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Auditoria de Sistemas

Material Teórico
Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Hiromasa Nagata
Profa. Esp. Estela Maria Gomes

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Fundamentos de Auditoria e Auditoria
de Sistemas

• Auditoria

• Auditoria de sistemas

Iremos abordar inicialmente os conceitos gerais referentes à


auditoria. Após a explanação desse tema, iremos tratar dos tópicos
referentes aos principais conceitos relativos aos objetivos da
segurança e da auditoria de sistemas de informações. É importante
ressaltar que, neste módulo, o objetivo principal é que você, caro
estudante, compreenda os principais conceitos relativos à auditoria
e auditoria de sistemas.

Ressaltaremos a compressão e o entendimento de conceitos relativos à: auditoria; auditoria


de sistemas; os requisitos para a utilização de provas proveniente de dados processados pela
Tecnologia de Informação; os métodos de avaliação de dados processados pela Tecnologia da
Informação; os controles internos da auditoria de sistemas; os pré-requisitos necessários para
os profissionais da auditoria de sistemas; e, finalmente, compreender a situação estratégico-
política do órgão e/ou unidade da Auditoria no organograma da empresa.

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Unidade: Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

Contextualização

Vamos iniciar esta unidade fazendo uma reflexão da importância do resultado da atuação
da auditoria. Faremos isso tendo por base a reportagem da revista ISTOÉ sobre a emissão dos
relatórios da Controladoria-Geral da União e do Banco Central, que mostraram que a Caixa
encerrou irregularmente mais de 525 mil contas poupança e usou o dinheiro para engordar seu
lucro de 2012 em R$ 719 milhões.
Para leitura do texto integral, por favor, acesse os seguintes links:

Explore

http://www.implicante.org/blog/cef-teria-confiscado-poupancas-para-engordar-seu-lucro/
http://www.bolhaimobiliaria.com/2014/01/11/o-confisco-secreto-da-caixa-economica-isto-e
http://folhaparanatinga.blogspot.com.br/2014/01/caixa-economica-federal-e-seu-confisco.html

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Auditoria

Auditoria é um processo sistemático que busca avaliar objetivamente uma


situação com base em critérios a ela aplicáveis e relatar os resultados dessa
avaliação. Uma característica desse processo é que ele envolve a obtenção e
o tratamento de dados e informações relacionadas à situação examinada e
aos critérios de auditoria aplicáveis. (BRASIL, 2012, p.5)

Em síntese, a auditoria basicamente faz uma verificação detalhada das atividades realizadas em
uma empresa ou departamento, para confrontar se elas estão sendo executadas adequadamente,
conforme o que foi planejado anteriormente.

O Domínio da Atuação da Auditoria


Ao se realizar uma auditoria em uma organização, devemos ficar atentos a três aspectos
fundamentais em relação ao domínio de atuação:
1 - Modalidade: o tipo de modalidade de atuação da auditoria que será realizado na
instituição, isto é, se será uma auditoria interna, externa ou mista;

2 - Objeto: definição da localidade ou instituição a ser auditada;

3 - Período: o tempo de duração, isto é, o prazo – que poderá ser definido em dias, semanas
ou meses – que a auditoria ficará alocada para a realização do trabalho.

Classificações da Atuação da Auditoria quanto


ao Órgão Fiscalizador
Existem diversos tipos de classificação na atuação da auditoria nas instituições. A categorização
citada anteriormente é a mais comumente utilizada pelos profissionais da auditoria, porém, é
importante frisar que não há um padrão de classificação, essa divisão exposta é baseada no
aspecto do órgão fiscalizador que será responsável pela auditoria, o qual especificamos a seguir:

··Auditoria Externa: é realizada por meio da contração de um profissional independente.


O trabalho é realizado por um profissional sem vínculo empregatício com a empresa.
Esse auditor é especializado e possui profundos conhecimentos em técnicas de auditoria.
O seu objetivo é atender às necessidades de terceiros no que diz respeito à integridade e
fidedignidade das informações;

··Auditoria Interna: é executada por um funcionário da empresa com a finalidade de atender


às necessidades da direção, reduzindo a possibilidade de erros, práticas ineficientes ou
ineficazes e fraudes. Portanto, esse tipo de auditoria tem como objetivo aferir o método de

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Unidade: Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

gestão, no que concerne a aspectos como a gestão de riscos e procedimentos de aderência


às normas. Essa auditoria irá assinalar ocasionais irregularidades e vulnerabilidade às
quais a empresa esteja sujeita;

··Auditoria Mista: é aquela efetivada pela integração da ação realizada pela auditoria interna
e externa. É caracterizada pelo uso de recursos e comunicações recíprocas dos resultados.

Pense
Imagine que a Universidade Cruzeiro do Sul contratasse uma equipe externa para realizar um trabalho
de auditoria no campus Tatuapé, no período de 07 a 11 de janeiro de 2014, com intuito de verificar
as instalações e avaliar a segurança física dos laboratórios de informática.
No exemplo, analisando os três aspectos, temos: o objeto, que é a Universidade Cruzeiro do Sul
- laboratórios de informática; o período, do dia 07 a 11 de janeiro de 2014; e a modalidade de
atuação, a auditoria externa.

As Classificações dos Tipos de Controles da Auditoria


Com a finalidade de não se desviar das normas pré-estabelecidas, deve haver um controle
– que nada mais é do que a fiscalização, monitoração e exame minucioso – que obedecerá a
determinadas expectativas, normas, convenções sobre as atividades dos órgãos, das pessoas ou
ainda sobre os produtos.
Podemos classificar os tipos de controle da auditoria em três segmentos:
··Controle Preventivo – Avalia os aspectos legais e informais, buscando identificar
preventivamente as discordâncias nos procedimentos. Procura corrigir, manter e
aperfeiçoar os métodos que já se encontram dentro das conformidades legais. Estas são
delineadas com o intuito de impedir o acontecimento de falhas, desvios ou desperdícios.
Portanto, podemos concluir que esse controle tem como principal característica evitar
ocorrência de erros, fraudes ou omissões. Por exemplo: o fechamento da porta de sua
casa com a chave, serve para prevenir que não seja roubada;

··Controle Detectivo – Opera com a detecção de problema no método, sem impedir que
o mesmo aconteça. Esse tipo de controle detecta as falhas, desvios ou irregularidades no
instante em que acontecem, permitindo atitudes oportunas de correção. Logo, podemos
deduzir que esse controle tem como particularidade fundamental detectar a ocorrência
de fraudes, erros ou omissões. Por exemplo: quando o alarme de sua residência dispara,
é porque detectou algo errado e tem a finalidade de evitar que algum fato aconteça;

··Controle Corretivo – Solucionam erros, desvios ou desperdícios depois que eles ocorreram,
possibilitando a adoção posterior de medidas corretivas. Por exemplo: os testes de um
carro de corrida de Fórmula 1, antes do seu lançamento, permitem que os construtores
detectem erros que possam existir e adotem medidas para correção dos mesmos.

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Pense
Vamos entender os conceitos apresentados fazendo uma analogia, isto é, uma comparação com os
nossos estádios de futebol:
Imaginemos um final de campeonato de um jogo de futebol. Por exemplo, São Paulo x Corinthians,
no Morumbi. A Polícia Militar faz a separação das torcidas (controle preventivo) para que não ocorra
o enfrentamento das torcidas. Caso isso ocorra, a consequência poderá ser um grande número
de pessoas feridas no confronto. Nesta situação, a Polícia Civil terá que realizar um trabalho de
investigação para identificar os autores (controle detectivo). Para que esses incidentes não venham a
acontecer novamente, a Secretaria de Segurança Pública deverá realizar novos planejamentos para
o futuro (controle corretivo).

Os Objetivos do Controle
As finalidades do controle são a verificação do
atendimento aos seguintes tópicos:
a) Integridade e confiabilidade da informação produzida
e sua disponibilidade à tomada de decisões e ao Os objetivos são
cumprimento de obrigações para ser encaminhada à traduzidos em
prestação de contas e a instâncias superiores; procedimentos de
auditoria para que
b) Eficiência, eficácia e efetividade operacional, possam ser atingidos.
mediante execução ordenada, ética e econômica das
operações;

c) Adequada salvaguarda e proteção de bens, ativos


e recursos contra desperdício, perda, mau uso, dano, utilização não autorizada ou
apropriação indevida;

d) Conformidade com os regulamentos aplicáveis; incluindo normas, políticas, programas,


planos e procedimentos da própria instituição.

Devemos seguir as orientações acima para que não ocorram os efeitos negativos e para que
as metas de controle possam ser alcançadas.

O âmbito da auditoria
O âmbito da auditoria é formado pela amplitude e exaustão dos processos de auditoria e
incluem uma limitação racional dos trabalhos executados, do nível de aprofundamento e do
grau de abrangência.
No exemplo anterior (Universidade Cruzeiros do Sul), poderíamos ampliar o nosso trabalho
(aprofundamento e nível de detalhamento) se a instituição nos solicitasse uma ação mais detalhada.

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Unidade: Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

Obviamente, o período para se realizar esse trabalho teria que ser ampliado. Todos esses
parâmetros são acordados antes de se realizar o trabalho da auditoria.
O campo do âmbito da auditoria permite a verificação de atuação do que poderemos realizar.

Os procedimentos de auditoria
Os procedimentos de auditoria permitem que o auditor obtenha e analise as informações
necessárias para formulação de seu parecer.
Elas são formadas por uma lista de procedimentos, contendo um conjunto de ações de
verificação e averiguação.
Essa lista de procedimentos deve estar bem definida, para que possamos realizar e verificar
os pontos que deverão ser analisados.
Geralmente, nos manuais de auditoria, estão contemplados esses objetivos de controle, e os
procedimentos preestabelecidos para cada área de verificação.

Os achados de auditoria (evidências de auditoria)


Os achados/evidências de auditoria são todas as provas obtidas pelo auditor, resultantes da
aplicação dos procedimentos de auditoria, e que avaliam se estão sendo atendidos os critérios
preestabelecidos.
As evidencias observadas pela auditoria são as ocorrências significativas, e não precisam
ser necessariamente erros, fraudes ou falhas. Elas devem ser relevantes e baseadas em fatos e
dados incontestáveis.
Para que se possa obter evidências adequadas, relevantes, suficientes e com bases razoáveis
para a sustentação de opiniões e conclusões, o Auditor deve ter um bom conhecimento das
técnicas e também dos procedimentos de auditoria.
As evidências, que deverão estar adequadas, devem ser fidedignas, gozarem de autenticidade,
confiabilidade, exatidão da fonte, pertinentes ao tema e diretamente relacionadas com o achado.
Elas são os elementos essenciais e que comprovam o achado.
Elas deverão ser completas e suficientes, a ponto de permitirem que pessoas que não
participaram do trabalho de auditoria cheguem às mesmas conclusões que a equipe.
Reduzir a termo, ou seja, tornar escrito manifestação oral e evidencias testemunhais deve ser
feito sempre que possível, e serem corroboradas por outras evidencias.
As evidências possuem os seguintes requisitos básicos: demonstração da relevância do fato,
respaldo nos papéis de trabalho, objetividade, amparo a conclusões e recomendações e ainda
poder de convencimento de pessoas alheias ao processo.

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Atenção
Toda informação considerada deve ter utilidade ou conexão direta e clara com o trabalho realizado, por-
tanto, somente evidências essenciais e realmente úteis à realização do trabalho devem ser consideradas.

Documentação da Auditoria
O trabalho de auditoria deve ser documentado, de modo que permita a sua revisão e a
sustentação das provas conseguidas. Todas as informações relevantes para dar suporte às
conclusões e aos resultados da auditoria devem ser redigidas com o objetivo de comprovação
das informações obtidas.
Os papéis dão suporte ao relatório emitido pelo auditor e são constituídos pelos registros
que evidenciam os fatos e atos observados, que podem ser: documentos, planilhas, listas de
verificações, tabelas e arquivos informatizados.
Na documentação estão os registros dos métodos adotados, dos procedimentos e das verificações
utilizadas, das fontes de informações e de qualquer outra evidencia relacionada ao trabalho executado.
Ela constitui os papéis de trabalho desenvolvidos pelo auditor, os quais contêm os registros de todas
as informações utilizadas, das verificações e das conclusões a que o auditor chegou.
Na preparação da documentação de auditoria, deve ser observado se os detalhes são
suficientes para a compreensão clara do trabalho que foi realizado e incluem a fundamentação,
a natureza, a oportunidade, o alcance do planejamento e, ainda, a extensão e os resultados dos
procedimentos, das evidencias e dos achados de auditoria.
São considerados papéis de trabalho aqueles preparados pelo auditor, pelo auditado, por
terceiros, tais como: questionários respondidos; arquivos de dados, de vídeo e áudio; portarias;
documentos originais ou cópias de contratos ou de termos de convênios; formulários; fotografias;
planilhas; programas de auditoria e registros da sua execução – e podem ser por qualquer meio,
físico ou eletrônico, como matrizes de planejamento, de achados e responsabilização.
Os documentos que serão apresentados aos auditores sempre serão os originais e devem conter
os nomes dos signatários, suas assinaturas ou rubricas e, na impossibilidade da apresentação do
original, o responsável deve justificar sua ausência – e, havendo a necessidade, o auditor pode
requerer que sejam fornecidas cópias autenticadas dos documentos.
Os papéis de trabalho devem ser manuseados pelo auditor com cautela, inclusive os
documentos extraídos de sistemas informatizados ou apresentações, gravações e transmissões
de dados por meios eletrônicos, para que se evite a divulgação de seus conteúdos a pessoas não
autorizadas – o que pode ter consequências danosas.
Finalmente, o auditor deve ter em mente que o conteúdo e a organização dos papéis de
trabalho refletem o seu grau de preparação, experiência e conhecimento; esses papéis de trabalho
devem ser suficientemente completos e detalhados para permitir a um auditor experiente, sem
prévio envolvimento na auditoria, entender o trabalho que foi realizado e fundamentar as
opiniões e conclusões do auditor.

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Unidade: Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

Recomendações da auditoria
Devemos lembrar também das recomendações, que constituem uma seção exclusiva do
relatório, na qual deve estar a resposta a fundamental questão da auditoria, que faz parte do
enunciado do seu objetivo. Elas devem abordar as respostas aos quesitos formulados para a
composição do objetivo da auditoria e para o alcance de seu objetivo.
É importante ressaltar que as recomendações dos auditores dependem da suficiência e
adequação das evidencias que amparam os achados e da robustez da lógica utilizada para sua
formulação. Serão mais fortes quando levam a propostas de encaminhamento, que façam os
usuários do relatório concordarem com a necessidade das proposições.
Para a elaboração das recomendações, devemos observar os efeitos dos achados obtidos
pela diferença do resultado que teria se observado caso tivessem sido seguidos os critérios da
auditoria e a situação encontrada. Por fim, concluímos que as recomendações nada mais são
que medidas corretivas. Elas têm a finalidade de corrigir as deficiências encontradas durante o
período de realização da auditoria e, dependendo da posição hierárquica ou da competência
do órgão de controle da entidade auditada, as recomendações podem vir a ser determinações
a serem cumpridas.

Auditoria de sistemas

Definição

Diálogo com o Autor

Segundo Fonseca (2012),


A auditoria de sistemas de informação visa verificar a conformidade não dos aspectos contábeis da
organização, mas sim do próprio ambiente informatizado, garantindo a integridade dos dados mani-
pulados pelo computador. Assim, ela estabelece e mantém procedimentos documentados para pla-
nejamento e utilização dos recursos computacionais da empresa, verificando aspectos de segurança
e qualidade. O trabalho da auditoria de sistemas acontece com o estabelecimento de metodologias,
objetivos de controle e procedimentos a serem adotados por todos aqueles que operam ou são res-
ponsáveis por equipamentos de TI e/ou sistemas dentro da organização.

A Auditoria de Sistemas ou de Informática é um ramo da atividade de auditoria que tem


como objetivo avaliar a gestão de recursos, tendo como foco os aspectos de eficácia, eficiência,
efetividade e economia. Confere a adaptação dos recursos tecnológicos de sistemas de
informação e os procedimentos utilizados na organização, mediante a análise e revisão dos
controles, da infraestrutura das tecnologias computacionais, do desenvolvimento de sistemas,
do desempenho e da segurança da informação.

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Você Sabia ?
A Auditoria de Sistemas também pode ser chamada de Auditoria da Tecnologia da Informação,
Computacional ou Informática. Identifica falhas e pontos fortes mediante a análise do ambiente
computacional, dos sistemas de informação, do controle interno da organização e, também, da
segurança das informações.

Os requisitos para a utilização de provas provenientes de dados


processados pela Tecnologia da Informação (TI)
O auditor, utilizando os dados fornecidos pelo computador, fundamenta os achados da
auditoria de sistemas, levando em consideração as seguintes questões:
a) As provas obtidas da TI, dos dados processados, são íntegras e fidedignas?

b) Essas provas têm que importância para o alcance dos objetivos da auditoria de sistemas?

Para fixarmos melhor esses conceitos, vamos citar o que é realizado na prática:

Para Pensar
Verifica-se a confiabilidade das provas como instrumento para obtenção dos objetivos da auditoria. A
confiabilidade dos dados deve ser atestada com a avaliação do sistema que os gerou e os processou.
Os dados que podem ser selecionados como provas só poderão ser considerados confiáveis se
estiverem exatos e completos. Para tanto, não devem ter erros significativos nos valores atribuídos.
Se as provas não forem confiáveis para o alcance do objetivo da auditoria, não servirão como
evidência e deve-se lançar mão de um procedimento alternativo.

Métodos de avaliação de dados processados pela tecnologia


da informação
A seguir, detalharemos basicamente os dois métodos de avaliação de dados mais utilizados
no que diz respeito a confiabilidade de dados processados pela Tecnologia da Informação:

a) Avaliação limitada: requer um exame mais superficial dos controles gerais e


de aplicativos, é direcionada a dados específicos. Os controles serão analisados
dependendo do grau de abrangência dos testes a serem feitos, objetivando a
determinação da sua confiabilidade. Esse tipo de exame pode ser realizado por
pessoas não especializadas em informática.

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Unidade: Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

b) Avaliação do sistema: nesse exame: são testados todos os controles com


profundidade num sistema informatizado, abrangendo seus produtos e aplicações.
Geralmente, são utilizamos os seguintes procedimentos: exame dos controles gerais e de
aplicativos do sistema; avaliação da observância dos controles; e avaliação dos dados
produzidos pelo sistema.

Nesse tipo de avaliação, é necessário a participação de um especialista da área de informática


e, frequentemente, é consumido muito tempo.
A utilização eficaz dos métodos recomendados depende da capacidade do auditor no
julgamento da qualidade dos controles do sistema, da extensão e da forma do teste dos dados.
Erros nesse julgamento poderão trazer consequências indesejáveis. Um esforço insuficiente
colocará em risco a confiabilidade do trabalho, sendo que o aprofundamento excessivo
desperdiçará recursos valiosos.

Os controles internos da Auditoria de Sistemas


Como já foi citado, auditar é basicamente verificar os mecanismos de controle implantados em
uma organização ou empresa, determinar se estão cumprindo seus objetivos e, caso necessário,
estabelecer as mudanças necessárias para tanto.
Os controles internos da Auditoria de Sistemas têm como foco principal os processos
computacionais com o objetivo de: prevenir erros; detectar erros; corrigir erros que tenham sido
detectados; e compensar controles frágeis onde os riscos de perda são elevados. Os mecanismos
de controle podem ser de prevenção, correção, detecção ou recuperação.

Diálogo com o Autor

Para os autores, Lima; Lima (2008) “A norma de auditoria referente ao trabalho no campo geralmen-
te aceita estabelecem que o auditor deva avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada
com o intuito de determinar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria.”

O objetivo da Auditoria de Sistemas é composto de um parecer ou de uma nota acerca de:


a) Controle de Área de Tecnologia;

b) Análise da eficiência dos Sistemas de Informação;

c) Verificação do cumprimento da legislação e normativos aplicáveis;

d) Gestão eficaz dos recursos de informática.

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Pré-requisitos necessários para os profissionais da Auditoria
de Sistemas
Qual é a melhor opção para escolher profissionais na área de Auditoria de Sistemas? Treinar
e formar os profissionais da Auditoria Contábil, utilizando funcionários da própria empresa,
ou aproveitar o conhecimento e a experiência dos Analistas de Sistemas e instruí-los para se
tornarem auditores de sistemas?
Os que defendem a primeira opção dizem que o mais importante é o profissional ter a
“vivência” na área de auditoria. Precisando somente que esses funcionários adquiram os
conhecimentos técnicos de Tecnologia da Informação por meio de treinamento para a sua
nova formação e especialização. Porém, devemos considerar que, na prática, essa formação
teórica educacional não é tão rápida quanto se gostaria. Além desse longo prazo necessário, o
funcionário também deve adquirir experiência profissional no ambiente da área de Tecnologia
da Informação. Decorrente dessas intempéries na sua formação, o rendimento desse novo
profissional de auditoria pode ser mais vagaroso, o que pode acarretar desconfiança e/ou
descrédito por parte da alta direção. Outra vertente é daqueles que apoiam a segunda opção,
entendendo que essa é a melhor alternativa, pois o funcionário, possuindo todo o conhecimento
técnico em Tecnologia da Informação, necessitaria apenas de um curso de Auditoria de Sistemas,
para poder, em curto prazo, elaborar e realizar os trabalhos de auditoria.
Esse assunto ainda continua gerando muita polêmica, porém, independente das vertentes
mencionadas, elencaremos alguns dos pré-requisitos desejáveis para todos os profissionais de
Auditoria de Sistemas:
a) Conhecimentos técnicos desejáveis em: desenvolvimento de sistemas, ambientes
operacionais, redes de computadores, banco de dados, plano de contingência, segurança
na área de TI, sistemas operacionais, programação de computadores;

b) Experiência nas áreas de: Tecnologia da Informação (T.I.), Desenvolvimento de


Sistemas, Centro de Processamento de Dados (CPD), Pesquisa Aplicada, e software e/
ou serviços de consultoria técnica de informática;

c) Conhecimentos em software de auditoria, técnicas de auditoria e extração de dados;

d) Experiência em informática para o planejamento, a direção, supervisão e revisão do


trabalho executado;

e) Possuir conhecimentos prévios sobre aspectos relevantes aos princípios éticos;

f) Ser honesto e educado;

g) Ter um bom relacionamento com a comunidade.

Para Pensar
Na sua opinião, qual a melhor opção para a Auditoria? Qual delas é a correta? Formar um profissional
que já faz parte da organização ou utilizar da experiência de um analista de sistemas?

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Unidade: Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

Situação estratégico-política do órgão e/ou da unidade de


auditoria no organograma de uma organização
É de suma importância a criação de uma unidade e/ou órgão de auditoria para a prestação
de serviço de suporte, que ofereça informações preciosas a alta direção, permitindo tomadas de
decisões apropriadas aos rumos da organização.
Tais informações devem chegar precisas, exatas e seguras aos tomadores de decisão da organização,
para garantir que os resultados se ajustem, conforme for possível, aos objetivos instituídos.
Dada a importância das informações que serão prestadas pelo chefe da auditoria de uma
organização, a unidade deve ser subordinada à alta direção da organização, ser o “staff”.
Veja a seguir um exemplo de como seria um organograma, demonstrando a importância e a
localização do setor de auditoria de sistemas dentro de uma organização:
A missão dessa unidade ou órgão deverá ser bem definida, pois servirá de rumo aos trabalhos
desenvolvidos. Nesse posicionamento de “staff” do órgão e/ou da unidade de auditoria no
organograma, ela deve manter hierarquia, autoridade e autonomia suficientes para exercer com
êxito suas funções, resultando em um trabalho de boa qualidade.
A auditoria conseguirá realizar um trabalho de qualidade na situação de “staff”, pois manterá
a hierarquia, autoridade e autonomia para exercer suas funções.

Vice-Presidente
Executivo

Auditoria
de
Sistemas

Diretoria Diretoria Diretoria Diretoria Diretoria


Administrativa Financeira de Vendas Industrial de Informatica

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Material Complementar

Explore

Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, leia o artigo sobre Auditoria de
Sistemas Computadorizados do prof. Dr. Carlos Hideo Arima disponibilizado no link:
http://www.rausp.usp.br/download.asp?file=2803022.pdf

O Tribunal de Contas da União também disponibiliza um material muito interessante sobre


Auditoria de Sistemas:
http://www.lncc.br/~borges/ist/SAS/AuditoriaSistemasTCU.pdf

Veja um vídeo bem interessante intitulado TCU: sigilo da informação vem favorecendo a corrupção:
http://tvuol.uol.com.br/video/tcu-sigilo-da-informacao-vem-favorecendo-a-corrupcao-
0402193970D8B17307

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Unidade: Fundamentos de Auditoria e Auditoria de Sistemas

Referências

ARIMA, C.H.; Metodologia de Auditoria de Sistemas. São Paulo: Érica, 1994. 138 p.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Auditoria governamental: módulo 2: planejamento


de auditoria/ Tribunal de Contas da União. 2. ed. Brasília: TCU, Instituto Serzedello Corrêa,
2012. Disponível em: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/biblioteca_
tcu/documentos_temas?tema=712982 – acesso em 09/06/2014.

FONSECA, G. (2012), Auditoria de Sistemas de Informação – Conheça Mais Pelo Assunto.


Disponível em: http://www.profissionaisti.com.br/2012/04/auditoria-de-sistemas-de-informacao-
conheca-mais-sobre-o-assunto/ - acesso em 25/06/2014.

LIMA, L.G., LIMA, R. A. (2008), A Importância da Auditoria Interna nas Organizações.


Disponível em http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/auditoria-interna-
organizacoes.htm - acesso em 25/06/2014.

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Anotações

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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000

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