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20pp-2012-A Memoria A Historia o Esquecimento PDF
20pp-2012-A Memoria A Historia o Esquecimento PDF
Reitor
Fernando Ferreira Costa
Conselho Editorial
Presidente
Paulo Franchetti
Alcir Pécora – Christiano Lyra Filho
José A. R. Gontijo – José Roberto Zan
Marcelo Knobel – Marco Antonio Zago
Sedi Hirano – Silvia Hunold Lara
A M EMÓR I A, A H I STÓR I A,
O E S Q U E C I M E N T O
cdd 153.1
isbn 978-85-268-0777-8 901
5a reimpressão, 2012
Editora da Unicamp
Rua Caio Graco prado, 50 – Campus Unicamp
cep 13083-892 – Campinas – sp – Brasil
Tel./Fax: (19) 3521-7718/7728
www.editora.unicamp.br – vendas@editora.unicamp.br
E sta coleção reúne obras que são referência nos estudos da memória. Visando di-
vulgar e aprofundar esse campo de pesquisa, a coleção tem um caráter interdis-
ciplinar e circula entre a teoria literária, a história e o estudo das diferentes artes. Suas
obras abrem a perspectiva de uma visada singular sobre a cultura como um diálogo e
um embate entre diversos discursos mnemônicos e registros da linguagem.
Advertência ........................................................................................................................................17
I
DA M EMÓR I A E DA R EM I N I SCÊNCI A
1 Memória e Imaginação ........................................................................................................... 25
Nota de orientação ..................................................................................................................... 25
I. A herança grega ...................................................................................................................... 27
1. Platão: a representação presente de uma coisa ausente ...................................... 27
2. Aristóteles: “A memória é do passado” ..................................................................... 34
II. Esboço fenomenológico da memória ......................................................................... 40
III. A lembrança e a imagem ................................................................................................. 61
II
H I STÓR I A / EPI ST EMOLO GI A
Prelúdio ............................................................................................................................................. 151
A história: remédio ou veneno? ....................................................................................... 151
III
A CON DIÇÃO H I STÓR ICA
Prelúdio ............................................................................................................................................. 303
O fardo da história e o não-histórico ............................................................................ 303
3 O Esquecimento.......................................................................................................................... 423
Nota de orientação ..................................................................................................................... 423
EPÍLOGO
O PERDÃO DI F ÍCI L
Í N DICE S
Índice temático .............................................................................................................................. 517
Índice dos nomes e das obras citadas ................................................................................ 523
E
sta pesquisa tem origem em diversas preocupações, umas pessoais, outras pro-
fissionais e outras, finalmente, que eu chamaria de públicas.
Preocupação pessoal: para nada dizer do olhar dirigido agora a uma longa
vida — Réflexion faite —, trata-se aqui de uma volta a uma lacuna na problemática
de Tempo e Narrativa e em Si mesmo como um outro, em que a experiência temporal e a
operação narrativa se enfrentam diretamente, ao preço de um impasse sobre a me-
mória e, pior ainda, sobre o esquecimento, esses níveis intermediários entre tempo e
narrativa.
Consideração profissional: esta pesquisa reflete uma convivência com trabalhos,
seminários e colóquios organizados por historiadores profissionais confrontados com
os mesmos problemas relativos aos vínculos entre a memória e a história. Este livro
prolonga, assim, um colóquio ininterrupto.
Preocupação pública: perturba-me o inquietante espetáculo que apresentam o ex-
cesso de memória aqui, o excesso de esquecimento acolá, sem falar da influência das
comemorações e dos erros de memória — e de esquecimento. A idéia de uma política
da justa memória é, sob esse aspecto, um de meus temas cívicos confessos.
Esta obra comporta três partes nitidamente delimitadas pelo tema e pelo méto-
do. A primeira, que enfoca a memória e os fenômenos mnemônicos, está sob a égide
da fenomenologia, no sentido husserliano do termo. A segunda, dedicada à história,
procede de uma epistemologia das ciências históricas. A terceira, que culmina numa
meditação sobre o esquecimento, enquadra-se numa hermenêutica da condição histó-
rica dos seres humanos que somos.
Cada uma dessas partes se desenvolve segundo um percurso orientado, que as-
sume, a cada vez, um ritmo ternário. Assim, a fenomenologia da memória inicia de-
liberadamente por uma análise voltada para o objeto de memória, a lembrança que
temos diante do espírito; depois, ela atravessa o estágio da busca da lembrança, da
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Outra observação: evoco e cito, muitas vezes, autores que pertencem a épocas dife-
rentes, mas não faço uma história do problema. Convoco um autor ou outro de acordo
com a necessidade do argumento, sem atentar para a época. Este me parece ser o di-
reito de todo leitor diante do qual todos os livros estão abertos ao mesmo tempo.
Finalmente, devo admitir que não tenho uma regra fixa para o uso do “eu” e do
“nós”, com exceção do “nós” de autoridade e majestático? Digo de preferência “eu”
quando assumo um argumento e “nós” quando espero arrastar comigo meu leitor.
Que navegue, pois, nosso veleiro de três mastros!
PAUL RICŒUR
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