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BIBLIOTECA PARA O CURSO DE

MBA EXECUTIVO EM GESTÃO TRIBUTÁRIA

Selecionamos para você uma série de artigos, livros e endereços na Internet


onde poderão ser realizadas consultas e encontradas as referências necessárias
para a realização de seus trabalhos científicos, bem como, uma lista de sugestões
de temas para futuras pesquisas na área.
Primeiramente, relacionamos sites de primeira ordem, como:
www.scielo.br
www.anped.org.br
www.dominiopublico.gov.br

SUGESTÕES DE TEMAS

1. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

2. CONTABILIDADE APLICADA
3. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
4. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA
MINI REFORMA TRIBUTÁRIA: REFLEXÕES SOBRE A LEI Nº 10.637/2002

5. RECEITAS NÃO TRIBUTÁRIAS: TAXAS E PREÇOS PÚBLICOS


6. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL: COMENTADO
7. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL: PROCESSO E PROCEDIMENTO NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E NOS TRIBUNAIS DE CONTAS
8. TRIBUNAIS DE CONTAS DO BRASIL: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
9. IMPOSTOS: FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS
10. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
11. NORMAS TRIBUTÁRIAS INDUTORAS E INTERVENÇÃO ECONÔMICA
12. DIREITO TRIBUTÁRIO

13. CONCEITOS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS


14. TIPOS DE TRIBUTOS E FONTES TRIBUTÁRIAS
15. IMUNIDADE E ISENÇÃO TRIBUTÁRIA

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16. OBRIGAÇÃO E LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
17. RESPONSABILIDADE, ILÍCITOS E PROCESSO TRIBUTÁRIOS
18. RECUPERAÇÃO JUDICIAL

19. DIREITO TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

20. CONTABILIDADE FINANCEIRA: CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS

21. CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E GERENCIAL

22. DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS - MECÂNICA CONTÁBIL - BALANÇO


PATRIMONIAL

23. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE

24. RECONHECIMENTO DE OPERAÇÕES TÍPICAS DE EMPRESA COMERCIAL

25. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

26. A CONTABILIDADE E A PRESTAÇÃO DE CONTAS

27. MUDANÇAS CONTÁBEIS NA LEI SOCIETÁRIA

28. CONTABILIDADE COMERCIAL

29. CONTABILIDADE EMPRESARIAL

30. CONTABILIDADE AVANÇADA

31. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

32. APLICAÇÕES DA LEGISLAÇÃO FISCAL


33. PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS, COM VISTAS À TRIBUTAÇÃO DO IMPOSTO
SOBRE A RENDA
34. GESTÃO DO IRPF
35. GOVERNANÇA TRIBUTÁRIA
36. IMPOSTOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS
37. IMPOSTOS FEDERAIS
38. PERÍCIA TRIBUTÁRIA
39. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
40. GERÊNCIA DE IMPOSTOS: IPI, ICMS E ISS

41. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

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42. IMPOSTO DE RENDA DAS EMPRESAS

43. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

44. TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL


45. TRIBUTAÇÃO DE COOPERATIVAS E SIMPLES NACIONAL
46. TRIBUTOS E PROCEDIMENTOS ADUANEIROS

47. DIREITO TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

48. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

49. LEI COMPLEMENTAR Nº101, DE 4 DE MAIO DE 2000

50. LEI Nº 10.707, DE 30 DE JULHO DE 2003

51. GESTÃO DE TRIBUTOS

52. GERENCIAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS - CSLL, PIS E COFINS


53. GERENCIAMENTO DOS IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO
- IPI, ICMS E ISS NAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS
54. GERENCIAMENTO DOS IMPOSTOS SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR - II E IE
55. GERENCIAMENTO DOS IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA -
IMPOSTO SOBRE A RENDA, ITBI E IPTU DAS EMPRESAS

56. OS AVANÇOS E OS DILEMAS DO MODELO PÓS-BUROCRÁTICO: A


REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA À LUZ DA EXPERIÊNCIA
INTERNACIONAL RECENTE

57. REFORMA DO ESTADO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL

58. “DANDO NOME À ROSA”: O DISCURSO DA NOVA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA NO CONTEXTO BRASILEIRO

59. A AUTONOMIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

60. UMA REFORMA GERENCIAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL

61. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: OS ATRIBUTOS DA GESTÃO DE TRIBUTOS

62. TEORIA DA BUROCRACIA

63. FATORES DE ÊXITO NA NOVA MODELAGEM INSTITUCIONAL DA GESTÃO


TRIBUTÁRIA

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64. REFORMANDO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL: EFICIÊNCIA E
ACCOUNTABILITY DEMOCRÁTICA

65. AUDITORIA FISCAL

66. ANÁLISE FISCAL DO BALANÇO (AUDITORIA FISCAL)


67. INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO DE EMPRESAS;
68. INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE DEFESAS FISCAIS NO PROCESSO
ADMINISTRATIVO
69. AUDITORIA CONTÁBIL

70. AUDITORIA DE TRIBUTOS

71. CONTABILIDADE EMPRESARIAL, AUDITORIA E PERÍCIA

72. GESTÃO DA QUALIDADE NO PROCESSO – A QUALIDADE NA PRODUÇÃO


DE BENS E SERVIÇOS

73. A TRIBUTAÇÃO E A CONCORRÊNCIA DESLEAL

74. O ICMS NA IMPORTAÇÃO

75. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO NOS OGM

76. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO COMO INSTRUMENTO DE


CERTIFICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO POR DÍVIDAS
TRIBUTÁRIAS À LUZ DO ARTIGO 135 DO CTN

77. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO COMO FORMA DE SE MANTER A BOA


REGULARIDADE FISCAL DAS EMPRESAS

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ARTIGOS PARA LEITURA, ANÁLISE E UTILIZAÇÃO COMO
FONTE OU REFERENCIA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO TRIBUTÁRIA NAS EMPRESAS

Júlio César Zanluca

A realidade tributária brasileira é notoriamente complexa, sendo um dos


componentes do chamado “custo Brasil”.

Existem dezenas de tributos exigidos em nosso país, entre impostos, taxas e


contribuições (veja a lista completa em www.portaltributario.com.br/tributos.htm).

O excesso de tributação inviabiliza muitas operações e cabe ao administrador tornar


possível, em termos de custos, a continuidade de determinados produtos e serviços, num
preço compatível com o que o mercado consumidor deseja pagar.

Não obstante, há ainda a edição de grande quantidade de normas que regem o


sistema tributário, oriundas dos 3 entes tributantes (União, Estados e Municípios).

Cálculos aproximados indicam que um contabilista, somente para acompanhar estas


mudanças, precisa ler centenas de normas (leis, decretos, instruções normativas, atos, etc.)
todos os anos.

E ainda, há dezenas de obrigações acessórias que uma empresa deve cumprir para
tentar estar em dia com o fisco: arquivos digitais, declarações, formulários, livros, guias, etc.

Se não bastasse este caos, existe ainda o ônus financeiro direto dos tributos, que
tomam até 40% do faturamento de uma empresa. Somente o ICMS pode tomar 18%, o IPI,
10%, o PIS e a COFINS, até 9,25%, além do Imposto de Renda, Contribuição Social sobre o
Lucro, INSS, FGTS, Contribuição Sindical, IPTU, IPVA, etc.

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Desta forma, o grande volume de informações e sua contínua complexidade acabam
dificultando a aplicação de rotinas e o planejamento. As pessoas responsáveis pelo setor de
tributos das empresas dispõem de pouco tempo pode dedicar ao estudo das legislações
pertinentes, resignando-se ao cumprimento das rotinas e recolhimento dos tributos, às vezes
de forma imprecisa ou incorreta.

Aliado a isto, note-se que numa empresa de porte média, várias pessoas, além das
que estão diretamente trabalhando no departamento fiscal, envolvem-se com rotinas
associadas a tributos. Um exemplo é o pessoal do faturamento, que emite notas fiscais e
calcula impostos.

Portanto, a adoção de uma metodologia de trabalho, de forma regular e planejada,


pelo menos dará condições á empresa de buscar nas pessoas envolvidas o melhor de seus
conhecimentos e percepções, para enfrentarem o “dilúvio tributário” a que estão sujeitas
diariamente.

Júlio César Zanluca é Contabilista e autor de diversas obras tributárias, dentre as


quais:

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A Importância da Gestão Tributária nas Empresas - Júlio César Zanluca

Você é o Maior Contribuinte de Impostos! - Júlio César Zanluca

Tributos Produzem Inflação - Júlio César Zanluca

Como se Calcula o Ganho de Capital no IRPF? - Equipe Portal Tributário

PIS e COFINS - Receitas Financeiras - Equipe Portal Tributário

Proposta Prevê Tributação sobre Resultados Distribuídos - Júlio César Zanluca

Novo Ataque ao Bolso da Classe Média Brasileira - Wesley Montechiari Figueira

Campanha Contra a Volta da CPMF - Participe! - Equipe Portal Tributário

Anote os Nomes dos Que Votaram a Favor da CSS - Júlio César Zanluca

Lei 11.638 Aumenta a Tributação - Reinaldo Luiz Lunelli

LALUC - Uma Nova Obrigação Acessória? - Reinaldo Luiz Lunelli

O Preço da Sonegação - Júlio César Zanluca

"Reforma Tributária" - PEC 233/2008 - Reinaldo Luiz Lunelli

Nova CPMF é Golpe Tributário! - Júlio César Zanluca

Há Limites para Tributação no Brasil? - Júlio César Zanluca

Crédito de ICMS sobre Energia Elétrica - Reinaldo Luiz Lunelli

Condutas Irregulares da Autoridade Fiscal - Paulo Henrique Teixeira

Evite Cair na Malha Fina! - Reinaldo Luiz Lunelli

Incidência de Tributos na Importação - Equipe Portal Tributário

Reforma Tributária num Estado Guloso? - Júlio César Zanluca

Minha Lista de Dependentes - IRPF - Júlio César Zanluca

MP 232 e CPMF: Nação x Governo - Júlio César Zanluca

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Fim da CPMF: Um momento Histórico para o Brasil! - Júlio César Zanluca

Não Incidência do ISS na Locação de Bens Móveis - Júlio César Zanluca

Terceiro Setor - Aspectos Tributários - Júlio César Zanluca

PIS e COFINS - A Novela dos Créditos do Simples - Reinaldo Luiz Lunelli e Júlio
César Zanluca

Responsabilidade Tributária e Retenção do ISS - Reinaldo Luiz Lunelli

Caso dos Pedágios - Governos Cobram 4 Vezes do Contribuinte! - Júlio César


Zanluca

Caso Renan é MAIS uma Vergonha para o Brasil! - Júlio César Zanluca

Xô CPMF! - Equipe Portal Tributário

PIS e COFINS - Retenção - Compensação com Outros Tributos - Reinaldo Luiz


Lunelli

Como Contribuintes, Exigimos Respeito! - Júlio César Zanluca

Porque a Arrecadação é Recorde? - Júlio César Zanluca

(In) Dependência Tributária - Reinaldo Luiz Lunelli

Os Remendos do Simples - Reinaldo Luiz Lunelli

Não Existe Super Simples - Existe Super Complicado! - Júlio César Zanluca

Uma Visão Crítica sobre os Fundamentos Constitucionais do Super Simples -


Dilson França Lange e Emanuel Gonçalves

Tributação e Corrupção - Cadê os Protestos? - Júlio César Zanluca

Sanções Políticas "In Tributos" - Airton Gondim Feitosa

A Fábula da Galinha na Terra dos Impostos e da Solidariedade - Júlio César


Zanluca

"Popu-Lulismo" e o Simples Nacional - Júlio César Zanluca

O Fabuloso Preceito Real - Carlos Frederico Bomeisel


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Turbilhão de Obrigações Fiscais! - Júlio César Zanluca

O Que Você Faz com Tributos? - Júlio César Zanluca

Imposto Único - a Utopia Nacional - Júlio César Zanluca

Fisco Invade Privacidade do Cidadão - Júlio César Zanluca

Democracia Política e Ditadura Fiscal - Júlio César Zanluca

PIS e COFINS - Palhaçadas Tributárias! - Júlio César Zanluca

Contribuinte é Onerado (de Novo!) - Júlio César Zanluca

Governo Tributa até 82% do Salário - Júlio César Zanluca

Excesso de Tributos - Golpe à Democracia - Júlio César Zanluca

Não Caia na Malha Fina - Equipe Portal Tributário

Retrato Tributário Brasileiro - Carlos de Souza Gomes

Lula 6 x 1 Pequenos Empresários - Júlio César Zanluca

O Fim de Uma Nação Livre - Chamada Brasil - Júlio César Zanluca

Sonegação, Fraude e Crimes contra a Ordem Tributária - Equipe Portal Tributário

Governo Pune quem tem Sucesso! - Júlio César Zanluca

O 6º Golpe Tributário Contra as Pequenas Empresas - Júlio César Zanluca

Mais uma Derrota do Governo: MP 258 Perde a Eficácia - Júlio César Zanluca

República Socialista Tributária Brasileira - Júlio César Zanluca

Fiscalização Tributária - Equipe Portal Tributário

A CPI dos Tributos - Júlio César Zanluca

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A GESTÃO TRIBUTÁRIA NO BRASIL
por: Colunista Portal - Educação

Planejar um tributo é organizar todas as etapas de sua apuração


A Gestão Financeira é baseada em algumas diretrizes chaves, mas
principalmente em duas, como gerir os recursos que entram e como gerir os
recursos que saem, ou seja, minhas receitas e despesas.

Dentro das minhas despesas, está uma que consome muito da minha receita e
consequentemente diminui o lucro, são os tributos.

A carga tributária no país, cidade ou município é enorme, uma das maiores do


mundo, então é necessário fazer um planejamento adequado para que possamos
pagar o mínimo possível, mas tudo dentro da lei. Isso porque a lei oferece
incentivos, opções e maneiras de pagar determinados impostos em detrimento de
outros. O mercado é impiedoso, sendo preciso lutar com todas as armas
disponíveis, e uma delas é o planejamento tributário.

É comum ouvir falar com muita frequência sobre o planejamento tributário e muitas
vezes nem saber exatamente o que isso significa. Uns pensam que se trata
simplesmente de algum "trambique" para pagar menos impostos, outros que é algo
muito complicado, e que somente grandes empresas podem ter acesso a ele, e até
existem aqueles que acham algo misterioso, portanto, tão difíceis e inacessíveis que
não se animam a procurá-lo.

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Planejar um tributo é organizar todas as etapas de sua apuração, de forma a prever
antecipadamente quanto será pago, preparando cada operação para que seja
gerado o menor valor possível, tudo dentro da lei.

Neste mundo complicado e cheio de armadilhas para as empresas, não se pode


perder qualquer oportunidade de melhorar o resultado financeiro das atividades ou
de se livrar das garras da fiscalização de todas as esferas do Estado.

Em que pese a má aplicação de uma parte dos tributos arrecadados, é com eles que
o Poder Público mantém os serviços que são prestados à população. Não se deve
revoltar contra o seu pagamento. Entretanto, é dever de todo empresário
responsável cuidar para que seja pago apenas o tributo devido pelas suas
atividades, que é o tributo justo. Não pode ser o justo segundo a própria vontade,
mas sim, segundo a legislação vigente.

Algumas vezes podemos organizar a atividade empresarial de forma que o imposto


apurado seja o menor possível, sem qualquer burla as leis. O simples lançamento
das notas fiscais de compra e de venda ou prestação de serviços nos livros fiscais,
se feito corretamente, já pode ser considerado um planejamento tributário se a
apuração for feita com antecipação suficiente para a programação financeira de seu
pagamento.

Outras vezes o planejamento tributário pode ser feito já na hora da compra. Uma
pequena indústria, que esteja enquadrada no ICMS como apuração normal, ao
adquirir insumos de uma empresa localizada em outro Estado, terá direito de
creditar-se de 12% de ICMS sobre o valor da compra. Se esta mesma compra for
efetuada de empresa localizada dentro do Estado o seu crédito será de 18%,
portanto, se o preço pago for o mesmo, haverá uma economia de ICMS de 6% sobre
o valor da compra quando esta for feita dentro do Estado. Isto também é uma forma
de planejamento tributário.

Pode-se citar, também, enquadramentos em sistemas de tributação


simplificados, mas que provocam apuração de tributos em valor superior ao que
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seria apurado se o regime de apuração utilizado fosse o normal.

Exemplo: uma empresa que tenha poucos empregados e que apresenta prejuízo e
está enquadrada no Lucro Presumido. Em sentido inverso, uma empresa que esteja
enquadrada no Lucro Real e que tenha lucro acima dos índices do Lucro Presumido.

Outro caso que ocorre com alguma frequência é a aquisição de mercadorias com
redução de base de cálculo de ICMS e venda da mesma sem a redução, por falta de
orientação ou erro de lançamento nos livros fiscais. Este procedimento acarreta o
pagamento de imposto a maior, embora indevidamente.

Outra situação é a ilusão de que é possível se "rasgar" algumas Notas de Compra


imaginando-se que assim poderia haver redução no faturamento mediante a
omissão de Nota Fiscal de venda. Todas as compras já são informadas à
fiscalização pelo vendedor por obrigação legal de transmissão de arquivos
magnéticos. Assim, este procedimento, além de ilegal, pode custar muito caro na
hora em que for descoberto.

Há ainda os casos em que apenas se deixa de emitir a nota fiscal na hora da venda
imaginando-se que com este procedimento se estará pagando menos tributos. Ledo
engano! É só lembrar que as vendas devem ser suficientes para o pagamento das
compras e das despesas, exceto se as contas não estiverem sendo pagas, situação
que não perdurará por longo tempo, pois, logo algum credor pedirá a falência da
empresa.

Também é bom lembrar que, pelo recolhimento da extinta CPMF, a fiscalização tem
a informação sobre a movimentação bancária. Como ninguém vai ao Banco retirar
dinheiro para depois redepositá-lo, a regra geral é que todos os depósitos
correspondem a vendas efetuadas.

Os exemplos citados são genéricos e correspondem apenas a um pequeno número


de situações que ocorrem numa empresa. Cada caso deve ser analisado em
particular, de preferência com o acompanhamento do contador.
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No Tributo Brasileiro nota-se uma tributação convergente ao desenvolvimento
nos seguintes termos:

- Estimula o seu não cumprimento por gerar competição desigual;


- Muito oneroso desestimulando o investimento de capitais no desenvolvimento do
país;
- Desencadeia conflitos fiscais em contrapartida da necessidade de equilíbrio para
fins do crescimento nacional;
- Desenvolve diferenças competitivas no setor produtivo.

Para praticar o planejamento tributário nem sempre precisamos de grandes e


sofisticadas engenharias; pequenos cuidados podem reduzir nossos tributos de
forma legal e, muito mais do que isso, podem nos livrar de complicações com a
fiscalização evitando as pesadas multas que são aplicadas em caso de infrações,
inclusive com risco de processo criminal.
12

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com
certificado
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/46073/a-gestao-tributaria-no-
brasil#ixzz2YfwOCGUJ

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Direito empresarial à luz do Código Civil brasileiro
Celso Marcelo de Oliveira
http://jus.com.br/revista/texto/3807/direito-empresarial-a-luz-do-codigo-civil-brasileiro#ixzz1rpRlEO1n

INTRODUÇÃO.
O Novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor em janeiro de 2003, está trazendo
profundas mudanças no Direito das Empresas e na regulamentação das sociedades em geral,
inclusive seus tipos societários, dentre eles a Sociedade por Quotas de Responsabilidade
Limitada, Conta de Participação, Nome Coletivo, Comandita Simples, Sociedade Anônima,
Comandita por Ações, Cooperativa e Dependente de Autorização.
Devemos expor nas observações do Prof. Benjamim Garcia de Matos, do curso de Direito da
UNIMEP, Piracicaba –SP, que "a revogação da primeira parte do Código Comercial de 1º de
junho de 1850, com a introdução do Direito de Empresa no novo Código Civil, é um avanço,
que merece destaque especial, até porque torna o comerciante um empresário voltado para a
atividade econômica, que é a nova leitura que se deve fazer nos tempos modernos ".

ANTEPROJETO DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO.


Em 1967, formou-se uma comissão, coordenada por Miguel Reale, que apresentou o
anteprojeto de Código Civil em 1972, em que há proposta de novo regime das sociedades
limitadas. Compunham a comissão os juristas: José Carlos Moreira Alves, encarregado da
Parte Geral; Agostinho de Arruda Alvim, incumbido do Direito das Obrigações; Sylvio
Marcondes, com o Livro do Direito de Empresa; Ebert Vianna Chamoun, incumbido do
Direito das Coisas; Clóvis do Couto e Silva, cuidando do Direito de Família; e Torquato
Castro, trabalhando o Direito das Sucessões. Segundo dados apresentados por Miguel Reale:
"O projeto de Código Civil foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 1984, após
cuidadoso estudo e debate de 1063 emendas, o que não deve causar estranheza por tratar-se de
uma lei com cerca de 2100 artigos. Além de haver muitas emendas repetidas, a maioria delas
não foi aceita pelo plenário. [1]"
Muita coisa mudou de lá para cá, conforme lembra Newton de Lucca: "É preciso reconhecer-
se, em suma, que os desafios de nossa época assumem aspecto tão preocupante e assustador,
que não deixa de soar curiosa e pitoresca a negação de que os valores da Parte Geral do
Direito Civil estejam em evidente fase de transformação, quando já não migraram para outras
paragens do Direito de que a Constituição da República é o melhor paradigma. [2]"
Textos relacionados
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 Contrato de distribuição: questões práticas e polêmicas
 A tributação e a concorrência desleal
 A desconsideração da personalidade jurídica na Lei nº 12.529/2011 (Lei de Defesa da
Concorrência). Uma crítica pontual à opção do legislador
 Os agentes marítimos e as multas oriundas do Tribunal Marítimo
 As propostas para regulamentação do uso da Internet no Brasil e os direitos autorais
E como bem delimitou o Relator Geral do Anteprojeto do Novo Código Civil Brasileiro onde
utilizando as explicações do Prof. Miguel Reale que foi " empregada a palavra "empresa" no
sentido de atividade desenvolvida pelos indivíduos ou pelas sociedades a fim de promover a
produção e a circulação das riquezas. É esse objetivo fundamental que rege os diversos tipos
de sociedades empresariais, não sendo demais realçar que, consoante terminologia adotada
pelo projeto, as sociedades são sempre de natureza empresarial, enquanto que as associações
são sempre de natureza civil. Parece uma distinção de somenos, mas de grande conseqüências
práticas, porquanto cada uma delas é governada por princípios distintos. Uma exigência
básica de trabalho norteia, portanto, toda a matéria de Direito de Empresa, adequando-o aos
imperativos da técnica contemporânea no campo econômico-financeiro, sendo estabelecidos
preceitos que atendem tanto à livre iniciativa como aos interesses do consumidor [3]"
Prossegue o referido catedrático, à guisa de enumerar as principais alterações advindas com o
novo livro, aduzindo que "foi dada uma nova estrutura muito mais ampla e diversificada à lei
da sociedade por cotas de responsabilidade limitada, sendo certo que a lei especial em vigor
está completamente ultrapassada, sendo a matéria regida mais segundo princípios de doutrina
e à luz de decisões jurisprudenciais. A propósito desse assunto, para mostrar o cuidado que
tivemos em atender à Constituição, lembro que a lei atual sobre sociedades por cotas de
responsabilidade limitada permite que se expulse um sócio que esteja causando danos à
empresa, bastando para tanto mera decisão majoritária. Fui dos primeiros juristas a exigir que
se respeitasse o princípio de justa causa, entendendo que a faculdade de expulsar o sócio
nocivo devia estar prevista no contrato, sem o que haveria mero predomínio da maioria.
Finalmente o jurista vem em afirmar: " Ora, a Constituição atual declara no artigo 5° que
ninguém pode ser privado de sua liberdade e de seus bens sem o devido processo legal e o
devido contraditório. Em razão desses dois princípios constitucionais, mantivemos a
possibilidade da eliminação do sócio prejudicial, que esteja causando dano à sociedade,
locupletando-se às vezes com o patrimônio social, mas lhe asseguramos, por outro lado, o
direito de defesa, de maneira que o contraditório se estabeleça no seio da sociedade e depois
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possa continuar por vias judiciais. Está-se vendo, portanto, a ligação íntima que se procurou
estabelecer entre as estruturas constitucionais, de um lado, e aquilo que chamamos de
legislação infraconstitucional, na qual o Código Civil se situa como ordenamento
fundamental".

UNIFICAÇÃO DO DIREITO PRIVADO.


Há muito os doutrinadores comercialistas vem discutindo sobre a unificação do direito
privado. Quem primeiro iniciou essa discussão foi Cesare Vivante, professor renomado da
Universidade de Roma, ainda no fim do século passado. Seu esforço pela unificação do
direito civil e comercial resultou, em 1942 na promulgação do Código Civil italiano contendo
a matéria comercial. Mas consta que Vivante, depois de se envolver com os estudos de direito
comercial, voltou atrás em sua posição dizendo que a unificação acarreta um grave prejuízo
para o direito comercial, e passou a justificar a autonomia em razão da diferença de métodos
do direito civil e do direito comercial, sustentando que o direito comercial tem índole
cosmopolita, decorrente da natureza do próprio comércio, regulando os negócios em massa,
ao passo que o direito civil se ocupa de atos isolados dos particulares [4].
Destarte entretanto que Cesare Vivanti, jurista italiano, maior comercialista dos tempos
modernos, era considerado o renovador do Direito Comercial italiano, antes da reforma
legislativa de 1942. Era o mais respeitado defensor desta unificação até o momento que foi
incumbido de elaborar o anteprojeto de reforma do Código Comercial italiano. Frente a frente,
com os desafios da elaboração positiva do direito comercial, deu-se conta, Vivanti, de que
cometera grave erro e com a humildade que só habita os espíritos mais altaneiros, retratou-se
publicamente renegando a unificação e afirmando a partir daí, que a unificação acarretaria
grave prejuízo para o Direito Comercial. O comercialista brasileiro, o inesquecível professor
Rubens Requião [5], sobre o assunto, assim se pronunciou: Justifica-se a autonomia pela
diferença de método entre o direito civil e o direito comercial: neste prevalece o método
indutivo, naquele o dedutivo. O direito comercial tem, de fato, uma índole cosmopolita que
decorre do próprio comércio. A disciplina dos títulos de crédito, a circulação, o portador de
boa fé, são institutos que dão uma feição diferente da que prevalece no direito civil.

CONSIDERAÇÕES DE ORDEM JURÍDICA AO DIREITO EMPRESARIAL NO


NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO.

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Assim, o Novo Código Civil Brasileiro, dotado de técnica e regras indispensáveis, cria a
possibilidade, não a obrigatoriedade, da constituição de uma Sociedade Limitada com regras,
direitos e obrigações previamente delimitados, afastando as inseguranças jurídicas causadas
pelas insuficientes disposições do Decreto n.º 3.708/19.
Assim, com a presente obra jurídica vamos fazer uma análise minuciosa da nova temática :
Regulamentação Geral da Sociedade Limitada, Regência Supletiva da Sociedade Limitada,
Responsabilidade Solidária dos Sócios, Existência do Conselho Fiscal, Possibilidade de
Exclusão do Sócio, Resolução Parcial da Sociedade, Cessão de Quotas Sociais, Assembléia
Geral de Sócios Cotistas e a Penhora de Bens dos Sócios, Modificação de Contrato,
Incorporação, Fusão ou Dissolução da Sociedade Limitada e a Aplicação Supletiva das
normas da Sociedade Simples/Sociedade Anônima vis a vis e participação de Acionista
Estrangeiro.
Assim o nosso trabalho jurídico tem por objeto o estudo de aspectos relevantes da sociedade
limitada no Novo Código Civil Brasileiro, bem como proporcionar uma visão geral do tema
envolvendo a sociedade limitada. Ao longo do desdobramento das questões que revestem o
tema, será feita uma análise do atual regime das limitadas, em atenção às recentes posições
doutrinárias e jurisprudenciais. Assim, a finalidade primordial da presente obra jurídica é
orientar a elaboração e a alteração de contratos sociais das sociedades por quotas de
responsabilidade limitada, sugerindo a sua pronta adequação às regras e aos princípios
constantes no Novo Código Civil Brasileiro que são meros reflexos das tendências
doutrinárias e jurisprudenciais manifestadas quando da apreciação do Decreto n.º 3.708/19.

DIREITO DAS EMPRESAS NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO.


O Novo Código Civil Brasileiro [6] (Lei 10.406/02) que entrou em vigor em janeiro de 2003
possui uma parte especial intitulada como Livro II Do Direito da Empresa. Devemos expor
que o objetivo do legislador era a unificação dos temas do ramo do direito privado
envolvendo o Código Comercial Brasileiro no campo da sociedade comercial e do direito
empresarial e algumas leis comerciais especiais como o Decreto 3708/19, Decreto 916/1890,
Decreto 486/69 para uma nova e moderna visão no Novo Código Civil Brasileiro [7].

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES DO DIREITO DAS EMPRESAS.


Os artigos referentes ao livro II que tratam sobre o direito de empresa que disciplina sobre a
vida do empresário e das empresas, com nova estrutura aos diversos tipos de sociedades
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empresariais contidas no novo Código Civil, possui como paradigma o Código Civil italiano.
Traz profundas modificações no direito pátrio como por exemplo, o fim da bipartição das
obrigações civis e comerciais. No livro I referente ao direito das obrigações se desdobra a
disciplina do direito de empresa, regendo o primeiro os negócios jurídicos e no segundo a
atividade enquanto estrutura para exercício habitual de negócios, representada pela empresa.

DIREITO DA EMPRESA E DO EMPRESÁRIO.


O Livro II trata do Direito da Empresa, sendo que no Título I temos a figura do empresário
(Arts. 966 á 980). No artigo 966 temos a definição jurídica do empresário, aquele que "exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou
de serviços".

REGISTRO DA SOCIEDADE EMPRESARIAL.


Destarte que no artigo 967 temos que " É obrigatória a inscrição do empresário no Registro
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade." A
sociedade empresarial somente adquire personalidade jurídica com a inscrição de seus atos
constitutivos. Sem essa inscrição, ter-se-á sociedade irregular ou de fato. O registro está
regulado nos artigos 1.150 e seguintes do novo Código Civil.
Em síntese, "o empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de
Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil
das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a
sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária." [8]

SOCIEDADE COMERCIAL ENTRE CÔNJUGES.


Devemos expor que o Novo Código Civil Brasileiro retrata no artigo 977 que " Faculta-se aos
cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no
regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.". No artigo segunte
temos que " O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que
seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los
de ônus real." Para tanto se faz necessário conforme determina o artigo 979 que " Além de no
Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os
pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de
bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade." E ainda temos no artigo 980
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que " A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro
Público de Empresas Mercantis." Portanto, o Novo Código Civil Brasileiro permite a
sociedade comercial entre marido e mulher, porém, condicionalmente; que desde não tenham
casado no regime de comunhão universal de bens ou da separação de bens.

SOCIEDADE COMERCIAL.
O Título II trata da questão da sociedade (Arts. 981 á 985) onde " Celebram contrato de
sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para
o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados." [9] Com a unificação
do Direito Comercial com o Direito Civil, no Novo Código Civil Brasileiro, desaparece a
distinção entre sociedade civil e comercial. Neste desiderato, o Código contemplou a
existência das sociedades "não personificadas", divididas entre "sociedades comuns" e
"sociedades em conta de participação, e das "sociedades personificadas", divididas em
"sociedades simples" e "sociedade empresarial".

SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA E SOCIEDADE EM COMUM.


No subtítulo I temos a figura da sociedade não personificada como a sociedade em comum
(Arts. 986 á 990) [10]. Alguns das restrições das sociedades não personificadas comuns já
estavam contempladas em leis esparsa. Assim, vedava-se-lhes que interpusessem pedido de
falência ou impetrassem concordata. Outrossim, sua escrituração não tinha força probante. E,
com a edição do novo Código Civil, restou consolidada a responsabilidade ilimitada e
solidárias dos sócios, perante a sociedade e terceiros, sequer lhes sendo de direito o uso do
benefício de ordem. Neste desiderato o artigo 990, que prevê: "Todos os sócios respondem
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto
no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade."

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS SÓCIOS.


Devemos destacar que no artigo 988 temos que " os bens e dívidas sociais constituem
patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.". No que tange aos " bens
sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto
expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou
deva conhecer." E finalmente no artigo 90 temos que " Todos os sócios respondem solidária e
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ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art.
1.024, aquele que contratou pela sociedade".

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO.


No subtítulo I temos a figura da sociedade em conta de participação (Arts. 991 á 996) [11]. A
sociedade em conta de participação é considerada uma verdadeira sociedade "anônima".
Temos o Sócio oculto que não aparece, nem pode aparecer como sócio, de forma alguma, em
qualquer sociedade. Trata-se de uma sociedade sui generis. Diversas peculiaridades
distinguem-na das demais. Apresenta duas categorias de sócios: ocultos, que não aparecem
nem tratam com terceiros, e ostensivos, girando os negócios sob a firma individual destes
últimos, únicos responsáveis perante terceiros. Não possui personalidade jurídica, patrimônio
próprio nem firma ou razão social, pois todos os negócios, como visto, são efetuados em
nome do sócio ostensivo.
A sociedade em conta de participação, dado seu caráter especial, de existir apenas entre
sócios, não está sujeita, para constituição às formalidades exigidas para as demais sociedades
comerciais, ou seja, a ter um contrato escrito, quer por instrumento público ou particular, e
arquivado no Registro de Comércio. Pode ela, na verdade, constituir-se mediante contrato,
mas esse não deverá ser arquivado no Registro de Comércio, sob pena de deixar de ser a
sociedade uma participação, já que com o arquivamento do seu ato constitutivo adquire ela
personalidade jurídica.

SOCIEDADE SIMPLES.
No subtítulo II temos a sociedade simples (Arts. 997 á 1000) devendo "constituir-se mediante
contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes" [12]. O
Código Comercial francês define a sociedade, com rigor e método, como um acordo de
vontades, isto é, como un "contrat" par lequel "deux" ou plusieurs personnes... Consagrou-se,
pois, com o alto prestígio do Código Napoleão e o apoio logístico deste, que a sociedade
supõe um mínimo de duas partes, porque nasce de um contrato, que, por sua vez, supõe uma
pluralidade de partes.

DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS.


Na Segunda seção temos os Direitos e Obrigações dos Sócios (Arts. 1001 á 1009). Devemos
expor que em conformidade com o artigo 1001, " As obrigações dos sócios começam
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imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a
sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais."
Por outro lado temos no artigo 1.003, " A cessão total ou parcial de quota, sem a
correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não
terá eficácia quanto a estes e à sociedade." Novamente devemos em expor que a lei anterior
era omissa sobre o assunto, deixando sua disciplina ao contrato social, que tanto poderia
permitir livremente a cessão, vedá-la ou ainda estabelecer um direito de preferência em favor
dos demais sócios. No silêncio do contrato, duas posições antagônicas eram defendidas:
possibilidade de livre cessão das quotas, a outros sócios ou a terceiros; impossibilidade de
cessão a terceiros, dado o caráter personalíssimo da sociedade. Agora, não havendo
disposição diversa no contrato, um sócio poderá ceder sua quota a outro, independentemente
de audiência dos demais; se a cessão for a terceiros, será possível, após consulta aos demais
sócios, apenas se não houver oposição de titulares de mais de 25% (vinte e cinco por cento)
do capital social.

ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE.
Na Terceira Seção temos a Administração da Sociedade (Arts. 1010 á 1021). Um grande
passo do legislador na elaboração do Novo Código Civil Brasileiro foi a criação do
administrador da sociedade comercial. A esse respeito, a Lei n.º 6.404/76 reserva os cargos de
administradores das sociedades para pessoas físicas, excluindo as pessoas morais. Devemos
expor que "Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os
condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por
crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a
economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto
perdurarem os efeitos da condenação." Com respeito à responsabilidade da sociedade pelos
atos dos administradores, o Código é inovador, pois conforme o artigo 1016 "Os
administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados,
por culpa no desempenho de suas funções".
As atribuições dos administradores, desde que constem de contrato devidamente arquivado,
são oponíveis contra todos, o que reduz sensivelmente o campo de incidência da teoria da
aparência. Os administradores só podem atuar nos limites de seus poderes contratuais e nada
além. A atuação fora de seus limites gera sua responsabilização pessoal. Mais recentemente, o
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Prof. Rubens Requião, ao analisar o problema do abuso e do uso indevido da razão social pelo
administrador na sociedade por cotas, observou: "Pode ele, todavia, usar da razão social,
dentro dos objetivos da sociedade, mas para fins pessoais, o que caracteriza seu uso indevido.
Tanto no caso de abuso como no de uso indevido da firma social, cabe ação de perdas de
danos contra ele, promovida pela sociedade ou pelos sócios individualmente, sem prejuízo da
responsabilidade criminal".
RELAÇÕES COM TERCEIROS.
Na Quarta Seção temos a questão das Relações com Terceiros (Arts. 1022 á 1027). No art.
1.023 disciplina a responsabilidade da sociedade e dos sócios perante terceiros, respondendo
os sócios, pelo saldo das dívidas da empresa, na proporção de suas participações, salvo
cláusula de responsabilidade solidária. No artigo 1024 temos que " os bens particulares dos
sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os
bens sociais.
Necessidade não havia de disposição expressa, arredando a constrição sobre bens da
sociedade e bens particulares dos sócios por dívidas particulares. Garantia das dívidas da
sociedade, as quotas não podem responder por dívidas dos sócios; se o pudesse, aberta estaria
a burla, em detrimento de terceiros de boa fé. Incisiva, a propósito, o excelente magistério de
Rubens Requião: "... o que se precisa ter em mente, na hipótese em exposição, é a certeza de
que os fundos sociais não pertencem ao quotista, mas à sociedade. Sustentar-se o contrário é
pôr-se abaixo toda a teoria da personificação jurídica e negar-se a autonomia do seu
patrimônio em relação aos seus componentes"; e noutro lance: "Entre o sócio e a sociedade
ergue-se a personalidade jurídica desta, com a sua conseqüente autonomia patrimonial. Por
isso, pertencendo o patrimônio à sociedade, não pode o credor particular do sócio penhorá-lo
para o pagamento de seu crédito".

RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO A UM SÓCIO E A EXCLUSÃO DE


SÓCIO.
Na Quinta Seção temos a questão da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio (Arts.
1028 á 1032). Devemos expor que o artigo 1028 retrata que no caso de morte de sócio,
liquidar-se-á sua quota. Sob o tema, comenta Fran Martins [13]: "No nosso ponto de vista,
havendo ou não cláusula contratual, reduzindo-se o número de sócios a apenas um, poderá o
mínimo de dois ser reconstituído no prazo de um ano, a contar da data em que foi constatada a
existência do único sócio, aplicando-se ao caso, por força do art. 18 do Decreto nº 3708/19, a
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regra de letra d do art. 206 da Lei das sociedades anônimas, que permite tal procedimento a
essas sociedades quando se constata que há apenas um acionista. A Lei das sociedades
anônimas, acompanhando o desenvolvimento das empresas e reconhecendo o alto valor
dessas nas atividades das sociedades, sempre facultou a continuação das atividades da
companhia quando o número de sócios se tornava inferior ao mínimo estabelecido na lei. E a
lei atual, permitindo que a anônima se forme e funcione regularmente com apenas dois sócios
(artigo 80, I), expressamente dispôs que, reduzida a sociedade a um único acionista, o mínimo
do dois seja reconstituído no prazo de um ano, sob pena de ser a companhia dissolvida. O
mesmo deve acontecer com as sociedades que se formam de acordo com o art. 302 do Código
Comercial entre as quais a sociedade por quotas."
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Nesse sentido, confira-se o Acórdão proferido pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal,
quando do RE nº 104.596-PA, relator o eminente Ministro Cordeiro Guerra, resumindo em
sua ementa: "Sociedade limitada constituída de dois sócios. Deferimento de dissolução parcial
com a apuração exata dos haveres do sócio falecido, sem prejuízo da continuidade da empresa
pelo sócio sobrevivente. Recurso Extraordinário conhecido e parcialmente provido."

DA EXCLUSÃO DO SÓCIO NA SOCIEDADE COMERCIAL.


Ao tratar da exclusão de sócio, o novo Código Civil menciona no art. 1.030 que pode o sócio
ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave
no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. E Será de
pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido
liquidada..

DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE COMERCIAL NO NOVO CÓDIGO CIVIL


BRASILEIRO.

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Na Seção VI temos a forma de dissolução da sociedade comercial ( Arts. 1033 á 1038): A
dissolução societária total foi tratada nos artigos 1.033 e seguintes do novo Código Civil, sem
maiores inovações, sendo oportuno lembrar que neste caso será nomeado um liquidante, com
os poderes previstos nos artigos 1.102 e seguintes. A dissolução tanto poderá ser amigável
como judicial. Quando amigável opera-se através de um distrato, que não é senão um
instrumento firmado pelos sócios, disciplinando o encerramento da sociedade. Quando
judicial dependerá de sentença, a ser proferida em função do requerimento do interessado e
após comprovação do motivo alegado. Portanto, da mesma forma que a sociedade se constitui
e funciona, também pode extinguir-se. Contudo, para que isso ocorra, não basta, em geral, um
processo tão simples como a constituição da sociedade, ou seja, a elaboração do contrato ou
da escritura, ou a assembléia geral de constituição, será necessário uma série de providências
para a apuração dos haveres da sociedade, o pagamento dos credores e a distribuição do saldo.
Entretanto o artigo 1033 do Novo Código Civil Brasileiro retrata as seguintes formas de
dissolução de sociedade: I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem
oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo
indeterminado; II - o consenso unânime dos sócios; III - a deliberação dos sócios, por maioria
absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - a falta de pluralidade de sócios, não
reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; V - a extinção, na forma da lei, de autorização
para funcionar.

SOCIEDADE EM NOME COLETIVO.


Devemos expor ainda a existência do Capítulo II sobre a constituição da sociedade em nome
coletivo (Arts. 1039 á 1044) onde "somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade
em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações
sociais" [14]. Sociedade comercial constituída de uma só categoria de sócios - solidária e
ilimitadamente responsáveis pelas obrigações sociais - sob firma ou razão social [15]. Tal como
a sociedade em comandita simples, a sociedade em nome coletivo surgiu na Itália, na Idade
Média. Originariamente denominada sociedade geral, foi, depois, chamada sociedade em
nome coletivo pelo Código Comercial francês, de 1807. A sociedade em nome coletivo que
também se denominava, e no direito francês continua a denominar-se, sociedade geral ou
sociedade livre, tem suas origens no comercio medieval italiano. As famílias residentes nas
grandes cidades, consagrando ao comercio o seu patrimônio hereditário ainda indiviso, os

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irmãos continuando o tráfico paterno sob o mesmo teto, constituiriam o marco inicial dessa
sociedade, cujo primeiro sinal externo se encontra precisamente nesta comunhão doméstica.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES


O Capítulo III vem em tratar da sociedade em comandita simples (Arts. 1045 á 1051) onde
"tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente
pelo valor de sua quota." [16]
Modernamente, a sociedade em comandita simples é formada por duas espécies de sócios:
comanditados, com responsabilidade solidária e ilimitada, e comanditários, com
responsabilidade limitada. A firma ou razão social deve cumprir os requisitos sobre registro
de firmas ou razões comerciais, quais sejam: nome ou firma de um ou mais sócios pessoal e
solidariamente responsáveis com o aditamento por extenso ou abreviado - e companhia, sem
que se inclua o nome completo ou abreviado de qualquer comanditário, podendo a que tiver o
capital dividido em ações qualificar-se por denominação especial ou pela designação de seu
objeto seguida das palavras - Sociedade em comandita por ações, e da firma.
Raramente constitui-se uma sociedade em comandita simples. Trata-se de uma forma jurídica
que permite a prestação de capitais por um ou alguns, sem qualquer outra responsabilidade ou
participação na administração do negócio, pois para outros estará reservada esta situação. É
constituída por sócios que possuem responsabilidade subsidiária, ilimitada e solidária, que são
os chamados sócios comanditados, a estes é dada a capacidade de gerenciar e dão nome a
Empresa; e sócios que têm responsabilidade limitada e restringida a importância com que
entram para o capital, são os sócios comanditários. Portanto, é uma sociedade de pessoas, de
responsabilidade mista, porque tanto aparecem sócios ilimitada e solidariamente responsáveis
e outros de responsabilidade limitada.

SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES.


Devemos expor que o Capítulo VI vem em tratar nos artigos 1090 á 1092 da Sociedade em
Comandita por Ações. Sociedade em que o capital é dividido em ações, respondendo os
sócios ou acionistas, tão-somente, pelo preço das ações subscritas ou adquiridas, com
responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada dos diretores ou gerentes pelas obrigações
sociais. Tal como a sociedade por cotas de responsabilidade limitada, pode utilizar-se de firma
ou denominação. Na primeira hipótese, os acionistas cujos nomes constarem na firma terão
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responsabilidade solidária e ilimitada. Os gerentes ou diretores são nomeados por prazo
ilimitado, sendo, necessariamente, recrutados entre os sócios ou acionistas, vedada a escolha
de pessoas estranhas à sociedade.

SOCIEDADE COOPERATIVA.
O Capítulo VII vem em tratar nos artigos 1093 á 1096 da Sociedade Cooperativa. As
Cooperativas são sociedades de pessoas, com personalidade jurídica própria e de natureza
civil, não objetivando lucro e sim a prestação de serviços aos seus associados. As
características dominantes desse tipo de sociedade estão inseridas no artigos 3º, 4º e incisos,
da lei 5.764/71.

SOCIEDADES COLIGADAS.
O Capítulo VIII vem em tratar nos artigos 1097 á 1101 das Sociedades Coligadas onde
acompanhando o fenômeno da globalização, onde as empresas passam a se associarem umas
participando das outras, visando a ampliação das sua atividades, com maior produtividade e
menores custos, além de procurarem ampliar seu domínio no mercado. Diz-se coligada ou
filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade participa com dez por cento ou mais, do
capital da outra, sem controlá-la.

SOCIEDADE LIMITADA.
Finalmente temos o Capítulo IV do Novo Código Civil Brasileiro que trata da sociedade
limitada (Arts. 1052 á 1087). Assim devemos descrever os artigos que retratam a nova
constituição da sociedade limitada em substituição ao Decreto 3708, de 10 de janeiro de 1919.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.
Devemos expor sobre as normas gerais da sociedade limitada no projeto de Código Civil
unificado, onde Waldírio Bulgarelli [17], afirma: "Quanto aos tipos de sociedades,
principalmente, as sociedades que o Projeto denominou de limitadas (as atualmente, por
quotas de responsabilidade limitada), vale lembrar que o número de emendas apresentadas ao
Projeto, a maioria de elaboração do Prof. Egberto Lacerda Teixeira e a série de críticas
recebidas estão a demonstrar que as alterações procedidas não foram de molde a agradar a
doutrina. Temos para nós, que sendo as sociedades por quotas de responsabilidade limitada,
um produto híbrido, que se situa entre as sociedades de pessoas e as de capital, tem servido
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como um modelo dúctil, capaz de albergar desde as simples sociedades entre marido e mulher
até as holdings e que portanto não mereceria em princípio alterações, até porque a doutrina e a
jurisprudência têm sabido com galhardia enfrentar e resolver os problemas que apresenta.
Certamente, que perante um regime empresarial, haveria que se atentar para alguns aspectos
que atuam contra a preservação da empresa, e lembraria aqui, como exemplo contundente, o
valor a ser pago ao sócio retirante."

REGÊNCIA SUPLETIVA DA SOCIEDADE LIMITADA


A Regência supletiva da Sociedade Limitada onde o Novo Código Civil Brasileiro estabelece
como regra geral,, na omissão do capítulo próprio das limitadas, a aplicação das normas da
sociedade simples, podendo, entretanto, o contrato social contemplar a regência supletiva
pelas normas da Lei das Sociedades Anônimas " (art. 1.053).

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS SÓCIOS.


A Responsabilidade solidária pela avaliação dos bens integrantes do capital social. O Novo
Código Civil Brasileiro estabelece que todos os sócios respondem solidariamente pela exata
estimação dos bens conferidos ao capital social até o prazo de cinco anos da data do registro
da sociedade (§ 1 do art. 1055).

EXISTÊNCIA DO CONSELHO FISCAL.


O Novo Código Civil Brasileiro faculta aos sócios instituir um Conselho Fiscal composto de
três ou mais membros e respectivos suplentes eleitos em assembléia. Havendo o Conselho
Fiscal os sócios minoritários que representam 20 % (vinte por cento) do capital social, terão o
direito de eleger um membro e respectivo suplente do Conselho. (Art. 1066).

POSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO DO SÓCIO.


O Novo Código Civil Brasileiro determina que a exclusão possa ser via judicial mediante
iniciativa da maioria dos sócios por falta grave no cumprimento das obrigações do sócio ou
ainda por incapacidade superveniente ou ainda a via extrajudicial onde aplica-se ao sócio que
colocar em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade
mediante deliberação da maioria dos sócios. Pode ainda ser por justa causa. (Arts. 1030 e
1085).

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RESOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE.
O Novo Código Civil Brasileiro estabelece no Artigo 1086 a exclusão do sócio. No Artigo
1032 temos que é pertinente à sociedade simples, que estabelece que a exclusão do sócio, não
exime da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a
resolução da sociedade, nem pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não for requerido a
averbação.

CESSÃO DE QUOTAS SOCIAIS.


O Novo Código Civil Brasileiro estabelece no artigo 1057 que na omissão do contrato, o
sócio poderá ceder suas quotas, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente
de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de 20 %
(vinte por cento) do capital social. Até 2 anos depois de averbada a modificação do contrato,
responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas
obrigações que tinha como sócio ( parágrafo único do art. 1.003).
ASSEMBLÉIA GERAL DE SÓCIOS COTISTAS E A PENHORA DE BENS DOS
SÓCIOS.
Destarte que no Novo Código Civil Brasileiro temos a obrigatoriedade da realização de
assembléia geral anual de cotistas, o que deve ocorrer quatro meses depois do fim do
exercício social, a previsão expressa de que os bens dos sócios podem ser penhorados para o
pagamento de compromissos da empresa, nos casos de fraude e atos irregulares de
administração, que para realizar operações de reorganização societária, como fusões,
incorporações, cisões, bem como pedido de concordata, modificação do contrato social e
designação de administradores, passa a ser obrigatória uma assembléia geral prévia.

MODIFICAÇÃO DE CONTRATO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO OU DISSOLUÇÃO


DA SOCIEDADE.
Outrossim temos no Novo Código Civil Brasileiro que as deliberações sobre modificação de
contrato, incorporação, fusão ou dissolução da sociedade, ou cessação do estado de
liquidação, exigem aprovação de ¾ do capital social, ou quanto a empresa decidir aumentar o
capital social, deve ser dado um prazo de trinta dias para os cotistas decidirem se irão
subscrever as novas quotas ou ainda em caso de redução do capital das empresas, será
obrigatória a publicação da operação em jornais de grande circulação.

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SOCIEDADE LIMITADA E A ADMINISTRAÇÃO GERAL.
Na Terceira Seção envolvendo os artigos 1060 á 1065 o Novo Código Civil Brasileiro vem
em retratar a administração da sociedade limitada com uma nova figura jurídica a do
administrador designado no contrato social ou em ato separado mediante termo de posse no
livro de atas da administração

SOCIEDADE LIMITADA E AS DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS.


Na Quinta Seção envolvendo os artigos 1071 á 1080 do Novo Código Civil Brasileiro temos
as deliberações dos sócios a respeito de aprovação das contas da administração, da designação
e da destituição dos administradores, do modo de remuneração, de modificação do contrato
social, da incorporação, fusão e a dissolução da sociedade, da nomeação e destituição dos
liquidantes e o julgamento das quotas e do pedido de concordata
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Concorrência). Uma crítica pontual à opção do legislador
 Os agentes marítimos e as multas oriundas do Tribunal Marítimo
 As propostas para regulamentação do uso da Internet no Brasil e os direitos autorais

SOCIEDADE LIMITADA E O AUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL.


Na Sexta Seção envolvendo os artigos 1081 á 1084 do Novo Código Civil Brasileiro temos as
questões envolvendo o aumento e a redução do capital social

SOCIEDADE LIMITADA E OS SÓCIOS MINORITÁRIOS.


Na Sétima Seção envolvendo os artigos 1085 e 1086 do Novo Código Civil Brasileiro temos
as questões envolvendo a resolução da sociedade em relação a sócios minoritários, com a
possibilidade de exclusão em caso de risco da continuidade da empresa

SOCIEDADE LIMITADA E A DISSOLUÇÃO.


Na Oitava Seção envolvendo o artigo 1087 do Novo Código Civil Brasileiro temos a questão
da dissolução onde " a sociedade dissolve-se, de pleno direito, por qualquer das causas
previstas no art. 1.044. Portanto é bastante inovador o Novo Código Civil Brasileiro no que
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retrata a constituição da sociedade limitada com as principais mudança envolvendo a regência
supletiva, a responsabilidade solidária pela avaliação dos bens integrantes do capital social, da
existência do Conselho Fiscal, da possibilidade de exclusão de sócio e da resolução parcial da
Sociedade, da cessão de quotas, da deliberação dos sócios e do quorum qualificado

SOCIEDADE ANÔNIMA.
Devemos expor da existência do Capítulo V que vem em tratar da S.A. A Sociedade Anônima
brasileira é uma forma societária que se assemelha bastante à joint-stock company ou à
corporation. Ela é regida pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e modificações
posteriores, incluindo-se aquelas introduzidas pela recente Lei nº 10.303, de 31 de outubro de
2001 ("Lei das Sociedades por Ações"). No artigo 1088 temos que na sociedade anônima ou
companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo
preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. E que a sociedade anônima rege-se
por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.

LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE.
O Capítulo IX vem em tratar nos artigos 1102 á 1112 da Liquidação da Sociedade. O
procedimento de liquidação das sociedades deve ser simplificado e instaura-se após a
ocorrência de uma das causas dissolutórias previstas na lei ou no contrato. O supra artigo
1102 define que " Dissolvida a sociedade e nomeado o liquidante, procede-se à sua
liquidação, ressalvado o disposto no ato constitutivo ou no instrumento da dissolução".
A dissolução e a extinção, esta resultante de liquidação regular, devem ser traduzidas no
distrato, cujo arquivamento na Junta Comercial importa na eficácia das operações, perante
terceiros. J. X. CARVALHO DE MENDONÇA, critica o sistema legal porque declara
dissolvida a sociedade antes da liquidação, apontando que a verdadeira dissolução só ocorre
depois daquela (liquidação), mas se vê nesta crítica que o citado autor considerou a dissolução
como a "extinção" da sociedade e não como causa que a leva ao fim, ou ainda como
procedimento [18].
Como bem descreve o Código, consiste a liquidação na apuração do ativo da sociedade e no
pagamento de seu passivo, podendo ser extrajudicial ou judicial, sem relação direta com a
forma em que se deu a dissolução da sociedade; ou seja, os sócios podem ter chegado à
conclusão da causa dissolutória mas terem divergido quanto ao procedimento liquidatório, ou,
ainda, a sociedade pode ter sido alcançada por dissolução judicial, não obstante seus
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integrantes chegam a adotar a liquidação amigável. Devemos expor que a regra é a seguinte:
Os sócios podem resolver, por maioria de votos, antes de ultimada a liquidação, mas depois
de pagos os credores, que o liquidante faça rateios por antecipação da partilha, à medida em
que se apurem os haveres sociais. È de se retratar que " no caso de liquidação judicial, será
observado o disposto na lei processual " e " no curso de liquidação judicial, o juiz convocará,
se necessário, reunião ou assembléia para deliberar sobre os interesses da liquidação, e as
presidirá, resolvendo sumariamente as questões suscitadas."

TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO DAS SOCIEDADES.


O Capítulo X vem em tratar nos artigos 1113 á 1122 da Transformação, da Incorporação, da
Fusão e da Cisão das Sociedades.

TRANSFORMAÇÃO SOCIETÁRIA.
A Transformação societária é uma forma de alteração contratual pela qual uma sociedade
passa, independentemente de dissolução ou liquidação, de uma espécie para outra. Não se
confunde com a incorporação, a fusão, a cisão ou a sucessão. Devemos expor que " A
transformação depende do consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato
constitutivo, caso em que o dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio
do estatuto ou do contrato social, o disposto no art. 1.031."

INCORPORAÇÃO SOCIETÁRIA
No que tange a Incorporação societária temos uma operação em que uma ou mais sociedades
são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e encargos. A incorporação
(merger, no direito inglês) é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. A incorporação não dá origem a uma
nova sociedade, pois a incorporadora absorve e sucede a uma ou mais sociedades. Por outro
lado não ocorre, na incorporação, uma compra e venda, mas a agregação do patrimônio da
sociedade incorporada ao patrimônio da incorporadora, com sucessão em todos os direitos e
obrigações.

FUSÃO.
No Novo Código Civil Brasileiro temos que a fusão determina a extinção das sociedades que
se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações. A fusão
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será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que
pretendam unir-se. Em reunião ou assembléia dos sócios de cada sociedade, deliberada a
fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de
distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da
sociedade. Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembléia dos
sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da nova
sociedade. É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedade de que
façam parte. Constituída a nova sociedade, aos administradores incumbe fazer inscrever, no
registro próprio da sede, os atos relativos à fusão.

CISÃO SOCIETÁRIA
Finalmente temos a cisão societária onde uma sociedade transfere parcelas de seu patrimônio
para outra(s) sociedade(s), constituída(s) para tal fim ou já existente(s), extinguindo-se a
sociedade cindida, em caso de versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital,
se parcial a versão [19]. Do latim scindere, cortar; daí scissionis, separação, divisão.
Reorganização de sociedades na qual a companhia transfere parcelas de seu patrimônio a
outras sociedades já existentes ou criadas para tal fim, extinguindo-se a companhia cindida, se
houver transferência total do patrimônio ou dividindo-se seu capital se a transferência for
parcial. A cisão, bem como a incorporação e a fusão, tem seus requisitos apontados no Art.
223 e seguintes da L-006.404-1976 (Lei de Sociedades por Ações). O acionista dissidente da
deliberação que aprovar a cisão tem direito a retirar-se da companhia, mediante reembolso do
valor de suas ações [20].

SOCIEDADE NACIONAL, DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃOE SOCIEDADE


ESTRANGEIRA
O Capítulo XI vem em tratar nos artigos 1123 á 1141 da Sociedade Dependente de
Autorização. Devemos expor que As sociedades estrangeiras passam a depender de
autorização do Poder Executivo para poderem funcionar no território brasileiro. Impõe a lei
que a empresa tem de funcionar no prazo de l2 meses, sob pena de ser considerada caduca a
autorização.(arts. l.123 e 1.124). Fica ressalvado que, o Poder Executivo pode, a qualquer
tempo, cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira se infringir
disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto.
(art.l.l25) Conceitua "Sociedade Nacional" como aquela organizada de conformidade com a
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lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração (art. l.l26). Por outro lado,
"Sociedade Estrangeira" é aquela que qualquer que seja seu objeto, não pode funcionar no
Pais, ainda que por estabelecimento subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos
expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira (art. l.l34).

DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL.
O Título III trata do Estabelecimento especialmente 1142 ´1 1149 do Novo Código Civil
Brasileiro. Devemos expor que matéria esta incorporada do Código Civil Italiano de l.942.
Conforme dispõe o art. 1.142 – estabelecimento é o complexo de bens organizado, para o
exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Pode ser objeto unitário
de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a
sua natureza.(art. l.l43). Contempla-se ainda, a possibilidade de sua alienação, as
conseqüências, e os direitos e deveres do adquirente.(arts. l.l44 a l.l49). Enfim, o
estabelecimento comercial, agora denominado de estabelecimento empresarial [8], é todo o
complexo dos elementos, o conjunto de bens que o empresário ou a sociedade empresarial
organiza para a atividade da empresa. É o instrumental da atividade do empresário.

DOS INSTITUTOS COMPLEMENTARES COMO O REGISTRO, O NOME


EMPRESARIAL, OS PREPOSTOS E GERENTES, O CONTABILISTA E A
ESCRITURAÇÃO.
O Título IV trata dos Institutos Complementares como o Registro nos artigos 1150 á 1154, do
Nome Empresarial nos artigos 1155 á 1168, dos Prepostos nos artigos 1169 á 1171, dos
Gerentes nos artigos 1172 á 1176, do Contabilista e outros Auxiliares nos artigos 1177 á 1178
e da Escrituração nos artigos 1179 á 1195 do Novo Código Civil Brasileiro.

REGISTRO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS


No que tange ao Registro das sociedades empresárias que fica a cargo das Juntas Comerciais e
as Sociedades Simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas (art. l.l50). Estas disposições já
eram tratadas em legislação específica, lei 8.934 de 18/11/1994 e regulamentada pelo Decreto
n.º 1.800 de 30/01/1996, que cuida do Registro Público das empresas mercantis e atividades
afins.

NOME EMPRESARIAL.
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Devemos expor que o artigo 1.155 retrata que considera-se nome empresarial a firma ou a
denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. E
ainda que equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação
das sociedades simples, associações e fundações. No supra artigo 1156 temos que o
empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se
quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade
João da Gama Cerqueira [21] define que : "Em nossa opinião, o direito sobre o nome comercial
constitui uma propriedade em tudo idêntica a das marcas de fábrica e de comércio, que se
exerce sobre uma coisa incorpórea, imaterial, exterior à pessoa do comerciante ou industrial, e
encontra seu fundamento no direito natural do homem aos resultados de seu trabalho. Essa
propriedade abrange não só o nome do comerciante singular, como, também, a firma das
sociedades em nome coletivo, as denominações das sociedades anônimas e por quotas, a
insígnia dos estabelecimentos e os demais elementos que entram no conceito do nome
comercial (n. 780, supra), considerados como objetos autônomos de direito". De seu turno,
Fábio Ulhoa Coelho [22], professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, registra
que: "Com efeito, enquanto o nome civil está ligado à personalidade do seu titular, sendo
discutível seu caráter patrimonial, em relação ao nome comercial, a sua natureza de elemento
integrativo do estabelecimento comercial afasta quaisquer dúvidas quanto à sua natureza
patrimonial."
DOS PREPOSTOS, DOS GERENTES E DO CONTABILISTA.
Destarte no capítulo III onde se trata a questão dos Prepostos, dos Gerentes e Do Contabilista
e outros Auxiliares. Os artigos 1.169 e seguintes do Código Civil tratam da figura do
preposto. Diz, por exemplo, que a preposição não pode ser transferida a terceiros, salvo com
autorização expressa, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituído. Também
se lhe veda que participe de operação do mesmo gênero que lhe foi concedida, ou que negocia
por conta própria, perante terceiro.
Por conseguinte temos no artigo 1169 que o preposto não pode, sem autorização escrita,
fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos
atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. E no artigo 1170 temos que o
preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou de terceiro, nem
participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob
pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da
operação.
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Daí o ensinamento de J. X. Carvalho de Mendonça [23] de que "a preposição comercial ou
contrato de emprego no comércio participa tanto do mandato como de locação de serviços;
não reúne, porém, os caracteres exclusivos de nenhum destes contratos. A preposição
comercial constitui figura típica de contrato. A subordinação ou dependência do preposto em
relação ao preponente arreda-lhe a qualidade de mandatário, para lhe imprimir a de locador de
serviços; a representação, que, muitas vezes, o preposto exerce relativamente a terceiros,
afasta-o da posição de locador de serviços para o elevar a mandatário. Conciliando as regras
desses dois contratos obteve-se nova figura: o contrato de preposição comercial, ou de
emprego no comércio".

DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL.
Finalmente no Capítulo IV temos a questão da Escrituração. Contábil.O Código exige que o
empresário e a sociedade empresarial sigam um sistema de contabilidade, com base na
escrituração de seus livros, além de anualmente promover o balanço, salvo no caso do
pequeno empresário.O Diário, contudo, é livro necessário a todos os empresários, inclusive os
pequenos, Nele serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento
respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao
exercício da empresa.estende-se ao pequeno empresário.
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 As propostas para regulamentação do uso da Internet no Brasil e os direitos autorais
A contabilidade deverá ser confiada a contabilista legalmente habilitado.Importante
consideração é a trazida no artigo 1.190, que prevê que "nenhuma autoridade, juiz ou tribunal,
sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a
sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas
em lei." Por seu turno, o artigo 1.191 completa dizendo que "o juiz só poderá autorizar a
exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões
relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou
em caso de falência."
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Portanto de forma resumida apresentamos as principais mudanças no Direito das Empresas
com o Novo Código Civil Brasileiro, sob a égide em nossa obra Manual das Empresas á Luz
do Novo Código Civil Brasileiro.

NOTAS
01. REALE, Miguel. Visão geral do projeto de código civil: tramitação do projeto
02. LUCCA, Newton de. A atividade empresarial no âmbito do projeto de código civil. In:
SIMÃO FILHO, Adalberto e LUCCA, Newton de (Org.). Direito empresarial
contemporâneo. São Paulo: Juarez de Oliveira, p. 29-83, 2000, p.37.
03. VISÃO GERAL DO PROJETO DE CÓDIGO CIVIL, artigo do Prof. Dr. Miguel Reale
04. Rubens Requião, 1977:17-19
05. REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. v. 1. São Paulo: Saraiva, 1998, p.369
06. Em 1967, formou-se uma comissão, coordenada por Miguel Reale, que apresentou o
anteprojeto de Código Civil em 1972, em que há proposta de novo regime das sociedades
limitadas.Compunham a comissão os juristas: José Carlos Moreira Alves, encarregado da
Parte Geral; Agostinho de Arruda Alvim, incumbido do Direito das Obrigações; Sylvio
Marcondes, com o Livro do Direito de Empresa; Ebert Vianna Chamoun, incumbido do
Direito das Coisas; Clóvis do Couto e Silva, cuidando do Direito de Família; e Torquato
Castro, trabalhando o Direito das Sucessões.
07. A exemplo do Código Civil Italiano, de 1942, o projeto ora em tramitação tem a pretensão
de unificar o Direito Privado Brasileiro. Quando se fala em unificação, deve-se pensar,
primeiramente, na estruturação do Direito Privado sobre a base de um único direito
obrigacional, ou seja, o ponto nodal da unificação é a elaboração de um único Direito das
Obrigações, comum a todos os sujeitos, não distinguindo entre comerciantes e não-
comerciantes.
08. Código Civil, artigo 1.150
09. TÍTULO II Da Sociedade CAPÍTULO ÚNICO Disposições Gerais
10. SUBTÍTULO I Da Sociedade Não Personificada CAPÍTULO I Da Sociedade em Comum
11. CAPÍTULO II Da Sociedade em Conta de Participação
12. SUBTÍTULO II Da Sociedade Personificada CAPÍTULO I Da Sociedade Simples Seção I
Do Contrato Social
13. (in Curso de Direito Comercial, 12ª ed., 1987, págs. 299/300
14. CAPÍTULO II Da Sociedade em Nome Coletivo
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15. Amador Paes de Almeida, Manual das Sociedades Comerciais, São Paulo, Saraiva, 2ª ed.,
1979, pp. 113 e segs.).
16. CAPÍTULO III Da Sociedade em Comandita Simples
17. BULGARELLI, Waldirio. Tratado de direito empresarial. São Paulo: Editora Atlas,
2000, pp.266/267.
18. Mendonça, J. X. Carvalho de, in ob. cit., 222.
19. Ananias Neves, Márcia Cristina, Sociedades por Cotas, São Paulo, Hemus Editora Ltda.,
s-d, p. 65.
20. Tavares Paes, P. R., Fraude contra Credores, São Paulo, Revista dos Tribunais, nota 42,
1978, p. 57; do mesmo autor, Manual das Sociedades Anônimas, São Paulo, Revista dos
Tribunais, 1981, pp. 66-67
21. Tratado da Propriedade Industrial, pág. 1.173, vol. 2, 2ª ed.
22. Manual de Direito Comercial, pág. 28, ed. 1988
23. J. X. Carvalho de Mendonça, Tratado de Direito Comercial Brasileiro, São Paulo, 1911,
Cardozo Filho & Comp., vol. II, pág. 450, nº 453

Celso Marcelo de Oliveira


consultor empresarial, membro do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial, do Instituto
Brasileiro de Direito Bancário, do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor, do
Instituto Brasileiro de Direito Societário, do Instituto Brasileiro de Direito Tributário, da
Academia Brasileira de Direito Constitucional, da Academia Brasileira de Direito Tributário,
da Academia Brasileira de Direito Processual e da Associação Portuguesa de Direito do
Consumo também escreveu as obras: "Tratado de Direito Empresarial Brasileiro", "Direito
Falimentar", "Comentários à Nova Lei de Falências", "Processo Constituinte e a
Constituição", "Cadastro de restrição de crédito e o Código de Defesa do Consumidor",
"Sistema Financeiro de Habitação e Código de Defesa do Cliente Bancário".
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/3807/direito-empresarial-a-luz-do-codigo-civil-
brasileiro/4#ixzz1rpSatsKC

Ano 1- Nº 1 - ISSN 1676-8213

O DIREITO EMPRESARIAL SUPERANDO O ARCAICO SISTEMA DOS


ATOS DE COMÉRCIO
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Lucíola Fabrete Lopes Nerilo

Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina, professora de Direito


Comercial na UNOESC, Campus de São Miguel do Oeste (SC)

Resumo.

O direito comercial brasileiro está em crise. Diante de um sistema positivado absolutamente


arcaico traçamos um histórico das três teorias que explicam a incidência do direito comercial
nas diferentes épocas, dando-nos a noção de quem eram os sujeitos que faziam jus aos
benefícios que só o direito comercial confere, quais sejam, a falência e a concordata. A teoria
subjetiva considerava sujeito do direito comercial o comerciante matriculado em uma das
corporações de ofício. A teoria dos atos de comércio, inspirada nos ideais da Revolução
Francesa, deslocou o âmbito do direito comercial para a atividade dos atos de comércio, as
quais nunca foram muito bem definidas em virtude da evolução contínua e frenética das
atividades comerciais. A principal lacuna dessa teoria – que se verifica hoje - é não
contemplar as atividades de prestação de serviços como sujeitas ao direito comercial e,
conseqüentemente, merecedoras das prerrogativas acima mencionadas. Com o surgimento da
teoria da empresa, o sujeito do direito comercial é o empresário – pessoa física ou jurídica –
que exerce atividade econômica organizada, não importando a natureza dessa atividade.
Incompatível com o princípio da isonomia não contemplar as empresas prestadoras de serviço
como sujeitos merecedores dos benefícios da concordata e da falência.

1.Introdução.

O objetivo deste trabalho é traçar um histórico do campo de aplicação do direito comercial


através das três teorias que explicam o âmbito de atuação desse ramo do Direito: teoria
subjetiva, teoria dos atos de comércio e teoria da empresa. A importância desta delimitação
está em que, atualmente a resistência à adoção da teoria da empresa redunda em negação de
benefícios que só o direito comercial concede a quem está sob sua égide. Assim, as empresas
prestadoras de serviço não têm acesso ao benefício da concordata por não estarem
contempladas pela teoria dos atos de comércio, a qual demonstraremos ultrapassada e
absolutamente incoerente com o sistema de organização econômica atual.
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O estudo das três teorias a que este trabalho se propõe tem por finalidade resgatar
historicamente o âmbito de incidência do direito comercial em diferenciação ao direito civil.
Sendo dois ramos muito próximos no que respeita aos princípios norteadores e dentro daquilo
que se costuma chamar de ramos do direito privado,(1) urge distinguir que tipo de relação
jurídica será regulamentada pelo direito civil e pelo direito comercial.

A importância de se delimitar exatamente quem é o sujeito que se submete às regras do direito


comercial está em que, somente esse ramo do Direito oferece duas prerrogativas ímpares a
quem está sob sua regulamentação: a falência e a concordata. A falência, muitas vezes
encarada como um castigo ao empresário impontual no pagamento de suas obrigações, não
deixa de ser também um privilégio na medida em que possibilita ao falido a liberação total
após o pagamento de mais de quarenta por cento de suas obrigações. Se seu patrimônio
arrecadado por ocasião da falência só puder alcançar pouco mais de 40% de seus débitos ele
será declarado reabilitado.(2) O que não acontece com o devedor civil cuja quitação só será
possível com o pagamento de 100% de suas obrigações ou após serem essas alcançadas pela
prescrição.

A concordata é um benefício pelo qual o empresário poderá postergar o pagamento de suas


dívidas, ou obter redução para pagá-las de imediato.(3) Tanto uma quanto outra dependem de
pronunciamento judicial.

Assim, a proposta deste escrito é tratar do campo de aplicação do direito comercial, superando
o conceito arcaico de que somente aqueles que praticam atos de comércio podem acessar a
concordata e a falência, bem como questionar a incompatibilidade da negação da concordata e
da falência às empresas que não praticam atos de comércio.

2.A Teoria Subjetiva.

O Direito comercial surgiu por obra de seus próprios interessados, ou seja, foram os
comerciantes que começaram a editar as normas reguladoras de sua atividade. Isto se explica
pela gênese do comércio. Na Idade Média a intensificação das feiras nas cidades medievais
fez surgir a profissão de comerciante e conseqüentemente a classe burguesa em contraposição
à classe feudal. O direito comum não regulamentava a atividade comercial, posto que a
profissão de mercador era discriminada e considerada indigna pela Igreja.

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Os comerciantes então passaram a se organizar em corporações de mercadores cujas
principais funções eram dirimir conflitos envolvendo os comerciantes que nelas estivessem
matriculados. Para tanto aplicavam as normas provindas dos costumes mercantis. "É nessa
fase histórica que começa a se cristalizar o direito comercial, deduzido das regras corporativas
e, sobretudo, dos assentos jurisprudenciais das decisões dos cônsules, juízes designados pela
corporação, para, em seu âmbito, dirimirem as disputas entre os comerciantes"(4). Infere-se
que os comerciantes faziam as leis que lhes seriam aplicadas pelos cônsules (também
comerciantes), com função jurisdicional dentro da corporação de ofício. "Tem-se aí a origem
do Direito Comercial: um direito de cunho subjetivo (dos comerciantes) e de
feição eminentemente classista, porque criado e aplicado pelos comerciantes para resolver
suas relações de negócio"(5).

Esta fase é classificada de teoria subjetiva porque só aqueles que estavam matriculados nas
corporações é que eram considerados comerciantes, e somente estes tinham acesso aos
tribunais especiais, bem como aos privilégios da falência e da concordata.

3.Conceito Objetivo ou Teoria dos Atos de Comércio ou Sistema Francês

A proposta da teoria dos atos de comércio é alterar o modo de classificar o comerciante de


subjetivista (aquele que estava matriculado), para um critério objetivista (atividade
comercial). É a atividade que fará com que o comerciante seja sujeito do direito comercial,
independentemente de estar ligado a uma corporação de ofício, tendo então acesso às
prerrogativas já mencionadas: falência e concordata.

Fábio Ulhoa Coelho explicando a passagem da teoria subjetiva para a teoria objetiva diz que
"a sua [do direito comercial] transformação em disciplina jurídica aplicável a determinados
atos e não a determinadas pessoas, relaciona-se não apenas com o princípio da igualdade dos
cidadãos, mas também com o fortalecimento do estado nacional ante os organismos
corporativos."(6)

Contextualizando o aparecimento desta segunda fase do direito comercial devemos nos


reportar às mudanças do Estado medieval, dividido em feudos com poder fracionado, para o
Estado centralizado onde o poder estava todo ele nas mãos de um monarca. Transformar o
direito comercial em um direito regulador de certas atividades significava o fortalecimento do

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estado nacional perante as corporações de ofício. Deslocar o âmbito do direito comercial fazia
parte da estratégia de abolição do corporativismo.(7)

O marco histórico desta teoria é a entrada em vigor do Código Mercantil Napoleônico em


1807. A proposta deste Código foi objetivar o tratamento jurídico da atividade mercantil com
a adoção da teoria dos atos de comércio.(8) Inspirados nos ideais da Revolução Francesa –
liberdade, igualdade e fraternidade – a proposta dessa teoria é abarcar com o direito comercial
todos aqueles que se dedicassem à atividade mercantil, independentemente de estarem ou não
afiliados a alguma corporação de classe. Pela teoria dos atos de comércio, comerciante era
aquele que praticava atos de comércio.

É preciso lembrar que as corporações legislavam livremente para disciplinar as atividades dos
comerciantes, além disso, dispunham de uma atividade jurisdicional especializada, pois os
conflitos comerciais eram levados aos Tribunais do Comércio ligados às corporações e
compostos por comerciantes.

Estamos então diante de um sistema que classifica o sujeito do direito comercial de acordo
com sua atividade, não importando se ele está ou não ligado a uma corporação. Quais são as
atividades que credenciam alguém a ser sujeito do direito comercial? Pela teoria dos atos de
comércio, são os atos de comércio. E o que são atos de comércio? Não há quem ouse dizer,
simplesmente por ser impossível traçar uma definição capaz de abranger todas as atividades
comerciais. Fábio Ulhoa Coelho fala sobre essa indefinição: "a teoria dos atos de comércio
resume-se rigorosamente falando, a uma relação de atividades econômicas, sem que entre elas
se possa encontrar qualquer elemento interno de ligação, o que acarreta indefinições no
tocante à natureza mercantil de algumas delas.(9)" Da mesma forma Rubens Requião afirma
que "o sistema objetivista, que desloca a base do direito comercial da figura tradicional
do comerciante para a dos atos de comércio, tem sido acoimado de infeliz, de vez que até hoje
não conseguiram os comercialistas definir satisfatoriamente o que sejam eles"(10).

O código napoleônico enumerou as atividades consideradas mercantis. O nosso Código


Comercial não elencou os atos de comércio, porém, eles foram normatizados pelo
Regulamento 737, de 1850, no intuito de definir quais atividades estariam afetas aos
Tribunais do Comércio.

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Na tentativa de contemporizar a indefinição do que seriam os atos de comércio, parte da
doutrina utiliza uma fórmula pela qual o "ato de comércio é aquele praticado habitualmente
com o fito de lucro para a mediação dos bens e serviços.(11)"

No Brasil a edição do Código Comercial de 1850 – em vigor até hoje – foi totalmente
inspirado no Code de Commerce francês, adotando então a teoria dos atos de comércio, meio
misturada à teria subjetiva, pois o art. 4.º deste diploma dispõe que comerciante é aquele que
esteja matriculado em algum Tribunal do Comércio do Império e que faça da mercancia sua
profissão habitual. Como se vê, ao exigir a matrícula no Tribunal do Comércio(12), nosso
Código está retornando ao sistema subjetivo, bem como, ao dizer que é comerciante aquele
que faz da mercancia sua profissão, está contemplando a teoria dos atos de comércio. Por isso
Waldírio Bulgarelli chama nosso sistema de misto.

Não podemos acusar o nosso Código de ser anacrônico ao adotar a teoria dos atos de
comércio, pois tendo ele nascido em meados do Século XIX, sob forte influência do Código
de Napoleão, não poderia ser de outra forma.

Atualmente as dificuldades proporcionadas pela adoção – agora sim anacrônica – dos atos de
comércio em nosso sistema, consistem justamente na indefinição das atividades ou dos
sujeitos que estariam sob a égide do direito comercial e, por conseqüência, sendo beneficiados
pela possibilidade de pedir concordata e desfrutar das prerrogativas que só a falência confere
aos insolventes. Alfredo de Assis Gonçalves Neto arremata da seguinte forma: "O principal
argumento contrário ao sistema objetivo é justamente a precariedade científica da base em que
se assenta – uma enumeração casuística de atos de comércio, feita pelo legislador ao acaso (de
acordo com aquilo que a prática mercantil considerava, à época, pertencer ao Direito
Comercial). Com isso, sequer se consegue encontrar o conceito de seu elemento fundamental,
o ato de comércio.(13)"

A atividade de prestação de serviços também não poderia ser contemplada por esta teoria,
posto que no século XIX não existia a prestação de serviços em massa e explorada de forma
empresarial como temos hoje. Assim, por tradicionalismo e apego àquilo que diz a lei, até
hoje tem gente que considera a atividade de prestação de serviços (prestada em massa) como
de natureza civil. Combatendo essa idéia obsoleta, Alfredo Assis Gonçalves Neto pondera:
"Ora, o que o Código Civil regulou foi o contrato de prestação de serviços isoladamente

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considerado; não a atividade que se identifica pela intermediação de um profissional que se
dedica a recrutar trabalho alheio para coloca-lo à disposição de terceiros"(14).

Não é mais sustentável negar o caráter empresarial das atividades econômicas de prestação de
serviços efetuadas repetidamente e em cadeia. São atividades lícitas e de grande importância
na economia sendo questionável (adiante discutiremos isso mais a fundo) arrebatar desses
setores os benefícios concedidos aos comerciantes, quais sejam, falência e concordata.(15)

4.Teoria da Empresa ou Sistema Italiano ou Conceito Subjetivo Moderno.

A teoria da empresa é fruto da unificação dos direitos civil e comercial ocorrido na Itália, em
1942 com o surgimento do Códice Civile. Conforme dito acima a principal lacuna da teoria
dos atos de comercio consiste em não abranger atividades econômicas tão ou mais
importantes que o comércio de bens, tais como a prestação de serviços, a agricultura, a
pecuária e a negociação imobiliária, prestados de forma empresarial.

O cerne da teoria da empresa está nesse ente economicamente organizado que se


chama empresa,(16) a qual pode se dedicar tanto a atividades eminentemente comerciais como
a atividades de intermediação de serviços ou de compra e venda de bens imóveis,
tradicionalmente excluída do direito comercial por motivos históricos(17). Para esta teoria,
todo empreendimento organizado economicamente para a produção ou circulação de bens ou
serviços, está submetido à regulamentação do direito comercial.

Waldírio Bulgarelli fala da dificuldade da doutrina em trabalhar com o conceito de empresa:


"Essa concepção – que é alvo de intensas discussões pela doutrina, tendo em vista as
dificuldades para conceituar juridicamente as empresas e de abranger juridicamente os seus
vários tipos, que adotam por objeto atividades tradicionalmente fora do âmbito do direito
comercial (como agricultura), (...) – tomou extraordinária importância, constituindo hoje o
fulcro do direito comercial.(18)"

Esta teoria é denominada também de conceito subjetivo moderno porque descolou a


incidência do direito comercial de uma atividade para uma pessoa: o empresário
(empreendedor) seja ele pessoa física ou jurídica.

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À imagem e semelhança do que dispõe o Código Civil Italiano de 1942, o nosso projeto de
Código Civil, em seu artigo 969, define o empresário como aquele que "exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou
de serviços."

Assim, enquanto aquele projeto não se convolar em lei buscamos na doutrina os instrumentos
de utilização da teoria da empresa: "A doutrina trabalha com a designação ‘empresário’ a
partir daquilo que a ciência econômica oferece, segundo a qual o empresário é o profissional
do mercado de bens e de serviços, vale dizer, o que se dedica ao ofício da produção e
circulação de bens e de serviços..."(19).

Qualquer atividade econômica pode ser organizada sob a forma de empresa.

5. A desordem atual.

Não tendo sido ainda adotada legalmente a teoria da empresa, estamos diante de muitas
perplexidades no que diz respeito ao âmbito de incidência do direito comercial. Para tentar
adequar as lacunas de um sistema legal inservível algumas leis esparsas têm, simplesmente,
declarado certas atividades como sendo comerciais para incluí-las sob a ingerência do direito
comercial. Tendo em vista que os imóveis passaram a ser objeto de compra e venda em
massa, tendo inclusive empresas especializadas em sua construção, locação e venda, como é o
caso das empresas de construção civil e imobiliárias, a Lei 4.068, de 1962 declarou como
comerciais as empresas que se dedicam ao ramo da construção civil, bem como, a Lei 4.591
de 1964 tratou o incorporador profissional como comerciante sujeito à falência.

Para não deixar dúvidas a respeito do caráter comercial das sociedades por ações o art. 2.º §
1.º da Lei 6.404/76 declara qualquer atividade exercida por empresa constituída sob a forma
de Sociedade por Ações é considerada mercantil.

As empresas de trabalho temporário também foram declaradas por lei (Lei 6.019, de 1974)
como sujeitas à falência.

Deste modo percebe-se a barafunda em que se encontra o direito comercial hoje. Se nós
dissermos que é urgente uma atitude do legislador para sanear essas disfunções, estaríamos a
provocar risos nos estudiosos do direito. Primeiro porque é sabido que o direito não depende

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da lei e, segundo porque é de conhecimento geral que, para aguardar uma posição do nosso
legislador é necessário esperar sentado.

Deste modo o que se propõe é buscar os argumentos que sustentam a adoção imediata da
teoria da empresa pelos nossos julgadores, de modo a estender a todos aqueles que exercem
atividade economicamente organizada, as benesses do direito comercial.

A doutrina já se inclina para este sentido. Waldírio Bulgarelli afirma que "nos dias que
correm, transmudou-se [o direito comercial] de mero regulador dos comerciantes e dos atos
de comércio, passando a atender àatividade, sob a forma de empresa, que é o atual fulcro do
direito comercial"(20).

6.A fundamentação dos privilégios.

O que ser quer neste tópico é levantar os motivos pelos quais o Estado, através da lei, confere
aquelas prerrogativas. Façamos primeiramente uma distinção salutar para o desenvolvimento
deste tópico. Quando se fala em mercado não se está falando em sistema capitalista. O
mercado é locus de troca promovendo a circulação do capital, e propiciando também a sua
pulverização e distribuição. O capital que circula e se espalha não se acumula, evitando má
distribuição de renda. Deste modo as atividades empresariais são importantes na medida em
que promovem a circulação do capital.

Neste sentido o comércio é considerado o motor da economia proporcionando trabalho,


arrecadação por parte do Estado e acesso aos bens e serviços a serem consumidos.(21) Por isso
pode-se dizer que, se o Estado proporciona um tratamento diferenciado aos empresários,
conferindo-lhes a possibilidade de obterem a concordata e a falência, é justamente por
reconhecer a importância da atividade de produção e circulação de bens e serviços.

Fábio Konder Comparato faz uma importante consideração sobre o papel do Estado mediante
a atuação das empresas privadas, diz ele: "A instituição do Estado social impôs, no entanto,
duas conseqüências jurídicas da maior importância para a organização das empresas. De um
lado, o exercício da atividade empresarial já não se funda na propriedade dos meios de
produção, mas na qualidade dos objetivos visados pelo agente; sendo que a ordem jurídica
assina aos particulares e, especialmente, aos empresários, a realização obrigatória de objetivos
sociais, definidos na Constituição".(22) Sendo assim, o Estado exige, através das normas
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jurídicas, atuação voltada aos objetivos sociais o que dá cor e forma à função social da
empresa.

O empresário tem consciência da função social de sua atividade. Porém, muitas vezes,
manifesta-a quando precisa do Estado para algum tipo de incentivo fiscal ou até mesmo para o
livramento dos pagamentos de ordem tributária.

Reforçando o caráter social da atividade empresarial a Lei n. 6.404, de 1976, em seu art. 154,
dispôs expressamente sobre a função social da empresa:

Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para
lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da
função social da empresa.

A Constituição Federal de 1988 tem na ordem econômica as diretrizes de valorização do


trabalho humano e na livre iniciativa, com finalidade de assegurar a todos existência digna
conforme os ditames da justiça social. No parágrafo único do artigo 170 a CF fala
em atividade econômica, quando declara que todos são livres para o exercício de qualquer
atividade econômica, sem distinguir sua natureza civil ou mercantil. Neste sentido se
pronuncia Alfredo Assis Gonçalves Neto, dizendo que "a regra constitucional mostra que a
tutela especial é determinada para quem quer que, na iniciativa privada, exerça atividade
econômica, o que significa que qualquer distinção que não deflua desses princípios
referenciais assentados em nossa Constituição fere o princípio da isonomia, que impõe
tratamento igual a quem se encontre em situação de igualdade (art. 5.º e incisos).(23)"

A empresa congrega em si qualidades e atribuições que a fazem um centro gravitacional de


interesses. Se prestarmos atenção ao sistema normativo vigorante perceberemos a posição de
destaque da empresa. Assim, não só o direito comercial, que regulamenta as relações de
produção e circulação dos bens e serviços, mas também outros ramos do direito, estão
gravitacionando ao redor das empresas. Neste sentido podemos citar: o direito do trabalho
cuja relação empregatícia está em grande parte alocada para atividades empresariais; o direito
civil quando regulamenta as relações de garantias creditícias; o direito tributário pelo qual o
Estado arrecada seus recursos, sendo a maioria deles provindos de pagamentos de tributos por
parte de empresas; o direito Constitucional, quando trata dos princípios da Ordem Econômica

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cujo objetivo é proporcionar melhor distribuição de renda e acesso aos bens e serviços, e
assim sucessivamente.

Conclui-se que as prerrogativas conferidas pelo direito comercial têm fundamento na


importância da atividade econômica para o desenvolvimento social.

7. O papel do profissional do Direito neste impasse.

Há dificuldade em se estender àqueles que não praticam atos de comércio, mas que explorem
atividade econômica organizada em forma de empresa, os benefícios da concordata e da
falência. Isso se deve ao fato de ter o nosso Código Comercial adotado a Teoria dos Atos de
Comércio. Ora, como já visto acima, pela sua idade o Código Comercial não poderia ter feito
diversamente. Mas agora nós temos uma realidade não contemplada por aquele diploma, por
isso ele não satisfaz aos anseios dos empresários. Então por que esse apego ao Código
Comercial como se ele ainda fosse um instrumento capaz de oferecer as normas aplicáveis aos
problemas da empresa moderna? Bobbio explica o que ele chama de fetichismo da lei,
dizendo que "a cada grande codificação desenvolveu-se entre os juristas e juízes a tendência
de ater-se escrupulosamente aos códigos (...)"(24).

Bem, estamos diante de uma situação para a qual não há regulamentação jurídica satisfatória.
O que se quer é incluir no âmbito de um benefício uma categoria que está excluída por
motivos históricos, qual seja, os empresários (pessoas físicas ou jurídicas) que não pratiquem
atos de comércio. Os motivos históricos a que aludo são a idade do nosso Código Comercial,
e a insipiência da atividade de prestação de serviços de forma empresarial (em massa) na
ocasião da edição do Código.

Já sabemos que os empresários recebem tratamento diferenciado da lei porque o Estado


reconhece a importância da atividade econômica para a sociedade humana. Já sabemos que as
empresas prestadoras de serviços são tão (ou mais) importantes para a economia quanto
aquelas que praticam atos de comércio. Sabemos que estas duas categorias de empresas estão
materialmente em situação igualitária, e que a lei está deficitária, porém, não podemos ficar
esperando por ela.

Como pode o profissional do direito equalizar essa questão com o fito de estender aos
empresários a possibilidade de receber o mesmo tratamento dos comerciantes stricto
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sensu? Podemos aplicar a interpretação teleológica, a analogia, o princípio da isonomia ou a
interpretação extensiva para fundamentarmos a extensão do beneficio da falência e da
concordata a todas as categorias de empresários. Vejamos.

A interpretação teleológica consiste em identificarmos a finalidade da lei. A ratio legis da


concordata e da falência é justamente a importância da empresa (como atividade econômica
organizada) hábil geradora de trabalho, arrecadadora de tributos, geradora de bens e serviços,
promotora da circulação do capital, etc. Diz o princípio geral de direito: "Onde houver o
mesmo motivo, há também a mesma disposição de direito"(25).

Já sabemos que os benefícios têm a finalidade de estimular a atividade empresarial que é


considerada salutar para a sociedade. Bem, se a finalidade da lei é fomentar a economia, os
empresários prestadores de serviços merecem tratamento igualitário, pois cumprem esse
mesmo objetivo que a lei visa implementar.

Podemos aplicar a analogia ou a interpretação extensiva para dilatar os benefícios aos


empresários prestadores de serviço. A analogia e a interpretação extensiva estão muito
próximas, sendo que a primeira consiste em um "procedimento mediante o qual se explica a
assim chamada tendência de cada ordenamento jurídico a expandir-se além dos casos
expressamente regulamentados"(26).

Ora, não seriam as empresas prestadoras de serviço agentes econômicos tais como o são as
empresas praticantes de atos comerciais stricto sensu ? A qualidade comum a ambas é de
importantes agentes econômicos, o que determina a extensão dos benefícios de uma para
outra.

Se preferirmos utilizar o princípio da isonomia podemos invocar a preceito geral pelo qual um
benefício legal só é legítimo à medida em que alcance todos os indivíduos daquela categoria
que se encontrem na mesma situação material: todos os empresários são agentes econômicos,
logo, todos aqueles que exploram atividade econômica organizada de forma empresarial estão
aptos a participar dos mesmos benefícios.

8. Conclusão

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Finalizando nossas argumentações podemos concluir que não há mais nenhum sustento na
afirmação de que somente aqueles que praticam atos de comércio podem ter acesso à falência
e à concordata, pois isso fere os princípios mais caros ao Direito de que duas pessoas em
situação igualitária merecem o mesmo tratamento jurisdicional.(27) A teoria dos atos de
comércio, ao restringir o direito comercial, não atende mais aos novos modelos de
empreendimento, cujas atividades fogem do ato de comércio, mas que participam da produção
e circulação de bens e serviços com tanta força que chegam a representar um setor
significativo na geração de empregos, arrecadação tributária, melhoria da qualidade de
serviços e bens consumidos, etc. Assim, podemos aplicar a interpretação teleológica buscando
a ratio legis da existência daqueles benefícios, que existem para estimular a atividade
empreendedora; podemos ainda utilizar a analogia ou a interpretação extensiva, bem como o
princípio da isonomia para incluirmos os empresários prestadores de serviços como aptos a
obterem a concordata e a falência.

9.Notas

1.Bobbio diz que a originária diferenciação entre o direito público e o privado é acompanhada
pela afirmação da supremacia do público sobre o privado. Costuma-se dizer que o direito
privado regulamenta as relações entre iguais, e o direito público, as relações entre
desiguais. In BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade. Para uma teoria geral da
política. 6.ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. pgs. 15 e 16. Sendo uma relação
(supostamente) entre iguais vigoram os princípios da autonomia e da igualdade, pelos quais
dá-se às pessoas o poder de negociação.

2.O artigo 135, II do Decreto-lei n. 7.661 de 1945 assim dispõe: "Extingue as obrigações do
falido: (...) II – o rateio de mais de 40% (quarenta por cento), depois de realizado todo o ativo,
sendo facultado o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem, se para tanto
não bastou a integral liquidação da massa".

3.Vide artigo 156 e incisos do Decreto-lei n. 7661, de 1945.

4.REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. 23. ed. Atual. São Paulo:
Saraiva, 1998. pgs. 10 e 11.

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5.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 42.

6.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998. p.
14.

7.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998.
p.14

8.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998. p.
12.

9.COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998. p.
15.

10.REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. 23. ed. Atual. São Paulo:
Saraiva, 1998. pg. 13.

11.BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15 edição. São Paulo: Atlas, 2000. p. 66.

12.Como foi dito acima os comerciantes do Século XII fundaram suas corporações de ofício
com a função de regulamentar sua atividade bem como processar e julgar os comerciantes em
litígio, formando assim uma espécie de justiça especial, pois os Tribunais do Comércio
tinham exclusividade na jurisdição de contendas envolvendo os comerciantes e seus juízes
(chamados cônsules) eram também comerciantes. No Brasil, o Tribunal do Comércio existiu
até 1875 quando, por Decreto, sua função judicante foi transferida para a Justiça Comum.

13.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 47.

14.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 76.

15.Outro problema apontado recentemente por essa distinção é a exclusão das empresas
prestadoras de serviços do SIMPLES – sistema integrado de pagamento de impostos, que
reduz a carga tributária para as microempresas e empresas de pequeno porte. A Lei 9.317/96

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em seu art. 9.º, XIII deixou de fora dos prestadores de serviços cuja atividade estivesse
relacionada a profissões regulamentadas ou que exigissem um pouco mais de qualificação de
seus sócios ou empregados.

16.A palavra empresa tem o significado de empreendimento, aquilo que se empreende;


Porém, para a economia essa palavra assume uma conceituação mais complexa, designando a
organização econômica destinada a produção ou venda de mercadorias ou serviços, tendo em
geral como objetivo o lucro.

17.O direito comercial, em sua gênese, excluiu de seu âmbito a compra e venda de bens
imóveis porque na Idade Média somente os senhores feudais eram detentores da propriedade
da terra. Os comerciantes, mesmo com dinheiro não podiam negociar esses bens, por serem
negócios típicos dos senhores feudais. Daí o desinteresse dos comerciantes em regulamentar
uma atividade da qual eles não participavam.

18.BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15 edição. São Paulo: Atlas, 2000. p. 67.

19.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 74.

20.BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15 edição. São Paulo: Atlas, 2000. p. 19.

21.Devemos lembrar que o consumo não é uma opção mas sim uma necessidade.

22.COMPARATO, Fábio Konder. O poder de controle na sociedade anônima. 3.ed.


[revista, atualizada e corrigida] Rio de Janeiro : Forense, 1983. p. 296.

23.GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000. p. 79

24.BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10.ª edição. Brasília: Editora


Universidade de Brasília, 1997. p. 121.

25.In BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10.ª edição. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1997. p. 154.

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26.BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10.ª edição. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1997. p. 151.

27.Pode-se dizer o mesmo tratamento legal, porém como escrevo na perspectiva de não
aguardar o legislador remeto ao poder jurisdicional a atribuição de aplicação dos princípios
basilares do Direito.

10. Referências bibliográficas.

BOBBIO, Norberto. Estado Governo Sociedade. Para uma teoria geral da política. 6.ª edição.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

________. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10.ª edição. Brasília: Editora Universidade de


Brasília, 1997.

BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial. 15 edição. São Paulo: Atlas, 2000.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 1998.

COMPARATO, Fábio Konder. O poder de controle na sociedade anônima. 3.ed. [revista,


atualizada e corrigida] Rio de Janeiro : Forense, 1983. p. 296.

GONÇALVES NETO, Alfredo Assis. Manual de Direito Comercial. 2.ª ed. Revisada e
atualizada. Curitiba: Juruá, 2000.

REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1. 23. ed. Atual. São Paulo: Saraiva,
1998

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Direito Empresarial
Por Emerson Santiago
Direito Empresarial ou ainda Direito Comercial são nomes dados a um mesmo ramo
das ciências jurídicas, constituindo uma subdivisão do chamado Direito Privado. Tal divisão
irá cuidar da atividade empresarial e de seu executante, o empresário, estabelecendo um corpo
de normas disciplinadoras importantes na condução harmônica da atividade com os interesses
do coletivo.

O principal documento do direito empresarial no Brasil é o Código Civil, que prevê as


disposições importantes para empresários e empresas, em uma parte dedicada especialmente à
matéria o Livro II, “do Direito de Empresa” que se estende do artigo 966 ao 1195.

Como mencionado, o principal ator dentro do direito empresarial é o empresário, e este possui
uma definição específica no mesmo artigo 966:

“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada


para a produção ou a circulação de bens ou de serviços“

Importante lembrar que sócios de sociedade empresária não são empresários, sendo
considerados empreendedores ou investidores. Por sua vez, o empresário distingue-se da
sociedade empresária, pois um é pessoa física (empresário) e o outro pessoa jurídica
(sociedade empresária).

Já a empresa deve ser entendida como atividade revestida de duas características singulares,
ou seja: é econômica e é organizada. Tecnicamente, o termo empresa deve ser utilizado como
sinônimo de “empreendimento”.

De acordo com o Código Civil, as empresas podem se organizar de cinco formas distintas:

 sociedade por nome coletivo – é empresa por sociedade, onde todos os sócios
respondem pela dívidas de forma ilimitada.
 sociedade comandita simples – organizada em sócio comanditários, de
responsabilidade limitada e comanditados de responsabilidade ilimitada
 sociedade comandita por ações – sociedade onde o capital está dividido em ações,
regendo-se pelas normas relacionadas às sociedades anônimas.

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 sociedade anônima (companhia), conforme reza o artigo 1088 do Código Civil,
sociedade onde o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista
apenas pelo preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
 sociedade limitada – prevista no Código Civil, no seu artigo 1052, em tal sociedade a
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, sendo que todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social, dividindo-se este em
quotas iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.

Além destas sociedades, o direito empresarial prevê a figura da sociedade simples, aquela que
não é registrada em Registro Público de Empresas Mercantis (requisito obrigatório a todas as
cinco modalidades previstas acima), sendo por isso, impedida de postular direitos perante a
justiça comum. Na prática, as empresas no Brasil estão distribuídas entre sociedades limitadas
ou anônimas, sendo que as outras modalidades existem praticamente apenas no papel.

Não está relacionado ao mundo empresarial, mas é citado no Código Civil, a figura do
Profissional Liberal, exatamente no parágrafo primeiro do primeiro artigo no Código Civil
dedicado ao direito empresarial, o 966:

“Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,


literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa”.

Bibliografia
PINHEIRO, Adriano Martins. Noções básicas acerca do Direito Empresarial. Disponível em
<http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/nocoes-basicas-acerca-do-direito-empresarial-
1360124.html>. Acesso em: 07 set. 2011.

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EMPRESA COMO PESSOA JURÍDICA

Principais teorias sobre a pessoa jurídica vinculadas às empresas


As empresas como tal, antes de qualquer ato, sobretudo no que se refere ao seu
funcionamento, devem ser constituídas dentro dos ditames contratuais, societários e legais.
Segundo Douglass North apud..(A Era da Economia: 304-305), na visão da Economia
institucional, as instituições são “regras” de um jogo de trocas, como o do mercado, em que os
“jogadores” são as organizações, tais como as firmas e os consumidores. As organizações são
projetadas e administradas com o objetivo claro de “ganhar” o jogo dentro das regras
estabelecidas. Na medida em que perseguem seus objetivos, os jogadores acabam atuando,
muitas vezes, de forma involuntária, como agentes de mudança institucional. A trajetória das
mudanças institucionais é, segundo North, a chave para a compreensão das mudanças
históricas.
A pessoa jurídica como empresa, é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios,
constituída como sujeito de direitos e obrigações na modalidade de sociedade, segundo a
ordem jurídica, objetivando a obtenção de resultado econômico.
Sobre o estudo da pessoa jurídica, existem várias teorias dentre as quais destacamos: a) a
teoria do patrimônio de afetação, que diz ser a pessoa jurídica um patrimônio destinado a um
fim, defendida por Brinz; b) a teoria da ficção, que as considera como puras criações
artificiais da lei, defendida por Savigny; c) a teoria de Ihering, que a considera tão-só como
um expediente técnico que oculta os homens, que são sempre os verdadeiros sujeitos do
direito; d) a teoria lógico-formal de Kelsen, que considera os atos da pessoa jurídica como
sendo na verdade atos humanos que são imputados a um sujeito fictício mediante um
processo, de "imputação central": o seu ordenamento jurídico geral deixa que direitos e
deveres tenham o seu titular determinado por um ordenamento jurídico parcial que é
justamente a pessoa jurídica, sendo ela em suma uma expressão unitária para um conjunto de
normas (Enciclopédia Jurídica - Leib Soibelman, verbete: “teorias sobre a pessoa jurídica”).

A empresa inserida na classificação das pessoas jurídicas no novo código civil

O código classifica as pessoas jurídicas sob o aspecto da sua função e capacidade. O seu
artigo 40 estabelece que as pessoas jurídicas são: a) de direito público e b) de direito privado.

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As pessoas jurídicas de direito público por sua vez são: de direito público externo (os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público); e de
direito público interno (a União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os
Municípios; as autarquias; e as demais entidades de caráter público, criadas por lei).
As pessoas jurídicas de direito privado, conforme estabelece o artigo 44 do código, são
classificadas em três grupos: a) as associações; b) as sociedades; e c) as fundações. As
associações são aquelas entidades sem fins lucrativos, a exemplo dos sindicatos, associações
dos servidores de uma determinada entidade pública, etc. As fundações são instituições
constituídas através de patrimônio livre doado por seu instituidor para uma finalidade
específica. As sociedades, objeto foco do nosso estudo, são constituídas quando duas ou mais
pessoas celebram um contrato em que reciprocamente se obrigam a contribuir, com Bens ou
serviços, para o exercício de Atividade Econômica e a partilha, entre si, dos resultados.

A Sociedade empresária como pessoa jurídica e sua administração

Ensina Douglass North apud.(A Era do Economista:305), as instituições podem ser restrições
formais (leis), informais (culturais), ou ainda adimplemento (dispositivos de aplicação) de
contratos e de direito de propriedade. A função delas é reduzir a incerteza por meio do
estabelecimento de uma estrutura estável, mas não necessariamente, para a interação humana.
As restrições legais e o adimplemento dos contratos estão na essência da criação e gestão das
empresas. A formalização da organização na formatação de pessoa jurídica é essencial ao
negócio, considerando que as relações de mercado e com terceiros interessados são
asseguradas pela sua condição jurídica. Neste sentido, pessoa jurídica na acepção ampla do
termo, pode não representar o mesmo que sociedade, pode esta existir (sociedade em comum
ou "de fato") independente daquela. A pessoa jurídica sob o aspecto societário, é a Sociedade
legalmente constituída através de instrumento escrito, público ou particular, devidamente
registrado no órgão competente.
Sua existência começa legalmente a partir do momento em que seus atos constitutivos
(contrato ou estatuto) são registrados no órgão competente (arts. 45, 985 e 1.150 do código
civil). Este registro poderá, quando necessário, ser precedido de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
Com o registro, aqueles que exploram a atividade empresarial - o empresário e a Sociedade
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empresária, vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais. Para os que exploram a atividade não empresária - a Sociedade simples, a
vinculação se faz no ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
O poder de administração da pessoa jurídica garante aos respectivos administradores o direito
e a obrigação de representar a organização em todos os atos, inclusive em questões judiciais.
Os administradores devem zelar pelos interesses da pessoa jurídica, agindo sempre sob o
amparo da lei e de procedimentos éticos. Assim, obrigam a pessoa jurídica os atos dos
administradores, exercidos e efetivamente praticados nos limites de seus poderes previstos no
ato constitutivo.
Coelho (2002:438) fala da designação dos administradores, que pode ser feita por prazo
indeterminado ou determinado. Afirma Fábio Ulhoa Coelho:
“Em qualquer caso, ressalte-se, os administradores exercem função de confiança dos sócios
(ou, mais precisamente, da parte dos sócios com poderes para removê-los da diretoria), e
podem, por isso, ser destituídos, a qualquer tempo, mesmo que seu mandato seja a prazo
determinado".
No que se refere às decisões, quando houver necessidade de deliberação coletiva, como regra
geral, serão estas tomadas pela maioria de votos dos administradores presentes na reunião ou
assembleia, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

POR: Oscar Leandro de Oliveira


SITE: http://www.leandroecia.com.br/direito.php?id=10

Fonte: http://pt.shvoong.com/law-and-politics/corporate-law/2242677-empresa-como-pessoa-jur%C3%ADdica/#ixzz1rpWHjiK2

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A Desconsideração da Personalidade Jurídica
Resumo do Artigo
por: Renata_Breves
Autor : Renata Oliveira Breves

A Pessoa Jurídica trata-se de um artifício Jurídico criado com a finalidade de estimular e


facilitar a concretização de determinadas empreitadas úteis à sociedade. Elas são consideradas
seres finalísticos, por serem constituídas para fins específicos, que são seu objeto social, razão
pela qual a ela é permitido o artifício jurídico de ter atribuída personalidade própria, distinta
de seus sócios ou administradores.
A aquisição da Personalidade Jurídica se dá com a inscrição de seus atos constitutivos no
registro próprio e na forma da lei. Sendo Sociedade Empresária, o arquivamento dos Atos
Constitutivos deve ser feito na Junta Comercial, enquanto na Sociedade Simples, a inscrição
do Contrato Social deverá ser feita no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Já sua extinção, só
se dá de fato após a partilha do acervo remanescente entre os sócios e ultimada a fase de sua
liquidação, uma vez que durante o procedimento de liquidação a sociedade dissolvida mantém
sua personalidade jurídica, justamente para que se procedam aos atos de liquidação e os
concluam, com a realização do ativo e pagamento do passivo da sociedade.
A partir da aquisição da Personalidade Jurídica, ocorre a Personificação, a sociedade passa a
ter existência distinta de seus membros, tornando-a capaz de ser titular de direitos e
obrigações, o que confere autonomia de personalidade entre os sócios e a sociedade. Dentre
os efeitos oriundos da Personificação, podemos citar o patrimônio próprio, entretanto,
dependendo do tipo societário, os sócios poderão vir a responder de forma subsidiária e
ilimitada pelas dívidas sociais, porém o alcance dos bens particulares fica condicionado à
exaustão do patrimônio social. Como efeito, temos também o nome próprio da sociedade,
diverso do nome dos sócios, exercendo direitos e se vinculará a obrigações sob o nome social,
nacionalidade própria e domicílio próprio, ambos distintos do patrimônio pessoal dos sócios.
Contudo, do mesmo modo que o Direito pode conferir personalidade à sociedade para a
prática de determinados Atos, ele também pode desconsiderá-la em certas situações, onde se
verifica a intenção de utilizar-se do “véu” da empresa para cometer atos ilícitos ou
fraudatórios, lesando terceiros em benefício próprio. Não se trata de declarar nula a

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personificação, mas de torná-la ineficaz para a apuração de determinados atos, sem que isso
importe na dissolução da pessoa jurídica.
A Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica refere-se, portanto, a uma hipótese
excepcional, na qual se permite superar a distinção entre a personalidade da pessoa jurídica e
a personalidade de seus sócios, associados ou administradores, sendo possível alcançar o
patrimônio particular dos membros da sociedade, a fim de responsabilizá-los pessoalmente
pelos prejuízos causados a terceiros, desde que configuradas e devidamente comprovadas a
fraude e a má-fé. A aplicação da teoria não suprime a sociedade nem a considera nula, apenas
declara-se determinado ato ineficaz ou regula-se a situação de modo diferente do habitual,
dando-se mais destaque à pessoa do sócio do que à própria sociedade, para com isso
responsabilizar quem realmente praticou o ato fraudulento ou abusivo.
Somente verificando a prova cabal e incontroversa da fraude ou do abuso de direito, praticado
pelo desvio de finalidade da pessoa jurídica, é que se admite sua aplicação como forma de
reprimir o uso indevido e abusivo da entidade jurídica. Não basta haver uma obrigação não
satisfeita pela sociedade para que se possa exigir que seus sócios ou membros respondam por
ela, uma vez que a desconsideração está diretamente ligada ao mau uso da personalidade
jurídica com o aferimento de dolo, abuso de direito, fraude ou desvio de finalidade. Simples
indícios ou incapacidade econômica da pessoa jurídica, por si só, não autorizam a aplicação
de tal instituto, devendo o Judiciário, quando necessário à repressão de fraude e à má
utilização da pessoa jurídica, obrigatoriamente fundamentar seu ato, apontando fatos e provas
que demonstrem estar presentes as condições para desconsiderar a personalidade jurídica no
caso concreto.
No Brasil, o primeiro registro que se tem da adoção dessa teoria por diplomas legais encontra-
se na Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), em seu Art. 28, que prescreve que “O
Juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando
houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração”. Outra abordagem legal da Teoria da Desconsideração é
identificada no Art. 18 da Lei 8.884/94, que determina que “A personalidade jurídica do
responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da
parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver
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falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados
por má administração”.
Como se observa no Art. 50 do Novo Código Civil, que dia que “Em caso de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial,
pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”.
Publicado em: 06 abril, 2011

Fonte: http://pt.shvoong.com/law-and-politics/corporate-law/2144315-desconsidera%C3%A7%C3%A3o-da-personalidade-
jur%C3%ADdica/#ixzz1rpWicOmK

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DIREITO EMPRESARIAL: aplicação e características

Silvio Aparecido Crepaldi

Resumo:
No atual cenário econômico tomado pelo processo da globalização e pelos avanços
tecnológicos, é importante destacar a crescente influência e participação da empresa, estando,
ela, sem dúvida, no centro da economia moderna, constituindo a célula fundamental de todo o
desenvolvimento empresarial.
A Lei nº 10.406, promulgada em 10 de janeiro de 2002, entrou em vigor a partir de 11 de
Janeiro de 2003, trouxe mudanças em vários pontos do ordenamento jurídico relativo a atos
civis em território brasileiro. Foi batizada "Do Direito da Empresa" a parte que estipula as
normas relativas ao comércio. Com a atualização da nomenclatura e adoção expressa da teoria
da empresa, realidade fática indiscutível após a evolução das relações comerciais brasileiras,
os dispositivos do Livro II da Lei nº 10.406/02 corrigem a rota da matéria jurídica comercial,
em substituição ao entendimento vigente na época do Império, calcado no Code de
Commerce da França, onde vigorou a teoria dos atos de comércio. Assim, faz-se necessário
analisar os vários aspectos da Teoria da Empresa. A carência de bibliografias voltadas ao
assunto que incluam o estudo do Direito Empresarial motiva o estudo de novas análises
visando sanar as ineficácias na sua aplicação.
Em consequência do cenário exposto, a problemática pode ser sintetizada na seguinte questão:
o que é a teoria da empresa no Direito Empresarial? Procurou-se discutir os posicionamentos
contraditórios existentes na sua aplicação, as suas características e finalidades, apontando a
sua aplicabilidade no ordenamento pátrio, e verificando seus fundamentos e implicações. A
observação dos aspectos metodológicos procura indicar os meios a serem utilizados para
atingir os objetivos estabelecidos. As informações referentes ao tema teoria da empresa foram
obtidas mediante pesquisa bibliográfica.
Do mesmo modo, foram obtidas as informações sobre a sua conceituação. O conceito
proposto destina-se a analisar a teoria da empresa no Direito Empresarial e sua interferência
no sistema empresarial. Todavia, pode-se realizar e identificar as operações mais complexas e
de maior incerteza e que justifiquem maior detalhamento desta teoria para a sua adequada
aplicação. Pode-se concluir que a empresa está caracterizada pelo exercício da sua

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organização, pois se todos os elementos construtivos da empresa estiverem organizados, mas
não se efetivar o exercício dessa organização, não se pode falar em empresa.
Esta é a função do empresário, ou seja, organizar sua atividade, coordenando seus bens
(capital) com o trabalho aliciado de outrem. Esta é a organização e o motivo do conceito de
empresa se firmar na ideia de que ela é o exercício da atividade produtiva.
Atualmente a empresa exerce indiscutivelmente, importante função econômica na sociedade,
pois é considerada a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens
ou serviços. Com o surgimento da teoria da empresa, o sujeito do direito comercial é o
empresário – pessoa física ou jurídica – que exerce atividade econômica organizada, não
importando a natureza dessa atividade. Incompatível com o princípio da isonomia não
contemplar as empresas prestadoras de serviço.
Palavras chaves: Teoria da Empresa. Direito Empresarial.

1 - INTRODUÇÃO
No atual cenário econômico tomado pelo processo da globalização e pelos avanços
tecnológicos, é importante destacar a crescente influência e participação da empresa, estando,
ela, sem dúvida, no centro da economia moderna, constituindo a célula fundamental de todo o
desenvolvimento empresarial. A Lei nº 10.406, promulgada em 10 de janeiro de 2002, entrou
em vigor a partir de 11 de Janeiro de 2003, trouxe mudanças em vários pontos do
ordenamento jurídico relativo a atos civis em território brasileiro. O diploma tem por
característica a unificação do direito privado brasileiro, uma vez que abrange, além de matéria
de ordem civil propriamente dita, matéria de direito comercial. Revoga expressamente a Lei
nº 3.071/16 (Código Civil) e a Parte Primeira da Lei nº 556, de 1850 (Código Comercial), que
versa sobre o "Comércio em Geral".
Foi batizada "Do Direito da Empresa" a parte que estipula as normas relativas ao comércio.
Com a atualização da nomenclatura e adoção expressa da teoria da empresa, realidade fática
indiscutível após a evolução das relações comerciais brasileiras, os dispositivos do Livro II da
Lei nº 10.406/02 corrigem a rota da matéria jurídica comercial, em substituição ao
entendimento vigente na época do Império, calcado no Code de Commerce da França, onde
vigorou a teoria dos atos de comércio. Configurada nos artigos 632 e 633 do Código Francês
de 1807, a teoria dos atos de comércio adstringe o comerciante às práticas elencadas no texto
legal, vale dizer, comerciante vem a ser aquele que pratica atos de comércio dispostos na lei
como tal. Impossível, portanto, coadunar-se a teoria dos atos de comércio com o processo de
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desenvolvimento verificado desde então, caindo por terra a limitação taxativa das práticas
comerciais dado a dinâmica empresarial verificada através dos tempos.
Em 1942 foi promulgado o Código Civil Italiano, dispondo com força de lei a teoria da
empresa, formulada a partir da observação do panorama evolutivo do direito comercial.
Segundo esta teoria, atividade comercial é aquela que visa a obtenção de lucro mediante a
organização da força de trabalho, capital e matéria-prima, produzindo e circulando bens e
serviços. Este pensamento teórico gradativamente tomou vulto entre juristas dos países
participantes do sistema jurídico legalista.
A partir da prevalência desta teoria entre os doutrinadores, a figura do comerciante passa a ser
melhor traduzida pela palavra empresário.
Assim, faz-se necessário analisar os vários aspectos da Teoria da Empresa. A carência de
bibliografias voltadas ao assunto que incluam o estudo do Direito Empresarial motiva o
estudo de novas análises visando sanar as ineficácias na sua aplicação.
Em consequência do cenário exposto, a problemática pode ser sintetizada na seguinte questão:
o que é a teoria da empresa no Direito Empresarial? Procurou-se discutir os posicionamentos
contraditórios existentes na sua aplicação, as suas características e finalidades, apontando a
sua aplicabilidade no ordenamento pátrio, e verificando seus fundamentos e implicações.
A observação dos aspectos metodológicos procura indicar os meios a serem utilizados para
atingir os objetivos estabelecidos. As informações referentes ao tema teoria da empresa foram
obtidas mediante pesquisa bibliográfica. Do mesmo modo, foram obtidas as informações
sobre a sua conceituação. O conceito proposto destina-se a analisar a teoria da empresa no
Direito Empresarial e sua interferência no sistema empresarial. Todavia, pode-se realizar e
identificar as operações mais complexas e de maior incerteza e que justifiquem maior
detalhamento desta teoria para a sua adequada aplicação.

2 - CONCEITO
É o conjunto de normas jurídicas (direito privado) que disciplinam as atividades das empresas
e dos empresários comerciais (atividade econômica daqueles que atuam na circulação ou
produção de bens e a prestação de serviços), bem como os atos considerados comerciais,
ainda que não diretamente relacionados às atividades das empresas, conforme MAMEDE
2007.

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Abrange a teoria geral da empresa; sociedades empresariais; títulos de crédito; contratos
mercantis; propriedade intelectual; relação jurídica de consumo; relação concorrencial;
locação empresarial; falência e recuperação de empresas.
Portanto, o Direito de Empresa passa a ser regulado pela codificação civil na Parte Especial
do Livro II (arts. 966 a 1.195). Este livro, por sua vez, é assim dividido: Título I - Do
empresário; Título II - Da Sociedade; Título III - Do Estabelecimento; e Título IV - Dos
Institutos Complementares.
Este é o período correspondente ao Direito Empresarial contemplado no Código Civil. Leva
em conta a organização e efetivo desenvolvimento de atividade econômica organizada.
Os empresários individuais e as sociedades empresárias são considerados agentes econômicos
fundamentais, pois geram empregos, tributos, além da produção e circulação de certos bens
essenciais à sociedade, por isso, a legislação garante a estes uma série de vantagens. Assim é
que são deferidos institutos que dão efetividade ao princípio da preservação da empresa, de
origem eminentemente neoliberal em razão da necessidade de proteção ao mercado, relevante
para o desenvolvimento da sociedade em inúmeras searas, a exemplo da falência, da
possibilidade de produção de provas em seu favor por meio de livros comerciais regularmente
escriturados e demais medidas protetivas.

3 - AUTONOMIA
É assegurada pela Constituição Federal, no art. 22, I, que ao tratar da competência privativa
da União em legislar sobre diversas matérias, explicitou dentre elas distintamente o Direito
Civil e o Direito Comercial, que atualmente é melhor chamado de Direito Empresarial, pois a
preocupação da disciplina também se refere à prestação de serviços.
Em verdade, o direito empresarial possui um conjunto sistematizado de princípios e normas
que lhe dão identidade, bem como institutos exclusivos como a recuperação de empresas e a
falência, o que faz com que se diferencie de outros ramos do direito.

4 - FONTES
4.1 Formais (primárias ou principais)
São os meios pelos quais as normas jurídicas se manifestam exteriormente: Constituição da
República Federativa do Brasil; Leis Comerciais – CC, Lei 10.406/2002, arts. 966 a 1195; Lei
6404/76 – S A; Lei 11.101/2005 – Falência e Recuperação Judicial e Extra-judicial; Lei
9179/96 – Propriedade Industrial; Lei 5474/68 – Lei das Duplicatas; Código Comercial – Lei
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556/1850, que trata do Comércio Marítimo e que não foi revogada pelo CC.; Tratados e
Convenções Internacionais (Lei Uniforme de Genebra).

4.2 Secundárias
Na ausência de norma específica de direito empresarial deve-se recorrer a essas fontes (leis
extravagantes). Compõem-se de: Leis civis – fonte direta no caso de obrigações, considerando
a unificação do CC 2002; Usos e costumes – podem ser: Secundum legem: previstos em
lei; Praeter legem – na omissão da lei; e Contra legem: contra lei (cheque pós-datado).
No que tange a costumes locais, exemplo: art. 111 do CC., tem-se: Analogia; Costumes;
Princípio Gerais do Direito; e a Jurisprudência.

5 - RELACIONAMENTO DO DIREITO EMPRESARIAL COM OS OUTROS


RAMOS DO DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO
Embora seja um ramo autônomo do direito privado, mantém íntimas relações com outras
áreas do direito. As principais são:
a) Direito Civil – direito obrigacional único para os dois ramos do direito privado. São
inúmeras as relações, a começar do atual compartilhamento do CC, que reservou dispositivos
dedicados à matéria comercial, seja sobre títulos de crédito, empresa, empresário, registro de
empresa, etc.
b) Direito Público: relaciona-se especialmente na parte relativa à sociedade anônima, aos
transportes marítimos, aeronáuticos e terrestres.
c) Direito Tributário – influência marcante nos lançamentos da contabilidade mercantil e seus
efeitos quanto à incidência dos tributos e à circulação de mercadorias. A responsabilização
dos sócios-gerentes por obrigações da sociedade de natureza tributária, à exegese do art. 135,
III, CTN, ou mesmo da imposição de algumas espécies de livros fiscais aos empresários.
d) Direito do Trabalho – liga-se à disciplina das relações entre os empregados e os
empregadores, que são os empresários individuais e coletivos. Basta vermos as causas
trabalhistas sendo decididas no âmbito da Justiça do Trabalho para, em seguida, habilitarem-
se no Quadro Geral de Credores admitidos na falência. Também os débitos de natureza
trabalhista sendo cobrados dos sócios das sociedades anônimas ou limitadas.
e) Direito Econômico: envolve as atividades comerciais ao limitar o preço de mercadorias,
proibir a comercialização de certos produtos importados, enfim, ao interferir na vontade das
partes.
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f) Direito Penal e Processual: aproxima-se desses ramos do direito, particular manete no que
se refere aos crimes falimentares e concorrência desleal.
g) Direito Internacional – o Brasil é seguidor de convenções internacionais que tratam de
títulos de crédito e propriedade industrial, dentre outros. Para inserção das normas em nosso
Ordenamento Jurídico, utilizam-se procedimentos afeitos ao Direito Internacional.

6 - TEORIA DA EMPRESA
De acordo com o Código Civil, o Direito brasileiro adota a Teoria da Empresa. Substituiu a
teoria dos atos de comércio pela teoria da empresa, deixou de cuidar de determinadas
atividades (as de mercancia) para disciplinar uma forma específica de produzir ou circular
bens ou serviços: a empresarial. Isto ocorre em razão da evolução operada no comércio
mundial, notadamente com a difusão e aquisição de importância da prestação de serviços.
Para tanto foi criada a Teoria da Empresa, que nasceu na Itália e desenvolveu-se para corrigir
falhas da teoria dos atos de comércio, vindo, atualmente, a nortear a legislação pátria.
Considera-se empresa a atividade econômica organizada. Sendo:
- Objetiva – o estabelecimento – um conjunto de bens corpóreos e incorpóreos reunidos pelo
empresário, para o desenvolvimento de uma atividade econômica;
- Subjetiva – o empresário – sujeito de direitos que organiza o estabelecimento para o
desenvolvimento de uma atividade econômica;
- Funcional – atividade econômica desenvolvida por vontade do empresário por meio do
estabelecimento;
- Corporativo – empresário + empregados e colaboradores (recursos humanos utilizados na
execução da atividade econômica a que a empresa se propõe).
Abrange as atividades de comércio, indústria e serviço. É facultativo para a atividade rural.
São excluídos: profissionais liberais regulados por lei especial e profissionais intelectuais de
natureza científica, literária ou artística.
A Teoria da Empresa desenvolveu-se para corrigir falhas da teoria dos atos de comércio. Para
identificar o empresário, desconsidera-se a espécie de atividade praticada e passa-se a
considerar a estrutura organizacional, relevância social e a atividade econômica organizada, a
fim de colocar em circulação mercadorias e serviços. O atual sistema jurídico passou a adotar
uma nova divisão que não se apoia mais na atividade desenvolvida pela empresa, isto é,
comércio ou serviços, mas no aspecto econômico de sua atividade, ou seja, fundamenta-se na
teoria da empresa, conforme RAMOS 2008.
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De agora em diante, dependendo da existência ou não do aspecto econômico da atividade, se
uma pessoa desejar atuar individualmente (sem a participação de um ou mais sócios) em
algum segmento profissional, enquadrar-se-á como empresário ou autônomo, conforme a
situação, ou, caso prefira se reunir com uma ou mais pessoas para, juntos, explorar alguma
atividade, deverão constituir uma sociedade que poderá se tornar uma sociedade empresária
ou sociedade simples, conforme veremos as diferenças entre uma e outra, mais adiante.
O Código Civil de 2002, revogou expressamente a primeira parte do Código Comercial pelo
art. 2.045, a qual era dedicada ao comércio em geral (mantido os contratos marítimos). O
Código Civil adota a Teoria da Empresa, e atualmente só existe o Empresário. (art. 2.037,
CC).

7 - APLICAÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL


O Direito Empresarial é, portanto, o conjunto de normas jurídicas que regulam as transações
econômicas privadas empresariais que visam à produção e à circulação de bens e serviços por
meio de atos exercidos profissional e habitualmente, com o objetivo de lucro, consoante
REQUIÃO 2007.
Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elementos de empresa, conforme SILVA 2007.
Desse dispositivo duas situações pode-se extrair:
- As profissões regulamentadas por leis especiais que não permitem o enquadramento
profissional na qualidade de empresário, mesmo que os elementos de empresa estejam
presentes. Exemplo – Advogado.
- O produtor rural – cuja adesão ao regime jurídico empresarial é facultativa, art. 971, CC.

8 - CARACTERÍSTICAS DO DIREITO EMPRESARIAL


Embora o direito empresarial em termos legislativos passe a ter seu principal regramento
inserido no bojo do Código Civil, continua a possuir características próprias como:
- Universalismo, Internacionalidade ou Cosmopolitismo – De Cosmópolis, cidade
caracterizada por vultuosa dimensão e pelo grande número de habitantes. Significa “aquele
que recebe influência cultural de grandes centros urbanos”, ou, sob ótica estritamente jurídica,
a possibilidade de aplicação de leis e convenções internacionais ao direito comercial. O
direito empresarial vive de práticas idênticas ou semelhantes adotadas no mundo inteiro,
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principalmente com o advento da globalização da economia, transcendendo as barreiras do
direito pátrio, mas nem sempre exigindo legislação a respeito. É o caráter universal intrínseco
ao Direito Empresarial, que o acompanha desde os primórdios. Exemplo: Lei Uniforme de
Genebra, que dispõe sobre letras de câmbio, notas promissórias e cheque.
- Individualismo – O lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
- Onerosidade – em se tratando de uma atividade econômica organizada, a onerosidade estará
sempre presente no elemento lucro almejado pelo empresário. Às vezes, é comum
encontrarmos promoções que oferecem produtos gratuitamente, o que retira o caráter de
onerosidade, haja vista que normalmente são promoções com o objetivo de gerar sinergia nas
vendas, em que o consumidor leva o produto gratuito junto com outros produtos em que não
exista a mesma promoção.
- Simplicidade ou Informalismo – em suas relações habituais no mercado permite o exercício
da atividade econômica sem maiores formalidades, pois, se contrário fosse, o formalismo
poderia obstar o desenvolvimento econômico. Exemplo: circulação de títulos de crédito
mediante endosso.
- Fragmentarismo – consiste justamente na existência de um direito empresarial vinculado a
outros ramos do direito, pois ainda que com características próprias (autonomia), sua
existência depende da harmonia com o conjunto de regras de outros diplomas legislativos.
- Elasticidade – o direito empresarial, por transcender os limites do território nacional, precisa
estar muito mais atento aos costumes empresariais do que aos ditames legais. Permanece em
constante processo de mudanças, adaptando-se à evolução das relações de comércio.
Exemplo: contratos de leasing e franchising.
- Dinamismo – está relacionado com o desenvolvimento empresarial, fazendo com que as
normas comerciais estejam sempre em constante mudança, aderindo a novas tecnologias que
certamente acarretarão a existência de novas práticas comerciais.
Diferenças substanciais antes existentes entre o direito comercial e o direito civil.
DIREITO COMERCIAL DIREITO CIVIL
· Universalismo, internacionalismo, · Regionalismo;
cosmopolitismo; ·Função social;
· Individualismo; · Existência de contratos gratuitos;
· Onerosidade; · Formalismo;
· Informalismo; · Completude;

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· Fragmentarismo; · Solidariedade decorre da lei ou da vontade das
· Solidariedade presumida nas obrigações. partes.

9 - ATIVIDADE RURAL COMO ATIVIDADE EMPRESARIAL


Mesmo os adeptos da "Teoria da Empresa" não aceitam a atividade rural como atividade
empresarial.
Contudo, pelo Código Civil, tais atividades são consideradas empresariais. O art. 970 diz
inclusive que, a lei lhes assegurará tratamento diferenciado e simplificado no tocante à
inscrição e aos efeitos, sendo seguido pelo art. 971, que dispõe que o empresário rural poderá
requerer sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, "caso em que, depois de
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro".
E terminante é o art. 984, que assegura ao empresário rural, inscrito no Registro Público de
Empresas Mercantis de sua sede, equiparação às sociedades empresárias, para todos os
efeitos.
Assim, a atividade rural, depois de inscrita no Registro Público de Empresas Mercantis,
ganha status de atividade empresarial.

10 - PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL, ART. 170, CRFB/88:


Segundo o que estabelece o art. 170 da Constituição da República Federativa do Brasil são: a
livre iniciativa; a dignidade da pessoa humana; a boa-fé; a soberania nacional; a propriedade
privada; a função social da empresa; a defesa do consumidor; e o tratamento favorecido à
micro empresa.

10.1 Não são atividades empresárias


As fundações (fins religiosos, morais, culturais e assistenciais), art. 62, CC; as associações
sem fins econômicos, art. 53, CC; as sociedades simples - § único, art. 966, CC “não se
considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento da empresa”.

11 - CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a empresa está caracterizada pelo exercício da sua organização, pois se
todos os elementos construtivos da empresa estiverem organizados, mas não se efetivar o
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exercício dessa organização, não se pode falar em empresa. Esta é a função do empresário, ou
seja, organizar sua atividade, coordenando seus bens (capital) com o trabalho aliciado de
outrem. Esta é a organização e o motivo do conceito de empresa se firmar na idéia de que ela
é o exercício da atividade produtiva.
O conceito empresa, sob o aspecto jurídico, adquire diversos perfis em relação aos diversos
elementos que o integram. Por isso, a definição legislativa de empresa não existe, esta é a
razão da falta de encontro das diversas opiniões até agora manifestadas na doutrina. Um é o
conceito de empresa, como fenômeno econômico. Diversas são as noções jurídicas relativas
aos aspectos do fenômeno econômico que ela representa. Quando fala-se da empresa em
relação à disciplina jurídica, tem-se em mente os diversos aspectos jurídicos do fenômeno
econômico.
Empresa, portanto, não é coisa corpórea, e sim abstrata, porque significa a atividade ou o
conjunto de atividades do empresário. Empresa é o organismo que, através de alguns
elementos ou, fatores, exercita um comportamento repetitivo e metódico, exteriorizando a
atividade do empresário. Empresa é a atividade do empresário, que objetiva o atendimento do
mercado e a obtenção de lucro.
Atualmente a empresa exerce indiscutivelmente, importante função econômica na sociedade,
pois é considerada a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens
ou serviços.
Com o surgimento da teoria da empresa, o sujeito do direito comercial é o empresário –
pessoa física ou jurídica – que exerce atividade econômica organizada, não importando a
natureza dessa atividade. Incompatível com o princípio da isonomia não contemplar as
empresas prestadoras de serviço.

Referências bibliográficas
MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro: empresa e atuação empresarial, volume
1. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 370 p.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresarial. Salvador: Editora Podium.
2008, 671 p.
REQUIÃO, Rubens Edmundo. Curso de Direito Comercial. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
2 vols.
SILVA, Bruno Mattos e. Direito de Empresa: teoria da empresa e direito societário. São
Paulo: Atlas, 2007. 533 p.

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Informações Sobre o Autor:
Silvio Aparecido Crepaldi
Docente do Curso de Direito da UNIPAC – Uberlândia-MG e Coordenador de Planejamento e
Desenvolvimento Institucional do CESVALE
Informações Bibliográficas
CREPALDI, Silvio Aparecido. Direito empresarial: apliação e características. In: Âmbito
Jurídico, Rio Grande, 53, 31/05/2008 [Internet].
Disponível em http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2772. Acesso em
12/04/2012

O Âmbito Jurídico não se responsabiliza, nem de forma individual, nem de forma solidária,
pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade
de seu(s) autor(es).

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DIREITO EMPRESARIAL: NOME EMPRESARIAL NO NOVO CÓDIGO CIVIL

por Joseph Robert Terrell

RESUMO
Com o Novo Código Civil em vigor, ocorreram algumas modificações quanto ao nome
empresarial. Quanto à formação, por exemplo, tendo em vista que alguns tipos societários não
podem adotar determinas terminologias. Não obstante, esta regra possui exceções, impostas
pela própria legislação. Com o Novo Código Civil em vigor, alguns tipos societários
desapareceram. A respeito do registro da sociedade é possível dividi-lo em duas categorias:
As sociedades que devem ser registradas na Junta Comercial e as sociedades que devem ser
registradas no Cartório de Pessoas Jurídicas.

PALAVRAS-CHAVE
Nome empresarial. Novo Código Civil. Lei nº 10.406/02. Formação. Registro.

1. INTRODUÇÃO
Com o Novo Código Civil1 em vigor, ocorreram algumas modificações quanto ao nome
empresarial. Neste sentido, o presente texto demonstra de forma clara e direta as principais
alterações ocorridas.
Primeiramente, abordaremos sua definição e seu conceito. A posteriori, trataremos de sua
formação, bem como dos tipos societários que existiam, anteriormente ao novo Código Civil,
e que existem atualmente. Por fim, falaremos do nome do sócio que falece e do registro do
nome empresarial.

2. DEFINIÇÃO
Segundo a Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994, que dispõe sobre o registro público de
empresas mercantis e atividades afins e dá outras providências2 , em seu artigo 4º confere ao
Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC) poderes para dispor normas sobre
a ementa da lei supra. Assim, o Diretor do DNRC, no uso das atribuições que lhe são
conferidas, na Instrução Normativa nº 53, de 06 de março de 1996, resolve, em seu artigo 1º,
que nome empresarial “é aquele sob o qual a empresa mercantil exerce sua atividade e se
obriga nos atos a ela pertinentes”. Adiante, no parágrafo único do mesmo artigo, está

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expresso que “o nome empresarial compreende a firma individual, a firma ou razão social e
a denominação”.
Ao passo que conforme o Novo Código Civil dispõe em seu artigo 1.155 “considera-se nome
empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o
exercício de empresa”.
Percebe-se que o novo texto legal não expressa o termo razão social, que embora seja
sinônimo de firma social, foi, de certa forma, abolido pelo legislador.

3. CONCEITO
Com as duas definições acima expostas, observamos que a Lei nº 8.934/94 é mais abrangente
que o Novo Código Civil. Pois este deixa lacunas, como, por exemplo, não expressa que é
pelo nome empresarial que a empresa exerce sua atividade e nem que seus atos praticados
estão vinculados ao seu nome.
Por isso, devemos nos atentar ao conceito de nome empresarial, que é mais amplo do que suas
definições.
O conceito de nome empresarial não é muito diferente de sua definição legal3 . Todavia, como
visto anteriormente, o nome empresarial compreende alguns tipos, sendo eles a firma
individual, firma ou razão social e a denominação social.
Entende-se por firma individual o nome empresarial utilizado pelo comerciante individual,
sendo formada somente pelo nome do sócio, por extenso ou abreviadamente, sendo permitido
o uso da expressão no final do nome, que melhor identifique o objeto da empresa ou também
para diferenciar de outro já existente.
Em relação à firma ou razão social, estes são formados pela combinação dos nomes de todos
os sócios, alguns, ou somente um sócio. Sendo que, se na formação do nome empresarial for
omitido um ou mais sócios, deverá ser acrescida no final do nome a expressão “& Cia” por
extenso ou abreviadamente.
Os nomes dos sócios também podem ser expressos por extenso ou abreviadamente. Conforme
ensinaWALDIRIO BULGARELLI4 “a expressão & Cia. significa a existência de outros
sócios”.
A respeito de denominação social, compreende-se que será formado com o uso de qualquer
palavra ou expressão de fantasia, sendo facultado o uso de expressão que caracterize o objeto
da sociedade. Quando se usa algum nome de pessoa física na formação do nome entende-se
que se está prestando homenagem a alguém, sendo está de inteira responsabilidade dos
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contratantes.
Assim, para FÁBIO ULHOA COELHO :
“A firma e a denominação se distinguem em dois planos, a saber: quanto à estrutura, ou seja,
aos elementos linguísticos que podem ter por base; e quanto à função, isto é, a utilização que
se pode imprimir ao nome empresarial. No tocante à estrutura, a firma só pode ter por base
nome civil, do empresário individual ou dos sócios da sociedade empresarial. O núcleo do
nome empresarial dessa espécie será sempre um ou mais nomes civis. Já a denominação deve
designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil ou qualquer outra expressão
linguística (que a doutrina costuma chamar de elemento fantasia). Assim, “A. Silva & Pereira
Cosméticos Ltda” é exemplo de nome empresarial baseado em nomes civis; já “Alvorada
Cosméticos Ltda” é nome empresarial baseado em elemento fantasia”.

4. FORMAÇÃO
Quanto à formação do nome empresarial também ocorreram modificações, tendo em vista que
alguns tipos societários não podem adotar determinas terminologias.
A respeito do empresário individual e de cada tipo de sociedade empresarial, a legislação
contém regras específicas relativas à formação do nome empresarial. Possibilitando que
alguns tipos de sociedades empresárias adotem firma ou denominação, conforme a vontade de
seus sócios, e outros tipos sejam obrigados a adotarem uma ou outra espécie de nome
empresarial.
Segundo FRAN MARTINS6 “a firma é o nome comercial formado do nome patronímico ou de
parte desse nome de um comerciante ou de um ou mais sócios de sociedade comercial,
acrescido ou não, quando se trata de sociedade, das palavras e companhia”. Por outro lado,
deve-se entender por denominação como o nome empresarial formado por qualquer palavra
ou expressão de fantasia, sendo facultado o uso de expressão que caracterize o objeto da
sociedade.
Como explanado a pouco, as sociedades empresariais podem optar pelo uso da firma, razão
social ou da denominação, de acordo com o tipo de sociedade. Via de regra, as sociedades que
possuem sócios de responsabilidade ilimitada, de forma subsidiária, pelas obrigações sociais,
utilizarão uma firma ou razão social, pois a firma tem a peculiaridade de demonstrar aos
terceiros que as pessoas que nela figuram possuem, na sociedade, essa responsabilidade
ilimitada.7

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Por fim, existem sociedades em que todos os sócios limitam a sua responsabilidade pelas
obrigações sociais, ou apenas às importâncias do capital social. Nesses casos, sem a existência
de sócios de responsabilidade ilimitada, não poderão usar de firma ou razão social. Ao invés,
usarão de um nome fantasia ou tirado do seu objeto social, nome esse que tem a designação
específica de denominação.8
Contudo, existem algumas exceções ao princípio geral da formação do nome empresarial.
A priori, o empresário individual e as sociedades em que existem sócios de responsabilidades
ilimitadas utilizam, como nome empresarial, firma ou razão social, contendo o nome civil, por
extenso ou abreviado, do empresário individual, e o nome ou nomes civis do sócio ou sócios
de responsabilidades ilimitada, nas firmas das sociedades, adicionados, ou não, da locução
“e Companhia”.
Não obstante, esta regra possui exceções, impostas pela própria legislação, existindo
sociedades nas quais os sócios têm responsabilidade limitada, que podem compor seu nome
empresarial usando firmas ou razões sociais. Enquadrando-se nesta ressalva as sociedades
limitadas e as sociedades em comandita por ações.
Nas primeiras, de acordo com a lei brasileira, a responsabilidade dos sócios é limitada ao total
do capital social. Todavia, permitiu o sistema que tais sociedades possuíssem denominação ou
firma, entretanto, para que não causasse confusão, a terceiros, sobre a responsabilidade
adquirida pelos sócios, determinou que junto à firma ou à denominação fosse adicionada a
expressão “limitada”, que no caso tornou-se o elemento específico caracterizador desse tipo
de sociedade.9
Igualmente a sociedade em comandita por ações pode utilizar firma ou denominação, porém
justificada esta possibilidade por ela contar com sócios de responsabilidade limitada e sócios
que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Adotando uma firma, só poderão
compô-la, os sócios que assumem responsabilidade ilimitada. No entanto, deverão incluir,
sempre, junto à firma ou à denominação, a locução “comandita por ações”, para que os
terceiros possam identificar o tipo de sociedade e o grau de responsabilidade assumido pelas
pessoas integrantes da mesma.10

5. TIPOS SOCIETÁRIOS E SEUS RESPECTIVOS NOMES


Com o Novo Código Civil em vigor, alguns tipos societários desapareceram. A seguir
veremos quais eram os tipos societários existentes e como se compunham seus respectivos
nomes e quais são, atualmente, e como se compõem hoje.
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Os tipos societários existentes no Código Comercial e Lei específica são:
1. Sociedade em nome coletivo – artigos 315 e 316, do Código Comercial;
2. 2. Sociedade de capital e indústria – artigos 317 à 324, do Código Comercial;
3. 3. Sociedade em comandita simples – artigos 311 à 314, do Código Comercial;
4. 4. Sociedade de conta em participação – artigos 325 à 328, do Código Comercial;
5. 5. Sociedade por cotas de responsabilidade limitada – Decreto-Lei nº 3.708/1911 ;
6. 6. Sociedade anônima – Lei nº 6.404/76 ;
7. 7. Sociedade em comandita por ações – Lei nº 6.404/76.

No tocante ao empresário individual só poderá adotar firma, baseado em seu nome civil.
Sendo-lhe facultado abrevia-lo, ou ainda, agregar ao seu nome empresarial o ramo de
atividade a que se destina. Exemplos: Sócio – João Pedro Antunes: “João Pedro Antunes”; “J.
Pedro Antunes”; “João P. Antunes”; “João Pedro Antunes – Relojoeiro”. Segundo FÁBIO
ULHOA COLEHO13 “quando se trata de empresário individual, o nome empresarial pode
não coincidir com o civil; e, mesmo quando coincidentes, têm o nome civil e o empresarial
naturezas diversas”.
Já a sociedade em nome coletivo está liberada a adotar firma ou razão social, com a qual se
obrigam nas suas relações com terceiros, podendo ter por base o nome civil de um, alguns ou
todos os seus sócios, visto que neste tipo de sociedade todos os sócios assumem
responsabilidade ilimitada. Esses nomes poderão ser aproveitados por extenso ou
abreviadamente, conforme a vontade de seus titulares. Se o nome empresarial for composto
somente pelo nome de um de seus sócios, deverá ser acrescida da expressão, “e Companhia”
ou “& Companhia”, por extenso ou abreviadamente. Exemplos: Sócios – Alberto Antunes e
Luiz Gomes: “Antunes & Gomes”; “Alberto Antunes & Cia”; “A. Antunes & Cia”; “Luiz
Gomes & Cia”; “Gomes & Cia”; “L. Gomes & Cia”; entre outras combinações.
Com relação a sociedade em comandita simples, esta também pode adotar a firma ou razão
social, da qual conste nome civil de sócio ou sócios comanditados, sendo obrigatória a
utilização da partícula “eCompanhia” ou “& Companhia”, por extenso ou abreviadamente,
para fazer menção aos sócios dessa categoria. O nome civil do sócio comanditado pode ser
usado por extenso ou abreviadamente, podendo ser agregado a ele o ramo de negócio
explorado pela sociedade. Vale lembrar que os nomes dos sócios comanditários não podem
ser utilizados na composição do nome empresarial, posto que não têm responsabilidade
ilimitada e solidária pelas obrigações da sociedade. Exemplos: Sócios comanditados – Alberto
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Antunes e Luiz Gomes: “Alberto Antunes, Luiz Gomes & Cia”; “A. Antunes & Companhia”;
“Antunes, Gomes & Cia – Peças Automotivas”.
Em se tratando de sociedade em conta de participação, não poderá adotar nome empresarial,
em virtude de sua natureza de sociedade secreta. Agirá, em suas relações com terceiros,
mediante a firma ou denominação do sócio ostensivo, seja esse comerciante individual ou
sociedade comercial.
No que tange a sociedade de capital e indústria, esta poderá adotar ou não uma firma social,
sendo que se escolher a primeira opção, será constituída pelos nomes dos sócios capitalista,
visto que somente eles possuem responsabilidade ilimitada, conforme disposto no artigo 318,
do Código Comercial.
Sendo a sociedade por quotas de responsabilidade limitada, poderá usar de uma firma ou
razão social ou de uma denominação. Se optar pela firma, esta terá que se compor pelo nome
de um, alguns ou todos os sócios; e se optarem pela denominação, será de livre escolha dos
que a constituem. Porém, independentemente da escolha, seu nome empresarial será acrescido
da expressão “limitada” ou “sociedade de responsabilidade limitada”, por extenso ou
abreviadamente. Caso contrário todo sócio será considerado ilimitadamente responsável pelas
obrigações sociais. Exemplos: “Antunes & Cia. Ltda”; “Antunes, Gomes & Cia. Ltda”;
“Auto Peças Tamarins, Ltda”; “Indústria de Auto Peças Tamarins, sociedade de
responsabilidade limitada”.
No que concerne a sociedade anônima, esta poderá usar somente uma denominação, devendo
ser acrescida no início, no meio ou no fim, da expressão “sociedade anônima”, por extenso
ou abreviadamente, ou antecipada da expressão “Companhia”, podendo também ser
abreviada ou por extenso, conforme disposto no artigo 3º, da Lei nº 6.404/7614 . Existe a
possibilidade de, por exemplo, homenagear alguém, utilizando nomes civis de pessoas que
fundaram a companhia ou concorreram para o êxito da mesma.15 Exemplos: “S/A Tamarins –
Auto Peças”; “Tamarins S/A – Auto Peças”; “Tamarins Auto Peças Sociedade Anônima”;
“Companhia Luiz Gomes de Auto Peças”.
Quando se trata de sociedade por ações, poderá se utilizar firma ou denominação, em
qualquer caso, sempre acrescida da locução “comandita por ações”. Na primeira opção, só
poderão figurar os nomes civis dos gerentes ou diretores, que respondem ilimitadamente pelas
obrigações sociais. Na segunda, se fundado em nome civil de um ou mais acionistas com
responsabilidades ilimitada, é obrigatória a inserção da palavra “e Companhia”, por extenso

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ou abreviada. Exemplos: “Alberto Antunes e Companhia, Comandita por Ações”; “Tamarins
Auto Peças C.A.”; “Comandita por Ações Antunes, Gomes & Cia”.
Por fim, deve-se citar que o empresário, sendo pessoa física ou jurídica, ao se registrar como
microempresário ou empresário de pequeno porte, terá acrescido ao seu nome as locuções ME
ou EPP, respectivamente, conforme disciplina o artigo 11, da Lei nº 8.864/94.16
Alguns tipos societários desapareceram. Assim, hoje, em decorrência das alterações
promovidas pela entrada em vigor do Código Civil os tipos societários são os seguintes:

1. Regulares personificadas:
1.1. Sociedade em nome coletivo – artigos 1.039 à 1.044, do Código Civil;
1.2. Sociedade em comandita simples – artigos 1.045 à 1.051, do Código Civil;
1.3. Sociedade limitada – Artigos 1.052 à 1.054, do Código Civil;
1.4. Sociedade Anônima – Artigos 1.088 à 1.089, do Código Civil c/c Lei nº 6.404/76;
1.5. Sociedade em comandita por ações – artigos 1.090 e 1.091, do Código Civil c/c Lei nº
6.404/76.

2. Sociedades não personificadas:


2.1. Sociedade em comum – artigos 986 à 990, do Código Civil;
2.2. Sociedade em conta de participação – artigos 991 à 996, do Código Civil.

3. Sociedade simples – artigos 997 à 1.037, do Código Civil.


Com relação aos nomes dos tipos societários contidos no Código Civil, não houve
modificações, ou seja, as espécies de sociedades que continuaram a existir obedecem às
mesmas regras de antes.

6. NOME DO SÓCIO QUE FALECE


Anteriormente, o nome do sócio que falecia, era excluído ou se retirava da sociedade poderia
ser conservado na firma social. Agora, isto não é mais possível de acordo com o artigo 1.165,
do Código Civil “o nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser
conservado na firma social”.
Cabe ressaltar que se a marca da empresa for registrada no nome de um dos sócios, ele pode
levá-la ou deixa-lo ao sair da sociedade.

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7. REGISTRO
A respeito do registro da sociedade é possível dividi-lo em duas categorias: As sociedades que
devem ser registradas na Junta Comercial e as sociedades que devem ser registradas no
Cartório de Pessoas Jurídicas. As primeiras são as sociedades empresárias (mercantis) e as
mistas; as segundas são as sociedades simples (civis) e as cooperativas.

8. CONCLUSÃO
Com o Código Civil – Lei nº 10.406/02 - em vigor desde 11 de janeiro de 2.003, ocorreram
algumas alterações em relação às sociedades, tendo em vista que este novo Diploma Legal
incorporou o direito societário.
Embora o legislador, na melhor de suas intenções, tenha idealizado uma maneira mais simples
e atual para tratar do direito societário conjuntamente com o direito civil em si, não alcançou
suas expectativas. Haja visto que o Código Civil em vigor não é uma Lei específica às
sociedades, deixando por muitas vezes lacunas à serem preenchidas; o que certamente
ocorrerá através dos Tribunais com seus Julgados e, as vezes, faltando inclusive termos
técnicos que já existiam no Código Comercial.
Sem esquecer dos tipos societários que desapareceram, o que faz com as empresas, por
exemplo, de Capital e Indústria, tenham de se adequar à nova legislação; assim como os
profissionais do direito.

Notas de rodapé convertidas em notas de fim


1 BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o código civil. Diário Oficial [da
República Federativa do Brasil], Brasília, 11 jan. 2002, p. 1.
2 BRASIL. Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o registro público de
empresas mercantis e atividades afins e dá outras providências. Diário Oficial [da República
Federativa do Brasil], Brasília, 21 nov. 1994, p. 17.497.
3 Nome Empresarial. In: Departamento Nacional de Registro de
Comércio, http://www.dnrc.gov.br/ Serviços_dnrc/CAES1100.HTM; em 11-08-2002
4 Sociedades Comerciais, p. 46.
5 Manual de Direito Comercial, p. 74.
6 Curso de Direito Comercial, p. 72.
7 Fran Martins, op. cit., p. 74-75.
8 Ibid., mesma página.
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9 Fran Martins, op. cit,. p. 336.
10 Ibid., mesma página.
11 BRASIL. Decreto nº 3.708, de 10 de janeiro de 1919. Regula a constituição de sociedades
por quotas, de responsabilidade limitada. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil],
Brasília, 15 jan. 1919, p. 820.
12 BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispões sobre as sociedades por
ações. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 17 dez. 1976, p. 1.
13 Op. cit., p. 74.
14 BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por
ações. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 14 dez. 1976, p. 1.
15 Fran Martins, op. cit., p. 234.
16 BRASIL. Lei nº 8.864, de 28 de março de 1994. Estabelece normas para as microempresas
– ME, e empresas de pequeno porte - EPP, relativas ao tratamento diferenciado e
simplificado, nos campos administrativo, fiscal, previdenciário, trabalhista, crediticio e de
desenvolvimento empresarial (artigo 179 da Constituição Federal). Diário Oficial [da
República Federativa do Brasil], Brasília, 29 mar. 1994, p. 4.554.

Referências bibliográficas:

BULGARELLI, Waldirio. Sociedades comerciais. 8ª ed., São Paulo: Atlas, 1999.

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial. 13ª ed., São Paulo: Saraiva, 2002.

DORIA, Dylson. Curso de direito comercial. 14ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000.
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PORTAL santajus. Legislação brasileira. <http://www.santajus.unisanta.br>. Acesso em 29


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SENADO federal. Legislação brasileira. <http://www.senado.gov.br/legbras/>. Acesso em 29


jan 2003.

Fonte: Cedido pelo autor via online.

Revista Jus Vigilantibus, Sexta-feira, 8 de agosto de 2003

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A MUDANÇA DO DIREITO EMPRESARIAL NO DIREITO BRASILEIRO

25/jun/2005

Breve explicação de como funciona o sistema subsidiário de gestão de pessoas jurídicas,


depois do advento do novo código, assim como opiniões da doutrina sobre o interessante
tema.

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Por Elias Jacobsen Bana

Com o advento do novo Código Civil em 2002, todo o sistema societário que antes existia
passou a vigorar com mudanças significativas, gerando mudanças que abrangem desde a
estrutura básica das sociedades até sua administração.

O Direito brasileiro contempla cinco espécies de sociedades empresárias. Merecem maior


destaque as duas primeiras, pois a importância que estas exercem se deve a sua influência na
economia brasileira, diretamente proporcional ao número de cada uma existente. As três
restantes, não constituem um número expressivo, nem tem um impacto relevante sobre a
economia.

As sociedades empresárias admitidas pelo ordenamento jurídico nacional são: Sociedade por
Quotas de Responsabilidade Limitada; Sociedade Anônima; Sociedade em nome Coletivo;
Sociedade em Comandita Ações; Sociedade em Comandita Simples.

Não se admite outras formas de constituição de sociedades empresárias, senão estas, mas,
existe ainda a Sociedade em conta de Participação, que não é considerada propriamente uma
sociedade em função de suas peculiaridades.

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Podemos citar como exemplo o artigo 966 do Código Civil Vigente, que conceitua o que seja
o empresário, por exemplo, onde se atribui caráter econômico a sua atividade. Superou-se a
idéia de atos de comércio, que era fruto de debate doutrinário por mais de um século dentro
do ordenamento brasileiro. O empresário, ante a lei atual, tem uma conceituação fechada, e
tem seu lugar definido no universo do mercado.

Menciona Rubens Requião [1] que na empresa moderna o gerente constitui apenas uma peça
da máquina de produzir riqueza e gerar dividendos. No mesmo tópico, o jurista, de modo
profético, aponta a tendência de se permitir a participação dos empregados no conselho
diretor da administração da empresa.

Em relação ao Código vigente, o professor paranaense Clayton Reis [2] explica o artigo 966,
ou melhor, de qual atividade se refere o artigo: “(...) uma atividade voltada exclusivamente
para a produção de bens de consumo, que tenham como objeto central o interesse econômico,
ou seja, o animus de conferir ao empresário o lucro na exploração do setor produtivo, no
âmbito das relações de consumo”.

Lembrando que o profissional liberal, não se encaixa na categoria de empresário, por estar
vinculado aos respectivos códigos de ética, como por exemplo, o advogado, que não pode ser
considerado um empresário propriamente dito.

A doutrina de modo geral critica a junção feita pelo legislador, no novo Código, do direito
civil e do direito comercial, compondo um livro inteiro no Código, o segundo, pois as
disposições do código civil desvirtuam o sentido do direito comercial, que necessita ser mais
dinâmico, diferente do direito civil.

As mudanças no direito comercial, ainda mais quando inseridas dentro do Código Civil, tem
grande influência na aplicação do direito material dentro de uma demanda judicial. As novas
disposições, que substituem dentro do código a nomenclatura de direito comercial para direito
empresarial, fazem sombra sobre todas as atividades econômicas ou empresariais, ou seja,
atividade mercantil privada.

Nos dizeres de Paulo Roberto Colombo Arnoldi [3]:


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O novo Código neste novo livro, em linhas gerais, traz grandes inovações no que diz respeito
ao Direito Comercial, substitui a figura do comerciante pela do empresário, seguindo a linha
do Código Civil italiano de 1942, onde adota a moderna teoria da empresa, como modelo de
disciplina da atividade econômica. Inova sensivelmente na parte relacionada as sociedades,
agora denominadas de empresárias. Regulamenta de forma mais explícita e complementa o
instituto do estabelecimento. Deu tratamento mais claro e moderno a alguns institutos como: o
registro das sociedades empresária, o seu nome, dos prepostos da empresa, da escrituração
mercantil que agora pode adotar os instrumentos modernos da tecnologia da informática. O
Código inova e consagra práticas já consagradas na doutrina e jurisprudência. Ajusta normas
de uso comum e normas concebidas para os agentes de atividade empresarial.

De maneira geral, podemos apontar a mudança do sistema subsidiário, no caso de lacuna de


especificação no contrato social, do sistema da sociedade dita de responsabilidade limitada
pelo sistema, vindo do direito italiano, de sociedade simples.

A doutrina italiana delimita os fundamentos dessa sorte de sociedade como uma sociedade de
fins não empresariais [4], sendo a mais simplificada das formas societárias encontradas no
ordenamento, no aludido ordenamento alienígena e no ordenamento pátrio. No sistema
italiano, este instituto se estabeleceu em 1942, só agora sendo adotado no Brasil.

Essa mudança alterou todas as diretrizes fundamentais da tratativa do direito empresarial, que
coloca outros parâmetros na presente pesquisa, que são aspectos a serem analisados. Os sócios
agora têm outras responsabilidades, se comparados os sistemas do Código de 1916 e do Novo
Código Civil de 2002. A doutrina nacional ainda não proferiu vasta produção, mas já existem
manifestações que servem de crítica e de orientação para o aprofundamento no assunto.

No antigo Código Civil, o ponto de partida era a sociedade limitada, que tinha um sistema de
gestão mais simples, e que era utilizado subsidiariamente em caso de lacuna em outras
espécies de sociedade. Tanto na administração, quanto na formação societária, a sociedade
limitada apresentava certa segurança ao sócio, que estava limitado à sua cota de capital social,
assim como o gerente tinha uma maior liberdade na gestão dos negócios.

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No sistema atual, abandonou-se o regime da comercialidade para um regime de
empresariedade, portanto, conforme o artigo 982 do Código Civil Vigente. A empresa que
agora serve de paradigma é a sociedade simples, que já existe no sistema Italiano e Suíço,
onde regulamenta diretamente as atividades econômicas, e as sociedades que exclusivamente
se dedicam a essa atividade ou a atividades de natureza civil de natureza econômica.
Trataremos desta primeiramente.

A bem da verdade, o legislador optou por não definir os contornos exatos do que seja a
sociedade simples, apenas que seus participantes, em se escolhendo esse tipo societário,
obrigam-se com a totalidade de seu patrimônio, solidária e ilimitadamente e que, ainda, essa
sociedade não se presta à condução de empresas comerciais. Substitui, portanto, as antigas
associações civis.

Tem-se que, com nos modelos estrangeiros todos os sócios são responsáveis, solidariamente,
por todo o capital social, e assim, repartem a responsabilidade perante outros diante de
relações com sua empresa. É um conceito mais aproximado de uma empresa de pessoas, do
que uma sociedade de Capital.

O Deputado Ricardo Fiúza [5] assim se manifestou, à ocasião:

se adotarmos um paralelismo simétrico, a antiga sociedade comercial passou a ser


denominada sociedade empresária, enquanto a sociedade empresária , enquanto a sociedade
civil, regulada pelo Código de 1916, passou a ser definida como sociedade simples.

E não foi só o sistema subsidiário que se modificou. Desta mesma forma, onde se preza pelo
empresariedade, a principal sociedade comercial teve modificações profundas, qual seja, a por
cotas de responsabilidade limitada.

Esta sociedade limitada ganhou contornos de sociedade anônima, com a incorporação de


elementos como a necessidade, e não mais a faculdade, da convocação de assembléia geral
(artigo 1069. Inciso V), assim como a possibilidade de se instituir um conselho fiscal (artigo
1066), e ainda, da necessidade de fazer o balanço anual de resultado econômico (artigo 1065).
Os contornos gerais da sociedade anônima aqui se fizeram presentes, pois o legislador quis
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atribuir a complexidade e transparência da sociedade anônima para a limitada.

A teoria da desconsideração tem, então, aplicação direta no ramo empresarial, sem a


necessidade de subterfúgios, como por exemplo, vasta comprovação dentro de um processo,
dentro de um litígio judicial. Substituiu-se, portanto, o modelo padrão de sociedade civil da
limitada pela simples, sem fins comerciais, dando à sociedade limitada uma transparência que
já existia na sociedade anônima. Enfim, o escopo do atual código civil é empresarial.

Deste modo, a responsabilidade que tinha o administrador no antigo sistema não é mais o
mesmo que o atual. Existe também a possibilidade de se atribuir o cargo de administrador da
empresa para uma pessoa fora do quadro societário. É a figura do administrador profissional.

Apesar de ter um sistema truncado, repudiado pela maioria dos comerciantes por ter certos
ônus e procedimentos obrigatórios, e uma transparência que torna o empreendimento mais
trabalhoso, mas é essa mesma transparência que almejou o legislador ao promulgar as
mudanças no novo código. Mas de qualquer maneira, a aproximação entre a sociedade
limitada e anônima abre espaço para a aplicação da teoria da desconsideração de forma mais
clara, além de ter tornado a sociedade limitada mais profissional, ainda sem a determinação de
um conselho de administração, que na verdade serve uma estrutura maior do que as empresas
normais.

Mais importante que delimitar a nova empresa no ordenamento nacional é entender como isso
pode ser benéfico, à sombra da teoria da desconsideração da personalidade jurídica. O
funcionamento da empresa comercial não é mais restrito ao quadro societário, ou ainda, à
esfera hermeticamente fechada formada pelo grupo idealizador e investidor, que deu origem a
essa pessoa jurídica.

Com a entrada em vigor deste novo livro dentro do Código Civil, do direito de empresa, a
responsabilidade pela direção da empresa limitada não é mais necessariamente de um sócio.
Como já dito anteriormente, pode-se utilizar um administrador profissional, fora do quadro
societário. Em se conjugando a disregard doctrine com essa nova realidade, temos que a
responsabilização, grosso modo, deve recair sobre que de fato administra e rege a sociedade,
assim como mais acertadamente, deve recair sobre que cometeu o abuso de direito, que
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deformou sua função de administrador.

Na antiga sistemática, elegia-se, dentro do corpo societário, a diretoria da empresa, tomando


para si os poderes de representação da sociedade, em juízo ou no mercado, perante todos que
se apresenta, e de poderes de direção e administração.

Novamente citando o professor Paulo Roberto Colombo Arnoldi [6]:

O comerciante era visto como aquele que apenas praticava atos de intermediação com
finalidade lucrativa, hoje é aquele que exerce atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou serviços.

Ressalva, por outro lado que, não se considera empresário quem exerce profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou
colaboradores (art.966, parágrafo único). Visou neste aspecto, os profissionais liberais, que
somente serão alcançados pela regulamentação da atividade econômica, se de fato for provado
que exercem sua profissão numa organização empresarial. Se não for possível identificar o
elemento empresa, a atividade será regulada de acordo com o regime próprio de cada
categoria profissional específica.

Atualmente, deve se averiguar quem de fato faz parte do órgão diretor da sociedade, pois é
por demais importante a figura do gestor profissional, agora admitido em absoluto em nosso
ordenamento.

Este aspectos de mudança, criticados por uns e festejados por outros, muda completamente a
incidência da desconsideração da personalidade jurídica, conforme vimos, quanto ao seu
pedido judicial, ou ainda, quanto a sua forma de demanda. No Brasil, a teoria da
desconsideração, assim como em outros paises, começou a ser aplicada por meio de
entendimento jurisprudencial, ou seja, sem que uma regra de caráter positivo tivesse
incidência sobre o caso concreto.

Assim sendo, a jurisprudência sobre o assunto, principal fonte de estudo da teoria, trata do
modelo de sociedades do Código Civil de 1916, sendo de bom alvitre perceber suas diferenças
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para a sua aplicação no atual contexto e estrutura do direito empresarial.

Dentro dessa nova realidade, então, de empresários considerados profissionais e sociedades


ditas civis, ou simples, com uma responsabilidade ilimitada e solidária, assim como a própria
diretoria eleita na empresa.

[1] REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. V.1, 21ed. São Paulo: Saraiva, 1995,
p159.

[2] REYS, Clayton et al. Direito empresarial & cidadania : questões contemporâneas.
Curitiba: Juruá, 20004. p 66.

[3] ARNOLDI, Paulo Roberto Colombo, et al. Jurisprudencia Brasileira 196 –


Desconsideração da Personalidade Jurídica. Curitiba : Juruá, 2002. p. 74.

[4] AULETTA, Giuseppe. Dirito Commerciale. Milão, 9ª ed, Dott. A. Giufferè Editore. 1994.
p. 115/126.

[5] et al. Novo Código Civil Comentado. 1 ed, São Paulo: Saraiva, 2002.

[6] Op. cit, p. 75.

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comercial, regime jurídico, Brasil, Pessoa jurídica de direito privado, Brasil,
Estabelecimento comercial, Brasil. Typ, Livro. Sprache, Portugisisch. ...
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assunto. Revistas como: Veja, Isto é, Época, etc., são meios de comunicação
jornalísticos e não científicos.
Os artigos científicos são publicados em revistas que circulam apenas no
meio acadêmico (Instituições de Ensino Superior). Essas revistas são denominadas
periódicos. Cada periódico têm sua circulação própria, isto é, alguns são publicados
impressos mensalmente, outros trimestralmente e assim por diante. Alguns
periódicos também podem ser encontrados facilmente na internet e os artigos neles
contidos estão disponíveis para consulta e/ou download.
Os principais sites de buscas por artigos são, entre outros:
SciELO: www.scielo.org
Periódicos Capes: www.periodicos.capes.gov.br
Bireme: www.bireme.br
PubMed: www.pubmed.com.br
A seguir, temos um exemplo de busca por artigos no site do SciELO.
Lembrando que em todos os sites, embora eles sejam diferentes, o método de
busca não difere muito. Deve-se ter em mente o assunto e as palavras-chave que o
levarão à procura pelos artigos. Bons estudos!

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Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br
Siga os passos indicados:
Para iniciar sua pesquisa, digite o site do SciELO no campo endereço da
internet e, depois de aberta a página, observe os principais pontos de pesquisa: por
artigos; por periódicos e periódicos por assunto (marcações em círculo).

Ao optar pela pesquisa por artigos, no campo método (indicado abaixo),


escolha se a busca será feita por palavra-chave, por palavras próximas à forma que
você escreveu, pelo site Google Acadêmico ou por relevância das palavras.

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Em seguida, deve-se escolher onde será feita a procura e quais as palavras-
chave deverão ser procuradas, de acordo com assunto do seu TCC (não utilizar “e”,
“ou”, “de”, “a”, pois ele procurará por estas palavras também). Clicar em pesquisar.

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Lembre-se de que as palavras-chave dirigirão a pesquisa, portanto, escolha-
as com atenção. Várias podem ser testadas. Quanto mais próximas ao tema
escolhido, mais refinada será sua busca. Por exemplo, se o tema escolhido for
relacionado à degradação ambiental na cidade de Ipatinga, as palavras-chave
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poderiam ser: degradação; ambiental; Ipatinga. Ou algo mais detalhado. Se nada
aparecer, tente outras palavras.
Isso feito, uma nova página aparecerá, com os resultados da pesquisa para
aquelas palavras que você forneceu. Observe o número de referências às palavras
fornecidas e o número de páginas em que elas se encontram (indicado abaixo).

A seguir, estará a lista com os títulos dos artigos encontrados, onde constam:
nome dos autores (Sobrenome, nome), título, nome do periódico, ano de publicação,
volume, número, páginas e número de indexação. Logo abaixo, têm-se as opções
de visualização do resumo do artigo em português/inglês e do artigo na íntegra, em
português. Avalie os títulos e leia o resumo primeiro, para ver se vale à pena ler todo
o artigo.

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Ao abrir o resumo, tem-se o nome dos autores bem evidente, no início da
página (indicado abaixo). No final, tem-se, ainda, a opção de obter o arquivo do
artigo em PDF, que é um tipo de arquivo compactado e, por isso, mais leve, Caso
queria, você pode fazer download e salvá-lo em seu computador.

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Busca por periódicos

Caso você já possua a referência de um artigo e quer achá-lo em um


periódico, deve-se procurar na lista de periódicos, digitando-se o nome ou
procurando na lista, por ordem alfabética ou assunto. Em seguida, é só procurar
pelo autor, ano de publicação, volume e/ou número.

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Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br
É preciso ressaltar que você deve apenas consultar as bases de dados e os
artigos, sendo proibida a cópia de trechos, sem a devida indicação do nome do
autor do texto original (ver na apostila tipos de citação) e/ou o texto na íntegra.
Tais atitudes podem ser facilmente verificadas por nossos professores, que
farão a correção do artigo.

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