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Prof.

Ralf Luis de Moura


Bacharel em Ciência da Computação
Engenheiro de Produção
Mestre em Eng. Elétrica

AUTOMAÇÃO NOS
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Automação da Manufatura

• Atividades Econômicas:
– Agropecuária
– Comércio / Serviços
– Industria:
• Extrativa (minerais e vegetais)
• Serviços Industriais (Eletricidade,
Comunicações, Transporte)
• Transformação:
– Indústria de Processamento
– Indústria de Manufatura
Automação da Manufatura

• Indústria de Processamento:
– Caracterizam-se pelo processamento de matérias primas
e/ou insumos intermediários. Exemplos dessa indústria é:
Siderúrgicas, Metalúrgicas, Cimento, Vidro, Papel e
Celulose, Química, Farmacêutica, Açúcar e Álcool,
Mineração, etc..
• Indústria de Manufatura:
– Caracterizam-se pelo processamento de insumos
intermediários visando a obtenção de produtos
acabados. São tipicamente identificadas com a produção
de itens discretos: automóveis, computadores, máquinas
e componentes que fazem parte desses produtos.
Exemplos dessa indústria são: Mecânica, Automobilística,
Aeronáutica, Naval, Têxtil, etc..
Automação da Manufatura

• Os Sistemas de Automação dividem-se em dois grandes


grupos:
– Controle de Processos: Refere-se à tecnologia que trata de
Sistemas Centralizados (Aplicação em minicomputadores)
ou Sistemas Distribuídos (Aplicação em
microcomputadores) destinados ao controle operacional
de indústrias de processo
– Automação da Manufatura: Refere-se a tecnologia que
tratam de sistemas do controle destinados à automação
operacional de indústrias manufatureiras. Esse Grupo de
tecnologia pode ser dividido em Automação Rígida,
Automação Programável e Automação Flexível
Automação da Manufatura

Automação Industrial

Controle de Processos Automação da Manufatura

Indústrias de Processamento Indústrias de Manufatura

•Siderurgia •Mecânica
•Metalurgia •Automobilística
•Cimento •Aeronáutica
•Vidro •Naval
•Papel •Eletroeletrônica
•Química •Eletromecânica
•Petroquímica •Têxtil
•Mecânica Pesada
Automação da Manufatura

• Refere-se à tecnologia relativa à aplicação de sistemas


mecânicos, hidráulicos, pneumáticos, elétricos, eletrônicos e
sistemas computadorizados para operar e controlar a
produção
• Tem por objetivo a otimização de processos produtivos para
a obtenção de um melhor aproveitamento das máquinas,
atacando fatores que comprometem a linha de produção.
• Busca obter maior rendimento e produtividade
• Exemplo: Gabaritos em tornos copiadores substituem a
decisão (mental) do homem de recuar as ferramentas de
corte durante uma operação de torneamento
Automação da Manufatura
Tipos de Máquinas Descrição Exemplos
Anexos de máquinas Máquinas que substituem o esforço Anexos para avanco de magazine;
humano por esforço de máquina e Dispositivos para centralizacao e fixação
tipicamente executam de algumas a rápida para tornos; Alimentadores em tiras
muitas operações para máquinas de estampar; Tremonhas
vibratórias com balanças que despejam
cargas de produtos químicos em contêineres
receptores
Máquinas de Controle Máquinas com sistemas de controle que Tornos; Tornos mecânicos verticais;
Numérico (NC) lêem instruções e as convertem para Máquinas de fabricação de pneus,
operações de máquinas Máquinas de cura; Máquinas de tecelagem
Robôs Manipuladores de uso geral, Máquinas de Soldam; Pintam; Montam;
reprogramáveis, de múltiplas funções, que Inspecionam; Transportam e Armazenam
possuem algumas características
semelhantes às humanas
Inspeção automatizada Máquinas automatizadas que executam Verificações de circuitos eletrônicos;
do Controle de parte ou todo o processo de inspeção Verificações de funções ativadas por
Qualidade computador; robôs de pesagem; Sistema de
Inspeção Flexível
Sistemas Automatizados Tecnologias usadas em aquisição Sistema de código de barras; Contabilidade
de Identificação (AIS) automática de dados de produtos para de estoques; Entrada de dados para controle
entrada num computador de chão de fábrica; Sistemas para ajustar
configurações de máquinas de produção.
Controles Automatizados Sistemas de computador que recebem Sistema de controle para laminadores na
de Processo dados sobre o processo de produção e manufatura de pneus; Calandras no
enviam ajustes para as configurações do processo de filme plástico; Unidades de
processo destilação fracionada ( Craqueamento)em
refinarias de petróleo
Automação em Sistemas de Produção
• Elementos automatizados numa fábrica: (1) automação dos
equipamentos (manufacturing systems), (2) informatização do
sistema de suporte (manufacturing support systems).
Automação dos Equipamentos
• O termo automação se refere ao fato de que as operações se dão de
modo automático, quase não existe ação humana. Ex.:
– sistemas de montagem automatizada
– sistemas de inspeção de qualidade automatizada
– sistemas de manufatura robotizada
– etc
• Existem três tipos: (1) automação rígida, (2) automação programável
e (3) automação flexível.
Razões para automatizar

• Aumentar a produtividade do trabalho: maior saída por hora


de trabalho;
• Reduzir custo de trabalho: máquinas substituindo trabalho
humano para reduzir custo do produto unitário;
• Reduzir ou eliminar tarefas rotineiras;
• Melhorar a segurança do trabalhador;
• Melhorar qualidade do produto: reduzindo a taxa de
defeitos;
• Reduzir o tempo de entrega do produto;
• Realizar processos os quais manualmente não seriam
possíveis: por exemplo, circuitos integrados ou processos que
exigem precisão e cálculos complexos.
Automação da Manufatura

• Automação Rígida: São Sistemas em que a sequência do processo


com a montagem é fixada pela configuração do equipamento.
• Sequência de operações simples
• Caracterizado por:
– alto investimento inicial em equipamentos
– altas taxas de produção
– relativa inflexibilidade em absorver mudanças de produção
• Justifica-se em produtos de altas taxas de demanda de maneira que
o alto investimento inicial pode ser dividido por grande número de
unidades.
• Exemplos: Linha de montagem e linha de transferência
Automação da Manufatura
• Automação Programável: O equipamento é projetado com a
capacidade de mudar a sequência de operações para adaptar-
se às diferentes configurações de produção.
• As sequências de operações são controladas por programas
(instruções codificadas)
• Caracteriza-se por:
– Alto investimento em equipamento de uso geral (não específico)
– Baixa produção, quando comparado com a automação rígida
– Flexibilidade para absorver mudanças na configuração da produção
– Muito adequado para produção em lotes
• Utilizada para baixo e médio volume de produção
• O sistema precisa ser reprogramado a cada novo lote
• Exemplos: Máquinas ferramentas de Comando Numérico,
Robôs Industriais
Automação da Manufatura

• Automação Flexível: Capaz de produzir uma variedade de


produtos com vantagem de não perder tempo nas trocas de um
produto para outro.
• O sistema é capaz de produzir várias combinações e sequências
de produtos em vez de exigir que eles sejam feitos em lotes
• Caracteriza-se em:
– Alto investimento
– Produção contínua para uma variedade de tipos de produtos
– Produção média
– Flexibilidade para absorver variações de projetos do produto
• Diferencia-se da Automação programável em:
– Capacidade de mudança de programação sem perda de tempo de produção
– Capacidade de trocar a propagação física da máquina sem perda de tempo

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Sistema Flexível de Manufatura
Esquema de Uma Rede de Comunicação
Sistema de Planejamento e
Programação da Produção

Unidade de Controle do Sistema


Flexível de Manufatura
Principal Reserva

Interface Interface Interface Interface

Máquinas Robôs AGVs e RGVs Outros Atuadores e


CNC Industriais Sensores
Veículos Guiados Automaticamente - AGV
Automatic Guided Vehicles

AGV’s
Sistemas Automatizados de Armazenamento
e Recuperação
Sistemas Flexíveis de Manufatura
Modelo Y de Integração da Manufatura
Modelo Y de Integração da Manufatura

• CAE - Engenharia Auxiliada por Computador


– Consiste em empregar um sistema computacional para
desenvolver e auxiliar as especificações funcionais de
produtos, peças componentes e processos de fabricação.
• CAD - Projeto auxiliado por Computador
– É um sistema de computação empregado para a criação de
desenhos, listas de materiais, emissão de documentação
técnica para auxílio na fabricação, base de dados, simulação
gráfica interativa, arquivo e acesso de dados de processo de
fabricação.
Modelo Y de Integração da Manufatura

• CAPP - Planejamento do Processo Auxiliado por Computador


– Este sistema está encarregado de gerar o fluxo de produção agrupando
os diversos tipos de componentes em famílias, aproveitando as
similaridades das famílias. O sistema se encarrega de criar o roteiro de
produção através de procedimentos padrões de processo para cada
família.
• CAM - Manufatura Auxiliada por Computador
– É um sistema que gera, transmite e controla a execução dos dados
numéricos que são emitidos para as máquinas ferramentas e robôs nas
execuções de tarefas de manufatura.
– Monitora a manipulação de componentes além de realizar testes e
inspeção de qualidade dos produtos manufaturados. Na realidade estas
tarefas são monitoradas por tecnologias distintas conforme
desmembradas a seguir:
• CAP - Produção auxiliada por computador
• CAT - Teste auxiliado por computador
• CAQ - Qualidade auxiliada por computador
Projeto de Automação - Introdução

• Na implementação do projeto de automação, o usuário define todas as


sequências operacionais (tarefas) que deseja ser implementada.
• Estas sequências decorrem de receitas de produção e de produção de
sistemas, estabelecidas por especialistas no processo, por fabricantes
dos equipamentos ou pela experiência própria do usuário.
Gerenciamento de Projetos

• A estrutura padrão na gestão de projetos é focar no escopo, no custo


e no tempo, isso chamamos de tríplice restrição, estes três termos
equilibram a entrega do resultado final com qualidade, o desequilibro
de algum item deste, gera distúrbio no projeto, podendo
comprometer o resultado.
• Um projeto é dividido em fases durante todo o processo, onde
podemos distingui-las de acordo com as etapas abaixo:
• Inicialização – fase onde se autoriza formalmente o projeto;
• Planejamento – fase de elaboração dos planos do projeto;
• Execução – fase da implantação, das tarefas, das ações;
• Monitoramento e Controle – esta fase é relacionada com as outras,
sendo o elemento da gestão dos itens de cada fase;
• Encerramento – são os aceites do projeto, as finalizações formais
• de entrega ao cliente.
Projetos de Automação

• Os projetos de automação industrial, pertencem a cadeira de


• fornecimento de bens de capital para industrial, onde podemos dividir
em duas grandes etapas, a de planejamento e implantação.
• A etapa de planejamento envolve basicamente toda a parte de estudos
técnicos e viabilidades, incluindo a financeira, normalmente a técnica
FEL Front End Loading é utilizada, também conhecida como técnica de
Stage-Gate.
• A etapa de implantação é especifica de cada área, em automação
industrial podemos descrever em forma de fases e etapas.
Tipos de Projetos de Automação

• EPCM (Engineering, Procurement, Construction Management) –


Modalidade onde a empresa fornecedora é responsável por todo
o fornecimento de Engenharia, Compras, Construção e
Gerenciamento do projeto;
• EPC – Modalidade onde a empresa fornecedora é responsável
por todo o fornecimento de Engenharia, Compras e Construção,
normalmente o cliente final contrata uma empresa de gestão
para diligenciar a obra;
• TURN KEY – Modalidade chamada chave na mão, é a entrega
completa do sistema pela empresa, que normalmente é
chamada de integradora, cujo foco somente é a automação do
sistema;
• MAC – Modalidade chamada de Contrato Principal de
Automação, é uma modalidade parecida com o TURN KEY, porém
o fornecedor também tem a responsabilidade por infraestrutura
e operação assistida, normalmente são contrato feitos por
grandes empresas de automação industrial.
Execução de um Projeto de Automação

• Projeto Básico
– Memorial Descritivo do Processo –
• Onde define-se a engenharia básica onde é especificado o escopo do
projeto através da descrição da concepção e fundamentos do
processo, dos equipamentos característicos, do funcionamento da
instalação
– Matriz de Causa e Efeito –
• Utilizado para mostrar o inter-relacionamento entre os eventos
(causa) e as ações (efeito), que devem ocorrer de forma automática e
controlada pelo sistema (SIS, SDCD etc.). Deve ser apresentada em
uma forma matricial com as causas nas linhas e os efeitos nas
colunas..
Execução de um Projeto de Automação

• Fluxograma Preliminar de Engenharia –


– Deve conter as malhas de controle, indicações, alarmes e
intertravamentos, explicitando as funções dos instrumentos e sua
identificação (“tag”), localização, tipo de sinal de controle (pneumático,
eletrônico e digital), tipo da instrumentação de supervisão (painel
convencional, SDCD, CP) e válvulas de segurança e alivio.
– Deve conter, também, notas explicativas e recomendações ou exigências
do projeto básico quanto à locação ou outros requisitos pertinentes à
instrumentação.
– Deve indicar ainda as interligações de intertravamentos e controles com
as unidades fornecidas em “pacotes” e sistema de controle avançado.
Execução de um Projeto de Automação

• Memorial Descritivo de Automação –


– Destinado a definir as estratégias de automação a adotar para
um grupo de equipamentos ou procedimento de processo.
– Deve apresentar os requisitos funcionais de automação e
controle, as interfaces previstas com outros sistemas, as
logicas típicas de controle e sequenciamento, assim como
qualquer outro requisito de automação necessário
• Arquitetura de Sistema de Automação e Controle –
– Deve mostrar de forma simbólica os equipamentos principais
do sistema (SDCD, CP, Servidores de Dados, IHM ...) unidades
“pacotes” e outros), sua localização física e de que maneira se
interligam.
– Neste documento devem estar claros os tipos de redes, os
meios de comunicação e os protocolos utilizados.
Execução de um Projeto de Automação

• Diagrama de Controle de Processo


– Deve conter detalhes das malhas de controle regulatório com uma
definição clara das funções e cálculos envolvidos, sua interligação
com outras malhas, cascatas, etc.
– Deve ser elaborado quando o fluxograma de engenharia não
esclarecer completamente a função da malha.
• Descritivo de Malhas de Controle
– Deve conter explicações sobre o objetivo e forma de
funcionamento das malhas de controle, bem como explicitar as
equações, parâmetros e algoritmos a serem ajustados nas funções
envolvidas nestas malhas. Complementa e pode ser
complementado pelo diagrama de controle de processo.
Descrição das Plantas Industriais

• Fluxogramas e Diagramas de Processo


– Para representar os processos industriais temos:
• Diagramas de Blocos;
• Diagramas de Fluxo do Processo;
• Diagramas de Tubulação e Instrumentação
Descrição das Plantas Industriais
• Diagramas de Blocos
– Neste diagrama as várias operações das sequências de
processamento são mostradas em blocos retangulares,
interligados por flechas que indicam a sequência de
trabalho.
– Este diagrama evidencia somente a sequência das etapas
do processo principal, mas não mostra os tipos de
equipamentos detalhados.
• Exemplo: processo de tratamento de minério de
ouro.
Descrição das Plantas Industriais
Descrição das Plantas Industriais

• Fluxogramas e Diagramas de Processo


– O projetista deve transmitir de forma eficiente e
segura o conteúdo técnico dos processos
industriais a serem automatizados.
– Há várias formas de representação gráfica de
sistemas dinâmicos que se assemelham aos
esquemas dos circuitos eletrônicos.
– Estes esquemas, por meio de símbolos
padronizados, mostram a relação funcional entre
os seus diversos componentes.
– Com isto o engenheiro pode entender e restaurar
as condições operacionais de um sistema que lhe é
apresentado para a automação.
Descrição das Plantas Industriais

• Diagrama do Fluxo do Processo


– Tem por objetivo em mostrar os principais
equipamentos através de símbolos de uso comum,
normatizados ou especiais.
– Devem mostrar as operações do processo industrial do
início ao fim, e devem incluir todos os equipamentos
principais e as tubulações de interligação dos mesmos.
– Normas Utilizadas
• ANSI/ISA–S5.1–1984 (R1992) – (2009)
– Instrumentation, Systems and Automation Society
(ISA): ISA 5.1 - Instrumentation Symbols and
Identification.
Diagrama de Fluxos de Processos
Descrição das Plantas Industriais

• Diagrama do Fluxo do Processo


– Informações:
• Vazões nominais dos materiais;
• Ciclo operacional;
• Número de horas operacionais por ano;
• Especificações de produtos, subprodutos e matérias-primas;
• Consumo por unidade de produção de matérias-primas,
subprodutos e
• utilidades;
• Balanço e consumo de energia;
• Reações envolvidas e taxa de conversão, pureza,
catalisadores etc;
• Impacto no meio ambiente, com identificação e quantidade
de efluentes.
Descrição das Plantas Industriais

• Diagrama de Tubulação e Instrumentação P&ID (Piping &


Instrument Diagram)
– Este diagrama permite mostrar uma fotografia completa do
processo pois os desenhos de equipamentos, tubulações e
instrumentos possuem riqueza de detalhes.
– Um P&ID deve mostar:
• Todos os equipamentos, dispositivos de alívio de pressão,
indicadores de níveis, tubulações, caminho do produto, itens
que afetam a funcionalidade do processo, tipos de conexões,
instrumentos de medições, todas as malhas de instrumentos
críticos, sistemas de purga,...
Ex. Coluna de Destilação

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