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DIREITO INTERNACIONAL

Jurisdição internacional

Direito Internacional
Eis um assunto de grande relevância contemplado

* De OLHO diversas vezes nas provas da OAB. Além disso, o Brasil

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já enfrentou situações emblemáticas envolvendo o
na PROVA tema, e o Novo CPC apresenta adequações da matéria.
Estude e conquiste sua pontuação!

§ REVISA
Já sabemos que grande parte das normas de Direito Internacional Privado tem a finalidade de
indicar a legislação que deverá ser aplicada para a solução da demanda. No entanto, antes mesmo
de se definir o ordenamento correto, mister avaliar a jurisdição do Estado e a competência da auto-
ridade judiciária. Jurisdição é função pública efetuada pelos órgãos competentes do Estado e com-
petência é o limite da jurisdição. O Direito Internacional Privado busca estabelecer qual jurisdição
será competente para resolver casos marcados pelo elemento da estraneidade, ou seja, casos que
podem envolver legislação de dois ou mais países, determinando a competência dentro da orga-
nização judiciária do Estado. Eis aqui o foco do tema, que também é conhecido como “conflito de
jurisdição”, que pode ser de duas espécies:

a) positivo (dois ou mais Estados se apresentam como competentes para a demanda);

b) negativo (nenhum Estado se declara competente para compor o litígio).


O art. 12 da LINDB trata desse tema, tendo sido complementado pelos artigos 21 a 25 do Novo
CPC ( Lei 13.105/2015 ).

JURISDIÇÃO BRASILEIRA CÍVEL


NOS FEITOS TRANSNACIONAIS

Lei 13.105/2015
Art. 13.
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A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições es-
pecíficas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.

O artigo transcrito demonstra que os tratados devem ser considerados leis especiais, a
exemplo do Código de Bustamante (Decreto 18.871/29), do Protocolo de Buenos Aires (Decre-
to 2.095/96) e do Protocolo de Las Leñas (Decreto 2.067/96), afastando-se as normas gerais da
LINDB e do CPC. As normas específicas sobre jurisdição internacional estão previstas no Título II
do Novo CPC, sendo suas espécies:
a) relativa ou concorrente (arts. 21 e 22 do Novo CPC): casos em que se admite jurisdição de
outro Estado até simultaneamente com a jurisdição brasileira.
b) absoluta ou exclusiva (art. 23 do Novo CPC): quando não se admite nenhuma outra juris-
dição que não a brasileira.
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JURISDIÇÃO RELATIVA OU CONCORRENTE
O art. 21 do Novo CPC manteve as hipóteses de jurisdição internacional relativa nas ações:

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a) em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; b) quando
no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; e c) quando o fundamento seja fato ocorrido ou ato
praticado no Brasil.
Novidade existe nos casos elencados no art. 22: a) ações de alimentos quando o credor tiver
domicílio ou residência no Brasil ou quando o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse
ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; b) ações
decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
c) para os casos em que partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Questão nova também se apresenta no art. 25 do CPC ao afastar a jurisdição brasileira relativa
ou concorrente quando estiver diante de cláusulas de eleição de foro, comuns em contratos inter-
nacionais. Ramos ensina que o Novo CPC optou pela prevalência da liberdade e autonomia das
partes, dando eficácia à cláusula de eleição de foro estrangeiro, o que não se aplica aos contratos
internacionais de consumo, vez que, em geral, são contratos de adesão. No tocante à litispendên-
cia, o Novo CPC manteve o entendimento da lei anterior, estabelecendo em seu art. 24 que “a ação
proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições
em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil”.

JURISDIÇÃO EXCLUSIVA OU ABSOLUTA – art. 23 do NCPC


São três hipóteses: a) ações relativas a imóveis situados no Brasil; b) em matéria de suces-
são hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de
bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional; e c) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união
estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Ramos alerta para a exceção relativa
ao acordo entre as partes sobre a partilha de bens situados no Brasil cuja sentença estrangeira
tenha meramente ratificado tal acordo, vez que o juízo estrangeiro não adotou nenhum ato de
solução de conflito (este seria da exclusiva jurisdição brasileira), mas somente acatou a vontade
das partes. Nesse caso a sentença poderá ser homologada.

» Cai na PROVA
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Diante das novidades trazidas pelo CPC de 2015 não se pode duvidar que o Exame
de Ordem terá especial interesse no tema. Leia os artigos citados, bem como o art. 12
da LINDB, com atenção.

/Referência bibliográfica
RAMOS, André de Carvalho. Comentários à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2016.

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