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SUGESTÕES DE TEMAS
1. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
2. CONTABILIDADE APLICADA
3. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
4. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA
MINI REFORMA TRIBUTÁRIA: REFLEXÕES SOBRE A LEI Nº 10.637/2002
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16. OBRIGAÇÃO E LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
17. RESPONSABILIDADE, ILÍCITOS E PROCESSO TRIBUTÁRIOS
18. RECUPERAÇÃO JUDICIAL
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42. IMPOSTO DE RENDA DAS EMPRESAS
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64. REFORMANDO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL: EFICIÊNCIA E
ACCOUNTABILITY DEMOCRÁTICA
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ARTIGOS PARA LEITURA, ANÁLISE E UTILIZAÇÃO COMO
FONTE OU REFERENCIA
E ainda, há dezenas de obrigações acessórias que uma empresa deve cumprir para
tentar estar em dia com o fisco: arquivos digitais, declarações, formulários, livros, guias, etc.
Se não bastasse este caos, existe ainda o ônus financeiro direto dos tributos, que
tomam até 40% do faturamento de uma empresa. Somente o ICMS pode tomar 18%, o IPI,
10%, o PIS e a COFINS, até 9,25%, além do Imposto de Renda, Contribuição Social sobre o
Lucro, INSS, FGTS, Contribuição Sindical, IPTU, IPVA, etc.
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Desta forma, o grande volume de informações e sua contínua complexidade acabam
dificultando a aplicação de rotinas e o planejamento. As pessoas responsáveis pelo setor de
tributos das empresas dispõem de pouco tempo pode dedicar ao estudo das legislações
pertinentes, resignando-se ao cumprimento das rotinas e recolhimento dos tributos, às vezes
de forma imprecisa ou incorreta.
Aliado a isto, note-se que numa empresa de porte média, várias pessoas, além das
que estão diretamente trabalhando no departamento fiscal, envolvem-se com rotinas
associadas a tributos. Um exemplo é o pessoal do faturamento, que emite notas fiscais e
calcula impostos.
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A Importância da Gestão Tributária nas Empresas - Júlio César Zanluca
Anote os Nomes dos Que Votaram a Favor da CSS - Júlio César Zanluca
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Fim da CPMF: Um momento Histórico para o Brasil! - Júlio César Zanluca
PIS e COFINS - A Novela dos Créditos do Simples - Reinaldo Luiz Lunelli e Júlio
César Zanluca
Caso Renan é MAIS uma Vergonha para o Brasil! - Júlio César Zanluca
Não Existe Super Simples - Existe Super Complicado! - Júlio César Zanluca
Mais uma Derrota do Governo: MP 258 Perde a Eficácia - Júlio César Zanluca
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A GESTÃO TRIBUTÁRIA NO BRASIL
por: Colunista Portal - Educação
Dentro das minhas despesas, está uma que consome muito da minha receita e
consequentemente diminui o lucro, são os tributos.
É comum ouvir falar com muita frequência sobre o planejamento tributário e muitas
vezes nem saber exatamente o que isso significa. Uns pensam que se trata
simplesmente de algum "trambique" para pagar menos impostos, outros que é algo
muito complicado, e que somente grandes empresas podem ter acesso a ele, e até
existem aqueles que acham algo misterioso, portanto, tão difíceis e inacessíveis que
não se animam a procurá-lo.
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Planejar um tributo é organizar todas as etapas de sua apuração, de forma a prever
antecipadamente quanto será pago, preparando cada operação para que seja
gerado o menor valor possível, tudo dentro da lei.
Em que pese a má aplicação de uma parte dos tributos arrecadados, é com eles que
o Poder Público mantém os serviços que são prestados à população. Não se deve
revoltar contra o seu pagamento. Entretanto, é dever de todo empresário
responsável cuidar para que seja pago apenas o tributo devido pelas suas
atividades, que é o tributo justo. Não pode ser o justo segundo a própria vontade,
mas sim, segundo a legislação vigente.
Outras vezes o planejamento tributário pode ser feito já na hora da compra. Uma
pequena indústria, que esteja enquadrada no ICMS como apuração normal, ao
adquirir insumos de uma empresa localizada em outro Estado, terá direito de
creditar-se de 12% de ICMS sobre o valor da compra. Se esta mesma compra for
efetuada de empresa localizada dentro do Estado o seu crédito será de 18%,
portanto, se o preço pago for o mesmo, haverá uma economia de ICMS de 6% sobre
o valor da compra quando esta for feita dentro do Estado. Isto também é uma forma
de planejamento tributário.
Exemplo: uma empresa que tenha poucos empregados e que apresenta prejuízo e
está enquadrada no Lucro Presumido. Em sentido inverso, uma empresa que esteja
enquadrada no Lucro Real e que tenha lucro acima dos índices do Lucro Presumido.
Outro caso que ocorre com alguma frequência é a aquisição de mercadorias com
redução de base de cálculo de ICMS e venda da mesma sem a redução, por falta de
orientação ou erro de lançamento nos livros fiscais. Este procedimento acarreta o
pagamento de imposto a maior, embora indevidamente.
Há ainda os casos em que apenas se deixa de emitir a nota fiscal na hora da venda
imaginando-se que com este procedimento se estará pagando menos tributos. Ledo
engano! É só lembrar que as vendas devem ser suficientes para o pagamento das
compras e das despesas, exceto se as contas não estiverem sendo pagas, situação
que não perdurará por longo tempo, pois, logo algum credor pedirá a falência da
empresa.
Também é bom lembrar que, pelo recolhimento da extinta CPMF, a fiscalização tem
a informação sobre a movimentação bancária. Como ninguém vai ao Banco retirar
dinheiro para depois redepositá-lo, a regra geral é que todos os depósitos
correspondem a vendas efetuadas.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com
certificado
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/46073/a-gestao-tributaria-no-
brasil#ixzz2YfwOCGUJ
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Direito empresarial à luz do Código Civil brasileiro
Celso Marcelo de Oliveira
http://jus.com.br/revista/texto/3807/direito-empresarial-a-luz-do-codigo-civil-brasileiro#ixzz1rpRlEO1n
INTRODUÇÃO.
O Novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor em janeiro de 2003, está trazendo
profundas mudanças no Direito das Empresas e na regulamentação das sociedades em geral,
inclusive seus tipos societários, dentre eles a Sociedade por Quotas de Responsabilidade
Limitada, Conta de Participação, Nome Coletivo, Comandita Simples, Sociedade Anônima,
Comandita por Ações, Cooperativa e Dependente de Autorização.
Devemos expor nas observações do Prof. Benjamim Garcia de Matos, do curso de Direito da
UNIMEP, Piracicaba –SP, que "a revogação da primeira parte do Código Comercial de 1º de
junho de 1850, com a introdução do Direito de Empresa no novo Código Civil, é um avanço,
que merece destaque especial, até porque torna o comerciante um empresário voltado para a
atividade econômica, que é a nova leitura que se deve fazer nos tempos modernos ".
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Assim, o Novo Código Civil Brasileiro, dotado de técnica e regras indispensáveis, cria a
possibilidade, não a obrigatoriedade, da constituição de uma Sociedade Limitada com regras,
direitos e obrigações previamente delimitados, afastando as inseguranças jurídicas causadas
pelas insuficientes disposições do Decreto n.º 3.708/19.
Assim, com a presente obra jurídica vamos fazer uma análise minuciosa da nova temática :
Regulamentação Geral da Sociedade Limitada, Regência Supletiva da Sociedade Limitada,
Responsabilidade Solidária dos Sócios, Existência do Conselho Fiscal, Possibilidade de
Exclusão do Sócio, Resolução Parcial da Sociedade, Cessão de Quotas Sociais, Assembléia
Geral de Sócios Cotistas e a Penhora de Bens dos Sócios, Modificação de Contrato,
Incorporação, Fusão ou Dissolução da Sociedade Limitada e a Aplicação Supletiva das
normas da Sociedade Simples/Sociedade Anônima vis a vis e participação de Acionista
Estrangeiro.
Assim o nosso trabalho jurídico tem por objeto o estudo de aspectos relevantes da sociedade
limitada no Novo Código Civil Brasileiro, bem como proporcionar uma visão geral do tema
envolvendo a sociedade limitada. Ao longo do desdobramento das questões que revestem o
tema, será feita uma análise do atual regime das limitadas, em atenção às recentes posições
doutrinárias e jurisprudenciais. Assim, a finalidade primordial da presente obra jurídica é
orientar a elaboração e a alteração de contratos sociais das sociedades por quotas de
responsabilidade limitada, sugerindo a sua pronta adequação às regras e aos princípios
constantes no Novo Código Civil Brasileiro que são meros reflexos das tendências
doutrinárias e jurisprudenciais manifestadas quando da apreciação do Decreto n.º 3.708/19.
SOCIEDADE COMERCIAL.
O Título II trata da questão da sociedade (Arts. 981 á 985) onde " Celebram contrato de
sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para
o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados." [9] Com a unificação
do Direito Comercial com o Direito Civil, no Novo Código Civil Brasileiro, desaparece a
distinção entre sociedade civil e comercial. Neste desiderato, o Código contemplou a
existência das sociedades "não personificadas", divididas entre "sociedades comuns" e
"sociedades em conta de participação, e das "sociedades personificadas", divididas em
"sociedades simples" e "sociedade empresarial".
SOCIEDADE SIMPLES.
No subtítulo II temos a sociedade simples (Arts. 997 á 1000) devendo "constituir-se mediante
contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes" [12]. O
Código Comercial francês define a sociedade, com rigor e método, como um acordo de
vontades, isto é, como un "contrat" par lequel "deux" ou plusieurs personnes... Consagrou-se,
pois, com o alto prestígio do Código Napoleão e o apoio logístico deste, que a sociedade
supõe um mínimo de duas partes, porque nasce de um contrato, que, por sua vez, supõe uma
pluralidade de partes.
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE.
Na Terceira Seção temos a Administração da Sociedade (Arts. 1010 á 1021). Um grande
passo do legislador na elaboração do Novo Código Civil Brasileiro foi a criação do
administrador da sociedade comercial. A esse respeito, a Lei n.º 6.404/76 reserva os cargos de
administradores das sociedades para pessoas físicas, excluindo as pessoas morais. Devemos
expor que "Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os
condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por
crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a
economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto
perdurarem os efeitos da condenação." Com respeito à responsabilidade da sociedade pelos
atos dos administradores, o Código é inovador, pois conforme o artigo 1016 "Os
administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados,
por culpa no desempenho de suas funções".
As atribuições dos administradores, desde que constem de contrato devidamente arquivado,
são oponíveis contra todos, o que reduz sensivelmente o campo de incidência da teoria da
aparência. Os administradores só podem atuar nos limites de seus poderes contratuais e nada
além. A atuação fora de seus limites gera sua responsabilização pessoal. Mais recentemente, o
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Prof. Rubens Requião, ao analisar o problema do abuso e do uso indevido da razão social pelo
administrador na sociedade por cotas, observou: "Pode ele, todavia, usar da razão social,
dentro dos objetivos da sociedade, mas para fins pessoais, o que caracteriza seu uso indevido.
Tanto no caso de abuso como no de uso indevido da firma social, cabe ação de perdas de
danos contra ele, promovida pela sociedade ou pelos sócios individualmente, sem prejuízo da
responsabilidade criminal".
RELAÇÕES COM TERCEIROS.
Na Quarta Seção temos a questão das Relações com Terceiros (Arts. 1022 á 1027). No art.
1.023 disciplina a responsabilidade da sociedade e dos sócios perante terceiros, respondendo
os sócios, pelo saldo das dívidas da empresa, na proporção de suas participações, salvo
cláusula de responsabilidade solidária. No artigo 1024 temos que " os bens particulares dos
sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os
bens sociais.
Necessidade não havia de disposição expressa, arredando a constrição sobre bens da
sociedade e bens particulares dos sócios por dívidas particulares. Garantia das dívidas da
sociedade, as quotas não podem responder por dívidas dos sócios; se o pudesse, aberta estaria
a burla, em detrimento de terceiros de boa fé. Incisiva, a propósito, o excelente magistério de
Rubens Requião: "... o que se precisa ter em mente, na hipótese em exposição, é a certeza de
que os fundos sociais não pertencem ao quotista, mas à sociedade. Sustentar-se o contrário é
pôr-se abaixo toda a teoria da personificação jurídica e negar-se a autonomia do seu
patrimônio em relação aos seus componentes"; e noutro lance: "Entre o sócio e a sociedade
ergue-se a personalidade jurídica desta, com a sua conseqüente autonomia patrimonial. Por
isso, pertencendo o patrimônio à sociedade, não pode o credor particular do sócio penhorá-lo
para o pagamento de seu crédito".
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Na Seção VI temos a forma de dissolução da sociedade comercial ( Arts. 1033 á 1038): A
dissolução societária total foi tratada nos artigos 1.033 e seguintes do novo Código Civil, sem
maiores inovações, sendo oportuno lembrar que neste caso será nomeado um liquidante, com
os poderes previstos nos artigos 1.102 e seguintes. A dissolução tanto poderá ser amigável
como judicial. Quando amigável opera-se através de um distrato, que não é senão um
instrumento firmado pelos sócios, disciplinando o encerramento da sociedade. Quando
judicial dependerá de sentença, a ser proferida em função do requerimento do interessado e
após comprovação do motivo alegado. Portanto, da mesma forma que a sociedade se constitui
e funciona, também pode extinguir-se. Contudo, para que isso ocorra, não basta, em geral, um
processo tão simples como a constituição da sociedade, ou seja, a elaboração do contrato ou
da escritura, ou a assembléia geral de constituição, será necessário uma série de providências
para a apuração dos haveres da sociedade, o pagamento dos credores e a distribuição do saldo.
Entretanto o artigo 1033 do Novo Código Civil Brasileiro retrata as seguintes formas de
dissolução de sociedade: I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem
oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo
indeterminado; II - o consenso unânime dos sócios; III - a deliberação dos sócios, por maioria
absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - a falta de pluralidade de sócios, não
reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; V - a extinção, na forma da lei, de autorização
para funcionar.
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irmãos continuando o tráfico paterno sob o mesmo teto, constituiriam o marco inicial dessa
sociedade, cujo primeiro sinal externo se encontra precisamente nesta comunhão doméstica.
SOCIEDADE COOPERATIVA.
O Capítulo VII vem em tratar nos artigos 1093 á 1096 da Sociedade Cooperativa. As
Cooperativas são sociedades de pessoas, com personalidade jurídica própria e de natureza
civil, não objetivando lucro e sim a prestação de serviços aos seus associados. As
características dominantes desse tipo de sociedade estão inseridas no artigos 3º, 4º e incisos,
da lei 5.764/71.
SOCIEDADES COLIGADAS.
O Capítulo VIII vem em tratar nos artigos 1097 á 1101 das Sociedades Coligadas onde
acompanhando o fenômeno da globalização, onde as empresas passam a se associarem umas
participando das outras, visando a ampliação das sua atividades, com maior produtividade e
menores custos, além de procurarem ampliar seu domínio no mercado. Diz-se coligada ou
filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade participa com dez por cento ou mais, do
capital da outra, sem controlá-la.
SOCIEDADE LIMITADA.
Finalmente temos o Capítulo IV do Novo Código Civil Brasileiro que trata da sociedade
limitada (Arts. 1052 á 1087). Assim devemos descrever os artigos que retratam a nova
constituição da sociedade limitada em substituição ao Decreto 3708, de 10 de janeiro de 1919.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.
Devemos expor sobre as normas gerais da sociedade limitada no projeto de Código Civil
unificado, onde Waldírio Bulgarelli [17], afirma: "Quanto aos tipos de sociedades,
principalmente, as sociedades que o Projeto denominou de limitadas (as atualmente, por
quotas de responsabilidade limitada), vale lembrar que o número de emendas apresentadas ao
Projeto, a maioria de elaboração do Prof. Egberto Lacerda Teixeira e a série de críticas
recebidas estão a demonstrar que as alterações procedidas não foram de molde a agradar a
doutrina. Temos para nós, que sendo as sociedades por quotas de responsabilidade limitada,
um produto híbrido, que se situa entre as sociedades de pessoas e as de capital, tem servido
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como um modelo dúctil, capaz de albergar desde as simples sociedades entre marido e mulher
até as holdings e que portanto não mereceria em princípio alterações, até porque a doutrina e a
jurisprudência têm sabido com galhardia enfrentar e resolver os problemas que apresenta.
Certamente, que perante um regime empresarial, haveria que se atentar para alguns aspectos
que atuam contra a preservação da empresa, e lembraria aqui, como exemplo contundente, o
valor a ser pago ao sócio retirante."
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RESOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE.
O Novo Código Civil Brasileiro estabelece no Artigo 1086 a exclusão do sócio. No Artigo
1032 temos que é pertinente à sociedade simples, que estabelece que a exclusão do sócio, não
exime da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a
resolução da sociedade, nem pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não for requerido a
averbação.
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SOCIEDADE LIMITADA E A ADMINISTRAÇÃO GERAL.
Na Terceira Seção envolvendo os artigos 1060 á 1065 o Novo Código Civil Brasileiro vem
em retratar a administração da sociedade limitada com uma nova figura jurídica a do
administrador designado no contrato social ou em ato separado mediante termo de posse no
livro de atas da administração
SOCIEDADE ANÔNIMA.
Devemos expor da existência do Capítulo V que vem em tratar da S.A. A Sociedade Anônima
brasileira é uma forma societária que se assemelha bastante à joint-stock company ou à
corporation. Ela é regida pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e modificações
posteriores, incluindo-se aquelas introduzidas pela recente Lei nº 10.303, de 31 de outubro de
2001 ("Lei das Sociedades por Ações"). No artigo 1088 temos que na sociedade anônima ou
companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo
preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. E que a sociedade anônima rege-se
por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.
LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE.
O Capítulo IX vem em tratar nos artigos 1102 á 1112 da Liquidação da Sociedade. O
procedimento de liquidação das sociedades deve ser simplificado e instaura-se após a
ocorrência de uma das causas dissolutórias previstas na lei ou no contrato. O supra artigo
1102 define que " Dissolvida a sociedade e nomeado o liquidante, procede-se à sua
liquidação, ressalvado o disposto no ato constitutivo ou no instrumento da dissolução".
A dissolução e a extinção, esta resultante de liquidação regular, devem ser traduzidas no
distrato, cujo arquivamento na Junta Comercial importa na eficácia das operações, perante
terceiros. J. X. CARVALHO DE MENDONÇA, critica o sistema legal porque declara
dissolvida a sociedade antes da liquidação, apontando que a verdadeira dissolução só ocorre
depois daquela (liquidação), mas se vê nesta crítica que o citado autor considerou a dissolução
como a "extinção" da sociedade e não como causa que a leva ao fim, ou ainda como
procedimento [18].
Como bem descreve o Código, consiste a liquidação na apuração do ativo da sociedade e no
pagamento de seu passivo, podendo ser extrajudicial ou judicial, sem relação direta com a
forma em que se deu a dissolução da sociedade; ou seja, os sócios podem ter chegado à
conclusão da causa dissolutória mas terem divergido quanto ao procedimento liquidatório, ou,
ainda, a sociedade pode ter sido alcançada por dissolução judicial, não obstante seus
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integrantes chegam a adotar a liquidação amigável. Devemos expor que a regra é a seguinte:
Os sócios podem resolver, por maioria de votos, antes de ultimada a liquidação, mas depois
de pagos os credores, que o liquidante faça rateios por antecipação da partilha, à medida em
que se apurem os haveres sociais. È de se retratar que " no caso de liquidação judicial, será
observado o disposto na lei processual " e " no curso de liquidação judicial, o juiz convocará,
se necessário, reunião ou assembléia para deliberar sobre os interesses da liquidação, e as
presidirá, resolvendo sumariamente as questões suscitadas."
TRANSFORMAÇÃO SOCIETÁRIA.
A Transformação societária é uma forma de alteração contratual pela qual uma sociedade
passa, independentemente de dissolução ou liquidação, de uma espécie para outra. Não se
confunde com a incorporação, a fusão, a cisão ou a sucessão. Devemos expor que " A
transformação depende do consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato
constitutivo, caso em que o dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio
do estatuto ou do contrato social, o disposto no art. 1.031."
INCORPORAÇÃO SOCIETÁRIA
No que tange a Incorporação societária temos uma operação em que uma ou mais sociedades
são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e encargos. A incorporação
(merger, no direito inglês) é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. A incorporação não dá origem a uma
nova sociedade, pois a incorporadora absorve e sucede a uma ou mais sociedades. Por outro
lado não ocorre, na incorporação, uma compra e venda, mas a agregação do patrimônio da
sociedade incorporada ao patrimônio da incorporadora, com sucessão em todos os direitos e
obrigações.
FUSÃO.
No Novo Código Civil Brasileiro temos que a fusão determina a extinção das sociedades que
se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações. A fusão
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será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que
pretendam unir-se. Em reunião ou assembléia dos sócios de cada sociedade, deliberada a
fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de
distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da
sociedade. Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembléia dos
sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da nova
sociedade. É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedade de que
façam parte. Constituída a nova sociedade, aos administradores incumbe fazer inscrever, no
registro próprio da sede, os atos relativos à fusão.
CISÃO SOCIETÁRIA
Finalmente temos a cisão societária onde uma sociedade transfere parcelas de seu patrimônio
para outra(s) sociedade(s), constituída(s) para tal fim ou já existente(s), extinguindo-se a
sociedade cindida, em caso de versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital,
se parcial a versão [19]. Do latim scindere, cortar; daí scissionis, separação, divisão.
Reorganização de sociedades na qual a companhia transfere parcelas de seu patrimônio a
outras sociedades já existentes ou criadas para tal fim, extinguindo-se a companhia cindida, se
houver transferência total do patrimônio ou dividindo-se seu capital se a transferência for
parcial. A cisão, bem como a incorporação e a fusão, tem seus requisitos apontados no Art.
223 e seguintes da L-006.404-1976 (Lei de Sociedades por Ações). O acionista dissidente da
deliberação que aprovar a cisão tem direito a retirar-se da companhia, mediante reembolso do
valor de suas ações [20].
DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL.
O Título III trata do Estabelecimento especialmente 1142 ´1 1149 do Novo Código Civil
Brasileiro. Devemos expor que matéria esta incorporada do Código Civil Italiano de l.942.
Conforme dispõe o art. 1.142 – estabelecimento é o complexo de bens organizado, para o
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Pode ser objeto unitário
de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a
sua natureza.(art. l.l43). Contempla-se ainda, a possibilidade de sua alienação, as
conseqüências, e os direitos e deveres do adquirente.(arts. l.l44 a l.l49). Enfim, o
estabelecimento comercial, agora denominado de estabelecimento empresarial [8], é todo o
complexo dos elementos, o conjunto de bens que o empresário ou a sociedade empresarial
organiza para a atividade da empresa. É o instrumental da atividade do empresário.
NOME EMPRESARIAL.
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Devemos expor que o artigo 1.155 retrata que considera-se nome empresarial a firma ou a
denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. E
ainda que equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação
das sociedades simples, associações e fundações. No supra artigo 1156 temos que o
empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se
quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade
João da Gama Cerqueira [21] define que : "Em nossa opinião, o direito sobre o nome comercial
constitui uma propriedade em tudo idêntica a das marcas de fábrica e de comércio, que se
exerce sobre uma coisa incorpórea, imaterial, exterior à pessoa do comerciante ou industrial, e
encontra seu fundamento no direito natural do homem aos resultados de seu trabalho. Essa
propriedade abrange não só o nome do comerciante singular, como, também, a firma das
sociedades em nome coletivo, as denominações das sociedades anônimas e por quotas, a
insígnia dos estabelecimentos e os demais elementos que entram no conceito do nome
comercial (n. 780, supra), considerados como objetos autônomos de direito". De seu turno,
Fábio Ulhoa Coelho [22], professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, registra
que: "Com efeito, enquanto o nome civil está ligado à personalidade do seu titular, sendo
discutível seu caráter patrimonial, em relação ao nome comercial, a sua natureza de elemento
integrativo do estabelecimento comercial afasta quaisquer dúvidas quanto à sua natureza
patrimonial."
DOS PREPOSTOS, DOS GERENTES E DO CONTABILISTA.
Destarte no capítulo III onde se trata a questão dos Prepostos, dos Gerentes e Do Contabilista
e outros Auxiliares. Os artigos 1.169 e seguintes do Código Civil tratam da figura do
preposto. Diz, por exemplo, que a preposição não pode ser transferida a terceiros, salvo com
autorização expressa, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituído. Também
se lhe veda que participe de operação do mesmo gênero que lhe foi concedida, ou que negocia
por conta própria, perante terceiro.
Por conseguinte temos no artigo 1169 que o preposto não pode, sem autorização escrita,
fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos
atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. E no artigo 1170 temos que o
preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou de terceiro, nem
participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob
pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da
operação.
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Daí o ensinamento de J. X. Carvalho de Mendonça [23] de que "a preposição comercial ou
contrato de emprego no comércio participa tanto do mandato como de locação de serviços;
não reúne, porém, os caracteres exclusivos de nenhum destes contratos. A preposição
comercial constitui figura típica de contrato. A subordinação ou dependência do preposto em
relação ao preponente arreda-lhe a qualidade de mandatário, para lhe imprimir a de locador de
serviços; a representação, que, muitas vezes, o preposto exerce relativamente a terceiros,
afasta-o da posição de locador de serviços para o elevar a mandatário. Conciliando as regras
desses dois contratos obteve-se nova figura: o contrato de preposição comercial, ou de
emprego no comércio".
DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL.
Finalmente no Capítulo IV temos a questão da Escrituração. Contábil.O Código exige que o
empresário e a sociedade empresarial sigam um sistema de contabilidade, com base na
escrituração de seus livros, além de anualmente promover o balanço, salvo no caso do
pequeno empresário.O Diário, contudo, é livro necessário a todos os empresários, inclusive os
pequenos, Nele serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento
respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao
exercício da empresa.estende-se ao pequeno empresário.
Textos relacionados
NOTAS
01. REALE, Miguel. Visão geral do projeto de código civil: tramitação do projeto
02. LUCCA, Newton de. A atividade empresarial no âmbito do projeto de código civil. In:
SIMÃO FILHO, Adalberto e LUCCA, Newton de (Org.). Direito empresarial
contemporâneo. São Paulo: Juarez de Oliveira, p. 29-83, 2000, p.37.
03. VISÃO GERAL DO PROJETO DE CÓDIGO CIVIL, artigo do Prof. Dr. Miguel Reale
04. Rubens Requião, 1977:17-19
05. REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. v. 1. São Paulo: Saraiva, 1998, p.369
06. Em 1967, formou-se uma comissão, coordenada por Miguel Reale, que apresentou o
anteprojeto de Código Civil em 1972, em que há proposta de novo regime das sociedades
limitadas.Compunham a comissão os juristas: José Carlos Moreira Alves, encarregado da
Parte Geral; Agostinho de Arruda Alvim, incumbido do Direito das Obrigações; Sylvio
Marcondes, com o Livro do Direito de Empresa; Ebert Vianna Chamoun, incumbido do
Direito das Coisas; Clóvis do Couto e Silva, cuidando do Direito de Família; e Torquato
Castro, trabalhando o Direito das Sucessões.
07. A exemplo do Código Civil Italiano, de 1942, o projeto ora em tramitação tem a pretensão
de unificar o Direito Privado Brasileiro. Quando se fala em unificação, deve-se pensar,
primeiramente, na estruturação do Direito Privado sobre a base de um único direito
obrigacional, ou seja, o ponto nodal da unificação é a elaboração de um único Direito das
Obrigações, comum a todos os sujeitos, não distinguindo entre comerciantes e não-
comerciantes.
08. Código Civil, artigo 1.150
09. TÍTULO II Da Sociedade CAPÍTULO ÚNICO Disposições Gerais
10. SUBTÍTULO I Da Sociedade Não Personificada CAPÍTULO I Da Sociedade em Comum
11. CAPÍTULO II Da Sociedade em Conta de Participação
12. SUBTÍTULO II Da Sociedade Personificada CAPÍTULO I Da Sociedade Simples Seção I
Do Contrato Social
13. (in Curso de Direito Comercial, 12ª ed., 1987, págs. 299/300
14. CAPÍTULO II Da Sociedade em Nome Coletivo
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15. Amador Paes de Almeida, Manual das Sociedades Comerciais, São Paulo, Saraiva, 2ª ed.,
1979, pp. 113 e segs.).
16. CAPÍTULO III Da Sociedade em Comandita Simples
17. BULGARELLI, Waldirio. Tratado de direito empresarial. São Paulo: Editora Atlas,
2000, pp.266/267.
18. Mendonça, J. X. Carvalho de, in ob. cit., 222.
19. Ananias Neves, Márcia Cristina, Sociedades por Cotas, São Paulo, Hemus Editora Ltda.,
s-d, p. 65.
20. Tavares Paes, P. R., Fraude contra Credores, São Paulo, Revista dos Tribunais, nota 42,
1978, p. 57; do mesmo autor, Manual das Sociedades Anônimas, São Paulo, Revista dos
Tribunais, 1981, pp. 66-67
21. Tratado da Propriedade Industrial, pág. 1.173, vol. 2, 2ª ed.
22. Manual de Direito Comercial, pág. 28, ed. 1988
23. J. X. Carvalho de Mendonça, Tratado de Direito Comercial Brasileiro, São Paulo, 1911,
Cardozo Filho & Comp., vol. II, pág. 450, nº 453
Resumo.
1.Introdução.
Assim, a proposta deste escrito é tratar do campo de aplicação do direito comercial, superando
o conceito arcaico de que somente aqueles que praticam atos de comércio podem acessar a
concordata e a falência, bem como questionar a incompatibilidade da negação da concordata e
da falência às empresas que não praticam atos de comércio.
O Direito comercial surgiu por obra de seus próprios interessados, ou seja, foram os
comerciantes que começaram a editar as normas reguladoras de sua atividade. Isto se explica
pela gênese do comércio. Na Idade Média a intensificação das feiras nas cidades medievais
fez surgir a profissão de comerciante e conseqüentemente a classe burguesa em contraposição
à classe feudal. O direito comum não regulamentava a atividade comercial, posto que a
profissão de mercador era discriminada e considerada indigna pela Igreja.
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Os comerciantes então passaram a se organizar em corporações de mercadores cujas
principais funções eram dirimir conflitos envolvendo os comerciantes que nelas estivessem
matriculados. Para tanto aplicavam as normas provindas dos costumes mercantis. "É nessa
fase histórica que começa a se cristalizar o direito comercial, deduzido das regras corporativas
e, sobretudo, dos assentos jurisprudenciais das decisões dos cônsules, juízes designados pela
corporação, para, em seu âmbito, dirimirem as disputas entre os comerciantes"(4). Infere-se
que os comerciantes faziam as leis que lhes seriam aplicadas pelos cônsules (também
comerciantes), com função jurisdicional dentro da corporação de ofício. "Tem-se aí a origem
do Direito Comercial: um direito de cunho subjetivo (dos comerciantes) e de
feição eminentemente classista, porque criado e aplicado pelos comerciantes para resolver
suas relações de negócio"(5).
Esta fase é classificada de teoria subjetiva porque só aqueles que estavam matriculados nas
corporações é que eram considerados comerciantes, e somente estes tinham acesso aos
tribunais especiais, bem como aos privilégios da falência e da concordata.
Fábio Ulhoa Coelho explicando a passagem da teoria subjetiva para a teoria objetiva diz que
"a sua [do direito comercial] transformação em disciplina jurídica aplicável a determinados
atos e não a determinadas pessoas, relaciona-se não apenas com o princípio da igualdade dos
cidadãos, mas também com o fortalecimento do estado nacional ante os organismos
corporativos."(6)
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estado nacional perante as corporações de ofício. Deslocar o âmbito do direito comercial fazia
parte da estratégia de abolição do corporativismo.(7)
É preciso lembrar que as corporações legislavam livremente para disciplinar as atividades dos
comerciantes, além disso, dispunham de uma atividade jurisdicional especializada, pois os
conflitos comerciais eram levados aos Tribunais do Comércio ligados às corporações e
compostos por comerciantes.
Estamos então diante de um sistema que classifica o sujeito do direito comercial de acordo
com sua atividade, não importando se ele está ou não ligado a uma corporação. Quais são as
atividades que credenciam alguém a ser sujeito do direito comercial? Pela teoria dos atos de
comércio, são os atos de comércio. E o que são atos de comércio? Não há quem ouse dizer,
simplesmente por ser impossível traçar uma definição capaz de abranger todas as atividades
comerciais. Fábio Ulhoa Coelho fala sobre essa indefinição: "a teoria dos atos de comércio
resume-se rigorosamente falando, a uma relação de atividades econômicas, sem que entre elas
se possa encontrar qualquer elemento interno de ligação, o que acarreta indefinições no
tocante à natureza mercantil de algumas delas.(9)" Da mesma forma Rubens Requião afirma
que "o sistema objetivista, que desloca a base do direito comercial da figura tradicional
do comerciante para a dos atos de comércio, tem sido acoimado de infeliz, de vez que até hoje
não conseguiram os comercialistas definir satisfatoriamente o que sejam eles"(10).
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Na tentativa de contemporizar a indefinição do que seriam os atos de comércio, parte da
doutrina utiliza uma fórmula pela qual o "ato de comércio é aquele praticado habitualmente
com o fito de lucro para a mediação dos bens e serviços.(11)"
No Brasil a edição do Código Comercial de 1850 – em vigor até hoje – foi totalmente
inspirado no Code de Commerce francês, adotando então a teoria dos atos de comércio, meio
misturada à teria subjetiva, pois o art. 4.º deste diploma dispõe que comerciante é aquele que
esteja matriculado em algum Tribunal do Comércio do Império e que faça da mercancia sua
profissão habitual. Como se vê, ao exigir a matrícula no Tribunal do Comércio(12), nosso
Código está retornando ao sistema subjetivo, bem como, ao dizer que é comerciante aquele
que faz da mercancia sua profissão, está contemplando a teoria dos atos de comércio. Por isso
Waldírio Bulgarelli chama nosso sistema de misto.
Não podemos acusar o nosso Código de ser anacrônico ao adotar a teoria dos atos de
comércio, pois tendo ele nascido em meados do Século XIX, sob forte influência do Código
de Napoleão, não poderia ser de outra forma.
Atualmente as dificuldades proporcionadas pela adoção – agora sim anacrônica – dos atos de
comércio em nosso sistema, consistem justamente na indefinição das atividades ou dos
sujeitos que estariam sob a égide do direito comercial e, por conseqüência, sendo beneficiados
pela possibilidade de pedir concordata e desfrutar das prerrogativas que só a falência confere
aos insolventes. Alfredo de Assis Gonçalves Neto arremata da seguinte forma: "O principal
argumento contrário ao sistema objetivo é justamente a precariedade científica da base em que
se assenta – uma enumeração casuística de atos de comércio, feita pelo legislador ao acaso (de
acordo com aquilo que a prática mercantil considerava, à época, pertencer ao Direito
Comercial). Com isso, sequer se consegue encontrar o conceito de seu elemento fundamental,
o ato de comércio.(13)"
A atividade de prestação de serviços também não poderia ser contemplada por esta teoria,
posto que no século XIX não existia a prestação de serviços em massa e explorada de forma
empresarial como temos hoje. Assim, por tradicionalismo e apego àquilo que diz a lei, até
hoje tem gente que considera a atividade de prestação de serviços (prestada em massa) como
de natureza civil. Combatendo essa idéia obsoleta, Alfredo Assis Gonçalves Neto pondera:
"Ora, o que o Código Civil regulou foi o contrato de prestação de serviços isoladamente
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considerado; não a atividade que se identifica pela intermediação de um profissional que se
dedica a recrutar trabalho alheio para coloca-lo à disposição de terceiros"(14).
Não é mais sustentável negar o caráter empresarial das atividades econômicas de prestação de
serviços efetuadas repetidamente e em cadeia. São atividades lícitas e de grande importância
na economia sendo questionável (adiante discutiremos isso mais a fundo) arrebatar desses
setores os benefícios concedidos aos comerciantes, quais sejam, falência e concordata.(15)
A teoria da empresa é fruto da unificação dos direitos civil e comercial ocorrido na Itália, em
1942 com o surgimento do Códice Civile. Conforme dito acima a principal lacuna da teoria
dos atos de comercio consiste em não abranger atividades econômicas tão ou mais
importantes que o comércio de bens, tais como a prestação de serviços, a agricultura, a
pecuária e a negociação imobiliária, prestados de forma empresarial.
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À imagem e semelhança do que dispõe o Código Civil Italiano de 1942, o nosso projeto de
Código Civil, em seu artigo 969, define o empresário como aquele que "exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou
de serviços."
Assim, enquanto aquele projeto não se convolar em lei buscamos na doutrina os instrumentos
de utilização da teoria da empresa: "A doutrina trabalha com a designação ‘empresário’ a
partir daquilo que a ciência econômica oferece, segundo a qual o empresário é o profissional
do mercado de bens e de serviços, vale dizer, o que se dedica ao ofício da produção e
circulação de bens e de serviços..."(19).
5. A desordem atual.
Não tendo sido ainda adotada legalmente a teoria da empresa, estamos diante de muitas
perplexidades no que diz respeito ao âmbito de incidência do direito comercial. Para tentar
adequar as lacunas de um sistema legal inservível algumas leis esparsas têm, simplesmente,
declarado certas atividades como sendo comerciais para incluí-las sob a ingerência do direito
comercial. Tendo em vista que os imóveis passaram a ser objeto de compra e venda em
massa, tendo inclusive empresas especializadas em sua construção, locação e venda, como é o
caso das empresas de construção civil e imobiliárias, a Lei 4.068, de 1962 declarou como
comerciais as empresas que se dedicam ao ramo da construção civil, bem como, a Lei 4.591
de 1964 tratou o incorporador profissional como comerciante sujeito à falência.
Para não deixar dúvidas a respeito do caráter comercial das sociedades por ações o art. 2.º §
1.º da Lei 6.404/76 declara qualquer atividade exercida por empresa constituída sob a forma
de Sociedade por Ações é considerada mercantil.
As empresas de trabalho temporário também foram declaradas por lei (Lei 6.019, de 1974)
como sujeitas à falência.
Deste modo percebe-se a barafunda em que se encontra o direito comercial hoje. Se nós
dissermos que é urgente uma atitude do legislador para sanear essas disfunções, estaríamos a
provocar risos nos estudiosos do direito. Primeiro porque é sabido que o direito não depende
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da lei e, segundo porque é de conhecimento geral que, para aguardar uma posição do nosso
legislador é necessário esperar sentado.
Deste modo o que se propõe é buscar os argumentos que sustentam a adoção imediata da
teoria da empresa pelos nossos julgadores, de modo a estender a todos aqueles que exercem
atividade economicamente organizada, as benesses do direito comercial.
A doutrina já se inclina para este sentido. Waldírio Bulgarelli afirma que "nos dias que
correm, transmudou-se [o direito comercial] de mero regulador dos comerciantes e dos atos
de comércio, passando a atender àatividade, sob a forma de empresa, que é o atual fulcro do
direito comercial"(20).
O que ser quer neste tópico é levantar os motivos pelos quais o Estado, através da lei, confere
aquelas prerrogativas. Façamos primeiramente uma distinção salutar para o desenvolvimento
deste tópico. Quando se fala em mercado não se está falando em sistema capitalista. O
mercado é locus de troca promovendo a circulação do capital, e propiciando também a sua
pulverização e distribuição. O capital que circula e se espalha não se acumula, evitando má
distribuição de renda. Deste modo as atividades empresariais são importantes na medida em
que promovem a circulação do capital.
Fábio Konder Comparato faz uma importante consideração sobre o papel do Estado mediante
a atuação das empresas privadas, diz ele: "A instituição do Estado social impôs, no entanto,
duas conseqüências jurídicas da maior importância para a organização das empresas. De um
lado, o exercício da atividade empresarial já não se funda na propriedade dos meios de
produção, mas na qualidade dos objetivos visados pelo agente; sendo que a ordem jurídica
assina aos particulares e, especialmente, aos empresários, a realização obrigatória de objetivos
sociais, definidos na Constituição".(22) Sendo assim, o Estado exige, através das normas
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jurídicas, atuação voltada aos objetivos sociais o que dá cor e forma à função social da
empresa.
O empresário tem consciência da função social de sua atividade. Porém, muitas vezes,
manifesta-a quando precisa do Estado para algum tipo de incentivo fiscal ou até mesmo para o
livramento dos pagamentos de ordem tributária.
Reforçando o caráter social da atividade empresarial a Lei n. 6.404, de 1976, em seu art. 154,
dispôs expressamente sobre a função social da empresa:
Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para
lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da
função social da empresa.
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cujo objetivo é proporcionar melhor distribuição de renda e acesso aos bens e serviços, e
assim sucessivamente.
Há dificuldade em se estender àqueles que não praticam atos de comércio, mas que explorem
atividade econômica organizada em forma de empresa, os benefícios da concordata e da
falência. Isso se deve ao fato de ter o nosso Código Comercial adotado a Teoria dos Atos de
Comércio. Ora, como já visto acima, pela sua idade o Código Comercial não poderia ter feito
diversamente. Mas agora nós temos uma realidade não contemplada por aquele diploma, por
isso ele não satisfaz aos anseios dos empresários. Então por que esse apego ao Código
Comercial como se ele ainda fosse um instrumento capaz de oferecer as normas aplicáveis aos
problemas da empresa moderna? Bobbio explica o que ele chama de fetichismo da lei,
dizendo que "a cada grande codificação desenvolveu-se entre os juristas e juízes a tendência
de ater-se escrupulosamente aos códigos (...)"(24).
Bem, estamos diante de uma situação para a qual não há regulamentação jurídica satisfatória.
O que se quer é incluir no âmbito de um benefício uma categoria que está excluída por
motivos históricos, qual seja, os empresários (pessoas físicas ou jurídicas) que não pratiquem
atos de comércio. Os motivos históricos a que aludo são a idade do nosso Código Comercial,
e a insipiência da atividade de prestação de serviços de forma empresarial (em massa) na
ocasião da edição do Código.
Como pode o profissional do direito equalizar essa questão com o fito de estender aos
empresários a possibilidade de receber o mesmo tratamento dos comerciantes stricto
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sensu? Podemos aplicar a interpretação teleológica, a analogia, o princípio da isonomia ou a
interpretação extensiva para fundamentarmos a extensão do beneficio da falência e da
concordata a todas as categorias de empresários. Vejamos.
Ora, não seriam as empresas prestadoras de serviço agentes econômicos tais como o são as
empresas praticantes de atos comerciais stricto sensu ? A qualidade comum a ambas é de
importantes agentes econômicos, o que determina a extensão dos benefícios de uma para
outra.
Se preferirmos utilizar o princípio da isonomia podemos invocar a preceito geral pelo qual um
benefício legal só é legítimo à medida em que alcance todos os indivíduos daquela categoria
que se encontrem na mesma situação material: todos os empresários são agentes econômicos,
logo, todos aqueles que exploram atividade econômica organizada de forma empresarial estão
aptos a participar dos mesmos benefícios.
8. Conclusão
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Finalizando nossas argumentações podemos concluir que não há mais nenhum sustento na
afirmação de que somente aqueles que praticam atos de comércio podem ter acesso à falência
e à concordata, pois isso fere os princípios mais caros ao Direito de que duas pessoas em
situação igualitária merecem o mesmo tratamento jurisdicional.(27) A teoria dos atos de
comércio, ao restringir o direito comercial, não atende mais aos novos modelos de
empreendimento, cujas atividades fogem do ato de comércio, mas que participam da produção
e circulação de bens e serviços com tanta força que chegam a representar um setor
significativo na geração de empregos, arrecadação tributária, melhoria da qualidade de
serviços e bens consumidos, etc. Assim, podemos aplicar a interpretação teleológica buscando
a ratio legis da existência daqueles benefícios, que existem para estimular a atividade
empreendedora; podemos ainda utilizar a analogia ou a interpretação extensiva, bem como o
princípio da isonomia para incluirmos os empresários prestadores de serviços como aptos a
obterem a concordata e a falência.
9.Notas
1.Bobbio diz que a originária diferenciação entre o direito público e o privado é acompanhada
pela afirmação da supremacia do público sobre o privado. Costuma-se dizer que o direito
privado regulamenta as relações entre iguais, e o direito público, as relações entre
desiguais. In BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade. Para uma teoria geral da
política. 6.ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. pgs. 15 e 16. Sendo uma relação
(supostamente) entre iguais vigoram os princípios da autonomia e da igualdade, pelos quais
dá-se às pessoas o poder de negociação.
2.O artigo 135, II do Decreto-lei n. 7.661 de 1945 assim dispõe: "Extingue as obrigações do
falido: (...) II – o rateio de mais de 40% (quarenta por cento), depois de realizado todo o ativo,
sendo facultado o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem, se para tanto
não bastou a integral liquidação da massa".
4.REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. 23. ed. Atual. São Paulo:
Saraiva, 1998. pgs. 10 e 11.
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5.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 42.
6.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998. p.
14.
7.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998.
p.14
8.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998. p.
12.
9.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998. p.
15.
10.REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. 23. ed. Atual. São Paulo:
Saraiva, 1998. pg. 13.
11.BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15 edição. São Paulo: Atlas, 2000. p. 66.
12.Como foi dito acima os comerciantes do Século XII fundaram suas corporações de ofício
com a função de regulamentar sua atividade bem como processar e julgar os comerciantes em
litígio, formando assim uma espécie de justiça especial, pois os Tribunais do Comércio
tinham exclusividade na jurisdição de contendas envolvendo os comerciantes e seus juízes
(chamados cônsules) eram também comerciantes. No Brasil, o Tribunal do Comércio existiu
até 1875 quando, por Decreto, sua função judicante foi transferida para a Justiça Comum.
13.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 47.
14.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 76.
15.Outro problema apontado recentemente por essa distinção é a exclusão das empresas
prestadoras de serviços do SIMPLES – sistema integrado de pagamento de impostos, que
reduz a carga tributária para as microempresas e empresas de pequeno porte. A Lei 9.317/96
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em seu art. 9.º, XIII deixou de fora dos prestadores de serviços cuja atividade estivesse
relacionada a profissões regulamentadas ou que exigissem um pouco mais de qualificação de
seus sócios ou empregados.
17.O direito comercial, em sua gênese, excluiu de seu âmbito a compra e venda de bens
imóveis porque na Idade Média somente os senhores feudais eram detentores da propriedade
da terra. Os comerciantes, mesmo com dinheiro não podiam negociar esses bens, por serem
negócios típicos dos senhores feudais. Daí o desinteresse dos comerciantes em regulamentar
uma atividade da qual eles não participavam.
18.BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15 edição. São Paulo: Atlas, 2000. p. 67.
19.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 74.
20.BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15 edição. São Paulo: Atlas, 2000. p. 19.
21.Devemos lembrar que o consumo não é uma opção mas sim uma necessidade.
23.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 79
25.In BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10.ª edição. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1997. p. 154.
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26.BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10.ª edição. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1997. p. 151.
27.Pode-se dizer o mesmo tratamento legal, porém como escrevo na perspectiva de não
aguardar o legislador remeto ao poder jurisdicional a atribuição de aplicação dos princípios
basilares do Direito.
BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade. Para uma teoria geral da política. 6.ª edição.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998.
GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000.
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. 23. ed. Atual. São Paulo: Saraiva,
1998
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Direito Empresarial
Por Emerson Santiago
Direito Empresarial ou ainda Direito Comercial são nomes dados a um mesmo ramo
das ciências jurídicas, constituindo uma subdivisão do chamado Direito Privado. Tal divisão
irá cuidar da atividade empresarial e de seu executante, o empresário, estabelecendo um corpo
de normas disciplinadoras importantes na condução harmônica da atividade com os interesses
do coletivo.
Como mencionado, o principal ator dentro do direito empresarial é o empresário, e este possui
uma definição específica no mesmo artigo 966:
Importante lembrar que sócios de sociedade empresária não são empresários, sendo
considerados empreendedores ou investidores. Por sua vez, o empresário distingue-se da
sociedade empresária, pois um é pessoa física (empresário) e o outro pessoa jurídica
(sociedade empresária).
Já a empresa deve ser entendida como atividade revestida de duas características singulares,
ou seja: é econômica e é organizada. Tecnicamente, o termo empresa deve ser utilizado como
sinônimo de “empreendimento”.
De acordo com o Código Civil, as empresas podem se organizar de cinco formas distintas:
sociedade por nome coletivo – é empresa por sociedade, onde todos os sócios
respondem pela dívidas de forma ilimitada.
sociedade comandita simples – organizada em sócio comanditários, de
responsabilidade limitada e comanditados de responsabilidade ilimitada
sociedade comandita por ações – sociedade onde o capital está dividido em ações,
regendo-se pelas normas relacionadas às sociedades anônimas.
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sociedade anônima (companhia), conforme reza o artigo 1088 do Código Civil,
sociedade onde o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista
apenas pelo preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
sociedade limitada – prevista no Código Civil, no seu artigo 1052, em tal sociedade a
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, sendo que todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social, dividindo-se este em
quotas iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.
Além destas sociedades, o direito empresarial prevê a figura da sociedade simples, aquela que
não é registrada em Registro Público de Empresas Mercantis (requisito obrigatório a todas as
cinco modalidades previstas acima), sendo por isso, impedida de postular direitos perante a
justiça comum. Na prática, as empresas no Brasil estão distribuídas entre sociedades limitadas
ou anônimas, sendo que as outras modalidades existem praticamente apenas no papel.
Não está relacionado ao mundo empresarial, mas é citado no Código Civil, a figura do
Profissional Liberal, exatamente no parágrafo primeiro do primeiro artigo no Código Civil
dedicado ao direito empresarial, o 966:
Bibliografia
PINHEIRO, Adriano Martins. Noções básicas acerca do Direito Empresarial. Disponível em
<http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/nocoes-basicas-acerca-do-direito-empresarial-
1360124.html>. Acesso em: 07 set. 2011.
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EMPRESA COMO PESSOA JURÍDICA
O código classifica as pessoas jurídicas sob o aspecto da sua função e capacidade. O seu
artigo 40 estabelece que as pessoas jurídicas são: a) de direito público e b) de direito privado.
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As pessoas jurídicas de direito público por sua vez são: de direito público externo (os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público); e de
direito público interno (a União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os
Municípios; as autarquias; e as demais entidades de caráter público, criadas por lei).
As pessoas jurídicas de direito privado, conforme estabelece o artigo 44 do código, são
classificadas em três grupos: a) as associações; b) as sociedades; e c) as fundações. As
associações são aquelas entidades sem fins lucrativos, a exemplo dos sindicatos, associações
dos servidores de uma determinada entidade pública, etc. As fundações são instituições
constituídas através de patrimônio livre doado por seu instituidor para uma finalidade
específica. As sociedades, objeto foco do nosso estudo, são constituídas quando duas ou mais
pessoas celebram um contrato em que reciprocamente se obrigam a contribuir, com Bens ou
serviços, para o exercício de Atividade Econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Ensina Douglass North apud.(A Era do Economista:305), as instituições podem ser restrições
formais (leis), informais (culturais), ou ainda adimplemento (dispositivos de aplicação) de
contratos e de direito de propriedade. A função delas é reduzir a incerteza por meio do
estabelecimento de uma estrutura estável, mas não necessariamente, para a interação humana.
As restrições legais e o adimplemento dos contratos estão na essência da criação e gestão das
empresas. A formalização da organização na formatação de pessoa jurídica é essencial ao
negócio, considerando que as relações de mercado e com terceiros interessados são
asseguradas pela sua condição jurídica. Neste sentido, pessoa jurídica na acepção ampla do
termo, pode não representar o mesmo que sociedade, pode esta existir (sociedade em comum
ou "de fato") independente daquela. A pessoa jurídica sob o aspecto societário, é a Sociedade
legalmente constituída através de instrumento escrito, público ou particular, devidamente
registrado no órgão competente.
Sua existência começa legalmente a partir do momento em que seus atos constitutivos
(contrato ou estatuto) são registrados no órgão competente (arts. 45, 985 e 1.150 do código
civil). Este registro poderá, quando necessário, ser precedido de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
Com o registro, aqueles que exploram a atividade empresarial - o empresário e a Sociedade
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empresária, vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais. Para os que exploram a atividade não empresária - a Sociedade simples, a
vinculação se faz no ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
O poder de administração da pessoa jurídica garante aos respectivos administradores o direito
e a obrigação de representar a organização em todos os atos, inclusive em questões judiciais.
Os administradores devem zelar pelos interesses da pessoa jurídica, agindo sempre sob o
amparo da lei e de procedimentos éticos. Assim, obrigam a pessoa jurídica os atos dos
administradores, exercidos e efetivamente praticados nos limites de seus poderes previstos no
ato constitutivo.
Coelho (2002:438) fala da designação dos administradores, que pode ser feita por prazo
indeterminado ou determinado. Afirma Fábio Ulhoa Coelho:
“Em qualquer caso, ressalte-se, os administradores exercem função de confiança dos sócios
(ou, mais precisamente, da parte dos sócios com poderes para removê-los da diretoria), e
podem, por isso, ser destituídos, a qualquer tempo, mesmo que seu mandato seja a prazo
determinado".
No que se refere às decisões, quando houver necessidade de deliberação coletiva, como regra
geral, serão estas tomadas pela maioria de votos dos administradores presentes na reunião ou
assembleia, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Fonte: http://pt.shvoong.com/law-and-politics/corporate-law/2242677-empresa-como-pessoa-jur%C3%ADdica/#ixzz1rpWHjiK2
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A Desconsideração da Personalidade Jurídica
Resumo do Artigo
por: Renata_Breves
Autor : Renata Oliveira Breves
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personificação, mas de torná-la ineficaz para a apuração de determinados atos, sem que isso
importe na dissolução da pessoa jurídica.
A Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica refere-se, portanto, a uma hipótese
excepcional, na qual se permite superar a distinção entre a personalidade da pessoa jurídica e
a personalidade de seus sócios, associados ou administradores, sendo possível alcançar o
patrimônio particular dos membros da sociedade, a fim de responsabilizá-los pessoalmente
pelos prejuízos causados a terceiros, desde que configuradas e devidamente comprovadas a
fraude e a má-fé. A aplicação da teoria não suprime a sociedade nem a considera nula, apenas
declara-se determinado ato ineficaz ou regula-se a situação de modo diferente do habitual,
dando-se mais destaque à pessoa do sócio do que à própria sociedade, para com isso
responsabilizar quem realmente praticou o ato fraudulento ou abusivo.
Somente verificando a prova cabal e incontroversa da fraude ou do abuso de direito, praticado
pelo desvio de finalidade da pessoa jurídica, é que se admite sua aplicação como forma de
reprimir o uso indevido e abusivo da entidade jurídica. Não basta haver uma obrigação não
satisfeita pela sociedade para que se possa exigir que seus sócios ou membros respondam por
ela, uma vez que a desconsideração está diretamente ligada ao mau uso da personalidade
jurídica com o aferimento de dolo, abuso de direito, fraude ou desvio de finalidade. Simples
indícios ou incapacidade econômica da pessoa jurídica, por si só, não autorizam a aplicação
de tal instituto, devendo o Judiciário, quando necessário à repressão de fraude e à má
utilização da pessoa jurídica, obrigatoriamente fundamentar seu ato, apontando fatos e provas
que demonstrem estar presentes as condições para desconsiderar a personalidade jurídica no
caso concreto.
No Brasil, o primeiro registro que se tem da adoção dessa teoria por diplomas legais encontra-
se na Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), em seu Art. 28, que prescreve que “O
Juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando
houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração”. Outra abordagem legal da Teoria da Desconsideração é
identificada no Art. 18 da Lei 8.884/94, que determina que “A personalidade jurídica do
responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da
parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver
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falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração”.
Como se observa no Art. 50 do Novo Código Civil, que dia que “Em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial,
pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”.
Publicado em: 06 abril, 2011
Fonte: http://pt.shvoong.com/law-and-politics/corporate-law/2144315-desconsidera%C3%A7%C3%A3o-da-personalidade-
jur%C3%ADdica/#ixzz1rpWicOmK
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DIREITO EMPRESARIAL: aplicação e características
Resumo:
No atual cenário econômico tomado pelo processo da globalização e pelos avanços
tecnológicos, é importante destacar a crescente influência e participação da empresa, estando,
ela, sem dúvida, no centro da economia moderna, constituindo a célula fundamental de todo o
desenvolvimento empresarial.
A Lei nº 10.406, promulgada em 10 de janeiro de 2002, entrou em vigor a partir de 11 de
Janeiro de 2003, trouxe mudanças em vários pontos do ordenamento jurídico relativo a atos
civis em território brasileiro. Foi batizada "Do Direito da Empresa" a parte que estipula as
normas relativas ao comércio. Com a atualização da nomenclatura e adoção expressa da teoria
da empresa, realidade fática indiscutível após a evolução das relações comerciais brasileiras,
os dispositivos do Livro II da Lei nº 10.406/02 corrigem a rota da matéria jurídica comercial,
em substituição ao entendimento vigente na época do Império, calcado no Code de
Commerce da França, onde vigorou a teoria dos atos de comércio. Assim, faz-se necessário
analisar os vários aspectos da Teoria da Empresa. A carência de bibliografias voltadas ao
assunto que incluam o estudo do Direito Empresarial motiva o estudo de novas análises
visando sanar as ineficácias na sua aplicação.
Em consequência do cenário exposto, a problemática pode ser sintetizada na seguinte questão:
o que é a teoria da empresa no Direito Empresarial? Procurou-se discutir os posicionamentos
contraditórios existentes na sua aplicação, as suas características e finalidades, apontando a
sua aplicabilidade no ordenamento pátrio, e verificando seus fundamentos e implicações. A
observação dos aspectos metodológicos procura indicar os meios a serem utilizados para
atingir os objetivos estabelecidos. As informações referentes ao tema teoria da empresa foram
obtidas mediante pesquisa bibliográfica.
Do mesmo modo, foram obtidas as informações sobre a sua conceituação. O conceito
proposto destina-se a analisar a teoria da empresa no Direito Empresarial e sua interferência
no sistema empresarial. Todavia, pode-se realizar e identificar as operações mais complexas e
de maior incerteza e que justifiquem maior detalhamento desta teoria para a sua adequada
aplicação. Pode-se concluir que a empresa está caracterizada pelo exercício da sua
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organização, pois se todos os elementos construtivos da empresa estiverem organizados, mas
não se efetivar o exercício dessa organização, não se pode falar em empresa.
Esta é a função do empresário, ou seja, organizar sua atividade, coordenando seus bens
(capital) com o trabalho aliciado de outrem. Esta é a organização e o motivo do conceito de
empresa se firmar na ideia de que ela é o exercício da atividade produtiva.
Atualmente a empresa exerce indiscutivelmente, importante função econômica na sociedade,
pois é considerada a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens
ou serviços. Com o surgimento da teoria da empresa, o sujeito do direito comercial é o
empresário – pessoa física ou jurídica – que exerce atividade econômica organizada, não
importando a natureza dessa atividade. Incompatível com o princípio da isonomia não
contemplar as empresas prestadoras de serviço.
Palavras chaves: Teoria da Empresa. Direito Empresarial.
1 - INTRODUÇÃO
No atual cenário econômico tomado pelo processo da globalização e pelos avanços
tecnológicos, é importante destacar a crescente influência e participação da empresa, estando,
ela, sem dúvida, no centro da economia moderna, constituindo a célula fundamental de todo o
desenvolvimento empresarial. A Lei nº 10.406, promulgada em 10 de janeiro de 2002, entrou
em vigor a partir de 11 de Janeiro de 2003, trouxe mudanças em vários pontos do
ordenamento jurídico relativo a atos civis em território brasileiro. O diploma tem por
característica a unificação do direito privado brasileiro, uma vez que abrange, além de matéria
de ordem civil propriamente dita, matéria de direito comercial. Revoga expressamente a Lei
nº 3.071/16 (Código Civil) e a Parte Primeira da Lei nº 556, de 1850 (Código Comercial), que
versa sobre o "Comércio em Geral".
Foi batizada "Do Direito da Empresa" a parte que estipula as normas relativas ao comércio.
Com a atualização da nomenclatura e adoção expressa da teoria da empresa, realidade fática
indiscutível após a evolução das relações comerciais brasileiras, os dispositivos do Livro II da
Lei nº 10.406/02 corrigem a rota da matéria jurídica comercial, em substituição ao
entendimento vigente na época do Império, calcado no Code de Commerce da França, onde
vigorou a teoria dos atos de comércio. Configurada nos artigos 632 e 633 do Código Francês
de 1807, a teoria dos atos de comércio adstringe o comerciante às práticas elencadas no texto
legal, vale dizer, comerciante vem a ser aquele que pratica atos de comércio dispostos na lei
como tal. Impossível, portanto, coadunar-se a teoria dos atos de comércio com o processo de
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desenvolvimento verificado desde então, caindo por terra a limitação taxativa das práticas
comerciais dado a dinâmica empresarial verificada através dos tempos.
Em 1942 foi promulgado o Código Civil Italiano, dispondo com força de lei a teoria da
empresa, formulada a partir da observação do panorama evolutivo do direito comercial.
Segundo esta teoria, atividade comercial é aquela que visa a obtenção de lucro mediante a
organização da força de trabalho, capital e matéria-prima, produzindo e circulando bens e
serviços. Este pensamento teórico gradativamente tomou vulto entre juristas dos países
participantes do sistema jurídico legalista.
A partir da prevalência desta teoria entre os doutrinadores, a figura do comerciante passa a ser
melhor traduzida pela palavra empresário.
Assim, faz-se necessário analisar os vários aspectos da Teoria da Empresa. A carência de
bibliografias voltadas ao assunto que incluam o estudo do Direito Empresarial motiva o
estudo de novas análises visando sanar as ineficácias na sua aplicação.
Em consequência do cenário exposto, a problemática pode ser sintetizada na seguinte questão:
o que é a teoria da empresa no Direito Empresarial? Procurou-se discutir os posicionamentos
contraditórios existentes na sua aplicação, as suas características e finalidades, apontando a
sua aplicabilidade no ordenamento pátrio, e verificando seus fundamentos e implicações.
A observação dos aspectos metodológicos procura indicar os meios a serem utilizados para
atingir os objetivos estabelecidos. As informações referentes ao tema teoria da empresa foram
obtidas mediante pesquisa bibliográfica. Do mesmo modo, foram obtidas as informações
sobre a sua conceituação. O conceito proposto destina-se a analisar a teoria da empresa no
Direito Empresarial e sua interferência no sistema empresarial. Todavia, pode-se realizar e
identificar as operações mais complexas e de maior incerteza e que justifiquem maior
detalhamento desta teoria para a sua adequada aplicação.
2 - CONCEITO
É o conjunto de normas jurídicas (direito privado) que disciplinam as atividades das empresas
e dos empresários comerciais (atividade econômica daqueles que atuam na circulação ou
produção de bens e a prestação de serviços), bem como os atos considerados comerciais,
ainda que não diretamente relacionados às atividades das empresas, conforme MAMEDE
2007.
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Abrange a teoria geral da empresa; sociedades empresariais; títulos de crédito; contratos
mercantis; propriedade intelectual; relação jurídica de consumo; relação concorrencial;
locação empresarial; falência e recuperação de empresas.
Portanto, o Direito de Empresa passa a ser regulado pela codificação civil na Parte Especial
do Livro II (arts. 966 a 1.195). Este livro, por sua vez, é assim dividido: Título I - Do
empresário; Título II - Da Sociedade; Título III - Do Estabelecimento; e Título IV - Dos
Institutos Complementares.
Este é o período correspondente ao Direito Empresarial contemplado no Código Civil. Leva
em conta a organização e efetivo desenvolvimento de atividade econômica organizada.
Os empresários individuais e as sociedades empresárias são considerados agentes econômicos
fundamentais, pois geram empregos, tributos, além da produção e circulação de certos bens
essenciais à sociedade, por isso, a legislação garante a estes uma série de vantagens. Assim é
que são deferidos institutos que dão efetividade ao princípio da preservação da empresa, de
origem eminentemente neoliberal em razão da necessidade de proteção ao mercado, relevante
para o desenvolvimento da sociedade em inúmeras searas, a exemplo da falência, da
possibilidade de produção de provas em seu favor por meio de livros comerciais regularmente
escriturados e demais medidas protetivas.
3 - AUTONOMIA
É assegurada pela Constituição Federal, no art. 22, I, que ao tratar da competência privativa
da União em legislar sobre diversas matérias, explicitou dentre elas distintamente o Direito
Civil e o Direito Comercial, que atualmente é melhor chamado de Direito Empresarial, pois a
preocupação da disciplina também se refere à prestação de serviços.
Em verdade, o direito empresarial possui um conjunto sistematizado de princípios e normas
que lhe dão identidade, bem como institutos exclusivos como a recuperação de empresas e a
falência, o que faz com que se diferencie de outros ramos do direito.
4 - FONTES
4.1 Formais (primárias ou principais)
São os meios pelos quais as normas jurídicas se manifestam exteriormente: Constituição da
República Federativa do Brasil; Leis Comerciais – CC, Lei 10.406/2002, arts. 966 a 1195; Lei
6404/76 – S A; Lei 11.101/2005 – Falência e Recuperação Judicial e Extra-judicial; Lei
9179/96 – Propriedade Industrial; Lei 5474/68 – Lei das Duplicatas; Código Comercial – Lei
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556/1850, que trata do Comércio Marítimo e que não foi revogada pelo CC.; Tratados e
Convenções Internacionais (Lei Uniforme de Genebra).
4.2 Secundárias
Na ausência de norma específica de direito empresarial deve-se recorrer a essas fontes (leis
extravagantes). Compõem-se de: Leis civis – fonte direta no caso de obrigações, considerando
a unificação do CC 2002; Usos e costumes – podem ser: Secundum legem: previstos em
lei; Praeter legem – na omissão da lei; e Contra legem: contra lei (cheque pós-datado).
No que tange a costumes locais, exemplo: art. 111 do CC., tem-se: Analogia; Costumes;
Princípio Gerais do Direito; e a Jurisprudência.
6 - TEORIA DA EMPRESA
De acordo com o Código Civil, o Direito brasileiro adota a Teoria da Empresa. Substituiu a
teoria dos atos de comércio pela teoria da empresa, deixou de cuidar de determinadas
atividades (as de mercancia) para disciplinar uma forma específica de produzir ou circular
bens ou serviços: a empresarial. Isto ocorre em razão da evolução operada no comércio
mundial, notadamente com a difusão e aquisição de importância da prestação de serviços.
Para tanto foi criada a Teoria da Empresa, que nasceu na Itália e desenvolveu-se para corrigir
falhas da teoria dos atos de comércio, vindo, atualmente, a nortear a legislação pátria.
Considera-se empresa a atividade econômica organizada. Sendo:
- Objetiva – o estabelecimento – um conjunto de bens corpóreos e incorpóreos reunidos pelo
empresário, para o desenvolvimento de uma atividade econômica;
- Subjetiva – o empresário – sujeito de direitos que organiza o estabelecimento para o
desenvolvimento de uma atividade econômica;
- Funcional – atividade econômica desenvolvida por vontade do empresário por meio do
estabelecimento;
- Corporativo – empresário + empregados e colaboradores (recursos humanos utilizados na
execução da atividade econômica a que a empresa se propõe).
Abrange as atividades de comércio, indústria e serviço. É facultativo para a atividade rural.
São excluídos: profissionais liberais regulados por lei especial e profissionais intelectuais de
natureza científica, literária ou artística.
A Teoria da Empresa desenvolveu-se para corrigir falhas da teoria dos atos de comércio. Para
identificar o empresário, desconsidera-se a espécie de atividade praticada e passa-se a
considerar a estrutura organizacional, relevância social e a atividade econômica organizada, a
fim de colocar em circulação mercadorias e serviços. O atual sistema jurídico passou a adotar
uma nova divisão que não se apoia mais na atividade desenvolvida pela empresa, isto é,
comércio ou serviços, mas no aspecto econômico de sua atividade, ou seja, fundamenta-se na
teoria da empresa, conforme RAMOS 2008.
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De agora em diante, dependendo da existência ou não do aspecto econômico da atividade, se
uma pessoa desejar atuar individualmente (sem a participação de um ou mais sócios) em
algum segmento profissional, enquadrar-se-á como empresário ou autônomo, conforme a
situação, ou, caso prefira se reunir com uma ou mais pessoas para, juntos, explorar alguma
atividade, deverão constituir uma sociedade que poderá se tornar uma sociedade empresária
ou sociedade simples, conforme veremos as diferenças entre uma e outra, mais adiante.
O Código Civil de 2002, revogou expressamente a primeira parte do Código Comercial pelo
art. 2.045, a qual era dedicada ao comércio em geral (mantido os contratos marítimos). O
Código Civil adota a Teoria da Empresa, e atualmente só existe o Empresário. (art. 2.037,
CC).
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· Fragmentarismo; · Solidariedade decorre da lei ou da vontade das
· Solidariedade presumida nas obrigações. partes.
11 - CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a empresa está caracterizada pelo exercício da sua organização, pois se
todos os elementos construtivos da empresa estiverem organizados, mas não se efetivar o
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exercício dessa organização, não se pode falar em empresa. Esta é a função do empresário, ou
seja, organizar sua atividade, coordenando seus bens (capital) com o trabalho aliciado de
outrem. Esta é a organização e o motivo do conceito de empresa se firmar na idéia de que ela
é o exercício da atividade produtiva.
O conceito empresa, sob o aspecto jurídico, adquire diversos perfis em relação aos diversos
elementos que o integram. Por isso, a definição legislativa de empresa não existe, esta é a
razão da falta de encontro das diversas opiniões até agora manifestadas na doutrina. Um é o
conceito de empresa, como fenômeno econômico. Diversas são as noções jurídicas relativas
aos aspectos do fenômeno econômico que ela representa. Quando fala-se da empresa em
relação à disciplina jurídica, tem-se em mente os diversos aspectos jurídicos do fenômeno
econômico.
Empresa, portanto, não é coisa corpórea, e sim abstrata, porque significa a atividade ou o
conjunto de atividades do empresário. Empresa é o organismo que, através de alguns
elementos ou, fatores, exercita um comportamento repetitivo e metódico, exteriorizando a
atividade do empresário. Empresa é a atividade do empresário, que objetiva o atendimento do
mercado e a obtenção de lucro.
Atualmente a empresa exerce indiscutivelmente, importante função econômica na sociedade,
pois é considerada a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens
ou serviços.
Com o surgimento da teoria da empresa, o sujeito do direito comercial é o empresário –
pessoa física ou jurídica – que exerce atividade econômica organizada, não importando a
natureza dessa atividade. Incompatível com o princípio da isonomia não contemplar as
empresas prestadoras de serviço.
Referências bibliográficas
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro: empresa e atuação empresarial, volume
1. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 370 p.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresarial. Salvador: Editora Podium.
2008, 671 p.
REQUIÃO, Rubens Edmundo. Curso de Direito Comercial. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
2 vols.
SILVA, Bruno Mattos e. Direito de Empresa: teoria da empresa e direito societário. São
Paulo: Atlas, 2007. 533 p.
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Informações Sobre o Autor:
Silvio Aparecido Crepaldi
Docente do Curso de Direito da UNIPAC – Uberlândia-MG e Coordenador de Planejamento e
Desenvolvimento Institucional do CESVALE
Informações Bibliográficas
CREPALDI, Silvio Aparecido. Direito empresarial: apliação e características. In: Âmbito
Jurídico, Rio Grande, 53, 31/05/2008 [Internet].
Disponível em http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2772. Acesso em
12/04/2012
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DIREITO EMPRESARIAL: NOME EMPRESARIAL NO NOVO CÓDIGO CIVIL
RESUMO
Com o Novo Código Civil em vigor, ocorreram algumas modificações quanto ao nome
empresarial. Quanto à formação, por exemplo, tendo em vista que alguns tipos societários não
podem adotar determinas terminologias. Não obstante, esta regra possui exceções, impostas
pela própria legislação. Com o Novo Código Civil em vigor, alguns tipos societários
desapareceram. A respeito do registro da sociedade é possível dividi-lo em duas categorias:
As sociedades que devem ser registradas na Junta Comercial e as sociedades que devem ser
registradas no Cartório de Pessoas Jurídicas.
PALAVRAS-CHAVE
Nome empresarial. Novo Código Civil. Lei nº 10.406/02. Formação. Registro.
1. INTRODUÇÃO
Com o Novo Código Civil1 em vigor, ocorreram algumas modificações quanto ao nome
empresarial. Neste sentido, o presente texto demonstra de forma clara e direta as principais
alterações ocorridas.
Primeiramente, abordaremos sua definição e seu conceito. A posteriori, trataremos de sua
formação, bem como dos tipos societários que existiam, anteriormente ao novo Código Civil,
e que existem atualmente. Por fim, falaremos do nome do sócio que falece e do registro do
nome empresarial.
2. DEFINIÇÃO
Segundo a Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994, que dispõe sobre o registro público de
empresas mercantis e atividades afins e dá outras providências2 , em seu artigo 4º confere ao
Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC) poderes para dispor normas sobre
a ementa da lei supra. Assim, o Diretor do DNRC, no uso das atribuições que lhe são
conferidas, na Instrução Normativa nº 53, de 06 de março de 1996, resolve, em seu artigo 1º,
que nome empresarial “é aquele sob o qual a empresa mercantil exerce sua atividade e se
obriga nos atos a ela pertinentes”. Adiante, no parágrafo único do mesmo artigo, está
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expresso que “o nome empresarial compreende a firma individual, a firma ou razão social e
a denominação”.
Ao passo que conforme o Novo Código Civil dispõe em seu artigo 1.155 “considera-se nome
empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o
exercício de empresa”.
Percebe-se que o novo texto legal não expressa o termo razão social, que embora seja
sinônimo de firma social, foi, de certa forma, abolido pelo legislador.
3. CONCEITO
Com as duas definições acima expostas, observamos que a Lei nº 8.934/94 é mais abrangente
que o Novo Código Civil. Pois este deixa lacunas, como, por exemplo, não expressa que é
pelo nome empresarial que a empresa exerce sua atividade e nem que seus atos praticados
estão vinculados ao seu nome.
Por isso, devemos nos atentar ao conceito de nome empresarial, que é mais amplo do que suas
definições.
O conceito de nome empresarial não é muito diferente de sua definição legal3 . Todavia, como
visto anteriormente, o nome empresarial compreende alguns tipos, sendo eles a firma
individual, firma ou razão social e a denominação social.
Entende-se por firma individual o nome empresarial utilizado pelo comerciante individual,
sendo formada somente pelo nome do sócio, por extenso ou abreviadamente, sendo permitido
o uso da expressão no final do nome, que melhor identifique o objeto da empresa ou também
para diferenciar de outro já existente.
Em relação à firma ou razão social, estes são formados pela combinação dos nomes de todos
os sócios, alguns, ou somente um sócio. Sendo que, se na formação do nome empresarial for
omitido um ou mais sócios, deverá ser acrescida no final do nome a expressão “& Cia” por
extenso ou abreviadamente.
Os nomes dos sócios também podem ser expressos por extenso ou abreviadamente. Conforme
ensinaWALDIRIO BULGARELLI4 “a expressão & Cia. significa a existência de outros
sócios”.
A respeito de denominação social, compreende-se que será formado com o uso de qualquer
palavra ou expressão de fantasia, sendo facultado o uso de expressão que caracterize o objeto
da sociedade. Quando se usa algum nome de pessoa física na formação do nome entende-se
que se está prestando homenagem a alguém, sendo está de inteira responsabilidade dos
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contratantes.
Assim, para FÁBIO ULHOA COELHO :
“A firma e a denominação se distinguem em dois planos, a saber: quanto à estrutura, ou seja,
aos elementos linguísticos que podem ter por base; e quanto à função, isto é, a utilização que
se pode imprimir ao nome empresarial. No tocante à estrutura, a firma só pode ter por base
nome civil, do empresário individual ou dos sócios da sociedade empresarial. O núcleo do
nome empresarial dessa espécie será sempre um ou mais nomes civis. Já a denominação deve
designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil ou qualquer outra expressão
linguística (que a doutrina costuma chamar de elemento fantasia). Assim, “A. Silva & Pereira
Cosméticos Ltda” é exemplo de nome empresarial baseado em nomes civis; já “Alvorada
Cosméticos Ltda” é nome empresarial baseado em elemento fantasia”.
4. FORMAÇÃO
Quanto à formação do nome empresarial também ocorreram modificações, tendo em vista que
alguns tipos societários não podem adotar determinas terminologias.
A respeito do empresário individual e de cada tipo de sociedade empresarial, a legislação
contém regras específicas relativas à formação do nome empresarial. Possibilitando que
alguns tipos de sociedades empresárias adotem firma ou denominação, conforme a vontade de
seus sócios, e outros tipos sejam obrigados a adotarem uma ou outra espécie de nome
empresarial.
Segundo FRAN MARTINS6 “a firma é o nome comercial formado do nome patronímico ou de
parte desse nome de um comerciante ou de um ou mais sócios de sociedade comercial,
acrescido ou não, quando se trata de sociedade, das palavras e companhia”. Por outro lado,
deve-se entender por denominação como o nome empresarial formado por qualquer palavra
ou expressão de fantasia, sendo facultado o uso de expressão que caracterize o objeto da
sociedade.
Como explanado a pouco, as sociedades empresariais podem optar pelo uso da firma, razão
social ou da denominação, de acordo com o tipo de sociedade. Via de regra, as sociedades que
possuem sócios de responsabilidade ilimitada, de forma subsidiária, pelas obrigações sociais,
utilizarão uma firma ou razão social, pois a firma tem a peculiaridade de demonstrar aos
terceiros que as pessoas que nela figuram possuem, na sociedade, essa responsabilidade
ilimitada.7
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Por fim, existem sociedades em que todos os sócios limitam a sua responsabilidade pelas
obrigações sociais, ou apenas às importâncias do capital social. Nesses casos, sem a existência
de sócios de responsabilidade ilimitada, não poderão usar de firma ou razão social. Ao invés,
usarão de um nome fantasia ou tirado do seu objeto social, nome esse que tem a designação
específica de denominação.8
Contudo, existem algumas exceções ao princípio geral da formação do nome empresarial.
A priori, o empresário individual e as sociedades em que existem sócios de responsabilidades
ilimitadas utilizam, como nome empresarial, firma ou razão social, contendo o nome civil, por
extenso ou abreviado, do empresário individual, e o nome ou nomes civis do sócio ou sócios
de responsabilidades ilimitada, nas firmas das sociedades, adicionados, ou não, da locução
“e Companhia”.
Não obstante, esta regra possui exceções, impostas pela própria legislação, existindo
sociedades nas quais os sócios têm responsabilidade limitada, que podem compor seu nome
empresarial usando firmas ou razões sociais. Enquadrando-se nesta ressalva as sociedades
limitadas e as sociedades em comandita por ações.
Nas primeiras, de acordo com a lei brasileira, a responsabilidade dos sócios é limitada ao total
do capital social. Todavia, permitiu o sistema que tais sociedades possuíssem denominação ou
firma, entretanto, para que não causasse confusão, a terceiros, sobre a responsabilidade
adquirida pelos sócios, determinou que junto à firma ou à denominação fosse adicionada a
expressão “limitada”, que no caso tornou-se o elemento específico caracterizador desse tipo
de sociedade.9
Igualmente a sociedade em comandita por ações pode utilizar firma ou denominação, porém
justificada esta possibilidade por ela contar com sócios de responsabilidade limitada e sócios
que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Adotando uma firma, só poderão
compô-la, os sócios que assumem responsabilidade ilimitada. No entanto, deverão incluir,
sempre, junto à firma ou à denominação, a locução “comandita por ações”, para que os
terceiros possam identificar o tipo de sociedade e o grau de responsabilidade assumido pelas
pessoas integrantes da mesma.10
No tocante ao empresário individual só poderá adotar firma, baseado em seu nome civil.
Sendo-lhe facultado abrevia-lo, ou ainda, agregar ao seu nome empresarial o ramo de
atividade a que se destina. Exemplos: Sócio – João Pedro Antunes: “João Pedro Antunes”; “J.
Pedro Antunes”; “João P. Antunes”; “João Pedro Antunes – Relojoeiro”. Segundo FÁBIO
ULHOA COLEHO13 “quando se trata de empresário individual, o nome empresarial pode
não coincidir com o civil; e, mesmo quando coincidentes, têm o nome civil e o empresarial
naturezas diversas”.
Já a sociedade em nome coletivo está liberada a adotar firma ou razão social, com a qual se
obrigam nas suas relações com terceiros, podendo ter por base o nome civil de um, alguns ou
todos os seus sócios, visto que neste tipo de sociedade todos os sócios assumem
responsabilidade ilimitada. Esses nomes poderão ser aproveitados por extenso ou
abreviadamente, conforme a vontade de seus titulares. Se o nome empresarial for composto
somente pelo nome de um de seus sócios, deverá ser acrescida da expressão, “e Companhia”
ou “& Companhia”, por extenso ou abreviadamente. Exemplos: Sócios – Alberto Antunes e
Luiz Gomes: “Antunes & Gomes”; “Alberto Antunes & Cia”; “A. Antunes & Cia”; “Luiz
Gomes & Cia”; “Gomes & Cia”; “L. Gomes & Cia”; entre outras combinações.
Com relação a sociedade em comandita simples, esta também pode adotar a firma ou razão
social, da qual conste nome civil de sócio ou sócios comanditados, sendo obrigatória a
utilização da partícula “eCompanhia” ou “& Companhia”, por extenso ou abreviadamente,
para fazer menção aos sócios dessa categoria. O nome civil do sócio comanditado pode ser
usado por extenso ou abreviadamente, podendo ser agregado a ele o ramo de negócio
explorado pela sociedade. Vale lembrar que os nomes dos sócios comanditários não podem
ser utilizados na composição do nome empresarial, posto que não têm responsabilidade
ilimitada e solidária pelas obrigações da sociedade. Exemplos: Sócios comanditados – Alberto
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Antunes e Luiz Gomes: “Alberto Antunes, Luiz Gomes & Cia”; “A. Antunes & Companhia”;
“Antunes, Gomes & Cia – Peças Automotivas”.
Em se tratando de sociedade em conta de participação, não poderá adotar nome empresarial,
em virtude de sua natureza de sociedade secreta. Agirá, em suas relações com terceiros,
mediante a firma ou denominação do sócio ostensivo, seja esse comerciante individual ou
sociedade comercial.
No que tange a sociedade de capital e indústria, esta poderá adotar ou não uma firma social,
sendo que se escolher a primeira opção, será constituída pelos nomes dos sócios capitalista,
visto que somente eles possuem responsabilidade ilimitada, conforme disposto no artigo 318,
do Código Comercial.
Sendo a sociedade por quotas de responsabilidade limitada, poderá usar de uma firma ou
razão social ou de uma denominação. Se optar pela firma, esta terá que se compor pelo nome
de um, alguns ou todos os sócios; e se optarem pela denominação, será de livre escolha dos
que a constituem. Porém, independentemente da escolha, seu nome empresarial será acrescido
da expressão “limitada” ou “sociedade de responsabilidade limitada”, por extenso ou
abreviadamente. Caso contrário todo sócio será considerado ilimitadamente responsável pelas
obrigações sociais. Exemplos: “Antunes & Cia. Ltda”; “Antunes, Gomes & Cia. Ltda”;
“Auto Peças Tamarins, Ltda”; “Indústria de Auto Peças Tamarins, sociedade de
responsabilidade limitada”.
No que concerne a sociedade anônima, esta poderá usar somente uma denominação, devendo
ser acrescida no início, no meio ou no fim, da expressão “sociedade anônima”, por extenso
ou abreviadamente, ou antecipada da expressão “Companhia”, podendo também ser
abreviada ou por extenso, conforme disposto no artigo 3º, da Lei nº 6.404/7614 . Existe a
possibilidade de, por exemplo, homenagear alguém, utilizando nomes civis de pessoas que
fundaram a companhia ou concorreram para o êxito da mesma.15 Exemplos: “S/A Tamarins –
Auto Peças”; “Tamarins S/A – Auto Peças”; “Tamarins Auto Peças Sociedade Anônima”;
“Companhia Luiz Gomes de Auto Peças”.
Quando se trata de sociedade por ações, poderá se utilizar firma ou denominação, em
qualquer caso, sempre acrescida da locução “comandita por ações”. Na primeira opção, só
poderão figurar os nomes civis dos gerentes ou diretores, que respondem ilimitadamente pelas
obrigações sociais. Na segunda, se fundado em nome civil de um ou mais acionistas com
responsabilidades ilimitada, é obrigatória a inserção da palavra “e Companhia”, por extenso
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ou abreviada. Exemplos: “Alberto Antunes e Companhia, Comandita por Ações”; “Tamarins
Auto Peças C.A.”; “Comandita por Ações Antunes, Gomes & Cia”.
Por fim, deve-se citar que o empresário, sendo pessoa física ou jurídica, ao se registrar como
microempresário ou empresário de pequeno porte, terá acrescido ao seu nome as locuções ME
ou EPP, respectivamente, conforme disciplina o artigo 11, da Lei nº 8.864/94.16
Alguns tipos societários desapareceram. Assim, hoje, em decorrência das alterações
promovidas pela entrada em vigor do Código Civil os tipos societários são os seguintes:
1. Regulares personificadas:
1.1. Sociedade em nome coletivo – artigos 1.039 à 1.044, do Código Civil;
1.2. Sociedade em comandita simples – artigos 1.045 à 1.051, do Código Civil;
1.3. Sociedade limitada – Artigos 1.052 à 1.054, do Código Civil;
1.4. Sociedade Anônima – Artigos 1.088 à 1.089, do Código Civil c/c Lei nº 6.404/76;
1.5. Sociedade em comandita por ações – artigos 1.090 e 1.091, do Código Civil c/c Lei nº
6.404/76.
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7. REGISTRO
A respeito do registro da sociedade é possível dividi-lo em duas categorias: As sociedades que
devem ser registradas na Junta Comercial e as sociedades que devem ser registradas no
Cartório de Pessoas Jurídicas. As primeiras são as sociedades empresárias (mercantis) e as
mistas; as segundas são as sociedades simples (civis) e as cooperativas.
8. CONCLUSÃO
Com o Código Civil – Lei nº 10.406/02 - em vigor desde 11 de janeiro de 2.003, ocorreram
algumas alterações em relação às sociedades, tendo em vista que este novo Diploma Legal
incorporou o direito societário.
Embora o legislador, na melhor de suas intenções, tenha idealizado uma maneira mais simples
e atual para tratar do direito societário conjuntamente com o direito civil em si, não alcançou
suas expectativas. Haja visto que o Código Civil em vigor não é uma Lei específica às
sociedades, deixando por muitas vezes lacunas à serem preenchidas; o que certamente
ocorrerá através dos Tribunais com seus Julgados e, as vezes, faltando inclusive termos
técnicos que já existiam no Código Comercial.
Sem esquecer dos tipos societários que desapareceram, o que faz com as empresas, por
exemplo, de Capital e Indústria, tenham de se adequar à nova legislação; assim como os
profissionais do direito.
Referências bibliográficas:
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial. 13ª ed., São Paulo: Saraiva, 2002.
DORIA, Dylson. Curso de direito comercial. 14ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000.
Nome empresarial. In: Departamento Nacional de Registro de Comércio
[Internet], http://www.dnrc.gov.br; Acesso em 11.Ago.2002.
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A MUDANÇA DO DIREITO EMPRESARIAL NO DIREITO BRASILEIRO
25/jun/2005
veja mais
Com o advento do novo Código Civil em 2002, todo o sistema societário que antes existia
passou a vigorar com mudanças significativas, gerando mudanças que abrangem desde a
estrutura básica das sociedades até sua administração.
As sociedades empresárias admitidas pelo ordenamento jurídico nacional são: Sociedade por
Quotas de Responsabilidade Limitada; Sociedade Anônima; Sociedade em nome Coletivo;
Sociedade em Comandita Ações; Sociedade em Comandita Simples.
Não se admite outras formas de constituição de sociedades empresárias, senão estas, mas,
existe ainda a Sociedade em conta de Participação, que não é considerada propriamente uma
sociedade em função de suas peculiaridades.
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Podemos citar como exemplo o artigo 966 do Código Civil Vigente, que conceitua o que seja
o empresário, por exemplo, onde se atribui caráter econômico a sua atividade. Superou-se a
idéia de atos de comércio, que era fruto de debate doutrinário por mais de um século dentro
do ordenamento brasileiro. O empresário, ante a lei atual, tem uma conceituação fechada, e
tem seu lugar definido no universo do mercado.
Menciona Rubens Requião [1] que na empresa moderna o gerente constitui apenas uma peça
da máquina de produzir riqueza e gerar dividendos. No mesmo tópico, o jurista, de modo
profético, aponta a tendência de se permitir a participação dos empregados no conselho
diretor da administração da empresa.
Em relação ao Código vigente, o professor paranaense Clayton Reis [2] explica o artigo 966,
ou melhor, de qual atividade se refere o artigo: “(...) uma atividade voltada exclusivamente
para a produção de bens de consumo, que tenham como objeto central o interesse econômico,
ou seja, o animus de conferir ao empresário o lucro na exploração do setor produtivo, no
âmbito das relações de consumo”.
Lembrando que o profissional liberal, não se encaixa na categoria de empresário, por estar
vinculado aos respectivos códigos de ética, como por exemplo, o advogado, que não pode ser
considerado um empresário propriamente dito.
A doutrina de modo geral critica a junção feita pelo legislador, no novo Código, do direito
civil e do direito comercial, compondo um livro inteiro no Código, o segundo, pois as
disposições do código civil desvirtuam o sentido do direito comercial, que necessita ser mais
dinâmico, diferente do direito civil.
As mudanças no direito comercial, ainda mais quando inseridas dentro do Código Civil, tem
grande influência na aplicação do direito material dentro de uma demanda judicial. As novas
disposições, que substituem dentro do código a nomenclatura de direito comercial para direito
empresarial, fazem sombra sobre todas as atividades econômicas ou empresariais, ou seja,
atividade mercantil privada.
A doutrina italiana delimita os fundamentos dessa sorte de sociedade como uma sociedade de
fins não empresariais [4], sendo a mais simplificada das formas societárias encontradas no
ordenamento, no aludido ordenamento alienígena e no ordenamento pátrio. No sistema
italiano, este instituto se estabeleceu em 1942, só agora sendo adotado no Brasil.
Essa mudança alterou todas as diretrizes fundamentais da tratativa do direito empresarial, que
coloca outros parâmetros na presente pesquisa, que são aspectos a serem analisados. Os sócios
agora têm outras responsabilidades, se comparados os sistemas do Código de 1916 e do Novo
Código Civil de 2002. A doutrina nacional ainda não proferiu vasta produção, mas já existem
manifestações que servem de crítica e de orientação para o aprofundamento no assunto.
No antigo Código Civil, o ponto de partida era a sociedade limitada, que tinha um sistema de
gestão mais simples, e que era utilizado subsidiariamente em caso de lacuna em outras
espécies de sociedade. Tanto na administração, quanto na formação societária, a sociedade
limitada apresentava certa segurança ao sócio, que estava limitado à sua cota de capital social,
assim como o gerente tinha uma maior liberdade na gestão dos negócios.
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No sistema atual, abandonou-se o regime da comercialidade para um regime de
empresariedade, portanto, conforme o artigo 982 do Código Civil Vigente. A empresa que
agora serve de paradigma é a sociedade simples, que já existe no sistema Italiano e Suíço,
onde regulamenta diretamente as atividades econômicas, e as sociedades que exclusivamente
se dedicam a essa atividade ou a atividades de natureza civil de natureza econômica.
Trataremos desta primeiramente.
A bem da verdade, o legislador optou por não definir os contornos exatos do que seja a
sociedade simples, apenas que seus participantes, em se escolhendo esse tipo societário,
obrigam-se com a totalidade de seu patrimônio, solidária e ilimitadamente e que, ainda, essa
sociedade não se presta à condução de empresas comerciais. Substitui, portanto, as antigas
associações civis.
Tem-se que, com nos modelos estrangeiros todos os sócios são responsáveis, solidariamente,
por todo o capital social, e assim, repartem a responsabilidade perante outros diante de
relações com sua empresa. É um conceito mais aproximado de uma empresa de pessoas, do
que uma sociedade de Capital.
E não foi só o sistema subsidiário que se modificou. Desta mesma forma, onde se preza pelo
empresariedade, a principal sociedade comercial teve modificações profundas, qual seja, a por
cotas de responsabilidade limitada.
Deste modo, a responsabilidade que tinha o administrador no antigo sistema não é mais o
mesmo que o atual. Existe também a possibilidade de se atribuir o cargo de administrador da
empresa para uma pessoa fora do quadro societário. É a figura do administrador profissional.
Apesar de ter um sistema truncado, repudiado pela maioria dos comerciantes por ter certos
ônus e procedimentos obrigatórios, e uma transparência que torna o empreendimento mais
trabalhoso, mas é essa mesma transparência que almejou o legislador ao promulgar as
mudanças no novo código. Mas de qualquer maneira, a aproximação entre a sociedade
limitada e anônima abre espaço para a aplicação da teoria da desconsideração de forma mais
clara, além de ter tornado a sociedade limitada mais profissional, ainda sem a determinação de
um conselho de administração, que na verdade serve uma estrutura maior do que as empresas
normais.
Mais importante que delimitar a nova empresa no ordenamento nacional é entender como isso
pode ser benéfico, à sombra da teoria da desconsideração da personalidade jurídica. O
funcionamento da empresa comercial não é mais restrito ao quadro societário, ou ainda, à
esfera hermeticamente fechada formada pelo grupo idealizador e investidor, que deu origem a
essa pessoa jurídica.
Com a entrada em vigor deste novo livro dentro do Código Civil, do direito de empresa, a
responsabilidade pela direção da empresa limitada não é mais necessariamente de um sócio.
Como já dito anteriormente, pode-se utilizar um administrador profissional, fora do quadro
societário. Em se conjugando a disregard doctrine com essa nova realidade, temos que a
responsabilização, grosso modo, deve recair sobre que de fato administra e rege a sociedade,
assim como mais acertadamente, deve recair sobre que cometeu o abuso de direito, que
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deformou sua função de administrador.
O comerciante era visto como aquele que apenas praticava atos de intermediação com
finalidade lucrativa, hoje é aquele que exerce atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou serviços.
Ressalva, por outro lado que, não se considera empresário quem exerce profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou
colaboradores (art.966, parágrafo único). Visou neste aspecto, os profissionais liberais, que
somente serão alcançados pela regulamentação da atividade econômica, se de fato for provado
que exercem sua profissão numa organização empresarial. Se não for possível identificar o
elemento empresa, a atividade será regulada de acordo com o regime próprio de cada
categoria profissional específica.
Atualmente, deve se averiguar quem de fato faz parte do órgão diretor da sociedade, pois é
por demais importante a figura do gestor profissional, agora admitido em absoluto em nosso
ordenamento.
Este aspectos de mudança, criticados por uns e festejados por outros, muda completamente a
incidência da desconsideração da personalidade jurídica, conforme vimos, quanto ao seu
pedido judicial, ou ainda, quanto a sua forma de demanda. No Brasil, a teoria da
desconsideração, assim como em outros paises, começou a ser aplicada por meio de
entendimento jurisprudencial, ou seja, sem que uma regra de caráter positivo tivesse
incidência sobre o caso concreto.
Assim sendo, a jurisprudência sobre o assunto, principal fonte de estudo da teoria, trata do
modelo de sociedades do Código Civil de 1916, sendo de bom alvitre perceber suas diferenças
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para a sua aplicação no atual contexto e estrutura do direito empresarial.
[1] REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. V.1, 21ed. São Paulo: Saraiva, 1995,
p159.
[2] REYS, Clayton et al. Direito empresarial & cidadania : questões contemporâneas.
Curitiba: Juruá, 20004. p 66.
[4] AULETTA, Giuseppe. Dirito Commerciale. Milão, 9ª ed, Dott. A. Giufferè Editore. 1994.
p. 115/126.
[5] et al. Novo Código Civil Comentado. 1 ed, São Paulo: Saraiva, 2002.
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artigos; por periódicos e periódicos por assunto (marcações em círculo).
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Em seguida, deve-se escolher onde será feita a procura e quais as palavras-
chave deverão ser procuradas, de acordo com assunto do seu TCC (não utilizar “e”,
“ou”, “de”, “a”, pois ele procurará por estas palavras também). Clicar em pesquisar.
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Lembre-se de que as palavras-chave dirigirão a pesquisa, portanto, escolha-
as com atenção. Várias podem ser testadas. Quanto mais próximas ao tema
escolhido, mais refinada será sua busca. Por exemplo, se o tema escolhido for
relacionado à degradação ambiental na cidade de Ipatinga, as palavras-chave
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poderiam ser: degradação; ambiental; Ipatinga. Ou algo mais detalhado. Se nada
aparecer, tente outras palavras.
Isso feito, uma nova página aparecerá, com os resultados da pesquisa para
aquelas palavras que você forneceu. Observe o número de referências às palavras
fornecidas e o número de páginas em que elas se encontram (indicado abaixo).
A seguir, estará a lista com os títulos dos artigos encontrados, onde constam:
nome dos autores (Sobrenome, nome), título, nome do periódico, ano de publicação,
volume, número, páginas e número de indexação. Logo abaixo, têm-se as opções
de visualização do resumo do artigo em português/inglês e do artigo na íntegra, em
português. Avalie os títulos e leia o resumo primeiro, para ver se vale à pena ler todo
o artigo.
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Ao abrir o resumo, tem-se o nome dos autores bem evidente, no início da
página (indicado abaixo). No final, tem-se, ainda, a opção de obter o arquivo do
artigo em PDF, que é um tipo de arquivo compactado e, por isso, mais leve, Caso
queria, você pode fazer download e salvá-lo em seu computador.
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É preciso ressaltar que você deve apenas consultar as bases de dados e os
artigos, sendo proibida a cópia de trechos, sem a devida indicação do nome do
autor do texto original (ver na apostila tipos de citação) e/ou o texto na íntegra.
Tais atitudes podem ser facilmente verificadas por nossos professores, que
farão a correção do artigo.
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