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UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE BORRACHA DE PNEUS COMO AGREGADO EM

CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND

G.A.A.Cruz, E.M. Calhabeu, C.A.Martins, V.L.Sordi


Rodovia Washington Luís km 235 – 13.565-905 - São Carlos - SP – sordi@power.ufscar.br
Departamento de Engenharia de Materiais – UFSCar

RESUMO

O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da adição resíduos de borracha de pneus nas
propriedades mecânicas e na densidade de um concreto de cimento Portland. A possibilidade de
utilização de resíduos de pneus como agregado em concretos de cimento Portland tem sido estudada
nos últimos anos, como uma alternativa na solução do problema ambiental decorrente do descarte
desses materiais, em quantidades cada vez maiores, em todo o mundo.
Para avaliar o efeito da quantidade de borracha no concreto adicionou-se resíduos de
recauchutagem, que possuem formato de fibras, em substituição ao agregado graúdo em proporções
variando de vinte até cem por cento em volume, comparados com um traço base, sem adição de
borracha. Realizaram-se ensaios de flexão em quatro pontos, de acordo com a normalização ASTM
C-78, e mediu-se a densidade dos concretos secos.
Com base nos resultados obtidos na primeira etapa do projeto escolheu-se uma composição de
referência e iniciou-se uma comparação entre os efeitos da adição de resíduos de pneus com
diferentes geometrias, sobre a resistência mecânica do concreto. Essa comparação foi feita
utilizando-se ensaios de flexão em quatro pontos e de compressão, esses últimos realizados de
acordo com a normalização técnica ASTM C- 39.
Outros efeitos decorrentes dessas substituições, como a redução do peso específico e a
possibilidade de melhoria nas propriedades de isolamento térmico e acústico, são levados em conta,
e conclui- se que, apesar de uma já esperada redução da resistência mecânica, é possível, com o uso
de tecnologias apropriadas, obter concretos de qualidade adequada para muitas aplicações no ramo
da construção civil.

Palavras-chave: concreto, resíduo de pneus, reciclagem

INTRODUÇÃO

A possibilidade de utilização de resíduos de pneus como agregado em concretos de cimento


Portland tem sido estudada nos últimos anos, como uma alternativa na solução do problema
ambiental decorrente do descarte desses materiais, em quantidades cada vez maiores, em todo o
mundo.
Estima-se que o Brasil produz cerca de 32 milhões de pneus por ano, e gera cerca de 300 mil
(1)
toneladas de sucata por mês, das quais apenas 10% são reciclados . Apesar dos recentes esforços
do poder público na conscientização quanto aos riscos gerados para a saúde da população, grande
parte desse resíduo ainda é descartada de forma incorreta, propiciando, em muitos casos, a
formação de focos para reprodução dos mosquitos da dengue e da febre amarela. Além disso, os
pneus descartados em locais inadequados também facilitam a proliferação de outros insetos e
roedores, e podem obstruir canais e rios, causando enchentes.
Do ponto de vista legal, o Poder Público brasileiro criou, através do Conama - Conselho
O
Nacional de Meio Ambiente - a Resolução n 258/99, determinando que a partir de janeiro de 2002,
para cada quatro pneus novos, as empresas fabricantes e as importadoras deverão dar destinação
ambientalmente correta a um pneu usado. Essa proporção deverá ser aumentada gradativamente até
2005, quando para cada quatro pneus novos, cinco pneus velhos deverão ser reciclados.
A queima dos pneus usados não é uma solução viável porque gera grandes quantidades de
fumaça expelindo componentes tóxicos, como o dióxido de enxofre, na atmosfera. Assim, outras
alternativ as tem sido propostas, como por exemplo, a mistura desses resíduos com rocha de xisto
(1)
betuminoso para a obtenção de óleo, gás e outros derivados , ou a utilização na mistura asfáltica
para recobrimento de rodovias.

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A adição de resíduos de pneus em concretos de cimento Portland tem sido objeto de diversas
pesquisas, indicando que é possível, através de composições e técnicas de preparação adequadas,
obter concretos de média e boa resistência mecânica para uso geral. Além disso, podem ser
melhoradas algumas propriedades, como peso específico, capacidade de absorção de choques,
condução de calor, isolamento acústico, entre outras de interesse para determinadas aplicações.
Esses estudos ganharam expressão durante a década de 90, com o crescente aumento da
quantidade de veículos circulando em todo o mundo, e com a preocupação, cada vez maior por parte
da sociedade, em dar destinação ambientalmente correta a uma infinidade de materiais residuais
passíveis de serem reutilizados.
A possibilidade de se obterem melhorias em propriedades importantes, como a tenacidade,
(1-5)
tornou-se uma opção atrativa, e demonstrou-se que a adição desses materiais em formas e
composições adequadas, usando técnicas de preparação e tratamentos superficiais, permite a
obtenção de concretos utilizáveis na construção civil. A adição de super-plastificantes, e o controle do
tamanho e da geometria do agregado tem sido usados como recursos para melhorar a resistência
(5-8)
mecânica desses materiais . Além disso, outras propriedades, que não exclusivamente a
resistência mecânica, podem ser interessantes para muitas aplicações. Uma conseqüência direta da
substituição parcial dos agregados tradicionais por borracha é a diminuição do peso específico dos
concretos e argamassas, o que permitiria a obtenção de estruturas mais leves e vantagens em
aplicações de vedação e revestimento.
A melhoria da tenacidade à fratura pode ser uma das maiores vantagens da adição de borracha
(9-11)
de pneus em concretos. Alguns autores determinaram o fator de intensificação de tensão KIC e
observaram que a resistência à compressão e à tração, e especialmente a resistência à fratura
plástica, dependem, além dos fatores já citados, da aderência das partículas de pneu ao concreto.
Essa aderência pode ser melhorada pela for ma das partículas e pela aplicação de técnicas de
limpeza, como decapagem e outros tratamentos da superfície dessas partículas antes da mistura.

MATERIAIS E MÉTODOS

Estudou-se o efeito da quantidade de resíduos de pneus na resistência mecânica de um


concreto de cimento Portland através de ensaios de flexão em quatro pontos, de acordo com a
normalização técnica ASTM C-78. Foram utilizadas seis composições diferentes, obtidas a partir de
um traço base, substituindo o agregado graúdo por borracha na forma de pequenas tiras de
aproximadamente 1 mm de espessura e comprimentos entre 2 e 15 mm nas proporções de 0%, 20%,
40% , 60%, 80% e 100% em volume, conforme indicado na Tabela I.

Tabela I: Composição das amostras

Amostra areia brita Cimento água Borracha


C1 - Base (% massa) 38,1 39,1 14,6 8,2 0
C1 - Base (% volume) 36,9 34,9 17,2 11,0 0
C2 - 20% (%massa) 40,4 33,3 15,5 8,7 2,1
C2 - 20% (%volume) 36,9 27,9 17,2 11,0 7,0
C3 - 40% (%massa) 43,1 26,6 16,5 9,3 4,4
C3 - 40% (%volume) 36,9 20,9 17,2 11,0 14,0
C4 - 60% (%massa) 46,2 19,0 17,7 10,0 7,0
C4 - 60% (%volume) 36,9 13,9 17,2 11,0 21,0
C5 - 80% (%massa)) 49,8 10,2 19,1 10,8 10,1
C5 - 80% (%volume) 36,9 7,0 17,2 11,0 27,9
C6 - 100% (%massa) 53,9 0 20,7 11,7 13,7
C6 - 100% (%volume) 36,9 0 17,2 11,0 34,9

O estudo do efeito da geometria da borracha adicionada foi feito com ensaios de flexão em
quatro pontos (o mesmo da primeira etapa) e de compressão, de acordo com a normalização técnica
ASTM C39. Utilizaram-se resíduos com formas de pequenas tiras e de grãos, em substituição ao
agregado graúdo em proporções de 40%,conforme as composições listadas na Tabela II. O índice 3
refere-se a similaridade com a composição C3.

2155
Tabela II Composição das amostras CF3 e CG3

Amostra Areia brita Cimento água Borracha


CF3-Tiras -(%massa) 43,1 26,6 16,5 9,3 4,4
CF3-Tiras - (%volume) 36,9 20,9 17,2 11,0 14,0
CG3-Grãos -(%massa) 43,8 26,0 16,2 9,1 6,4
GG3-Grãos- (%volume) 36,9 20,9 17,2 11,0 14,0
As amostras foram preparadas no Laboratório de Materiais Ref ratários e Concretos do DEMa-
UFSCar, utilizando betoneira, mesa vibratória, moldes, caixa d’água para cura úmida e demais
acessórios. Os corpos de prova para ensaios de flexão foram moldados com as dimensões de 100 x
100 x 350 mm e os corpos de prova para compressão com diâmetros de 100mm e altura 200mm em
séries de quatro para cada composição
Os ensaios foram realizados após 30 dias de cura úmida, utilizando equipamento servo-
®
hidráulico INSTRON 8800 do Laboratório de Ensaios Mecânicos do DEMa- UFSCar, com sistema
informatizado de controle e aquisição de dados. Utilizou-se o dispositivo para ensaio de flexão em
quatro pontos com distância entre os apoios inferiores igual a 300 mm, e dotado de sistema de auto-
alinhamento para corrigir o efeito de possíveis imperfeições geométricas das amostras.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As Figuras de 1a a 5b mostram parte dos resultados obtidos nos ensaios para determinação da
resistência à flexão em quatro pontos. As Figuras 6a e 6b mostram as médias obtidas na resistência
à flexão para as composições, e na deformação até a fratura, para as mesmas composições. A
resistência à tração (medida através do ensaio de flexão) apresentou uma queda considerável na
medida em que a porcentagem de substituição da brita pela borracha foi aumentada de zero para 100
(5,8)
%. Outros autores observaram comportamento similar, embora um pouco menos acentuado.
Ainda, houve pequena dispersão nos valores de tensão máxima obtidos para cada série de ensaios,
o que indica que nos testes ocorreu repetibilidade.
Embora as medidas de deformação não possam ser consideradas em valores absolutos, uma
vez que foram obtidas através do movimento do atuador da máquina de ensaio, o fato de não
apresentarem grandes variações com a adição da borracha, indica que o efeito de tenacificação que
se poderia esperar, não aconteceu, pelo menos não em níveis consideráveis. Pode-se, entretanto,
notar que para as amostra C5 e C6, com nível maior de substituição, aparentemente ocorreu a
tendência de mudança no formato das curvas, no sentido de prolongar a área abaixo das mesmas,
após ter sido atingida a carga máxima.

C1 C2

4 4
TENSÃO (MPa)

TENSÃO (MPa)

3 3

2 2

1 1

0 0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
Deformação (%) Deformação (%)

Figuras 1a (C1) e 1b (C2)- Determinação da resistência à flexão.

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C3 C4

4 4

TENSÃO (MPa)
TENSÃO (MPa)

3 3

2 2

1 1

0 0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

Deformação (%) Deformação (%)

Figuras 2a (C3) e 2b (C4)- Determinação da resistência à flexão.

C5 C6

4
TENSÃO (MPa) 4
TENSÃO (MPa)

3 3

2 2

1 1

0 0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 0,5 1
Deformação (%) Deformação (%)

Figuras 3a (C5) e 3b (C6)- Determinação da resistência à flexão.

Média de Resistências Deformações na Fratura


5 0,6
Tensões Médias (MPa)

Deformação (%)

4 0,5
3
0,4
2

1 0,3

0 0,2
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Porcentagem de Substituição Porcentagem de substituição

Figuras 4a e 4b– Média das resistências à flexão(4a) e média das deformações até a fratura (4b).

Embora nesses ensaios não se tenham utilizado instrumentos para medir deformações
elásticas, a simp les observação das curvas tensão-deformação evidencia que houve uma queda do
módulo de elasticidade do material com o aumento do teor de brita substituído. Quando as trincas
atingem as tiras de borracha, elas encontram alguma resistência à propagação tendendo a aumentar
(5,8,10)
a tenacidade do concreto. Outros autores observaram esse efeito com muito mais evidência que
neste trabalho, e concluíram que esse aumento de tenacidade pode ser uma vantagem
compensatória à perda de resistência à tração e à compressão. No presente caso, a substituição da
brita pelos resíduos de borracha de pneus resultou em queda na resistência mecânica, sem aparente
aumento de tenacidade. Este conjunto inicial de amostras permitiu, entretanto, desenvolver uma
técnica de preparação de corpos de prova de concreto com adição de borracha e um procedimento
experimental que permitem obter resultados reprodutíveis.
As Figuras de 5a até 6b mostram os resultados dos ensaios de compressão e flexão para as
diferentes geometrias da borracha adicionada. Foi possível observar a influência da geometria sobre

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a resistência do material, principalmente nos ensaios de compressão.

FLEXÃO CG3 FLEXÃO CF3

3 3

2,5 2,5
Tensão (MPa)

Tensão (MPa)
2 2

1,5 1,5

1 1

0,5 0,5

0 0

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

Deformação (%) Deformação (%)

Figuras 5a (CG3) e 5b(CF3)- Resistência à flexão para 40% de substituição da brita por
borracha na forma de grãos (CG3) e de fibras (CF3).

COMPRESSÃO CG3 COMPRESSÃO CF3

10 10
Tensão (MPa)

Tensão (MPa)

8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deformação % Deformação %

Figuras 6a (CG3) e 6b(CF3)- Resistência à compressão para 40% de substituição da brita por
borracha na forma de grãos (CG3) e de fibras (CF3).

As Figuras 7a e 7b mostram corpos de prova típicos, nos ensaios para determinação da


resistência à compressão (7a) e resistência à tração (7b). A fratura observada no ensaio de
o
compressão, praticamente ocorrendo a 45 , indica bom alinhamento do corpo de prova durante o
ensaio, e distribuição correta das tensões no mesmo. Já no ensaio de flexão, a ocorrência da trinca
na região entre os dois cilindros superiores indica também distribuição correta das tensões.

Figuras 7a e 7b- Corpos de prova nos ensaios para determinação da resistência à compressão
e para resistência à flexão.

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CONCLUSÕES

É possível adicionar os resíduos de borracha resultantes do processo de recauchutagem de


pneus ao concreto de cimento Portland e, usar técnicas adequadas de preparação, para obter uma
distribuição homogênea das partículas adicionadas e materiais com propriedades reprodutíveis e
apropriadas para muitas aplicações.
A substituição de até 100 % do agregado graúdo por resíduos de borracha de pneus, na forma
de pequenas tiras resultantes dos processos de recauchutagem, resultou em que quedas de até 85%
na resistência à tração em relação ao concreto base.
Não se observou aumento efetivo na tenacidade como conseqüência da substituição parcial do
agregado, provavelmente pela necessidade de um controle maior das características físicas e
geométricas das partíc ulas a serem adicionadas.
O formato dos resíduos não influenciou significativamente os resultados observados para a
resistência à flexão. Para a resistência à compressão, aparentemente a substituição no formato de
fibras conduziu a valores um pouco mais elevados de resistência mecânica, indicando assim que
nesse ensaio em particular, a geometria ou coeficiente de aspecto dos resíduos pode influenciar os
valores de resistência mecânica.

REFERÊNCIAS

1- CIMM – Centro de Informação Metal Mecânica – disponível em http:////www.cimm.com.br:8080/cgi-


win/ - acesso em Abril/2002.
2- Lee, B. I.; Burnett, L.; Miller, T.; Postage, B.; Cuneo, J. Tyre Rubber/ Cement Matrix Composites
Journal of Materials Science Letters, v.12, n. 13, p. 967-968, 1993.
3- Eldin, N. N.; Senouci, A. B., Rubber Tyre Particles as Concrete Agregate Journal of Material in
Civil Engineering, v. 5, n.4, p. 478- 496, 1993.
4- Ali, N. A.; Amos, A. D.; Roberts, M; Use of Ground Rubber Tyres in Portland Cement Concrete
Concrete 2000: Economic and Durable Construction Through Excellence – Proceedings of the
International Conference, University of Dundee, Scotland, UK, v. 2, p. 380- 389, 1993.
5- Rostami, H.; Lepore, J.; Silverstrim, T.; Zandi, I. Use of Recycled Rubber Tyres in Concrete,
Concrete 2000: Economic and Durable Construction Through Excellence – Proceedings of the
International Conference, University of Dundee, Scotland, UK, v. 2, p. 391-399, 1993.
6- Topçu, I. B. The Properties of Rubberized Concretes Cement Concrete Research, USA, v. 25,
n. 2, p. 304-310, 1995.
7- Topçu, I. B. Semi Lightweight Concretes produced by Volcanic Slags, Cement Concrete
Research, USA, v. 27, n. 1, p. 15- 21, 1997.
8- Toutanji, H. A. The Use of Rubber Tire Particles in Concrete to Replace Mineral Aggregates,
Cement and Concrete Composites, UK, v.18, p. 135- 139, 1996
9- Topçu, I.B. Fracture Toughness of a Solidified Composite Residual Material, Cement and
Concrete Research, USA, v.26, n.1, p. 521-527, 1996.
10- Li, Z.; Li, F.; Li, J. S. L. Properties of concrete incorporating rubber tyre particles Magazine of
Concrete research, v. 50, n. 4, p. 297- 304, 1998.
11- Raghavan, D.; Huynh, H. Workability, mechanical properties, and chemical stability of a
recycled tyre rubber-filled cementitious composite, Journal of Materials Science, v.33, p. 1745-
1752, 1998.

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THE USE OF TYRES RUBBER WASTE IN CONCRETE

G.A.A.Cruz, E.M. Calhabeu, C.A.Martins, V.L.Sordi


Rodovia Washington Luís km 235 – 13.565-905 - São Carlos - SP – sordi@power.ufscar.br
Departamento de Engenharia de Materiais – UFSCar

ABSTRACT

The goal of this work is to evaluate the effect of addition of waste tyre rubber on mechanical
properties and density of cement Portland concrete.
To evaluate the effect of rubber quantity on the concrete, coarse aggregate in volume proportion
varying from 20% up to 100% was replaced with fiber shaped retread rubber, and compared to
concrete without rubber.
Based on the results obtained in the project first stage, a reference mixture was chosen, and a
study w as carried out to compare the effects of addition of waste tyre rubber with different geometry
on concrete mechanical properties. This study was made using compression and four-point bending
tests.
This study concludes that, although there is a decrease of mechanical properties, with the use of
proper technology, it is possible to get concrete with proper quality to many applications in the building
industry.

Key-words: waste material, rubber, concrete

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