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FACULDADE DEVRY FACI

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MURILO REZENDE VERAS

MICRODRENAGEM URBANA

BELÉM – PA
2018
MURILO REZENDE VERAS

MICRODRENAGEM URBANA

Trabalho de apresentado à Professora Ms.


Heline Santana Modesto Neves, para o SIDA de
Drenagem Superficial e Subterrânea, do curso
de Engenharia Civil, da Faculdade Devry Faci,
como requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Engenharia Civil.

BELÉM – PA
2018
1 INTRODUÇÃO

Um sistema de drenagem é o principal meio de escoamento das águas pluviais,


tendo a finalidade de evitar ou conter o curso de enxurradas através diversos
dispositivos projetados para o direcionamento do excesso de água à locais adequados.
Na gestão urbana, as medidas voltadas para os processos de drenagem de
uma cidade devem compor o PDDrU – Plano Diretor de Drenagem Urbana, que
determina diretórios os planos de ocupação urbana, de drenagem e controle de
enchentes, conforme os parâmetros do Plano Diretor Urbano do munícipio ou região
metropolitana e da Legislação de ocupação do Solo (TUCCI, 2005). Diversas cidades
brasileiras não possuem PDDrU. Logo, predominam os sistemas de drenagem
inadequados ou mal executados, junto à uma administração pública deficiente e
negligente em relação à manutenção urbana.
Nesse aspecto, uma prática bastante comum por parte da população é a
execução da ligação dos tubos de coleta de esgoto junto às redes pluviais, o que gera
um grande problema nos sistemas de saneamento e, consequentemente, para os
moradores a jusante, que devido ao odor ocasionado pelo despejo de dejetos no
sistema de microdrenagem, acabam bloqueando as bocas-de-lobo, forçando o
escoamento das águas superficiais para ruas e calçadas, causando alagamentos, por
exemplo. Aqui, vê-se a importância da microdrenagem, uma vez que forma a rede
primária de um sistema de drenagem urbana, fazendo a captação e condução da água
precipitada à rede principal (macrodrenagem).
Considerando este contexto, o presente trabalho tem por objetivo a pesquisa
bibliográfica a respeito da temática da microdrenagem urbana, abordando a
importância, os principais componentes e suas características.
2 MICRODRENAGEM URBANA

2.1 Conceito

Segundo Tucci (2005), a microdrenagem é uma das medidas de controle


estruturais do escoamento, constituindo os dispositivos e redes primárias da coleta
pluvial. Na drenagem urbana convencional, os elementos que formam o sistema de
microdrenagem fazem a retirada da água de precipitação e a condução da mesma
para a rede principal, ou macrodrenagem, o mais rápido possível.
O sistema de condutos, ligações e canais pluviais da microdrenagem são
projetados para atender a drenagem de precipitações de risco moderado, fazendo o
controle de águas pluviais de áreas urbanizadas, garantindo o conforto de circulação
de veículos e pedestres em situação de chuva, e protegendo a pavimentação.
No geral, a microdrenagem faz a captação das águas pluviais dos loteamentos,
que fazem ligação direta ou indireta com as redes públicas, por meio de condutos
superficiais ou subterrâneos, e transferem o volume de água para o coletor principal
de grande porte, seja para o amortecimento ou para a retenção, que então encaminha
água para a bacia ou riacho urbano. A condução das vias públicas até as bacias é
feita através de dispositivos como sarjetas, bocas-de-lobo, poços de visitas, entre
outros.

2.2 Importância

Durante da precipitação, a microdrenagem é o sistema que dá, inicialmente,


condições razoáveis para a circulação de pedestres e veículos por ocasião das chuvas.
Em uma análise mais profunda, a obra de microdrenagem é necessária para o
funcionamento adequado do sistema de drenagem como um todo, pois, conforme
mencionado, se trata da rede primária de coleta das águas pluviais, sendo o meio de
condução das mesmas para a rede principal de drenagem (NEGRÃO; GEMAQUE,
2010).
Nesse aspecto, problemas no sistema de microdrenagem, como mal
dimensionamento, a falta de manutenção e a obstrução dos dispositivos de coleta,
afetam diretamente a eficiência do sistema de drenagem e sua função de
amortecimento de enchentes.
2.3 Elementos constituintes do sistema de microdrenagem

2.3.1 MEIO-FIO

Os meios-fios são elementos posicionados entre o passeio e a calçada, em


paralelo ao eixo da rua, geralmente em concreto pré-moldado ou pedra. Recomenda-
se uma altura de cerca de 15 cm em relação ao nível superior da sarjeta, para que
não dificultem a abertura de portas de automóveis, ou diminuam a capacidade de
condução das águas.

2.3.2 SARJETA

São faixas de via pública paralelas ao eixo da rua, constituídas de calhas


posicionadas entre o meio-fio e a pista de rolamento. As sarjetas costumam possuir
formato triangular, para facilitar a captação da água incidente da chuva e condução
da mesma até o ponto de coleta mais próximo.

2.3.3 SARJETÕES

Os sarjetões são calhas formadas pela própria pavimentação, localizadas em


cruzamentos de vias públicas, responsáveis pela condução do escoamento das águas
precipitada sobre as sarjetas.

2.3.4 BOCAS-DE-LOBO

Estes dispositivos ficam situados em pontos específicos em trechos de no


máximo 40 m, e mais baixos que as sarjetas, para evitar alagamentos e acumulo de
água em zonas mortas. As bocas-de-lobo possuem um formato de caixa, com
eventual abertura para entrada livre de água, e são destinadas à coleta das águas
captadas pelas sarjetas para transferência destas aos tubos de ligação.

2.3.5 TUBOS DE LIGAÇÃO


Os tubos de ligação são os elementos destinados à condução das águas
captadas pelas bocas-de-lobo até as galerias ou poços de visita.

2.3.6 POÇOS DE VISITA

Os poços de visita permitem a manutenção do sistema de microdrenagem, por


meio de uma abertura superior, a nível do terreno, em pontos das galerias
considerados convenientes à limpeza e inspeção do sistema.
3 CONCLUSÃO

A microdrenagem desenvolve papel fundamental no funcionamento de um


sistema de drenagem urbana, uma vez que é responsável pela primeira etapa do
processo de escoamento das águas pluviais. Nesse aspecto, a manutenção e o bom
funcionamento dos dispositivos que compõem o sistema de microdrenagem é
essencial para se evitar problemas como alagamentos por obstrução dos dispositivos
de captação, e comprometimento do tráfego de veículos e pedestres nas vias públicas,
o que é uma realidade, inclusive, em regiões movimentadas da cidade de Belém/PA.
Evidencia-se, portanto, a necessidade da implantação de um sistema de
microdrenagem adequado e do acompanhamento do funcionamento de cada
dispositivo componente do sistema, para que haja eficiência na drenagem e manejo
das águas pluviais.
REFERÊNCIAS

NEGRÃO, Jaqueline; GEMAQUE, Victor. Levantamento de dispositivos de


drenagem de vias urbanas com funcionamento comprometido: estudo de caso
(Belém/PA). 2010. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Engenharia Civil) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade da
Amazônia, Belém, 2010.

TUCCI, Carlos E. M. Gestão de Águas Pluviais Urbanas. Porto Alegre: Ministério


das Cidades – Global Water Partnership – World Bank – Unesco, 2005. 269 p.

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