetiva da revelação que de tão óbvia esclarece e
a solução emerge imediatamente. Não é uma
adivinhação, não é um trabalho de vidência. Talvez
possamos chamar de conexão com nossa essência,
com a essência da experiência.

Cada experiência é uma estação da trajetória do Louco, pronta para ser


apreendida, apreciada, dignificada em seu aprendizado, sorvida em sua
sabedoria.

Tiragem por três


Nesse modelo de leitura, retiramos três lâminas do maço e
as colocamos em linha ou na forma de um triângulo com o
vértice para cima, como está indicado no esquema ao lado.
A leitura poderá se desenvolver como numa frase com:
1) Sujeito,
2) Verbo e
3) Complemento.
Exemplos de variações que podem ser experimentadas
para cada posição:

• 1. O positivo; 2. Negativo; 3. A síntese.


• 1. A causa; 2. o desenvolvimento; 3. os efeitos ou as
consequências.
• 1. Uma alternativa; 2. A outra; 3. A avaliação final.
• 1. A meta, a intenção; 2. Os meios para alcançá-la; 3. as
consequências.
• 1. Eu, 2. O outro, 3. As perspetivas.
• O que o consulente poderá esperar, se: 1. for em frente, 2. Recuar. A
terceira carta poderá indicar um conselho ou um terceiro caminho.
Lembre-se que, do ponto de vista da técnica, o mais importante para quem
dirige a jogada é definir ele próprio qual ângulo, qual aspeto do assunto, que
espera ser elucidado pela carta. Desse modo, com a questão mais
claramente definida, ficará muito mais compreensível o recado de cada
carta.

Tiragem em Cruz
Na Tiragem em Cruz contamos com um maior número de
ângulos para examinar uma questão. Retiramos do maço
cinco lâminas, que são colocadas de face para baixo, na
sequência de posições indicadas no quadro ao lado.
Há também quem costuma, para conhecer a quinta carta,
adicionar os números das quatro já sorteadas. Neste caso:
(a) se o resultado for menor que 22, tiramos do maço a
lâmina que tem esse número e a colocamos no centro da
cruz;
(b) se o resultado for igual a 22, colocamos o Louco. (Ele,
porém, quando se encontra entre as quatro primeiras cartas
já sorteadas, é contado com valor zero na adição para se
achar a quinta lâmina; é o "Arcano Sem Número");

(c) se o resultado for maior que 22, somamos os dois algarismos e esse
novo resultado, denominada redução, será o número da quinta lâmina (por
exemplo, se o valor total das quatro cartas sorteadas for 37, somamos 3 + 7
= 10, isto é, a quinta carta será a Roda da Fortuna);
(d) se a quinta lâmina já tiver saído na tiragem, imaginamos que ela se
encontra duplicada no centro.

Variações, entre muitas outras, que podemos atribuir para a função de cada carta:
• 1. A pessoa, 2. O momento, 3. Os prognósticos, 4. Os desafios a superar,
5. O conselho para lidar com a situação;

• 1. O fato, 2. O que ele causa, 3. Onde e quando ocorre, 4. Como ocorre, 5.


Porque ocorre;

• 1. O consulente, 2. O outro, 3. O que os aproxima, 4. O que os separa, 5.


A tendência para o futuro ou a estratégia a seguir;

• 1. O aspeto interno da questão, 2. O aspeto externo, 3. O que é superior


ou favorável,
4. O que é inferior ou desfavorável, 5. A síntese ou resposta.

Tiragem Péladan
Joséphin Péladan (1858-1918), escritor e ocultista francês, divulgou uma
técnica de tiragem bastante utilizada. Trata-se de um esquema simples e
útil, idêntico à tiragem em cruz.
A quinta carta é obtida pela soma do valor das quatro primeiras retiradas do
maço. Se o resultado ultrapassar 22, será feita a redução numerológica
(teosófica). Veja os detalhes dessa operação na "Tiragem em cruz", logo
acima.

São atribuídas as seguintes funções às cartas:


1. O que é favorável, vantajoso. O aspeto afirmativo. Os
prós.
2. O que é desfavorável, contrário. Obstáculos e dificuldades.
O aspeto negativo. Os contras.
3. Ação, influência. Próximos acontecimentos. O caminho.
4. Resultado. Consequências. Solução.
5. Síntese. O sentido de conjunto das cartas.

Oswald Wirth, em seu Tarot des imagiers du Moyen


Age, assim descreve o método indicado por Joséphin
Péladan, que ele recebeu por intermédio de Stanilas de
Guaita:
1. O primeiro arcano tirado é visto como afirmativo, que fala
a favor de uma causa e indica de uma maneira geral o que
está a favor.
2. Em oposição, o segundo arcano é negativo e representa o que
está contra.
3. O terceiro arcano retirado representa o juiz que discute a causa e
determina a sentença.
4. A sentença é enunciada no arcano retirado em último lugar
5. O quinto arcano esclarece o oráculo que ele sintetiza, pois depende dos
quatro arcanos retirados. Cada um destes traz o número que marca sua
posição na série do Tarô. (O Louco, não numerado, é contado como 22).
Basta adicionar esses números inscritos para obter, seja diretamente, seja
por redução teosófica, o número do quinto arcano (22 designa o Louco, 4
o Imperador, 12 o Pendurado, etc.)

Vozes do tarô contemporâneo

O tarólogo norte-americano que se identifica como "Roger, the tarot dude"


(Roger, o cara do tarô), está dedicado a traduzir de modo prático e
contemporâneo as leituras de tarô, utilizando uma linguagem simples e
direta. Aqui estão algumas das interessantes tiragens descritas no site:

Alcançar as metas
1 – Sua situação atual

2 – Quais são suas metas

3 – O que está impedindo que você alcance suas


metas

4 – Primeiros passos a tomar para alcançar suas


metas

5 – Quem ou o quê pode ajudar no alcance das


metas

6 – Quais as crenças que você deve ter para alcançar


suas metas

7 – Elemento-chave a ser considerado

Insight cármico
1 – O que você está repetindo de vidas passadas
2 – Bloqueios/desafios de vidas passadas
(áreas da vida que continuam a ser
problemáticas)

3 – Forças positivas de vidas passadas


(lições bem aprendidas)

4 – Os desafios da vida atual (o que você


deve aprender nesta vida)

5 – Bloqueio atual (situações difíceis que


não parecem melhorar)

6 – Conexão do presente com o passado


(como o bloqueio atual se relaciona com as
vidas passadas)

7 – Ação a tomar para cura e


desenvolvimento espiritual

8 – Sabedoria (suas forces, lições


aprendidas e o como você deve se
expressar)

9 – Karma (o sentido da sua vida e o próximo passo da sua jornada


Abertura para o dia do aniversário
1 – Influências do passado que estão terminando na sua
vida

2 – Vitórias do ano que passou

3 – Questões do ano que passou que serão continuadas no


ano que começa

4 – Seu momento presente

5 – Novas influências que entrarão em sua vida

6 – Desafios a enfrentar nos próximos 12 meses

7 – Metas que você pode alcançar nos próximos 12 meses

8 – Tema geral dos próximos 12 meses

9 – Seu presente de aniversário (uma bênção que você


receberá no correr do ano)
Tiragem para o mês
A abertura das cartas deve ser feita no início de cada mês:

1 – Tema geral do mês

2 – Como será a primeira semana do mês

3 – Como será a segunda semana do mês

4 – Como será a terceira semana do mês

5 – Como será a quarta semana do mês

Tiragem para os dias da semana

A abertura de cartas para os dias da semana deve ser feita aos domingos à noite.

1 – Tema geral da semana

2 – Influências sobre a segunda-


feira

3 – Influências sobre a terça-feira

4 – Influências sobre a quarta-


feira

5 – Influências sobre a quinta-


feira

6 – Influências sobre a sexta-feira

7 – Influências sobre o sábado

8 – Influências sobre o domingo

Com essas duas aberturas você obterá como resultado o tema de cada mês
e as influências previstas para cada semana e para cada dia da semana.
Tiragem Kairallah

É o modelo que costumo utilizar em minhas consultas, na complementação


da análise do mapa natal e dos trânsitos astrológicos.

Na primeira tiragem de uma seção, para dar uma visão de


conjunto do momento vivido pelo consulente, as cartas
podem ter as seguintes funções:

1. O consulente; como ele se encontra;

2. O seu momento de vida; suas condições atuais;

3. Prognósticos, o rumo que sua vida tende a tomar ou o


que esperar nos próximos meses;

4. Qual a melhor conduta diante da situação definida pelas


cartas anteriores. Conforme a tiragem, a carta pode ser
definida como o conselho estratégico para lidar com o
assunto em exame.

5. O cenário geral que envolve a questão e dá o tom às


demais cartas. Usualmente, neste modelo, é a carta de corte
e que pode ser a primeira desvirada após o sorteio, junto
com o maço de cartas que restou.
O mesmo modelo pode ser aplicado às sucessivas questões que o cliente
colocar. As funções atribuídas as cartas 1, 2 e 3 são então adaptadas a cada
assunto. As duas outras cartas mantêm o padrão: 4 – indica o conselho, o
caminho oportuno para ser seguido pelo consulente; 5 - (a carta de corte ou
uma carta que for retirada especificamente com esse propósito), delineia o
cenário geral, o pano de fundo, as forças que circunscrevem o assunto.

É o praticante, aquele que conduz a tiragem, quem deve definir


previamente a função que a carta terá na jogada. Veja alguns exemplos de
variações para as cartas de 1 a 3, conforme o assunto e o interesse do
consulente:

• 1. O consulente; 2. o outro (parceiro ou sócio); 3. o desenrolar da relação.


• 1. Os pontos fortes ou positivos do tema (trabalho, saúde, projetos,
estudos, etc.); 2. seus pontos fracos ou negativos; 3. tendências ou
caminho a percorrer.
• 1. Pessoa; 2. a situação específica (relacionamento, trabalho, projeto,
etc.); 3. o que esperar.
• 1. O que favorece o projeto (ou a intenção); 2. o que ainda precisa ser
trabalhado, melhorado; 3. quais são as perspetivas.

É sempre importante refletir sobre a harmonização entre os prognósticos ou


tendências (carta 3) e os conselhos (carta 4). Por vezes a perspetiva é
otimista e o conselho é o de cuidados e reservas. Em outras situações, o
prognóstico pode ser modesto e o conselho indicar a aplicação de energia e
empenho. Como acontece com as demais correlações importa aqui, mais do
que conhecer os significados das cartas, a experiência de vida e a
maturidade do consultor, o quanto ele trabalhou a delicada questão de dar
aconselhamento.

Pais e filhos
Em meu trabalho de atendimento com leituras de tarô, muitas vezes os
consulentes perguntam sobre seus pais e/ou filhos. Quando é uma pergunta
específica, como "Meu filho vai passar no vestibular?" ou "O que vai
acontecer se a minha mãe aceitar a oferta de compra da casa?", faço uma
abertura de cartas que considero a melhor para obter a resposta ou
conselho desejado. Porém muitas vezes o consulente diz apenas que não
quer saber nada de específico e, sim, apenas "dar uma olhada geral" no
ente querido. Se percebo que a preocupação é genuína, ou seja, que o
consulente tem boas intenções e que não quer apenas se intrometer na vida
dos outros, faço uma abertura de cartas que desenvolvi intuitivamente e
que tem funcionado muito bem.

Primeiro, coloco as 16 cartas da corte na mesa, todas voltadas para o


consulente. Depois peço que o consulente escolha uma delas como sendo "a
que mais combina" com a pessoa a ser vista na abertura.

É importante usar a expressão "que mais combina" e não algo como "uma
carta que representa" a pessoa a ser vista, pois isso pode induzir o
consulente a escolher uma figura masculina para um homem e uma
feminina para uma mulher. Depois de escolhida a carta (ou as cartas, se a
abertura for para o pai e a mãe ou para mais de um filho) deixo as que
foram escolhidas de lado, volto as cartas restantes para o baralho e
embaralho tudo novamente.

Coloco então as cartas escolhidas sobre a mesa e peço que o consulente tire
mais três cartas do baralho para completar cada uma delas. Neste método,
a primeira carta da corte representa a personalidade ou as características
momentâneas mais fortes da pessoa a ser vista. As outras três mostram a
mensagem do tarô sobre o que deve ser sabido sobre ela: algo que está
acontecendo ou que vai acontecer.

Exemplos

Mãe pergunta sobre menino de 12 anos

Carta da corte: Rei de Espadas. Outras três cartas: a Temperança, Nove de Ouros e
o Sol.

Interpretação: O menino em questão é muito racional, gosta de tudo bem


explicado, e tem tendência à liderança. A carta da Temperança sugere que
ele é também um conciliador, busca o equilíbrio entre as pessoas. O Nove
de Ouros e o Sol mostram que ele será bem-sucedido, provavelmente com
uma boa carreira como advogado, juiz ou diplomata (carreiras em que ele
pode aproveitar a sua habilidade conciliadora).

Pai pergunta sobre filha de 20 anos

Carta da corte: Rei de Paus. Outras cartas: Rainha de Espadas, Seis de Paus e
Rainha de Ouros.

Interpretação: a moça é carismática, realizadora, vai atrás de seus sonhos e "faz acontecer". A Rainha de
Espadas mostra que ela é bonita e perfeccionista. O Seis de Espadas mostra reconhecimento
profissional e a Rainha de Ouros mostra uma carreira próspera, que pode ser como modelo ou atriz
devido à beleza, ao carisma e também à seriedade da moça.

Filho pergunta sobre mãe de 53 anos

Carta da corte: Rainha de Copas. Outras cartas: Quatro de Copas, o Enforcado e


Oito de Copas.

Interpretação: a mulher é romântica, emocional, e está com problemas no


relacionamento, pois o Quatro de Copas a mostra triste ou dececionada no
amor. O Enforcado confirma o problema dizendo que não há nada que ela
possa fazer agora, por isso ela provavelmente vai romper o relacionamento
amoroso definitivamente (de acordo com a desistência anunciada pelo Oito
de Copas).
O templo de Afrodite
Uma tiragem bem interessante para fotografar a relação de um casal, nos
seus planos, racional, emocional e físico (ou melhor, “químico”). Sete cartas
são escolhidas e colocadas em duas colunas, como mostrado abaixo, sendo
a última carta – síntese ou prognóstico da relação – colocada na posição
central.

Ele Ela

Plano ment ou os
al pensamentos

Plano afeti
ou as emoções
vo

Plano sexu ou a atração


al física

O resultad
ou o futuro
o

A leitura segue a seguinte lógica:

(1) e (4) – o que ele e ela pensam da relação, qual sua intenção racional

(2) e (5) – o sentimento de um pelo outro, como vai o coração

(3) e (6) – a atração física de um pelo outro, como vai o tesão

(7) – o resultado ou produto dessas interações: o prognóstico para esse


casal

Também é significativo avaliar o conjunto das três cartas que representam a


figura masculina (1, 2 e 3) e as outras três que falam do feminino (4, 5 e 6)

"O templo de Afrodite" - aprendendo a ler


Pois em cada tiragem saíram no mínimo 2 cartas
"ruins", segundo a tradição da cartomancia, e eu fiquei pensando como
seria terrivelmente lamentável se uma dessas pessoas, principalmente as
mulheres, tivesse ido a uma taróloga que, para essas mesmas cartas,
vaticinasse algo de seriamente errado com seu relacionamento.

Quase sempre saiu a carta 9


-Eremita, por exemplo - tanto para ele como para ela. Nos dois casos em
que saiu no plano mental, minha interpretação foi de que a pessoa leva a
relação a sério e sua intenção é de continuidade. Interessante: em ambos os
casos, o parceiro dessa pessoa para quem tirei O Eremita é razoavelmente
mais velho, e a relação é uma oportunidade de amadurecimento. Uma das
vezes, a carta saiu no plano sexual para a mulher, e suponho que ela seja
mesmo um tanto reservada, longe do tipo fogoso - embora sem nenhum
problema ou rejeição.

Duas vezes saiu A Papisa para a mulher. No caso em que veio no plano
mental, interpretei como recetividade, feminilidade: ela assume a relação de
forma bem esclarecida e refletida. No plano emocional, interpretei como
reserva e discrição, além da feminilidade. De fato, é uma mulher afetiva,
mas que nunca dá bandeira e guarda seu jeito carinhoso para ambientes &
pessoas íntimas - entre as quais o parceiro.
A Torre também saiu duas vezes! No caso da mulher para quem saiu no
plano sexual, eu acredito que o presente casamento, para ela, é mesmo um
momento de liberação, prazer, orgasmo - depois de um período de vida em
que teve alguma tristeza e situação de dedicação só ao trabalho. No caso
em que saiu no plano mental de um homem, eu até me espantei e, não
resistindo, conversei com ele para saber se estava com ideia de romper o
casamento. Neca! Essa tiragem reproduzida ao lado, aliás, é um exemplo
incrível.

Vejam a minha leitura - que não é definitiva, obviamente, mas foi


delicadamente "conferida": Ele tem pensado em se libertar de certos
pudores/preconceitos (A Torre) e adotar aditivos químicos para ter certeza
de continuar dando prazer à mulher, por quem se declara ainda
"amarradão" (O Pendurado) e por quem sente muito desejo (O Diabo). Ela é
devotada e fiel a ele, sentindo uma ligação muito séria tanto mental como
afetivamente. Sexualmente, suponho que a ligação seja para ela algo de
profundo, radical, plutoniano (A Morte). E o resultado: a relação segue firme
e forte, de forma serena (A Força).

E aqui fica um recado específico: uma fase necessária e muito instrutiva do


aprendizado da interpretação das cartas é o teste, a prática de tiragens
sobre situações próximas e já conhecidas - para criar um repertório próprio.
Dizendo de outra maneira, trata-se de construir um vocabulário com seu
tarô e entender como é que as cartas falam consigo.
Casas 1 e 2: Elas descrevem o aspeto Mental mostrando como cada um vê
a relação, como cada um vê o outro, o que tencionam e planejam, o que
percebem.

Casas 3 e 4: Descrevem os Sentimentos. O que cada um sente pelo outro,


seu nível intensidade e abertura, a capacidade de entrega, o prazer e como
o outro o preenche. No caso de se estar analisando uma sociedade a Casa
4 vai mostrar o grau de satisfação e entrosamento com o sócio. Se é
prazeroso trabalhar com ele, o nível de realização pessoal em relação ao
negócio (ou qualquer outro tipo de acordo) e as motivações. No caso das
amizades e relacionamentos pessoais ou parentais, mantêm-se os
significados acima.

Casas 5 e 6: Aqui temos as casas da Atitude, ou seja, como eu lido com


meu parceiro? Como eu o trato? Como me expresso? Como chego até ele e
o toco? Como me coloco na relação?

Esta última casa é Yang extrovertida, que se expressa, e as duas anteriores


são Yin, introvertidas, somente percebidas indiretamente. As casas de
Atitude são a via de escoamento e expressão dos conteúdos casas
anteriores, que fazem parte do interior de cada um e não percebidos
diretamente.

Exemplos para as casas dos Sentimentos e Atitude

O exemplo do método foi construído com base no chamado método


europeu, técnica que utiliza um arcano maior e um menor em conjunto,
para cada casa. Nesse caso teremos 2 arcanos por casa. Quem utiliza
o método americano, onde todos os 78 arcanos são misturados, ou que
estiver utilizando qualquer outro oráculo como, por exemplo: runas, baralho
cigano, cartomancia etc., pode utilizar somente uma carta (ou runa, etc.)
por casa. Caso haja necessidade, pode-se colocar cartas adicionais para
detalhamento.

Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3

Se tivermos uma Lua com o Cinco de Copas na casa dos Sentimentos,


como no exemplo 1, e um Mago com Três de Copas nas casas de Atitude,
então podemos perceber que apesar de toda essa eloquência e alegria que
geram conversas agradáveis, elogios e propostas, convites para coisas boas
e divertidas, existe uma mágoa reprimida, uma forte deceção e algo intenso
que a pessoa quer mascarar com esses comportamentos contrários sempre
gerando momentos de descontração para fugir desse sofrimento através de
uma atitude escapista e, dependendo do quadro geral, até falsa.

Eu considero essas, as casas mais importantes do jogo por serem a via de


troca e por onde a relação se realiza e realmente acontece. Um bloqueio
grande aqui compromete todo o resto. Veja nos outros dois exemplos como
elas podem afetar a qualidade da relação:

No exemplo 2, uma consulente com o Sol e o Dois de Copas no


Sentimento e a Morte com o Dois de Espadas na Atitude. De que adianta
todo esse amor se ela não o expressa, o esconde, age de forma fria e
ríspida, bloqueando-se e afastando de forma dolorosa o parceiro? Isso torna
impossível a concretização da relação ou a vivência plena e satisfatória dela,
comprometendo sua continuidade, caso exista.

E, de forma inversa, no exemplo 3, outra consulente com o Louco e


o Quatro de Espadas no Sentimento e a Imperatriz e o Dez de Copas na
Atitude. Um coração ausente de sentimentos e capacidade de formar
vínculos agindo de forma afetuosa, alegre, recetiva e provedora, criando um
clima de amor e integração perfeito para algo mais sério. A atitude é
incoerente com o os desejos, o que tende a criar muitos problemas futuros.

Bem essas são apenas análises parciais apresentadas para podermos


perceber a importância e o funcionamento da casa.

Casas 7 e 8: Fatores Externos. Elas descrevem como a vida de cada


indivíduo e tudo que ela contém afeta a relação. O que cada um traz consigo
e como isso influenciará o seu comportamento individual e afetará o
desenvolvimento e a vivência da união.

Casa 9: Passado. A síntese da relação num passado próximo ou a sua


origem. De onde eles vêm.

Casa 10: Presente. A síntese da relação hoje. Como ela está? Como é
vivida? Qual o produto da interação dos parceiros e de seus fatores
externos?

Casa 11: Futuro. Quais as perspetivas da relação nos próximos meses (ou
o tempo que for convencionado). Para onde vão.

Casas 12 e 13: Sexo. O tesão pelo parceiro, a atitude no sexo, o nível de


abertura e satisfação física. Como se tocam intimamente.

Essas duas últimas casas, por certo, só devem ser utilizadas em análises
relações em que sejam convenientes e oportunas.

Um exemplo: análise da Relação de André e Lívia


Antes, vamos responder a uma pergunta que todos fazem: Por onde
começar a leitura?

Bem, eu começo, a maioria das vezes, pelo presente e então passo para a
análise do consulente e a seguir, o parceiro. Depois vejo o passado e então o
futuro, mas isso não é uma regra. Começamos qualquer leitura a partir de
onde estiver mais claro e nos chamar mais atenção. Umas vezes será o
presente, outras os fatores externos do consulente, outra o passado. O que
importa é a leitura fluir, por isso, fique a vontade!

Comecemos, então, pelo presente que é representado pelo arcano 12, o


Pendurado e o Cavaleiro de ouros. O cavaleiro de ouros se movimenta
firme e decidido rumando em direção ao seu objetivo sem aceitar a derrota
ou mudar a sua rota, porém o Pendurado faz com que ele ande em círculos
sem sair do lugar, desgastando-se gradualmente, perdendo energia e
tempo. O que se apresenta é uma relação onde existe uma intenção de (re?)
conquista, que, já inicialmente se mostra frustrada por vários motivos. Nada
flui, nada muda mesmo que se tente trabalhar para isso. A presença do
Cavaleiro mostra que existe movimento, mas parece que não há liga. Tenta-
se alimentar e preservar algo que não tem perspetivas de crescimento.
Uma vez feita a análise da síntese da relação no momento presente, vamos
entender como cada parte colabora para isso.

André, com a Morte na casa da mente, tem uma perceção clara da situação
e vislumbra a possibilidade de separação ou de fracasso e o afastamento de
Lívia, que entende estar fechada, meio que com o pé atrás, ainda se
recuperando de alguma deceção ou crise como mostra no nove de
paus que faz par com o arcano 13.

Os seus sentimentos se revelam no arcano seis, Os Enamorados,


indicando sentimentos românticos por Lívia, mas alguma indecisão pois o
arcano não consegue exprimir-se totalmente por estar conjunto a uma carta
do naipe de espadas. Estando numa casa em que fala de sentimentos e
afetos, assuntos que fazem parte de sua natureza exalta-se e ganham força
só que o naipe de Espadas que é impessoal e frio, interfere desequilibrando
ambiente e tornado esses sentimentos intensos, egoístas. Agora, os
Enamorados, apesar de ser um Arcano de intenso afeto, ele ainda não é
suficiente para gerar um amor maduro e a transitoriedade do cavaleiro,
que não se fixa associada a qualidade unilateral e conflituante de espadas
mostram que isso pode ser uma empolgação passageira, apesar de estar
mexendo muito com ele.

Na síntese temos o Cavaleiro de Ouros e no sentimento do consulente o


de Espadas, então vemos que os movimentos em relação a conquista,
partem dele.

Ele age entregando-se totalmente, tentando agradar a parceira de todas as


formas (o Mundo) e inserindo-se entre seus amigos, sempre com um ar
alegre e animado sendo simpático e divertido tentado passar a imagem de é
alguém querido até pelos amigos dela (três de copas). Leva-a para
programas com o pessoal mais chegado e é a alegria em pessoa.

Agora, como a sua vida, o que está para além da relação, afeta o seu
desenvolvimento? O Diabo pode ser indicativo de que existe uma outra
pessoa que o deseja e não o quer perder. Estando associado o Rei de
Espadas a ele, é alguém bem esperto e que sabe jogar, tendo capacidade
de boicotar a relação dele com Lígia de maneira muito inteligente.

É interessantíssimo observar a relação dos sentimentos de André com os


fatores externos. Por quê? Temos 4 arcanos que se relacionam fortemente o
que sugere que essas casas estão fortemente ligadas.
Os Enamorados se conectam com o Diabo, numerologicamente, sendo
constituintes de uma constelação 6 – 15, pois, reduzindo-se 15 através da
soma de seus algarismos, teremos 6. A Dúvida e a Tentação. Como o Rei de
Espadas personifica a energia do Diabo, sabemos que é uma pessoa e que
eles mantêm uma ligação forte. Isso se reforça se entendermos que
cavaleiro é o General do Rei, está a seu comando. O Diabo, força
transcendental, e o Rei como autoridade máxima, fazem a influência dessa
terceira pessoa sobre André ser poderosa, mesmo o naipe de espadas
indicar que, possivelmente, não haja uma relação de compromisso em
termos afetivos.

E ela?

Imperatriz com 2 de Espadas... Lívia vê André como um rapaz bonito e


amável mas entende que, mesmo assim, algo nele não a agrada e que
compromete o desenvolvimento da relação. Que existe uma barreira e um
impasse. Possivelmente se veja numa disputa por André com outra mulher.

O Papa e a Rainha de Espadas configuram-se para representar os


sentimentos de Lívia. O Arcano 5 não é chegado a paixões ardentes e
mostra um sentimento brando, tranquilo e fraternal indicando que Lívia não
está apaixonada por André mas que nutre um carinho muito grande pelo
consulente, inclusive, importando-se com ele. A Rainha de Espadas só
reforça a falta de amor romântico e desejos mais intensos e profundos e,
uma Rainha no Jogo de uma mulher ganha força e, mais ainda, numa casa
de sentimento mostrando que esse arcano encontra-se potencializado. As
qualidades nobres desses Arcanos a impediriam de começar uma relação de
“amante” e acabam por fazer com que ela se auto-proteja e foque sua
atenção e esforços em si mesma. O papa e a Imperatriz mostram que ela se
importa com ele, mas a predominância de espadas e a consciência das
dificuldades fazem com que Lívia não se entregue e exija as coisas à sua
maneira. Temos aqui uma pessoa muito exigente consigo mesma, mas ainda
assim afetuosa.

E como ela administra tudo isso dentro de si? Como ela age com ele?

O Louco e o 4 de paus. Bem, ela não alimenta nenhuma chance de


compromisso e se coloca bem independente e desapegada. Trata-o bem e
mostrando que está muito bem na sua condição atual. Não é bruta nem
alimenta falsas esperanças e deixa isso bem claro. Ela se coloca livre e
independente para ele estando pronta para partira qualquer hora. Ela
mostra que não está nem aí para ele.
Fatores externos: O Julgamento e o Pajem de Espadas.

Trazendo a tona o que estava escondido. Alguém na vida de Lívia alerta-lhe


sobre a situação de André. O Julgamento, o grande renovador, nos desperta,
faz-nos ver com clareza e de maneira mais ampla aparecendo na leitura de
Lívia para indicar que a ela são feitas revelações para que possa evitar
situações danosas. O pajem de espadas, o mensageiro e também o espião
pode distorcer um pouco os fatos mas a sua conjugação com o Arcano 20
impede-o de inventar e mentir, apenas distorcendo algumas coisas através
de um discurso pouco elaborado e infantil.

Mais uma análise interessante se faz aqui. No sentimento de Lívia, temos o


Papa e nos fatores externos, o Julgamento. Imagens que se afinam por tema.
Ambos mensageiros e pontos de conexão com o divino, representantes da
religião e da pureza. Nos sentimentos está a Rainha, nos fatores o Pajem. O
pajem personifica alguém e aqui a Rainha, a mãe, tem mais força sobre o
pajem, sue filho, mostrando uma ligação de ambos onde a consulente ocupa
uma posição de mais privilegiada e o controle na relação.

As cartas em sequência ligam as casa envolvidas, então o Papa se liga aos


Enamorados, unindo os sentimentos de ambos mostrando que um vínculo
forte os une, apesar da vivência afetiva ser dificultada e impedida de
acontecer.

A linha central do Jogo apresenta, coincidentemente, toda corte de Espadas


que mostra a dificuldade da relação se manter (Espadas) e a interferência
de várias pessoas do mesmo grupo ou ambiente comum nessa relação.

Já a presença do par “mundano”, Diabo-Enamorados no consulente e Papa-


Julgamento na parceira, mostra um conflito moral e de interesses em que o
consulente ainda se mostra imaturo e despreparado para algo mais sério,
bem como mal resolvido, e a parceira mais amadurecida, sabendo melhor o
que quer e almejando estabilidade e compromisso.

Sexualmente apresentam certa incompatibilidade pois André vem como


o Mago com o dez de Espadas, altamente sedutor, com uma lábia
perfeita, boa pegada, um beijo maravilhoso. O Arcano1é altamente hábil
com as mãos e boca proporcionando preliminares maravilhosos, porém o
rápido arcano um se liga ao rápido Dez de Espadas unindo o começo ao fim
em pouco tempo. Ora, se ele não tem ejaculação precoce chegará ao
orgasmo com muita rapidez, terminando antes do fim.

Já Lígia vem como a Temperança e o Dez de Ouros, sexo para ela tem de
ser com muita calma, sentimento, estímulo corporal prolongado e intenso.
Se não houver química e paciência, não acontece. Ela demora a se excitar e
tem dificuldades de experimentar formas mais exóticas e diferentes de sexo,
preferindo as posições tradicionais em lugar seguro e confortável.

O passado da relação mostra que eles já devem ter passado por uma
tentativa frustrada de aproximação ou mesmo uma grande rutura de algo
que parecia promissor, com planos feitos e até investimentos na relação
como indica a Torre e o Nove de Ouros.

O que reserva o futuro para os dois?

A Papisa com a Rainha de Copas mostra que esse contato vai esfriar e
que ambos irão se fechar em copas até que estejam maduros para poder
reviver esse amor.
Lição da Torre
Trata-se uma tiragem para examinar e trabalhar situações
de ruturas e quebras de expectativas.
As funções que a taróloga Teca Mendonça atribui às cartas,
deixa claro o propósito desse modelo. São assinalados
diferentes passos para entender compreender o fato em si,
seu sentido espiritual e superior, o motivo da crise e,
finalmente, o trabalho a ser feito.
Funções
1. A porta de acesso;
2. A luz da consciência;
3. A luz da razão; as cartas 2 e 3 constituem a Morada do
Espírito;
4. O plano superior;
5. O que foi destruído, o que era excessivo;
6. O que precisa ser reconstruído na ação;
7. O que precisa ser reconstruído na personalidade.
O Jogo da Ferradura

Designada "horse" na língua inglesa, a técnica da Ferradura ajuda a avaliar


a sequência, o desenvolvimento de uma situação ou relacionamento. As
cartas são dispostas numa curva que lembra uma ferradura de cavalo.

1. O Passado. Os eventos passados que afetam a


questão ou situação do consulente.

2. O presente. Sentimentos, pensamentos ou


acontecimentos reais que influem decididamente sobre
o assunto em questão.

3. O futuro imediato. Eventos próximos que irão


afetar essa situação e que até mesmo poderão
surpreender o consulente.

4. Obstáculos. O que preocupa o consulente.


Dificuldade a superar, que podem ser atitudes mentais
ou dificuldades de ordem prática.

5. As atitudes dos outros. O ambiente, atitudes e


pensamentos que as pessoas ao redor do consulente
têm sobre a situação.

6. O caminho de superação. O que deve ser feito para o melhor


encaminhamento da situação. Trata-se de uma sugestão prática par o
consulente.

7. O resultado final. O resultado mais provável. O que se pode esperar se


o consulente seguir o conselho dado pela sexta carta.

A Ferradura
A arrumação e a interpretação do "Jogo da Ferradura". No rodapé das
páginas ainda dá para se ler "Mística Especial".

“Faz um ano que uso de forma complementar as cartas do Feng Shui em


paralelo ao Jogo da Ferradura para aprofundar alguma questão específica.”

O esquema de distribuição das cartas

Ordem de distribuição das cartas no Jogo da Ferradura.


As cores foram adicionadas por Margareth Procópio para facilitar a visualização.
Utilizo o Tarô completo. Depois de embaralhado e cortado faço a tiragem
deitando as 56 cartas no formato de ferradura, conforme o gráfico. Esta
arrumação tem vários níveis de leitura, em que as cartas podem ser
combinadas entre si de diversas maneiras.

Como ler as cartas dispostas em ferraduras


A primeira ferradura maior

É composta de 25 cartas nas quais se encontram as informações do


passado. As treze primeiras cartas referem-se ao passado distante: fatos e
pessoas que marcaram a vida do consulente.

As doze cartas seguintes (14 a 25) indicam o passado recente: os


acontecimentos, situações, pessoas e sentimentos que determinaram o
atual momento do consulente.

A carta para representar o consulente (26) é tirada antes de montar a


segunda ferradura.

A segunda ferradura do meio

As nove primeiras cartas (27 a 35) mostram as influências do presente:


circunstâncias e pessoas que atualmente participam da vida do consulente e
que se relacionam com sua situação no momento da consulta.

As nove cartas restantes (36 a 45) indicam os acontecimento do


presente: os fatos concretos com os quais o consulente está envolvido.

Após a leitura das duas ferraduras devem ser relacionadas com a carta do
consulente (26).

A terceira ferradura menor

Com essas cartas começa a leitura adivinhatória, pois são elas que revelam
o futuro.

As seis primeiras cartas da terceira ferradura (45 a 50) indicam o futuro


imediato: acontecimentos que afetarão a vida do consulente no futuro
próximo.

As seis cartas restantes (51 a 56) apontam para a conclusão: revelam o


quais serão as forças que predominarão na vida do consulente, qual será o
desfecho de sua atual situação, a realização ou não de seus projetos, a
confirmação ou frustração de seus sentimentos.

Leitura complementar

As cartas podem ser combinadas ou alinhadas para indicarem a principais


áreas de vida:

Ambiente: 1, 27, 45, 56, 44,


Sexualidade: 7, Saúde: 17, 38, 51
25
32, 49
Amor: 18, 39, 52
Família: 2, 28, 46, 55, 43, 24
Dinheiro: 8, 33, 50
Justiça: 19, 40, 53
Vida material: 3, 29, 47, 54,
Inimigo: 11, 34, 50
42, 23
Destino: 12, 13, 14, 36,
Amigos: 15, 37, 51 35
Trabalho: 6, 31, 38

Observe que a carta do consulente é de cor branca, e na leitura original, as


outras cartas brancas na leitura complementar não estão relacionadas
nenhum fato ou acontecimento.

O jogo das escolhas e decisões

Hajo Banzhaf em seu "Manual do Tarô" (Ed.


Pensamento) apresenta um modelo de tiragem com 7
cartas, que foi traduzido ao português por "O Jogo
Decisivo". Nele são retiradas as cartas que irão indicar
os dois lados da questão:
7= o problema;
1, 3 e 5 = influências positivas, "Isso é favorável"
2, 4, 6 = influências negativas, "Isso é desfavorável"

Mais importante que os esquemas prontos, como este


registrado por Hajo Banzhaf, é o cuidado para definir as
funções das cartas do modo mais coerente possível com
a situação a ser examinada.

Além do esquema acima, existem muitos


outros que nos ajudam a escolher entre as
alternativas que a vida e os nossos desejos
colocam.

Utilizo para isso as referências básicas da


tiragem Kairallah, em que são retiradas
cartas para revelar quatro ângulos de cada
alternativa ou caminho que se apresenta:

1. o que favorece o projeto, a intenção ou


o caminho; 2. o que ainda precisa ser
trabalhado, melhorado ou criado; 3. quais
são as perspetivas, prognósticos ou
tendências; 4. e qual é o conselho
estratégico, a conduta ou a atitude
oportuna.

Tira-se uma carta com a mesma função para os caminhos ou alternativas


colocadas. Isso permite uma comparação entre as facilidades e dificuldades
que seriam percorridas em cada caso, bem como as previsões e as medidas
mais eficazes.

Como sempre acontece quando se trata de opção consciente, e não de


determinação cega, a própria pessoa está convidada a exercer a livre
escolha e a assumir as consequências do caminho que escolheu.

Os cinco mundos interiores


Texto de
Jaime E. Cannes

Os quatro naipes do tarot simbolizam, esotericamente, os quatro níveis


da alma humana, bem como os quatro elementos da natureza que
correspondem a esses níveis. As cartas da corte – as quatro figuras de
cada naipe – representam as posturas que assumimos diante dos
acontecimentos da vida. As cartas numeradas de cada naipe simbolizam
aquilo que estamos tratando. Os arcanos maiores, por sua vez, são os
próprios eventos principais que todos os seres humanos no planeta estão
sujeitos, bem como as qualidades superiores a serem desenvolvidas ao longo
de sua caminhada de desenvolvimento pessoal.
Podemos considerar, então, que temos no tarot os cinco elementos da
vida. No naipe de paus, o fogo. No naipe de copas, a água. No naipe
deespadas, o ar. No naipe de ouros, a terra e por fim nos arcanos
maiores o espírito e as leis do Karma.
Numa leitura de cartas, quando um determinado número de naipes
predomina, podemos dizer que um dos cinco mundos interiores veio á tona e
nos “possui”. Do mesmo modo, quando um certo elemento não é
representado, pode significar a falta de sua qualidade específica ou de sua
atitude no nosso momento de vida.Numa leitura com a técnica da Cruz
céltica, por exemplo, se dentre as dez cartas saírem três de um determinado
naipe, isso terá grande relevância. Assim, quanto maior for o número de
cartas de um naipe, maior sua influência no momento representado.

No mundo do Fogo
Quatro, Sete, Pagem e Cavaleiro de Paus no Tarô Mitológico

Com muitas cartas do naipe de paus, estamos possuídos por nossos


desejos, ansiosos por iniciar coisas novas ou essas coisas novas surgem de
modo quase impositivo. Com o naipe de paus estamos cheios de paixão, ou
de alegria e tudo o que é velho não nos interessa. O movimento, a mudança,
as viagens, o afã de tornar tudo melhor, o êxito, o sucesso brilhante e o
ímpeto de crescimento e expansão são a tônica. Do mesmo modo a
impaciência, a irritabilidade, a precipitação, o excesso de passionalidade e a
dependência de reconhecimento externo se fazem presentes.

No mundo da Água

Às, Três, Seis e Rainha de Copas no Tarot Osho

O excesso de naipe de copas denota muita emocionalidade, sentimentos


intensos e envolventes, amor, romantismo, idealização, imaginação, memória
e interiorização. Há um favorecimento dos assuntos românticos e espirituais,
pois o amor físico dos homens, tanto quanto as experiências de cunho
transcendente, são de puro arrebatamento para a alma. Com copas há a
busca de sentido na vida, de sentimento de pertencer a algo, instituição,
relacionamento, família, religião, corrente ou tendência, sempre de modo
ideal. As fantasias enganosas e escapistas, as confusões emocionais, o
aprisionamento ao passado ou o excesso de idealização do futuro, bem como
um excesso de interiorização que cria indiferença ao mundo exterior também
são atributos deste naipe.

No mundo do Ar
Ás, Três, Cavaleiro e Rei de Espadas no Tarot Motherpeace

Com muitas espadas numa leitura entramos na dimensão da mente, que


por sua natureza é sempre dual, traz conflitos e exige decisões, mudanças,
posicionamentos e um discernimento claro do que fazemos ou devemos
fazer. A mente, assim como os ventos, sopra em muitas direções e é
influenciada pela coletividade; neste naipe encontramos as heranças
culturais. Tudo o que nos foi dito, por pais, professores e a sociedade entra,
num dado momento, em conflito com o que somos em essência. O naipe de
espadas também traz foco e direcionamento para a mente, ajuda esclarecer
situações complicadas e dá coragem para defender posicionamentos.

No mundo da Terra

Ás, Três, Oito e Rainha de Ouros no Tarot Thot-Crowley

Com ênfase no naipe de ouros estamos mudando de valores, ou


valorizando coisas novas, criando as bases para nossa estabilidade, conforto
e prosperidade. De algum modo temos de olhar mais atentamente para nossa
realidade e rever como estamos nos relacionando com nosso corpo e o meio
ambiente. A maneira como estamos cuidando da nossa saúde, das nossas
finanças e do mundo prático, no geral, também são temas importantes. A
sensualidade e a sexualidade evidenciam-se com este naipe. Por outro lado o
apego e a resistência à mudança, a inflexibilidade, a avareza e o
materialismo surgem como a sombra deste elemento que sintetiza muitos
aspectos dos outros três.

No mundo dos Arcanos Maiores


O Mágico, o Julgamento, A Roda da Fortuna e o Pendurado no Tarot de Marselha

Com a predominância de arcanos maiores estamos, com certeza,


vivendo um tempo em que muitas qualidades são requeridas de nós e somos
chamados a responder com muitos talentos ao mesmo tempo. Há forças
maiores atuando em nossas vidas e aquilo que chamamos de destino, que
nada mais é que o retorno de nossas ações nesta e em muitas outras vidas,
se interpõe imperativamente. Também se trata de um tempo em que
podemos nos sentir esmagados pelos eventos, sem ver como nós os criamos
e sem saber, assim, como interagir com essas forças que movimentam
nossas vidas

Técnicas mistas de tiragens e outros estudos


Técnicas mistas (cálculos numerológicos)

O Referencial de Nascimento
Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal
Marize Wendland

O Referencial de Nascimento é um método de autoconhecimento e de desenvolvimento


pessoal tendo como suporte o Tarô de Marselha. Este método foi criado por Georges
Colleuil, nos anos oitenta do Século XX. Ele faz uma abordagem filosófica, terapêutica e
humanista do Tarô. Desenvolve uma pesquisa original sobre o conteúdo simbólico do Tarô
de Marselha, tentando desfazer o preconceito que o Tarô prediz o futuro. Para ele, “o Tarô
não serve para ler o futuro, mas para construí-lo” . Seguindo este pensamento, ele diz que
trabalhar
com o Tarô em um processo de autotransformação,
terapia, desenvolvimento pessoal, nos permite entrar
em contato com o centro invisível que se confunde com
o mais profundo de nosso ser, o mais autêntico, o mais
criativo. Seguindo esta idéia, o Referencial de
Nascimento parte de umaTarologia humanista, viva,
em vez de Taromancia passiva.
O Referencial de Nascimento, como o nome indica, é
uma representação das qualidades pessoais às quais é
sempre possível se referir. É um instrumento de
autoconhecimento e conhecimento dos outros, um meio
dinâmico de evolução e de desenvolvimento pessoal, um
método “de aprendizagem do ser”. Graças à
decodificação rigorosa das lâminas que o compõem, ele
vai permitir o retorno sobre si mesmo, a coerência
Capa do Livro Guia Prático do
consigo mesmo e, então, a autonomia que, por sua vez, Referencial de Nascimento
favorece uma melhor harmonização no relacionamento de Georges Colleuil
com o outro.
O Referencial de Nascimento propõe uma
reinterpretação dos Arcanos sob uma perspectiva
humanista, evolutiva e terapêutica, que permite
atualizar seus símbolos na experiência individual.
Poderíamos dizer, pois, que o Tarô é uma linguagem
universal que se individualiza no Referencial de
Nascimento.
Um Referencial não é uma radiografia da personalidade, mas um espelho simbólico de
uma estrutura interior. Trabalhar com um Referencial de Nascimento ajuda, pois, a se
estruturar, sob a condição de poder se reconhecer nas experiências de vida que nos
refletem as imagens simbólicas do antigo Tarô de Marselha. O Referencial de
Nascimento nos apresenta uma adição de cartas que nos são confiadas no momento do
nosso nascimento. Ele nos convida não só a uma observação desligada e distanciada de si-
mesmo para melhor discernirmos um estado de conflito suscetível de gerar sofrimentos,
mas, sobretudo, para identificar recursos, reservas energéticas estocadas e utilizáveis em
prol de nossa transformação interior.

Os cálculos
O Referencial de Nascimento se apresenta sob uma forma de cruz composta de treze
Arcanos maiores e de um Arcano menor, cada um contendo uma proposição de
desenvolvimento pessoal. Esta maneira de organizar as cartas no espaço constitui a
gramática sintática; a leitura do tema é a retórica; e a arte de formular as proposições
constitui a dialética. O Referencial de Nascimento é, pois, uma estrutura gramatical cuja
leitura e comentário devem nos ajudar a nos tornar mais presentes, ou seja, mais
conscientes. Num Referencial de Nascimento, somos quase sempre levados a verificar a
adequação ou não adequação entre o que propõe um dado Arcano de um ponto de vista
absoluto (uma simbologia comumente aceita) e a vivência deste Arcano da nossa
experiência pessoal. Por exemplo, o Eremita, um buscador incansável, aquele que encontra
a luz e a sabedoria no interior de si mesmo, ou uma predisposição para a solidão; a Força,
integração harmoniosa das forças vitais, centragem e autonomia. Perguntar-se-ia a um
consulente que tenha estes dois Arcanos no seu Referencial “onde ele se encontra nesta
questão?” Partindo da sua vivência, ele vai se conectar com a simbologia do Arcano... Se
não há uma adequação, o Referencial pode oferecer caminhos para uma adequação através de
vários tipos de terapia.
As lâminas são dispostas em quatro eixos que
formam uma cruz de Santo André. O eixo
vertical é denominado de a escada de Jacó; o
eixo horizontal, a cintura ou o horizonte; a
diagonal que desce da esquerda do observador,
a Banda; a outra diagonal, a Barra; o espaço
situado acima do horizonte, o hemisfério norte;
o espaço situado abaixo, o hemisfério sul. Esta
cruz gira da direita para esquerda e determina os
12 espaços chamados Casas e mais um espaço:
o coração do brasão ou Casa 13, como no
desenho ao lado.
As lâminas que ocupam estas casas formam
juntas os aspectos (espelho, nó, dialética...)

Casa 1: A Personalidade
Esta Casa diz respeito, sobretudo, às
manifestações de extravasão do indivíduo: sua
personalidade, seu modo de comunicação com os
outros, com seu ambiente, assim como a
maneira
pela qual ele é percebido pelo mundo exterior.
Cálculo: corresponde ao dia do nascimento.
a. Se a data de nascimento cai entre os dias 1° e o 22° do mês, encontra-se
imediatamente o Arcano maior correspondente.
Exemplo: para um nascimento no dia 18 novembro o Arcano correspondente será o 18,
ou seja, a Lua. Já para um nascimento no dia 22 de maio, o Arcano correspondente será o
Louco. (Trata-se aqui de uma convenção, pois o Louco não possui o valor 22, porém é o
vigésimo segundo Arcano maior).
b. Para as pessoas nascidas entre 23 e 31, adicionam-se os valores que compõem este
número (redução teosófica ) e substitui-se o resultado obtido pelo Arcano correspondente.
Exemplos: 23 = 2+3 = 5 = O Papa; 29 = 2+9 = 11 = A Força

Casa 2: A Busca
Eis a Casa do Ideal. A lâmina que ocupa esta Casa ilustra a nossa busca absoluta, a
busca daquilo que nos falta, nossa busca interior. Esta Casa é, pois, a Casa da
interiorização, assim como a Casa 1 era a da exteriorização.
Cálculo: a Casa 2 corresponde ao mês de nascimento.
Ela está situada, claro, entre I e XII, ou seja, ente o Mago e o Pendurado. Aqui,
conserva-se a tradição numerológica, a do calendário gregoriano: a I corresponde janeiro;
a II, fevereiro, etc.

Casa 3: O Pensamento. Sede dos desejos e medos


Aqui, encontramo-nos no domínio de verbo Pensar. É a Casa das limitações. A Casa 3
evoca as preocupações constantes do pensamento, as agitações do mental, a sombra que o
intelecto lança sobre a consciência e o ser: as exigências da análise e da dualidade. A carta
que aí se encontra indica sob qual ângulo nós percebemos a realidade.
Cálculo: A Casa 3 corresponde ao ano do nascimento.É pela redução teosófica que
obtemos o valor da carta.
Exemplos: 1960 = 1 + 9 + 6 + 0 = 16 = A Torre; 2000 = 2 + 0 + 0 + 0 = 2 = A
Papisa

Casa 4: A Ação. Sede da missão existencial


A Casa 4 é a Casa do verbo Fazer. O Arcano que se encontra nesta posição dá
indicações sobre a escolha que a vida, nossa existência nos propõem. Ele nos sugere
orientações, mesmo compromissos nas áreas as mais concretas. Ela indica também nossas
possibilidades de realização pessoal.
Cálculo: a Casa 4 é o resultado da adição do ano, do mês e do dia
Por exemplo, uma pessoa nascida no dia 27 de outubro de 1945:
1° número: 27 = 2+7=9 = O Eremita
2° número: outubro = 10 = A Roda da Fortuna
3° número: 1945 = 1 + 9 + 4 + 5 = 19 = O Sol
4° número: 1945 + 10 + 9 = 1964 = 1 + 9 + 6 + 4 = 20 = O Julgamento
Atenção: A redução só é feita no final da operação. Não há redução intermediária.

Casa 5: A Passagem Obrigatória


A Casa 5 revela aquilo com que estamos sempre confrontados durante nossa existência,
aquilo que deve ser resolvido. É a passagem obrigatória para que o tema funcione e para
que a Casa 4 se encarne em todas as suas potencialidades.
Cálculo: A Casa 5 é o resultado da adição dos quatro Arcanos precedentes.
Atenção: Não se adiciona o dia, o mês, o ano e Casa 4, adicionam-se apenas as quatro
lâminas.
Retomando o exemplo dado:
Casa 1: 9
Casa 2: 10
Casa 3: 19
Casa 4: 20
Casa 5: 9 + 10 + 19 + 20 = 58 = 5 + 8 = 13
A Casa 5 é a quintessência dos quatro primeiros Arcanos. Denomina-se carta de síntese
ou passagem obrigatória.

Casas 6 e 7
As Casas 6 e 7 são estudadas juntas. Elas constituem um casal de opostos.
Toda exploração profunda dos Arcanos da Casa 6 e, sobretudo, da Casa 7 nos permite
compreender melhor os significados dos combates que travamos.

Casa 6: Os Recursos
A Casa 6 ou dos recursos é a das qualidades inatas,dos dons, dos recursos, de tudo
aquilo que podemos realizar sem nem mesmo estarmos sempre conscientes.
Cálculo da casa 6:
A adição da Casa 1 e Casa 2.
Atenção: Não se trata de adicionar o dia e o mês de nascimento, mas de somar os
valores numéricos das cartas obtidas na Casa 1 e na Casa 2.
Tomando nosso exemplo:
A data 27/10/1945.
Casa 1 = 2+7 = 9 = O Eremita
Casa 2 = 10 = A Roda da Fortuna
Fórmula: {Casa 6 = Casa 1 + Casa 2}
Casa 6: Casa 1 + Casa 2 = 9 (O Eremita) + 10 (Roda da Fortuna) = 19 (O Sol)

Casa 7: Os Desafios
A Casa 7 ou Casa dos desafios contém a lâmina que simboliza nossas faltas, nossas
carências fundamentais, nossos bloqueios energéticos, nossas dificuldades psicológicas, os
obstáculos a transpor...
Cálculo: já que a Casa 7, dos desafios simbólicos, representa uma falta, uma carência,
a operação consistirá numa subtração.
Subtrai-se o valor da Casa 2 pelo valor da Casa 3 (ou o inverso, segundo o valor da
grandeza). Diz-se que esta subtração se faz em valor absoluto.
A mesma observação que a precedente se impõe ao cálculo da Casa 7.
{Casa 7 = Casa 2 - Casa 3} ou {Casa 7 = Casa 3 - Casa 2}
Continuando com nosso exemplo:
Casa 2: 10 = A Roda da Fortuna
Casa 3: 1945 = 1+9+4+5 = 19 (O Sol)
Casa 7: Casa 2 - Casa 3 = 10 – 19 (ou 19 - 10) = 9 (O Eremita)
Se o resultado da subtração da Casa 2 pela Casa 3 é zero, a lâmina do Tarô utilizada
para significar o desafio da Casa 7 será o Louco.

Casa 8: Transformação: O Meteoro


O Arcano presente na Casa 8 indica as enérgias disponíveis durante um ano para ajudar
na realização de seu Referencial. Não se trata de um destino, no sentido de previsão de
acontecimento, porém de uma proposição precisa, um convite para trabalhar sobre um
tema dado durante um período específico.
A Casa 8 muda entre outubro e dezembro e dá a coloração (o toque) do ano que segue.
Cálculo: começa-se por definir o valor daquilo que se chama o Ano Universal. Trata-se
do número obtido depois da redução do ano para o qual se quer conhecer a Casa 8.
Exemplo: 2009 = 2 + 0 + 0 + 9 = 11
A redução se faz na base de 9, contrariamente aos outros cálculos do Referencial onde
se utiliza a base 22. Porém, se o resultado da redução é 11 ou 22, não se procede a uma
nova redução, conserva-se este número, chamado na nemerologia clássica: Número
Mestre.
Acrescenta-se ao valor do Ano Universal o valor da Casa 6 do indivíduo.
Casa 8 = Casa 6 + Ano Universal
Tomando nosso exemplo:
Casa 6: 19 ( O Sol)
Ano Universal: 2010 = 2 + 0 + 1 + 0 = 3
Casa 8: 19 (Casa 6) + 3 Ano Universal) = 22

Casa 9: Si mesmo (o Eu), Êxito


A Casa 9 é a Casa de Si mesmo (do Eu – Eu Sou). O Arcano que ela contém representa
a parte mais essencial do indivíduo, aquela parte que só se exprime raramente, seja nos
sonhos ou nas suas cirações inconscientes. Este Arcano vibrará no seu mais alto nível
naqueles que conseguiram realizar seu destino,sua missão, conscientemente.
Cálculo: obtém-se a Casa 9, adicionando a Casa 6 (recursos) com a Casa 7 (desafios).
A Casa 9 só se exprime quando há uma supremacia da Casa 6 sobre a Casa 7, ou seja, o
indivíduo faz triunfar seus recursos sobre seus desafios.
Retomando nosso exemplo:
Casa 6: 19 (O Sol)
Casa 7: 9 (O Eremita)
Casa 9: 19 + 9 = 28 = 10 (A Roda da Fortuna)

Casa 10: Fracassos e Experiências


Esta é uma das Casas da sombra.
O Arcano que ela contém fornece indicações sobre os domínios nos quais o indivíduo
conhece habitualmente o fracasso (O Imperador, fracasso na matéria, A Lua, no
emocional, A Imperatriz, na expressão, O Pendurado, na confiaça...). Mas esta noção de
fracasso não deve ser abordada como fatalismo, mas sim como uma experiência ainda não
realizada.
Cálculo: a Casa 10 se obtém fazendo uma subtração entre o número da Casa 9 e o
valor 22, qualquer que seja a ordem desta subtração:
Exemplo: 10 – 22 = 12; 22 – 10 = 12
Caso particular: se a Casa 9 for igual a 22, admite-se que a Casa 10 é também igual a
22. São, então, os dois aspectos muito contraditório do Louco que estarão em conflito:
Sabedoria / Loucura
Caminhada / Caminhar a esmo
Originalidade / Marginalidade

Casas 11 e 12
Estas duas casas também devem ser estudadas juntas, pois contêm os Arcanos
memórias do indivíduo. Memórias antigas para a Casa 11, memórias do futuro para a Casa
12

Casa 11: Captador, registrador das memórias do indivíduo


A lâmina que ocupa esta casa simboliza as aquisiçoões do indivíduo: qualidades, dons
inatos, herança cármica, genética ou genealógica com as quais ele veio ao mundo e sobre
as quais ele pode se apoiar para evoluir. Porém, paradoxalmente, elas podem também
constituir um freio.
Cálculo: adiciona-se as três lâminas do hemisfério Sul, ou seja, as Casas 7, 3 e 10.
Estas três casas reúnem as maiores dificuldades do indivíduo, seu desafio, os conteúdos de
seu inconsciente e suas experiências de fracasso. Sua síntese na Casa 11 faz desta última a
fonte dos conflitos originais do indivíduo.
Tomando nosso exemplo: 27/10/1945
Casa 11 = 9 (Casa 7) + 19 (Casa 3) + 12 (Casa 10) = 40 = 4

Casa 12: Valor pessoal de transmissão


O Arcano presente nesta casa representa o ideal, força magnética considerável. Ele dá a
energia que permitirá ao sujeito de se projetar para o futuro, é indicativo do destino do
sujeito ou, pelo menos, da imagem que ele deixará dele mesmo à posteridade. Ele
representa o patrimônio espiritual e os valores que o sujeito transmitirá a seus
descendente, chama-se, então, valor pessoal de transmissão.
Cálculo: obtem-se pela adição dos três Arcanos do hemisfério norte, ou seja, as Casas
6, 2 e 4.
Tomando nosso exemplo: 27/10/1945
Casa 12 = 19 (Casa 6) + 10 (Casa 2) + 20 (Casa 4) = 49 = 13

Casa 13: A problemática, “O Coração do Brasão”


A décima-terceira casa do Referencial, chamada Coração do Brasão, sintetiza o conjunto
de um tema. Ele representa o paradoxo fundamental da pessoa, constitui a problemática
fundamental do indivíduo, ou seja, a fonte de suas dificuldades, mas também sua
capacidade de resolvê-las. Com este Arcano, nós nos encontramos no centro, no coração
do problema, nós nos aproximamos da natureza profunda, essencial e paradoxal do
indivíduo.
Cálculo: obtém-se o arcano do Coração do Brasão adicionando as lâminas dos eixos
vertical e horizontal:
Eixo horizontal, cintura: { Casa 9 + Casa 2 + Casa 5 + Casa 4 = A}
Eixo vertical, escada de Jacó: { Casa 11 + Casa 3 + Casa 5 + Casa 1 + Casa 12 = B}
Coração = A + B
Tomando nosso exemplo: 27/10/1945
Escada de Jacó: 4 + 19 + 13 + 9 + 13 = 58
Cintura: 10 + 10 + 13 + 20 = 53
Coração: 58 + 53 = 111 = 1 + 1 + 1 = 3.

A ilustração ao lado mostra as cartas obtidas no


exemplo de uma pessoa nascida no dia 27/10/1945,
com os Arcanos correspondentes às treze casas.

Apresenta-se o Referencial de Nascimento ao


consulente, dando-lhe espaço e oportunidade para que
ele, segundo sua sensibilidade e experiência, entre em
contato com a simbologia do Arcano...
O papel do praticante do Referencial de
Nascimentoé, sobretudo, de escuta sem julgamento, de
respeito e de humildade e, com seu conhecimento da
simbologia do Tarô e da estrutura do RN, levar o
consulente construir uma ponte entre a sua vivência e a
simbologia do Tarô para que ela possa compreender
seus conflitos e descobrir seus potenciais e o projeto
existencial que a vida lhe propõe.
O Referencial de Nascimento, além de ser um
suporte no desenvolvimento pessoal, é uma ferramenta
num processo terapéutico. O ser encontra o equilibrio e
a cura se ele harmoniza os diferentes planos que o
constitui. Segundo minha experiência, o Referencial de
nascimento é uma grande ferramenta neste processo.

A técnica de tiragem Ut Universi


Criada por
Ricardo Pereira

A fim de fazer emergir um possível cenário, em determinados temas, tal como para o Brasil em 2010, no
exemplo acima, utilizei-me de um método de tiragem bem simples, criado por mim em 2006, denominado
de “Ut Universi”, expressão latina, a qual significa “de forma conjunta”.

Este método de tiragem possui a finalidade, por meio do uso do Tarô, de efetivar previsões sobre
determinados temas mundiais ou nacionais ou pessoais, em determinados períodos ou ciclos. Os temas são
de livre escolha, devendo ser distribuídos em 5 casas fixas (Casa 00 – Ut Universi; Casa 01 – Tema 1;
Casa 02 – Tema 2; Casa 03 – Tema 3; Casa 04 – Tema 4), podendo ser acrescidas outras casas-temas ao
critério do tarólogo.

Ao fazermos uma análise matemática combinatória, em pares numéricos, teremos diferentes arranjos,
como podemos ver nesse ano de 2010 (01, 02, 10, 12, 20, 21, 00), resultando na incidência de
seusarcanos sub-regentes, os quais possuem a missão de atuar, durante esses próximos 12 meses, de
forma conjunta com o arcano maior “A Imperatriz”, são eles: arcanos “01 – O Mago, 02 – A Sacerdotisa,
10 – A Roda da Fortuna, 12 – O Pendurado, 20 – O Julgamento, 21 – O Mundo e 00 – O Louco”.
Considerar os arcanos resultantes dessa matemática, os quais também estão influenciando nas energias do
próximo ano, pode propiciar previsões mais detalhadas, profundas e bem objetivas sobre diversas e
amplas dimensões.
Nesse âmbito, o uso de um método de tiragem é providencial no sentido de ordenar as idéias e as
informações resultantes da interpretação simbólica sobre as previsões referentes a determinados temáticas
de importância mundial, local ou até mesmo pessoal.

Casas e Disposição

As casas possuem a seguinte disposição:

A análise taromântica deverá seguir as seguintes regras e convenções:

Arcano Regente do ano, do mês ou do dia

1) Faz-se a redução numerológica do período ou ciclo (dia, mês ou ano) a ser analisado a fim de se
encontrar o seu arcano maior regente. Ao arcano maior “O Louco”, poderá ser atribuído ou o número “0 ou
22”.

a) Redução referente a determinado ano. Exemplo: 2010, reduzido numerologicamente (2+0+1+0) é igual
a 3 (A Imperatriz).

b) Redução referente a determinado mês do ano. Exemplo: Dezembro (mês 12) de 2010
(1+2+2+0+1+0), que reduzido numerologicamente é igual a 6 (Os Enamorados).

c) Redução referente a determinado dia, de determinado mês do ano. Exemplo: Dia 30 (30) de Dezembro
(mês 12) de 2010 (3+0+0+1+2+2+0+1+0), que reduzido numerologicamente é igual a 9 (O Eremita)

Arcanos sub-regentes do ano, do mês ou do dia

2) Faz-se a análise matemática combinatória, em pares numéricos, construindo-se diferentes arranjos do


período ou ciclo a ser analisado, a fim de se encontrar os seus arcanos sub-regentes. Não se consideram
para efeito de redução e de análise arranjo de combinação de números maiores que 22.

a) análise combinatória do ano. Exemplo: Ano de 2010 (01, 02, 10, 12, 20, 21, 00). Os arcanos sub-
regentes do ano de 2010, que estarão nesse período atuando de forma conjunta com o arcano maior “A
Imperatriz”, são: “01 – O Mago, 02 – A Sacerdotisa, 10 – A Roda da Fortuna, 12 – O Pendurado, 20 – O
Julgamento, 21 – O Mundo e 00 – O Louco”.
Na “Casa 00 – Ut Universi” deverá constar, para efeito de análise, o arcano regente do ano.

b) análise combinatória de determinado mês do ano. Exemplo: Dezembro (mês 12) de 2010, resulta em
122010 (01, 02, 10, 11, 12, 20, 21, 22, 00). Lembrete: Não se consideram para efeito de redução e de
análise arranjo de combinação de números maiores que 22.
Os arcanos sub-regentes do mês de dezembro do ano de 2010, que estarão nesse período atuando de
forma conjunta com o arcano maior “Os Enamorados”, são: “01 – O Mago, 02 – A Sacerdotisa, 10 – A
Roda da Fortuna, 11 – A Força, 12 – O Pendurado, 20 – O Julgamento, 21 – O Mundo, 22 ou 00 – O
Louco”.
Na “Casa 00 – Ut Universi” deverão constar, para efeito de análise, o arcano regente do ano e o sub-
regente do mês.

c) análise combinatória do dia, de determinado mês do ano. Exemplo: Dia 30 (30) de dezembro (mês 12)
de 2010, resulta em 30122010 (01, 02, 03, 10, 11, 12, 13, 20, 21, 22, 00). Lembrete: Não se
consideram para efeito de redução e de análise arranjo de combinação de números maiores que 22. Nesse
exemplo: 23, 30, 31, 32.
Os arcanos sub-regentes do dia 30 do mês de dezembro do ano de 2010, que estarão nesse período
atuando de forma conjunta com o arcano maior “O Eremita”, são: “01 – O Mago, 02 – A Sacerdotisa, 03 –
A Imperatriz, 10 – A Roda da Fortuna, 11 – A Força, 12 – O Pendurado, 13 – A Morte, 20 – O Julgamento,
21 – O Mundo e 22 ou 00 – O Louco”.
Na “Casa 00 – Ut Universi” deverão constar, para efeito de análise, o arcano regente do ano, o sub-regente
do mês e o sub-regente do dia.

Dinâmica da Análise/Previsão
3) São utilizados os 78 arcanos do Tarô.

4) Separa-se o arcano regente dos demais arcanos. Este arcano sempre terá a principal influência sobre as
previsões do ano, do mês ou do dia, mas, de um modo geral.

5) Separam-se os arcanos maiores sub-regentes dos demais arcanos em um monte. Estes arcanos
também possuem força e influência nas previsões do ano, do mês ou do dia, mas, em temas específicos.

6) Juntam-se os arcanos restantes em um único monte.

7) Coloca-se o arcano regente no centro do método, na casa “00 – Ut Universi”, conforme opções:
a) Análise de projeções para o ano:
Na “Casa 00 – Ut Universi” deverá constar, para efeito de análise, o arcano regente do ano.
b) Análise de projeções para o mês:
Na “Casa 00 – Ut Universi” deverão constar, para efeito de análise, o arcano regente do ano e o sub-
regente do mês.
c) Análise de projeções para o dia:
Na “Casa 00 – Ut Universi” deverão constar, para efeito de análise, o arcano regente do ano, o sub-regente
do mês e o sub-regente do dia.
O arcano regente do dia recebe influência do regente do mês e estes dois do regente do ano, onde todos
são lidos “Ut Universi “ ou “de forma conjunta”, com detalhes e profundidade.
O arcano regente é a tônica global, ou seja, os seus atributos gerais vão destacar uma síntese das
previsões para o período ou ciclo analisado, que, sempre, sofrerá a influência do arcano regente,
combinado aos demais arcanos sub-regentes e os outros restantes que o acompanharem nessa casa.

8) Pega-se o monte com os arcanos maiores sub-regentes e o embaralha.

9) Escolhem-se aleatoriamente maiores sub-regentes nas 5 casas-temas fixas (Casa 00 – Ut Universi;


Casa 01 – Tema 1; Casa 02 – Tema 2; Casa 03 – Tema 3; Casa 04 – Tema 4), seguindo-se a ordem
numérica. Sobrando algum arcano é colocado na Casa 00 e assim sucessivamente.

10) Caso se introduzam outra ou outras casas-temas, segue-se a regra 9.

11) Pega-se o monte dos arcanos restantes (maiores e menores todos juntos) e o embaralha.

12) Escolhem-se aleatoriamente e distribuem-se os arcanos restantes, um por casa, até completar a
quantidade de casas no método.

13) Efetiva-se a leitura, considerando-se os atributos gerais dos arcanos, os naipes dos menores,
sintonizando-os aos planos dos temas.

14) Fazem-se as relações do arcano regente com os sub-regentes e demais arcanos, buscando destacar as
previsões para cada tema no período.

15) Arcanos maiores prevalecem sobre os menores. Arcanos menores de naipes pertencentes ao plano do
tema intensificam a projeção, positiva ou negativamente.

16) Analisar cada casa-tema pelos atributos gerais dos arcanos e pelo plano do tema a ser projetado.

17) A Casa “00 – Ut Universi ” é a última a ser analisada.


18) Após realizadas as análises, espera-se um tempo para se fazer as confirmações ou não das
ocorrências previstas, ou seja, previsões referentes a determinado ano, faz-se as confirmações das
projeções no ano seguinte; referente a um dado mês, no mês seguinte e referente a um dia qualquer, no
outro dia.

19) Para análises e previsões sobre temas de ordem pessoal/individual, deve-se seguir todas as regras
anteriores.

Notem que, tal como no exemplo prático realizado para as Previsões de 2010, as casas agregadas
posteriormente (casas-temas “5 e 6”) são dispostas, sempre, a partir e ao lado da casa–tema 1 (casa-
tema 5), e depois da casa–tema 2 (casa-tema 6) e assim sucessivamente.

EXEMPLO:

Tiragem Ut Universi

Fiz uma leitura utilizando a técnica Ut Universi, cujos detalhes são oferecidos no final deste texto.

Nesse contexto, escolhi 6 (seis) temas e efetivei uma tiragem, resultando na seguinte análise/projeção
para o Brasil em 2010:

Casa 01 – “Tema 1” – Economia (Perspectivas)

Casa 02 – “Tema 2” – Dinâmica governamental (Governo Lula)

Casa 03 – “Tema 3” – Copa 2010 (Desempenho da Seleção)

Casa 04 – “Tema 4” – Eleições 2010 (Dinâmica da Eleição para Presidente)

Casa 05 – “Tema 5” – Relações Internacionais (Visão do Brasil)

Casa 06 – “Tema 6” – Desafios político-sociais


(Educação, Saúde, Emprego e Renda e Segurança)

Casa 00 - “Ut Universi” – Síntese


Critérios para cartas invertidas

O Jogo do Espelho

Apresento agora a minha versão desse tradicional sistema de leitura, adaptado a uma abordagem
mais interior e voltada para a autotransformação, que chamei de “Jogo do Espelho”. Aqui o jogo é
apresentado como uma abertura inicial que visa revelar o mundo interior e exterior de quem se
consulta e a interação deste com ambos. O significado de cada posição foi propositalmente deixado
bem amplo para que o arcano e a orientação intuitiva de cada leitor definam qual aspecto de cada carta
se aplica ao jogo em questão.
Proceda do seu modo usual. Eu
embaralho o conjunto das setenta e
oito cartas, com arcanos maiores e
menores misturados e quando julgar
pronto ofereço o maço para o cliente
dividi-lo em dois ou três montes
conforme desejar. Abro em leque e
oriento para que sejam retiradas dez
cartas que mantenho com as faces
voltadas para baixo. Uma a uma vou
arranjado-as conforme o esquema ao
lado:
O passo seguinte é ir virando cada
uma das cartas e procedendo a
interpretação:
Posição 1: O mundo interior no
momento, o tema mais importante que
se está vivendo.
Posição 2: A ação. Ações que se
está tomando a partir desse momento
e que podem estar de algum modo
contribuindo ou obstruindo a sua
fluência.
Posição 3: Apelo do mundo
interior, essa posição se refere ao
inconsciente espiritual e revela a
orientação interna à partir do momento
que se está vivendo. Trata-se daquela
voz silenciosa que fala no fundo da
nossa alma e que podemos estar
ignorando ou não, conforme os arcanos
em torno.
Posição 4: Desafios, obstáculos e bloqueios. Essa posição revela os
aspectos desafiantes do consulente e os condicionamentos do inconsciente
psicológico que se fazem notar com isso e que podem ter sua origem tanto na
infância com em vidas passadas.
Posição 5: O mundo consciente e material, essa posição revela qual a
relação que se está tendo com o mundo dos negócios, carreira e finanças, bem
como o modo como tudo isso é avaliado racionalmente.
Posição 6: Os objetivos futuros e vida social. Aqui as intenções para o
futuro imediato são mostradas assim como as relações sociais que se entabula
com o objetivo de viabilizá-las. Relações com a família e as amizades também
são representadas aqui.
Posição 7: A personalidade. Que face está emergindo de dentro da psique
de quem se consulta? Essa questão é respondida nesse ponto, e revela
posturas conscientes.
Posição 8: Relacionamentos íntimos e a expressão do afeto. A situação e a
qualidade da vida amorosa e sexual.
Posição 9: O aprendizado. Qual é a lição mais importante que o momento
oferece? O que se pode apreender dessa vivência? A posição nove responde
isso.
Posição 10: Síntese. Essa posição revela o pano de fundo da situação, é o
clima e o “para quê” da situação toda, sua finalidade dentro de um sentido
maior, existencial.
Um detalhe importante é o de comparar as posições 3 e 7, pois nossas
posturas conscientes podem interferir naquilo que nossa alma solicita. Faça o
mesmo com as posições 6 e 8 já que as relações sociais e familiares e nossos
planos futuros influenciam nossas relações mais íntimas. Por fim, compare as
posições 5 e 9 por não ser incomum que nosso aprendizados mais profundos na
vida se choquem muitas vezes com nosso interessas materiais e ambições
pessoais. Não deixe de notar também que as posições 3 e 4 são a parte mais
profunda (o inconsciente) e as posições 5 e 6 são a porção mais exposta (o
consciente). As duas primeiras são o domínio da alma e as últimas são o
terreno do ego.

Linha da Vida
Apresentação de
Constantino K. Riemma

Um bom exemplo de aplicação do Tarô com o propósito de traduzir o perfil da trajetória


individual é a Linha da Vida, apresentada por Dicta e Françoise no livro Tarot de Marseille.
As autoras sugerem um particular sistema numerológico para encontrar os cinco
arcanosque representam a vida de uma pessoa.
Apesar dos reparos que podem ser feitos quanto a certos aspectos da técnica da Linha da
Vida (os valores numéricos atribuídos às letras; a exclusão do sobrenome materno) ela tem
se mostrado elucidativa para os profissionais e, ainda, uma fonte de exercícios para
estudantes do Tarô, em especial quando praticados em grupo para desenvolver o
pensamento simbólico. Essa é a opinião de quem utiliza, há muitos anos, a Linha da
Vida para estimular o envolvimento nos cursos básicos sobre os Arcanos Maiores.
Para apresentar a técnica, fizemos a tradução do texto original de Dicta e Françoise. Além
da apresentação dos aspectos técnicos, as autoras incluem a descrição de um pequeno
ritual que utilizam para trabalhar as cartas da Linha da Vida nas noites dos solstícios de
inverno e de verão (simbolicamente, dias de São João).
Uma alternativa que tem se mostrado útil é a de incluir no cálculo o sobrenome da mãe,
como é o usual nas práticas brasileiras com a numerologia.
O Cálculo da Linha da Vida
Dicta e Françoise
in Tarot de Marseille, Ed. Mercure de France.
Tradução de Constantino K. Riemma

Os quatro primeiros arcanos do Tarô, cálculados para descrever a Linha da Vida,


correspondem, para cada indivíduo:
(1) à sua personalidade,
(2) ao seu meio de nascimento,
(3) às metas às quais pode aspirar e
(4) à reflexão, quando chegar à maturidade, de tudo o que viveu anteriormente.
O quinto arcano, que resulta da soma dos valores dos quatro primeiros, representa o
cumprimento de todos os dons recebidos.
O conhecimento destas etapas, no caminho de nossa vida, permitirá tirar maior proveito da
existência. É certo que não podemos evitar as dificuldades, mas devemos trabalhar de tal
forma que elas nos sirvam de experiência. O sentido desses arcanos será tríplice: físico,
mental e metafísico. Nosso nome de nascimento ressoa como um poder vibrante e é
utilizado por muitas tradições.
Para calcular a linha da vida tomaremos o nome, o sobrenome do pai e o ano em que
viemos ao mundo. No caso de mulheres casadas se utiliza o nome de solteiras. Um
pseudônimo pode ser também empregado, mas apenas no que diz respeito à profissão para
o qual foi escolhido.
Esse cálculo foi uma das revelações de minha avó. Alguns autores chamam essa
numeração do alfabeto com “roda de Pitágoras”.

Tabela dos valores da letras: "A Roda de Pitágoras"

A=1 H = 28 O=8 V=9


B=2 I = 15 P = 77 W=9
C=4 J = 15 Q = 27 X = 13
D=5 K=8 R = 11 Y = 50
E=3 L = 21 S = 20 Z = 70
F=8 M = 19 T=6 -
G = 10 N = 26 U=9 -

A tradição atribui essa correspondência numérica a épocas muito antigas e sua transmissão
se realizou, portanto, boca a boca. A primeira informação escrita encontramos através de
um livro de M. Lenormand, a célebre vidente. De onde ela obteve esse alfabeto? É um
mistério a mais na história dessa mulher surpreendente. Georges Saint-Bonnet, curador e
sábio de nossa época, também usava este sistema numérico que, segundo ele, provinha
dos Rosa-cruzes. A lei do silêncio parece encobrir sua verdadeira origem, já que minha avó,
por sua parte, sempre negou revelar suas fontes. Ela também chegou a mencionar os
Rosa-cruzes, mas sem precisar mais nada.
Nota sobre a “Roda de Pitágoras”: M. Lernormand atribui o valor 16 à letra K,
enquanto que Saint-Bonnet atribui 8. Durante anos trabalhamos este sistema, com
centenas de nomes célebres do passado, conhecidos por suas obras ou por suas vidas,
utilizando as duas notações. A que transcrevemos aqui (K = 8) é a que nos proporcionou
os resultados mais satisfatórios.

Relação numérica dos 22 Arcanos Maiores

1. O Mago 2. A Papisa
3. A Imperatriz 4. O Imperador
5. O Papa 6. Os Namorados
7. O Carro 8. A Justiça
9. O Eremita 10. A Roda da Fortuna
11. A Força 12. O Pendurado
13. Sem Nome 14. A Temperança
15. O Diabo 16. A Casa de Deus (Torre)
17. A Estrela 18. A Lua
19. O Sol 20. O Julgamento
21. O Mundo Sem nº: O Louco (0 ou 22)

Um exemplo de cálculo

Vejamos agora um exemplo para explicar o sistema de cálculo: Marie Demaison, nascida
em1935.
1º - Substituímos cada uma das letras do nome e sobrenome pelo valor correspondente: M
= 19, A = 1, R = 11, I = 15, E = 3, e assim por diante. A soma do nome é 49 e a do
sobrenome 97. Reunindo os dois resultados obtemos: 49 + 97 = 146. A seguir, fazemos a
redução teosófica, ou seja: 1 + 4 + 6 = 11. Este será o primeiro arcano da linha da vida
de Marie Demaison: A Força. (Para saber qual carta corresponde a cada número, veja a
tabela, acima).
No caso de resultado superior a 22 será necessário continuar reduzindo o número pelo
sistema teosófico. (Veja exceção abaixo)
2º - Tomamos o ano de nascimento e o reduzimos: 1 + 9 + 3 + 5 = 18. Isso dará o
segundo arcano: A Lua. (Se a soma for superior a 22, veja abaixo a Exceção 1ª).
3º - Efetuamos a redução do segundo resultado para obter o terceiro: 1 + 8 = 9, que é O
Eremita. (Veja exceção abaixo)
4º - A operação seguinte consiste em somar o primeiro arcano ao terceiro: 11 + 9 =
20,O Julgamento. Se o número for maior que 22 recorremos à redução teosófica.
5º - Finalmente, somamos os valores dos quatro arcanos obtidos: 11 + 18 + 9 + 20 =
58, que reduzido, 5 + 8 = 13, corresponde à quinta carta da linha da vida, o Arcano Sem
Nome.

Exceções na redução do ano e no valor 22


1ª - Se a redução do ano de nascimento (como é o caso de 1986, 1+9+8+6 = 24),
forsuperior a 22 é necessário fazer mais uma redução teosófica para encontrar o segundo
arcano, ou seja: 2 + 4 = 6. Quando isso acontecer, obteremos o terceiro
arcanoacrescentando o mês de nascimento. Neste caso, para obter o 4º arcano,
somaremos ovalor da segunda e não o da terceira carta.
2ª - Se uma redução der 22, o arcano respectivo será O Louco. Caso se encontre na
segunda posição, (a do ano de nascimento), daremos o valor quatro à terceira (22 -> 2 + 2
= 4). Porém, na soma para obter a quinta carta, atribuímos valor zero para segunda
carta.

O papel de cada carta

São as seguintes as significações dos Arcanos na Linha da Vida:


1º - representa nossa personalidade, os dons físicos e morais e tudo o que nos foi
concedido por nascimento.
2º - relaciona-se ao ambiente familiar, à época em que viemos ao mundo e às vantagens e
dificuldades que esse meio irá proporcionar.
3º - nos mostra as metas que podemos esperar e a evolução do nosso caráter até chegar a
idade adulta; indica também o caminho escolhido.
4º - corresponde à realização, à opinião de si mesmo na maturidade e o olhar retrospectivo
sobre nossa vida até então
5º - se vincula à reencarnação, ao cumprimento dos fins específicos de nossa vida, sempre
e quando tenhamos trabalhado de forma constante para chegar a isso.

Exemplo de interpretação

No exemplo de cálculo encontramos: a Força, a Lua, o Eremita, o Julgamento e o Arcano


sem nome.
A Força, no começo da vida, se apresenta como uma carta muito saudável e bela Outorga
instintos apaixonados, agressivos, mas também nos dá o poder de dominá-los e canalizá-
los. A infância não será tranqüila, mas será acompanhada de saúde física e moral e de uma
necessidade de liberdade que terá influência pelo resto da vida. Desde o início a luta será
dominante.
A Lua, como reveladora do meio social (ou o local de nascimento) é, neste caso, instável e
incerto. Isso permitirá que se apresentem muitas viagens e experiências. Este arcano
indica também um ambiente imaginativo, artístico, que pode às vezes ser um obstáculo
inicial à vida prática. A impetuosidade da natureza vai se exteriorizar, no sentido positivo,
sob a forma de uma visão poética do universo ou, ao contrário, se expressará numa
personalidade instável e vagabunda.
O Eremita, como símbolo da escolha de um caminho, indica que, neste caso, a solidão foi
escolhida como uma etapa necessário para o próprio progresso. Isso também poderia
significar um divórcio ao chegar à maturidade. Mas, então, isso não terá conseqüências de
juma catástrofe, já que este arcano permite superar as provas e aproveitarmos delas para
finalidades interiores.
O Julgamento, enquanto significador das realizações, oferece a possibilidade de voltar a
começar a partir do zero. É também símbolo de amor, de respeito e de excelente reputação
num ofício.
O Eremita e o Julgamento se equilibram entre si: são dois arcanos vinculados à realização
interior e exterior.
O Arcano sem nome, indica que o objetivo moral ao qual há que se chegar não é muito
fácil. A lei que rege esta carta é a de fazer desaparecer todas as coisas inúteis, tudo aquilo
que não seja essencial. Na velhice, neste caso, se mostra agitada, com ciclos sucessivos de
inspiração e de lutas positivas. Esta carta é muito ativa e obriga, numa idade em que a
pessoa poderia aspirar ao descanso, a um movimento incessante, em meio a múltiplas
mudanças. É este o único inconveniente deste arcano, o qual, ao encontrar-se nesta
posição, simboliza uma preparação ao porvir.
Em resumo, esta existência tomada como exemplo será suficientemente agitada e violenta,
e estará em relação com lutas de natureza social, em diferentes períodos da vida. As
provas se acontecerão do final do trajeto têm a ver, fundamentalmente, com o aspecto
espiritual.

Meditações

Para atravessar as diferentes etapas de sua existência, o consulente deverá se apoiar sobre
dos dons dos quatro primeiros arcanos. O tempo de transcurso de um período ao outro
pode variar. Aqui, o tempo não é um fator importante. Mas cada arcano continuará
influenciado sua vida, até que sua lição tenha sido assimilada.
É preciso interpretar primeiro cada carta em separado, para passar em seguida às relações
existentes entre elas. Os arcanos podem ser complementares ou também opostos.
Finalmente, é necessário relacionar o primeiro ao quinto, já que o estudo de suas
semelhanças e diferença poder dar frutos muito importantes.
Se numa linha da vida se repetem duas vezes o mesmo arcano, o consulente deverá
considerar dois níveis desta cara: o físico e o mental. Estar alerta e tratar de compreender
todos os ensinamentos desse arcano o levará a uma melhor realização de si mesmo.
Recusá-los, significará insucesso.
Uma pessoa pode ter repetido três vezes um mesmo arcano em sua linha da vida e isso
pode ser favorável ou, bem ao contrário, pode constituir um obstáculo que terá que
ultrapassar. Mas, seja como for, essa tríplice representação marca sempre um destino fora
do comum. No caso de duas cartas idênticas é mais comum e assinala, em geral, um
esforço para ser realizado sobre dois planos: o físico e mental.
Um estudo muito interessante pode ser feito a partir dos nomes e sobrenomes de outros
membros de nossa família. Por exemplo, pode acontecer que alguém calcule a linha da vida
de sua avó e encontre que a primeira posição corresponde ao Imperador, enquanto que
para ela própria, que faz o cálculo, este mesmo arcano se encontre na quinta posição. Isso
pode ser interpretado como uma forma de destino familiar ou como uma mensagem que se
transmite de uma pessoa à outra, estando a última delas em linha obrigatória de cumprir o
recado dado.

O papel de cada carta

Há duas meditações que podem ser feitas com os cinco arcanos de nossa linha da vida: a
primeira durante o São João de inverno, no dia 27 de dezembro (no hemisfério norte) e,
a segunda, no São João de verão, no dia 21 de junho (no hemisfério norte).
Na noite mais longa do ano, que simboliza nosso afastamento da luz espiritual, os
iniciados meditam, pois foi ensinado que a inspiração desce sobre aquele que pede quando
mergulhado na mais profunda obscuridade noturna. Dispõe-se as cinco cartas sobre um
pano: as quatro primeiras formando um a linha e a última abaixo delas. Nos detemos em
cada uma delas, pela ordem, e uma oração pode ser proferida. Depois, misturam-se as
cinco cartas, que são colocadas viradas sobre o pano, com o objetivo de ser escolhida uma
delas. A carta escolhida será como que uma mensagem sobre a qual deveremos meditar.
Para o São João do verão podemos proceder da mesma maneira, contemplando as quatro
cartas iniciais e fazendo uma oração. Em seguida, nos concentramos sobre a quinta carta.
A noite de São João de verão é a mais curta do ano e é um símbolos das realizações que
foram meditadas ou planejadas durante o inverno e executadas na primavera. Durante este
período contamos com a ajuda de força invisíveis.

Os mitos pessoais
Cada par desse conjunto de 6 arcanos corresponderiam, na terminologia de Stanley
Kripner, aos mitos obsoletos, aos mitos emergentes e aos novos mitos.Esta será a
base para o trabalho terapêutico, de auto conhecimento, que visa investigar as causas de
hábitos, atitudes, compulsões, medos ou traumas que afetam o nosso crescimento e bem
estar. Estas pistas ou hipóteses de trabalho devem ser usadas pelo facilitador de acordo
com sua experiência profissional. Como psicopedagoga criei um roteiro de trabalho que
inclui atividades com contos de fada, bibliografia baseada nos 6 arcanos, exercícios com
imaginação ativa e interativa etc.

Mitos passados: obsoletos (1º e 2º arcanos)


1º arcano: Traços inatos de caráter, bagagem trazida de vidas passadas
2º arcano: Momento e ambiente do nascimento. Vantagens e desvantagens
O 1º e 2º arcanos da Linha da Vida são os símbolos dos obstáculos à evolução. Indicam
talentos, mas também as dificuldades inconscientes, os impulsos que levam a agir e reagir
de forma automática, instintiva e que precisam ser trabalhados para que possamos
desenvolver o potencial indicado pelos arcanos seguintes. Impulsos inconscientes,
memórias e decisões infantis nos levam a criar scripts de vida que precisam ser
reavaliados, pois muitas vezes são causa de agressividade, de baixa auto-estima, de
crenças que podem ter nos ajudado no passado, mas que não mais nos ajudam a resolver
os conflitos do presente. Por isso são chamados de mitos obsoletos, memórias ou fatos que
relegados à sombra impedem que a personalidade se desenvolva na direção da autonomia,
do caminho de individuação.

Mitos presentes: emergentes (3º e 4º arcanos)


3º arcano: O desenvolvimento da personalidade, a escolha do Caminho
4º arcano: A Maturidade: Uma reflexão de vida até então.
O 3º e 4º arcanos representam mitos que precisam emergir para que a personalidade se
torne independente, livre das imposições internas de hábitos e mesmo traumas adquiridos
em experiências passadas (os 2 primeiros arcanos). Para que a personalidade emergente
escolha o seu caminho e o trilhe com confiança precisa se libertar dos automatismos, dos
gatilhos inconscientes (bagagem + infância) para encontrar o verdadeiro EU, aprender a
diferenciar o que tem que ou deve fazer e o que realmente deseja, livrando-se das
dependências e tornando-se maduro e seguro. Um ser independente, autônomo – no real
sentido da palavra – que sabe auto nomear-se, que conhece seu próprio nome, que sabe
quem é.

Novos Mitos (5º arcano e arcano da alma)


5º arcano: O propósito de vida, o significado da existência
Arcano da alma: O anseio de evolução, o desejo do ser imortal.
O 5º arcano e o arcano da alma simbolizam o significado da própria existência, o
propósito de vida que, se compreendido e acolhido, nos leva a uma existência mais plena e
gratificante. O 5º arcano remete ao propósito da personalidade, a razão de estarmos aqui,
neste tempo e espaço. Compreender o significado da existência e cumpri-lo, estaremos
aptos a dar o salto evolutivo simbolizado pelo arcano da alma, que nos indica o que o nosso
ser imortal necessita para poder evoluir.

Em suma
A Linha da Vida nos aponta um caminho de crescimento e evolução. Um mapa do
caminho da individuação que começa pelo resgate de valores passados, passa pela
superação de conflitos e nos leva à realização do nosso propósito, do nosso sacro oficio, o
trabalho sagrado da evolução humana.

A Linha da Vida e os nossos caminhos


Yewa Lintz de Freitas

Nem tudo “está escrito nas estrelas”. O que acontece em nossas vidas é resultado da ação
do destino e de nossas próprias escolhas. Onde nascemos, a família que temos, nosso
sexo, ter herdado o temperamento ou a vocação do pai ou da mãe, são situações que nos
são colocadas, isto é destino.
Mas grande parte da vida é construída a partir de pequenas e grandes escolhas, em todos
os campos: onde você mora, com quem se casou, sua vida profissional são questões que
envolvem decisões pessoais. A Linha da Vida nos ajuda a refletir sobre nossa caminhada,
sobre as escolhas que efetuamos ao longo da vida e sobre as influências que recaem sobre
essas escolhas.
A Linha da Vida é traçada a partir do nome e da data de nascimento utilizando os Arcanos
Maiores do Tarot para representar a caminhada do ser humano ao longo de sua vida. É
composta por cinco Arcanos, cada um relacionado com uma fase da vida e com outros
aspectos.
Quando vamos interpretar a linha da vida, algumas pessoas perguntam se o Arcano é
“bom” ou “ruim”. Então sempre explico antes da leitura que não há Arcanos bons ou ruins.
Todo Arcano fala das qualidades, das disposições e tendências positivas e negativas.
Ao refletirmos sobre nossa linha da vida, vamos nos deparar com nossos recursos e
potencialidades, mas também com nossos desafios pessoais. Cada um tem seu próprio jeito
de caminhar pela vida, e nesse sentido, não há “melhor” nem “pior”, apenas formas
diferentes de viver, que expressam o ser único que habita em cada um de nós.
A Linha da Vida é um recurso para o autoconhecimento. Lançamos um olhar para dentro de
nós, verificando quais as qualidades do Arcano que nos corresponde, de que forma ele atua
em nossa vida. Não buscamos fazer predições, mas apontar para as disposições
psicológicas e para as etapas a serem percorridas por aquele ser humano no seu processo
de desenvolvimento.
Outra questão diz respeito à correspondência com as fases da vida. Do ponto de vista
cronológico, é bom lembrar que pode não ocorrer uma correspondência precisa. Certas
circunstâncias podem abreviar ou prolongar qualquer uma das fases da vida, influindo
sobre o período em que vivemos sob a influência do Arcano. A Linha da Vida aponta o
caminho psicológico e espiritual colocado para aquela pessoa.

As Posições e exemplos

A primeira posição trata da personalidade, dos dons físicos e morais e de tudo o que nos foi
concedido por nascimento. Uma pessoa que tem O Imperador nesta posição tende a
possuir capacidade de liderança, pensamento lógico e organizado, facilidade em se
expressar, de lidar com as questões materiais, e outros aspectos.

Primeira posição Segunda posição Terceira posição Quarta posição Quinta posição

A segunda posição representa o ambiente familiar, a época em que viemos ao mundo e as


tendências que o meio em que vivemos irá favorecer ou dificultar. Corresponde à infância e
a juventude. Vamos imaginar que O Papa ocupa esta posição. Então vamos supor uma
educação que valorizou os aspectos éticos e morais, um ambiente familiar em que havia
muita comunicação entre as pessoas e que a pessoa teve oportunidades para desenvolver
seus talentos e potencialidades.
Se ela vem com A Torre na segunda posição, vamos imaginar que algum acontecimento
difícil ocorreu aqui, talvez a perda ou divorcio dos pais, uma crise financeira, ou qualquer
outro tipo de dificuldade que tornou esta fase da vida um pouco complicada. Naturalmente
isto reflete sobre a pessoa e pode ter vivido sentimentos de insegurança, abandono ou
medo nesta fase.
A terceira posição nos conta do caráter e das aspirações que a pessoa tenderá a buscar na
vida adulta. Cronologicamente corresponde ao ingresso na vida adulta, em torno dos 21
anos, até por volta dos 40 anos, lembrando que podem ocorrer variações na faixa etária,
de acordo com as circunstancias de vida.
Se a pessoa vem com O Carro, por exemplo, vamos supor que a pessoa dotada de muita
energia e vitalidade, tenderá a ser bem sucedida ao buscar atingir seus objetivos. Vida
movimentada, sucesso e outros aspectos relacionados com este Arcano colocado nesta
posição.As questões profissionais e amorosas são temas que o consulente costuma explorar
nesta posição.
A quarta posição corresponde à realização, à opinião de si mesmo na maturidade e ao olhar
retrospectivo sobre nossa vida até então. Se a pessoa vem com A Morte, o significado é o
de transformar-se profundamente, irromper como um novo ser, e não à morte física. Há
pessoas que tem A Morte na primeira posição. Se a Linha da Vida estivesse apontando para
a morte física, naturalmente a pessoa não estaria na sua vida adulta, analisando o Arcano.
A Morte aqui tem a ver com renascimento, o que exige esforço, perseverança, cortar coisas
inúteis ou que não são mais apropriadas para essa nova fase da existência.
A quinta posição relaciona-se à missão de vida, ao que se espera que a pessoa realize
nessa existência e a última fase de sua vida nesta passagem sobre este mundo. Vamos
imaginar que a pessoa venha com O Eremita. Sabedoria baseada na experiência, clareza
mental, prudência, calma, paciência e recolhimento são algumas das suas qualidades. Sua
missão é levar a luz, iluminar quem encontra ao longo do caminho.

Síntese
A relação entre os Arcanos colocados em suas respectivas posições deve ser sempre
observada. Por isto, ao final, sempre é bom fazer uma síntese para que o consulente tenha
uma visão geral.
A Linha da Vida é um convite a uma viagem pelo passado, presente e futuro, uma
oportunidade para refletir sobre si mesmo e direcionar seus passos no sentido da realização
de suas aspirações e da sua missão de vida. Como dissemos, há jeitos diferentes de
caminhar na jornada da vida. Que todos nós façamos uma boa e feliz viagem!

Tal como o Oito de Espadas. Um círculo vicioso, tenso e pesado de fumaça. Seu
significado principal lembra-me o sufocamento: a sensação de que perdemos o
controle sobre nosso espaço, que se torna cada vez menor, cada vez mais
asfixiante.
Crowley representa o Oito de Espadas como um gradil; Waite, como uma
cerca... Mas, pesquisando na Taroteca, achei a representação que mais se
aproxima do que senti em relação à carta dentro dessa conjuntura, no Olympus
Tarot: a flecha (Tarot Samurai) que atinge o calcanhar de Aquiles.

Falta dinheiro, a harmonia familiar some.


O que fazer?
Cláudia Boechat

Perguntei ao Tarô qual seria a recomendação quando a falta de dinheiro quebra a harmonia
familiar. Acho que, se não todos, a maioria de nós já deve ter passado por essa situação.
Eu, com certeza. Fiz um jogo absolutamente informal. Podem me esculhambar, mas não
segui nenhum método ou técnica convencional. Fui intuitiva. Decidido o tema do jogo, as
perguntas foram me ocorrendo e abria uma carta para responder a cada uma. Vou, agora,
expor o significado dessas “casas” nesse jogo, colocar o arcano maior correspondente a
cada uma delas e conto com vocês para discutirmos a interpretação, ok? Vamos lá:
Casa 1: Descreve a situação real e presente. Arcano: O Carro.
Pelo jeito as pessoas da família ainda não perderam seus sonhos e objetivos na vida. Estão
lutando de olho no futuro. Isso tem um lado bom e um lado ruim. O positivo é que uma
meta faz a gente seguir adiante e enfrentar dificuldades com maior disposição. O negativo
é que olhar direto para o horizonte pode fazer a gente bobear na condução do carro,
esquecer da “curva” no caminho, se perder nele ou cair num buraco. É preciso enxergar os
dois lados. Ter um objetivo futuro e resolver os problemas presentes. Tá fácil pra você?

[1] O Carro, [2] A Torre e [3] O Papa


Reproduções do clássico 'Tarocco di Carlo Della Rocca' (original de 1835)

Casa 2: O que tende a acontecer nessa situação. Arcano: A Torre.


A casa cai. É preciso se desapegar do que existiu, aceitar a dura realidade e recomeçar do
zero. Será que há forças para isso?
Casa 3: Qual o caminho a seguir. Arcano: O Papa.
Pedir ajuda a Deus? Não apenas isso. É preciso reorganizar tudo. Rever documentos,
comportamentos e atitudes morais. Legalizar, fazer o que deve ser feito. Essa carta
também responde à pergunta que fiz acima: há forças, sim, para recomeçar a vida como
deve ser.
[4] A Força, [5] A Imperatriz e [6] O Mágico
Reproduções do clássico 'Tarocco di Carlo Della Rocca' (original de 1835)

Casa 4: Qual o maior obstáculo no caminho? Arcano: A Força.


A situação é muito tensa e propícia a explosões emocionais que só pioram as coisas. Falta
autocontrole em todos os sentidos.
Casa 5: Como vencer esse obstáculo? Arcano: A Imperatriz.
Com doçura e autoridade. “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás”. É preciso
arregaçar as mangas e partir para a ação. Mas, não é para sair por aí que nem maluco, é
pra refletir e tomar decisões. Na verdade, já se sabe o que tem de ser feito. E, em horas
difíceis, dar e receber carinho e colo é sempre bom.
Casa 6: Qual a qualidade existente nesse momento que deve ser explorada para reverter a
situação? Arcano: O Mago.
Parece que a disposição necessária para seguir um caminho novo e
recomeçar existe. É preciso olhar para o novo, olhar para os
instrumentos que dispõe e buscar novas possibilidades. É bom
também usar o poder de persuasão para abrir caminhos.

Casa 7: O Conselho? Arcano: A Lua.


Finalmente, chegamos à casa de conselho (apesar de termos
recebido várias orientações nas casas anteriores) e, aí, a coisa se
complicou. Arcano: A Lua.
Primeiro, pensei que seria busca de clareza. Mas, uma coisa me
incomodou. Aí, eu não estaria pensando no Sol como conselho?
Decidi seguir outro caminho. A fantasia pode ser a chave para o
retorno da harmonia familiar. Sonhar mais. Mesmo que o tal
objetivo de vida, lá na frente, seja ilusório, faz bem. A imaginação
faz bem.
O conselho seria: conversem mais sobre seus sonhos, imaginem-
se numa situação ideal, vibrem e acreditem que tudo é possível!
Maluquice? Pode ser.
Agora é a vez de vocês se perderem nos meandros desse “jogo” e fazerem a sua
interpretação. Eu apenas levantei a bola.

A correspondência entre os arcanos maiores

Tenho trabalhado os arcanos maiores de acordo com uma determinada


complementaridade, intuída de uma determinada configuração dos caminhos da
Cabala e encontrada também no capitulo sobre Tarô no “Novo Modelo do
Universo”, de Ouspensky.

São estas as correspondências:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12

Vocês podem notar que com exceção do Louco nº 0, que é uma espécie de
coringa, todos os outros arcanos somam 23 dentro desta complementaridade

1. O Mago 0. O Louco
2.A Alta Sacerdotisa 21. O Mundo
3. A Imperatriz 20.O Julgamento
4. O Imperador 19. O Sol
5. O Hierofante 18. A Lua
6. Os Enamorados 17. A Estrela
7. O Carro 16. A Torre
8. A Justiça 15. O Diabo
9. O Eremita 14.A Temperança
10.A Roda da Fortuna 13. A Morte
11. A Força 12. O Enforcado

Apresentação dos Arcanos Menores


Enquanto que nos arcanos maiores existe um relativo consenso quanto aos
significados, nos menores diversos tarólogos ou escolas desenvolveram
interpretações singulares. Não pretendo elaborar aqui avaliações desta ou
daquela linguagem; em realidade praticamente todas tem seu valor, mas
apresentar aqui uma linguagem que desenvolvi nos últimos 20 anos baseada
na tradição astrológica.
Os arcanos menores na maioria dos baralhos da época atual são
constituídos de 56 cartas, sendo 10 números de cada naipe, mais
asfiguras da corte.
Em tudo se assemelham ao baralho comum, que provavelmente foi
derivado do Taro, com a exclusão da figura do Cavaleiro. Este, por significar
liberdade e independência, deve ter sido censurado e deliberadamente
excluído dos baralhos pelo receio que ficasse alimentando as fantasias das
damas e donzelas de então...
Neste sistema é feita uma relação de correspondência dos 10 primeiros
signos com os 10 primeiros números, com cada elemento aproximando-se ou
afastando-se em relação à idéia básica do signo, de acordo com a maior ou
menor afinidade com o elemento daquele signo. Para tranqüilizar a questão
de sempre sobre onde ficam os signos de Peixes e Aquário e evitando fazer a
brincadeira clássica de que eles não são importantes, posso dizer que eles
são signos de síntese, e lidam cada um à sua maneira com as energias de
todos os outros signos.
Este sistema tem a grande vantagem de simplificar a aprendizagem dos
arcanos menores, pois estaremos lidando com a interação de 14
informações(4 naipes ou elementos e os 10 números) contra 56
informações (totalidade dos arcanos menores).

Os quatro elementos
O tema central do conhecimento astrológico e dos arcanos menores são
os4 elementos:
- elemento fogo é representado pelo naipe de paus
- o elemento ar pelo naipe de espadas
- o elemento água pelo naipe de copas
- o elemento terra pelo naipe de ouros.
A realidade tem sido decodificada pelas pessoas sensíveis em freqüências
de vibrações simbolizadas pelos elementos. Para que possamos entender com
maior facilidade a natureza dos elementos, os antigo apresentaram 4 estados
da natureza associados a eles:
Quente: aquilo que é quente está sempre em expansão, ocupando novos
espaços.
Frio: aquilo que é frio concentra, retém, conserva. É a força de atração
pelo outro.
Úmido: aquilo que úmido é flexível, adaptável, permeável e receptivo.
Seco: aquilo que é seco é duro, impermeável, determinado, consistente.

Tendo entendido estes aspectos, podemos perceber que:


Fogo: é quente e seco, portanto é expansivo, determinado, consistente,
associado no homem ao exercício de sua vontade e à manifestação de seu
ser.
Água: é fria e úmida, portanto, retém, conserva, adapta-se, recebe. É
ligada no homem, às emoções, sentimentos e sensitividade.
Ar: é quente e úmido, portanto se expande e se molda com facilidade. É
ligada no homem à função do pensamento e à mente como um todo.
Terra: é fria e seca, portanto é consistente, determinada à sensação e ao
concreto de maneira geral.
Hierarquias
Agora vamos abordar um dos pontos chaves deste sistema, que é
ahierarquia dos elementos ou a maior ou menor sintonia dos
elementos.
Os elementos de maior afinidade são aqueles que participam do mesmo
estado do eixo quente-frio. Assim, o fogo é muito compatível com o ar, pois
ambos são quentes, isto é se expandem. Pelo mesmo motivo, a terra é muito
compatível com a água, pois ambos são frios, isto é, se concentram.
Os elementos de media sintonia, são aqueles que compartilham do mesmo
estado do eixo seco-úmido. Desta maneira, a terra tem certa afinidade com o
fogo, pois ambos são secos, isto é, determinados. E o ar tem certa afinidade
com a água, pois ambos são úmidos, isto é, são flexíveis e adaptáveis.
O fogo não tem nada em comum com a água e o ar não tem nada em
comum com a terra.
Cada signo tem uma afinidade elemental básica e, como faço uma
associação de cada número com cada signo, cada número dos arcanos
menores tem a mesma afinidade básica.
A partir desta afinidade-padrão, posso traçar uma espécie de hierarquia de
elementos em cada número. Vamos considerar, a título de exemplo, o
número 3 que tem como vimos uma relação com o signo de Gêmeos, de
elemento ar. A hierarquia seria: primeiro o 3 de espadas, ou ar, pois é do
mesmo elemento do signo; depois, 3 de paus, ou fogo, pois o fogo é o que
melhor combina com o ar; a seguir, 3 de copas, ou água, por ter uma
afinidade menor e, finalmente, o 3 de ouros, ou terra, por não ter nada em
comum o ar.
E o que significa esta hierarquia? Não significa, é claro, que um arcano é
mais importante do que outro, pois todos são importantes, mas que todos
gravitam em torno da idéia-chave daquele número, mais próximos ou mesmo
se opondo, de acordo com o nível de afinidade.
Assim, no exemplo acima, a idéia central do número 3 poderia ser troca de
informações ou de impressões. O 3 de espadas seria de significado idêntico;
o 3 de paus seria uma comunicação intensa ou empolgada, mais ativa do que
receptiva; o 3 de copas seria uma comunicação mais emocional, mais passiva
e mais difícil por ter apenas uma afinidade média com espadas e, finalmente,
o 3 de ouros sendo um obstáculo ou uma barreira à comunicação.

Caminhos
Antes de entrar no detalhamento do significado de todos os números e
seus elementos, gostaria de sugerir que pode ser traçado um caminho de
cada elemento manifestando-se de diversas formas ou números.
O caminho de ouros está ligado à experiência do concreto, que nos
oferece a base e suporte material e estrutural para nossa experiência.
O caminho de espadas é ligado à experiência da mente,
da comunicação, da independência, da diversificação e da individuação.
O caminho de copas é relacionado às emoções; às empatias, simpatias e
antipatias; ao envolvimento com pessoas e situações; ao magnetismo.
O caminho de paus é dinâmico, relacionado ao impulso de ser, à vontade,
àcriatividade e motivação, ao impulso de poder.
Com esta base, podemos passar ao estudo dos números.
As Cartas da Corte
As Cartas da Corte – Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem (ou Valete) – repetem-se
nos quatros naipes – fogo, copas, ar e terra – no total de 16 cartas.

O Rei
Todos os reis são representantes do elementofogo em
cada naipe, expressando ação, iniciativa epoder de
diversas maneiras.
Rei de Paus – poder da vontade, poder da revelação e
poder da ação dinâmica.
Rei de Espadas – poder da comunicação, da
visualização e do planejamento.
Rei de Copas – poder dos sentimentos, das emoções,
do carisma e do magnetismo.
Rei de Ouros – poder da materialização, da realização
e poder sobre a matéria.

O Rei de Paus [Tarot Waite]

A Rainha
Todas as rainhas são representantes do elemento água em cada naipe,
demonstrando a força das emoções e sentimentos, diversas formas de afeto,
amorosidade e expressões do feminino.
Rainha de Copas – compaixão, empatia, capacidade
de perdoar e acolhimento.
Rainha de Ouros – expressão de afeto através do
cuidado de uma maneira prática e concreta.
Rainha de Espadas – afeto através do desapego e
sentimento liberalizador, como um águia que induz seus
filhotes ao vôo, quando estão prontos.
Rainha de Paus – expressa o afeto de uma maneira
mais intensa e assertiva, com muita firmeza, às vezes até
de uma maneira dura. Algumas pessoas precisam de um
choque adicional para acordar. O cuidado a ser tomado
aqui é se realmente estará se expressando afeto a partir
de uma real compreensão amorosa ou se será julgamento
e manipulações emocionais mal disfarçados. O grande
diferencial é se a pessoa que está expressando está
incomodada e não aceitando a outra; ou se, ao contrário,
A Rainha de Copas
aceita a outra mesmo que esta não mova um palito na
[Tarot Waite]
direção desejada.
Se não houver esta aceitação, não estaremos falando de dama de paus.

O Cavaleiro
Todos os cavaleiros são a essência do elementoar em
cada naipe, representando liberdade, movimento,
independência, coragem, comunicação e disponibilidade.
Cavaleiro de Espadas – procura a liberdade com jogo
de cintura e sabe se comunicar muito bem.
Cavaleiro de Paus – procura um espaço com
determinação; pode, também, anunciar ou divulgar algo
em que acredita com firmeza.
Cavaleiro de Copas – expressão afetiva sem
compromissos, liberdade para fazer o que gosta.
Cavaleiro de Ouros – procura se libertar de algo que o
faz sentir-se preso, ou liberdade para algo que quer
construir.

O Cavaleiro de Espadas [Tarot Waite]

O Pajem
Todos os pajens são a essência do elementoterra refletido em cada naipe,
representandoesforço, trabalho, dedicação, confiabilidade, praticidade.
Pajem de Ouros – dedicado, confiável, esforço para realizar ou concretizar
algo.
Pajem de Copas – esforço para realizar algo que gosta ou para quem gosta.
Pajem de Paus – trabalho com determinação, esforço para que sua vontade
seja realizada.
Pajem de Espadas – trabalho para se tornar mais independente ou esforço
para se libertar de algo que o prende como, por exemplo, uma dívida.

Os ritos, orações e preparativos para o atendimento


As preces tradicionais do Cristianismo
Orações cristãs evocadas nas mais diferentes situações da vida
pessoal e nos momentos de pedir ajuda para o próximo.

Pai Nosso

Pai Nosso que estais nos Céus,


santificado seja o vosso Nome,
vinde a nós o vosso Reino,
seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia, nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do Mal.
Porque teu é o reino, e o poder, e a
glória, para sempre.

Ave-maria

Ave, Maria, cheia de graça,


o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres,
e bendito é o fruto
do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores, agora
e na hora da nossa morte.
Amém.

Sinal da Cruz

(†) Pelo sinal da Santa Cruz, (†) livrai-nos Deus, Nosso Senhor, (†) dos nossos
inimigos, (†) em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

O Sinal da Cruz é uma oração que se recomenda rezar logo ao acordamos,


como a nossa primeira oração, para que Deus, pelos méritos da Cruz de Seu
Divino Filho, nos proteja durante todo o dia. Feito antes de iniciarmos as nossas
orações, nos predispõe a bem rezar.

Com este Sinal, que é o sinal do cristão, nós pedimos proteção contra os nossos
inimigos. Que inimigos? Todos aqueles que atentem contra a nossa pessoa,
para nos causar tanto males físicos, quanto espirituais.

O sentido de cada gesto:

† Pelo sinal da Santa Cruz: ao traçarmos a primeira cruz em nossa testa, nós
estamos pedindo a Deus que proteja a nossa mente dos maus pensamentos,
das ideologias malsãs e das heresias, que tanto nos tentam nos dias de hoje,
mantendo a nossa inteligência alerta contra todos os embustes e ciladas do
demônio;

† Livrai-nos Deus, Nosso Senhor: com a segunda cruz sobre os lábios,


estamos pedindo para que de nossa boca saiam apenas palavras de louvor:
louvor a Deus, louvor aos Seus Santos e aos Seus Anjos; de agradecimento a
Deus, pois tudo o que somos e temos são frutos da Sua misericórdia e do Seu
amor e não dos nossos méritos: que as nossas palavras jamais sejam ditas
para ofender o nosso irmão;

† Dos nossos inimigos: a terceira cruz, feita sobre o peito, tem como objetivo
proteger o nosso coração contra os maus sentimentos: contra o ódio, a vaidade,
a inveja, a luxúria e outros vícios; fazer dele uma fonte inesgotável de amor a
Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo; um coração doce como o de Maria e
manso e humilde como o de Jesus.

† Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo: a quarta cruz, da testa ao


plexo solar e do ombro esquerdo ao direito, inclui as três anteriores e sela nossa
disposição de estar a serviço da Santíssima Trindade, em ressonância ao Mais
Alto.

Que Deus nos abençoe e nos guarde!

Anjo da Guarda

Santo Anjo do Senhor,


meu zeloso guardador,
já que a ti me confiou
a piedade divina,
sempre me rege, guarda,
governa e ilumina.
Amém.

Bênção de São Francisco

4 de outubro

Que o Senhor te abençoe e te guarde,


Que o Senhor mostre a Sua face
e Se compadeça de ti,
Que o Senhor volva Seu rosto para ti
e te dê a paz,
Que o Senhor te abençoe,
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém.

Pedido ao Pai

27º Domingo do Tempo Comum

Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos


concedeis no vosso imenso amor de Pai mais do
que merecemos e pedimos, derramai sobre nós
a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa
na consciência e dando-nos mais do que
ousamos pedir.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
Amém!

Nossa Senhora do Bom Conselho

26 de abril

Ó Virgem Gloriosa, escolhida pelo eterno


Conselho para Mãe do Verbo eterno humanado,
tesoureira das graças divinas e advogada dos
pecadores! Eu, vosso indigno servo, recorro a
vós para que me sejais guia e conselheira neste
vale de lágrimas. Alcançai-me, pelo
preciosíssimo sangue de vosso divino Filho, o
perdão de meus pecados, a salvação de minha
alma e os meios necessários para obtê-la.
Alcançai também para a santa Igreja a
propagação do reino de Jesus Cristo em todo o
mundo.
Amém.

Rezas de proteção e ajuda

Orações cristãs evocadas nas mais diferentes situações


da vida pessoal e nos momentos de pedir ajuda ao próximo.

Oração Inicial

"Peço aos guias e aos mestres que nos envolvam em vosso manto
protetor, nos protegendo de todo e qualquer tipo de negativismo ou
seres negativos, nos dando toda proteção, amparo e sustentação para
que possamos transmitir amor e esperança a todos aqueles que por
nós passarem segundo a determinação de Deus e da Justiça Divina.
Amém".

"Sempre começo o trabalho com o Tarô com essa oração que uma
vidente me passou para abrir a leitura das cartas.
Quando termino a oração sinto a paz de saber que é sempre Deus
quem comanda o jogo do inconsciente e que meu trabalho ali é
ser um canal da amorosidade e da claridade. E quando a coisa
está muito escura... indico o acompanhamento terapêutico
energético com Reiki e florais, entre outras técnicas, pois também
sou terapeuta."

Oração pelos necessitados

Nós te suplicamos, ó Deus de amor e de bondade, sê o nosso socorro e


nosso defensor.

Salva os oprimidos, tem piedade dos pequenos, levanta os que caíram,


mostra-te aos que padecem necessidade, cura os enfermos, traz de
volta os que se perderam, dá alimento aos que têm fome, a liberdade
aos prisioneiros.

Que todos os povos reconheçam que só tu és Deus, que Jesus Cristo é


teu Filho, que somos o teu povo e ovelhas do teu rebanho.

Dá misericórdia e paz a nós e a todos os habitantes da terra, como


destes a nossos pais, que te rogavam na fé e na verdade, submissos ao
teu poder infinito e à tua santidade.

Só tu tens o poder de realizar estas coisas e outras maiores ainda.

Nós te damos graças pelo Sumo Sacerdote e Protetor de nossas vidas,


Jesus Cristo, por Ele te sejam dadas glória e magnificência agora e de
geração em geração, pelos séculos dos séculos.

Amém.

Para fechar o corpo Aos que sofrem

Oração das sete forças do Quanto tempo, Senhor, passo


credo pedindo por mim.
Hoje, quero- te pedir pelo irmão
Salvo estou, salvo estarei, que não te conhece;
salvo entrei, salvo sairei, Pelo que não tem o que comer;
são e salvo como entrou Pelo que não tem ninguém por ele;
nosso senhor jesus cristo no Pelo abandonado;
rio Jordão com São João Batista. Pelo que não tem saúde;
Pelo que não tem amor;
Na Arca de Noé eu entro, com a Enfim... por todos os que sofrem.
chave do senhor São Pedro Abençoa, Senhor, esses irmãos,
seus filhos, que hoje sofrem.
eu me tranco.
Permita que possam sentir-se,
nesse momento, abraçados por Ti,
A Jesus de Nazaré eu me
carregados em Seus braços,
entrego,
amados! Amém.
com as três palavras do credo
Deus me fecha.

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