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- Oguidí.
Coloca-se de molho, numa panela de barro, uma quantidade de farinha de milho bem fina
(milharina). Esta farinha deverá permanecer de molho por dois ou três dias até que fermente.
Uma vez fermentada, acrescenta-se canela em casca; anis estrelado em pó (Pimpinella anisum,
L.),; baunilha (Epidendrum vanilla, L.) e açúcar mascavo. Cozinha-se em fogo lento.
Quando tudo tiver adquirido a consistência de uma massa, retira-se do fogo e enrola-se em
folhas de mamona (Ricinus communis, L.). Depois de enroladas e bem amarradas para que não
se abram, coloca-se uma panela com água para ferver. Assim que a água estiver fervendo,
coloca-se dentro, as trouxinhas, deixando que cozinhem durante quinze minutos, retirando-se
em seguida e colocando-se de lado para que esfriem. Quando estiverem frias, retira-se o
invólucro de folhas e arruma-se numa travessa de barro, regando-se com bastante mel.
- Olele
Deixar, por 3 dias, uma porção de feijão fradinho (Vigna sinensis, Endl.) de molho na água.
No terceiro dia, moe-se o feijão fradinho no liqüidificador usando a menor quantidade de água
possível, para que a massa resultante fique bem espessa.
Refoga-se, numa panela à parte, uma cebola, pimentão vermelho, cominho, orégano e tomate.
Quando tudo estiver bem refogado, junta-se 2 ovos e deixa-se no fogo por mais um tempo,
mexendo sempre, com uma colher de pau. Tira-se do fogo e coloca-se, com a colher, pequenas
porções em folhas de mamona, embrulhando-se em forma de trouxinhas. Coloca-se as
trouxinhas para ferver durante 25 minutos, depois do que, retira-se da água e deixa-se esfriar.
Depois de frias, retira-se as folhas de mamona, arreia-se nos pés de Egun e, no terceiro dia,
retira-se e enterra-se num terreno baldio ou dentro de uma mata.
Importante: As comidas oferecidas a Egun não levam sal, com exceção daquelas feitas para o
consumo das pessoas, das quais retira-se uma pequena porção para oferecer a Egun.
Pega-se um coco seco grande, abre-se um dos olhos de forma que se possa introduzir pelo
buraco, depois de retirada a água, o seguinte: Um papel com o nome da pessoa, sua foto ou
um pedaço de pano de sua roupa, pó de osun; 9 pimentas-da-costa; um pouco de terra de
cemitério; um pouco de terra de encruzilhada; um pouco de poeira da casa ou do quintal da
pessoa que se quer atingir; um pouco de óleo de cobra; um pedaço de osso humano; um
pedacinho do talo da folha de comigo-ninguém-pode; 9 grãos de milho torrado.
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Depois que tudo estiver dentro, tapa-se o buraco do coco com um pedacinho de pau ou uma
rolha de cortiça. Coloca-se o coco dentro de um alguidar pequeno e arreia-se diante de Egun.
Durante 9 dias seguidos, acende-se uma vela às 12 horas, outra às 18 e uma terceira às 24
horas. No fim dos 9 dias, leva-se a um rio e atira-se nas águas.
Este trabalho é muito perigoso e prejudicial, só devendo ser feito em casos extremos.
Num papel branco, escreve-se 9 vezes, o nome da pessoa que se deseja afastar.
Coloca-se todos os ingredientes dentro do papel onde se escreveu o nome das pessoas e faz-se
um embrulho enrolado, em forma de charuto. Embrulha-se novamente, com o pano vermelho
e enrola-se com a linha preta, usando toda a linha do carretel. O embrulho é então, enfiado na
fenda aberta na ponta do galho de irôko. Em seguida, prende-se bem, enrolando, primeiro a
fita branca, depois a azul, depois a amarela e finalmente, a vermelha, de forma que o
embrulhinho fique bem preso ao galho. Isto feito, coloca-se o galho num prato branco que
será arriado diante de Egun. Durante 9 dias renova-se a vela. No fim dos 9 dias leva-se ao
cemitério e espeta-se o galho, com a ponta onde está o embrulho, numa sepultura fresca,
pedindo ao Egun ali enterrado que afaste a pessoa para bem distante.