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FACULDADES UNIDAS METROPOLITANAS - FMU

1º SEMESTRE DE PSICOLOGIA

TRANSTORNO DO PÂNICO

Atividade Prática Supervisonada da disciplina


Bases Estruturais e Funcionais do
Comportamento Humano

SÃO PAULO
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. DESCRIÇÃO DSM - SINTOMAS

3. CAUSAS

3.1. Emocionais

3.2. Biológicas

4. TRATAMENTOS

4.1. Medicamentos

4.2. Terapêutico – Psicólogo

4.2.1. Gestalt

4.2.2. Cognitivo – Comportamental

4.2.3. Psicanálitica

5. CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO

O sofrimento psíquico denominado Transtorno do Pânico colocou o Brasil no topo do


ranking da Organização Mundial de Saúde (OMS), como o país com a maior taxa de
pessoas com transtornos de ansiedade. Os principais fatores que podem ter influenciado
essa alta incidência, seria a situação econômica, os níveis de pobreza, a desigualdade,
desemprego e recessão. Dados da OMS, no entanto, evidenciam que o problema é
global, e cada vez mais, observamos o tema como destaque nos debates
contemporâneos. Alguns estudos categorizam o Transtorno de Pânico, como uma das
“Psicopatologia da Atualidade”, no sentido de que há a sociedade que geraria o meio e
as condições para sua existência e proliferação.

2. DESCRIÇÃO DSM - SINTOMAS

Mas o que é Transtorno de pânico – TP, mas conhecida como síndrome do pânico?

“Segundo o DSM-IV-TR, um ataque de pânico é caracterizado como um surgimento


abrupto de intenso medo ou desconforto que atinge um pico dentro de alguns minutos e
que envolve pelo menos quatro dos seguintes sintomas:

1. palpitações/taquicardia/ritmo acelerado
2. sudorese
3. tremores ou abalos
4. sensação de falta de ar ou sufocação
5. sensação de asfixia
6. dor ou desconforto torácico
7. náusea ou desconforto abdominal
8. tontura/instabilidade/vertigem ou desmaio
9. calafrios/calorões
10. dormências/formigamentos
11. desrealização/despersonalização
12. medo de perder o controle/enlouquecer e
13. medo de morrer”

As principais características encontradas junto aos relatos dos pacientes que sofrem com
essa doença, são de que as crises ocorrem de forma inesperada com duração,
aproximadamente, de 10 a 20 minutos (podendo variar), e que, frequentemente,
acontecem após situações de intensa preocupação persistentes. O que acaba a tornando
recorrente, pois o paciente, após a primeira incidência, passa também a se preocupar e
temer a possibilidade de novas crises.

É comum ouvirmos relatos dos indivíduos que sofrem com a TP, do medo de
enlouquecerem, de perderem o controle ou ainda de terem um ataque do coração, e que
por isso, precisaram mudar a sua rotina em função da TP.
3. CAUSAS

3.1. Emocionais
Desconhecem-se as causas emocionais exatas dos ataques de pânico. Em muitos casos,
verifica-se antecedentes familiares da condição. Entre os fatores de risco estão: fumar,
o estresse psicológico ou antecedentes de abuso infantil.
Freud, o pai da psicanálise, anunciou “mal estar na sociedade”, e os estudiosos de sua
teoria relacionam as causas do pânico ao sentimento de desamparo na
contemporaneidade deslocado da figura paterna como referencial. Essas análises são
feitas com base no relato dos pacientes que, frequentemente, se descreveram (no
passado) como crianças medrosas, nervosas e tímidas, e adicionalmente referem
desconforto com os sentimentos agressivos, sentimentos de baixa auto-estima, e com
pais como pessoas controladoras, críticas, amendrontadoras.

3.2.Biológicas
O que se conhece são as causas orgânicas do pânico, ou seja, os neurocientistas
conseguiram avançar na identificação das estruturas cerebrais envolvidas durante um
ataque de pânico.

De acordo com a publicação do médico psiquiatra Cyro Masci, o transtorno do pânico


seria decorrente de uma mudança de alarme a perigos do cérebro, no sensor de situações
ameaçadoras. A estruturas da rede de medo identificadas são córtex pré-frontal, cíngulo,
a ínsula, o tálamo e as projeções da amídala para o tronco cerebral, o hipotálamo e o
sistema septo-hipocampal. Quando o sistema sensorial do indivíduo sinaliza “o risco”,
ele não agiria sobre uma área específica do tronco cerebral, mais sim ativando toda a
rede de medo, assim explicaríamos a inconsciência das respostas autonômicas e a
heterogeneidade de agentes panicogênicos.

Também foi identificado que o a insula, estrutura entre o lobo frontal e temporal,
diretamente envolvida no processamento de emoções aumenta em volume significativo
durante a TP.

4. TRATAMENTOS

O paciente diagnosticado com TP deve procurar um tratamento multidisciplinar com


psiquiatra, que prescreverá os medicamentos para regular os neurostransmissores
envolvidos no processo, e psicólogo que auxiliará no controle emocional que origina as
crises.

4.1.Medicamentos
Os medicamentos antidepressivos mais utilizados no tratamento da TP são os inibidores
seletivos da receptação de serotonina e noradrenalina.

4.2.Terapêutico – Psicólogo
Há diferentes abordagens de tratamento psicoterapêuticas, descreveremos algumas que
apresentaram resultados significativos de melhora.
4.2.1 Gestalt
O psicólogo Marcelo Pinheiro descreve a abordagem da Gestalt:
“A Gestalt-Terapia nos fornece recursos extremamente úteis para lidar com o
transtorno do pânico, especialmente na medida em que nos instrumentaliza para
trabalhar com a ampliação do conhecimento que a pessoa tem de seu próprio corpo.
As pessoas que abrem um quadro como este normalmente são pessoas que tendem a
passar por cima de seus próprios limites. São pessoas que costumam se voltar para
fora, para os outros ou para metas como carreira profissional etc., negligenciando
algumas de suas necessidades individuais, seus limites. Normalmente estas pessoas já
vêm apresentando uma série de outros sintomas como gastrite, alergias entre outras e
não escutaram estes sintomas de modo a pararem para se cuidar a partir deles.”

4.2.2. Cognitiva – Comportamental


Na abordagem cognitiva corportamental, descrita no manual clínico de transtornos
psicológicos de David H Barlow:
“O tratamento com TCC para TP consiste em psicoeducaç ão sobre o TP, no intuito de
corrigir interpretaç ões errô neas acerca do TP, treinamento de técnicas para diminuir
a ansiedade, como respiraç ão diafragmática e relaxamento muscular, reestruturaç ão
cognitiva, para identificar e corrigir distorç ões no pensamento, exposiç ão
interoceptiva, no intuito de que o paciente aprenda a lidar com os sintomas físicos do
ataque de pânico, e exposiç ão in vivo, a fim de estimulá-lo a enfrentar as principais
situaç ões que teme por medo de passar mal e não encontrar saída ou ajuda.”

4.2.3. Psicanálitica
De acordo com a artigo de revisão da revista Psiquiatria do Rio Grande do Sul :
“Embora com poucas evidências, o tratamento psicanalítico e a psicoterapia de
orientaç ão psicanalítica são muito utilizados na prática clínica em determinados
centros. Dentre os motivos para a falta de evidências encontram-se: o formato de longa
duraç ão, o foco em outros desfechos que não estritamente nos sintomas e nos
diagnósticos estruturados do DSM-IV-TR. A despeito disso, esse tipo de psicoterapia
parece oferecer resultados duradouros, com menores taxas de recaídas e vantagens em
desfechos não convencionais, como o uso de estilos defensivos mais maduros, melhora
nas relaç ões interpessoais e nos conflitos intrapsíquicos.”

5. CONCLUSÃO
É esperado que em uma sociedade aonde a realização do indivíduo em padrões pré-
determinados como de sucesso, que haja sofrimento psíquico daqueles que se sentem
fracassados por não alcançar esse padrões. Porém, devemos nos questionar enquanto
sociedade quanto os benefícios que recebemos na imposições desses modelos, já que
temos observado um número crescente de pessoas adoecendo. O Transtorno de Pânico
é uma realidade dura para aqueles que o enfrentam, mas também para todos que estão
ao redor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINHEIRO, Marcelo. A clínica da síndrome do pânico. IGT na Rede, Rio de Janeiro, RJ, 1.1,
05 08 2004. Disponível em: <http://www.igt.psc.br/ojs/viewarticle.php?id=32>.
Mascy, CYRO. Síndrome do Pânico – Psiquiatria com abordagem integrativa. Biblioteca
Nacional ISBN 978-85-916886-2-3 em 2017. Disponível em http://espacoviverzen.com.br/wp-
content/uploads/2017/06/Cyro-Masci-Sindrome-do-Panico.pdf
BARLOW, David H. Manual Clinico dos Transtornos Psicológicos: Tratamento Passo a
Passo. Artmed Editora, 1de out 2016. Disponível em :
https://books.google.com.br/books?id=MuA_DQAAQBAJ&dq=transtorno+pânico&lr=&hl=
pt-BR&source=gbs_navlinks_s
SALUM, Giovanni A., BLAYA, Carolina, MANFRO, Gisele Gus. Transtorno do Pânico.
Rev Psiquiatr RS 2009. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rprs/v31n2/v31n2a02
MENEZES, Luciana Sant’Anna. Pânico e Desamparo na Atualidade. Ágora VIIIn.2 jul/dez
2005 RJ. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/%0D/agora/v8n2/a03v8n2.pdf
CHADE, Jamil e PALHARES, ISABEL. Brasil tem maior taxa de transtornos de ansiedade
do mundo, diz OMS. Estado de SP, fevereiro 2017. Disponível em:
https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-maior-taxa-de-transtorno-de-ansiedade-
do-mundo-diz-oms,70001677247

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