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para a recuperação física e psíquica do indivíduo. Vários estudos apontam para uma
diminuição do tempo médio de sono, da ordem de hora e meia, relativamente ao início
do século passado.
Por outro lado, nos países europeus o aumento dos gastos com os «medicamentos para
dormir» é uma realidade e constitui uma preocupação crescente.
A insónia pode afectar cerca 69% dos doentes de uma consulta de Clínica Geral e,
apesar de afectar milhões de pessoas em todo o mundo, esta doença continua a ser
sub-diagnosticada, razão pela qual muitos doentes não recebem o tratamento
adequado.
Pode ainda ser definida como uma dificuldade em iniciar o sono (insónia inicial),
dificuldade em manter o sono (insónia intermédia), acordar muito cedo (insónia terminal)
ou, embora com menor frequência, por uma queixa de sono não restaurador ou de má
qualidade.
Quanto à duração, a insónia pode ser aguda (duração inferior a quatro semanas) ou
crónica (duração superior a quatro semanas) com os sintomas ocorrendo pelo menos
em três noites por semana.
No que se refere às causas, a insónia pode ser dividida em insónia primária (não é
causada por condição física ou mental conhecida) ou secundária (causada por outra
doença médica ou psiquiátrica, medicamentos, etc.). A prevalência da insónia
secundária é muito superior à da insónia primária, e parece estar a aumentar.
Os distúrbios do humor e ansiedade estão presentes em 30% a 50% dos doentes com
insónia; as doenças médicas (mais frequentemente a dor) são encontradas em 10 %
dos doentes, o abuso de substâncias é encontrado noutros 10% e apenas 10% parece
resultar de distúrbios primários do sono.
Estão descritos como factores de risco para a insónia crónica o aumento da idade,
género feminino, presença de outras doenças (doença médica, psiquiátrica, abuso de
substâncias), escassas relações sociais, baixo nível socioeconómico, separação
matrimonial ou de um parceiro, o desemprego e o trabalho por turnos.
Por outro lado, a insónia pode ser a causa de acidentes graves, quando a sonolência
ocorre durante a condução automóvel ou de outros veículos.
As intervenções farmacológicas têm uma mais rápida resposta, mas a eficácia é melhor
mantida com a terapia combinada.
O tratamento deve ser iniciado com a menor dose eficaz, no menor tempo possível, e
ser descontinuado gradualmente. Se houver necessidade de administrações durante um
longo período de tempo, a sua utilização deve ser intermitente, (por exemplo, três noites
por semana), ou conforme necessário.
Uma bebida alcoólica antes de deitar facilita o início do sono mas tende a torná-lo mais
leve, com maior probabilidade de se acordar durante a noite.
É igualmente útil adoptar hábitos que facilitem o sono, como ler um livro, ouvir música
ou tomar um banho quente.
O exercício físico deve ser realizado pelo menos 5 a 6 horas antes da hora de deitar e
devem ser evitadas refeições muito pesadas.
Vale a pena tentar criar um ritmo, indo dormir e acordando às mesmas horas todos os
dias, incluindo os fins-de-semana.