Você está na página 1de 14

ÂNGELA APARECIDA GOMES BARBOSA

SEGURANÇA DO TRABALHO:
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
(CIPA)

São Paulo
2018
ÂNGELA APARECIDA GOMES BARBOSA

SEGURANÇA DO TRABALHO:
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
(CIPA)

Projeto apresentado ao Curso de Engenharia de


Produção da Instituição Centro Universitário
Anhanguera de São Paulo.

Orientador: Viviane Karcher

São Paulo
2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................4

1.1 O PROBLEMA ...................................................................................................................4

2. OBJETIVOS.......................................................................................................................5

2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO ...............................................................................5

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS .....................................................5

3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................6

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................7

5. METODOLOGIA ............................................................................................................ 11

6. CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO............................................................. 12

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 13
4

1. INTRODUÇÃO

A segurança do trabalho pode ser definida como o conjunto de normas, ações


e medidas preventivas tomadas no ambiente de trabalho visando a prevenção e/ou a
minimização da ocorrência de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais.
Dessa forma, o trabalho em saúde e segurança não centra-se em saber de quem é a
culpa, mas em entender o porquê as doenças e os acidentes ocorrem nas empresas,
assim como tomar as devidas providências para que não ocorram novamente
(ROSSETE, 2015).
No Brasil, com a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), foi
incluída a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) por meio do Decreto
nº 7.036/44, também conhecido como “Lei de Acidentes do trabalho’’, sendo
regulamentada por meio da NR 5.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é essencial, não só
como fator de prevenção de acidentes em uma empresa, mas também como fator de
conscientização de empregadores e empregados da importância da segurança, do
bem-estar físico e emocional dos mesmos.
Dessa forma, o presente trabalho busca destacar a importância da existência
da CIPA em uma empresa, uma vez que ao investir na prevenção de acidentes de
trabalho, são gerados diversos benefícios, como minimização dos custos com
materiais, afastamentos e ações judiciais. Logo, como resultado, tem se a satisfação
dos colaboradores, a qualidade nas atividades exercidas e consequentemente o
aumento da produtividade.

1.1 O PROBLEMA

Sabe-se que a maior responsável pelas ações em saúde e segurança do


trabalho é a empresa, no entanto, os colaboradores também têm a responsabilidade
de cumprir com as normas de segurança. A CIPA é uma das formas de proteger a
saúde e a vida dos trabalhadores de uma empresa, sendo composta por
representantes dos próprios trabalhadores. Neste sentido, a presente pesquisa busca
responder a seguinte questão: Como a CIPA contribui na prevenção de acidentes, e
qual o dimensionamento da mesma dentro de uma empresa?
5

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO

O objetivo geral do presente trabalho é apontar a importância da CIPA em uma


empresa, no contexto da segurança do trabalho, e o dimensionamento da mesma
dentro da empresa.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

Para alcançar o objetivo geral, cita-se os seguintes objetivos específicos:


a) discutir o histórico da CIPA na questão da segurança do trabalho;
b) apresentar a CIPA e suas definições;
c) expor a importância da CIPA na prevenção de acidentes em uma empresa;
d) demonstrar o dimensionamento da CIPA no contexto empresarial.
6

3. JUSTIFICATIVA

Sabe-se que os empregadores devem fornecer um ambiente de trabalho


seguro aos seus trabalhadores. No entanto, muitas vezes, uma ou ambas as partes
negligenciam esse ponto importante.
Neste sentido, a segurança do trabalho adota como medida a melhoria do
ambiente de trabalho, com o propósito de prevenir a ocorrência de doenças
ocupacionais e acidentes de trabalho em seus colaboradores. A CIPA é uma
ferramenta normativa que auxilia o colaborador a exercer as atividades laborais com
segurança e qualidade de vida.
Dessa forma, o presente trabalho justifica-se pela necessidade de conscientizar
as pessoas, de um modo geral, que a prevenção no trabalho é uma obrigação tanto
do empregador, como do funcionário, e que somente por meio dela é possível
prevenir, ou ao menos minimizar, a ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças
ocupacionais nas empresas.
7

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A começar por um breve histórico sobre a segurança do trabalho, no Brasil, de


acordo com a Editora InterSaberes (2014) a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
originou-se do Decreto-Lei nº 5.452/43. Esta, unificou a legislação trabalhista
brasileira, e ainda estabeleceu garantias mínimas para o trabalho, assim como
medidas protetoras aos trabalhadores, tais como: aposentadoria, adicional de
insalubridade e periculosidade, férias remuneradas, salário mínimo e jornada máxima
de trabalho.
Sabe-se que as empresas são as maiores responsáveis pelas ações de saúde
e segurança do trabalho, mas os trabalhadores também têm responsabilidades. Neste
sentido, o Decreto-Lei nº 5.452/43 traz algumas obrigações às empresas e aos
trabalhadores.
Como obrigações da empresa, cita-se o cumprimento das normas de
segurança e medicina de trabalho e a instrução dos empregados quanto às
precauções que devem ser tomadas afim de evitar a ocorrência de acidentes do
trabalho ou doenças ocupacionais. Enquanto que cabe aos empregados observar as
normas de segurança e medicina do trabalho (Decreto-Lei nº 5.452/43, art. 157).
Neste contexto, a CIPA surgiu a partir da Revolução Industrial, devido a
chegada de máquinas nas empresas e associado a isso, ao aumento do número de
acidentes de trabalho. E já no Brasil, a existência da CIPA teve início com as empresas
estrangeiras que prestavam serviço no país, sendo regulamentada por meio do
Decreto-lei nº 7.036/44 que afixou a necessidade da CIPA para empresas com mais
de 100 trabalhadores (BASSO, 2010; NIRO, 2014).
No ano de 1978 o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou a Portaria
nº 3.214/78 aprovando as Normas Regulamentadoras (NRs). As NRs explicitam os
procedimentos que devem ser adotados para a aplicação das leis relacionadas à
segurança e à medicina do trabalho. No Brasil, encontram-se vigentes 35 NRs, sendo
que a NR 5 trata da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Mas o que são acidentes de trabalho? Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213/91,
o termo é definido como: “o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
8

empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão


corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”.

4.1 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)

Nas palavras de Rossete (2015, p. 66) “a CIPA é a comissão que reúne a


empresa, os trabalhadores e os assuntos de segurança”. Neste sentido, ela é
composta de representantes dos empregados e do empregador, objetivando
compatibilizar a preservação da vida e a promoção da saúde do próprio trabalhador.
Para Mendes (2016), a CIPA foi no Brasil uma das primeiras conquistas em
termos de prevenção de acidentes do trabalho. E apesar de obrigatória a todas
organizações que tenham empregados, sejam elas públicas ou privadas, não deve
ser tratada como algo que gera custos à empresa, mas como uma interessante
ferramenta de preservação da saúde e da vida de seus trabalhadores.
Dentre as principais atribuições da CIPA, com base na NR 5 (item 5.16), cita-
se:
a) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO (Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional) e do PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais);
b) divulgar informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
c) elaborar planos de ação preventiva;
d) identificar e elaborar o mapa de riscos do processo de trabalho;
e) participar com o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho) nas ações de prevenção de
acidentes e doenças ocupacionais;
f) participar da análise das causas de doenças ou acidentes de trabalho;
g) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas
preventivas necessárias;
h) promover anualmente a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes
do Trabalho).
Neste sentido, cabe aos próprios empregados participar da eleição de seus
representantes, colaborar com a gestão da CIPA, indicar situações de riscos e
9

apresentar soluções para a melhoria das condições de trabalho e observar e aplicar


no ambiente de trabalho as recomendações de prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais (MTE, NR 5, item 5.18).
Segundo a NR 5 (item 5.23), as reuniões da CIPA ocorrem mensalmente,
havendo reuniões extraordinárias somente por meio da solicitação de uma das
representações, ou ainda, em casos de acidentes de trabalho ou denuncia de risco
grave e iminente, ou quando houver acidente de trabalho grave ou fatal.

4.1.1 Importância da CIPA para a empresa e a sociedade

A importância da CIPA para a empresa está diretamente relacionada com a


prevenção da ocorrência de acidentes, o que resulta em qualidade nas atividades
exercidas e em aumento da produtividade. Entretanto, essa importância não se reflete
apenas na empresa onde a mesma atua, mas também na própria sociedade, visto que
quanto menos acidentes de trabalho ocorrerem, menores serão os gastos em
atendimentos médicos tanto da empresa como também do governo. E, se esses
gastos são menores, mais recursos sobram para serem investidos na qualidade de
vida da própria população.

4.2 DIMENSIONAMENTO E COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO INTERNA DE


PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)

O dimensionamento da CIPA é variável, estando relacionado ao número de


empregados no estabelecimento e ao agrupamento de setores econômicos pela
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), conforme demonstram os
Quadros I, II e III da NR 5. Rossete (2015) destaca que dependendo da atividade
econômica da empresa, a mesma é obrigada a manter a CIPA quando houverem 20
funcionários ou mais; mas caso a empresa não atinja esse número mínimo de
funcionários, ela deverá indicar um representante para cumprir com o disposto na
norma.
À título ilustrativo, para empresas de borracha, o dimensionamento da CIPA
encontra-se ilustrado na Tabela 1:
10

Tabela 1 – Dimensionamento da CIPA para uma empresa de borracha (CNAE


22.11-1, 22.12-9 e 22.19-6)
N° de 2 3 5 12 30 100 Acima de
81 10 501 2501 5001
Empregados no 0 0 1 1 14 1 1 10.000
0 1
*GRU Estabeleciment 1 para cada
a a a a a
- o a a a a a a a grupo
1 a
POS 30 de 2.500
9 10 12 100 500 10.00
N° de Membros 2 5 8 14 0 50 250 acrescenta
0 0 0 0 0
da CIPA 9 0 0 0 0 0 r
Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2
C-11
Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2
Fonte: A autora, elaborado com base na NR 5.

É importante ressaltar que a CIPA é constituída em igual número por


representantes dos empregados e empregadores. De modo que os representantes
dos empregados são escolhidos por meio de processo eleitoral, cumprindo mandato
de um ano, enquanto que os representantes do empregador são designados por ele
mesmo, não havendo restrição no número de mandatos.
Essa composição da CIPA pelos próprios funcionários da empresa é muito
importante, visto que são pessoas que convivem com a realidade da empresa em que
trabalham, facilitando o processo de comunicação e de fiscalização.
Ainda, os cipeiros representantes dos empregados (aqueles eleitos) usufruem
de estabilidade, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu
mandato, de modo que sua demissão somente poderá ocorrer mediante justa causa
(ROSSETE, 2014).
De acordo com a NR 5, os cipeiros devem ser treinados pela empresa, de forma
que o treinamento deverá contemplar no mínimo os seguintes itens (NR 5, item 5.33):
a) estudo das condições e do ambiente de trabalho, assim como dos riscos
originados por ele;
b) metodologia para investigar as causas dos acidentes e das doenças do
trabalho;
c) noções sobre os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e higiene do
trabalho;
d) princípios sobre as medidas de controle dos riscos que podem ser gerados.
11

5. METODOLOGIA

O presente trabalho será um revisão de literatura que, segundo Vergara (2005),


é “o estudo sistematizado e desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”.
Dessa forma, a revisão de literatura se baseará em dados publicados no portal
SCIELO Brasil – Scientific Eletronic Library online, e aqueles apresentados nos
últimos dez anos em livros, dissertações, teses, artigos científicos e periódicos, além
de legislações brasileiras pertinentes a segurança do trabalho. As palavras-chave na
busca serão: "CIPA", “segurança do trabalho”, “acidente de trabalho” e “NR 5”.
12

6. CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

O cronograma de execução do presente trabalho encontra-se no Quadro 1:

Quadro 1 – Cronograma de execução das atividades do Projeto e do Trabalho de


Conclusão de Curso.
2018 2018
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Escolha do tema. Definição do problema de X X X


pesquisa

Definição dos objetivos, justificativa.


X X X

Definição da metodologia. X X
Pesquisa bibliográfica e elaboração da X X
fundamentação teórica.
Entrega da primeira versão do projeto. X
Entrega da versão final do projeto. X X
Revisão das referências para elaboração do
TCC. X X X X X
Elaboração do Capítulo 1. X X X
Revisão e reestruturação do Capítulo 1 e X X
elaboração do Capítulo 2. X X
Revisão e reestruturação dos Capítulos 1 e 2. X X
Elaboração do Capítulo 3. X
Elaboração das considerações finais. Revisão
da Introdução. X X
Reestruturação e revisão de todo o texto. X
Verificação das referências utilizadas. X
Elaboração de todos os elementos pré e pós- X
textuais. X
Entrega da monografia. X
Defesa da monografia. X
Fonte: A autora.
13

REFERÊNCIAS

BASSO, Fabio. A função social da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes


– CIPA. 2010. 82 f. Monografia (curso de Direito) - UNIVALI, Itajaí, 2010.

BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das


Leis do Trabalho. Brasília: DOU, 1944. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto -lei/Del5452.htm>. Acesso em: 20 abr.
2018.

BRASIL. Decreto-Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944. Reforma da Lei de


Acidentes do Trabalho. Brasília: DOU, 1944. Disponível em: <
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-7036-10-novembro-
1944-389493-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 20 abr. 2018.

BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios


da Previdência Social e dá outras providências. Brasília: DOU, 1991. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm>. Acesso em: 28 abr. 2018.

EDITORA INTERSABERES (Org.). Gestão e prevenção. Curitiba: InterSaberes,


2014.

MENDES, Aline Favalessa. A importância da Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes para as empresas. Anais da jornada de engenharia de produção,
Tangará da Serra, v. 2, 2016.

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria nº 3.214, 08 de junho


de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da
Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.
1978. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf>. Acesso
em: 27 abr. 2018.

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma regulamentadora 5 – NR


5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm>. Acesso em: 27 abr. 2018.

NIRO, Vinicius Henrique Pereira. A eficácia da CIPA – Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes de Trabalho quanto as suas responsabilidades. 2014.
27 f. TCC (curso de Técnico em Segurança do Trabalho) - SENAI, Cianorte, 2014.

ROSSETE, Celso Augusto (Org.). Segurança e higiene do trabalho. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2014.

ROSSETE, Celso Augusto (Org.). Segurança do trabalho e saúde ocupacional.


São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
14

VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo:


Editora Atlas, 2005.

Você também pode gostar