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Eletrônica Analógica Rev.

01

TRANSISTORES DE EFEITO DE CAMPO


O Transistor de Efeito de Campo – JFET é um semicondutor cuja corrente é controlada pela tensão.

Aspectos Construtivos do JFET


O JFET é um dispositivo unipolar (o que significa que apenas um tipo de portador, elétron ou lacuna, é
responsável pela corrente controlada). Fisicamente, podem ser encontrados dois tipos de JFET: Canal N e
Canal P. Na figura a seguir, tem-se o aspecto construtivo e o símbolo de cada um deles.

a) Canal  b) Canal P

O JFET é formado pelos terminais:

Fonte (Source) – por onde os elétrons


entram
Dreno (Drain) – por onde os elétrons
saem
Porta (Gate) – que faz o controle
dos elétrons.

A grande vantagem do FET sobre o transistor bipolar é a sua altíssima impedância de entrada (dezenas
a centenas de MΩ), o que o torna praticamente imune a ruídos. Por ser praticamente imune a ruídos, é
muito utilizado para estágios de entrada de amplificadores de baixo nível, mais especificamente em
estágios de entrada de receptores de FM de alta fidelidade.

COMPARAÇÃO BIPOLAR – FET


Como vimos, os transistores bipolares são dispositivos operados por corrente, enquanto os JFET’s são
operados por tensão. Os transistores bipolares têm seu funcionamento baseado em elétrons e lacunas,
por isso o termo “Bi”, enquanto os FET’s têm seu funcionamento baseado em elétrons ou lacunas, por
isso, são chamados também de Transistores Unipolares.

Bipolar JFET Em um transistor bipolar, polarizamos diretamente o diodo base-emissor,


porém, em um JFET sempre polarizamos reversamente o diodo porta-fonte.
Por causa da polarização reversa, apenas uma pequena corrente pode existir
E ---------------------- S no terminal da porta. Por isso, o JFET é menos sensível às variações de tensão
B ---------------------- G na entrada devido à alta resistência de entrada (ordem de centenas de MΩ).
C ---------------------- D Na maioria dos JFET’s, uma variação de 0,1V em VGS produz uma variação
na corrente de dreno ID menor que 10mA, enquanto no bipolar, a mesma
variação em VBE produz uma variação na corrente IC maior que 10mA.

Isso significa que o JFET apresenta ganho de tensão muito menor do que o
bipolar, por isso a regra de projeto é: use transistores bipolares para altos
ganhos de tensão, e JFET’s para altas impedâncias de entrada.

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VGS(off)  canal se fecha em toda a sua extensão.


VP  um canal se aproxima do outro em um único ponto e ID é
Funcionamento do JFET praticamente constante e igual a IDSS. Ocorre quando VGS = 0

O princípio de funcionamento do JFET é bem simples. O objetivo é controlar a corrente ID que circula
entre a fonte e o dreno. Isto é feito aplicando-se uma tensão negativa na porta, como mostra a figura a
seguir.

a) Variando a tensão de gate (VGS) e mantendo VDS fixa

No momento em que a alimentação da porta é aplicada,


os elétrons circulam do Dreno para a Fonte e os
elétrons passam através do estreito canal entre as duas
camadas de depleção. Quanto mais negativa for a
tensão da porta, mais estreito o canal ficará.

Em outras palavras, a tensão da porta pode controlar a


corrente através do canal: quanto mais negativa for a
tensão na porta, menor será a corrente entre dreno e
fonte.

Com uma pequena tensão entre porta e fonte VGS , a região N funciona como uma resistência, com a corrente
ID diminuindo linearmente com o aumento de VGS . À medida que aumentamos negativamente a tensão da
porta, o volume da camada de depleção aumenta, estreitando o canal, o que aumenta a resistência da região
N, fazendo com que a taxa de crescimento de ID diminua, como se vê na figura abaixo.
Camada de Depleção

ID1 > ID2 > ID3


Para um dado VGS , as camadas de depleção se tocam em toda a extensão e o canal se fecha.
Neste caso, a corrente de dreno é NULA: a tensão VGS que produz o corte é simbolizada por VGS(Off).
Esta tensão também é chamada de TESÃO DE DESLIGAMETO, OU DE CORTE.
OBSERVAÇÃO: o JFET possui uma capacitância intrínseca entre G-S. Por isso, a impedância de entrada
entre G-S tende a cair quando o JFET opera em altas freqüências. Xc = 1 / (2π.f.C)

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b) Mantendo VGS = 0 , e variando a tensão entre Dreno-Source (VDS)

Agora consideremos VGS = 0 e apliquemos uma tensão entre dreno e source com a polaridade indicada.
Inicialmente com o VDS pequeno o canal praticamente não se altera e dentro de certos limites o dispositivo
se comporta como uma resistência (figura a). À medida que VDS aumenta, a corrente de dreno aumenta
provocando uma queda de tensão ao longo do canal que faz com que o estreitamento não seja uniforme
(figura b). Na figura b a corrente de dreno provoca entre o ponto A e Source uma tensão VA e entre o ponto
B e Source uma tensão VB , estando claro que VA > VB. Estas tensões são aplicadas na junção de forma
reversa e no ponto onde a tensão reversa é maior a região de carga espacial avança mais no canal,isto é, o
estreitamento é maior próximo do dreno.

PINÇAMENTO:
Estreitamento máximo do
canal, próximo ao ponto A.
Vds1 Vds2 VGS = 0 e ID = IDSS

O estreitamento é maximo quando a tensão de dreno for igual à tensão de pinçamento em modulo. Se a
tensão de dreno aumentar mais ainda, as regiões de carga espacial não se tocam, ao invés disso o
estreitamento aumenta ao longo do canal conforme figura abaixo e a corrente de dreno se mantem
aproximadamente constante em IDSS , isto é, o dispositivo passa a se comportar como uma fonte de
corrente constante. Na pratica existe um pequeno aumento em ID quando VDS aumenta alem de VP.

VDS3 > VDS2 > VDS1

Vds3

Corrente de
dreno máxima
(IDSS)

Se a tensão de dreno aumentar mais ainda, eventualmente será atingida uma tensão que provocará a ruptura
da junção, destruindo o dispositivo. Esta tensão é designada por BVDSS
IDSS ocorre quando VGS = 0V para um determinado valor de VDS .

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Curvas de dreno
Se a tensão de porta for fixada, digamos em VGS = 0V, e a tensão de dreno for variada, o gráfico da
corrente de dreno em função da tensão de dreno é obtido, ID x VDS, tendo VGS como parâmetro.

Legenda:
VP = Tensão de ESTRANGULAMENTO
Vgs = 0V
(ou “PI>ÇAME>TO”) do canal
VDS (MAX) = Tensão máxima ou TENSÃO DE
RUPTURA do JFET
IDSS = Corrente máxima que o transistor pode
produzir

Inicialmente com VDS = 0 a corrente de dreno ID também é zero. Com VDS aumentando e inicialmente
bem menor do que VP o comportamento é de uma resistência, isto é, se a tensão de dreno dobrar de valor,
a corrente de dreno também dobra de valor. Dizemos que a região de operação é chamada de região
ôhmica (o JFET se comporta como uma resistência controlada por VGS).
À medida que a tensão de dreno se aproxima da tensão de pinçamento (VP) e o canal se aproxima do
estreitamento máximo, a curva começa a se inclinar (resistência do dreno aumenta). A corrente de dreno
para VDS = VP é denominada de IDSS, corrente na “saturação”. Se a tensão de dreno aumentar além desse
valor a variação da corrente de dreno fica constante em IDSS.
Se a tensão de dreno aumentar mais ainda, eventualmente será atingida a tensão de ruptura VDSmax , para a
qual a junção PN sofrerá ruptura.
Observe que a partir de um certo valor de VDS (=VP), ocorre o estrangulamento do canal, fazendo com
que a corrente ID permaneça praticamente constante. Neste momento, atingimos a tensão de
estrangulamento e corresponde à tensão de saturação do JFET. A corrente de dreno para VGS = 0, no seu
ponto máximo, é denominada corrente de curto-circuito entre dreno e fonte ou drain-source shorted
current (IDSS) e corresponde à corrente máxima de dreno que o JFET pode produzir.

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Corrente de dreno máxima


A corrente de dreno máxima de saída de um JFET ocorre quando a tensão VGS = 0V (Fig. b).

+
VDS
+
VGS VDS
VDD
+ VGS VDD
VGG

(a) Polarização Normal (b) Tensão porta-fonte nula

TESÃO DE CORTE
Na figura ao lado, podemos observar
que para VGS = - 4V, temos ID ~ 0A.
Por isso, VGS = - 4V é chamada de
TE>SÃO DE CORTE ou VGS (OFF).

REGIÃO ÔHMICA
Quando o JFET opera na região quase
vertical da curva entre 0 e 4V (região
ôhmica), ele se comporta como um
resistor de valor aproximado a:

RDS = VP / IDSS
Acima de Vp , a corrente ID é
praticamente constante.

Vp = -VGS(off)

Corrente de Dreno mínima

A corrente de dreno mínima de saída de


um JFET ocorre quando VGS = -VGS(OFF) ,
e VDS = 0.

VGS(OFF) :
As camadas de
depleção se tocam em
toda sua extensão

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Curva de Transcondutância do JFET

ID

O JFET opera somente


em duas regiões:

Região ôhmica IDSS ATIVA ou CORTE.

VGS
VGS(OFF) 0

Região Corte Região Ativa


VGS ≤ VGS(OFF) VGS > VGS(OFF)
VGS(OFF) < 0

A curva de transcondutância mostra a variação de ID em função da tensão VGS aplicada à porta.


Essa curva é um trecho de parábola definido pela Equação de Schockley:

2
 V 
I D = I DSS ⋅ 1 − GS  VGS(off) = -Vp
 V 
 GS ( off ) 
VP = RDS . IDSS

Legenda dos JFET’s:

VGS(off) = Tensão de desligamento do JFET (V)


RDS = Resistência entre dreno e Fonte (Ω)
ID = Corrente de dreno (A)
IDSS = Corrente de dreno máxima que o JFET pode produzir,ou seja, é igual à corrente de dreno com a
porta curto-circuitada à fonte (VGS = 0V)
VP = Tensão de “pinçamento” ou estrangulamento do JFET (V)

Vp = tensão de “pinçamento” ou de estrangulamento. Está associada ao estreitamento do canal de


condução. Ocorre quando ID passa a se tornar praticamente constante (ver gráfico ID x VDS). A partir de
Vp a corrente de dreno ID se torna praticamente constante, mesmo com o aumento da tensão VDS.
Nesta situação, o JFET atua como fonte de corrente (região de fonte de corrente).
Para definir o valor de VP do JFET, basta considerar a curva VGS = 0 e a tensão VDS em que a corrente ID
é máxima e passa a se tornar praticamente constante.

VGS(off) = tensão de desligamento do transistor, ou seja, quando ID = 0A , o transistor desliga.

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Interpretação gráfica - Tensão de Pinçamento (Vp)

Observe que quando a a curva de VGS = - 4V cruza com o eixo da tensão VDS , estes dois valores se
tornam iguais em módulo, ou seja:

Vp = - VGS(OFF)

Vp = - ( - 4) = 4V

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AUTOPOLARIZAÇÃO

A polarização de um transistor JFET se faz de maneira semelhante à polarização de transistor bipolar


comum. Em outras palavras, usa-se o transistor JFET como se fosse um transistor bipolar.
Para um JFET funcionar corretamente devemos lembrar que, primeiramente, o mesmo deve estar
reversamente polarizado entre porta e fonte. Na Figura a seguir vemos um JFET polarizado, ou seja, com
resistores ligados aos terminais para limitar tensões e correntes convenientemente, como visto na
polarização de transistores bipolares.

Esse é o tipo de polarização mais comum e se chama autopolarização por derivação de corrente, pois o
VGS aparece devido à corrente de dreno sobre RS , o que resulta em VRS.

Essa tensão, distribui-se entre RG e a junção reversa, que, como tal, possui uma alta resistência. Assim
aparecem VRS e VGS que somadas compõem VRG :

VRG = VRS + VGS


Como vimos, a corrente IG é uma pequena corrente de fuga aproximadamente igual a zero: IG ≈ 0A .
Assim: VRG = IG . RG ≈ 0 Alta impedância de entrada (ordem de MΩ)
Portanto: 0 = VRS + VGS
Ou seja: VRS = - VGS = RS . IS
A corrente de fonte é a soma da corrente de dreno e de porta. Naturalmente a corrente de dreno é muito
maior que a de porta. Então:

ID ≈ IS  - VGS = RS . ID

Análise da malha (II) do lado direito do circuito:

VDD = VRD + VRS + VDS  VDD = ID . (RD + RS) + VDS

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RETA DE AUTOPOLARIZAÇÃO

Para a polarização do JFET, uma alternativa é o uso da curva de transcondutância para encontrar o ponto
Q de operação.
Seja a curva da Fig. 43, fornecida para que encontremos o ponto quiescente Q.
No gráfico da Fig. 43, vemos que a corrente de dreno máxima é de 13,5mA e a tensão de corte da porta-
fonte é de -4V. Isso significa que a tensão da porta VGSQ tem de estar entre 0 e -4V.
Para descobrir este valor, basta verificar onde a reta intercepta a curva de transcondutância.

Exemplo resolvido 1:

Se o resistor RS da fonte de um circuito de autopolarização for igual a 300Ω, calcule o ponto Q .


Utilize o gráfico abaixo.

P2
IDSS = 13,5mA

Reta de Carga

Q
IDQ = 5mA

P1
VGSQ = -1,5V
Solução:

A equação de VGS é: VGS = - Rs . Is (Eq. 3) mas como ID ≈ IS  VGS = - 300 . ID

Para traçar a reta, precisamos encontrar de 2 pontos: P1 e P2

Basta considerar ID = 0 e ID = IDSS :

a) Ponto P1: transistor cortado  ID = 0  VGS = - 300 . 0 = 0V


Ponto P1: ID = 0 e VGS = 0

a) Ponto P2: transistor saturado  ID = IDSS = 13,5mA  VGS = - 300 . 13,5m = -4V
Ponto P2: ID = 13,5mA e VGS = - 4V

Quando traçamos a reta de carga passando pelos pontos P1 e P2 , o ponto Q é obtido (graficamente):

VGSQ = -1,5V e IDQ = 5mA

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Exercício resolvido 2:

Para o circuito abaixo, calcule a tensão Dreno-Fonte (VDS) para VGS = 0V.
V1

3,6K

D
Dados:
+
G +
10V IDSS = 10mA
VDS VGS(off) = - 4V
Vgs -
S
+
Vgs ID

Solução:

a) Vamos admitir que o JFET está operando na região de FO>TE DE CORRE>TE , ou seja:
( VDS > 0 , e VDS > VP )  corrente ID passando pelo JFET

* Como vimos, quando VGS = 0 , a corrente de dreno (ID) está no seu valor máximo, ou seja, IDSS = 10mA
V1 = 3,6K . IDSS = 3,6k . 10m = 36V
IMPOSSÍVEL !
Desta forma: 10 = V1 + VDS = 0 ► VDS = 10 – 36 = - 26V ► A tensão de dreno VDS
não pode ser negativa.
Vp = -Vgs(off) = 4V

Isso significa que o JFET, com esta polarização >ÃO ESTÁ operando na região de Fonte de Corrente.

b) Vamos admitir que o JFET está operando na região ôhmica ( VDS > 0 e VDS < VP ):

* Precisamos calcular a resistência RDS: a região ôhmica (reta quase vertical): RDS = VP / IDSS
Pinçamento para IDSS = 10mA: VP = -VGS (off) = 4V  RDS = VP / IDSS = 4 / 10m = 400Ω
Circuito equivalente:  JFET se comportando como uma resistência

3,6K Pelo método de divisor de tensão, calculamos a tensão VDS :


. 10 = VDS
3,6K+400 400
+
10V VDS = 1V
VDS
VDS = 1V ; VP = 4V
Rds = 400 ohms
Conclusão: as condições VDS > 0 e VDS < VP são verdadeiras.
Portanto, o transistor ESTÁ operando na região ôhmica.
VDS = 1V.

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Exercício resolvido 3:

Referente ao exercicio 2, qual é a tensão VDS para VGS = - 0,5V ?

3,6K

Dados:

G + IDSS = 10mA
10V
VGS(off) = - 4V
Vgs
S
+
Vgs

Solução:
VGS mudou de 0V para – 0,5V:

a) Supor JFET operando na região de FO>TE DE CORRE>TE ( VDS > 0 , e VDS > VP ):
ID = IDSS . { 1 – ( - 0,5 / - 4)}2 = (1- 0,125)2 = 10m . 0,765 = 7,65mA
Portanto:
 ID = 7,65mA
10 = V1 + VDS  10 = (3K6 . 7,65m) + VDS  VDS = -17,5V
Pinçamento para ID = 7,65mA: VP = RDS . ID  VP = 400 . 7,65m  VP = 3,06V

Conclusão: As condições VDS > 0 , e VDS > VP não são verdadeiras, portanto o transistor >ÃO
ESTÁ operando na região de FO>TE DE CORRE>TE.

b) Supor JFET operando na região Ôhmica ( VDS > 0 e VDS < VP ):

3,6K
Pela Eq. de Shockley  ID = 7,65mA (já calculada) :
a região ôhmica (reta quase vertical): RDS = VP / IDSS = 400Ω
+
10V
Pinçamento para ID = 7,65mA: VP = RDS . ID = 400.7,65m = 3,06V
Por divisor de tensão:
Rds = 400 ohms
10 / (3,6K + 400 ) = VDS / 400  VDS = 1V

Conclusão: A condições VDS > 0 , e VDS < VP são verdadeiras, portanto o transistor ESTÁ operando
na região ôhmica.

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Exercício resolvido 4:
Referente ao exercicio 2, qual é a tensão VDS para VGS = -2,2V ?

3,6K

Dados:

G + IDSS = 10mA
10V
VGS(off) = - 4V
Vgs
S
+
Vgs

Solução:
VGS mudou de 0V p/ – 2,2V : é possível que o JFET esteja operando na região de Fonte de Corrente:

a) Supor JFET operando na região de FO>TE DE CORRE>TE ( VDS > 0 , e VDS > VP ):

ID = IDSS . { 1 – ( -2,2 / - 4)}2 = 10m . (1- 0,55)2 = 2,03mA


Portanto:  ID = 2,03mA
10 = V1 + VDS  10 = (3K6 . 2,03m) + VDS  VDS = 2,69V
Pinçamento para ID = 2,03mA: VP = RDS . ID  VP = 400 . 2,03m  VP = 0,812V

Conclusão: As condições VDS > 0 , e VDS > VP são verdadeiras, portanto o transistor ESTÁ
operando na região de FO>TE DE CORRE>TE, e VDS = 2,69V.

b) Supor JFET operando na região Ôhmica ( VDS > 0 e VDS < VP ):

3,6K
Pela Eq. de Shockley  ID = 2,03mA (já calculada) :
Pinçamento para ID = 2,03mA:
+
10V VP = RDS . ID = 400 . 2,03m  VP = 0,812V
Por divisor de tensão:
Rds = 400 ohms 10 / (3,6K + 400 ) = VDS / 400  VDS = 1V

Conclusão: A condição VDS < VP não é verdadeira, portanto o transistor >ÃO ESTÁ operando na
região ôhmica.

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Exercício resolvido 5:

Referente ao exercicio 2, qual é a tensão VDS para VGS = -3,5V ?

3,6K

Dados:

G + IDSS = 10mA
10V
VGS(off) = - 4V
Vgs
S
+
Vgs

Solução:
Como VGS mudou de – 2,2V para – 3,5V, é possível que o JFET esteja operando na região de Fonte de
Corrente:
a) Supor JFET operando na região de FO>TE DE CORRE>TE ( VDS > 0 , e VDS > VP ):
ID = IDSS . { 1 – ( -3,5 / - 4)}2 = 10m . (1- 0,875)2 = 0,156mA

Portanto:  ID = 0,156mA
10 = V1 + VDS  10 = (3K6 . 0,156m) + VDS  VDS = 9,44V
Pinçamento para ID = 0,156mA: VP = RDS . ID  VP = 400 . 0,156m  VP = 0,061V

Conclusão: As condições VDS > 0 , e VDS > VP são verdadeiras, portanto o transistor ESTÁ
operando na região de FO>TE DE CORRE>TE, e VDS = 9,44V.

b) Supor JFET operando na região Ôhmica ( VDS > 0 e VDS < VP ):

3,6K
ID = 0,156mA (já calculada) :
Pinçamento para ID = 0,156mA:
+
10V
VP = RDS . ID = 400 . 0,156m  VP = 0,061V
Por divisor de tensão:
Rds = 400 ohms
10 / (3,6K + 400 ) = VDS / 400  VDS = 1V

Conclusão: A condição VDS < VP não é verdadeira, portanto o transistor >ÃO ESTÁ operando na
região ôhmica.

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Interpretação
Reunindo todos os resultados obtidos, variando a tensão de porta VGS, temos:

VGS (V) VP (V) V*DS = VP (V) ID (mA) Região


0 4 4 10 Ôhmica
- 0,5 3,06 3,06 7,65 Ôhmica
- 2,2 0,812 0,812 2,03 Fonte Corrente
- 3,5 0,061 0,061 0,156 Fonte Corrente
Estes resultados comprovam que quanto mais negativa for a tensão de porta (VGS):
• Mais estreito ficará o canal, e menor será a corrente de dreno (ID).
• Menor será a tensão de estrangulamento (VP)
• Menor será a tensão em que ocorre o pinçamento.

IDSS =

= VP

Antes do estrangulamento Após o estrangulamento

ID = [1 – Vgs/Vgs(off) ]2 . IDSS

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Exercício resolvido 6:

Determine os valores de VGSQ , IDQ e VDSQ para o circuito a seguir:

+ 16V

2K
VG
VDS
1M VDD
G IDSS = 10mA
VGSS(OFF) = - 8V
VGG Vgs
S
+ 2V
(I)

a) Solução analítica

Analisando a malha ( I ) , obtêm-se:


VGS + VGG = VG ► VGS + VGG = RG.IG

Como IG ≈ 0 ► VRG ≈ 0 ► VGS = -VGG

Então: VGS = -2V  VGSQ = -2V

2
 V 
I D = I DSS ⋅ 1 − GS  Obs: VGSoff = -VP
 V 
 GS ( off ) 
2
 -2
I D = 10m . 1 - 
 -8 

2
 1
I D = 10m . 1 -  ► ID = 10m . (0,75)2 .............. IDQ = 5,625mA
 4

Analisando a malha de Drain – Source, obtêm-se:

VDD = RD . IDQ + VDSQ

VDSQ = VDD – RD . IDQ

VDSQ = 16 – 2K . 5,625m ► VDSQ = 4,75V

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b) Solução gráfica: Como IG ≈ 0 ► VGS = -VGG ► Então: VGSQ = -2V

Traça-se uma reta vertical a partir do valor de VGSQ = - 2V na curva de transcondutância e obtêm-se o
valor de IDQ = 5,6 mA >O PO>TO QUIESCE>TE.
VDSQ calcula-se da mesma forma que no item a :
VDD = RD . IDQ + VDSQ ► VDSQ = VDD – RD . IDQ ► VDSQ = 16 – 2K . 5,6m ► VDSQ = 4,8V
Confira no gráfico a seguir:

Exercícios propostos:

1. No circuito abaixo, calcule o valor da tensão VDS correspondente para VGS = -1V.

Sugestão:

a) Calcule ID para VGS = -1V (Eq. Schockley)

b) Obtenha a tensão V1 no resistor de 4K7


utilizando a corrente ID calculada.
c) Na malha Drain-Source, calcule a tensão
VDS utilizando os valores obtidos em a e b.

2. Se um JFET tem a curva quadrática abaixo, calcule o valor da corrente de dreno quando VGS = -1V.

ID Sugestão:

Aplique a equação de Schockley:


32mA
2
 V 
I D = I DSS ⋅ 1 − GS 
 V 
 GS ( off ) 
- 8V
VGS

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Exercício resolvido

Com os dados das figuras abaixo, determine graficamente o ponto quiescente de operação do JFET.

Solução:

Do gráfico, obtemos: IDSS = 10mA e VGS (off) = - 6V. Assim:


Malha (I)  VRS + VGS = VRG . Mas IG ~ 0 . Portanto  VRG = 0 . Assim  VGS = -VRS
VGS = - RS . IS

Como ID ≈ IS  VGS = - RS . ID

a) Saturado: ID = IDSS = 10mA


Ponto 1
VGS = - 470 . 10m = - 4,7V
b) Cortado: ID = 0mA
Ponto 2
VGS = - 470 . 0 = 0V

Ponto Q IDQ = 4,5mA ... (valores obtidos graficamente)


VGSQ = -2V

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Exercício proposto

No exercício anterior, se RS = 1KΩ, determine o novo ponto quiescente de operação do JFET.


Qual foi a conclusão observada com relação à inclinação da reta de polarização, quando aumentamos o
valor do resistor RS ?

Solução:

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