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Na Substituição, o substituto comparece em juízo, como autor ou réu, em seu

próprio nome, mas defesa de direito do substituído; autor ou réu, será o


substituto e não o substituído. Será, portanto no sentido exato da palavra. Se
sucumbir, será ele o condenado nas custas processuais e honorários
advocatícios. Em singelas palavras, a substituição é defender direito alheio em
nome próprio.
Ex.: Ocorre a substituição processual na hipótese de ação penal privada
subsidiária da pública quando o ofendido postula no pólo ativo, onde deveria
estar o MP, a princípio.
Na Sucessão, ocorre uma modificação subjetiva da lide; uma das partes é
sucedida por outra pessoa, no processo, ocupando a mesma posição na relação
processual. Um terceiro, que não integrava a relação processual, passa a
integrá-la na condição de sucessora da parte originaria. Assim, se, no curso de
uma ação reivindicatória, falece o autor ou o réu, os seus herdeiros irão sucedê-
lo no processo, formando-se muitas vezes um litisconsórcio, ativo ou passivo,
conforme hipótese.
Art. 31 CPP- No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Código de Processo Penal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm>. Acesso em:
25 set. 2019.
BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal. 4 ed. – São Paulo: Saraiva,
2009.
JULGADOS
● I - O ajuizamento da ação penal privada pode ocorrer após o decurso do
prazo legal, sem que seja oferecida denúncia, ou promovido o
arquivamento, ou requisitadas diligências externas ao Ministério Público.
Diligências internas à instituição são irrelevantes;
II - A conduta do Ministério Público posterior ao surgimento do direito de
queixa não prejudica sua propositura. Assim, o oferecimento de denúncia,
a promoção do arquivamento ou a requisição de diligências externas ao
Ministério Público, posterior ao decurso do prazo legal para a propositura
da ação penal não afastam o direito de queixa. Nem mesmo a ciência da
vítima ou da família quanto a tais diligências afasta esse direito, por não
representar concordância com a falta de iniciativa da ação penal pública.
[Tese definida no ARE 859.251 RG, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 16-4-2015,
DJE 94 de 21-5-2015, Tema 811.]

Jurisprudência selecionada
● Hipótese de legitimidade do assistente de acusação para a interposição
do recurso extraordinário: a omissão do Ministério Público autoriza o
servidor público ofendido em sua honra a oferecer tal recurso

A questão preliminar, portanto, é a seguinte: tendo o ofendido optado pela ação


penal pública condicionada, ao invés da ação penal privada, e tendo integrado a
lide como assistente de acusação, é admissível seu recurso extraordinário
interposto em ação de habeas corpus? Estimo que a resposta há de ser positiva,
a despeito da Súmula 208 desta Corte e que assim dispõe: (...). Isso porque, a
orientação atual desta Corte, que admitiu, a partir do julgamento do INQ 726-
AgR, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 29-4-1994, a legitimidade concorrente
tanto do ofendido, para promover a ação penal privada, quanto do Ministério
Público, para a ação pública condicionada, quando se cuidar de ofensa "propter
officium", certamente levou em consideração o fato de que o legislador ao dar
ao Ministério Público a atribuição de se substituir ao servidor, no exercício da
ação, teve em bista não sobrecarregar a ele (servidor) como ônus do processo.
Trata-se, portanto, de um benefício concedido ao servidor que poderá optar ou
pela queixa privada ou pela representação ao Ministério Público. Disso resulta
que a opção mencionada, não poderá, de forma alguma, prejudicar o servidor
ofendido. Vale dizer, fazendo a opção pela representação, eventual inércia do
Ministério Público, nos prazos previstos nos art. 40, § 1º da Lei 5.250/1967 e 46
do Código de Processo Penal, ou até mesmo sua recusa em propor a ação
penal, não impedirá que o próprio ofendido se socorra da queixa privada, como
já decidiu o plenário desta Corte no julgamento da AO 191, rel. min. Marco
Aurélio, DJ 17-6-1994. Tudo porque o ofendido é o maior interessado na
preservação da própria honra, cuja inviolabilidade é assegurada
constitucionalmente (CF, art. 5º, X).
[RE 387.974, rel. min. Ellen Gracie, 2ª T, j. 14-10-2003, DJ de 26-3-2004.]
● Inadmissibilidade de recurso extraordinário apresentado pelo assistente
de acusação

Diversamente do que sucede nessa última espécie - a ação privada subsidiária


- não pode o assistente ser considerado parte, pelo menos no sentido próprio,
de elemento indispensável ao processo, sendo quando muito, parte contingente,
adjunta ou adesiva como costumam denominá-la os autores especializados.
Fazem-se sentir os efeitos de tal distinção, também no âmbito do Código de
Processo Penal comum, onde não se acha, v.g., qualificado o assistente para
recorrer da sentença que decreta a absolvição sumária, nos crimes de
competência do Tribunal do Júri (artigos 271, 411 e 584 do CPP). Não cabe,
igualmente, recurso (mesmo ordinário) da decisão concessiva de habeas corpus,
embora suscetível de operar o trancamento da ação penal (Súmula 208 do STF).
O mesmo se observa a propósito da inadmissibilidade do extraordinário
manifestado pelo assistente, contra acórdão absolutório, proferido em revisão
criminal (cfr. Re 59.995, RTJ 36/459 e RE 76.848, RTJ 70/500).
[RMS 23.285, rel. min. Octavio Gallotti, 1ª T, j. 20-4-1999, DJ de 3-9-1999.]

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