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Pierre Chaunu – As dimensões do homem – Cap.

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p. 91

- “Mais homens sobre mais espaço, mais permutas, mais comunicações, um pensamento mais
virado para as coisas, uma progressiva interpenetração do pensamento teórico e do
pensamento prático. Mas, além disso, mais homens. Sem essa generosidade de base, nada é
possível. Sem a Vital Revolution, não há Europa das Luzes, não há mudança no crescimento. ”

- Duplicação da população europeia entre 1680 – 1800;

Exceto na França e Itália;

- Duplicação é característica das Luzes? Outras nações não crescem tanto quanto as da Europa.
Somente a China do XVIII que cresce mais que a Europa.

p. 92

- Nada avança irreflectidamente e as discordâncias entre uma e outra síntese;

p. 93

- A duplicação secular do século XVIII não só é mais rápida como nem sequer termina no final
da duplicação [...] sinais de abrandamento surgem depois de 1880;

p. 94

- Contando o prolongamento da Europa (a América) triplicam entre 1800 – 1900, o ritmo


mantém até 1955. Mas a europeização cultural prossegue e cada vez mais rápido;

p. 95

- Prolongamento da vida humana como meio para alcançar os crescimentos populacionais;

- “O século XVIII teve a eficaz preocupação da dimensão do homem. Esboçou a utilização


sistemática dos instrumentos elaborados pelo Estado. ”

p. 100

- “A extraordinária abertura do leque demográfico das Luzes. A Europa do XVIII desenvolve-se


por fragmentos sucessivos, mexe, toda ela é movimento, com a revolução dos meios de
transporte. Consequências mais do que causa. ”

- “A demografia europeia pré-industrial apresenta uma plasticidade extrema”;

p. 102

- “Os comportamentos obedecem mais a critérios territoriais do que aos sociais. ”

- “Nada mais fundamental do que a atitude perante a vida, o amor, o outro sexo e a morte.”

p. 105

- “O modelo europeu caracteriza-se mais pela idade avançada com que se casa do que pelo
celibato final irredutível. ”

- “A Idade Média em que se casa a mulher é, em toda Europa Central, Ocidental e Setentrional,
25 anos. ”
- “É globalmente um sinal de vida folgada e de prosperidade. Tem como resultado colocar em
reserva um poderoso potencial de vida. ”

- Batismos, filhos, casamentos, crescimento populacional e aumento no tempo de vida;

- Essas mudanças só são sustentáveis pelo prolongamento substancial da vida


humana; (p. 106)

p. 107

- Início da preocupação com a educação. Influência de Emílio.

- “Na ordem da comunicação do saber, o século XVIII, ao nível da sociedade tradicional,


representa a sucessão, na frente valoriza da educação, do avô de 60 anos pelo pai de 40. ”

- “A promoção do educador quadragenário das Luzes está ligada a uma atitude de parcimônia
prévia face ao casamento. ”

- “No termo das Luzes, com o prolongamento da vida humana, aparece um auxiliar capital do
educador quadragenário: o avô. Liberto do poder e da responsabilidade, mantém doravante
com a criança relações por vezes repassadas de cumplicidade. Destronado, o patriarca
aprende a arte de ser avô. ”

p. 108

- Casamento aristocrático ainda estratégico, casamento rural se estabelece mais “livre”;

p. 109

- “A afinidade é o parentesco espiritual criado pelos padrinhos no ato do batismo. ”

- “A extensão do parentesco aos limites da memória oral é evidentemente uma invenção


clerical, [...]; o seu derradeiro objetivo tem a ver com o casamento, com o desejo implícito de
evitar a multiplicação fácil dos casais. Terá assim preparado, nas camadas profundas do
subconsciente, a revolução capital do casamento que, na Europa, começava o advento de uma
nova idade. ”

- “Ao nível da formação do casal, vemos o papel da fronteira definida no século XVI entre uma
Europa protestante a norte e católica ao sul. [...] A Europa protestante rompeu rapidamente
com a extensão jurídica excessiva do laço familiar. ”

- “Esta ruptura dos reformadores, neste ponto preciso, com a noção canônica do parentesco
impeditivo, inscreve-se por certo numa globalidade que, rapidamente, haverá, no Norte, a
uma valorização da sexualidade. ”

- “Norte é inclinado para exogamia, enquanto o velho mundo mediterrâneo é


endógamo. ”

p. 110

- “Dificuldade de viver só”

- “O casal é uma associação econômica cuja o fim é viver menos mal. ”

- “A morte em tempo normal atrai o casamento. ”

- Casamento é um assunto longamente pensado.


- Atração e afinidade, existem e são importantes. Destaque para isso nos
casamentos rurais;

- Busca-se saúde, ordem moral e profissional. (p. 111)

- “Casando aos 25 e não aos 16 a mulher conquista incontestavelmente uma parte


dirigente no interior da comunidade conjugal. ”

p. 111

- “Promoção familiar das Luzes, a grande transferência afetiva, uma nova concentração afetiva
na família conjugal. ”

- “A família baseada na linhagem era uma célula econômica, um meio social protetor e
decerto também um grande vazio afetivo. ”

p. 112

- “A família das Luzes, joga-se no casal. ”

- Problema que persiste: exogamia X endogamia; ilegitimidade.

- Proximidade e questão entre “primos”;

p. 114

- “A transformação do casamento, acha-se no coração duma teoria geral da sociedade


tradicional, contribuiu sobretudo para determinar uma Europa do crescimento. ”

p. 116

“A Vital Revolution do século XVIII é, antes de mais nada, a supressão dos relevos côncavos da
antiga demografia, dos acidentes interdecénios, o seu gradual enfraquecimento e
desvanecimento progressivo do acidente cíclico tradicional ”

- Foi a recompensa dum povo que sabe ler, ela possibilita um olhar inteligente sobre as
coisas.

p. 124

- “A moral religiosa do século XVIII, ao nível dum neo-agostinianismo, ajustado ao clima


idealista surgido do cogito, é uma moral religiosa da pureza: a pureza em vez do amor, a
pureza e não a humilde no dom generoso. ”

p. 129

- Caso demográfico inglês:

“O paradoxo está na recuperação: faz-se em dois planos, na direção da natalidade, na lenta


diminuição da idade do casamento, na redução do intervalo intergenésico duma população
bem alimentada. O arranque demográfico não precede mas acompanha o avanço duma
fronteira tecnológica. O que é capital no exemplo inglês é a plasticidade conservada por este
modelo familiar. ”

p. 134

- A dimensão do homem também é física;


- Mais baixos e louros em maioria;

- A alfabetização constituí uma etapa fundamental; só a alfabetização total pode dar


possibilidade de vingar à revolução técnica que é, antes de mais nada, revolução mental.

- Processo de alfabetização explode no século XVIII;

- Subsiste no século XVIII uma geografia que é uma espécie de geografia cultural;

p. 135

- A partir do século XVI há duas realidades, o meio-dia bilíngue conquistado pela Reforma e o
meio-dia profundamente francês;

p. 141

- Século XVII inglês investiu nos cérebros;

p. 144

- Vitória sobre a morte;

- Paixão pela educação, século XVIII;

- A morte no universo privado da sociedade;

- Fator da comunicação como forma de ter vitória sobre a morte;

- Revolução das estradas e dos canais;

- Alimentação: trigo e batata;

- Desaparecimento da morte cíclica, transforma o subconsciente, modifica a pirâmide


das ideias; (p. 147)

- Redução da mortalidade infantil;

- Queda da mortalidade global;

p. 151

- Coisas da vida;

- Dados seriais e estatísticos;

- História médica em pequenos passos;

XIII, XVI e XIX (p.152)

- Higiene empírica do século XVIII;

-Obstetrícia;

- Maternidades foram local de muitas mortes até a revolução pasteuriana;

- Fórceps, utilização cresce lentamente durante o final do século XVIII;

- Convulsões da peste;

- Doenças que ainda não se compreendem;


- A peste agora reside nas enfermarias (p. 155)

p. 160

- Século XVIII a morte muda de cara

- Doenças “normais”

- Cristalização da morte como evento da esfera privada;

- 3 Etapas da morte:

1ª: a morte silenciosa, da Primeira Idade Média;

2ª: a morte pública, da Segunda Idade Média, morte-espetáculo para edificação dos vivos, fim
da vida social;

3ª: Morte no círculo familiar;

4ª: A morte cada vez mais clandestina, “desaparecimento” do luto.

p. 161

- “As três primeiras etapas, é certo, opõem-se globalmente à quarta. A passagem da 2ª para a
3ª exige cerca de um século. O povo atrasa-se cem anos em relação à aristocracia. Esta
importante viragem permite entender algo de essencial às Luzes. ”

p. 163

- “Com o renascer do catolicismo depurado da segunda Reforma, preocupada com a higiene, a


elite do século XVIII não hesita em perturbar gravemente os gestos essenciais da sociedade
tradicional. ”

- “De momento, os homens das Luzes sentem-se orgulhosos da vitória sobre a morte. Dez anos
mais de vida, logo multiplicação por dois. Os cadáveres no cemitério e uma agonia discreta. “O
sono da razão engendra monstros” Goya ilustrou com gênio barroco este pensamento clássico.
As Luzes da razão nada têm a dizer. As primeiras gerações das Luzes iludiram o problema. A
segurança dos gestos adquiridos, com a ajuda das impressões duma infância cristã. Ajuda que
não durará indefinidamente. A segunda metade do século XVIII, gora da França, irá acabar por
compreender. ”

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