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Norma Villares
A estrada da vida precisa de espaço para fluir com amplidão e, para sorver o sopro Divino com a leveza de uma pluma
num trilhar sereno em direção ao DOM. Eu recebi o alento Cósmico e abri para novas capacidades e habilidades de
ser feliz. Eis que vi ante aos olhos brilhantes, o grande encontro fascinante e aterrorizante da 'luz e da sombra', que
tanto ansiava e temia. E nessa união da 'dor e da plenitude' me vi inteira no leito Cósmico onde o sopro ofereceria sem
cessar toda potência da luz, paz e harmonia, sem nada pedir... E estrada da vida pede espaço para fluir e, eu disse
"sim" a este balanceado cósmico. Eu disse "sim... e você amigo(a)?
Eis a grande aliança terapêutica que ensina ser como a luz, que necessita do sopro para respirar a vida e fluir no
espaço aberto... O sopro trás o vigor Divino é rico mananciais que precisamos para curar os males de nossas almas.
Graças ao brilho do sol, tudo é iluminado e visível, aquele que confia nos recursos Divinos e nos seus próprios sempre
é abençoado e tem sucesso. A luz clarifica a aliança com o que nunca adoece, com o sopro que nos inspira e nos
habita.
Nascemos sadios de alma, não somos doentes. Estamos temporariamente doentes. O processo da doença traz em sua
mala o fluxo Cósmico do 'vir a ser'.
"O ser humano precisa ser nomeado pela sua essência, como na trilogia
sânscrita sat-chit-ananda, que significa ser-consciência-bem-
aventurança".
Estigmatizar alguém com o rótulo é uma atitude arrogante e insultuosa. E neste barco estamos todos juntos. Os
estados vibratórios revelam o campo de autenticidade do ser, ora luz, ora sombra. E assim o balanço maravilhoso da
vida pulsa, vibra e reverbera.
O Divino Vibra e Reverbera, esperando que conscientizemos nesta vibração.
Eu sou o sopro que vida oferece sem nada pedir.
Paz e Bem!
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da Editora Verus. A entrevista a seguir foi concedida na sede da Unipaz, em Brasília.
Jean-Yves Leloup – O homem é uma parte do universo e depende dos astros. Isso faz
parte da sua unidade com o cosmo. Gosto das palavras de Santo Tomás de Aquino, que
diz que os homens dependem dos astros, mas são maiores do que eles. Não somos
completamente determinados pelos astros. O homem é uma mistura de natureza e de
aventura. Creio na Astrologia, mas não no determinismo.
Pergunta – Quando você diz que aceita postulados da Astrologia, essa é uma opinião pessoal ou é
um consenso em sua igreja?
Jean-Yves Leloup – Na igreja ortodoxa há diferentes teólogos, com pontos de vista diversos. A linha de
pensamento em que estou engajado respeita a Astrologia. A consciência da relação do homem com o
universo, a consciência da sua liberdade e a consciência daquilo que o ser humano faz em relação ao
universo – essas são questões muito tradicionais.
Pergunta – No seu livro A Arte da Atenção, você define o oceano como “um deserto em
movimento”. O deserto parece ser um dos seus temas constantes. Se para você o deserto é uma
metáfora, ele simboliza o quê?
Jean-Yves Leloup – Simboliza o silêncio – o silêncio de onde vem a palavra e para onde a palavra volta.
O deserto é também uma metáfora da vacuidade – a vacuidade de onde vem o mundo e para onde esse
mundo volta. Quando estamos no deserto, nesse espaço de silêncio, nós nos aproximamos dessa
vacuidade essencial e não somos distraídos pelas formas. Entramos em contato com o que não tem forma
— a origem de todas as formas.
Pergunta – O que é Deus? É uma entidade antropomórfica que toma decisões como se fosse um
ser humano, com seu hemisfério cerebral esquerdo, que gosta ou não gosta, que se apega ou
rejeita algo? Ou Deus é apenas uma Lei Universal?
Jean-Yves Leloup – Cada um tem sua religião conforme o seu nível de consciência. Nossa imagem de
Deus é feita de acordo com o que a nossa consciência pode conter. É por isso que existem imagens de
Deus muito infantis – Deus como uma grande mãe ou um grande pai, como uma fonte de segurança.
Meister Eckhart escreveu que, para alguns, Deus é como uma vaca leiteira, algo que tem que suprir as
nossas necessidades. Para outros, Deus é aquilo que coloca em ordem a sociedade humana e o universo,
é a lei natural. Para outros, ainda, Deus é apenas uma palavra, e tudo o que podemos pensar de Deus
não é Deus, mas apenas a nossa representação dele. Assim, também, o que conhecemos da matéria não
é a matéria, mas apenas o que os nossos instrumentos de compreensão nos permitem perceber. Por isso,
quando usamos a palavra Deus, é bom saber do que estamos falando. Ao longo da nossa vida pessoal,
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nossa imagem de Deus pode mudar. Aquilo que a gente aprendeu no catecismo, em outro momento
ganha outro significado. O que aprendemos sobre Química no primeiro grau não é o que aprendemos na
universidade. Às vezes, no entanto, ficamos fixados nas imagens da escola de primeiro grau. O mais
importante, claro, é a nossa experiência. O que quero dizer quando falo de Deus? Que experiências estão
por trás dessa palavra? Para mim, essa é uma experiência de serenidade, de silêncio, de amor, e de luz.
Jean-Yves Leloup – O corpo é a nossa memória mais arcaica. Tudo aquilo que uma criança viveu fica
guardado na forma de impressões em seu corpo. Quando tocamos um corpo, tocamos toda essa
memória. Assim, você não pode tocar determinadas pessoas em determinadas áreas, porque ali há
registros de memórias antigas. Karl Graf Dürkheim dizia que quando fazemos massagem em alguém, não
estamos tocando um corpo, estamos tocando uma pessoa. O corpo é animado, pleno de memórias.
Pergunta – Como você vê a relação entre o individual e o social? Penso que ficamos capengas se
nos engajamos na transformação social sem fazer uma autotransformação, mas também ficamos
incompletos se tentamos uma autotransformação sem levar em conta a sociedade ao nosso redor.
Jean-Yves Leloup – É importante observar as duas coisas. Isso me faz lembrar do que me disse um
rabino em Jerusalém: que nunca haverá paz, em Jerusalém, enquanto o ser humano não fizer a paz
dentro de si mesmo. E fazer a paz em Jerusalém significa fazer a paz nos diferentes bairros. O bairro
judeu, o bairro árabe, o bairro cristão, etc. Nós também temos que construir essa paz nos nossos
diferentes bairros, o bairro do coração, o bairro da mente, o bairro do corpo. Se fizermos paz em nosso
próprio interior, poderemos fazer a paz no mundo. Há uma interpenetração do individual e do social.
Quando eu me preocupo com a sociedade, eu me transformo. Cuidar do outro me revela a mim mesmo.
Quando conheço o outro, conheço a mim mesmo. O Evangelho de São Tomé diz que o Reino está no
interior e no exterior. Se o Reino estivesse somente no interior, poderíamos abandonar o mundo e viver
apenas em meditação. Se o Reino estivesse só no exterior, não teríamos que meditar, e poderíamos
ocupar-nos o tempo todo da sociedade. Mas o que Jesus fala é que o Reino está dentro e fora, e eu acho
que esse é o segredo do amor. Porque o amor é aquilo que o ser humano tem de mais interior e, ao
mesmo tempo, ele tem conseqüências no mundo exterior.
Pergunta – Qual é o impacto que a busca espiritual dos indivíduos tem, ou que deveria ter, sobre
as estruturas sociais? A nossa cultura espiritual, hoje, não deveria incluir uma preocupação
explícita com mudanças sociais?
Jean-Yves Leloup – Não há oposição entre o que é interior e o que é exterior. Cada um deve seguir
aquilo que o espírito lhe inspira. Para alguns, é através da ação que se ama. Para outros, é através da
meditação ou da oração. A ação e a contemplação são como os dois olhos em um mesmo olhar. Às vezes
o amor nos convida à interiorização. Em outros momentos o amor nos leva a agir, a produzir. A única
condição necessária é que façamos todas as coisas a partir do melhor de nós mesmos. Não se deve
comparar a ação de Madre Teresa com a ação de um eremita dentro de sua gruta. Cada um age da sua
maneira pelo bem-estar da humanidade.
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não pensam mais. O pensamento dos outros estimula o nosso pensamento. A maneira como os outros
consideram o absoluto me permite relativizar minha própria maneira de considerar o absoluto. Isso me
impede de construir um dogma e me leva a um conhecimento mais profundo.
Na procura dessa essência e do único necessário, precisamos enfrentar encruzilhadas da vida, trilhar desertos que as
difuldades inóspitas forjaram para o amadurecimento do ser.
Essa trilha é de inteira responsabilidade pessoal, são inúmeras tradições espirituais da humanidade que
apresentam o deserto como local para construção de um novo ser. Na verdade o deserto pode até ser um
local... e também não ser local nenhum. Paradoxos, meu caro(a)!
Mas evoca um 'estado' da alma de silêncio, e de partida e de encontro consigo mesmo, permitindo-nos
verificar os elementos dos quais o ícone é composto, as cores e as formas que o estruturam, e as razões
que explicam seu poder inspirador.
Eis o convite
Partir para o deserto
Ir-se embora
Caminhar ... ir mais além
Ilimitado
Transpirar e voltar
E diante de tudo resgatar
O grande encontro consigo mesmo
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Para ficar bem perto de si mesmo
Bem mais perto
Pertinho
"Ir para o deserto é, em primeiro lugar, "partir em direção a si mesmo" e é a isto que
somos convidados. Para realmente conhecer a si mesmo é preciso "deixar" para trás
várias memórias que confundimos com nossa identidade. Deixar o conhecido, o
reconhecido que cremos ser, pelo desconhecido, o não-conhecido que somos. Quando a
consciência se cala, quando ela não tem mais palavras, imagens, ou conceitos a dizer,
entramos em um espaço infinito que é simbolizado pelo espaço sem limites do deserto."
Areias quentes, silêncio, imensidão, vento abrasador? Não apenas. Evoca também sede, miragens,
escorpiões... e o encontro do mais simples de si mesmo no olhar assombrado e surpreso do homem ou da
criança que brota não se sabe de onde – entre as dunas?
Existem os desertos na moda, onde a multidão se vai encontrar como um pode tagarela, em espaços
escolhidos, onde nos serão poupadas as queimaduras do vento e as sedes radicais; deles se volta
bronzeado como de uma temporada na praia, mas ainda por cima, com pretensões à “grande
experiência”, que nos transformaria para sempre em “grandes nômades”...
Existem, enfim, os desertos interiores. Temos que falar deles, saber reconhecer o que apresentam de
doloroso e tórrido, mas tentando também descobrir, aí, a fonte escondida, o oásis, a presença inesperada
que nos recebe, debaixo de uma palmeira sorridente, em redor de uma fogueira onde a dança dos
“passantes” se junta à das estrelas. Pois o deserto não constitui uma meta; é, antes, um lugar de
passagem, uma travessia. Cada um, então, tem a sua própria terra prometida, sua expectativa que deverá
ser frustrada, sua esperança a esclarecer.
Algumas pessoas vivem esta experiência do deserto no próprio corpo; quer isto se chame envelhecer,
adoecer ou sofrer as conseqüências de um acidente. Esse deserto às vezes demora muito a ser
atravessado.
Outras pessoas vivem o deserto no coração das suas relações, deserto do desejo ou do amor, das secas
ou dos aborrecimentos que não aprendemos a compartilhar.
Há também os desertos da inteligência, onde o mais sábio vai esbarrar no incompreensível e o mas
consciente no impensável. Só conseguimos conhecer o mundo e as suas matérias, a nós mesmos e às
nossas memórias quando atravessamos os desertos.
Temos, finalmente, o deserto da fé, o crepúsculo das idéias e dos ídolos, que havíamos transformado em
deuses ou em um Deus, para dar segurança às nossas impotências e abafar as nossas mais vivas
perguntas.
Cada pessoa tem seu próprio deserto a atravessar. E a cada vez será necessário desmascarar as
miragens e também contemplar os milagres: o instante, a aliança, a douta ignorância e a fecunda
vacuidade.
Na ausência das coisas ou no seu silêncio descobrimos a Presença que para sempre as
conterá: Evidente, mortal e viva vacuidade...
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No deserto não há nada a ser visto e é isto que precisamos ver ao menos uma vez na
vida: nada ver com os olhos bem abertos.
No deserto
Descobre-se
A pátria
No deserto
Duas certezas:
A sede - a poeira.
Entre estas duas
Certezas:
Uma dúvida
Um desejo:
Água!...
Espada na mão,
para cortar o fio da ilusão.
Mensagens vastas, de travessia da imensidão desértica, vacuidade fecunda, rumo ao Oásis de uma
plenitude possível, de um sorriso apaziguado.
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Inspirado no livro da vida e da morte dos Tibetanos, Pierre Weil facilitava esse seminário apontando para as
oportunidade que representam os intervalos existentes antes, durante e depois da passagem, para realizar a verdadeira
natureza do espírito e representa uma grande aventura, tal qual a vida...
Finalmente, o quinto metaprincípio é o do serviço, o viço do Ser, que expressa a suprema Lei do Amor,
esse amor de onde viemos e para onde retornaremos, já que estamos condenados a amar.
A existência é uma escola para onde viemos aprender a amar e a servir a partir de uma
vocação particular. Não há forma de servir mais excelente do que você se tornar quem
você realmente é.
O que nos pesa é o que retemos, o que não ofertamos. Na realidade, apenas temos o
que oferecemos, o que servimos, que nenhum ladrão e nem mesmo a morte poderá nos
roubar.
Para que cruzar o vale de lágrimas no veículo da aceitação, transmutando a dor em flor?
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Velar pelo outro autenticamente, não visando retribuição, implica auto-transcendência: quando
me esqueço e, pelo outro, me esvazio de mim mesmo, abre-se um espaço intensamente vital
por onde atuam as forças curativas da Natureza.
Servir é o princípio que desvela a verdadeira compaixão, e com ela que se caminha para
auto-transcendência.
Eis o epitáfio que gostaria, quem sabe um dia, de merecer:
Confesso que servi.
Crema Roberto. Saúde e plenitude. Um caminho para o Ser. Editora Summus, 1995, 1ª edição, São Paulo-
SP.
Somos todos filhos e filhas de uma Promessa que fizemos a nós mesmos. Há uma semente inerente ao
nosso Ser; recebemos talentos na medida de nossas possibilidades e, fazer com que rendam em
abundância é a tarefa básica da existência.
A vocação é a voz de nosso mais íntimo desejo, a nos convocar para uma tarefa
pessoal intransferível que representa a nossa contribuição singular ao universo.
Não foi especulando e lendo livros de filosofia que desvelei este tema tão essencial para
cada ser humano. Foi no meu consultório, ao longo de mais de duas décadas sendo
terapeuta, escutando a dor e o encantamento de pessoas a quem acompanhei no
processo de cura e de individuação. Constatei, seguidamente, que a saúde plena não se
reduz a um estado de ausência de doenças: é uma decorrência natural de um fluxo livre
de individuação, de realização do nosso potencial inato, de alinhamento e transparência
com aquilo que somos É o que traduzo afirmando que as enfermidades são
advertências oriundas da inteligência profunda do organismo, anunciando que nos
desviamos de nossos caminhos. Todo sintoma é denúncia de desvio, de contradição;
cartas que recebemos com importantes mensagens existenciais. Nascemos para evoluir
e adoecemos quando nos deixamos estrangular no curso singular de realização
vocacional. Neste sentido, o sintoma psicossomático é um sonho orgânico que precisa
ser decifrado, como se fora um texto sagrado, na sua dimensão significativa. A autêntica
cura jamais pode ser reduzida à pura e mecânica eliminação do sintoma, decorrendo,
isto sim, de uma escuta atenta e delicada de sua mensagem vital.
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Por outro lado, também necessitei de muitos anos na escuta terapêutica para constatar
o lado luminoso desta mesma questão. Assim como o sofrimento pode nos indicar
acerca de nosso desvio, é o deslumbramento que sinaliza o nosso acerto, quando
estamos nos alinhando com o nosso propósito essencial. Escutar os momentos
estrelados de bem-aventurança é um complemento indispensável à escuta da dor.
Quando badalam todos os sinos da Catedral do Ser, quando tudo vibra em harmoniosa
melodia, quando somos abençoados por uma imensa paz, é quando estamos sendo
tocados pelas asas brancas do anjo do deslumbramento, a sussurrar em nosso íntimo:
Eis a pergunta fundamental, que todo educador, orientador e terapeuta deve fazer ao
seu acompanhante:
É muito triste ouvir um pai ou professor dizer a um jovem: “Faça tal curso ou siga tal
carreira pois é o que há de melhor no mercado atual”. Esta é uma ação corruptora e
desviante. Até onde posso compreender, há duas atitudes básicas frente ao trabalho.
Olha esta grama, olha aquele pardal; o Pai cuida deles. Você vale mais do que um
pardal. Por que o Universo não cuidaria de você?”, indaga a sabedoria Crística. Uma
das artes da individuação consiste em evoluir de uma existência perdida e alienada para
uma existência escolhida e ofertada.
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humano, não castrará a visão de altitude, que desvela um horizonte amplo de sentido e
de orientação.
Como diz o antigo preceito taoísta, o alto descansa no profundo. Não será o dharma
ou vocação do ser humano, à moda do arco-íris de Noé, fazer a ponte de Aliança entre a
terra e o céu?
Siga...
Crema Roberto. Saúde e plenitude. Um caminho para o Ser. Editora Summus, 1995, 1ª edição, São Paulo-
SP.
Pelo contrário; aceitar é uma qualidade dinâmica, quando nos fazemos não duais com a
realidade e, nesta inteireza, somos plenificados de energias, o que possibilita a
transformação ou superação do obstáculo em questão.
Nós apenas mudamos aquilo que aceitamos, num primeiro momento. Quando não
aceitamos algum aspecto da realidade, seja interna ou externa, nós nos dividimos –
entre o ideal e o real – o que nos leva a uma dispersão energética. Sem energia não é
possível a transformação.
Assim, a não aceitação nos leva a um esgotamento energético, que nos encerra no
círculo vicioso da estagnação. O alinhamento lúcido com a realidade é o que nos
possibilita sua transcendência.
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Eis a força do que Mahatma Gandhi afirmava ser o resumo de todas as orações: Seja
feita a vossa vontade. Este processo virtuoso pode ser assim resumido: eu me alinho
com a realidade para estar inteiro e com a energia advinda desta integridade, posso
atirar-me no processo de transmutação da própria realidade.
Falando de um outro modo, há três tipos de pessoas que querem transformar o mundo:
o rebelde, o revolucionário e o conspirador. O rebelde é alguém imaturo, que tem
problemas não resolvidos com as autoridades, com o papai e mamãe no interior de si
mesmo, projetando-os no exterior, sendo sempre do contra; em suma, é uma pessoa
que necessita de psicoterapia.
O revolucionário já é uma pessoa com maturidade, que faz a crítica das contradições
sistêmicas e postula uma ideologia que considera mais justa. Entretanto, há sempre uma
arrogância nesta atitude de querer mudar o mundo, sem antes ter se transformado. Em
função disto é que presenciamos praticamente a derrocada de todas as revoluções.
Porque somente mata o outro, somente viola e exclui aquele que não se conhece,
porque se conhecer é se conhecer na relação, na vinculação com o outro e com o
Totalmente Outro, o Mistério que, reconhecido ou não, sempre está presente.
Paz Profunda!
Referência bibliográfica:
Encontramos a saída para desapegar através do SEGUNDO METAPRINCÍPIO, que aponta para
uma meta-terapia, um princípio terapêutico inerente a todo processo terapêutico: a PLENA
ATENÇÃO , que se traduz por Presença, estar conectado ao instante.
Existe uma pequena atenção, quando há uma concentração em algum aspecto da realidade, o que
implica em resistir a todas as demais estimulações.
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A plena atenção é derivada da qualidade noética, consciência da consciência.
O que Krishnamurti denominava de atenção sem escolha, um estado aberto e inclusivo de vigília.
Toda transformação expressa esta conexão com o aqui-e-agora, o que caracteriza a saúde plena.
Uma pessoa saudável não é uma pessoa que não tem problemas; é uma pessoa que está atenta, a
cada instante, aos problemas e às maravilhas do existir.
É uma atenção sem foco específico, um estado meditativo, sem tensão, sem concentração.
A patologia emana da desatenção. A plena atenção é uma função natural do despertar da kundalini,
de acordo com psicologia hindu.
A palavra Buda deriva do sânscrito bodh, que significa desperto. Buda, portanto, é aquele que
despertou plenamente para o real, que é o agora, o instante que nos nutre de tudo o que
necessitamos.
É através da plena atenção aos apegos que se torna possível transcendê-los. Neste estado de
atenção pura, deixamos de ser possuídos pela ilusão do passado e ficção do futuro, aptos a uma
responsabilidade, uma habilidade de responder ao agora.
Vigiai e orai!
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