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24/09/2013

Prof. Aarão F. Lima Neto

ESTRUTURAS METÁLICAS
2. Barras Tracionadas

Bibliografia:
BRAGANÇA PINHEIRO – Estruturas Metálicas – ED. EDGARD BLÜCHER - São Paulo;
NB14
NB14 (NBR 8800/2008
8800/2008)) – Projeto e Execução de Estruturas de Aço em Edifícios - ABNT;
WALTER PFEIL – Estruturas de Aço – Vol. I, II e III – Livros Téc. e Científicos Ed. S.A.
Ildony H. Bellei - Edifícios Industriais em Aço – 5ª Ed. – Editora PINI
NOTAS DE AULA – PROF. PERILO (UFPa)
PROF. JOSÉ HUMBERTO (UnB)

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


ESTADOS LIMITES APLICÁVEIS:
•Solicitada exclusivamente por força normal de tração.
•A carga for centrada.

O estados limites são:


Ruptura da seção líquida efetiva (Ae);
Escoamento da seção bruta (Ag).

RESISTÊNCIAS NOMINAIS:
Menor dos dois valores encontrados. (bruto e líquido)
Nd – Esforço normal de cálculo (N ou Kgf);
Nn – Resistência nominal à força normal (N ou Kgf);
φt – Coeficiente de minoração da resistência;
Ag – Área bruta (cm2 ou mm2);
Ae – Área líquida efetiva (cm2 ou mm2).
An – Área líquida (cm2 ou mm2).

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DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


RESISTÊNCIAS NOMINAIS:
Escoamento da seção bruta (Ag):
Nn = Ag.fy

Sendo:
fy – Tensão de escoamento do aço (MPa ou Kgf/cm2).
φt = 0,9
Ruptura da seção líquida efetiva (Ae):

Nn = Ae.fu
Sendo:
fu – Tensão de ruptura do aço (MPa ou Kgf/cm2).
φt = 0,75

Condição básica: φt
Nd ≤ Nn.φ

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


RESISTÊNCIA DE CÁLCULO:
φt
Nd = Nn.φ

Escoamento da seção bruta:


Nd = φt .Ag.fy

Ruptura da seção líquida efetiva:


Nd = φt .Ae.fu

Obs.: A resistência de cálculo (Nd) a ser utilizada deve ser a menor entre as
duas.

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DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


DETERMINAÇÃO DA ÁREA BRUTA E LÍQUIDA:
Área bruta (Ag):
•Área integral da seção transversal do elemento em questão.

Ag = bg.t

Área Líguida (An):


•Área seção transversal com o desconto dos espaços tomados pelos
furos que existirem.
An = Ag- (Ø + 3,5 mm).t

Sendo:
An – Área líquida (mm2).

ᴓ – Diâmetro (mm).

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


DETERMINAÇÃO DA ÁREA BRUTA E LÍQUIDA:

d = Ø + 3,5 mm
Sendo:
d – largura do furo na direção perpendicular a força de tração, acrescida de 3,5mm,
sendo: 2,0 mm tensão de furação.
1,5 mm ajuste de furação.
Área Líguida em casos de seção zigue-zague:
•No caso de falha em zigue-zague, não sabemos o local da ruptura. Por
isso, procedemos por tentativa para encontrar a área líquida ideal.
t.s 2
An = Ag − ∑ d .t + ∑ •An menor definirá a linha de
ruptura da peça.
4g
Sendo:
s – espaçamento paralelo a força de tração, entre o centro dos furos consecutivos na
linha de ruptura (mm).
g – espaçamento perpendicular à força de tração , entre o centro dos furos
consecutivos na linha de ruptura (mm).

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DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


Seção zigue-zague :

•Tem-se 4 linhas de ruptura


possíveis.
•Seção ABC
•Seção ABDE
I •Seção FGDE = ABDE
•Seção FGHI
•Seção FGHDE

•Seção ABC An = Ag − d .t
t.s 2
•Seção ABDE An = Ag − 2d .t +
4.g1
2
t.s1
•Seção FGHI An = Ag − 2d .t +
4.g 2
 t.s 2   t.(s + s1 )2 
•Seção FGHDE An = Ag − 3d .t +  1  +  
 4.g 2   4.g 3 

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


Área Líquida Efetiva (Ae):
Em casos que nem toda a seção dos elementos estão em contato, na
ligação, por haver uma perturbação nos furos, usa-se o fator de correção Ct.
Ae = Ct . An

Valores de Ct:
a) Se todos os elementos componentes (em ligações soldados ou
parafusadas) da seção estão ligados.
Ct = 1

b) Para perfis I e H onde bf ≥ ⅔h e perfis T cortados desses perfis, com


ligações nas mesas, e no caso de ligações parafusadas, tendo, nº. de
parafusos ≥ 3 por linha no sentido da solicitação.
Ct = 0,9

c) Para perfis I e H onde bf < ⅔h, e perfis T cortados desses perfis, e


todos os demais perfis, tendo, no caso de ligações parafusadas, nº. de
parafusos ≥ 3 por linha no sentido da solicitação.
Ct = 0,85

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d) Todos os demais casos quando houver apenas 2 parafusos por linha


de furação no sentido da solicitação.
Ct = 0,75

Obs.: Valores aplicados pala ligações soldadas, despreza condições


de parafusos.

DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE PARAFUSOS:


•Distribuição mais uniforme de tensões, evitando-se concentração de
tensões, escoamento e/ou rupturas prematuras.
•Facilitar o manejo de chaves fixas, torquímetros e etc.
•Evitar que as arruelas, porcas ou cabeças de parafusos apóiem-se em
regiões curvas de perfis laminados ou dobrados.
•Evitar interferência de parafusos.

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


DISTÂNCIAS MÍNIMAS DE PARAFUSOS:

Centro a centro dos furos:


2,7Ø, sendo o ideal 3Ø.
Ø – diâmetro nominal do parafuso.

Centro dos furos as bordas: (NB-14 – Tabela 18)

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DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


Distância máxima às bordas:
12t ou 150 mm

ÍNDICE DE ESBELTEZ LIMITE: (NB-14 – Item 5.2.6)


O índice de esbeltez de barras tracionadas não pode exceder os valores
abaixo:
λmáx = L ≤ 240 Para barras principais.
r
λmáx = L r ≤ 300 Para barras secundárias.

λ máx– Índice de esbeltez máxima;


L – comprimento de flambagem;
r – raio de giração.

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


BARRAS COMPOSTAS TRACIONADAS: (NB-14 – Item 5.2.4)
Para barras compostas tracionadas, espaçamento longitudinal entre soldas
intermitentes e parafusos.
Ligação de uma ou duas
chapas a um perfil laminado.

≤ 24.t - t é a espessura
da chapa mais
grossa.
≤ 300mm

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DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS

Ligação de dois ou mais perfis.


≤ 600mm

DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


Perfis ou chapas separadas por uma distância igual a espessura
das chapas espaçadoras.

λmáx = L r ≤ 240

- Para qualquer perfil ou chapa.

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DIMENSIONAMENTO DE BARRAS TRACIONADAS


Chapas intermitentes:
- Devem ter comprimento ≥ 2/3
da distância entre linhas de
parafusos ou soldas que as
ligam aos componentes
principais das barras (2b/3).
- A espessura das chapas
≥ 1/50 da distância entre
essas linhas (≥ b/50).

- Espaçamento entre
parafusos ou soldas
intermitentes ≤ 150 mm.
L ≤ 240
rmín

EXEMPLO:
Uma barra chata, sob esforço normal de tração, possui uma emenda com
dois cobrejuntas. Pede-se:
a) Maior esforço de cálculo suportado (Nd) pela peça;
b) Maior carga nominal suportada pela peça (N).

Usar para cálculo:


Ɣ = 1,4
Chapas de aço MR-250 – fy = 250 MPa e fu = 400 MPa

Obs.: como as cobrejuntas são mais espessas que a peça


principal, direcionar cálculo para a mesma.
ep = 15 mm < ec = 2 x 12 = 24 mm

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EXEMPLO:

EXEMPLO:
Área Bruta (Ag)
Ag = bg.t
Ag = 24 x 1,5 Ag = 36,0 cm2

Área Líquida (An): (seção reta)


Área seção I:
An = Ag − d .t
An = 36 − 2 × (2,54 + 0,35) ×1,5 An = 27,33cm 2

Área seção II: (seção zigue-zague)


t.s 2
An = Ag − 2d .t +
4.g
1,5 × 9 2 An = 31,67cm 2
An = 36 − 2 × (2,54 + 0,35) ×1,5 +
4× 7

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EXEMPLO:
Área seção III: (seção zigue-zague)
t.s 2
An = Ag − 3.d .t + 2.
4.g
1,5 × 9 2 An = 31,67cm 2
An = 36 − 3 × (2,54 + 0,35) ×1,5 + 2 ×
4× 7
Seção I, é a seção crítica: An = 27,33 cm2

Resistência a tração:
Seção bruta:
Nd = φt. Ag.fy Usando: φt = 0,9

Nd = 0,9 x 36 x 2500 Nd = 81.000 Kg

Seção com furos (seção líquida):


Nd = φt. Ae.fu Nd = 0,75 x 27,33 x 4000
Ae = An.Ct
Nd = 81.990 Kg
Usando: φt = 0,75 e Ct = 1

EXEMPLO:
Maior esforço de cálculo suportado pela peça:
Sabemos que: Nd ≤ φt . Nn

Nd = 81.000 Kg

Maior carga Nominal suportada pela peça:


Temos que Ɣ = 1,4.

Nd = Ɣ . Nn

81.000 = 1,4 x Nn Nn = 57.857 Kg

FIM

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