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01
a) Canal b) Canal P
A grande vantagem do FET sobre o transistor bipolar é a sua altíssima impedância de entrada (dezenas
a centenas de MΩ), o que o torna praticamente imune a ruídos. Por ser praticamente imune a ruídos, é
muito utilizado para estágios de entrada de amplificadores de baixo nível, mais especificamente em
estágios de entrada de receptores de FM de alta fidelidade.
Isso significa que o JFET apresenta ganho de tensão muito menor do que o
bipolar, por isso a regra de projeto é: use transistores bipolares para altos
ganhos de tensão, e JFET’s para altas impedâncias de entrada.
O princípio de funcionamento do JFET é bem simples. O objetivo é controlar a corrente ID que circula
entre a fonte e o dreno. Isto é feito aplicando-se uma tensão negativa na porta, como mostra a figura a
seguir.
Com uma pequena tensão entre porta e fonte VGS , a região N funciona como uma resistência, com a corrente
ID diminuindo linearmente com o aumento de VGS . À medida que aumentamos negativamente a tensão da
porta, o volume da camada de depleção aumenta, estreitando o canal, o que aumenta a resistência da região
N, fazendo com que a taxa de crescimento de ID diminua, como se vê na figura abaixo.
Camada de Depleção
Agora consideremos VGS = 0 e apliquemos uma tensão entre dreno e source com a polaridade indicada.
Inicialmente com o VDS pequeno o canal praticamente não se altera e dentro de certos limites o dispositivo
se comporta como uma resistência (figura a). À medida que VDS aumenta, a corrente de dreno aumenta
provocando uma queda de tensão ao longo do canal que faz com que o estreitamento não seja uniforme
(figura b). Na figura b a corrente de dreno provoca entre o ponto A e Source uma tensão VA e entre o ponto
B e Source uma tensão VB , estando claro que VA > VB. Estas tensões são aplicadas na junção de forma
reversa e no ponto onde a tensão reversa é maior a região de carga espacial avança mais no canal,isto é, o
estreitamento é maior próximo do dreno.
PINÇAMENTO:
Estreitamento máximo do
canal, próximo ao ponto A.
Vds1 Vds2 VGS = 0 e ID = IDSS
O estreitamento é maximo quando a tensão de dreno for igual à tensão de pinçamento em modulo. Se a
tensão de dreno aumentar mais ainda, as regiões de carga espacial não se tocam, ao invés disso o
estreitamento aumenta ao longo do canal conforme figura abaixo e a corrente de dreno se mantem
aproximadamente constante em IDSS , isto é, o dispositivo passa a se comportar como uma fonte de
corrente constante. Na pratica existe um pequeno aumento em ID quando VDS aumenta alem de VP.
Vds3
Corrente de
dreno máxima
(IDSS)
Se a tensão de dreno aumentar mais ainda, eventualmente será atingida uma tensão que provocará a ruptura
da junção, destruindo o dispositivo. Esta tensão é designada por BVDSS
IDSS ocorre quando VGS = 0V para um determinado valor de VDS .
Curvas de dreno
Se a tensão de porta for fixada, digamos em VGS = 0V, e a tensão de dreno for variada, o gráfico da
corrente de dreno em função da tensão de dreno é obtido, ID x VDS, tendo VGS como parâmetro.
Legenda:
VP = Tensão de ESTRANGULAMENTO
Vgs = 0V
(ou “PI>ÇAME>TO”) do canal
VDS (MAX) = Tensão máxima ou TENSÃO DE
RUPTURA do JFET
IDSS = Corrente máxima que o transistor pode
produzir
Inicialmente com VDS = 0 a corrente de dreno ID também é zero. Com VDS aumentando e inicialmente
bem menor do que VP o comportamento é de uma resistência, isto é, se a tensão de dreno dobrar de valor,
a corrente de dreno também dobra de valor. Dizemos que a região de operação é chamada de região
ôhmica (o JFET se comporta como uma resistência controlada por VGS).
À medida que a tensão de dreno se aproxima da tensão de pinçamento (VP) e o canal se aproxima do
estreitamento máximo, a curva começa a se inclinar (resistência do dreno aumenta). A corrente de dreno
para VDS = VP é denominada de IDSS, corrente na “saturação”. Se a tensão de dreno aumentar além desse
valor a variação da corrente de dreno fica constante em IDSS.
Se a tensão de dreno aumentar mais ainda, eventualmente será atingida a tensão de ruptura VDSmax , para a
qual a junção PN sofrerá ruptura.
Observe que a partir de um certo valor de VDS (=VP), ocorre o estrangulamento do canal, fazendo com
que a corrente ID permaneça praticamente constante. Neste momento, atingimos a tensão de
estrangulamento e corresponde à tensão de saturação do JFET. A corrente de dreno para VGS = 0, no seu
ponto máximo, é denominada corrente de curto-circuito entre dreno e fonte ou drain-source shorted
current (IDSS) e corresponde à corrente máxima de dreno que o JFET pode produzir.
+
VDS
+
VGS VDS
VDD
+ VGS VDD
VGG
TESÃO DE CORTE
Na figura ao lado, podemos observar
que para VGS = - 4V, temos ID ~ 0A.
Por isso, VGS = - 4V é chamada de
TE>SÃO DE CORTE ou VGS (OFF).
REGIÃO ÔHMICA
Quando o JFET opera na região quase
vertical da curva entre 0 e 4V (região
ôhmica), ele se comporta como um
resistor de valor aproximado a:
RDS = VP / IDSS
Acima de Vp , a corrente ID é
praticamente constante.
Vp = -VGS(off)
VGS(OFF) :
As camadas de
depleção se tocam em
toda sua extensão
ID
VGS
VGS(OFF) 0
2
V
I D = I DSS ⋅ 1 − GS VGS(off) = -Vp
V
GS ( off )
VP = RDS . IDSS
Observe que quando a a curva de VGS = - 4V cruza com o eixo da tensão VDS , estes dois valores se
tornam iguais em módulo, ou seja:
Vp = - VGS(OFF)
Vp = - ( - 4) = 4V
AUTOPOLARIZAÇÃO
Esse é o tipo de polarização mais comum e se chama autopolarização por derivação de corrente, pois o
VGS aparece devido à corrente de dreno sobre RS , o que resulta em VRS.
Essa tensão, distribui-se entre RG e a junção reversa, que, como tal, possui uma alta resistência. Assim
aparecem VRS e VGS que somadas compõem VRG :
ID ≈ IS - VGS = RS . ID
RETA DE AUTOPOLARIZAÇÃO
Para a polarização do JFET, uma alternativa é o uso da curva de transcondutância para encontrar o ponto
Q de operação.
Seja a curva da Fig. 43, fornecida para que encontremos o ponto quiescente Q.
No gráfico da Fig. 43, vemos que a corrente de dreno máxima é de 13,5mA e a tensão de corte da porta-
fonte é de -4V. Isso significa que a tensão da porta VGSQ tem de estar entre 0 e -4V.
Para descobrir este valor, basta verificar onde a reta intercepta a curva de transcondutância.
Exemplo resolvido 1:
P2
IDSS = 13,5mA
Reta de Carga
Q
IDQ = 5mA
P1
VGSQ = -1,5V
Solução:
a) Ponto P2: transistor saturado ID = IDSS = 13,5mA VGS = - 300 . 13,5m = -4V
Ponto P2: ID = 13,5mA e VGS = - 4V
Quando traçamos a reta de carga passando pelos pontos P1 e P2 , o ponto Q é obtido (graficamente):
Exercício resolvido 2:
Para o circuito abaixo, calcule a tensão Dreno-Fonte (VDS) para VGS = 0V.
V1
3,6K
D
Dados:
+
G +
10V IDSS = 10mA
VDS VGS(off) = - 4V
Vgs -
S
+
Vgs ID
Solução:
a) Vamos admitir que o JFET está operando na região de FO>TE DE CORRE>TE , ou seja:
( VDS > 0 , e VDS > VP ) corrente ID passando pelo JFET
* Como vimos, quando VGS = 0 , a corrente de dreno (ID) está no seu valor máximo, ou seja, IDSS = 10mA
V1 = 3,6K . IDSS = 3,6k . 10m = 36V
IMPOSSÍVEL !
Desta forma: 10 = V1 + VDS = 0 ► VDS = 10 – 36 = - 26V ► A tensão de dreno VDS
não pode ser negativa.
Vp = -Vgs(off) = 4V
Isso significa que o JFET, com esta polarização >ÃO ESTÁ operando na região de Fonte de Corrente.
b) Vamos admitir que o JFET está operando na região ôhmica ( VDS > 0 e VDS < VP ):
* Precisamos calcular a resistência RDS: a região ôhmica (reta quase vertical): RDS = VP / IDSS
Pinçamento para IDSS = 10mA: VP = -VGS (off) = 4V RDS = VP / IDSS = 4 / 10m = 400Ω
Circuito equivalente: JFET se comportando como uma resistência
Exercício resolvido 3:
3,6K
Dados:
G + IDSS = 10mA
10V
VGS(off) = - 4V
Vgs
S
+
Vgs
Solução:
VGS mudou de 0V para – 0,5V:
a) Supor JFET operando na região de FO>TE DE CORRE>TE ( VDS > 0 , e VDS > VP ):
ID = IDSS . { 1 – ( - 0,5 / - 4)}2 = (1- 0,125)2 = 10m . 0,765 = 7,65mA
Portanto:
ID = 7,65mA
10 = V1 + VDS 10 = (3K6 . 7,65m) + VDS VDS = -17,5V
Pinçamento para ID = 7,65mA: VP = RDS . ID VP = 400 . 7,65m VP = 3,06V
Conclusão: As condições VDS > 0 , e VDS > VP não são verdadeiras, portanto o transistor >ÃO
ESTÁ operando na região de FO>TE DE CORRE>TE.
3,6K
Pela Eq. de Shockley ID = 7,65mA (já calculada) :
a região ôhmica (reta quase vertical): RDS = VP / IDSS = 400Ω
+
10V
Pinçamento para ID = 7,65mA: VP = RDS . ID = 400.7,65m = 3,06V
Por divisor de tensão:
Rds = 400 ohms
10 / (3,6K + 400 ) = VDS / 400 VDS = 1V
Conclusão: A condições VDS > 0 , e VDS < VP são verdadeiras, portanto o transistor ESTÁ operando
na região ôhmica.
Exercício resolvido 4:
Referente ao exercicio 2, qual é a tensão VDS para VGS = -2,2V ?
3,6K
Dados:
G + IDSS = 10mA
10V
VGS(off) = - 4V
Vgs
S
+
Vgs
Solução:
VGS mudou de 0V p/ – 2,2V : é possível que o JFET esteja operando na região de Fonte de Corrente:
a) Supor JFET operando na região de FO>TE DE CORRE>TE ( VDS > 0 , e VDS > VP ):
Conclusão: As condições VDS > 0 , e VDS > VP são verdadeiras, portanto o transistor ESTÁ
operando na região de FO>TE DE CORRE>TE, e VDS = 2,69V.
3,6K
Pela Eq. de Shockley ID = 2,03mA (já calculada) :
Pinçamento para ID = 2,03mA:
+
10V VP = RDS . ID = 400 . 2,03m VP = 0,812V
Por divisor de tensão:
Rds = 400 ohms 10 / (3,6K + 400 ) = VDS / 400 VDS = 1V
Conclusão: A condição VDS < VP não é verdadeira, portanto o transistor >ÃO ESTÁ operando na
região ôhmica.
Exercício resolvido 5:
3,6K
Dados:
G + IDSS = 10mA
10V
VGS(off) = - 4V
Vgs
S
+
Vgs
Solução:
Como VGS mudou de – 2,2V para – 3,5V, é possível que o JFET esteja operando na região de Fonte de
Corrente:
a) Supor JFET operando na região de FO>TE DE CORRE>TE ( VDS > 0 , e VDS > VP ):
ID = IDSS . { 1 – ( -3,5 / - 4)}2 = 10m . (1- 0,875)2 = 0,156mA
Portanto: ID = 0,156mA
10 = V1 + VDS 10 = (3K6 . 0,156m) + VDS VDS = 9,44V
Pinçamento para ID = 0,156mA: VP = RDS . ID VP = 400 . 0,156m VP = 0,061V
Conclusão: As condições VDS > 0 , e VDS > VP são verdadeiras, portanto o transistor ESTÁ
operando na região de FO>TE DE CORRE>TE, e VDS = 9,44V.
3,6K
ID = 0,156mA (já calculada) :
Pinçamento para ID = 0,156mA:
+
10V
VP = RDS . ID = 400 . 0,156m VP = 0,061V
Por divisor de tensão:
Rds = 400 ohms
10 / (3,6K + 400 ) = VDS / 400 VDS = 1V
Conclusão: A condição VDS < VP não é verdadeira, portanto o transistor >ÃO ESTÁ operando na
região ôhmica.
Interpretação
Reunindo todos os resultados obtidos, variando a tensão de porta VGS, temos:
IDSS =
= VP
ID = [1 – Vgs/Vgs(off) ]2 . IDSS
Exercício resolvido 6:
+ 16V
2K
VG
VDS
1M VDD
G IDSS = 10mA
VGSS(OFF) = - 8V
VGG Vgs
S
+ 2V
(I)
a) Solução analítica
2
V
I D = I DSS ⋅ 1 − GS Obs: VGSoff = -VP
V
GS ( off )
2
-2
I D = 10m . 1 -
-8
2
1
I D = 10m . 1 - ► ID = 10m . (0,75)2 .............. IDQ = 5,625mA
4
Traça-se uma reta vertical a partir do valor de VGSQ = - 2V na curva de transcondutância e obtêm-se o
valor de IDQ = 5,6 mA >O PO>TO QUIESCE>TE.
VDSQ calcula-se da mesma forma que no item a :
VDD = RD . IDQ + VDSQ ► VDSQ = VDD – RD . IDQ ► VDSQ = 16 – 2K . 5,6m ► VDSQ = 4,8V
Confira no gráfico a seguir:
Exercícios propostos:
1. No circuito abaixo, calcule o valor da tensão VDS correspondente para VGS = -1V.
Sugestão:
2. Se um JFET tem a curva quadrática abaixo, calcule o valor da corrente de dreno quando VGS = -1V.
ID Sugestão:
Exercício resolvido
Com os dados das figuras abaixo, determine graficamente o ponto quiescente de operação do JFET.
Solução:
Como ID ≈ IS VGS = - RS . ID
Exercício proposto
Solução: