Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Feira de Santana
2013
3
A Importância do Apoio Institucional na Implementação do Programa de
Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ): Avaliação dos resultados.
Feira de Santana
2014
4
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------06
2. OBJETIVOS-----------------------------------------------------------10
3. METODOLOGIA-------------------------------------------------------11
4. RESULTADOS----------------------------------------------------------12
5. DISCUSSÃO------------------------------------------------------------18
6. CONSIDERAÇÔES FINAIS-----------------------------------------21
REFERÊNCIAS
5
1. INTRODUÇÃO
A construção do Sistema Único de Saúde (SUS) teve muitos avanços nos últimos anos
e a cada dia vemos o quanto a Atenção Primária à Saúde (APS) tem contribuído para o seu
fortalecimento. Devido a APS ter um papel fundamental no funcionamento do SUS, se bem
organizada com profissionais preparados, tem a capacidade de resolver 80% dos problemas de
saúde. Uma das características é ser porta de entrada para o sistema de saúde, mas para que as
pessoas vejam como porta de entrada é preciso que tenham acesso diante de um problema de
saúde, que sejam acolhidos e que tenha resolubilidade.
6
reuniões de equipe, contribui com as equipes na organização da unidade, agenda
compartilhada, mural para o cardápio de ofertas e horário de funcionamento da unidade,
organização dos prontuários, caixa de sugestões, implantação do acolhimento à demanda
espontânea e promove processo de educação permanente com envolvimento da comunidade
no planejamento das ações.
Campos (2003) indica a função do apoiador institucional como aquele que ajuda na
gestão e na organização de processos de trabalho, na construção de espaços coletivos nos
quais os grupos analisam, definem tarefas e elaboram projetos de intervenção. O apoiador
institucional compromete-se com as equipes a quem deve comunicar suas avaliações e suas
análises. Nesse sentido, contribui para a efetivação dos processos de co-gestão no trabalho,
devendo principiar com a construção de um contrato que estabelece expectativas, objetivos,
regras, métodos e o que mais surgir durante o processo.
Campos (2003) relata que o apoio pode ser feito de vários lugares: lugar de poder
institucional, quando o dirigente apoia seus dirigidos, lugar de suposto saber, quando um
apoiador é demandado por um conhecimento, apoio de um lugar de poder e saber quando um
profissional clínico apoia seus usuários, lugar de paridade ou horizontalidade quando um
7
membro de uma equipe apoia outro. A postura do apoiador em qualquer posição que ele esteja
é de incluir-se ativamente no processo, saindo de uma postura burocrática, misturando-se,
apoiando as equipes, capacitando os profissionais a depositarem afetos no desenvolvimento
do seu processo de trabalho. Sua missão é fazer com e não pelo outro ou para o outro.
O PMAQ foi instituído pela portaria 1654/ 2011 do Ministério da Saúde, e busca
incentivar a instituição de processos que ampliem a capacidade das gestões federal, estaduais
e municipais e das Equipes de Atenção Básica (EAB) em ofertarem serviços que assegurem
maior acesso e qualidade, de acordo com as necessidades de saúde da população (manual do
PMAQ). O primeiro ciclo se deu em 2011/2012, e atualmente estamos no segundo ciclo.
Este artigo tem como objetivo principal avaliar a importância do apoio institucional
na implementação do 1º ciclo do PMAQ, além de aprofundar os conhecimentos sobre as
práticas do apoio, analisar as ferramentas utilizadas pelo apoio institucional e os resultados
alcançados.
A escolha do tema para essa pesquisa é relevante porque o apoio institucional amplia a
capacidade de gestão dos municípios, qualificando tanto a gestão como as ESF, baseando-se
nas diretrizes da política da gestão compartilhada que está de acordo com a nova PNAB, ou
seja: apoio institucional, educação permanente e gestão por resultados.
9
2. OBJETIVOS
10
3. METODOLOGIA
11
4. RESULTADOS
12
A certificação das equipes foi classificada em regular, quando o desempenho foi
mediano ou um pouco abaixo da média, quando comparado às equipes de saúde que estão no
mesmo estrato; Bom, quando o desempenho foi acima da média, ou seja, as equipes cujo
resultado alcançado foi maior do que a média e menor ou igual a +1 (mais um) desvio padrão
da média do desempenho das equipes em seu estrato; e ótimo quando o desempenho foi muito
acima da média, ou seja, o resultado alcançado foi maior do que +1 desvio padrão à média do
desempenho das equipes em seu estrato.
Dos municípios avaliados, a maior parte encontra-se no estrato 3, que são municípios
com a população de até 50 mil habitantes, são eles; Capim grosso, Vera Cruz, Amargosa,
Conceição da Feira, Rio Real, Inhambupe, Cícero Dantas, Jaguarari, Barra, São Desidério e
Barra da Estiva; Boninal, Ibitiara e Uibaí fazem parte do estrato 2; Cruz das Almas e
Brumado fazem parte do estrato 4, Lauro de Freitas e Juazeiro do estrato 5 e apenas Feira da
Mata que faz parte do extrato 1.
O desempenho final das equipes foi composto pela autoavaliação realizada na segunda
fase do PMAQ, visto que só em ter realizado a autoavaliação as equipes já adquiriam 10% da
sua certificação; 20% da nota estavam relacionados aos indicadores e 70% em relação ao
processo de trabalho das ESF, avaliados durante a terceira fase do PMAQ, a avaliação
externa.
13
X
SANTA LUZIA
CONCEIÇÃO X
ANTÔNIO LEÔNCIO*
DA FEIRA RENATO MARQUES DE X
OLIVEIRA
02 01
DONA ROSA* X
ESCOLA DE ACRONOMIA* X
CRUZ DAS
SÃO JUDAS TADEU* X
ALMAS VILAREJO X
SAPUCAIA* X
0 03 02
URBIS* X
0 03 03
PRIMAVERA* X
LORETO X
LAGOA SECA X
OTTO DE ALENCAR X
CENTRO I X
RIO REAL
CAMPAO X
MARE MANSA X
SALGADEIRA X
PUBA X
01 02 06
CATUNI X
FLAMENGO X
JAGUARARI JUACENA X
ST. ROSA* X
0 04 0
CAIC* X
ALAGADIÇO X
ALTO CRUZEIRO X
ALTO MARAVILHA
ALAGADIÇO X
ALTO MARAVILHA X
ANT. GUILHERMINO X
CAMPOS X
CAPIM DE RAIZ X
CARNAIBA X
CENTRO I X
CENTRO III X
DOM JOSÉ X
15
DOM THOMAZ X
ERASMO I X
ERASMO II X
EUCLIDES X
ITABERABA I X
ITABERABA II X
JD. FLORIDA X
JUAZEIRO JD. PRIMAVERA X
JOÃO PAULO II X
JOÃO XXIII X
JUREMAL X
LAGOA DO SALITRE X
MANIÇOBA I X
MANIÇOBA II X
MARINGA X
NOSSA SENHORA DA PENHA X
NOVO ENCONTRO
CENTENÁRIO X
NOVO ENCONTRO LOMANTO X
PALMARES X
PIRANGA X
PQ. RESIDENCIAL X
QUIDE X
SÃO GERALDO X
SOBRADO 4 X
SOBRADO 5 X
ST. ANTONIO 1 X
ST. ANTONIO 2 X
TABULEIRO X
VILA JACARE X
28 13 0
JULIO INACIO NEVES - PEDRAS
ALTAS X
JARDIM FORMOSA X
CAPIM GROSSO
POSTO DO ESTADO* X
SEMO X
02 01 01
HIDROLANDIA* X
UIBAI SEDE* X
0 01 01
ASSUNÇÃO* X
SUBSTAÇÃO* X
FREI BENJAMIN CAPELLI* X
BARRA
JOSÉ MUNIZ* X
MANGA* X
0 01 04
FEIRA DA MATA * X
FEIRA DA MATA
VARZEA DA CRUZ X
16
01 01
ANTÔNIO PEREIRA* X
SÃO DESIDÉRIO
01
BAIRRO DAS NAÇÕES* X
CAPOEIRA X
PLACA* X
BARRA DA
SÃO FELIX* X
ESTIVA
TRIUNFO X
RIO PRETO* X
01 02 03
BARAUNAS* X
JUVENCIO X
OLHO D'AGUA* X
UBIRAÇABA X
BRUMADO
URBIS I* X
URBIS II* X
VILA X
0 04 03
FONTE: Avaliação Externa do PMAQ/MS * ESF com Apoio Institucional
17
5. DISCUSSÃO
18
autoavaliação com as equipes e com a gestão, estimulando os participantes a refletirem de
como vem sendo desenvolvido o seu processo de trabalho, a identificarem e discutirem todos
os problemas da unidade, priorizar alguns de sua governabilidade para buscar resolutividade e
assim pactuaram metas e resultados e as ações necessárias para melhorar a qualidade da
assistência e o acesso dos usuários aos serviços. Construíram enfim, uma matriz de
intervenção com as estratégias de ação, os objetivos, as metas, discriminam as atividades que
seriam desenvolvidas para alcance das metas e dos objetivos e definiram os responsáveis pela
execução. Para realização da oficina de Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da
Qualidade (AMAQ) foi utilizado uma ferramenta do Ministério da saúde de caráter reflexivo
e problematizador, composta por um conjunto de padrões de qualidade, ou seja, por um
conjunto de declarações acerca da qualidade esperada quanto à estrutura, aos processos de
trabalho e aos resultados das ações na Atenção Básica ( Brasil,2013).
Para possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e
resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção,
acolhendo os usuários e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas
necessidades de saúde (BRSIL, 2013), foram utilizadas outras ferramentas ofertadas pela
FESF. Além dos conhecimentos técnicos e do instrumento AMAQ do Ministério da Saúde foi
utilizado também o Plano de Ação e Resultados em Saúde (PARES) que é o planejamento
feito pela equipe com a participação da gestão e dos usuários; O MAPS (Monitoramento das
Ações Primárias da Saúde) que é um dos instrumentos que o apoiador utiliza para
acompanhar e monitorar a produção e os indicadores de saúde e as ações pactuadas nas
matrizes de intervenção do PMAQ de cada equipe apoiada; O PDGC (Plano de
Desenvolvimento da Gestão e do Cuidado), ferramenta utilizada para acolher as demandas e
as expectativas da gestão em relação ao apoio e o que será desenvolvido para alcançar a
qualidade desejada.
O instrumento AMAQ do Ministério da saúde que compara as ações desenvolvidas pelas
equipes de atenção básica com os padrões de qualidade onde refletem o foco da atenção
básica no usuário, induzindo a transparência dos processos de gestão, a participação e controle
social e a responsabilidade sanitária dos profissionais e gestores de saúde com a melhoria das
condições de saúde e satisfação dos usuários (BRASIL, 2013)
Antes do PMAQ e da atuação do apoiador a situação encontrada nas equipes era de um
trabalho fragmentado sem planejamento, sem reflexão das necessidades, sem a participação
dos usuários. Os momentos de reuniões de equipe eram poucos e não se reuniam para discutir
19
processo de trabalho, discussão de casos e construções coletivas. O papel do gestor em
relação às ESF era na lógica da supervisão, fiscalizadora e punitiva.
O fortalecimento do apoio institucional municipal proporciona uma mudança no modelo
de gestão e mudanças de práticas dos profissionais das equipes, por meio da promoção dos
espaços coletivos de escuta e diálogos, onde a gestão participa do planejamento das ações das
ESF, acompanhando e apoiando realmente em suas necessidades.
20
6. CONSIDERAÇÔES FINAIS
Para o desenvolvimento das ações de apoio foi necessário uma gestão participativa e
que se dispôs a investir nos trabalhadores e na relação de diálogo. Desde a adesão ao PMAQ
as equipes de saúde da família assumiram o compromisso juntamente com a gestão na
realização de oficinas se envolvendo de forma articulada e sempre estimulando a participação.
Tornando potente e nítida a satisfação da gestão e dos trabalhadores pelo diálogo e
entendimento comum sobre o uso desses instrumentos. A partir da intensificação das ações do
apoio e com a incorporação da Função Estratégica de Gestão em alguns municípios pode-se
verificar uma melhora e ampliação nas ações de acompanhamento das equipes e apoio para o
desenvolvimento das ações de melhoria do acesso e da qualidade a gestão da Atenção Básica.
Em toda esta trajetória do desenvolvimento do PMAQ o apoio institucional foi
fundamental para a organização do processo de trabalho das equipes, possibilitando o
desenvolvimento de algumas competências como, compreensão das políticas públicas de
saúde; análise da oferta e da demanda da USF, em relação às necessidades do território;
planejamento e avaliação das ações de saúde, além discutir proposição de novas formas de
organização de uma rede de atenção à saúde.
Pode-se então considerar que o principal objetivo do apoio institucional foi cumprido,
uma vez que a maioria das equipes que fizeram adesão ao PMAQ e que tiveram acesso ao
apoio institucional obtiveram certificação entre ótimo e bom na avaliação externa.
21
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira. 1999.-
Barros, Maria Elizabeth Barros de, Guedes, Carla Ribeiro and Roza, Monica Maria
Raphael O apoio institucional como método de análise-intervenção no âmbito das
políticas públicas de saúde: a experiência em um hospital geral. Ciênc. saúde coletiva,
Dez 2011, vol.16.
Guedes, Carla Ribeiro; Roza, Monica Maria Raphael; Barros, Maria Elizabeth Barros de
Barros Apoio Institucional na Política Nacional de Humanização: uma experiência de
transformação das práticas de produção de saúde na rede de atenção básica/Cad. saúde
colet., (Rio J.); 20(1), jan. 2012.
SANTOS FILHO, Serafim Barbosa; BARROS, Maria Elizabeth Barros de and GOMES,
Rafael da Silveira. A Política Nacional de Humanização como política que se faz no
processo de trabalho em saúde. Interface(Botucatu) [online].2009,vol.13.
22
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do
SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 4. Ed., 2008.
23
ANEXO I
CRONOGRAMA
Novembro
Dezembro
Fevereiro
Outubro
Janeiro
Março
Abril
2013
2013
2013
2014
2014
2014
2014
Construção do projeto X X
Construção do questionário para a coleta de dados X X
Entrega do projeto X
Construção do TCC X X X X X X
Entrega do TCC X
24
ANEXO II
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA: CONCENTRAÇÃO EM
GESTÃO DA ATENÇÃO BÁSICA
Perguntas investigadoras
2- Quais as ações que são desenvolvidas junto aos municípios e às equipes para
apoio ao PMAQ?
25