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INTRODUÇÃO

2 Pedro 2:1
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também
falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e
negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
perdição”.
Heresia é a doutrina contrária aos dogmas da igreja.
Etimologicamente, a palavra heresia significa “escolher”, “preferir” (LOPEZ,
1993). No Catecismo da Igreja Católica, encontramos a seguinte definição:
 Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de
qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida
pertinaz a respeito dessa verdade; apostasia, o repúdio total da fé cristã;
cisma, a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os
membros da Igreja a ele sujeitos (C.I.C, 2089)
Na esfera canônica, o herege é definido como o indivíduo que escolheu e “[...]
isolou de uma verdade global uma verdade parcial e, em seguida, obstinou-
se na escolha” (D.M. CHENU apud VAINFAS, 2014, p. 251). De acordo com
o manual dos Inquisidores, herege é: “Aquele que adere [...] com convicção
e obstinação a uma falsa doutrina considerada como verdadeira”
(EYMERICH, 1993: p. 31). Ou seja, tratando-se da heresia, tão ou mais
importante que os atos criminosos era a consciência do transgressor ao
cometê-las. “Na heresia há recusa (ou pelo menos dúvida) a uma verdade
que a Igreja ensina mas, para ser classificado como herege, a pessoa deve,
apesar de ter sido esclarecida, obstinar-se no erro” (GONZAGA,1993, p.
129).
Além das apresentadas, destacam-se as heresias que culminaram em 1054
no primeiro cisma do catolicismo: o “Cisma do Ocidente”. Depois de uma
troca de insultos, a Igreja Romana cortou ligações com a Igreja Bizantina
excomungando o patriarca de Constantinopla Miguel Celulari. Muitos foram
os motivos que levaram a esse racha no Cristianismo, entre eles questões
políticas e econômicas. Porém as principais foram as heresias surgidas no
catolicismo bizantino, denominadas Monofisismo e Iconoclastia.

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Atualmente existem milhares de seita se religiões falsas, as quais pensam estar
fazendo a vontade de Deus quando, na verdade, não estão. Há dez grandes
religiões principais:
Hinduísmo, Jainismo, Budismo e Siquismo (na índia); Confucionismo eTa
oísmo (na China); Xintoísmo (no Japão), Judaísmo (na Palestina), Zoroastrismo (na
Pérsia, atual Irã) e Islamismo (na Arábia). Nessa lista, alguns incluem o
Cristianismo.
Além disso, existem mais de dez milseitas (ou subdivisões dessas religiões), estando
seis millocalizadas na África, 1200 nos Estados Unidos e orestante em outros
países. Para efeitos didáticos, classificaremos as Seitas da seguinte forma:
 Secretas: Maçonaria, Teosofia, Rosacrucianismo, Esoterismo etc.

 Pseudocristãs: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo do


Sétimo Dia, Ciência Cristã, A Família (Meninos de Deus), Igreja Apostólica
da Santa Vó Rosa etc.

 Espíritas: Kardecismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão


etc.

 Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Voduísmo, Cultura


Racional, Santo Daime etc.

 Orientais: Seicho-No-Iê, Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare


Krishna, Meditação Transcendental, Igreja da Unificação (Moonismo),
Perfeita Liberdade etc.

 Pseudocristãs: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo do


Sétimo Dia, Ciência Cristã, A Família (Meninos de Deus), Igreja
Apostólica da Santa Vó Rosa etc.

 Espíritas: Kardecismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão


etc.

 Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Voduísmo,


Cultura Racional, Santo Daime etc.

 Orientais: Seicho-No-Iê, Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare


Krishna, Meditação Transcendental, Igreja da Unificação (Moonismo),
Perfeita Liberdade etc.

 Unicistas: Voz da Verdade, Igreja Local, Adeptos doNome Yehoshua e


suas Variantes (ASNYS), Só Jesus, Tabernáculo da Fé, Crista de
lfíanismo etc.
(RESUMO RONAN)
A HERESIA

Partindo deste princípio, nós consideramos como heresia todo ensino que
distorce o padrão que Deus revelou em sua Palavra (At 13.10, 1Tm 1.3), ou seja,
um ensinamento não precisa descartar totalmente a Bíblia para ser considerado
como uma heresia, basta que ele contrarie uma única doutrina bíblica obrigatória
(Ef 4.14, 2 Tm 2.18).

E quando nós falamos em doutrina obrigatória, significa algo que é


inquestionável e não pode ser rejeitado de forma alguma (Mt 24.35), já a heresia
abala gravemente os fundamentos bíblicos e deve ser completamente rejeitada
(1 Tm 6.3-5). Também existem doutrinas bíblicas que não são obrigatórias,
conhecidas como posições ou linhas teológicas.

A SEITA

Mas independente disso, como uma posição é contrária a outra, alguém está
errado, porém, nosso foco aqui não são linhas teológicas, mas sim as heresias.
Todo grupo religioso ou ideológico que prega, ou segue aquele que prega
heresias, é uma seita (2Tm 4.3-4).

A própria Bíblia alerta que nós devemos nos manter firmes na Palavra (1Co 15.1-
2, 2Pe 1.19) e tomar cuidado com falsos mestres, pois eles introduzem
secretamente heresias destruidoras ao Evangelho (2Pe 2.1). Nós não podemos
considerar que uma mensagem é verdadeira somente porque a pessoa é
inteligente, se expressa bem (1Co 1.20) ou porque ela vem acompanhada de
milagres (Mt 24.24). A Bíblia diz que o próprio Satanás se disfarça de anjo de
luz (2Co 11.14-15) e que produz o engano até mesmo com sinais sobrenaturais
(2 Ts 2.9-10).

A nossa segurança está na Bíblia (Tt 1.9), e se por um lado é fica fácil identificar
uma seita quando a mesma ignora completamente Bíblia, fica bem mais
complicado identificar uma que se utiliza da Bíblia (2Co 11.13, 2Jo 1.9).
ESTUDOS BÍBLICOS
As heresias primitivas da igreja no Brasil
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também
falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e
negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesma repentina perdição.
(2 Pedro 2:1)
Também vimos que os primeiros cristãos eram judeus, e Jesus já os separava
do mundo, como uma ekklesia de 13 pessoas, se preparando numa reforma no
reino eterno, anunciada antes pelo profeta Isaias. E, que a igreja de Cristo foi
organizada pelos primeiros discípulos, sendo o apóstolo Paulo, aquele que mais
destacou os ensinos de Jesus na organização das comunidades, e, assim como
Pedro e Tiago, resolveram atuar de forma efetiva no combate às seitas e
heresias judaicas daquele tempo. É sabido pela Bíblia, que João Batista já
atuava como igreja, tal qual Jesus o admirou perante os homens. Por isso, até
caberia apontar o apóstolo o judeu JB como o precursor da igreja, pois além de
discipular, batizar e pregar sobre o reino dos céus, João Batista convocava todos
os judeus aos arrependimento, um serviço da igreja. Contudo, aqui neste
trabalho, não caberia minuciar tais contribuições, pois o interesse aqui é dissertar
sobre as heresias, embora tenhamos que mencionar a historia da igreja em
algumas linhas para melhor entendimento contextual do leitor.

Nos primeiros séculos da igreja, depois que os apóstolos se foram para o Pai,
as heresias continuaram a se manifestar. O combate dos discípulos que
recebiam o bastão, ou seja, a responsabilidade de continuar o ensino de Cristo
e a Doutrina dos Apóstolos teve grandes desafios pela frente.

Mas, os discípulos contavam com um aliado ainda desconhecido na terra, porém


forte no selo espiritual com a igreja, e Justo Gonzalez, em seu trabalho “A Era
dos Mártires”, reafirma que “o verdadeiro ator da implantação e crescimento da
Igreja é o Espírito Santo, que por meio do poder outorgado aos discípulos de
Jesus fez com que eles pudessem cumprir a missão definida em Atos 1.8.”
No tempo dos apóstolos judeus, e depois deles, na história cristã, continuada em
paralelo pelo ortodoxismo oriental e catolicismo romano, a igreja se deparou com
várias heresias como o gnosticismo, marcionismo, monarquianismo,
sabelianismo, maniqueismo, adocionismo, pelagianismo, donatismo,
iconoclasmo, docetismo, nestorianismo, apolinarianismo, eutiquianismo,
monotelistismo, albigenses. A maioria dessas teorias colocavam em dúvida a
natureza de Deus, de Cristo, ora duvidando de sua divindade, ora de sua
encarnação entre os homens.
Algumas heresias fizeram surgir e disseminar diversas seitas as quais
confundiam e ainda confundem as pessoas até hoje, como é o caso do
movimento da Nova Era (apologia ao gnosticismo) em relação aos aspectos
físicos da natureza humana e de seu autoconhecimento como o gnosticismo, por
exemplo negando que Jesus não poderia ser o Verbo que virou gente, porque
supostamente físico não poderia ser considerado santo, etc. Portanto, estes
acreditam que qualquer coisa material é má, o que contraria as visões proféticas
sobre a criação, quando Isaías relata que toda a terra está cheia da glória de
Deus (Isaías 6:3).

Hoje, porém, vamos nos deter em apenas algumas das heresias históricas mais
sensíveis ao nosso tempo, e que ainda permeiam os cultos de nossas igrejas
todos os dias em suas reuniões ou costumes praticados.

Montanismo

Movimento criado na Ásia Menor, por Montano, um sacerdote pagão do século


II, convertido ao cristianismo religioso. Dizia-se profeta possuído pelo Espírito
Santo, e arrebatou centenas de seguidores.

Isso era aparentemente bom, porém, havia um problema muito grave em sua
retórica. O problema não estava nessas proposições. A dificuldade estava em
outras afirmações de Montano e os montanistas. A razão porque o resto da Igreja
se opôs à pregação dos montanistas não foi sua ênfase nas profecias, mas a
sua pretensão de que agora começava uma nova era, o fim da história. Os
pensadores que refutassem o ensino eram considerados blasfemos contra o
Espírito Santo.

Pelagianismo

Foi um movimento que surgiu no século V. Seu fundador, um monge gaulês,


chamado pelágio, ensinava que o homem pode chegar a Deus através de sua
moralidade e méritos próprios, necessitando apenas de uma pequena ajuda da
graça de Deus. Mas, isso contraria a Palavra de Deus em Efésios 2:8, que
diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus”.
Esse pensamento permeia a vida de muitos religiosos até os dias de hoje,
levando muitos cristãos ou adeptos do espiritismo ao ativismo religioso e social
como prova de seu relacionamento e recebimento de favor de Deus em troca de
seus méritos.

Obviamente que a igreja não deve estar alienada à liturgia de seu templo, mas
tem a obrigação de atender aos necessitados em suas aflições, contudo essa
parte politicamente correta, não tem significado algum para o céu, se isto for
apenas um projeto de ordem promocional, política ou religiosa para alcançar a
salvação em Jesus. Antes que o homem resolva transformar algo no reino de
Deus, o reino de Deus precisa transformar este homem primeiramente. É pela fé
e não por obras de justiça que alcançamos a Deus.

Sobre isso Paulo avisou a Tito:

“Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia,
Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e restaurador do Espírito Santo”
(Tito 3:5).

Monasticismo

O monasticismo é um movimento que ainda hoje causa reações diversas entre


os cristãos (e também não-cristãos!) Alguns o execram. Outros o veneram. No
romanismo ele é um movimento respeitadíssimo. No protestantismo, pelo
contrário, é visto com extrema suspeita, para não dizer desdém.

Provavelmente a oposição protestante deva-se ao próprio Lutero e aos demais


reformadores. Para eles, o monasticismo “encoraja a ideia de que existem dois
caminhos até Deus, um superior e outro inferior.” E de fato, este pensamento
que coloca o clero ou os monges num nível superior aos demais cristãos é
estranho ao evangelho que postula o sacerdócio universal de todos os santos (1
Pe 2.9-10).
E, conquanto se possa dizer que nem todos os monges foram afetados pelo
orgulho dessa ideia, o fato é que com o passar dos anos, muitos monges
chegaram a pensar que, já que a sua vida evidenciava um nível de santidade
mais elevado que o dos bispos e demais dirigentes da Igreja, eram eles que
deveriam decidir em que consistia a verdadeira doutrina cristã.

Independentemente da posição que se toma frente ao monasticismo, o fato é


que esse foi um movimento importante e abrangente na história da Igreja. E é
sobre ele que daremos mais informações a partir de agora.

Comecemos pelo pano de fundo do movimento. Ele foi, em grande medida, uma
reação ao mundanismo que se via na comunidade cristã, especialmente dos
séculos IV e V. A maioria dos que entravam para a Igreja era realmente pagã,
gente de vida reprovável. Diante disso, era natural que aparecesse uma queda
no nível moral do caráter cristão.” O luxo e a ostentação se apossaram dos
altares cristãos e o caminho estreito se transformou numa larga avenida. O
próprio clero estava maculado, pois os bispos competiam pelas posições de mais
“prestígio” dentro da Igreja. Gregório de Nazianzo também chegou a dizer
que “os postos principais da Igreja são obtidos pela prática do mal, não pela
virtude; e a posição de bispo não pertence ao mais digno, mas ao mais
poderoso.” Assim estava a Igreja a partir da adesão de Constantino ao
cristianismo.
Além disso, como afirma Justo Gonzalez, ainda que o gnosticismo tenha sido
derrotado, “seu impacto continuou se fazendo sentir na opinião de muitos, que
pensavam que de um modo ou de outro o corpo se opunha a vida plena do
espírito, razão pela qual era necessário sujeitá-lo e até castigá-lo.”
Bárbara Tuchman, em Marcha da Insensatez, lembra ao mundo que por seis
décadas de desgovernos dos papas, no auge da Renascença, estes por
exacerbarem o espírito secular de seu tempo a paroxismos de venalidade,
imoralidade, e espantoso poder político, ignorando todos os apelos e protestos
de uma reforma, não apenas trouxeram má reputação à Santa Sé como também
romperam a união da cristandade e perderam metade dos fiéis para secessão
protestante.
Mas, agora, um parênteses para pensar no que ocorre na esfera política da igreja
evangélica, que como os saduceus e alguns fariseus se empenham em tornar o
reino de Deus como uma sociedade comum de vaidosos em busca de títulos
nobres em troca de favores. Representariam esses favores políticos mais
ameaças aos propósitos divinos para o seu povo, que é fugir de ensinos falsos,
ou seja, de seitas e heresias?

Voltando à história da igreja, do lado de fora, o movimento monástico recebeu


influências da filosofia clássica que via o corpo como prisão ou túmulo da alma.
A tradição estoica estava bastante difundida à época do movimento monástico.
Pregava o domínio das paixões ao ponto de excluir lícitos prazeres. Também
várias religiões da costa mediterrânea tinham virgens sagradas, sacerdotes
solteiros e eunucos que se separavam para o serviço dos deuses. Os cristãos
usaram tudo isso como exemplos e logo os somaram aos incentivos das
Escrituras, para dar forma ao monaquismo cristão. Uma mistura de ritos pagãos
estava sendo inserida sutilmente no contexto cristão.

Resumindo, o movimento monástico surge e se desenvolve por causa de três


fatores:

1) a mundanização da Igreja.

2) segundo: a interpretação bíblica tendenciosa.

3) terceiro: a religiosidade ascética do paganismo. Inicialmente o movimento se


encontra na parte oriental do Império. Entretanto, “no século IV a ideia monástica
chegou ao ocidente. Ganhou logo popularidade e muitos homens tornaram-se
monges e freiras.

Literalmente milhares de homens e mulheres viram nesse movimento a


expressão do verdadeiro cristianismo. E, ainda que não se desligassem da
Igreja, viveram um cristianismo solitário e distante da Igreja.

E realmente, muitos cristãos daquela época chegaram “a pensar que a


verdadeira vida religiosa, tanto para homens como para mulheres, seria dar de
mão a todos os bens, viver em pobres alojamentos, vestir-se sem conforto,
alimentar-se muito pouco, flagelar-se em penitencia, viver em celibato”.

Sabemos das raízes, mas quem foi o fundador deste movimento? Não se sabe
e provavelmente nunca se saberá. O que sabemos é que desde o século II há a
menção de monges nos desertos, especialmente egípcio. Mas, apesar de não
sabermos quem foi o primeiro, Antônio é considerado o primeiro monge. Esse
homem foi filho de pais abastados. E aos 20 anos, com o falecimento deles,
herdou considerável fortuna que poderia fazer tanto ele quanto sua irmã viverem
o resto de suas vidas sem problemas.

O Combate às heresias

Ainda na história da igreja, os movimentos heterodoxos tiveram a sua


importância para a efetivação da autoridade e firmeza da ortodoxia. Graças a
esses movimentos que a igreja rejeitou e repeliu com veemência tais
movimentos gnósticos e também marcionistas. Era necessário seguir os
princípios fundamentais dos ensinamentos de Cristo para que o Cristianismo não
fosse extinto por causa das heresias que surgiam a cada tempo na história da
igreja dos primeiros séculos.

Até o século V, neste cenário de perseguições e heresias, que se forma a Igreja


Católica, naquele momento, responsável, dentro do possível, pelo combate às
heresias e aos exageros praticados em nome da fé cristã.
O catolicismo, naquele momento, ajudou a manter o cristianismo vivo dentro de
um cenário confuso. As bases da ortodoxia e da heterodoxia são fixadas nestes
tempos.

Ao tempo que se combatia heresias, o próprio romanismo protagonizou


experiências duvidosas em sua história. Um bom exemplo disso é a afirmação
que hoje soam estranhas ou são rejeitadas pela fé dos reformistas da igreja dos
séculos de dois dígitos. Uma dessas afirmações é que fora da Igreja Católica
não há salvação. Dentro daquele contexto, era mais do que importante, era
fundamental criar-se unidade e parâmetros para diferenciar o certo do errado, o
verdadeiro do falso.
As heresias da igreja moderna

As heresias continuam nascendo todos os dias, na sua grande maioria por causa
da ganância, resistência às Boas Novas ou por causa da vaidade do coração do
homem. Elas são muitas, e já muito bem conhecidas em nosso tempo. Por isso,
não é necessário nesse pequeno artigo o tratamento de todas elas. Contudo, eis
ao menos três heresias da igreja evangélica do século XXI:

No campo do empoderamento, muitas são as seitas dentro do cristianismo. Uma


das mais velozes heresias está nesta área do imperialismo e do poder religioso.
Você conhece alguma religião que tenha um país exclusivo para o
desenvolvimento político de sua religiosidade?

Na área do faccionismo, a igreja tem buscado levantar uma bandeira que Jesus
não a promoveu, que é a bandeira do denominacionalismo. Igrejas preocupadas
em estabelecer a sua “marca”, e nisto se empenhando como a premissa do
ensino de Cristo e dos apóstolos. Talvez a heresia mais praticada no Brasil,
quando se alega que a marca da denominação é mais importante do que a fé.
Um espírito de facção combatido por Paulo em I Coríntos 1-12 13:

“Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo,
e eu de Cefas, e eu de Cristo.Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós?
ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
Você se lembra de algum movimento evangélico em que os discípulos são muito
pobres e os líderes milionários e famosos? A heresia monarquista é
dissimuladamente disseminada nas igrejas mais pobres e até as mais ricas.
Nesse campo das finanças as pessoas são levadas ao engodo de buscar uma
riqueza ou bênção nesta vida, tão somente se atender a condição especial de
“dizimar” ou “ofertar” como pré-requisito único de atendimento às suas orações
e necessidades. Uma troca de favores com Deus? Comprar coercitivamente
qualquer objeto considerado “consagrado” por valores exorbitantes nem lhes
confunde a mente. Não sabem que estão ficando mais pobres a cada dia ao
alimentar às vaidades e o ego de falsos profetas, gananciosos e sedentos de
holofotes e mais luxúrias no campo da mentira. Jesus é o maior tesouro da igreja.
Se os fiéis soubessem que já são ricos e prósperos, e que ter Um Tesouro
Inegociável como é Jesus e as suas promessas, isso já bastaria para receber
uma herança maior. Se a igreja soubesse dessa riqueza e dessa bênção eterna,
abandonaria essas dependências absolutas de iluminismo, coisas e objetos
temporais, para se dedicaram ao que Cristo mandou fazer. Aqui nesse campo
verifica-se ao menos dois anseios dos fiéis: a alta ansiedade e a necessidade de
riqueza material. Porém, não é necessário o flagelo, nem a bajulação, nem os
sacrifícios financeiros, nem negociações espirituais. Se você é de Cristo, então
você já é rico.

“Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste
mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o
amam?” (Tiago 2:5)

Conclusão

A igreja cristã, que foi formada inicialmente por judeus, teve desde a sua
fundação, fortes crises de combate direto aos hereges e aos falsos profetas e
apóstatas da fé.

Mas, em todos os tempos o Deus Eterno levantou homens e mulheres de fé e


de intensa firmeza em seus princípios eternos, os quais empregaram tempo em
oração, disciplina na Palavra, perseverança, liderança e força para combater as
seitas e heresias. Na igreja de nosso século continuamos a combater as seitas
e às heresias, pois as tais ameaças ao cristianismo ainda continuam se
multiplicando pelo mundo. Mas, Deus continua trabalhando e levantando os seus
filhos de fé deste há muito tempo para continuar a “combater o bom combate”,
guardar a fé, até completar a sua carreira, como se dedicou o nosso apóstolo
Paulo dentre outros heróis da fé. Então, podemos dizer que as heresias acabam
por ajudar a definir os fundamentos da fé da forma como temos visto na história
da igreja até os dias de hoje.

“Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam
sonhos falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como
ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor. (Zacarias 10:2).
Sigam a Jesus! Ele é o Caminho, A Verdade, e a Vida!

BIBLIOGRAFIAS
DUBY, Georges. Idade Média, idade dos homens: do amor e outros ensaios.
Trad. Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
EYMERICH, Nicolau. Rio de Janeiro. Rosa dos Tempos; Brasília: EdUnB,
1993 FILORAMO, Giovani. PRANDI, Carlo. As Ciências das Religiões. São
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2006. __________. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Trad.
Lígia M. Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987. ___________. A ordem do
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LOPEZ, Luiz Roberto. História da Inquisição. Porto Alegre: Mercardo aberto,
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