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SERVIÇOS
Engenharia Civil
Orientador:
Júri
Maio de 2015
i
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao professor António Costa a sua disponibilidade, a sua
ajuda, e a maneira diferente com que me fez olhar para a resolução de alguns problemas
relacionados com o projeto de estruturas.
Aos meus pais agradeço o seu total apoio às minhas decisões e as boas condições que sempre me
deram para estudar.
Agradeço a todos os meus avós os conhecimentos e valores que me transmitiram ao longo de toda a
minha vida.
A todos os meus amigos e colegas, quer aos mais antigos, quer aos com quem me cruzei mais
recentemente, e que tiveram influência no meu percurso, agradeço o contributo que me deram e os
bons momentos.
iii
iv
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo a concepção de uma estrutura de um edifício de serviços
compatível com o projeto de arquitetura, sendo economicamente competitiva.
Faz-se a passagem por todas as fases de projeto e dimensionamento. Nessas fases incluem-se a
interpretação dos elementos arquitetónicos fornecidos, a definição do sistema estrutural, o pré-
dimensionamento dos elementos estruturais, a modelação da estrutura num programa tridimensional
de elementos finitos, o dimensionamento de todos os elementos resistentes e a sua pormenorização.
A pormenorização é feita em simultâneo com os cálculos de dimensionamento de maneira a não
serem projetados elementos não exequíveis na prática. O dimensionamento é efetuado respeitando
as regras propostas nos Eurocódigos.
Trata-se de um edifício peculiar, cuja estrutura é constituída por lajes, vigas e paredes resistentes,
mas sem pilares. Os vãos têm dimensões significativas, sendo naturalmente adotadas soluções pré-
esforçadas nalguns dos elementos resistentes.
O último piso é uma cobertura não acessível cujos vãos ascendem a mais de 20 metros. Para este
elemento é efetuada uma análise estrutural mais detalhada, na qual se faz um estudo comparativo
entre 3 soluções diferentes com o objetivo de determinar a solução que reúne as melhores condições
estruturais e económicas para levar avante para o projeto de estrutura final.
v
vi
ABSTRACT
The aim of this research is the conception of a services' building's structure, regarding economical
concerns and compatibility with the architectural design.
All the stages throughout the design are covered. These stages include the interpretation of the given
architectural design, the definition of the structural system, the preliminary design of the structural
elements, the elaboration of the structure's model in a tridimensional finite elements program and the
design and detail of every single resistant element. The details are made simultaneously with the
design of each element so that there are not problems with the disposition of steel in the construction
site. All the design is made according to the Eurocodes' prescriptions.
It is a quite peculiar building, whose structure is constituted by slabs, beams and resistant walls, but
no columns. The spans have significant dimensions, being pre-stressed solutions naturally adopted in
some resistant elements.
The last floor is a non-accessible rooftop whose spans ascend to 20 meters. To this element it is
executed a more detailed structural and economical study in which 3 solutions are compared with the
aim of choosing the best one to take to the final design.
It is also conducted a study regarding the utilization or not of coupling beams between resistant walls,
investigating if they have benefic effects and comparing stresses and displacements between the 2
cases.
To finalize the design of the building, it is made an economical study to evaluate the competitiveness
of its price.
vii
viii
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1
5 PRÉ-DIMENSIONAMENTO ............................................................................................................... 13
5.1 Lajes............................................................................................................................................. 13
ix
6.2 Hipótese 2 .................................................................................................................................... 25
7 MODELAÇÃO ..................................................................................................................................... 31
7.2 Lajes............................................................................................................................................. 32
9 DIMENSIONAMENTO ........................................................................................................................ 47
9.1 Lajes............................................................................................................................................. 47
9.1.1.2.1 Deformações....................................................................................................................... 51
x
9.2 Vigas ............................................................................................................................................ 55
10 ORÇAMENTAÇÃO ........................................................................................................................... 96
11 CONCLUSÕES ................................................................................................................................ 97
xi
xii
ÍNDICE DE TABELAS
xiii
Tabela 37 - Valores adotados para as molas de rotação das sapatas ................................................. 35
Tabela 38 - Comparação dos deslocamentos com e sem a utilização de vigas de acoplamento ....... 38
Tabela 39 - Comparação dos períodos fundamentais da estrutura com e sem vigas de acoplamento38
Tabela 40 - Comparação dos momentos com e sem viga de acoplamento na base da parede mais
esforçada ............................................................................................................................................... 39
Tabela 41 - Resultados relativos aos coeficientes sísmicos ................................................................. 43
Tabela 42 - Cálculo dos momentos torsores acidentais ....................................................................... 44
Tabela 43 - Verificação do critério da limitação de danos para a direção x ......................................... 45
Tabela 44 - Verificação do critério da limitação de danos para a direção y ......................................... 45
Tabela 45 Verificação da consideração de efeitos de 2ª ordem .......................................................... 46
Tabela 46 - Valores de dimensionamento de armadura para uma laje de piso elevado ...................... 49
Tabela 47 - Valores de dimensionamento de armadura para a laje de piso enterrado ........................ 51
Tabela 48 - Verificação da deformação a longo prazo pelo método dos coeficientes globais para a laje
de piso elevado ..................................................................................................................................... 53
Tabela 49 - Verificação da deformação a longo prazo pelo método dos coeficientes globais para a laje
de piso enterrado ................................................................................................................................... 53
Tabela 50 - Verificação das deformações presentes nas lajes após a construção .............................. 53
Tabela 51 - Resultados do controlo indireto da fendilhação na laje de piso elevado .......................... 54
Tabela 52 - Resultados do controlo indireto da fendilhação na laje de piso enterrado ........................ 54
Tabela 53 - Verificação das deformações da viga de extremidade da cobertura ................................. 63
Tabela 54 - Cálculo da linha neutra para a viga de extremidade da cobertura (VEC) ......................... 63
Tabela 55 - Resultados do diagrama de extensões da viga de extremidade da cobertura .................. 64
Tabela 56 - Valor dos espaçamentos de estribos para a viga de extremidade da cobertura (VEC) .... 64
Tabela 57 - Cálculos de dimensionamento relativo ao esforço transverso para a viga de extremidade
da cobertura (VEC) ................................................................................................................................ 64
Tabela 58 - Verificação das deformações da viga de central da cobertura .......................................... 65
Tabela 59 - Determinação da linha neutra para a viga central da cobertura (VCC) ............................. 65
Tabela 60 - Resultados do diagrama de extensões da viga de central da cobertura ........................... 66
Tabela 61 - Determinação dos espaçamentos máximos de estribos para a viga central da cobertura
(VCC) ..................................................................................................................................................... 66
Tabela 62 - Cálculos de dimensionamento da viga central da cobertura relativos ao esforço transverso
............................................................................................................................................................... 66
Tabela 63 - Cálculos relativos ao dimensionamento da armadura de suspensão ............................... 67
Tabela 64 - Verificação do arrancamento da armadura longitudinal do apoio de extremidade ........... 68
Tabela 65 - Cálculos relativos ao dimensionamento da viga de acoplamento da cobertura à flexão .. 70
Tabela 66 - Identificação das zonas críticas e espaçamentos máximos de estribos a utilizar na viga de
acoplamento da cobertura ..................................................................................................................... 70
Tabela 67 - Dimensionamento da viga de acoplamento da cobertura em relação ao esforço transverso
............................................................................................................................................................... 70
Tabela 68 - Dimensionamento à flexão das vigas de acoplamento ..................................................... 71
xiv
Tabela 69 - Espaçamento máximo de estribos na viga de acoplamento de piso ................................. 72
Tabela 70 - Cálculo do momento resistente da viga de acoplamento .................................................. 72
Tabela 71 - Cálculos relativos ao esforço transverso da viga de acoplamento .................................... 72
Tabela 72 - Dimensões finais de todas as paredes resistentes............................................................ 73
Tabela 73 - Dimensões das zonas críticas das paredes resistentes .................................................... 73
Tabela 74 - Dimensões adotadas para os pilares fictícios de cada parede ......................................... 75
Tabela 75 - Afastamentos mínimos e os adotados nas zonas críticas para todas as paredes
resistentes ............................................................................................................................................. 76
Tabela 76 - Cálculos relativos ao dimensionamento dos pilares fictícios das paredes N2 e N3 .......... 77
Tabela 77 - armaduras calculadas e adotadas para os pilares fictícios de N2 e N3 ............................ 77
Tabela 78 - Cálculos de armadura longitudinal para as almas das paredes N2 e N3 .......................... 78
Tabela 79 - Cálculos relativos ao dimensionamento para o esforço transverso das paredes N2 e N3 78
Tabela 80 - verificação ao confinamento das paredes N2 e N3 ........................................................... 78
Tabela 81 - Dimensionamento da armadura longitudinal para N1 ....................................................... 79
Tabela 82 - Cálculo do momento resistente em y da parede N1 .......................................................... 80
Tabela 83 - Cálculos relativos ao dimensionamento ao esforço transverso da parede N1 .................. 80
Tabela 84 - Cálculos relativos aos esforços nos pilares fictícios das paredes N4 e N5 ....................... 81
Tabela 85 - Dimensionamento dos pilares fictícios de N4 e N5 ........................................................... 81
Tabela 86 - Cálculo da armadura de alma para as paredes N4 e N5 .................................................. 81
Tabela 87 - Dimensionamento de N4 e N5 relativamente ao esforço transverso ................................ 81
Tabela 88 - Verificação relativa ao confinamento dos pilares fictícios das paredes N4 e N5 .............. 82
Tabela 89 - Cálculo da armadura longitudinal necessária para N6 ...................................................... 82
Tabela 90 - Cálculo do momento resistente na direção y da parede N6 .............................................. 82
Tabela 91 - Cálculos relativos ao dimensionamento de armadura horizontal de N6 ........................... 83
Tabela 92 - Esforços observados nas paredes de topo ao nível do piso 0 .......................................... 84
Tabela 93 - Tabela 94 - Esforços observados nas paredes de topo ao nível do piso 0 ....................... 84
Tabela 95 - Verificação da flexão desviada para os casos em que as paredes de topo estão mais
solicitadas .............................................................................................................................................. 85
Tabela 96 - Máximos esforços nos pilares fictícios das paredes de topo ............................................. 86
Tabela 97 - Dimensionamento de armadura horizontal para as paredes de topo ................................ 87
Tabela 98 - Verificação em relação ao confinamento dos pilares fictícios das paredes resistentes de
topo ........................................................................................................................................................ 87
Tabela 99 - Cálculos de dimensionamento da parede de contenção ................................................... 88
Tabela 100 - Cálculos de dimensionamento relativos à sapata S2 ...................................................... 90
Tabela 101 - Cálculos relativos ao dimensionamento da sapata S4 .................................................... 91
Tabela 102 - Cálculos relativos ao dimensionamento da sapata S4 .................................................... 92
Tabela 103 - Cálculos relativos ao dimensionamento à flexão do lintel de fundação .......................... 94
Tabela 104 - Cálculos relativos ao dimensionamento do lintel de fundação em relação ao esforço
transverso .............................................................................................................................................. 94
Tabela 105 - Cargas para o dimensionamento do lanço e patamar de escadas ................................. 95
xv
Tabela 106 - Cálculos relativos ao dimensionamento de escadas ....................................................... 95
Tabela 107 - Taxa de armadura dos elementos estruturais mais significativos ................................... 96
Tabela 108 - Preços totais da estrutura ................................................................................................ 96
xvi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Corte longitudinal do edifício ................................................................................................... 3
Figura 2 - Planta de piso elevado do edifício .......................................................................................... 4
Figura 3 - Espectro de aceleração horizontal de dimensionamento para a direção x (q=3,6) ............. 10
Figura 4 - Espectro de aceleração horizontal de dimensionamento para a direção y (q=3) ................ 10
Figura 5 - Zonas de maiores esforços a considerar para o pré-dimensionamento das lajes ............... 13
Figura 6 - Diagramas de momento fletor de pré-dimensionamento para a laje de piso elevado i) e para
a laje de piso enterrado ii) ..................................................................................................................... 14
Figura 7 - Dimensões adotadas para a viga de bordo .......................................................................... 16
Figura 8 - Diagrama de momento fletor de pré-dimensionamento da viga de bordo para a combinação
quase permanente ................................................................................................................................. 16
Figura 9 - 1ª iteração das cargas equivalentes ao pré-esforço da viga de bordo ................................ 17
Figura 10 - Identificação de todos os elementos verticais resistentes do edifício ................................ 17
Figura 11 -Esforços atuantes i) diagrama de momento fletor ii) e diagrama de esforço transverso iii)
correspondentes ao pré-dimensionamento das paredes de contenção ............................................... 19
Figura 12 - Planta das sapatas com respetiva identificação ................................................................. 20
Figura 13 - Bainhas achatadas adotadas para a Hipótese 1 ................................................................ 23
Figura 14 - Planta e corte da solução adotada para a hipótese 1 ........................................................ 25
Figura 15 - Planta e corte da solução adotada para a hipótese 2 ........................................................ 27
Figura 16 - Planta e corte da solução adotada para a hipótese 3 ........................................................ 28
Figura 17 - Modelo tridimensional de cálculo utilizado para a determinação de esforços e
deslocamentos na estrutura .................................................................................................................. 31
Figura 18 - Malha de elementos finitos adotada para a modelação das lajes ...................................... 33
Figura 19 - Planta do modelo da cobertura ........................................................................................... 34
Figura 20 - Localização da aplicação das cargas equivalentes às escadas no modelo de cálculo ..... 36
Figura 21 - Forças geradas por um sistema de paredes acopladas quando solicitadas por ações
horizontais [9] ........................................................................................................................................ 37
Figura 22 - 1º Modo de vibração em alçado e planta - modo fundamental em y ................................. 40
Figura 23 - 2º Modo de vibração em alçado e planta - modo fundamental em x ................................. 40
Figura 24 - 5º Modo de vibração em alçado e planta - Modo fundamental de torção .......................... 41
Figura 25 - 15º Modo de vibração em alçado e planta - Modo fundamental em z ............................... 41
Figura 26 - Verificação da redução de momento na base das paredes i) separadas ii) acopladas ..... 42
Figura 27 - Identificação dos pontos críticos de dimensionamento das lajes ....................................... 47
Figura 28 - Diagrama de da laje de um piso elevado .................................................................... 48
Figura 29 - Diagrama de de um piso elevado................................................................................ 48
Figura 30 - Diagrama de da laje de um piso enterrado ................................................................ 50
Figura 31 - Diagrama de da laje de um piso enterrado ................................................................. 50
Figura 32 - Deslocamentos elásticos devido à combinação quase permanente num piso elevado .... 52
Figura 33 - Deslocamentos elásticos devido à combinação quase permanente num piso enterrado.. 52
xvii
Figura 34 - Diagrama de momento fletor correspondente às cargas resultantes da combinação
fundamental, somados aos efeitos das cargas equivalentes do pré-esforço ....................................... 55
Figura 35 - Traçado de cabo da viga de bordo ..................................................................................... 56
Figura 36 - Cargas equivalentes ao pré-esforço introduzidas no modelo de cálculo ........................... 56
Figura 37 - Diagrama retangular simplificado com pré-esforço pelo lado da ação............................... 57
Figura 38 - Diagrama de momentos fletores da combinação fundamental somada aos efeitos das
cargas equivalentes ao pré-esforço ...................................................................................................... 57
Figura 39 - Diagrama de extensões genérico numa viga pré-esforçada (adaptado de [5]) ................. 58
Figura 40 - Dimensionamento ao esforço transverso de vigas com base no Capacity Design
(adaptado de [11]) ................................................................................................................................. 59
Figura 41 - Diagrama de esforço transverso da viga relativo à combinação sísmica ........................... 60
Figura 42 - Esquema da transmissão de compressões entre banzo e alma (adaptado de [5]) ........... 61
Figura 43 - Diagrama de momentos fletores correspondente à combinação fundamental, somado ao
diagrama correspondente às cargas equivalentes ao pré-esforço pré-dimensionadas ....................... 62
Figura 44 - Traçado do cabo de pré-esforço relativo à viga de extremidade da cobertura .................. 62
Figura 45 - Diagrama de momentos fletores de dimensionamento da viga de extremidade de
cobertura................................................................................................................................................ 63
Figura 46 - Diagrama de esforço transverso da viga de extremidade da cobertura para a combinação
sísmica................................................................................................................................................... 64
Figura 47 - Traçado do cabo de pré-esforço da viga central da cobertura ........................................... 65
Figura 48 - Diagrama de momentos fletores de dimensionamento para a viga central da cobertura .. 65
Figura 49 - Diagrama de esforço transverso da viga central da cobertura (VCC) para a combinação
fundamental ........................................................................................................................................... 66
Figura 50 - Modelo de transmissão de cargas entre as duas vigas [12] .............................................. 67
Figura 51 -Esquema de distribuição da armadura de suspensão em ambas as vigas [12] ................. 67
Figura 52 - Distribuição da armadura de suspensão em ambas as vigas ............................................ 68
Figura 53 - Disposição de armaduras diagonais numa viga de acoplamento [7] ................................. 69
Figura 54 - Diagrama de momentos fletores da viga de acoplamento da cobertura (VAC) para a
combinação fundamental ...................................................................................................................... 69
Figura 55 - Diagrama de esforço transverso da viga de acoplamento da cobertura ............................ 70
Figura 56 - Diagrama de momentos fletores da viga de acoplamento de piso relativo à combinação
sísmica................................................................................................................................................... 71
Figura 57 - Diagrama de esforço transverso da viga de acoplamento para a combinação sísmica .... 72
Figura 58 - Diagramas de momento fletor na parede resistente obtido da análise e de cálculo
(adaptado de [7]) ................................................................................................................................... 74
Figura 59 - Esquematização do método dos pilares fictícios ................................................................ 75
Figura 60 - Esquema do modelo de cálculo utilizado para a verificação de N1 ao estado limite último
............................................................................................................................................................... 79
Figura 61 - Esquema do modelo de cálculo utilizado para a verificação de N1 ao estado limite último
relativo ao momento em y ..................................................................................................................... 80
xviii
Figura 62 - Diagramas de momento fletor e esforço transverso das paredes de contenção ............... 88
Figura 63 - Modelo de escoras e tirantes utilizado para as sapatas (adaptado [5]) ............................. 89
Figura 64 - Momento binário que ocorre devido à excentricidade da sapata ....................................... 93
Figura 65 - Diagrama de momento fletor relativo ao dimensionamento dos lintéis de fundação ......... 93
Figura 66 - Modelo de cálculo para o dimensionamento do lanço e patamar de escadas ................... 94
Figura 67 - Representação das cargas finais de dimensionamento das escadas................................ 95
Figura 68 - Diagrama de momento fletor de dimensionamento das escadas ..................................... 95
xix
xx
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
୮ - área de pré-esforço
୫୭୪ୟ - rigidez de rotação da mola a inserir no modelo de cálculo para simular uma sapata
LN - linha neutra
xxi
୰ୣ୯ - momento resultante de uma combinação frequente de ações
NA - Anexo Nacional
Ptot - carga gravítica total devido aos pisos acima do piso considerado
S - coeficiente do solo
SC - Sobrecarga
T - Período da estrutura
ୖୢǡୡ - esforço transverso resistente em elementos de betão sem armadura específica para resistir ao
esforço transverso
VA - viga de acoplamento
VB - viga de bordo
xxii
W k - abertura característica de fendas
hs - altura livre dos pisos em que a base é definida como o nível de fundação
xxiii
lcr - comprimento da zona crítica do elemento estrutural
- coeficiente que tem em conta o efeito das tensões não uniformes auto-equilibradas
kw - coeficiente que reflete o modo de rotura predominante nos sistemas estruturais de paredes
mi - massa do piso i
pp - peso próprio
q - coeficiente de comportamento
qk - valor característico de uma carga uniformemente distribuída sobre uma linha ou superfície
s - espaçamento de estribos
ȕ - Coeficiente sísmico
Įs - quociente entre a área da secção efetivamente confinada a meia distância entre as cintas e a
área no interior das cintas
xxiv
ࢢG - coeficiente parcial relativo às ações permanentes
ࢢI - coeficiente de importância
į- deslocamento
µ - momento reduzido
ᖳ - coeficiente de Poisson
ij - coeficiente de fluência
xxv
xxvi
1 INTRODUÇÃO
O principal objetivo deste trabalho é a conceção de uma estrutura compatível com o projeto de
arquitetura fornecido, economicamente competitiva e respeitando os códigos vigentes e as boas
práticas de projeto de estruturas.
Outro dos objetivos é referente à situação do futuro projetista passar por todas as fases inerentes a
um projeto de estruturas, desde a interpretação dos elementos arquitetónicos, definição do sistema
estrutural, o seu pré-dimensionamento e dimensionamento, tendo em conta o comportamento
estático e dinâmico da estrutura, verificando os estados limite últimos e de serviço da estrutura.
O projeto de estruturas deve não só garantir a preservação de vidas humanas em caso de estados
limite últimos, mas também o conforto dos seus utilizadores durante a vida útil da estrutura para as
utilizações previstas da mesma, uma durabilidade adequada e ainda a economia da solução.
1
1.2 Organização
Em relação à organização, este trabalho tem a sua estrutura dividida em 11 capítulos, que se
descrevem de seguida.
No capítulo 9 são dimensionados todos os elementos resistentes deste edifício de acordo com os
Eurocódigos. Faz-se o confronto dos resultados do modelo com os resultados previstos no pré-
dimensionamento, alterando as dimensões dos elementos resistentes quando necessário. São
verificados os estados limite últimos e os estados limite de serviço.
2
2 DESCRIÇÃO ESTRUTURAL E ARQUITETÓNICA
Este trabalho debruça-se sobre o projeto de um edifício de serviços localizado em Lisboa cuja
estrutura será em betão armado e pré-esforçado.
Pelas peças arquitetónicas disponibilizadas, pode-se observar que se trata de um edifício com 4 pisos
elevados acima do solo. Para este trabalho acrescentam-se 2 pisos subterrâneos com um pé direito
superior. Foram também ignoradas as estruturas das escadas exteriores ao edifício.
Os pisos subterrâneos estarão destinados a zonas de arquivo, tendo por isso uma sobrecarga
superior. Os 3 primeiros pisos estão destinados a salas de aulas e espaços comuns. O piso 4 trata-se
de uma cobertura acessível, resguardada por uma estrutura com vãos de grandes dimensões. O
último piso é uma cobertura não acessível e é provavelmente a parte mais delicada deste trabalho, já
que se trata de um elemento estrutural com vãos de mais de 20 metros, apoiando apenas nas
paredes de topo, exigindo assim uma solução pré-esforçada, que será estudada e discutida mais à
frente no presente texto.
A altura total acima do solo é de 17,5m e a profundidade enterrada é de 8m. Os pisos elevados têm
uma altura de 3,5m enquanto que os pisos enterrados terão uma altura de 4m. Abaixo do piso 0 todo
o contorno do edifício é constituído por paredes de contenção até ao nível de fundação. As cotas
podem ser observadas na figura 1, onde se ilustra um corte longitudinal do edifício.
O edifício tem uma área de implantação de 22,8x19,2m², totalizando 437,76m², tendo uma área útil
por piso de 334,8m². O poço do elevador tem 1,76m de profundidade.
3
Uma das particularidades deste edifício é o facto de não existirem pilares, sendo a sua estrutura
composta apenas por lajes, vigas, paredes resistentes e núcleos de escadas e elevadores. O edifício
possui 4 paredes arquitetónicas de grande envergadura, nas quais apoiam vigas de grande dimensão
que superam vãos de mais de 20 metros. Dentro de cada parede arquitetónica são implementadas 2
paredes resistentes acopladas por vigas. As lajes são maciças com uma altura de 22cm, apoiando
em vigas na maioria do seu contorno, nos núcleos de escadas, de elevadores e paredes de topo. Na
figura 2 apresenta-se a planta tipo de um piso elevado do edifício.
As dimensões do edifício não justificam a existência de juntas estruturais, que de qualquer modo são
elementos a evitar, podendo estas trazer alguns problemas, entre os quais a necessidade de
manutenção.
Considerou-se que o terreno de fundação tem uma tensão admissível de 400kPa em toda a sua
profundidade, permitindo assim a adoção de fundações diretas. Uma das condicionantes foi a de as
sapatas das empenas Este e Oeste não poderem ocupar o terreno adjacente, tendo assim obrigado à
conceção de sapatas não centradas nestes locais. Procurou-se a simetria transversal em todas as
outras sapatas.
4
3 MATERIAIS ESTRUTURAIS
Os materiais estruturais utilizados nesta estrutura foram escolhidos com o objetivo de garantir níveis
adequados de resistência e durabilidade. Como o edifício se situa em Portugal, procuraram-se
materiais correntemente utilizados de modo a não inflacionar o preço da estrutura. Optou-se por
utilizar betão C30/37 para a execução da estrutura em geral, betão C25/30 para as fundações e betão
C12/15 para a regularização. As características mecânicas do betão C30/37 encontram-se na tabela
1.
Tabela 1 - Características mecânicas do betão C30/37
Betão C30/37
pp [kN/m³] 25
ୡ୩ [MPa] 30
ୡୢ [MPa] 20
ୡ୲୫ [MPa] 2,9
ୡǡଶ଼ [GPa] 33
Para as armaduras ordinárias, optou-se por aço A500 NR SD, cujas características mecânicas se
podem observar na tabela 2.
A500 NR SD
pp [kN/m³] 78,5
ୱ୷୩ [MPa] 500
ୱ୷ୢ [MPa] 435
ୱ [GPa] 200
A1860/1670
୮୳୩ [MPa] 1860
୮୷୩ [MPa] 1670
୮୷ୢ [MPa] 1452
ୱ [GPa] 210
5
3.1 Preços
Para efeitos de orçamentação, podem ser observados os preços unitários considerados para os
materiais/serviços de construção na tabela 4.
3.2 Recobrimentos
Os recobrimentos foram definidos de maneira a proteger as armaduras em relação ao ataque de
agentes ambientais e de modo a garantirem a aderência entre aço e betão. De seguida apresentam-
se na tabela 5 os valores dos recobrimentos recomendados pelo EC2[1] e os recobrimentos
adotados, tendo em vista um período de vida da estrutura de 50 anos.
6
4 AÇÕES DE PROJETO
Ao longo da sua vida útil, um edifício é submetido a diversas ações, quer sejam elas permanentes ou
variáveis. Neste capítulo são descritas todas as ações que foram tidas em conta no projeto, de
acordo com o EC1[2]. São também definidas as combinações de ações de acordo com o EC0 [3].
Paredes divisórias
Altura [m] 3,5
Pladur
Espessura [cm] 10 15 Total
Área [m²] 1,21 10,39 11,60
Volume [m³] 4,242 36,37 40,61
q [KN/m²] 0,11 0,93 1,03
7
Tabela 8 - Cargas devidas ao peso dos revestimentos de piso e de coberturas
Na tabela 10 apresentam-se os valores totais de restantes cargas permanentes nos vários pisos, para
efeito de dimensionamento de lajes.
Tabela 10 - Valores totais das restantes cargas permanentes nos vários pisos
RCP Total
Piso Enterrado [KN/m2] 2,81
Piso Elevado [KN/m2] 2,81
Cobertura acessível [KN/m2] 2,5
Cobertura não acessível [KN/m2] 2,5
Nas tabelas 11 e 12 apresentam-se os valores das cargas em faca que serão utilizados a nível de
pré-dimensionamento e dimensionamento das vigas, representando a fachada envidraçada e os
panos de alvenaria respetivamente.
8
Adota-se vidro duplo com 10mm para a fachada envidraçada.
Paredes de tijolo
Panos de alvenaria 22+22 22+15
Espessura [cm] 44 37
Altura [m] 3,5 3,5
p [kN/m] 13,49 11,34
Adotam-se panos de alvenaria de 22+22 para as zonas das paredes arquitetónicas e 22+15 para
todas as outras zonas onde são necessários.
Categoria C1 ୩ [KN/m²]
Pavimentos 3
Escadas 3
Varandas 5
Cobertura 0,4
Caves 4
Foi considerado que a utilização da cobertura acessível era igual à dos pisos, já que a sua utilização
não foi explicitamente definida.
De seguida apresentam-se na tabela 14 RVYDORUHVTXHRVFRHILFLHQWHVȌWRPDPSDUDXPHGLItFLRGD
categoria C1
Tabela 14 - Valores de ȌSDUDXPHGLItFLRGH&DWHJRULD&
&RHILFLHQWHVȌ
Ȍ 0,7
Ȍଵ 0,7
Ȍଶ 0,6
9
categorias) e um tipo de terreno de classe B. Na tabela 15 apresentam-se os valores dos parâmetros
definidores dos espectros de resposta.
No entanto, segundo o artigo 4.3.3.5.2 do EC8, a ação sísmica vertical só deverá ser considerada se
o valor da aceleração vertical for superior a 2,5m/s². Como a aceleração vertical é sempre inferior à
10
aceleração horizontal para os dois tipos de sismo e para este caso a aceleração horizontal é sempre
inferior a 2m/s², a aceleração vertical não é considerada.
ୢ ୢ (1)
ୢ ൌ
୩ǡ୨ ɀଶǡ୧ ୩ǡ୧ (2)
୨ୀଵ ୧வଵ
Esta combinação será utilizada para verificações relativas a deformações de lajes e vigas.
ୢ ൌ
୩ǡ୨ ɀଵǡଵ ୩ǡଵ ɀଶǡ୧ ୩ǡ୧
୨ୀଵ ୧வଵ (3)
Para este trabalho, foi apenas utilizada como parte integrante da verificação de estados de
fendilhação e da verificação do método dos coeficientes globais.
ୢ ୢ
(4)
11
4.4.2.1 Combinação Fundamental
A combinação fundamental é calculada de acordo com a seguinte expressão:
୫ ୬
ୢ ൌ ɀ୧
୧ǡ୩ ɀ୯ ୧ǡ୩ ɗ୨ ୨ǡ୩
୧ୀଵ ୨ୀଶ
(5)
Os coeficientes parciais de segurança para esta combinação são apresentados na tabela 16.
Coeficientes ࢢ
ࢢpp 1,35
ࢢrcp 1,50
ࢢsc 1,50
ୢ ൌ
୩ǡ୨ ୢ ɗଶǡ୧ ୩ǡ୧ (6)
୨ୀଵ ୧ୀଵ
onde as cargas permanentes não são majoradas, e as cargas variáveis sofrem um coeficiente de
redução de valor mencionado na tabela 14.
12
5 PRÉ-DIMENSIONAMENTO
5.1 Lajes
Nesta fase do trabalho são pré-dimensionadas as lajes de piso elevado e de piso enterrado. Estas
lajes são analisadas em separado porque têm condições de apoio e cargas atuantes diferentes.
Respeitando as condicionantes arquitetónicas da não existência de pilares no interior da laje, adota-
se uma laje vigada na maioria do seu contorno. Visto que a laje tem um comprimento muito maior na
direção y do que na direção x, considera-se que terá um comportamento em flexão cilíndrica, fletindo
obviamente na menor direção. Ilustra-se a sombreado na figura 5 as zonas consideradas
condicionantes, nas quais se preveem os maiores esforços.
Para lajes a funcionarem unidireccionalmente, propõe-se uma altura de laje h com o valor entre
(7)
͵ͷ ͵Ͳ
sendo L o valor do vão a considerar. Neste caso, L=7,235 m. Assim, a laje terá entre 20,67cm e
24,1cm de altura. Adota-se uma iteração inicial de 22cm de altura para ambas as lajes, de piso
elevado e de piso enterrado.
13
Tabela 17 . Cargas de pré-dimensionamento das lajes
Para a zona crítica dos pisos elevados, foi definido um modelo encastrado-apoiado, considerando
que o núcleo de escadas é rígido o suficiente para garantir o encastramento da laje e que a viga de
bordo roda livremente funcionando como uma rótula no plano da análise. Para a zona crítica dos
pisos enterrados considera-se um modelo encastrado-encastrado, já que a laje apoia na parede de
contenção, elemento com bastante rigidez, e no núcleo de escada. Mostram-se de seguida na figura
6 os diagramas de esforços obtidos relativos ao estado limite último para ambos os tipos de laje, de
piso elevado i) e de piso enterrado ii).
i) ii)
Figura 6 - Diagramas de momento fletor de pré-dimensionamento para a laje de piso elevado i) e para a laje de piso
enterrado ii)
De seguida apresentam-se os cálculos relativos ao estado limite último de flexão na tabela 18. Esta
verificação faz-se recorrendo às tabelas de flexão simples presentes em [4].
Tabela 18 - Cálculos de pré-dimensionamento das lajes de piso elevado e enterrado em relação ao ELU
Onde d representa a altura útil das armaduras da laje, µ representa o momento reduzido e ୱ é a
área de armadura necessária.
Observa-se que os valores do momento reduzido estão dentro dos intervalos adequados propostos
em [5].
14
Tabela 19 - Determinação da flecha a longo prazo pelo método dos coeficientes globais
Pelo método dos coeficientes globais obtém-se uma flecha a longo prazo na zona de meio-vão com
3cm. Conclui-se que os valores obtidos para a flecha a longo prazo ultrapassam a flecha permitida de
L/250=28,9mm. No entanto, como os cálculos foram feitos com as dimensões ao eixo dos elementos
de apoio, espera-se que no modelo as deformações sejam um pouco mais pequenas, já que a
estrutura modelada vai ter os vãos a começar na extremidade dos elementos de apoio e por isso, os
vãos serão um pouco mais pequenos também. Como a diferença entre a flecha obtida e a permitida é
de 1,1mm e pelas razões apresentadas, decide-se prosseguir com esta altura de laje. Acrescenta-se
que os cálculos são feitos para uma armadura a meio vão de Ø10//0,10. De seguida verifica-se
também o incremento de deformações causado pela utilização da laje de um piso elevado na tabela
20.
Pela observação desta tabela, conclui-se que o critério proposto pelo EC2[1] para a limitação ao
incremento de deformações ǻį é satisfeito. Neste critério, propõe-se que depois de construída a
estrutura, as deformações não podem aumentar em mais de um valor de L/500 com a sua utilização.
5.2 Vigas
Este edifício terá vários tipos de viga. Nesta fase do trabalho apenas se irá pré-dimensionar a viga de
bordo. Esta viga superará um vão com 21,31m, sendo por isso a adoção de pré-esforço uma solução
natural. A forma da viga a adotar será semelhante àquela apresentada nos desenhos arquitetónicos
fornecidos. Os níveis de esbelteza de uma viga pré-esforçada são mais elevados do que os níveis de
esbelteza de uma viga corrente, devendo a sua altura estar compreendida no seguinte intervalo:
ʹͲ ͳͶ (8)
Neste caso, a altura da viga estaria compreendida entre 1,06m e 1,52m. Adota-se uma altura de
1,20m. As dimensões da viga apresentam-se na figura 7.
15
Figura 7 - Dimensões adotadas para a viga de bordo
A secção totaliza uma área de 0,51m² e uma inércia em torno do eixo maior de flexão de 0,0776mϺ.
Esta viga encontra-se apoiada nas paredes resistentes de topo. Como primeira iteração para a
definição do pré-esforço e tendo em conta que nesta fase ainda não se sabe o grau de
encastramento conferido pelas paredes, adotou-se um modelo de viga bi-apoiada e foi aplicado o
critério de descompressão no betão para uma combinação quase permanente de ações. Elaborou-se
um traçado parabólico sem excentricidades nas pontas, com a máxima altura de parábola (f) possível.
Para as dimensões desta viga, a altura máxima que não produz excentricidades nas pontas é de
f=0,48m.
Opta-se por um sistema de pré-esforço Freyssinet [6] com cordões com 15mm de diâmetro e uma
área de 1,4cm².
A carga atuante na viga inclui o seu peso próprio, o peso da fachada envidraçada que suporta e
também as cargas e sobrecargas transmitidas pela laje. De seguida ilustra-se na figura 8 o diagrama
de momentos fletores atuante na viga para a combinação quase permanente.
Figura 8 - Diagrama de momento fletor de pré-dimensionamento da viga de bordo para a combinação quase
permanente
୴୧ୟ ୴୧ୢ୰୭
ୱୢǡ୪ୟ୨ୣାୱୡ ୱୢǡ୲୭୲ୟ୪ ୱୢ ୮
[kNm] [kNm]
[kNm] [kNm] [kNm] [kNm] ƍ [kNm] [cm²] Nº cordões
12,75 0,50 26,62 39,87 2170,10 2884,14 3770,1 27,03 19,3
16
Nesta tabela, representa a força de pré-esforço a tempo infinito, ƍ é a força de tensionamento e
୮ é a área de pré-esforço necessária.
Assim, adota-se uma primeira iteração de 20 cordões, com as cargas equivalentes que se observam
na figura 9 a serem implementadas no modelo.
Com este traçado de cabo e número de cordões, o pré-esforço equilibra 63,4% das cargas
permanentes transmitidas à viga.
O núcleo de escadas é composto pelo conjunto das paredes N1, N2 e N3, enquanto que o núcleo de
elevadores é composto pelos elementos N4, N5 e N6. Opta-se por adotar 2 paredes resistentes no
interior de cada parede arquitetónica nas empenas norte e sul. Estas paredes resistentes são
denominadas de P1 a P8. A maior preocupação a nível do pré-dimensionamento destes elementos
estruturais foi a garantia de que o esforço normal reduzido fosse inferior a 0,4 para que seja
conseguida uma ductilidade adequada e diminuídos os efeitos da encurvadura local das paredes
aquando da solicitação das ações horizontais. As áreas de influência foram determinadas
simplificadamente de acordo com as linhas rotura que podem ser observadas no anexo A1.
17
5.3.1 Núcleos
Para os núcleos adotou-se a largura que constava no projeto de arquitetura. Assim, todos eles terão
uma largura de 0,235m. Em relação às suas maiores dimensões, foram tomadas as dimensões que
permitem tomar paredes contínuas desde a fundação até ao seu topo, sem a ocorrência de aberturas
para passagens ou portas. Desta maneira dispensa-se o cálculo de caminho de cargas para as
forças, fazendo desvios nas aberturas. Os núcleos de escadas e elevadores estendem-se desde a
sua fundação até ao penúltimo piso, não sendo utilizados no suporte do último piso, a cobertura não-
acessível. Os núcleos N1 e N6 vão estar sujeitos a cargas verticais de valor bastante baixo.
Dimensões [m]
Elemento x y Área de influencia/piso [m²] ୱୢǡ୲୭୲ୟ୪ [kN] ݝୢ
N1 4,1 0,235 - 529,925 0,028
N2 e N3 0,235 6 52,5 5243,297 0,186
N4 e N5 0,235 3 34,455 3156,621 0,224
N6 4,1 0,235 19,09 1096,225 0,057
O carga total em cada parede tem em conta que cada núcleo suporta 4 pisos elevados e 2 pisos
enterrados, com as cargas já definidas na tabela 16 do capítulo 5.1.
18
Tabela 23 - Cálculos de pré-dimensionamento relativos às paredes de topo
Dimensões
Área de Área de influência da ୱୢǡ୲୭୲ୟ୪
Elemento x y ݝୢ
influencia/piso [m²] cobertura [m²] [kN]
P1,P4,P5,P8 2 0,4 32,075 38,54 4436,45 0,277
P2,P3,P6,P7 2 0,4 7,2 38,54 2725,761 0,170
Estas paredes param ao nível do solo, quando são embebidas nas paredes de contenção. Assim, a
carga total por parede inclui 4 pisos elevados mais a cobertura. Note-se que o peso das vigas não foi
tido em conta, sendo o seu peso um valor residual para a conta geral.
i) ii) iii)
Figura 11 -Esforços atuantes i) diagrama de momento fletor ii) e diagrama de esforço transverso iii)
correspondentes ao pré-dimensionamento das paredes de contenção
Normalmente adota-se um valor para a espessura da parede na ordem de ൌ , que neste caso
ଶ
com 2 vãos de 4 metros seria um valor de 20cm. No entanto, como se trata de uma profundidade
relativamente elevada, a carga triangular resultante do impulso de terras chega a valores bastante
elevados, gerando também grandes valores de esforço transverso na base da parede. Segundo o
artigo 6.2.2 presente no EC2[1], neste tipo de elementos deve ser respeitada a seguinte condição
para que não sejam adotadas armaduras específicas de esforço transverso:
19
ୱୢ ୖୢǡୡ ൌ Ͳǡͳʹ ൈ ൈ ሺͳͲͲɏ ୡ୩ ሻଵȀଷ ୵
(9)
onde k é um coeficiente que depende da altura útil das armaduras, ɏ é a percentagem de armadura
longitudinal de tração na zona de esforço transverso a considerar, ୵ é a largura do elemento e d é a
altura útil das suas armaduras. Feitas várias experiências, percebeu-se facilmente que seria o esforço
transverso a condicionar a espessura da parede de contenção. Adota-se assim inicialmente uma
espessura de 0,5m para as paredes de contenção.
b [m] 1
d [m] 0,47
ୱୢ [KN/m] 138,2 65,4 83,3 20,8
µ 0,031 0,015 0,019 0,005
w 0,032 0,014938 0,019075 0,005
ୱ [cm²/m] 6,89 3,23 4,125 1,025
ୱ adotada Ø16//0,10 min Ø12//0,10 min
[cm²/m] 20,11 11,31
ୖୢǡୡ [kN] 213,74 176,43
Como se pode observar, a parede tem de estar muito sobredimensionada em relação à flexão para
satisfazer as condições relativas ao esforço transverso.
5.5 Fundações
Para uma melhor compreensão deste subcapítulo, apresenta-se de seguida uma planta com a
identificação de todas as sapata na figura 12.
20
O solo de fundação considerado neste projeto é um solo com uma tensão admissível de 400 kPa. O
principal critério utilizado na definição geométrica das sapatas foi o de que a tensão atuante nestas
fosse inferior à tensão admissível. Foi definida uma altura mínima por forma a que todas as sapatas
sejam tratadas como rígidas, de acordo com [5]. Como já foi explicado no capítulo referente às
condicionantes arquitetónicas, as sapatas S5 e S6 serão excêntricas devido à impossibilidade de
ocuparem os terrenos contíguos. Como neste momento ainda não se sabe o efeito das ações
horizontais, é apenas estimado o peso exercido pela combinação fundamental. De seguida
apresentam-se os cálculos referentes ao pré-dimensionamento das sapatas e respetivas dimensões
adotadas.
Tabela 25 - Cálculos de pré-dimensionamento relativos às sapatas
Dimensões da
sapata
୫୧୬ ୟୢ୭୲ୟୢୟ ୮୮ǡୱୟ୮ୟ୲ୟ ୱୢ ୮୮ǡୱୟ୮ୟ୲ୟ
Elemento ୱୢ [kN] x [m] y [m] [m] [m] [kN] [kN] ı>N3D@
S1 e S2 6127,7 9,235 2 0,4 0,5 230,9 6358,6 344,26
S3 e S4 5332,86 9,24 1,5 0,275 0,4 138,6 5471,5 394,76
S5 e S6 7439,89 1 23,31 0,25 0,4 233,1 7672,9 329,17
S7 e S8 5243,3 2 8 0,275 0,4 160 5403,3 337,70
S9 2209,8 6,1 2 0,216 0,4 122 2331,8 191,13
S10 e S11 5328,9 2 8 0,44 0,5 200 5528,9 345,55
S12 e S13 2996,5 2 5 0,44 0,5 125 3121,5 312,15
S14 3324,6 6,1 1,5 0,32 0,4 91,5 3416,1 373,34
S15 1388,8 6,1 1 0,19 0,4 61 1449,8 237,67
Como se pode observar pela tabela, verifica-se que com estas dimensões se respeita a tensão
admissível do solo em todos os casos.
21
6 ANÁLISE ESTRUTURAL DA COBERTURA
O problema maior que se encontrará será o das deformações que se vão instalar na laje de
cobertura. A solução passará pela adoção de vigas/bandas pré-esforçadas na maior direção,
obrigando a laje entre vigas a trabalhar em flexão cilíndrica nos menores vãos, que serão os vãos
entre vigas/bandas pré-esforçadas.
O primeiro passo será a redução do peso da cobertura ao máximo, começando pela laje. Como se
trata de uma cobertura não acessível, a sobrecarga de utilização será significativamente mais
reduzida, ୩ ൌ ͲǡͶȀଶ , permitindo assim uma redução da espessura da laje. Por razões
construtivas, de maneira a serem respeitados os recobrimentos mínimos, estabelece-se um limite
mínimo para a espessura da laje de 10cm.
A cobertura será constituída por dois elementos iguais, cada uma apoiando em 4 paredes resistentes.
Daqui em diante os cálculos e hipóteses referem-se a apenas um desses elementos, já que vão ser
ambos iguais.
O estudo da melhor solução para cada uma das hipóteses tem diversas variáveis em jogo, como a
altura das bandas/vigas (h), a sua largura, a carga suportada por cada banda/viga (q), a carga
correspondente a 80% de q (q*), a altura da parábola do traçado de cabo de pré-esforço (f) e os vãos
entre vigas/bandas (L).Tal facto motivou uma cuidada combinação de todos estes valores por forma a
chegar a uma solução competitiva e vantajosa em cada uma das hipóteses.
22
6.1 Hipótese 1
Nesta hipótese, consideraram-se 3 bandas pré-esforçadas. Uma banda central com 1,5 metros de
largura e duas bandas de extremidade com 1 metro de largura. A banda central é mais larga para
poder acolher mais cabos de pré-esforço, já que irá suportar mais carga. Para esta solução, o
objetivo principal será o de reduzir ao máximo a altura das bandas de maneira a que a solução seja o
mais leve possível, mantendo a competitividade económica.
Como as bandas são mais esbeltas que uma viga, e de modo a tornar o pré-esforço mais eficaz,
nesta hipótese utilizam-se bainhas de pré-esforço achatadas, permitindo assim aumentar a altura da
parábola do traçado dos cabos de pré-esforço. Considera-se que com estas bainhas se obtém um
traçado de cabo que passa a 5cm da base da banda. Observa-se na figura 13 uma bainha deste tipo.
Cada bainha acolhe 4 cordões de pré-esforço e estabelece-se um limite para afastamento entre eixos
de bainhas de 7,5cm, valor igual à largura do cabo de pré-esforço.
De seguida, nas tabelas 26, 27 e 28, apresentam-se os cálculos relativos à banda central, banda de
extremidade e laje entre bandas respetivamente. Estes valores resultam da combinação entre as
variáveis existentes, com vista a uma solução adequada para o objetivo desta hipótese.
23
Tabela 26 - Valores do cálculo de pré-esforço para a banda central
Banda central
୪ୟ୨ୣ [m] 0,1
ୠୟ୬ୢୟ [m] 0,4
q [kN/m] 28,1
q*[kN/m] 22,48
f [m] 0,15
[ [kN] 8507,1
ƍ [kN] 11120,4
୮ [cm²] 79,72
Nº cordões 56,94 57
Nº cabos 14,25 15
Distância entre cabos [m] 0,0875
Banda de extremidade
୪ୟ୨ୣ [m] 0,1
ୠୟ୬ୢୟ [m] 0,4
q [kN/m] 15,7
q*[kN/m] 12,56
f [m] 0,15
[ [kN] 4753,08
ƍ [kN] 6213,18
୮ [cm²] 44,54
Nº cordões 31,81 32
Nº cabos 7,95 8
distância entre cabos [m] 0,1035
Observa-se que a distância mínima entre cabos de pré-esforço é satisfeita para ambas as bandas.
24
Nas tabelas anteriores d representa a altura útil da laje, ୱୢ representa a carga distribuída para a
combinação fundamental, ୱୢ representa o momento positivo actuante entre lajes e µ representa o
momento reduzido.
Observa-se que a laje tem um momento reduzido significativamente baixo, sendo a sua espessura
apenas condicionada por razões construtivas.
6.2 Hipótese 2
Esta hipótese consiste na adoção de 4 vigas pré-esforçadas, reduzindo assim a carga suportada por
cada viga, mas reduzindo também o pé direito da cobertura acessível já que estas vigas serão mais
altas que as bandas da hipótese 1. Com esta hipótese tenta chegar-se a valores de pré-esforço
menores e, consequentemente, a uma solução mais económica. Como estas vigas já terão uma
altura suficiente para o pré-esforço ser eficaz, opta-se por bainhas circulares, podendo assim agrupar
mais cordões por cabo. Utiliza-se um sistema de cordões e cabos semelhantes aos usados no
capítulo 5.2. Como nesta fase não se sabe qual o número de cabos a utilizar, opta-se por uma largura
de 0,4 metros por viga, permitindo assim a adoção de 2 cabos por viga, se necessário.
Com a utilização destas vigas voltamos a ter de combinar os fatores já combinados para as bandas,
tendo em conta que o aumento da altura da viga permite uma maior eficácia do sistema de pré-
esforço, mas também uma penalização no peso da estrutura e uma diminuição da altura útil do piso.
De seguida apresentam-se os cálculos efetuados para a determinação do pré esforço nas vigas
centrais, nas vigas laterais e os cálculos referentes à laje entre vigas nas tabelas 29, 30 e 31,
respetivamente.
25
Tabela 29 - Valores do cálculo de pré-esforço para a viga central para a solução 2
Viga Central
୪ୟ୨ୣ [m] 0,1
୴୧ୟ [m] 0,9
q [kN/m] 19,4
q*[kN/m] 15,52
f [m] 0,33
[ [kN] 2669,65
Ԣ [kN] 3489,74
୮ [cm²] 25,02
Nº cordões 17,87
Nº cabos 1
Adota-se um valor de 90cm de altura para as vigas, obtendo-se assim um pé direito de 2,4m,
parecendo este um valor bastante aceitável. Note-se que o valor de f neste caso já está adaptado a
bainhas de pré-esforço circulares, permitindo que o traçado de cabo passe a 12cm da base, em vez
dos 5cm conseguidos com as bainhas achatadas. Adota-se um cabo com 18 cordões.
Viga de Extremidade
୪ୟ୨ୣ [m] 0,1
୴୧ୟ [m] 0,9
q [kN/m] 14,7
q*[kN/m] 11,76
f [m] 0,33
[ [kN] 2022,88
Ԣ [kN] 2644,29
୮ [cm²] 18,96
Nº cordões 13,54
Nº cabos 1
Adota-se um cabo com 14 cordões. Tanto nas vigas de ponta como nas centrais acaba por se adotar
a solução de um cabo apenas, já que o que fica mais caro no pré-esforço são as ancoragens.
26
Tal como no exemplo anterior, a laje encontra-se folgada relativamente ao comportamento à flexão,
estando apenas condicionada por fatores construtivos.
6.3 Hipótese 3
Esta hipótese é muito semelhante à hipótese 2, mas com adoção de mais uma viga pré-esforçada.
Tenta-se com isto reduzir a altura de cada uma das vigas, estudando a possibilidade de uma solução
mais ligeira. Mantêm-se os cabos circulares e tenta-se aumentar o pé direito da cobertura acessível
em relação à solução anterior. Mantém-se também a largura de 40 centímetros pelos mesmos
motivos da hipótese anterior. As vigas desta hipótese são menos eficazes do que as utilizadas na
hipótese anterior. Por esse motivo, decide utilizar-se dois cabos lado a lado, de modo a aumentar a
sua eficácia. Ao utilizar dois cabos consegue-se um aumento da excentricidade do traçado de cabo
de cerca de 2cm. Este aumento de eficácia é pago com um maior número de ancoragens.
Viga Central
୪ୟ୨ୣ [m] 0,1
୴୧ୟ [m] 0,6
q [kN/m] 13,55
q* [kN/m] 10,84
f [m] 0,2
[ [kN] 3076,64
Ԣ [kN] 4021,75
୮ [cm²] 28,83
Nº cordões 20,59 21
Nº cabos 2
27
Adotam-se 2 cabos de 12 cordões por cada viga. Encontra-se uma altura razoável de 60cm para as
vigas, reduzindo assim as vigas em ͳൗ͵ da sua altura, comparativamente à hipótese 2.
Viga de Extremidade
q [kN/m] 10,275
q* [kN/m] 8,22
f [m] 0,2
[ [kN] 2333,02
Ԣ [kN] 3049,70
୮ [cm²] 21,86
Nº cordões 15,62 16
Nº cabos 2
Como se pode observar, neste caso os valores de momento na laje entre vigas ainda são mais
baixos, já que a adoção de um maior número de vigas motiva uma diminuição de vãos entre elas.
Na figura 16 ilustra-se a planta, com as vigas a sombreado, e corte da solução adotada para a
hipótese 3
28
6.4 Escolha da solução
Neste fase do trabalho decide-se qual a solução a adotar para o projeto de entre as 3 hipóteses
estudadas nos subcapítulos anteriores.
Para se perceber qual a melhor solução a adotar, apresenta-se na tabela 35 o peso total de cada
uma das hipóteses estudadas, as quantidades de pré-esforço e betão utilizados, e por último o seu
peso económico estimado, de acordo com os preços já estipulados na tabela 4. Note-se que a
armadura ordinária é desprezada para a decisão, considerando-se igual para as 3 hipóteses. Os
dados da tabela 35 são referentes à soma das duas coberturas.
Quantidades Preços
Betão Aço de Pré-Esforço Betão Aço de Pré-Esforço Peso total Preço total
Hipótese [m³] [kg] >¼@ >¼@ [kN] >¼@
1 75,61 5550,31 7560,79 22201,24 1890,20 29762,03
2 85,41 3861,08 8541,05 15444,33 2135,26 23985,38
3 73,48 6334,59 7347,69 25338,36 1836,92 32686,05
Tal como esperado, os objetivos para as 3 hipóteses foram atingidos. A hipótese 1, com a laje de
bandas, é a mais esbelta, sendo ligeira e competitiva economicamente, comparando-a a uma laje
vigada com um peso semelhante (hipótese 3). A hipótese 2, embora seja a mais pesada é também a
mais económica. A hipótese 3 é a mais ligeira das 3, utilizando o menor volume de betão, embora
seja também a mais cara, usando a maior quantidade de pré-esforço.
Percebe-se assim que na conjuntura nacional, onde o betão é o material de construção mais
utilizado, que não é a sua quantidade que vai ditar o preço total de um elemento pré-esforçado, mas
sim a quantidade de pré-esforço que nele se insere. O preço adotado para o pré-esforço neste
trabalho é bastante simplificado, sendo determinado em relação ao kg. Numa situação real, o preço
será um pouco diferente, já que o que é mais caro nestes sistemas são as ancoragens de cada um
dos cabos. Assim, a hipótese 1 seria provavelmente mais cara do que o calculado, contando com
mais de 30 ancoragens, cerca de quase 10 vezes mais em relação às outras 2 hipóteses. estranhar-
se o facto de a solução 3 ser mais cara do que a solução 1, no entanto essa diferença pode ser
facilmente explicada não só pelo que foi evidenciado nas linhas anteriores, mas também pela
utilização de bainhas achatadas na hipótese 1, fator determinante na eficácia das bandas presentes
nessa mesma hipótese.
Nas hipóteses 2 e 3, analisou-se também a possibilidade de adotar 2 cabos mais pequenos por viga
em vez de um cabo apenas. No entanto, os valores alcançados não foram tão satisfatórios como se
esperava. Ao distribuir o número de cordões necessários por dois cabos, consegue-se reduzir o
diâmetro dos mesmos e consequentemente aumenta-se a altura da parábola do traçado de cabo,
aumentando também a eficácia da viga. Para este caso em concreto ganham-se cerca de 2cm na
29
altura da parábola em cada uma das vigas das hipóteses 2 e 3, não se obtendo uma redução
significativa de cordões. Como ao duplicar os cabos de pré-esforço também se está a duplicar o
número de ancoragens, e pelas razões apresentadas no parágrafo anterior, conclui-se que a
utilização de 2 cabos por viga traz mais problemas que vantagens para o caso do edifício em
questão. Como tal, abandona-se esta ideia.
Se o fator condicionante fosse a estética e a parte económica não fosse um problema, provavelmente
seria a hipótese 1 a escolhida, conferindo uma solução ligeira visualmente, o pé direito mais alto, com
mais de 3 metros e sendo também bastante ligeira em termos de peso.
Comparando a hipótese 2 com a hipótese 3, parece que esta última apenas tem como vantagem a
sua ligeireza, já que consegue reduzir o seu peso em cerca de 14%. Para o conseguir, quase que se
tem de duplicar a quantidade de aço de pré-esforço na sua conceção, aumentando assim o seu preço
HP FHUFD GH ¼ &RQVLGHUD-se que a hipótese 3 apenas seria adotada se o peso fosse a
condicionante mais importante a respeitar.
A hipótese 2 destaca-se das outras pela quantidade de pré-esforço utilizada ser bastante inferior.
Como já foi referido, é uma solução que prejudica o pé direito da cobertura acessível, deixando 2,4
metros desde a laje inferior até à base das vigas pré-esforçadas. No entanto considera-se que este
valor é bastante aceitável, permitindo uma utilização sem problemas. É também a solução mais
pesada das 3 analisadas.
Pesando todas as vantagens e desvantagens, acaba por se optar pela solução correspondente à
hipótese 2.
Esta escolha é feita maioritariamente pelo facto de apenas precisar de 4 cabos de pré-esforço,
reduzindo assim o número de ancoragens, por apenas usar um pouco mais de metade dos cordões
das outras hipóteses estudadas, por não ser condicionante a diferença de peso que tem para as
outras soluções, pelo facto de se considerar que o pé direito que proporciona é aceitável e, por
último, indubitavelmente por ser a solução mais económica das 3.
30
7 MODELAÇÃO
O edifício possui 2 pisos enterrados que estão envolvidos por paredes de contenção de grande
espessura, criando assim um caixão de elevada rigidez. Devido a este facto, a massa ao nível dos
31
pisos enterrados não é mobilizada, exigindo que o programa corra um número elevado de modos de
vibração de maneira a poderem obter-se resultados fiáveis. Por forma a resolver este problema e de
maneira a esta análise sísmica estar de acordo com o artigo 4.3.3.3.1 (3) do EC8[7], no qual se refere
que:
x A soma da massa total efetiva tida em conta na análise modal é superior ou igual a 90% da
massa total da estrutura;
x Todos os modos de vibração com uma massa efetiva superior a 5% da massa total são tidos
em conta;
Foi utilizado um material com as características do betão C30/37, mas sem massa nem peso, sendo
este último substituído por cargas equivalentes em cada um dos elementos abaixo do nível do solo.
No caso das paredes resistentes e núcleos, foi colocado na base de cada uma delas uma carga
aplicada equivalente ao seu peso nesse mesmo piso. No caso das paredes de contenção, foi criada
uma viga, também sem massa, ao nível dos pisos, de maneira a poder ser aplicada uma carga
distribuída em faca com o valor do peso da parede situada acima da mesma.
No caso das lajes foi aplicada uma carga distribuída com o valor do peso próprio da mesma.
7.1 Materiais
Os materiais utilizados no modelo foram definidos com base nas propriedades do betão C30/37.
Foi também definido um material rígido com um módulo de elasticidade (E) muito superior ao do
betão, com o objetivo de criar barras rígidas, de maneira a garantir que elementos como as paredes
rígidas e paredes do núcleo apoiassem e trabalhassem na sua totalidade em conjunto com as lajes
adjacentes. Apresentam-se na tabela 36 os valores referentes ao peso volúmico e módulo de
elasticidade dos materiais utilizados no modelo de cálculo.
Tabela 36 - Peso volúmico e módulo de elasticidade dos materiais utilizados no modelo de cálculo
7.2 Lajes
Como as lajes estão maioritariamente sujeitas a cargas verticais, analisaram-se em modelos à parte,
para se poderem obter resultados mais fiáveis em relação aos deslocamentos e esforços. Foram
feitos 2 modelos diferentes, com as dimensões previstas no pré-dimensionamento, para a laje de piso
32
elevado e para a laje de piso enterrado. A diferença entre eles reside no carregamento e nas
condições de apoio, já que a laje de piso enterrado se encontra encastrada em toda a sua periferia
nas paredes de contenção e a laje de piso elevado apenas se encontra apoiada por vigas e pelos
elementos verticais. Estes elementos foram modelados com elementos finitos do tipo Shell-Thin, já
que os efeitos do esforço transverso não se consideraram condicionantes. As malhas de elementos
finitos têm cerca de 1x1 metros, excetuando onde se decidiu refinar a malha em zonas de grande
variação de esforços, de maneira a obter resultados mais exatos. Isto acontece maioritariamente nos
cantos da laje e em zonas em que a laje conflui com elementos verticais. De seguida apresenta-se a
malha adotada para ambas as lajes na figura 18.
7.3 Vigas
As vigas foram modeladas como elementos barra com as dimensões definidas no pré-
dimensionamento.
Considerou-se a rigidez de torção destes elementos praticamente nula, optando-se por não
dimensioná-los em relação à torção. Pretende-se que a carga atuante que provocaria os efeitos de
torção seja equilibrada por momentos fletores na laje, que posteriormente serão tidos em conta no
seu dimensionamento.
Para as vigas de bordo foi modelada uma secção equivalente, retangular e com a mesma inércia e
largura que a viga real.
Aos elementos pré-esforçados foram aplicadas as suas cargas equivalentes ao pré-esforço através
de cargas distribuídas no seu domínio, cargas pontuais e momentos pontuais nas suas extremidades,
de acordo com o pré-dimensionado.
33
7.4 Cobertura
A cobertura foi modelada com elementos do tipo Shell-Thin tal como a laje, e com elementos barra a
simular as vigas. Observa-se na figura 19 o modelo da cobertura em planta.
A estas vigas, assinaladas a preto na figura 19, foi atribuída uma rigidez de torção nula pelas mesmas
razões referidas anteriormente.
Como neste caso a laje tem um efeito colaborativo nas vigas, proporcionando-lhes um
comportamento de viga em T, servindo de banzo superior de compressão, e para ter em conta o
efeito causado pelo posicionamento da viga ser feito em relação à linha média das lajes no programa
de cálculo, aumentou-se a sua inércia de flexão em relação ao eixo horizontal em 30%. Assim
consegue-se uma melhor simulação do seu comportamento.
Em relação aos núcleos de escadas e elevadores, foram modelados com uma barra representando
cada parede de cada núcleo. Em cada núcleo esses elementos barra foram solidarizados ao nível
dos pisos com outra barra feita com recurso ao material rígido com a largura da secção. Este tipo de
modelação foi escolhido em detrimento do método de barra única, no qual se cria uma única barra
com a secção do núcleo, posicionando-a no centro de corte ou flexão do mesmo, dependendo da
predominância do esforço de corte ou de flexão, respetivamente. Comparando os dois métodos,
34
pode-se dizer que a maior vantagem do método utilizado em relação ao método da barra única é a de
poder analisar os esforços em cada parede do núcleo separadamente, simplificando assim o posterior
cálculo.
7.7 Sapatas
Todas as sapatas foram modeladas com molas de rotação nas direções ortogonais x e y de com o
objetivo de aproximar o comportamento do modelo ao comportamento da estrutura real. As molas de
rotação foram modeladas de acordo com a seguinte expressão
Ɏଶ ሺͳ ሻ
୫୭୪ୟ ൌ Ͷ ୱ୭୪୭ (10)
ͳͺሺͳ െ ᖳଶ ሻ
Refere-se ainda que a rotação ao nível da base em torno do eixo z foi impedida.
7.8 Escadas
As escadas equivalem a elementos de laje que não foram explicitamente considerados no modelo, já
que correspondem a situações locais que não têm uma influência significativa na análise global do
edifício, estando estas ligadas a elementos de elevada rigidez. Se as escadas estivessem apoiadas
em pilares a situação seria muito diferente, causando grande impacto no dimensionamento dos
mesmos para as ações horizontais.
35
Assim, estes elementos estruturais surgem no modelo representadas por cargas pontuais ao nível
dos pisos (A e B) e ao nível de meia altura do piso (C e D), com os valores calculados no capítulo
relativo ao pré-dimensionamento das escadas. As cargas são aplicadas nos pontos A,B,C e D, que
podem ser vistos na figura 20, onde se representa o núcleo de escadas.
As cargas que o terreno exerce sobre as paredes foram simuladas através de Joint Patterns, com um
padrão triangular em que a base tem o valor máximo, de acordo com o referido no pré-
dimensionamento.
36
8 ANÁLISE SÍSMICA
Um sistema de paredes acopladas não é mais que um conjunto de paredes e vigas acopladas que
formam um sistema que pode ser muito eficaz para a ação sísmica. Quando se está na presença de
paredes acopladas e ocorre um sismo, a estrutura é resistida não só pelos momentos gerados na
base das paredes, mas também pelo binário de esforço normal que se gera devido às vigas de
acoplamento. Geram-se momentos de sinais contrários nas extremidades da viga de acoplamento,
que são equilibrados pelo esforço transverso da mesma. É este esforço transverso que vai conduzir à
variação de esforço normal introduzido nas paredes, que por sua vez irá conduzir à formação do
referido binário. Graças a este facto, as paredes também serão menos solicitadas na sua base [8].
Teoricamente as vigas de acoplamento também irão baixar o período fundamental da estrutura, já
que aumentam a sua rigidez.
Apresenta-se na figura 21 uma explicação gráfica das forças que se geram por um sistema de
paredes acopladas quando solicitadas por forças horizontais.
Figura 21 - Forças geradas por um sistema de paredes acopladas quando solicitadas por ações horizontais [9]
Assim, podemos destacar alguns dos benefícios da utilização deste sistema. Como as paredes têm
um comportamento em consola, as vigas de acoplamento fornecem um melhor controlo dos
37
deslocamentos em altura, já que prendem a estrutura ao nível dos pisos. Neste tipo de sistemas, a
dissipação ocorre em toda a sua altura e não apenas na base [9]. Segundo o EC8, o facto de se
adotarem paredes acopladas permite também um aumento do coeficiente de comportamento,
resultando em menores esforços sísmicos de dimensionamento. Por último, observa-se uma redução
de momento atuante na base da parede, comparando com o momento que surgiria no caso de uma
parede resistente em consola.
De seguida faz-se o confronto entre a teoria explicada em cima com a realidade da estrutura em
estudo.
Como se pode observar, as vigas de acoplamento permitem reduzir os deslocamentos relativos entre
pisos em cerca de metade. Apresentam-se as deformadas no anexo A3.
Tabela 39 - Comparação dos períodos fundamentais da estrutura com e sem vigas de acoplamento
Tal como esperado, o período fundamental reduz com a utilização das vigas de acoplamento, já que
a estrutura vê a sua rigidez aumentada.
38
Tabela 40 - Comparação dos momentos com e sem viga de acoplamento na base da parede mais esforçada
Observa-se uma redução no momento atuante na base de cada uma das paredes isoladas apenas
devido à utilização de vigas de acoplamento.
Note-se que as diferenças entre os dados comparados seriam muito mais evidentes no caso de um
edifício com maior altura, no qual se observariam grandes deslocamentos horizontais nos pisos mais
elevados, já que as paredes têm um comportamento em consola. No caso deste edifício, com 17,5
metros de elevação em relação ao solo e com uma grande rigidez na direção x, na qual trabalham as
paredes acopladas, a adoção de vigas de acoplamento não seria absolutamente essencial. Mesmo
assim, estas melhoram o comportamento do edifício e, como tal, opta-se por adotar as vigas de
acoplamento a unir as paredes resistentes das empenas norte e sul.
Como estas vigas são bastante solicitadas em relação ao corte, tem de se adotar uma altura razoável
de maneira a terem um comportamento eficaz . Assim, adota-se como primeira iteração uma altura de
1m. A largura está condicionada pela largura das paredes onde a viga encastra. Para facilitar a
posterior amarração dos seus varões longitudinais às paredes resistentes adjacentes, adota-se uma
largura de 30cm.
39
1º Modo - T=0,477s
2º Modo T=0,426s
Este é o modo fundamental na direção x (Ux=64,7%), já que de todos os modos é este que tem mais
participação de massa nesta direção. As deformações no plano xz são praticamente desprezáveis,
mas no plano xy ainda se observa alguma rotação (Rz=12,8%), explicada pela mesma razão referida
no modo anterior
40
5º Modo T=0,394s
Este é o modo fundamental de torção, já que é o modo que mobiliza mais massa para o efeito
(35,3%). Neste modo de vibração a massa mobilizada na direção y é praticamente nula, enquanto se
observa uma translação na direção x (ux=7,5%), ainda sem pontos de inflexão ao longo da sua altura.
Esta estrutura tem a particularidade de ter vãos relativamente grandes, na ordem dos 21 metros.
Neste modo, esse aspeto provoca uma mobilização da massa na direção vertical, sendo assim o
modo fundamental em z, mobilizando mais massa nesta direção do que em qualquer outro modo de
vibração analisado. Observa-se uma translação pura em z (Uz=26,1%), já que não é mobilizada
massa em qualquer uma das outras direções.
Refira-se por fim que as rotações em x e em y foram desprezadas, e que a translação em Z apenas
foi considerada devido a este edifício ter a característica particular de possuir vãos com dimensões
41
consideráveis. Na prática, foram considerados 4 graus de liberdade por piso (translações segundo X,
Y e Z, e rotação segundo Z).
=ݍ ×݇ݓ5
(11)
Figura 26 - Verificação da redução de momento na base das paredes i) separadas ii) acopladas
42
Note-se que Ned é o somatório dos esforços transversos que aparecem nas extremidades das vigas
de acoplamento devido à ação sísmica horizontal, ୲୭୲ é o momento total na base do conjunto de
paredes quando não existem vigas de acoplamento e ୲୭୲ǡୟୡ୭୮୪ୟୢୟୱ é o momento na base do conjunto
de paredes acopladas.
De seguida apresentam-se os cálculos relativos à redução de momentos na base da parede.
Observa-se uma redução de momento de 27,1% na base das paredes acopladas. Assim, podemos
considerar que na direção x o edifício tem o comportamento de um sistema de paredes acopladas,
adotando um coeficiente de comportamento ൌ ͵ ൈ ͳǡʹ ൌ ͵ǡ. Como ݇=ݓ1, q=3,6.
ୠ
Ⱦൌ
(14)
onde ୠ corresponde à força de corte basal numa direção devido a determinado tipo de sismo e
corresponde ao peso total do edifício correspondente à combinação sísmica e toma o valor de
46400kN. A força de corte basal foi obtida da análise realizada pelo programa SAP2000, após terem
sido definidos os sismos de projeto no mesmo programa. Na tabela 41 apresentam-se os resultados
relativos ao coeficiente sísmico obtidos para cada sismo e para cada direção.
Tabela 41 - Resultados relativos aos coeficientes sísmicos
Tipo 1 Tipo 2
x y x y
ୠ 1909,79 1996,46 1486,73 2548,25
ȕ 0,041 0,043 0,032 0,055
Da análise destes resultados não é possível escolher um dos dois tipos de sismo como o
condicionanteMiTXHQmRKiXPWLSRGHVLVPRTXHWHQKDRPDLRUYDORUGHȕSDUDDVGXDVGLUHo}HV
Pela observação das figuras 3 e 4, podemos observar que para o período fundamental da estrutura
(T=0,477s), a aceleração horizontal do sismo do tipo 1 é mais penalizante. No entanto, observa-se
que a força de corte basal na direção y é maior para o sismo de tipo 2. Este fenómeno pode ser
explicado pela existência de modos de vibração com períodos mais baixos nos quais o sismo
condicionante seria o de tipo 2, que ainda mobilizam alguma massa nessa direção, como por
43
exemplo os modos 19 (T=0,22s;Uy=11,6%) e 45 (T=0,096s;Uy=6,7%), que podem ser observados no
anexo A4.
Assim, complica-se a tarefa da escolha de um sismo condicionante para o dimensionamento de todos
os elementos estruturais, tendo de se analisar elemento a elemento, verificando para ele o sismo
mais penalizador.
୧ ൈ ୧
୧ ൌ ୠ ൈ (15)
σ୨ ൈ ୨
Nesta expressão, Fi representa a força sísmica horizontal no piso i, zi e zj, representam a altura das
massas mi e mj acima do nível de aplicação da ação sísmica, e m i e mj a massa de cada piso i e j,
respetivamente.
Piso M [ton] Z [m] ୶ǡ୧ [kN] ୷ǡ୧ [kN] ୟǡ୶ [m] ୟǡ୷ [m] Ma,x,i[kNm] Ma,y,i[kNm] Mtotal[kNm]
1 480 3,5 104,74 176,96 111,60 164,30 275,90
2 480 7 209,48 353,91 223,20 328,61 551,80
3 480 10,5 314,21 530,87 0,93 1,07 334,80 492,91 827,71
4 480 14 418,95 707,83 446,39 657,22 1103,61
5 426 17,5 464,77 785,24 495,22 729,10 1224,32
44
8.5.2 Limitação de deslocamentos entre pisos
Nesta secção do trabalho faz-se a verificação dos deslocamentos entre pisos da estrutura. Esta
verificação surge da necessidade de limitar danos não estruturais, como em paredes de alvenaria por
exemplo, e garantir a integridade dos elementos estruturais e dos equipamentos do edifício. A
verificação é realizada segundo o artigo 4.4.3.2 do EC8 através da equação
୰ ൈ ᖳ
൏ ͲǡͲͲͷ
(16)
Os deslocamentos em ambas as direções foram obtidos para a ação do sismo do tipo 1, no canto
onde se observam maiores deslocamentos.
45
Tal como o esperado, os deslocamentos não são um problema porque a estrutura do edifício tem
paredes resistentes em ambas as direções que lhe conferem bastante rigidez, restringindo assim os
deslocamentos.
Os sistemas de parede podem revelar problemas de deslocamentos em pisos mais elevados, já que
a parede tem o comportamento de consola. No entanto, como o edifício em estudo é relativamente
baixo, esse fenómeno não se chega a manifestar. Note-se que os deslocamentos em y são bastante
mais pronunciados do que os deslocamentos em x, resultado da já mencionada maior rigidez na
direção x. No último piso, o deslocamento relativo na direção y é maior em relação ao dos outros
pisos porque a cobertura está apenas assente nas paredes de topo que por sua vez estão orientadas
em x, não havendo elementos que restrinjam eficazmente o deslocamento na direção y.
୲୭୲ ൈ ୰
Ʌൌ ͲǡͳͲ
୲୭୲ ൈ (17)
1HVWD H[SUHVVmR ș UHSUHVHQWD R FRHILFLHQWH GH VHQVLELOLGDGH DR GHVORFDPHQWR UHODWLYR HQWUH SLVRV
Ptot ,a carga gravítica total devida a todos os pisos acima do piso considerado e V tot a força de corte
devida ao sismo na direção e no piso considerado. Apresentam-se os valores que permitem o cálculo
GHșQDtabela 45.
Piso Ptot [KN] Vtot,x [KN] Vtot,y [KN] drx [m] dry [m] șx Ʌ୷
Como se pode verificar, todos os pisos cumprem a verificação, não sendo assim necessário ter em
conta os efeitos de 2ª ordem.
46
9 DIMENSIONAMENTO
Neste capítulo efetua-se o dimensionamento de todos os elementos resistentes da estrutura.
9.1 Lajes
47
Figura 28 - Diagrama de ܠܠ ۻda laje de um piso elevado
Devido ao facto de existirem vãos muito maiores em y do que em x, percebe-se facilmente que a laje
tem um comportamento unidirecional, tal como se previu na fase de pré-dimensionamento. Mesmo
assim, optou-se por executar uma malha de armadura base igual que garanta a armadura mínima
nas duas direções. Essa armadura foi dimensionada de acordo com a expressão (9.1N) do EC2 que
se apresenta de seguida:
ୡ୲୫ ʹǡͻ
୫୧୬ ൌ Ͳǡʹ ୲ ൌ Ͳǡʹ ൈ ൈ ͳ ൈ Ͳǡͳͻ ൌ ʹǡͺ
;Ȁ
୷ ͷͲͲ
(18)
Adota-se uma malha de Ø10//0,20, totalizando 3,93cm²/m em cada direção, apenas reforçando a
armadura em sítios onde a malha de base não for suficiente. O dimensionamento da laje é feito com
a preocupação de utilizar espaçamentos idênticos ao da malha base nos reforços, de maneira a que
a sua disposição em obra e betonagem seja facilitada, não ocorrendo sobreposição de varões.
48
Também se teve a preocupação de tentar que os comprimentos dos varões fossem sub-múltiplos de
12 metros, de maneira a causar o mínimo de desperdício em obra, já que este é o seu comprimento
comercial. Na tabela 46 apresentam-se os valores de dimensionamento da laje de piso elevado.
49
Figura 30 - Diagrama de ܠܠ ۻda laje de um piso enterrado
Tal como nos pisos elevados, e pelas mesmas razões, adota-se uma malha de Ø10//0,20, totalizando
3,93cm²/m em cada direção. De seguida apresentam-se os resultados do dimensionamento das
armaduras para uma laje de piso enterrado na tabela 47. Note-se que os critérios aplicados ao
dimensionamento das armaduras da laje de um piso elevado se mantêm.
50
Tabela 47 - Valores de dimensionamento de armadura para a laje de piso enterrado
Direção Sinal Zona ୱୢ [kNm] µ ୱ [cm²/m] Base [cm²/m] Reforço [cm²/m] Armadura adotada
M- C 72 0,100 9,33 3,93 5,40 Ø10//0,2+Ø12//0,2
M- D 98 0,136 13,06 3,93 9,13 Ø10//0,2+Ø16//0,2
M- E 74 0,102 9,53 3,93 5,60 Ø10//0,2+Ø12//0,2
X M+ F 38 0,053 4,79 3,93 0,86 Ø10//0,2+Ø8//0,2
M- G 85 0,118 11,14 3,93 7,21 Ø10//0,2+Ø16//0,2
M- H 72 0,099 9,26 3,93 5,33 Ø10//0,2+Ø12//0,2
M- A 45 0,062 5,67 3,93 1,74 Ø10//0,2+Ø8//0,2
M- C 22 0,030 2,66 3,93 0,00 Ø10//0,2
M- D 40 0,055 5,01 3,93 1,08 Ø10//0,2+Ø8//0,2
M- E 23 0,031 2,78 3,93 0,00 Ø10//0,2
Y M+ F 16 0,022 1,96 3,93 0,00 Ø10//0,2
M- G 40 0,055 5,01 3,93 1,08 Ø10//0,2+Ø8//0,2
M- H 16 0,022 1,96 3,93 0,00 Ø10//0,2
M- I 30 0,042 3,73 3,93 0,00 Ø10//0,2
Em ambas as lajes, nas zonas A,B,D,G e I, onde existem concentrações de tensões, optou-se por
dimensionar para os esforços médios que lá ocorrem, fazendo assim a média entre o valor de pico do
momento fletor e o valor constante que se observa nas redondezas.
Note-se que o momento fletor reduzido (µ) máximo de ambas as lajes é de 0,173 para o momento
negativo, caindo assim dentro dos valores aceitáveis 0,20> µ >0,10, tal como recomendado em [5].
9.1.1.2.1 Deformações
O objetivo deste subcapítulo foi a determinação das flechas nos pisos elevados e enterrados, obtidas
a partir da combinação quase permanente de ações. Foram tidos em conta dois critérios de
verificação a respeitar de acordo com o EC2. Segundo o artigo 7.4.1(4), de maneira a que o aspeto e
as condições de utilização da estrutura não sejam alterados,
ǡʹ͵ͷ
Ɂ୪୭୬୭୮୰ୟ୭ ൏ ൌ ൌ ͲǡͲʹͺͻ
ʹͷͲ ʹͷͲ (19)
e segundo o artigo 7.4.1(5), para as flechas que ocorram depois da construção, de maneira a não
causar estragos em elementos não estruturais, como paredes divisórias, o limite é de
ǡʹ͵ͷ
Ɂ୪୭୬୭୮୰ୟ୭ െ Ɂ୮ୣୱ୭୮୰×୮୰୧୭ ൏ ൌ ൌ ͲǡͲͳͶͶ
ͷͲͲ ͷͲͲ (20)
51
De seguida apresentam se nas figuras 32 e 33 os deslocamentos verticais elásticos resultantes da
combinação quase permanente de ações observados nas lajes de piso elevado e enterrado
respetivamente.
Figura 32 - Deslocamentos elásticos devido à combinação quase permanente num piso elevado
Figura 33 - Deslocamentos elásticos devido à combinação quase permanente num piso enterrado
Para a determinação das flechas a longo prazo utilizou-se o método dos coeficientes globais.
Apresentam-se na seguinte tabela os cálculos relativos à flecha a longo prazo de um piso elevado e à
verificação da equação (19).
52
Tabela 48 - Verificação da deformação a longo prazo pelo método dos coeficientes globais para a laje de piso
elevado
De seguida apresenta-se a tabela com os cálculos relativos à flecha a longo prazo de um piso
enterrado.
Tabela 49 - Verificação da deformação a longo prazo pelo método dos coeficientes globais para a laje de piso
enterrado
Como se pode observar pelos resultados, os pisos elevados têm uma deformação muito superior,
resultando principalmente das condições de apoio a que as lajes estão sujeitas. Nos pisos
enterrados, o encastramento a toda a volta conferido pelas paredes de contenção reduz quase em
metade os deslocamentos medidos na laje.
9.1.1.2.2 Fendilhação
De acordo com o EC2, é possível limitar as aberturas das fendas a valores aceitáveis e evitar uma
fendilhação com valores exagerados. Para efetuar esse controlo, é necessário limitar os diâmetros
dos varões e o seu espaçamento entre si. Para a verificação da abertura de fendas nas lajes,
utilizaram-se as tabelas de cálculo de tensões em estado fendilhado de [4] e os quadros 7.2N e 7.3N
do EC2.
53
Como as lajes foram classificadas em relação à exposição como XC1, estabelece-se uma abertura de
fendas máxima de 0,4mm. Assim, apresentam-se nas tabelas 51 e 52 os resultados do controlo
indireto da fendilhação de ambas as lajes estudadas na zona C, considerada como condicionante.
Piso Elevado
Mcqp [kNm/m] 57
Mcr [kN.m/m] 23,4
As1 [cm2/m] 13,98
As2 [cm2/m] 3,93
ȡ 0,0074
ȕ 0,2811
Į 15
Cs 9,39
ıs [MPa] 222
wk [mm] 0,4
Ø* [mm] 20
smax [mm] 250
Máximo Ø utilizado [mm] 20
smax utilizado [mm] 200
Piso Enterrado
Mcqp [kNm/m] 42
Mcr [kN.m/m] 23,4
As1 [cm2/m] 9,58
As2 [cm2/m] 3,93
ȡ 0,0050
ȕ 0,4102
Į 15
Cs 13,88
ıs [MPa] 242
wk [mm] 0,4
Ø* [mm] 20
smax [mm] 250
Máximo Ø utilizado [mm] 16
smax utilizado [mm] 200
54
Conclui-se assim que o controlo indireto da fendilhação é alcançado com sucesso.
De acordo com a expressão (18), a área mínima de armadura é de 1,06cm²/m. Adota-se uma malha
de Ø8//0,20. Com esta malha não são necessários reforços na direção x, e na direção y apenas se
faz um reforço no meio vão e junto às paredes resistentes. Os cálculos de dimensionamento da laje
de cobertura podem ser observados no anexo A6.
O pré-dimensionamento destas lajes foi feito tendo em conta que funcionariam em flexão cilíndrica
entre as vigas que as suportam. No entanto, e como é óbvio, estas lajes vão deformar solidariamente
com as vigas pré-esforçadas nas quais apoiam, tendo as suas máximas deformações ao nível do
meio vão da direção maior. As deformações podem ser observadas no anexo A7, e os cálculos
relativos à flecha a longo prazo e ao controlo indireto da fendilhação encontram-se nos anexos A8 e
A9, respetivamente.
9.2 Vigas
Neste subcapítulo do projeto, foram dimensionadas as vigas de bordo de um piso elevado, as vigas
de extremidade da cobertura, as vigas centrais da cobertura e as vigas de acoplamento de piso e da
cobertura. Os diagramas de esforços obtidos são referentes às combinações mais condicionantes
para cada caso - a combinação sísmica, ou a combinação fundamental.
55
ordem de grandeza. Como tal acontece, opta-se por utilizar um traçado de cabo parabólico com
excentricidade positiva igual à excentricidade negativa, com uma altura total da parábola de 0,96m,
como se pode observar na figura 35.
ʹͳǡ͵ͳ
Ɂୟୢ୫୧ୱୱÀ୴ୣ୪ ൌ ൌ ൌ ͲǡͲʹ
ͺͲͲ ͺͲͲ (21)
Com o traçado projetado na figura 35, com um cabo de 15 cordões 19C15, cujas características se
podem observar no anexo A10, consegue-se uma deformação que verifica o limite acima imposto
Conclui-se assim que utilizando este traçado de cabo permite-nos uma economia de 5 cordões em
cada viga. Tendo em conta que existem 8 vigas deste tipo no edifício e de acordo com os preços
GHILQLGRVQRFDStWXORHVWHQRYRWUDoDGRGHFDERSHUPLWHXPDHFRQRPLDGH¼
Para a verificação dos estados limite últimos das vigas pré-esforçadas, opta-se por utilizar o método
retangular simplificado proposto em [5]. Como o programa de cálculo utilizado devolve os resultados
finais dos esforços nos elementos, não distingue os efeitos hiperstáticos causados pelo pré-esforço.
Assim, opta-se por considerar o pré-esforço do lado da ação. Todo este método e as suas variáveis
encontram-se esquematizados na figura 37.
56
Figura 37 - Diagrama retangular simplificado com pré-esforço pelo lado da ação
Nesta figura, Fc representa a força de compressão no betão, As1 é área de armadura tracionada, As2
representa a armadura ordinária comprimida, Ap representa a área de aço de pré-esforço, LN é a
linha neutra, Msd o momento atuante, Fs a força nas armaduras ordinárias, ܲஶ é a força útil de pré-
esforço a tempo infinito e ǻ ୮ é o acréscimo de força no cabo de pré-esforço.
ಮ ౦బǡభౡ ଵ
ɐ୮ ൌ ൌ ͳͲͳǡͶ͵ (26) ୮ୢ ൌ ൌ ൌ ͳͶͷʹǡͳ (27)
౦ ଵǡଵହ ଵǡଵହ
Figura 38 - Diagrama de momentos fletores da combinação fundamental somada aos efeitos das cargas
equivalentes ao pré-esforço
57
σ ୱ ൌ Ͳ ՞ ୱୢ ஶ ൈ ൌ ୡ ൈ
െ ୷ୢ ୱଶ ൈ െ ο ୮ ൈ ՞ (29)
՞ ͺͻ͵ ʹʹͷͲ ൈ Ͳǡͷͷ ൌ ͺͳͲݔሺͳǡͳͷ െ ͲǡͶݔሻ െ Ͷ͵ͷͲͲͲ ൈ ͳʹǡͲ ൈ ͳͲିସ ൈ ͳǡͳ െ ͻͻǡͷ ൈ ͲǡͲ ՞
ݔൌ Ͳǡͳͺ͵݉
ౙ౪ౣ ଶǡଽ
ୱ ୫୧୬ ൌ Ͳǡʹ ୲ ൌ Ͳǡʹ ൈ ൈ Ͳǡ ൈ ͳǡͳͷ ൌ ͳͲǡͶͳ
; (31)
౯ ହ
Adotam-se 6Ø16.
Após ser determinada a linha neutra, define-se o diagrama de extensões na rotura, verificando as
extensões nas armaduras ordinárias e nas armaduras de pré-esforço.
Admite-se como hipótese que a extensão na fibra superior de betão é a de cedência do mesmo
58
౦ౚ ଵସହଶǡଵ
ɂ୮ ൌ ȟɂ୮ ɂ୮ ൌ ʹʹǡ ൈ ͳͲିଷ ɂ୮୷ୢ ൌ ൌ ൌ ǡͶ ൈ ͳͲିଷ (36)
౦ ଵଽହൈଵయ
౦ౚ
ୱǡୣ୯ ൌ ୮ ൈ ୱ ൌ ͺʹǡʹ
ଶ (37)
౯ౚ
Note-se que o momento resistente positivo será igual ao negativo, já que a armadura ordinária
utilizada é igual na parte inferior e superior da viga e a excentricidade do cabo de pré-esforço é igual
nos dois casos.
Como se pode observar, a viga pré-esforçada tem uma resistência última muito superior à
necessária. Justifica-se este valor pelo facto das vigas pré-esforçadas presentes neste edifício serem
dimensionadas com um critério de deformação máxima e não apenas com o intuito de resistirem aos
momentos atuantes máximos.
Figura 40 - Dimensionamento ao esforço transverso de vigas com base no Capacity Design (adaptado de [11])
Refere-se que na zona crítica da viga, que segundo o artigo 5.4.3.1.2(1) do EC8, para vigas de classe
de ductilidade DCM é igual à largura da secção (lcr=hw=1,2m), usou-se um espaçamento de
armadura transversal de forma a cumprir com os requisitos dispostos no artigo 5.4.3.1.2(6) do EC8.
୦౭
ൌ ቄ Ǣ ʹͶୠ୵ Ǣ ʹʹͷǢ ͺୠ ቅ=128mm (38)
ସ
59
onde s é o espaçamento entre estribos, ୵ é a altura da viga e ୠ é o diâmetro do maior varão
longitudinal utilizado.
O espaçamento em zona corrente para estribos verticais é dado pelo artigo 9.2.2(6) do EC2, que
propõe a seguinte expressão
൏ Ͳǡͷ݀ (39)
No presente trabalho, como só existem vigas com uma altura significativa, o afastamento máximo
será sempre bastante inferior ao proposto pelo EC2. Limita-se assim o afastamento máximo a 0,5d.
Para esta viga, o afastamento máximo possível seria de 57,5cm.
Assim, por facilidade construtiva, adotam-se espaçamentos de 100 mm nas zonas críticas.
౩ ౩ౚ ሺൈୡ୭୲ሻ
ൌ (40)
ୱ ൈୡ୭୲ൈ౯ౚ
౩
Onde representa a armadura vertical (estribos) a adotar, ୱୢ ሺ ൈ
Ʌሻ representa o esforço
ୱ
transverso atuante a uma distância de ൈ
Ʌ do apoio, z representa a altura do braço da treliça de
bielas de betão comprimido e tirantes de aço, e Ʌ representa a inclinação das bielas de betão
comprimido.
ǡ଼ඥౙౡ
ቀ ౩ቁ ൌ ൈ ୵ (41)
ୱ ୫୧୬ ౯ౡ
O diagrama de esforço transverso não tem o seu valor máximo nas pontas já que no modelo o topo
da viga apoia no eixo de uma secção de material rígido com a largura da parede. Assim, e de acordo
com a figura 36,
ଷଶଵଽǡଶାଷଶଵଽǡଶ
ୱୢ ൌ ͳʹͲǡͷ ൌ Ͷʹʹǡ (42)
ଶଵǡଷଵ
60
ୱ୵
ൌ Ͷǡ͵
ଶ Ȁ
Para este caso, de acordo com a equação (35), a armadura mínima é de 2,63cm²/m.
Assim, adotam-se estribos com Ø8//0,20 (5,02cm²/m), para as zonas correntes da viga. Para finalizar
o dimensionamento relativo ao esforço transverso e para evitar a rotura por compressão na alma, é
necessário fazer a verificação da tensão de compressão nas bielas comprimidas. Esta verificação é
recomendada na equação 11.6.6N do EC2:
Como estas vigas apoiam em paredes de dimensões significativas, não é necessária a verificação
das tensões de compressão no apoio, prevendo-se a ocorrência de tensões de valor baixo.
Como a viga é relativamente alta, (h=1,2m), existe a tendência para o aparecimento de arborescência
de fendilhação na alma. Para resolver esse problema, adota-se uma armadura de alma de acordo o
artigo 7.3.2(2) presente no EC2:
onde é um coeficiente que tem em conta o efeito das tensões não uniformes auto-equilibradas, ୡ é
um coeficiente que tem em conta a distribuição de tensões na secção e ୡ୲ é a área de betão
tracionada.
As tensões de compressão geradas na alma vão dispersar nos banzos, gerando trações de equilíbrio
transversais nos mesmos, como se pode observar na figura 42. Para resolver este problema, adota-
se armadura transversal de banzo.
61
Adotando Ʌଵ ൌ Ʌଶ , tem se que a armadura de ligação banzo-alma é maior ou igual a metade da
armadura de esforço transverso
౩ ଵ ౩౭
ൌ ቀ ቁ ൌ ʹǡͳͺͺ
ଶ Ȁ (46)
ୱ ଶ ୱ
౩
onde representa a armadura de ligação banzo-alma por metro linear
ୱ
Adotam-se Ø8//0,40.
Seguindo um raciocínio análogo ao da viga de bordo, decide-se utilizar um traçado de cabo diferente
do definido no pré-dimensionamento. Um traçado de cabo com excentricidade nas pontas será mais
eficaz. Aumentando a altura da parábola, a carga equivalente no vão será superior, contrariando
melhor as deformações a meio vão. Primeiramente pensou utilizar-se excentricidades proporcionais
aos momentos observados, sendo estas maiores nas extremidades do que a meio vão. Rapidamente
se percebeu que esse método também não é eficaz para este caso, onde as cargas permanentes não
são muito elevadas. Grandes excentricidades na extremidade do traçado de cabo são prejudiciais
para as deformações a meio vão, já que introduzem momentos bastante elevados nas mesmas
extremidades. Assim, depois de várias experiências feitas e de modo a respeitar os critérios de
deformação, adota-se o traçado de cabo que se pode observar na figura 44, utilizando 14 cordões,
totalizando uma altura de parábola de 53 cm. Adota-se um cabo 19C15 [6], cujas características
podem ser observadas no anexo A10.
62
Com o traçado da figura 44 e com 14 cordões de pré-esforço, adotando um cabo 19C15, obtêm-se as
seguintes deformações para a combinação quase permanente de acordo com as equações 21 e 22,
calculadas para este caso na tabela 53.
As verificações em relação ao estado limite último fazem-se exatamente da mesma maneira feita no
capitulo 9.2.1 para a viga de bordo. Assim, e de acordo com a figura 37, e subsequentes equações,
apresentam-se apenas os valores e resultados para esta viga em forma de tabela, na tabela 54.
Como se trata de uma viga sem banzos, não houve a preocupação de considerar a armadura de
compressão para subir a linha neutra. Observa-se que a viga tem boas características dúcteis.
Conclui-se assim que a armadura longitudinal ordinária não é necessária para a verificação em
relação ao estado limite último de flexão, adotando-se apenas varões construtivos que respeitam a
armadura mínima, 4Ø12 nas faces superior e inferior.
Após ser determinada a linha neutra, define-se o diagrama de extensões na rotura, verificando as
extensões nas armaduras ordinárias e nas armaduras de pré-esforço. Esta determinação é feita
exatamente da mesma maneira como foi feita para a viga de bordo, admitindo a extensão crítica de
rotura no betão.
63
Tabela 55 - Resultados do diagrama de extensões da viga de extremidade da cobertura
Pela análise dos resultados obtidos, observa-se que tanto a armadura ordinária como a armadura de
pré-esforço se encontram em cedência.
Figura 46 - Diagrama de esforço transverso da viga de extremidade da cobertura para a combinação sísmica
De acordo com a expressão (38) e (39), apresentam-se na tabela 56 os valores para o comprimento
da zona crítica, espaçamento máximo de estribos na zona crítica e espaçamento máximo de estribos
na zona corrente.
Tabela 56 - Valor dos espaçamentos de estribos para a viga de extremidade da cobertura (VEC)
ୡ୰ [m] ୫ୟ୶ zona crítica [m] ୫ୟ୶ zona corrente [m]
0,9 0,128 0,425
Por forma a seguir a filosofia proposta pelo Capacity Design, calculam-se os momentos resistentes na
extremidade da viga e apresentam-se os cálculos relativos ao dimensionamento da mesma em
relação ao esforço transverso na tabela 57.
౩
ୱ [cm²] µ ୖୢ [kNm] ୱୢ ሺ ൈ
șሻ [kN] z [m] ș[º] [cm²/m]
ୱ
8,04 0,05 288,03 74,98 0,765 25 1,05
Para uma viga com esta largura, o valor mínimo de armadura a adotar de acordo com a expressão
(41), é de 3,5cm²/m. Tal como seria de esperar, numa viga com estas dimensões sujeita a esforços
de magnitude tão pequena, a armadura vertical seria condicionada pelo critério de armadura mínima.
Assim, adotam-se Ø8//0,25 (4,02 cm²/m).
Esta viga, tal como a viga de bordo, tem uma altura considerável. Como tal e pelas mesmas razões
decide-se adotar armadura de alma. Esta armadura é calculada segundo a expressão (45) já utilizada
no capítulo anterior, e através dela obtém-se uma armadura necessária de 5,22cm²/m/face. Assim,
adotam-se Ø10//0,15 (5,24cm²/m/face).
64
9.2.3 Viga central da cobertura (VCC)
Como esta viga apenas apoia noutras vigas, não lhe conferindo qualquer tipo de encastramento nas
extremidades, o traçado de cabo mantém-se exatamente igual ao pré-dimensionado, apresentando-
se de seguida na figura 47.
Como se pode observar, o critério é satisfeito por pouco. Neste caso são precisos mais cordões de
pré-esforço devido à menor altura da parábola do traçado (f), resultando num cabo menos eficaz.
O valor de x da linha neutra foi obtido com auxílio das armaduras de compressão. Sem estas
௫
armaduras, x=0,47m , não respeitando a regra de boa prática ൌ Ͳǡͷ, não garantindo assim boas
ௗ
condições de ductilidade.
65
Conclui-se assim que não é necessária armadura ordinária para satisfazer o estado limite último de
flexão. Adota-se portanto uma armadura construtiva de 4Ø12 na face inferior, respeitando o critério
de armadura mínima.
Figura 49 - Diagrama de esforço transverso da viga central da cobertura (VCC) para a combinação fundamental
Como se pode observar, os esforços são relativamente baixos para a envergadura do vão da viga.
Este fenómeno pode ser explicado pelo facto de esta viga estar sujeita a um grande alívio de cargas
verticais provocado pela carga equivalente de pré-esforço no vão.
De acordo com a expressão (38) e (39), apresentam-se na tabela 61 os valores para o comprimento
da zona crítica, espaçamento máximo de estribos na zona crítica e espaçamento máximo de estribos
na zona corrente.
Tabela 61 - Determinação dos espaçamentos máximos de estribos para a viga central da cobertura (VCC)
౩
z [m] Ʌ[°] ୱୢ ሺ ൈ
Ʌሻ [kN] ୷ୢ [cm²/m]
ୱ
0,765 25 66,2 435 0,98
Como se previa, como se trata de uma viga de grandes dimensões com valores de esforço transverso
tão baixo, a armadura requerida tem também um valor bastante baixo.
66
Para uma viga com esta largura, o valor mínimo de armadura a adotar de acordo com a expressão
(41), é de 3,5cm²/m. Assim, adotam-se Ø8//0,25 (4,02 cm²/m)
Tal como já se tinha referido um pouco atrás neste texto, a viga central da cobertura vai apoiar na
viga de acoplamento da cobertura, criando uma situação de apoio indireto, como se ilustra na figura
50.
Para a viga maior conseguir transmitir as cargas para o topo da viga de apoio utiliza-se armadura de
suspensão, que permite que o modelo treliçado de transmissão de cargas de bielas de betão
comprimido e tirantes de aço continue a funcionar normalmente. O valor dessa armadura é dado por
ୱ ൌ Ȁ୷ୢ , onde V é a reação que a viga da cobertura quer transmitir à viga de acoplamento. Essa
armadura distribui-se nas zonas identificadas na figura 51, cuja numeração está coerente com a já
apresentada na figura 50.
Como se observa pela figura 51, esta armadura vai situar-se em ambas as vigas. Apresentam-se os
cálculos relativos à armadura de suspensão na tabela 63.
Note-se que o valor de V corresponde à reação do lado da viga de acoplamento, já que o esforço
transverso desse lado é maior que do lado da viga pré-esforçada. Esta armadura é para ser colocada
na forma de estribos e distribuída como se pode observar na figura 52.
67
Figura 52 - Distribuição da armadura de suspensão em ambas as vigas
Esta armadura vai ser acrescentada à armadura de esforço transverso em ambas as vigas. Repare-
se que existe a preocupação em que esta armadura não interfira com a ancoragem do pré-esforço,
que se situa exatamente na junção destas duas vigas.
Decide adotar-se armadura de alma pelas mesmas razões já mencionadas em capítulos anteriores.
Como esta viga tem as mesmas dimensões da viga de extremidade da cobertura, a armadura é
exatamente a mesma, adotando-se Ø10//0,15 (5,24cm²/m/face).
Como a viga central da cobertura apoia nas vigas de acoplamento, as suas extremidades não têm
praticamente restrições à rotação. Como tal, este apoio é considerado como sendo simples, como se
de uma rótula se tratasse. Neste tipo de apoios, onde o momento fletor é nulo, as trações existentes
resultam da componente horizontal das bielas de betão comprimido. De maneira a evitar uma rotura
por arrancamento da armadura longitudinal no apoio de extremidade, é verificada a força de tração
que aí se gera. Esta verificação é feita com base num equilíbrio de nó de treliça e tem como objetivo
garantir que a força de tração ୲ que se gera no apoio de extremidade é inferior à força resistente
presente nas armaduras longitudinais. O esquema de transmissão de forças e equilíbrio de nó pode
ser observado no anexo A11.
Com base no equilíbrio de forças mostrado nesse mesmo anexo, faz-se a verificação relativa ao
arrancamento da armadura longitudinal do apoio de extremidade na tabela 64.
Observa-se que a armadura adotada é suficiente para garantir o não arrancamento dos varões
longitudinais no apoio.
68
9.2.4 Vigas de acoplamento
Este tipo de vigas, devido às circunstâncias em que se inserem, estão muito condicionadas pelo
esforço transverso. Para este tipo de elementos estruturais, é mais eficaz a adoção de armaduras
dispostas na diagonal para resistir às ações sísmicas, como se ilustram na figura 53.
No entanto, no artigo 5.5.3.5(2) presente no EC8, dispensa-se a utilização deste tipo de armaduras
caso se verifiquem as seguintes condições:
ଷǡଶଷହ
͵൏ ൌ ൌ ͵ǡʹ͵ͷ (50)
୦ ଵ
Como em nenhum dos casos o esforço transverso atuante chega ao valor limite proposto pelo EC8 e
a verificação em relação à esbelteza também é respeitada, estas vigas serão dimensionadas sem as
armaduras diagonais, como se de vigas perfeitamente normais se tratassem.
Figura 54 - Diagrama de momentos fletores da viga de acoplamento da cobertura (VAC) para a combinação
fundamental
Como se pode observar, os maiores momentos positivos surgem onde apoiam as vigas da cobertura
e os maiores momentos negativos surgem onde a viga encastra nas paredes resistentes.
69
Tabela 65 - Cálculos relativos ao dimensionamento da viga de acoplamento da cobertura à flexão
Como de acordo com a expressão (18) a armadura mínima é de 4,3cm², adota-se uma armadura de
3Ø16 (6,03 cm²) em ambas as faces, inferior e superior.
Seguidamente mostra-se o diagrama de esforço transverso na figura 55, também condicionante para
a combinação fundamental.
Observa-se que onde existe o maior salto de esforço transverso é também onde se dá o apoio
indireto das vigas pré-esforçadas da cobertura. Como a viga é bastante compacta, muito curta e alta,
opta-se por dimensionar em relação aos esforços transversos máximos, que se observam nas
extremidades da mesma.
Tabela 66 - Identificação das zonas críticas e espaçamentos máximos de estribos a utilizar na viga de
acoplamento da cobertura
ୡ୰ [m] ୫ୟ୶ zona crítica [m] ୫ୟ୶ zona corrente [m]
1 0,128 0,475
.
Por simplificação do processo construtivo, adotam-se espaçamentos de 100 mm entre estribos nas
zonas críticas.
Os cálculos relativos às armaduras de esforço transverso apresentam-se na tabela 67. Note-se que
estas armaduras se acrescentam à armadura de suspensão já calculada no capítulo 9.2.3 e ilustrada
na figura 52 presente nesse mesmo capítulo.
౩ ౩
ୱୢ [kNm] z [m] ș [º] [cm²/m] adotada
ୱ ୱ
300,6 0,855 25 3,77 Ø8//0,25
70
A armadura de alma é calculada de acordo com a expressão (45) já atrás mencionada. Para
satisfazer a expressão, seriam necessários 5,22cm²/m. Adotam-se Ø10//0,15 (5,24cm²/m).
De seguida, analisam-se as deformações que ocorrem nesta viga pelo método dos coeficientes
globais. Os resultados destes cálculos podem ser observados no anexo A12.
Como se pode observar dos resultados obtidos, esta viga não trará quaisquer problemas de
deformação sendo ȟɁ ൌ ͲǡͲͲͷ e a flecha global inferior a ൌ ͲǡͲͳ͵݉. O valor elevado de Kt
ହ ଶହ
deriva do facto de esta viga ter pouca armadura longitudinal para a envergadura da sua secção.
Por último, efetua-se o controlo indireto da fendilhação, tendo em conta que a classe de exposição
desta viga é XC4, tal como foi feito para as lajes. Os cálculos relativos à fendilhação desta viga
podem ser observados no anexo A13.
Figura 56 - Diagrama de momentos fletores da viga de acoplamento de piso relativo à combinação sísmica
O dimensionamento relativo à flexão com os seus cálculos justificativos é apresentado na tabela 68.
A armadura é colocada em ambas as faces, inferior e superior, já que o momento pode variar o sinal
de acordo com a deformada do edifício durante o sismo. Note-se que esta armadura é superior à
armadura mínima para esta viga, calculada segundo a equação (18) deste trabalho, ୱǡ୫୧୬ =4,3cm².
71
Figura 57 - Diagrama de esforço transverso da viga de acoplamento para a combinação sísmica
Supostamente este diagrama de esforço transverso deveria ser constante. Neste caso só não o é
pelo facto de esta viga para além de acoplar as paredes também suportar cargas vindas da laje e dos
panos de alvenaria que nela assentam.
ୡ୰ [m] ୫ୟ୶ zona crítica [m] ୫ୟ୶ zona corrente [m]
1 0,128 0,425
Como neste caso z é elevado, a parcela ୱୢ ]FRWJșVLWXD-se praticamente a meio da viga, já que esta
é bastante curta. Assim, faz-se o dimensionamento para o esforço máximo que aparece na
extremidade da viga. Para se poder aplicar a filosofia de Capacity Design, calcula-se na tabela 70 o
momento resistente desta viga. Note-se que o momento resistente positivo é igual ao negativo.
౩ ౩
ୱୢ [kNm] z [m] ɽ [º] [cm²/m] adotada
ୱ ୱ
455,52 0,855 25 5,71 Ø10//0,25
O esforço transverso atuante de dimensionamento torna-se muito superior ao que realmente atua na
viga devido à aplicação do Capacity Design. Ao aplicá-lo garantimos que a rotura nunca será frágil,
obrigando à formação de rótulas plásticas nas extremidades da viga antes que tal aconteça. Mesmo
assim, para uma viga com tantos esforços atuantes e tão curta, a armadura nem tem uma densidade
de armadura exagerada. Isso explica-se pelo facto de se ter adotado uma altura de viga considerável,
permitindo assim um grande braço entre a zona superior e a inferior da treliça, aumentando a sua
eficácia em relação ao seu comportamento ao corte.
72
A armadura de alma calculada para esta viga é exatamente a mesma calculada para a viga de
acoplamento da cobertura, já que partilham as mesmas dimensões. Adotam-se Ø10//0,15.
Nesta viga não é necessário fazer o controlo indireto à fendilhação, já que os momentos observados
para a combinação quase permanente (ୡ୯୮ ൌ135,7 kNm) são inferiores ao momento de fendilhação
(ୡ୰ ൌ145 kNm).
Os cálculos relativos às deformações da viga de acoplamento podem ser observados no anexo A14.
Como se poderia prever e pode observar dos resultados obtidos, esta viga não trará quaisquer
problemas de deformação sendo ǻį ൌ ͲǡͲͲͷ e a flecha global inferior a ൌ ͲǡͲͳ͵. Estes
ହ ଶହ
resultados eram previsíveis devido ao vão muito pequeno em que a viga se insere e devido à grande
inércia que a viga possui.
Elemento estrutural P1 a P8 N1 e N6 N2 e N3 N4 e N5
୶ [m] 2 4,1 0,235 0,235
୷ [m] 0,4 0,235 6 3
Começam por ser definidas as zonas críticas das paredes de acordo com as expressões presentes
nos artigos 5.4.3.4.1(2) e 5.4.3.4.2 presentes no EC8.
୦౭
ୡ୰ ቄ୵ Ǣ ቅ (50)
Elemento Estrutural P1 a P8 N2 e N3 N4 e N5
ୡ୰ [m] 3 3,5 3
Note-se que não será adotada uma altura crítica para as paredes N1 e N6, facto que será explicado
mais à frente no texto.
Tendo em mente a filosofia do Capacity Design, onde se prevê a formação de uma rótula plástica na
base da parede resistente, aplica-se a seguinte metodologia prescrita no artigo 5.4.2.4, que permite a
aplicação deste conceito através de um sobredimensionamento de armadura na base da parede.
73
Assim, o diagrama de momentos atuantes sobre todos os elementos parede sofrerá uma translação
de
ൌ
Ʌ (52)
DSDUWLUGDVXDEDVHRQGH]UHSUHVHQWDREUDoRSDUDDDQiOLVHDRHVIRUoRWUDQVYHUVRHșUHSUHVHQWDR
ângulo das bielas comprimidas nessa mesma verificação. Exemplifica-se na figura 58 o que foi
explicado anteriormente.
Figura 58 - Diagramas de momento fletor na parede resistente obtido da análise e de cálculo (adaptado de [7])
Como se pode observar, depois da translação, o diagrama de momentos atuantes é linear até ao topo
da parede. Assim, seria um grande desperdício manter a armadura constante desde a base até ao
topo, já que os esforços não a justificam. Sendo assim, mais à frente discutir-se-á a possibilidade de
redução de armaduras a partir de certa altura das paredes.
Segundo o artigo 5.4.3.4.1(2) presente no EC8, o valor do esforço normal reduzido ɋୢ dado por,
ౚ
ɋୢ ൌ (53)
ౙൈౙౚ
onde ୣୢ representa o esforço normal instalado na parede eୡ a área da mesma, deve ser inferior a
0,4 de maneira a que seja garantida uma ductilidade adequada e que os efeitos da encurvadura local
da parede sejam diminuídos.
Para proceder ao dimensionamento das armaduras longitudinais recorreu-se também a um método
SUHVFULWR QR (& QR DUWLJR R PpWRGR GRV ³SLODUHV ILFWtFLRV´. Este método consiste na
adoção de zonas de extremidade na parede, nas quais se vai efetuar um melhor confinamento do
betão, de maneira a que não haja o destacamento do mesmo quando os esforços forem elevados.
Através da cintagem do betão aumenta-se a ductilidade, permitindo assim maiores extensões ao
betão sem se dar a sua rotura. Na figura 59 esquematiza-se o método adotado.
74
Figura 59 - Esquematização do método dos pilares fictícios
Neste esquema, z representa o braço criado entre pilares fictícios, N corresponde ao esforço normal
instalado na parede, e M corresponde ao momento instalado na parede também.
O comprimento dos pilares fictícios é dado pelo artigo 5.4.3.4.2(6), não devendo ser inferior a 0,15୵
ou a 1,5୵ , onde ୵ representa a largura da parede resistente. Na tabela 74 apresentam-se os
comprimentos adotados para os pilares fictícios de cada elemento.
Elemento estrutural P1 a P8 N2 e N3 N4 e N5
୮୧୪ୟ୰୧ୡ୲Àୡ୧୭ [m] 0,6 0,9 0,45
Note-se que nos elementos estruturais N1 e N6 não são adotados pilares fictícios. Isto acontece
porque quando estes elementos estão solicitados à flexão no seu eixo de maior inércia, as paredes
adjacentes N2 e N3 no caso de N1, e N4 e N5 no caso de N6, funcionam como banzos comprimidos,
não ocorrendo assim extensões no betão maiores que as críticas e, consequentemente, não havendo
a necessidade de confinar especialmente as armaduras nas extremidades da parede resistente.
Os esforços de compressão e tração nos pilares fictícios que vão ser tidos em conta para o cálculo da
armadura longitudinal, são calculados de acordo com as seguintes expressões:
ుౚ ుౚ
୲ ൌ ቚ ቚ (54)
ଶ
ుౚ ుౚ
ୡ ൌ െቚ ቚ (55)
ଶ
A armadura longitudinal nos pilares fictícios é calculada para a tração pura, sendo dada pela
expressão
ୱ୴ǡ୮୧୪ୟ୰୧ୡ୲Àୡ୧୭ ൌ (56)
౩౯ౚ
75
Quanto ao dimensionamento relativo ao esforço transverso, o EC8 prescreve no artigo 5.4.2.5(4) um
valor para o esforço transverso atuante com o valor de
Ԣୱୢ ൌ ͳǡͷ ൈ ୱୢ (57)
de modo a "(...)assegurar que a cedência por flexão precede o estado limite último de esforço
transverso(...)" [7]. A armadura de esforço transverso foi FDOFXODGD DGRWDQGR XP kQJXOR GH ș
para as bielas inclinadas. Esta armadura é calculada com a expressão (40), já referida no capítulo
9.2.1. Para a armadura transversal das paredes, fora da zona crítica, apenas será necessário ter em
conta as prescrições do EC2. Na zona crítica terão de ser respeitadas as prescrições do EC8
relativas ao confinamento, que serão explicadas mais à frente. Para as zonas que não são críticas, o
espaçamento máximo das cintas é dado no EC2 pela seguinte expressão:
onde ]ǡ୫ୣ୬୭୰ representa o menor diâmetro de varão longitudinal e b representa a dimensão menor da
parede. A armadura horizontal mínima fora das zonas críticas também é prescrita no artigo 9.6.3 do
EC2 como sendo obrigatoriamente superior a 0,1% da área da secção da parede.
Dentro das zonas críticas deve ser respeitado o afastamento máximo s proposto no artigo 5.4.3.4.2
(9), dado pela expressão:
ୠ
ቀ బ Ǣ ͳͷǢ ͺǤ ୠ୪ ቁ (59)
ଶ
onde representa a largura do núcleo confinado entre cintas e ୠ୪ representa a medida do diâmetro
do menor varão.
Apresentam-se os afastamentos mínimos e os adotados nas zonas críticas para todas as paredes
resistentes na tabela 75.
Tabela 75 - Afastamentos mínimos e os adotados nas zonas críticas para todas as paredes resistentes
N2 e N3 N4 e N5 P1 a P8
୫୧୬ [cm] 7,95 7,95 12,8
ୟୢ୭୲ୟୢ୭ [cm] 7,5 7,5 12,5
Para que o requisito de ductilidade local fosse satisfeito nas zonas críticas, teria de se calcular o valor
do fator de ductilidade em curvatura. No entanto o artigo 5.4.3.4.2(3) permite que se evite o cálculo
deste fator se a expressão que se apresenta de seguida for satisfeita
ୠౙ
Ƚሺɘ୵ୢ ሻ ͵ͲɊம ሺɋୢ ɘ୴ ሻɂ୷ୢ Ǥ െ ͲǤͲ͵ͷ (60)
ୠబ
76
9.3.1 Núcleo de escadas
Nesta fase do trabalho procedeu-se ao dimensionamento do núcleo de escadas. Este núcleo é
composto por 3 paredes resistentes, N1, N2 e N3, que se analisaram de forma independente umas
das outras aquando do cálculo dos pilares fictícios, verificando depois o conjunto em relação aos
momentos resistentes em ambas as direções. Os momentos atuantes na direção de menor inércia
são tão diminutos comparativamente aos momentos atuantes na direção do eixo da maior inércia,
que são desprezados no dimensionamento destas paredes, efetuando assim o mesmo em flexão
composta.
Tal como previsto no capítulo 8.5, o sismo condicionante varia de elemento para elemento, sendo o
sismo do tipo 1 mais penalizador para os elementos com o seu maior eixo de inércia em x, N1, e o
sismo do tipo 2 para os elementos com o seu eixo de maior inércia segundo o eixo y, N2 e N3.
Parede Envolvente Msd,x [kNm] Nsd [kN] Nc,máx [kN] NT,máx [kN] Ȟd
máx 5126,6 -1721,7 -1866,07 144,37 0,061
N2
min -6593,2 -3747,8 -3166,68 -581,12 0,133
máx 5416,7 -1456,8 -1790,50 333,70 0,052
N3
min -6281,8 -3465,6 -2964,53 -501,07 0,123
Elemento Envolvente A sv,pilar fictício [cm;ሿ Armadura adotada Asv,pilar adoptado [cm;ሿ ȡv,pilar fict
máx
N2 3,32 10Ø12 11,31 0,53 OK
min
máx
N3 7,67 10Ø12 11,31 0,53 OK
min
Note-se que cada uma das paredes terá apenas um pilar fictício, já que a parede N1 irá servir de
banzo comprimido ou tracionado para as flexões de N2 e N3 no seu eixo de maior inércia. Tal como
recomendado no artigo 5.4.3.5.3(2), não serão utilizados varões longitudinais com diâmetro inferior a
12mm nas zonas confinadas. De seguida apresentam-se os cálculos de armadura longitudinal para
as almas das paredes N2 e N3.
77
Tabela 78 - Cálculos de armadura longitudinal para as almas das paredes N2 e N3
Elemento Ac,alma parede [m2] Asv,min [cm2] Armadura As,v,alma parede [cm2]
N2 e N3 1,14 22,87 44Ø10 34,76
Pode saltar à vista o facto de a armadura adotada ser bastante superior à mínima. O EC2 recomenda
a utilização de varões de no mínimo 8 mm. No entanto, para um elemento desta envergadura não é
recomendável utilizar diâmetros tão pequenos, adotando-se assim varões de 10mm. A armadura
torna-se bastante maior que a mínima devido à recomendação do EC8 que prevê que os varões não
devem estar afastados de mais de 15cm caso não estejam cintados, e de 20cm caso estejam. Adota-
se assim um espaçamento inferior a 20cm para os varões da alma, com a armadura escolhida.
Ash/s
Ash,min/s Ash/s/ramo Ash/s Ash/s adotada/ramo
Ved [kN] V´Ed [kN] [cm2/m]
[cm2/m] [cm²/m] adotada [cm²/m]
Como este valor de armadura horizontal é elevado, opta-se por efetuar uma redução de armadura ao
nível do piso 4, adotando a partir desse nível Ø8//0.20. Os cálculos relativos a essa redução podem
ser consultados no anexo A16. Por último, faz-se a verificação ao confinamento que pode ser
observada na tabela 80, de acordo com a equação (60).
ୡ ɂୱ୷ǡୢ ɋୢ Ɋ Ƚୢ Ƚୱ Ƚ ɘ୵ୢ ɘ୴
0,235 0,159 0,002175 0,133 5 0,568 0,731 0,415208 0,267 0,003040388
Verificação
0,111 > 0,0305
Opta-se por prolongar a altura crítica desde a base do piso -1 até ao topo do piso 1, já que neste
intervalo se observam valores bastante elevados de esforço transverso. Com esta medida confere-se
uma maior ductilidade à parede.
78
do lado da segurança, já que não tem em conta a melhoria que o esforço normal em quantidades
razoáveis confere a elementos estruturais em flexão.
Figura 60 - Esquema do modelo de cálculo utilizado para a verificação de N1 ao estado limite último
Na figura 60, d representa a altura útil das armaduras, considerando-as numa linha a meia altura de
N1 e Msd o momento atuante sobre o núcleo de escadas, deixando N1 tracionado.
Faz-se a verificação com base as tabelas de flexão simples presentes em [4] na tabela 81.
Neste cálculo ୱୢ representa a soma dos momentos fletores das paredes N2 e N3. Com a armadura
adotada garante-se um bom comportamento à flexão e um espaçamento entre varões inferior a
20cm.
79
Figura 61 - Esquema do modelo de cálculo utilizado para a verificação de N1 ao estado limite último relativo ao
momento em y
Como se pode observar, os momentos com eixo na direção y não serão um problema para a parede
N1, sendo os momentos resistentes bastante superiores aos atuantes.
Na tabela 84 estão os cálculos relativos aos esforços nos pilares fictícios das paredes N4 e N5.
80
Tabela 84 - Cálculos relativos aos esforços nos pilares fictícios das paredes N4 e N5
Parede Envolvente Msd,x [kNm] Nsd [kN] Nc,máx [kN] NT,máx [kN] Ȟd
máx 726,4 -425,1 -497,41 72,31 0,030
N4
min -1502,3 -1623,5 -1400,89 -222,61 0,115
máx 804,8 -612 -621,61 9,61 0,043
N5
min -1417,6 -1802 -1456,92 -345,08 0,128
Como se pode observar, nestas paredes não se geram esforços de tração significativos e a condição
relativa ao esforço normal reduzido é respeitada com folga.
Procede-se ao dimensionamento dos varões longitudinais dos pilares fictícios na tabela 85.
Asv,pilar adoptado
Elemento Envolvente A sv,pilar fictício [cm;ሿ Armadura [cm;ሿ ȡv,pilar fict
máx
N4 1,66 6 Ø12 6,79 0,64 OK
min
máx
N5 0,22 6 Ø12 6,79 0,64 OK
min
Note-se que a armadura utilizada não foi condicionada pelos esforços, mas sim pelo critério da
armadura mínima. Tal como no caso do núcleo de escadas, também apenas existirá apenas um pilar
fictício por parede, pelas razões já explicadas anteriormente.
Elemento Ac,alma parede [m2] Asv,min [cm²] Armadura Asv,alma parede [cm2]
N4 e N5 0,544 10,88 24Ø10 18,96
O valor total da área de armaduras necessárias ultrapassa um pouco o valor mínimo necessário de
modo a que sejam respeitados os valores máximos de afastamento entre varões.
Ash,min/s
Ved V´Ed Ash/s Ash/s/ramo Ash/s Ash/s adotada/ramo
[cm2/m]
[kN] [kN] [cm2/m] [cm²/m] adotada [cm²/m]
389,2 583,8 2,35 5,26 2,63 Ø 8 //0.15 3,35
81
De maneira a economizar e racionalizar armaduras, efetua-se uma redução da armadura horizontal
ao nível do piso 4. Estes cálculos podem ser observados no anexo A18.
ୡ ɂୱ୷ǡୢ ɋୢ Ɋ Ƚୢ Ƚୱ Ƚ ɘ୵ୢ ɘ୴
0,235 0,159 0,002175 0,128 5 0,517 0,693 0,358281 0,29 0,002904
Verificação
0,10390149 > 0,0280254
Observa-se que o confinamento é verificado. Tal como no núcleo de escadas e pelas mesmas
razões, opta-se por confinar as paredes N4 e N5 da base do piso -1 até ao topo do piso 1.
A armadura foi condicionada não pelo momento atuante, mas sim pelo critério de ter varões
afastados a menos de 20cm. O momento atuante resulta da soma dos momentos das paredes N4 e
N5. Observa-se que a parede N6 absorve esforços muito inferiores à parede N1, sendo essa
evidência explicada pelo facto de estar ligada a paredes resistentes com o seu eixo de maior inércia
em y com um tamanho 50% inferior às paredes resistentes que estão ligadas a N1.
82
Tabela 91 - Cálculos relativos ao dimensionamento de armadura horizontal de N6
Ash,min/s
Ved V´Ed Ash/s Ash/s/ramo Ash/s Ash/s adotada/ramo
[cm2/m]
[kN] [kN] [cm2/m] [cm²/m] adotada [cm²/m]
302,5 544,5 2,35 3,58 1,79 Ø8//0,20 2,51
Permite-se assim o dimensionamento como sendo em flexão composta, desde que no fim se verifique
esta condição, na qual ୧ǡୣୢ representa o momento atuante na direção i, ୧ǡ୰ୢ representa o momento
UHVLVWHQWHQDGLUHomRLHĮpXPFRHILFLHQWHTXHGHSHQGHGRHVIRUoRQRUPDODWXDQWH3DUDRHVIRUoR
normal presente neste determinado caso, adota-VHĮ Refere-se que a análise em flexão composta
é feita com recurso às tabelas de "Flexão Composta em Secções Rectangulares" presentes em [4].
83
Tabela 92 - Esforços observados nas paredes de topo ao nível do piso 0
Piso 0
Parede Envolvente Nsd [kN] Msd,x [kNm] Msd,y [kNm] Ȟ µx µy
máx -2491 206,3 385,2 0,156 0,032 0,012
P1
min -3347 -157,7 -412,4 0,209 0,025 0,013
máx -968,4 56,7 548,2 0,061 0,009 0,017
P2
min -1719,1 -56,7 -607,1 0,107 0,009 0,019
máx -1128,4 59,5 325,1 0,071 0,009 0,010
P3
min -1870,8 -65,9 -833,5 0,117 0,010 0,026
máx -2310,2 232 362,5 0,144 0,036 0,011
P4
min -3197,8 -63,8 -644,7 0,200 0,010 0,020
máx -2199,8 -113,1 874,3 0,137 0,018 0,027
P5
min -3333,2 -287,3 -475 0,208 0,045 0,015
máx -1152 27,1 1058,5 0,072 0,004 0,033
P6
min -2145,1 -86,3 -497,4 0,134 0,013 0,016
máx -963,7 30,5 816 0,060 0,005 0,026
P7
min -1957,1 -82,7 -743,7 0,122 0,013 0,023
máx -2384,2 -85,8 760,3 0,149 0,013 0,024
P8
min -3519,7 -258,4 -584,4 0,220 0,040 0,018
Piso 1
Parede Envolvente Nsd [kN] Msd,x [kNm] Msd,y [kNm] Ȟ µx µy
máx -1957,4 705,6 295,3 0,122 0,110 0,009
P1
min -2666,7 559 216,4 0,167 0,087 0,007
máx -825,9 55,2 256,1 0,052 0,009 0,008
P2
min -1423,9 35,9 -247,4 0,089 0,006 0,008
máx -945 56,1 116,2 0,059 0,009 0,004
P3
min -1534,8 36,8 -387,23 0,096 0,006 0,012
máx -1814 729,3 93,84 0,113 0,114 0,003
P4
min -2518,6 583,8 -417,9 0,157 0,091 0,013
máx -1726,8 -623,9 539,8 0,108 0,097 0,017
P5
min -2623,8 -765,9 -173,7 0,164 0,120 0,005
máx -974,6 -49,4 490,8 0,061 0,008 0,015
P6
min -1759,9 -75,5 -205,3 0,110 0,012 0,006
máx -830,9 -49,8 331,5 0,052 0,008 0,010
P7
min -1616,5 -75,9 346,2 0,101 0,012 0,011
máx -1834,1 -24,1 159,1 0,115 0,004 0,005
P8
min -2767,7 -742,6 -391,7 0,173 0,116 0,012
Observa-se que os momentos com eixo em y são maiores ao nível do piso térreo, enquanto que ao
nível do primeiro piso se observam grandes momentos com eixo em x nas paredes exteriores P1, P4,
P5 e P8. Isto acontece devido aos momentos resultantes das ancoragens das vigas pré-esforçadas.
84
Por causa disso, decide-se adotar um dimensionamento para cada tipo de parede. Para as paredes
interiores, P2, P3, P6 e P7, onde não confluem vigas pré-esforçadas e à partida não haverão
problemas de flexão desviada, adotar-se-á uma menor quantidade de armadura.
A partir desse momento, analisam-se as paredes exteriores P1,P4,P5 e P8, onde se observam os
casos em flexão composta ao nível dos dois primeiros pisos que poderiam ser mais gravosos para a
estrutura, sendo feitas afinações e alterações em relação à quantidade e disposição de armadura até
se respeitarem todas as verificações impostas pelo regulamento. Ao nível do piso 0, analisa-se a
parede onde surge o maior momento com o eixo em y. Em relação ao piso 1, analisam-se as piores
combinações de momentos nas duas direções. Depois de se efetuarem algumas iterações, chega-se
a uma armadura de 12Ø20 para os pilares fictícios e de 4Ø16 em cada face da alma das paredes
exteriores. Para as paredes interiores utilizar-se-ão 10Ø16 em cada pilar fictício e 4Ø12 em cada face
da alma, respeitando assim a armadura mínima de alma. Note-se que a armadura vertical nas
paredes exteriores foi definida com o objetivo de não dificultar a ancoragem dos cabos de pré-
esforço. A disposição da armadura vertical nos pilares fictícios nas paredes exteriores é condicionada
pela ancoragem dos cabos pré-esforçados das vigas, como se pode observar no desenho
esquemático apresentado no anexo A20.
Na tabela 95 podem ser observados os resultados da verificação da equação (61) para as paredes
mais solicitadas no piso 0 e no piso 1, onde se observam as combinações de esforços mais gravosas.
Tabela 95 - Verificação da flexão desviada para os casos em que as paredes de topo estão mais solicitadas
Piso Parede Nsd [kN] Msd,x [kNm] Msd,y [kNm] Mrd,x [kNm] Mrd,y [kNm] Verificação <1
0 P6 -1152 27,1 1058,5 512 2560 0,466
1 P1 -1957,4 705,6 385,2 864 4320 0,906
1 P4 -1814 729,3 362,5 812,8 4064 0,986
1 P5 -1726,8 -623,9 874,5 800 4000 0,999
1 P5 -2623,8 -765,9 -475 960 4800 0,897
1 P8 -2767,7 -742,6 -584,4 992 4960 0,866
Como se pode observar, as paredes estão sobredimensionadas em cada uma das direções de
maneira a poder ser satisfeita a condição relativa à flexão desviada.
Para este caso também se verificam os esforços de compressão e tração máximos nos pilares
fictícios para a flexão na direção do eixo de maior inércia. Esses cálculos e a verificação em relação
ao esforço normal reduzido apresentam-se na tabela 96.
85
Tabela 96 - Máximos esforços nos pilares fictícios das paredes de topo
Verifica-se que os esforços de tração não são significativos, sendo apenas necessário garantir que a
armadura longitudinal nos pilares fictícios seja superior à mínima, garantindo uma percentagem de
armadura de 0,5%. Com a armadura dimensionada anteriormente, obtém-se um valor de
percentagem de armadura de 1,57% para as paredes exteriores e de 0,84% para as paredes
interiores, respeitando assim este critério.
Em relação às almas obtém-se uma percentagem de armadura de 0,28% e 0,5% para as almas das
paredes interiores e exteriores, respetivamente. Estes valores são superiores ao mínimo imposto já
referido em capítulos anteriores, de 0,2%.
Como nestas paredes a armadura dos pilares fictícios é elevada, decide reduzir-se a armadura a
partir da base do 4º piso até ao topo das paredes. Só é possível reduzir significativamente a
armadura nas paredes interiores, já que a armadura calculada para as paredes exteriores é muito
condicionada pela flexão imposta pelo pré-esforço, flexão esta que não reduz em altura já que
existem vigas pré-esforçadas em todos os pisos. Tem-se em conta a envolvente do diagrama de
momentos fletores em y que já foi apresentada na figura 58. Ou seja, os momentos atuantes na
direção y são reduzidos a metade em relação aos observados na base. Os esforços na base do 4º
piso podem ser observados no anexo A21. Não se observaram problemas relativamente à flexão
composta, já que o momento resistente na direção x não se altera significativamente, e o momento
resistente na direção y com a redução de armadura continua a ser muito maior que o momento
atuante neste piso. Como se pode observar, não chegam a existir trações nos pilares fictícios no piso
4, adotando-se a armadura mínima para as paredes interiores, 10]12 (0,50%) em cada um deles.
86
De seguida analisam-se as paredes mais esforçadas em relação ao esforço transverso nas duas
direções, e apresentam-se os resultados na tabela 97.
Ash/s
Ved Ash,min,total/s Ash/s
V´Ed [kN] Ash/s [cm2] Ash/s ramo [cm2] adotada/ramo
[kN] [cm2] adotada
Direção [cm2]
x 421,8 632,7 4,00 10,39 5,19 Ø10//0.15 5,24
y 240,9 361,35 20,00 26,37 3,30 Ø10//0.15 5,24
Tal como se fez relativamente à armadura vertical, também se tenta reduzir a armadura horizontal a
partir do 4º piso, de maneira a tornar a solução mais económica. Os cálculos apresentam-se no
anexo A22.
De seguida apresenta-se a verificação em relação ao confinamento dos pilares fictícios das paredes
resistentes de topo na tabela 98.
Tabela 98 - Verificação em relação ao confinamento dos pilares fictícios das paredes resistentes de topo
ୡ ɂୱ୷ǡୢ ɋୢ Ɋ Ƚୢ Ƚୱ Ƚ ɘ୵ୢ ɘ୴
0,4 0,32 0,002175 0,220 6,2 0,727 0,689 0,5009 0,226 0,005025
Verificação
0,113 > 0,079
87
i) ii)
Com este novo modelo, consegue-se uma redução de mais de 30kN/m nos valores de esforço
transverso atuante na base da parede. Graças a isso, procede-se a uma alteração na espessura da
parede de contenção, reduzindo-a em 10cm. As paredes de contenção terão assim 40cm de
espessura.
Para esta parede, a área mínima de armadura de acordo com a expressão (18) é de 5,65cm²/m. No
entanto, tendo em conta a grande espessura da parede e as armaduras e espaçamentos a utilizar
nas zonas mais esforçadas, adota-se uma malha geral de Ø16//0,20, reforçando-a onde for
necessário.
b 1
d [m] 0,37
ୱୢ [kNm] 43,4 104,8 106,2 10,4
µ 0,016 0,038 0,039 0,004
w 0,016 0,039 0,040 0,004
ୱ [cm²] 2,72 8,47 6,76 0,65
Base [cm²] 10,05 10,05 10,05 10,05
Reforço [cm²] 10,05 0 10,05 0
Armadura adotada Ø16//0,10 Ø16//0,20 Ø16//0,10 Ø16//0,20
ୖୢǡୡ [kN] 190,35 151,06 190,35 151,06
88
Segundo o artigo 6.2.2(1) do EC2, os reforços de armadura longitudinal tracionada serão prolongados
numa distância maior ou igual a (ୠୢ +d) de maneira a que seja eficaz em relação à resistência ao
esforço transverso.
9.5 Fundações
No presente subcapítulo são dimensionadas as fundações de todos os elementos presentes no
edifício, desde as sapatas das paredes de contenção até aos lintéis de fundação. Em todas as
sapatas foi dimensionada a armadura necessária para os elementos de betão armado e verificada a
rotura do terreno de fundação. Conforme referido na fase de pré-dimensionamento, as dimensões
foram tomadas de forma às sapatas poderem ser consideradas como elementos rígidos. Estas foram
dimensionadas recorrendo a um modelo de escoras e tirantes, arbitrando-se uma tensão uniforme no
solo. O modelo de escoras e tirantes utilizado pode ser observado na figura 63.
Nesta figura, "a" representa a largura da parede de contenção, d representa a altura útil da sapata, H
UHSUHVHQWD D DOWXUD GD VDSDWD Į UHSUHVHQWD D LQFOLQDomR GDV ELHODV FRPSULPLGDV 0 UHSUHVHQWD R
momento na base da parede e N o esforço normal na base da parede também.
Como já foi possível observar no capítulo 9.3, os maiores esforços sísmicos aparecem ao nível do
piso 0, já que as paredes de contenção criam um caixão de elevada resistência, restringindo os
deslocamentos horizontais ao nível da fundação. Assim, toma-se por condicionante para o
dimensionamento das fundações a combinação fundamental. Deste fenómeno resultam
excentricidades de carga praticamente desprezáveis, originando bielas comprimidas pouco inclinadas
e, consequentemente, pequenos esforços de tração na base das sapatas.
As sapatas S1 e S2, S3 e S4, S5 e S6, S7 e S8, S10 e S11 e S12 e S13 e são iguais duas a duas.
Logo, no dimensionamento apenas irá ser considerado o caso mais penalizador do par. Todos os
resultados que não forem explicitamente apresentados neste capítulo podem ser observados no
anexo A23.
89
Note-se que os momentos que surgem na base das paredes de contenção são devidos aos impulsos
de terras.
9.5.1.1 Sapatas S1 e S2
De seguida apresentam-se na tabela 100 os cálculos de dimensionamento relativos às sapatas da
empena sul.
S2
Dimensões [m]
Parede Sapata
Lx 7,235 9,235
Ly 0,4 2
Altura (min/max) 0,4 0,8
h 0,5
Tensões no solo
Nsd [kN] 5195,632
Nsd + ppsapata [kN] 5426,507
ı>N1Pð@ 294
ıadm [kN/m2] 400
Mxx [kN.m] 123,2
Cálculo da armadura
Direção X Y
e - 0,02
WJĮ - 0,52
Ft [kN] - 5185,33
As [cm²] - 119,20
As/s [cm2/m] - 12,91
As/s Adotada - 13,40
Armadura inf. adotada Ø12 //0.20 Ø 16 //0.15
Armadura sup. adotada Ø 10 //0.20 Ø 12 //0.20
Como as paredes resistentes têm uma dimensão numa direção muito inferior às outras duas, que é a
sua espessura, as sapatas apenas precisam de dissipar o esforço normal na direção perpendicular ao
90
seu plano. Nas paredes orientadas em x, as tensões só precisam de ser dissipadas em y e vice-
versa.
Apenas é necessário calcular a armadura inferior para suportar Ft, sendo as outras adotadas
maioritariamente por razões construtivas. O critério foi o de adotar armadura na face superior com um
diâmetro inferior e com um espaçamento um pouco maior do que na face inferior. Na outra direção
adota-se uma malha com varões de menor diâmetro tanto na face superior como na face inferior,
respeitando a equação de armadura mínima sugerida pelo EC2 que se apresenta de seguida. Optou-
se também por não utilizar varões com diâmetro inferior a 10mm, devido ao tamanho destes
elementos estruturais.
ౙ౪ౣ ଶǡଽ
ൌ Ͳǡͷ୫୧୬ ൌ Ͳǡʹ ୲ ൌ Ͳǡʹ ൈ ൈ ͳ ൈ ͲǡͶͷ ൌ ǡͻ
;Ȁ (62)
౯ ହ
Observa-se que os momentos fletores na base das paredes de contenção são muito reduzidos,
originando excentricidades desprezáveis.
9.5.1.2 Sapatas S3 e S4
De seguida apresentam-se os cálculos relativos ao dimensionamento da sapata S4 na tabela 101.
S4
Dimensões [m]
Parede Sapata
lx 7,235 9,235
ly 0,4 1,5
Altura (min/max) 0,275 0,55
h 0,4
Tensões no solo
Nsd [kN] 4931,2
Nsd + ppsapata [kN] 5069,725
ı>N1Pð@ 366
ıadm [kN/m2] 400
Mxx [kNm] 113,6
Cálculo da armadura
Direção X Y
e - 0,02
WJĮ - 0,59
Ft [kN] - 4295,18
As [cm²] - 98,74
As/s [cm2/m] - 10,69
As/s Adotada - 13,40
Armadura inf. adotada Ø 12 //0.20 Ø 16 //0.15
Armadura sup. adotada Ø 10 //0.20 Ø 12 //0.20
91
Só se faz o dimensionamento na direção y pelas mesmas razões do caso anterior. Note-se que esta
sapata tem uma altura inferior à de S1 e S2 e uma largura inferior. Embora os esforços sejam um
pouco inferiores, como a sapata tem menores dimensões, acaba por se adotar uma malha de
armadura inferior e superior exatamente igual à das sapatas S1 e S2.
Para este caso, e para todos os seguintes, cuja altura da sapata é de 40 cm, a armadura mínima é de
5,42cm².
9.5.1.3 Sapatas S5 e S6
Neste caso, o cálculo será um pouco diferente devido à sapata ser excêntrica.
Tal como já foi explicado no capítulo dedicado às condicionantes da estrutura, por não se poder
ocupar o terreno contíguo às empenas este e oeste, estas sapatas terão um dimensionamento
específico. Assim, como a sapata é excêntrica, a biela comprimida irá ser mais inclinada do que se
fosse centrada, apenas permitindo dissipar a compressão para apenas um lado da sapata como se
pode observar no anexo A24.
S6
Dimensões [m]
Parede Sapata
lx 0,4 1
ly 21,31 23,31
Altura (min/max) 0,25 0,5
h 0,4
Tensões no solo
Nsd [kN] 6255,8
Nsd + ppsapata [kN] 6488,9
ı>N1Pð@ 278
ıadm [kN/m2] 400
Myy [kNm] 220,2
Cálculo da armadura
Direcção X Y
e 0,03 -
WJĮ 1,00 -
Ft [kN] 6488,90 -
As [cm²] 149,17 -
As/s [cm2/m] 6,40 -
As/s Adotada 7,54 -
Armadura inf. adotada Ø12 //0.15 Ø10//0.20
Armadura sup. adotada Ø10 //0.20 Ø10 //0.20
92
Esta sapata necessita de menos armadura do que os dois tipos de sapatas verificados
anteriormente. Isto é facilmente explicável, estando as sapatas S1, S2, S3 e S4 localizadas junto a
pontos de grande descarga de tensões no terreno como são o caso das paredes resistentes das
empenas norte e sul.
Nesta figura, R representa a reação total e M representa o momento binário total gerado pelas duas
forças, onde M=Nx0,3.
Assim, surge naturalmente a solução da adoção de um lintel de fundação de modo a poder absorver
este momento, ajudando também na compatibilização de deslocamentos da base da estrutura, ao
nível de fundação. Estes lintéis estarão orientados em x e vão unir as sapatas das paredes de
contenção às sapatas dos núcleos de elevadores e escadas.
Os cálculos para este elemento estrutural são feitos de maneira igual ao de uma viga corrente, com
as expressões que já foram utilizadas em capítulos anteriores deste trabalho. As dimensões para este
93
elemento estão limitadas pela altura das sapatas onde se tem de fazer a sua amarração. Assim,
adota-se uma viga quadrada com 40cm de lado.
ୱୢ total [kN] ୱୢ total [kN] Nº Lintéis ୱୢ /Lintel [kN] µ ୱ [cm2] ୱ adotado
6255,8 1876,74 7 268,1057 0,274 22,27 5Ø25
Tabela 104 - Cálculos relativos ao dimensionamento do lintel de fundação em relação ao esforço transverso
౩ ౩
ୱୢ /Lintel [kN] [cm²/m] adotado
ୱ ୱ
38,66 1,63 Ø8//0,25
De acordo com a expressão (40), a armadura de esforço transverso mínima a utilizar é de 3,51cm²/m.
Assim, verifica-se que é condicionante relativamente à realmente necessária para fazer face ao
esforço transverso.
9.6 Escadas
O dimensionamento das escadas foi feito tendo em conta que o patamar à altura do piso faz parte da
laje de piso. Assim, só se dimensiona o vão de escadas propriamente dito e o patamar a meia altura
do piso. Para o fazer, adota-se o seguinte modelo de cálculo
A inclinação do vão de escadas é de 33,5° e a altura de cada degrau é de 19,4cm. A altura da laje e
do patim de escadas mantém-se igual à da laje de piso, ficando com 22cm. Com estes dados,
determinam-se as cargas atuantes, que podem ser observadas na tabela 105.
94
Tabela 105 - Cargas para o dimensionamento do lanço e patamar de escadas
Utilizando a combinação fundamental, obtêm-se os esforços que podem ser observados na figura 67.
95
10 ORÇAMENTAÇÃO
Neste capítulo, pretende-se obter uma estimativa do custo total da estrutura do edifício.
Estes cálculos não têm em vista uma exatidão ao nível de um orçamento final, mas sim o objetivo de
se ter um valor indicativo para que o dono de obra possa ter uma ideia dos valores que no futuro lhe
serão apresentados pelos empreiteiros que participarem no concurso deste edifício.
Depois de terminado o processo de dimensionamento, foram medidas as quantidades de betão,
armadura ordinária e armadura de pré-esforço de todos os elementos, bem como as respetivas áreas
de cofragem. Foram também tidos em conta custos com escavações e massame. Apresentam-se na
tabela 107 as taxas de armadura para os elementos estruturais mais significativos.
Movimento de
Material/Serviço Aço Betão Pré-esforço Cofragem Terras Massame Total
Preços >¼@ 72527,96 123070,2 24470,86 84698,34 34899,53 3284,662 342951,5
96
11 CONCLUSÕES
Finalizado o trabalho, pode-se dizer que o mesmo permitiu a aplicação de vários conhecimentos
vindos de muitas das cadeiras relativas ao Mestrado em Engenharia Civil na especialidade de
Estruturas, permitindo um aprofundamento das mesmas e o tratamento de algumas matérias sobre
as quais o curso não incidiu de modo extensivo.
Ao longo do desenvolvimento deste trabalho foram tomadas algumas decisões de forma pragmática,
que poderiam ser otimizadas de alguma forma. O processo de dimensionamento e conceção
estrutural é feito de forma iterativa, sendo tomadas decisões praticamente irreversíveis ao longo do
seu percurso, verificando a satisfação dos critérios a que se propõem. Assim, muitas opções foram
deixadas de fora para que o trabalho pudesse seguir em frente. Na conceção de um edifício, o
perfeccionismo pode ser inimigo do projetista, já que ao querer melhorar-se localmente a estrutura,
pode-se estar a criar um problema novo de diferente natureza na mesma. De seguida referem-se
alguns aspetos que poderiam ser melhorados no trabalho com base nos resultados finais obtidos:
x Poderia ter sido experimentado uma redução na largura das vigas da cobertura, já que
acabou por se utilizar apenas um cabo de pré-esforço em cada uma. Assim, existiria uma
redução de peso neste elemento estrutural, podendo conduzir a uma maior redução em
relação ao número de cordões de pré-esforço em cada cabo.
x Embora se tenha encarado como um desafio o facto de a cobertura apenas apoiar nas
paredes resistentes de topo, se este assunto fosse tratado de uma forma estritamente
económica, ter-se-iam prolongado os núcleos de escadas e elevadores até ao nível da
cobertura não acessível, fazendo com que esta se encontrasse apoiada em mais pontos,
funcionando na direção x em flexão cilíndrica e consequentemente reduzindo bastante o
número de cordões de pré-esforço presentes nas vigas da cobertura.
x Podia ter sido feito um estudo comparativo entre a solução final com e sem vigas de
acoplamento. Decidiu utilizar-se vigas de acoplamento de modo a poder estudar-se um pouco
mais aprofundadamente esta matéria. No entanto, tal como foi explicado no seu respetivo
capítulo, tal não seria estritamente necessário já que este edifício nunca iria apresentar
problemas de deslocamentos devido à sua conceção estrutural de parede e à sua altura
relativamente baixa. Talvez fosse mais económico para a solução global abdicar destes
elementos, já que os mesmos se encontram fortemente armados, provavelmente não
compensando a redução na armadura que se observou nas paredes devido à sua utilização.
x Se ao início se soubesse o valor da interação de esforços nas paredes de topo devido ao
sismo e às cargas hiperstáticas do pré-esforço, seriam tomadas dimensões maiores em
ambas as direções de maneira a não obter uma armadura tão densa nos pilares fictícios para
verificar o critério de flexão desviada. Se assim fosse, as ancoragens de pré-esforço estariam
instaladas de uma maneira mais folgada, não obrigando a que os varões longitudinais nos
pilares fictícios das paredes exteriores estivessem tão próximos.
97
As taxas de armadura relativas aos núcleos de escadas e elevadores são mais baixas que o
esperado, mas tal pode ser explicado pelas suas grandes dimensões e pelo facto de a armadura nas
almas ser condicionada pela armadura mínima.
As sapatas têm momentos pouco significativos devido ao facto de existir um caixão de elevada
rigidez, constituído pelas paredes de contenção do edifício, que impede o deslocamento e a rotação
das mesmas aquando da ação sísmica. Se não houvesse a condição imposta de que as sapatas S5 e
S6 não podem ocupar os terrenos contíguos, a adoção de lintéis de fundação seria desnecessária.
Os esforços sísmicos fazem-se sentir maioritariamente ao nível do piso 0, a partir da altura em que os
deslocamentos têm liberdade para existir. Nota-se uma taxa de armadura relativamente baixa em
todas as sapatas.
O dimensionamento das paredes resistentes de topo permitiu chegar à conclusão de que a flexão
desviada é muito penalizadora num elemento estrutural, tendo o elemento resistente de ser
dimensionado praticamente para um valor muito superior do valor da resistência em cada direção do
que seria necessário caso funcionasse em flexão simples ou composta.
Foi entendida a importância que as paredes acopladas podem ter num edifício, especialmente se o
mesmo for dotado de grande altura, permitindo assim uma restrição aos deslocamentos das paredes,
elemento que deforma como uma consola, aumentando as deformações relativas entre pisos à
medida que se avança em altura. Estes conjuntos viga/parede aumentam a rigidez do edifício,
reduzindo o seu período fundamental e reduzindo os esforços na base das paredes. Os edifícios que
utilizam este sistema estrutural são também beneficiados aos olhos do EC8, sofrendo o coeficiente de
comportamento um ligeiro aumento, permitindo assim uma redução da aceleração horizontal dos
sismos de projeto.
Para alguns tipos de estruturas pode acontecer a situação atípica da não existência de um tipo de
sismo condicionante. Como se pôde observar, existiu um tipo de sismo condicionante de projeto em
cada uma das direções, resultante da mobilização de massa em modos de vibração de período
reduzido.
98
A execução das pormenorizações ao mesmo tempo do seu dimensionamento revelou-se importante,
sendo feitas no momento as alterações necessárias para não serem criados problemas de disposição
das armaduras.
Refere-se ainda que não foram tidas preocupações a nível de comprimentos de emenda, já que foi
considerado que tal seria uma pormenorização demasiado exaustiva para o trabalho em questão. No
entanto essa tarefa é de extrema importância, sendo indispensável ao nível de qualquer projeto de
execução. Aplica-se o mesmo raciocínio às armaduras específicas nas ancoragens de pré-esforço,
que não foram analisadas nem dimensionadas no presente trabalho.
Devido às restrições de tamanho do documento também não foi verificada a segurança ao fogo. No
entanto, devido aos recobrimentos e aos tipos de elementos estruturais utilizados, não se crê que tal
análise venha alterar significativamente o dimensionamento efetuado.
Todos os projetos em engenharia civil devem ter um fundo de consciência ambiental e promover a
sustentabilidade. Ao nível de projeto, essa consciência reflete-se na preocupação em controlar os
recursos utilizados e promover a flexibilidade de adaptação a novas funções/utilizações, evitando
assim a necessidade de construção nova. Em fases mais avançadas do projeto seria benéfico ter
algumas preocupações em obra, como a de redução de consumo de energia e emissões poluentes e
a utilização e aproveitamento de desperdícios e produtos de demolição de outras obras.
Refere-se que em várias situações foi preterido o aspeto económico pela facilidade de disposição de
armaduras em obra, sendo o exemplo mais significativo o das lajes. Optou-se pela utilização de uma
malha com espaçamentos com números redondos, um pouco folgada em certas zonas para os
esforços que lá se observam.
Este edifício não é um exemplo de economia em engenharia civil. O seu preço vê-se muito
inflacionado pelo exagero de paredes resistentes utilizado e pelos grandes vãos que se observam
nas lajes, exigindo grandes volumes de betão e armadura. Por um preço muito mais baixo seria feito
outro com as mesmas características de utilização, sem tantas paredes resistentes e implementando
pilares no interior das lajes, reduzindo assim significativamente os seus vãos. No entanto, edifícios
como este, que fogem à regra da simplicidade e do comum são muito importantes para o avanço da
área de estruturas, permitindo o estudo de características singulares que não são vistas na maioria
dos edifícios.
Considera-se que os objetivos propostos para a tese foram cumpridos, tendo sido efetuado um
projeto de estrutura compatível com o projeto de arquitetura, sendo economicamente competitivo
dadas as suas características e, apesar de não ser estritamente necessário, tendo-se sempre
respeitado os códigos propostos e as regras de boa prática do dimensionamento de estruturas.
99
100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] EN 1992-1-1:2010;"Eurocódigo 2 - Projecto de estruturas de betão, Parte 1-1: Regras gerais e
regras para edifícios", CEN, Brussels
[5] APPLETON, J.; MARCHÃO, C.; CAMARA, J., COSTA, A.; ALMEIDA, J.; CRUZ, S. -
"ESTRUTURAS DE BETÃO II - FOLHAS DE APOIO ÀS AULAS ", Departamento de Engenharia Civil,
IST, Lisboa, 2013
[8] PRADONO, M. H., WIJANTO, S. - "Some Differences Between Coupled wall and cantilever wall
structures. 12WCEE 2000: 12th World Conference on Earthquake Engineering (Upper Hutt, N.Z)",
Sunday 30 January - Friday 4 February, Auckland, New Zealand, 8.
[9] ASCE.- Recommendations for seismic Design of Hybrid Coupled Walls, ASCE Composite
Construction Committee, Version 8 Draft
[12] APPLETON, J.; MARCHÃO, C.; CAMARA, J., COSTA, A.; ALMEIDA, J.; CRUZ, S. -
"ESTRUTURAS DE BETÃO I - FOLHAS DE APOIO ÀS AULAS", Departamento de Engenharia Civil,
IST, Lisboa, 2013
[14] COSTA, A. - "Projeto de estruturas para resistência aos sismos, EC8-1, Regras específicas para
edifícios de betão", A2P, Lisboa - Ordem dos Engenheiros, 2011
[15] COSTA, A. - "Projeto de estruturas para resistência aos sismos, EC8-1, Exemplo de aplicação 2",
A2P, Lisboa - Ordem dos Engenheiros, 2011
[16] APPLETON, J. - "Notas sobre Desenho de Projecto", Departamento de Engenharia Civil, IST,
2012
101
102
ANEXOS
103
ANEXO A2 - Áreas de influência nas lajes de cobertura consideradas para
efeitos de pré-dimensionamento de elementos verticais
104
ANEXO A3 - Deformadas devido ao sismo do tipo 1 para o edifício com e sem
vigas de acoplamento
105
ANEXO A4 - Períodos, modos de vibração e fatores de participação de massa
Tabela A4.1 - Modos de vibração do 1 ao 35 e suas características
106
Tabela A4.2 - Modos de vibração do 36 ao 70 e suas características
107
ANEXO A5 - Diagramas de momento fletor das lajes de cobertura
108
ANEXO A6 - Cálculos de dimensionamento da laje de cobertura
Tabela A6 - Cálculos de dimensionamento da laje de cobertura
109
ANEXO A8 - Cálculo das deformações da laje de cobertura
Tabela A8 - Cálculos das deformações da laje de cobertura
110
ANEXO A10 - Características e dimensões dos cabos e ancoragens de pré-
esforço utilizados
111
Figura A10.3 - Bainhas de pré-esforço e suas dimensões
Figura A11 - Esquema de forças para a verificação de arrancamento de armadura longitudinal no apoio
(adaptado de [12])
112
ANEXO A12 - Deformações na viga de acoplamento da cobertura (VAC) pelo
método dos coeficientes globais
Tabela A12 - Deformações na viga de acoplamento da cobertura (VAC) pelo método dos coeficientes globais
113
ANEXO A13 - Controlo indireto da fendilhação para a viga de acoplamento da
cobertura
Piso Elevado
Mcqp [kNm] 165,77
Mcr [kN.m/m] 145
As1 [cm2] 6,03
As2 [cm2/m] 6,03
ȡ 0,0021
ȕ 1
Į 15
Cs 31,21
ıs [MPa] 244,8
wk [mm] 0,3
Ø* [mm] 16
smax [mm] 150
Máximo Ø utilizado [mm] 16
smax utilizado [mm] 200
114
ANEXO A14 - Deformações na viga de acoplamento (VA) pelo método dos
coeficientes globais
Tabela A14 - Cálculo de eformações na viga de acoplamento (VA) pelo método dos coeficientes globais
į୲୭୲ୟ୪ǡୣ୪ୱ୲୧ୡୟ [m]
0,0013
į୮୮ [m]
0,0007
ǻį>P@ 0,0006
ȡ 0,00331
ȡ 0,00331
ȕ 0,500
Į 6,06
Įȡ 0,0200
Ș 0,93
115
ANEXO A15 - Diagramas de momento fletor e esforço transverso para os
núcleos N1,N2 e N3 relativos à combinação sísmica
i) ii)
Figura A15.1 - Dagrama de momento fletor i) e diagrama de esforço transverso ii) correspondente a N1
116
i) ii)
Figura A15.2 - Dagrama de momento fletor i) e diagrama de esforço transverso ii) correspondente a N2 e N3
117
ANEXO A17 - Diagramas de momento fletor e esforço transverso para os
núcleos N4,N5 e N6 relativos à combinação sísmica
i) ii)
Figura A17.1 - Dagrama de momento fletor i) e diagrama de esforço transverso ii) correspondente a N4 e N5
118
i) ii)
Figura A17.1 - Dagrama de momento fletor i) e diagrama de esforço transverso ii) correspondente a N6
119
ANEXO A19 - Diagramas de momento fletor das paredes resistentes de topo
Figura A19.1 - Diagrama de momento fletor na direção y das paredes de topo para a combinação sísmica
Figura A19.2 - Diagrama de momento fletor na direção x das paredes de topo exteriores para a combinação
sísmica
120
ANEXO A20 - Desenho esquemático da disposição da armadura nos pilares
fictícios das paredes de topo exteriores
Figura A20 - Desenho esquemático da disposição da armadura nos pilares fictícios das paredes de topo
exteriores
121
ANEXO A21 - Esforços observados nas paredes de topo ao nível do 4º Piso
Tabela A21 - Valores dos Esforços observados nas paredes de topo ao nível do 4º Piso
Parede Envolvente Msd,x [kNm] Msd,y [kNm] Nsd [kN] Nc,máx [kN] NT,máx [kN]
máx 608,3 192,6 -928,7 -465,35 -463,35
P1
min 477,1 -206,2 -1238,6 -620,37 -618,23
máx 39,5 274,1 -524,5 -263,67 -260,83
P2
min 10,16 -303,55 -798 -400,58 -397,42
máx 38,9 162,55 -557,6 -279,64 -277,96
P3
min 9,9 -416,75 -823,2 -413,76 -409,44
máx 630,16 181,25 -865,1 -433,49 -431,61
P4
min 499,6 -322,35 -1168,9 -586,12 -582,78
máx -549,8 437,15 -830 -417,27 -412,73
P5
min -677,5 -237,5 -1203 -602,73 -600,27
máx -36,8 529,25 -586,3 -295,90 -290,40
P6
min -68,9 -248,7 -923 -462,79 -460,21
máx -36,2 408 -537 -270,62 -266,38
P7
min 68,3 -371,85 -875,9 -439,88 -436,02
máx -529,6 380,15 -882,1 -443,02 -439,08
P8
min -656,2 -292,2 -1255,8 -629,42 -626,38
Ash/s Ash/s
Ved V´Ed Ash/s Ash/s
Ash,min /s [cm2] ramo adotada/ramo
[kN] [kN] [cm2] adotada
Direção [cm2] [cm2]
P1, P4 x 210 315 4,00 5,17 2,59 Ø10//0.15 5,24
P5 e P8 y 391,9 587,85 20,00 38,61 4,82 Ø10//0.15 5,24
P2, P3, x 181,9 272,85 4,00 4,48 2,24 Ø8//0,20 2,51
P6 e P7 y 52 78 20,00 5,12 0,64 Ø8//0.20 2,51
122
ANEXO A23 - Resultados de dimensionamento das sapatas
S8
Dimensões [m]
Parede Sapata
lx 0,4 1,5
ly 3,48 4,8
Altura (min/max) 0,275 0,55
h 0,4
Tensões no solo
Nsd [kN] 1881,9
Nsd + ppsapata [kN] 1953,9
ı>N1Pð@ 271
ıadm [kN/m2] 400
Mxx [kNm] 0,0
Cálculo da armadura
Direcção X Y
e 0,00 -
WJĮ 0,59 -
Ft [kN] 1655,39 -
As [cm²] 38,05 -
As/s [cm2/m] 7,93 -
ୱ Adoptada 10,05 -
Armadura inf. adotada Ø16//0.20 Ø12//0.20
Armadura sup. adotada Ø12//0.20 Ø10//0.20
123
Tabela A23.2 - Resultados do dimensionamento da sapata S9
S9
Dimensões [m]
Pilar Sapata
lx 4,1 6,1
ly 0,635 2
Altura (min/max) 0,34125 0,6825
h 0,5
Tensões no solo
Nsd [kN] 2633,2
Nsd + ppsapata [kN] 2785,7
ı>N1Pð@ 228
ıadm [kN/m2] 400
Cálculo da armadura/m
Direcção X Y
WJĮ - 1,32
Ft [kN] - 998,42
As [cm²] - 22,95
As/s [cm2/m] - 3,76
ୱ Adoptada - 3,93
Armadura inf. adotada Ø10//0.20 Ø10//0.20
Armadura sup. adotada Ø10//0.20 Ø10//0.20
124
Tabela A23.3 - Resultados do dimensionamento da sapata S10
S10
Dimensões [m]
Pilar Sapata
lx 0,235 2
ly 6 8
Altura (min/max) 0,44125 0,8825
h 0,5
Tensões no solo
Nsd [kN] 4697,8
Nsd + ppsapata [kN] 4897,8
ı>N1Pð@ 306
ıadm [kN/m2] 600
Cálculo da armadura/m
Direcção X Y
WJĮ 1,02 -
Ft [kN] 2303,23 -
As [cm²] 52,95 -
As/s [cm2/m] 6,62 -
ୱ Adoptada 7,54 -
Armadura inf. adotada Ø12//0.15 Ø10//0.20
Armadura sup. adotada Ø10//0.20 Ø10//0.20
125
Tabela A23.4 - Resultados do dimensionamento da sapata S12
S12
Dimensões [m]
Pilar Sapata
lx 0,235 2
ly 3 4
Altura (min/max) 0,44125 0,8825
h 0,5
Tensões no solo
Nsd [kN] 2604,8
Nsd + ppsapata [kN] 2704,8
ı>N1Pð@ 338
ıadm [kN/m2] 400
Cálculo da armadura/m
Direcção X Y
WJĮ 1,02 -
Ft [kN] 1277,08 -
As [cm²] 29,36 -
As/s [cm2/m] 7,34 -
ୱ Adotada 7,54 -
Armadura inf. adotada Ø12//0.15 Ø10//0.20
Armadura sup. adotada Ø10//0.20 Ø10//0.20
126
Tabela A23.5 - Resultados do dimensionamento da sapata S14
S14
Dimensões [m]
Pilar Sapata
lx 4,1 5,6
ly 0,235 1,5
Altura (min/max) 0,31625 0,6325
h 0,5
Tensões no solo
Nsd [kN] 3015,8
Nsd + ppsapata [kN] 3120,8
ı>N1Pð@ 372
ıadm [kN/m2] 400
Cálculo da armadura/m
Direcção X Y
WJĮ - 1,42
Ft [kN] - 1059,72
As [cm²] - 24,36
As/s [cm2/m] - 4,35
ୱ Adotada - 5,65
Armadura inf. adotada Ø10//0.20 Ø12//0.20
Armadura sup. adotada Ø10//0.20 Ø10//0.20
127
Tabela A23.6 - Resultados do dimensionamento da sapata S15
S15
Dimensões [m]
Pilar Sapata
lx 4,1 6,1
ly 0,235 1
Altura (min/max) 0,19125 0,3825
h 0,4
Tensões no solo
Nsd [kN] 847,5
Nsd + ppsapata [kN] 908,5
ı>N1/m²] 149
ıadm [kN/m2] 400
Cálculo da armadura/m
Direcção X Y
WJĮ - 1,88
Ft [kN] - 225,12
As [cm²] - 5,18
As/s [cm2/m] - 0,85
As Adotada - 5,65
Armadura inf. adotada Ø10//0.20 Ø12//0.20
Armadura sup. adotada Ø10//0.20 Ø10//0.20
128
ANEXO A24 - Esquema de equilíbrio de forças nas sapatas excênctricas S5 e
S6
129
Tabela A25.2 - Quantidades necessárias de escavação e massame
Volume [m³]
Escavação 3489,95
Massame 65,69
130
LISTA DE PEÇAS DESENHADAS
Peça Nº Desenho
Arquitetura
Planta
1/12 Corte transversal
Dimensionamento
Planta de fundações
2/12 Planta de piso enterrado
Dimensionamento
Planta de piso enterrado
3/12 Planta de cobertura
Dimensionamento
4/12 Cortes
5/12 Pré-Esforço
Betão Armado
Sapatas
6/12 Paredes de contenção
Betão Armado
Armadura das lajes de piso
7/12 enterrado
Betão Armado
Armadura das lajes de piso
8/12 elevado
Betão Armado
9/12 Núcleos
Betão Armado
10/12 Paredes de topo
Betão Armado
Vigas
11/12 Escadas
Betão Armado
Armadura da laje de
cobertura
12/12 Vigas da cobertura
131
ARQUITETURA -CORTE TRANSVERSAL ARQUITETURA - PLANTA DE PISO TIPO
ESCALA 1:100 ESCALA 1:100
Tese de Mestrado
Arquitetura
Planta
Corte Transversal Trabalho realizado por:
ESC.: 1/100
Data: Abril/2015
1/12
PLANTA DE PISO ENTERRADO TIPO
ESCALA 1:100 ESCALA 1:100
A B C D E F G H
9.24 9.24
92,39 S7
92,39 S8
1.95 1.95
3.89 0.40 0.40
0.40 0.40
92,39 0.60 92,39
0.64
2
2.00 2.00
92,39 S9 0.77 4.90 0.40
0.24
0.40 0.40
92,39 92,39
0.24
2.00 S10 S11 2.00
8.00
92,39 92,39 6.00
0.40 0.40
92,39 92,39
92,39 S6
92,39
92,39
1.90 1.90
4
S12 0.67
0.40 S13 0.40
92,39 90,99 5.00 90,99 92,39
3.00
0.88 0.88
0.40 0.40
1.90 1.90
0.24 0.63
0.40 0.40
S14 90,99 0.63 5
92,39 92,39
5.87
2.00 2.00
0.40 0.40 7
0.80 0.80 0.40 0.40
9.24 9.24
Tese de Mestrado
Dimensionamento
7.24 7.24
1
P1 VA P2 P3 VA P4 P1 VAC P2 P3 VAC P4
3.89
2 7.24 4.10
N1
0.53
VB
VB 21.31
4.80
4
0.67
N4 N5
VCC
VCC
VCC
VCC
VEC
VEC
VEC
VEC
3.00
5 N6
2.35
1.68 1.68
2.08
0.40 1.64 0.40 0.40 1.64 0.40
P5 VA P6 P7 VA P8 P5 VAC P6 P7 VAC P8
7
3.24 3.24
Tese de Mestrado
Dimensionamento
Planta de piso elevado
Planta da cobertura ESC.: 1/100
Trabalho realizado por:
Data: Abril/2015
3/12
CORTE A-A' CORTE B-B'
ESCALA 1:50 ESCALA 1:100
8.00
0.40 0.24
2.77 0.24 0.40 0.24
2.43 92,75
92,75
92,39 1.00
0.16
0.35
0.20 1.40
90,99
0.40 2.00 1.00
2.00
1.40
90,99
0.50 1.50
5.00
#8//0,15
TERRA COMPACTADA
A
B B'
0.24
A'
111,25 PISO 3
D D'
N1
104,25 PISO 1
N6
P5 P6 P7 P8
96,75 PISO -1
C'
92,75 PISO -2
Tese de Mestrado
Dimensionamento
Cortes
ESC.: 1/100
Trabalho realizado por:
Data: Abril/2015
4/12
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
ESCALA 1:50
21.31
y
x
0,66 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,66
0,650
0,556
0,498
0,419
0,349
0,288
0,237
0,196
0,163
0,141
0,127
0,120
0,127
0,141
0,163
0,196
0,237
0,288
0,349
0,419
0,498
0,556
0,650
[m]
viga ao eixo do cabo
QUADRO DE MATERIAIS
ESCALA 1:100
GERAL C30/37; XC4; Cl 0,40; Dmax 25mm; S3
LAJES C30/37; XC1; Cl 0,40; Dmax 25mm; S3
21.31
y
x RECOBRIMENTOS
LAJES 3,0cm
VIGAS 4,0cm
0,66 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,66
0,450
0,410
0,366
0,306
0,262
0,225
0,193
0,166
0,146
0,131
0,123
0,120
0,123
0,131
0,146
0,166
0,193
0,225
0,262
0,306
0,366
0,410
0,450
[m]
viga ao eixo do cabo
ESCALA 1:100
21.31
0,66 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,66
0,960
0,859
0,719
0,593
0,482
0,386
0,304
0,238
0,186
0,150
0,127
0,120
0,127
0,150
0,186
0,238
0,304
0,386
0,482
0,593
0,719
0,859
0,960
[m]
viga ao eixo do cabo
Tese de Mestrado
ESC.: 1/100
Trabalho realizado por:
Data: Abril/2015
5/12
CORTE SAPATA S3 E S4
CORTE SAPATA S5 e S6
CORTE TRANSVERSAL CORTE SAPATA S1 E S2 ESCALA 1:20
ESCALA 1:20
ESCALA 1:20
ESCALA 1:30 0.40
lbd [m]
0.40
0.40
8 0,42
10 0,52
12 0,62
16 0,83
20 1,04
0.40
25 1,29
com 0,05 m de 0.40
0.50
espessura
com 0,05 m de
espessura
com 0,05 m de
espessura
1.50
1.00
2.00
ESCALA 1:20
0.40 0.50
0.50
com 0,05 m de com 0,05 m de
espessura espessura
com 0,05 m de
espessura
1.50
2.00 2.00
6.00
4.00
QUADRO DE MATERIAIS
CORTE SAPATA S14 CORTE SAPATA S15
ESCALA 1:20 ESCALA 1:20
GERAL C30/37; XC4; Cl 0,40; Dmax 25mm; S3
LAJES C30/37; XC1; Cl 0,40; Dmax 25mm; S3
0.30 0.40 0.30
0.63 0.24 0.63
ESCALA 1:20
0.40 RECOBRIMENTOS
0.50 0.40
LAJES 3,0cm
com 0,05 m de VIGAS 4,0cm
com 0,05 m de espessura 0.40
espessura
1.50 1.00
Tese de Mestrado
Sapatas
ESC.: 1/20
Trabalho realizado por:
Data: Abril/2015
6/12
5.50 5.50
1.00 1.00
1.00 1.00
#10//0,20
1.00 1.00
2.50 2.50
#10//0,20
#10//0,20 #10//0,20
QUADRO DE MATERIAIS
CORTE A-A'
PISO -1
ESCALA 1:20 CORTE A-A'
PISO 0 RECOBRIMENTOS
ESCALA 1:20
LAJES 3,0cm
VIGAS 4,0cm
0.22
c/5m
c/5m
Tese de Mestrado
Data: Abril/2015
7/12
C'
1.50 2.25 2.25 1.50
1.00
1.00
B B'
1.00 1.00
6.00 6.00
A A'
1.00 1.00
QUADRO DE MATERIAIS
4.00 4.00
RECOBRIMENTOS
#10//0,20
#10//0,20 #10//0,20 LAJES 3,0cm
VIGAS 4,0cm
Estribos
EST.
0.44
c/6m
Tese de Mestrado
Armadura das lajes de
piso elevado ESC.: 1/100
Trabalho realizado por:
Data: Abril/2015
8/12
0.30
114,75
114,75 0.24
0.22
111,25
111,25
3.50
0.24 0.24 3.50
107,75
107,75 PISO -2 a PISO -1 E PISO 2 a PISO 3
7.22 0.24
7.22
PISO 4
0.14
3.50
3.50
0.45
104,25
104,25
0.16
PISO -2 a PISO -1 E PISO 2 a PISO 3
0.18 6.00
PISO 4
3.50
3.50
100,75
100,75
CINTAS 3.00
7.50 CINTAS
7.50
4.00
4.00
0.20
96,75
96,75
0.21
0.10
4.00 0.14
CINTAS 4.00
CINTAS 4.14
0.19 0.20
5.54
92,75 0.90
92,75
4.10
0.20
0.14 0.24
QUADRO DE MATERIAIS
ESC.: 1/25
Trabalho realizado por:
LAJES 3,0cm 9/12
VIGAS 4,0cm Data: Abril/2015
0.16 0.16
0.26 0.26
0.40 0.40
FORA DA ZONA
Zona Corrente
PISO 0 AO PISO 3
3.50
ESCALA 1:20
P1,P4,P5 e P8
3.00 CINTAS 114,75
0.60 0.80 0.60 7.00
P2,P3,P6 e P7
0.16 0.16 0.16 CINTAS
ZONA 3.50
0.08
CINTAS 0.40
111,25
100,75
3.50
107,75
Zona Corrente
CINTAS
ARMADURA QUADRO DE MATERIAIS
7.50
VERTICAL
2.00
104,25
CINTAS
100,75 LAJES 3,0cm
0.60 0.80 0.60 5.22
VIGAS 4,0cm
Tese de Mestrado
Paredes de topo
ESC.: 1/100
Trabalho realizado por:
Data: Abril/2015
10/12
CORTE B-B'
ESCALA 1:50 VIGA DE EXTREMIDADE DACOBERTURA (VEC)
ESCALA 1:20 ESCALA 1:50
B
C
0.90 0.90
0.90 0.90
0.30 0.30 0.90
EST. EST. EST. EST.
0.30 0.30
0.30 0.30 EST. EST. EST. EST.
0.90
0.30
VAC VAC
CABO 19C15
B'
C'
A Zona Corrente
1.20 1.20
0.50 0.50
1.20
EST. EST. EST. EST.
0.90
CABO 19C15
CABO 22C15
0.60
ESCALA 1:20
QUADRO DE MATERIAIS
lbd [m]
GERAL C30/37; XC4; Cl 0,40; Dmax 25mm; S3 8 0,42 PORMENOR DOS DEGRAUS 0.55
LAJES C30/37; XC1; Cl 0,40; Dmax 25mm; S3 ESCALA 1:20
10 0,52
12 0,62 0.18
0.29 0.55
16 0,83
0.44
20 1,04
25 1,29
RECOBRIMENTOS
LAJES 3,0cm
VIGAS 4,0cm
1.64
3.41
0.55
0.55
Tese de Mestrado
0.44
Vigas
Escadas Trabalho realizado por:
ESC.: 1/50
Data: Abril/2015
11/12
0.30
EST. 8//0,07
VCC
0.40
c/10m
CORTE B-B'
VIGA DE ACOPLAMENTO DA
A A'
COBERTURA (VAC)
ESCALA 1:20
0.10
QUADRO DE MATERIAIS
RECOBRIMENTOS
0.30
c/1m c/1m
LAJES 3,0cm
VIGAS 4,0cm
CORTE A-A'
LAJE E VIGAS DE COBERTURA (VEC E VCC)
ESCALA 1:20
7.24
0.90
Tese de Mestrado
CABO 19C15 CABO 22C15 CABO 22C15 CABO 19C15 Armadura laje de cobertura
Vigas da cobertura ESC.: 1/100
Trabalho realizado por:
Data: Abril/2015
12/12