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Saúde Mental na

3ª Idade

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ÍNDICE

Saúde Mental na 3ª Idade

I. Objectivos……………………………………………………………………2
II. Saúde Mental...................................................................................................3
II.1Definição…………………………………………………………………...3
II.2Causas da doença mental…………………..………………………………3
II.3Como se manifesta a doença mental……………………………………….4
II.4Problemas de saúde mental mais frequentes……………………………….5
II.5Falsos Conceitos sobre a doença mental………………...…………………6
II.6Sinais de alerta de doença mental………………………………………….7
II.7Como ajudar o doente mental………………………………………………7
III. Psicopatologia da Pessoa Idosa……………………………………………...8
III.1 Conceito de Normal e
Patológico…………………………………………..8
III.2 Características do Envelhecimento
Normal………………………………..9
III.3 Características do Envelhecimento
Patológico…………………………...10
III.4 As
demências……………………………………………………………...11
III.4.1 Demência de Alzheimer……………………………………11
III.4.2 Demência na Doença de Parkinson………………………...16
III.4.3 Demência Vascular…………………………………………18
III.5 Delírio……………………………………………………………………..
19
III.6 Outras perturbações mentais frequentes no
idoso………………………...23
IV. Respostas Sociais ao Idoso…………………………………………………24
IV.1 Família…………………………………………………………………….
24
IV.2 Hospital…………………………………………………………………...
28
IV.3 Centro de
Dia……………………………………………………………..28
IV.4 Lar………………………………………………………………………...
29
IV.5 Apoio
domiciliário………………………………………………………..29
V. Como lidar de perto com o idoso com demência de Alzheimer ou outra….29
Bibliografia…………………………………………………………………35

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I. Objectivos

• Identificar as questões relacionados com a saúde mental em geral e com a saúde


mental da pessoa idosa em particular.

•Enunciar as noções de psicopatologia da pessoa idosa.

• Diferenciar os recursos comunitários de apoio à pessoa idosa com doença mental.

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II. Saúde Mental

II.1 Definição

Segundo a OMS a Saúde Mental é “o estado de completo bem-estar físico, mental e


social e não apenas a ausência de doença”. É sentirmo-nos bem connosco próprios e
na relação com os outros. É sermos capazes de lidar de forma positiva com as
adversidades. É termos confiança e não
temermos o futuro.

II.2 Causas da Doença Mental

A doença mental, tal como a maioria das doenças, é multifactorial, ou seja, resulta da
combinação de diferentes factores. Assim é na conjugação da nossa base genética com
o meio que nos envolve e seus momentos ou períodos importantes
(facilitadores/desencadeadores) que a doença pode surgir, repentinamente ou de forma
mais insidiosa. Uma das clássicas formas de olhar para as causas da doença mental,
subdivide-as em doenças de causa endógena (resultado de factores hereditários e
constitucionais), em doenças de causa exógena, sendo que estas, ao contrário das
primeiras, são mais reactivas aos acontecimentos do dia-a-dia e menos dependentes da
nossa genética, biologia e fisiologia. Seja qual for a causa existe sofrimento
psicológico usualmente com repercussões a nível físico.

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II.3 Como se manifesta a doença mental

A doença mental pode manifestar-se sob a forma de neurose ou psicose.

Na neurose o individuo tem plena consciência dos seus actos, mas não consegue
controlá-los.
O que distingue a neurose da normalidade é:
(1) a intensidade do comportamento
(2) a incapacidade do individuo de resolver os conflitos de forma satisfatória.

A Psicose é um quadro psicopatológico no qual se verifica "perda de contacto com a


realidade".
Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso)
alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado
e/ou paranóide, agitação psicomotora, sensações de angústia intensa e insónia severa.

II.4 Problemas de saúde mental mais frequentes

- Ansiedade

- Mal-estar psicológico ou stress continuado

- Depressão

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- Dependência de álcool e outras drogas

- Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia

- Atraso mental

- Demências

Estima-se que em cada 100 pessoas 30 sofram, ou venham a sofrer, num ou


noutro momento da vida, de problemas de saúde mental e que cerca de 12 tenham uma
doença mental grave.

A depressão é a doença mental mais frequente, sendo uma causa importante de


incapacidade.

2.5 Falsos Conceitos sobre a doença mental

As pessoas afectadas por problemas de saúde mental são muitas vezes incompreendidas,
estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido a falsos conceitos, que importa
esclarecer e desmistificar, tais como:

- As doenças mentais são fruto da imaginação;

- As doenças mentais não têm cura;

- As pessoas com problemas mentais são pouco inteligentes, preguiçosas, imprevisíveis


ou perigosas.

Estes mitos, a par do estigma e da discriminação associados à doença mental, fazem


com que muitas pessoas tenham vergonha e medo de procurar apoio ou tratamento, ou
não queiram reconhecer os primeiros sinais ou sintomas de doença.

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O tratamento deverá ser sempre procurado, uma vez que a recuperação é tanto mais
eficaz quanto precoce for o tratamento.

Mesmo nas doenças mais graves é possível controlar e reduzir os sintomas e, através de
medidas de reabilitação, desenvolver capacidades e melhorar a qualidade de vida.

Ao longo da vida, todos nós podemos ser afectados por problemas de saúde mental, de
maior ou menor gravidade.

Algumas fases, como a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o


envelhecimento, ou acontecimentos e dificuldades, tais como a perda de familiar
próximo, o divórcio, o desemprego, a reforma e a pobreza podem ser causa de
perturbações da saúde mental.

Factores genéticos, infecciosos ou traumáticos podem também estar na origem de


doenças mentais graves.

2.6 Sinais de alerta de doença mental

Se alguém que se conhece começa a ficar confuso, evita as pessoas, tem ideias que não
estão de acordo com as de todas as outras pessoas, comporta-se de forma diferente do
que seria de esperar, então é importante falar com um médico para se ter orientação e
ajuda…

A razão para estas mudanças pode estar no desenvolvimento de uma doença, pelo que
quanto mais cedo for consultado um(a) médico(a) melhor.

e pistas importantes a considerar:


» deixou de falar com familiares ou amigos
» perdeu a vontade e motivação para as actividades habituais
» começou a ficar com medo(s) ou com desconfianças sem motivo
» deixou de se alimentar ou come às escondidas
» dorme mal ou não consegue dormir toda a noite
» começou a ter ideias estranhas

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» ouve vozes que mais ninguém consegue ouvir
» tem graves dificuldades de concentração
» diz ou escreve coisas que não fazem sentido
» abusa de álcool ou drogas

2.7 Como ajudar o doente mental

» Incentivar a pessoa a procurar um médico/psicólogo


» oferecer suporte, acompanhando a pessoa ao médico/psicólogo
» se a pessoa recusa tratamento, procure o técnico para o aconselhar e orientar.

Cada ser humano nasce e desenvolve-se de maneira única. Nenhuma pessoa é


igual à outra, reconhecer isso é fundamental para compreender e respeitar os diferentes.

III. Psicopatologia da Pessoa Idosa

3.1 Conceito de Normal e Patológico

A delimitação entre o normal e o patológico é, por vezes, extremamente difícil


de estabelecer.

Esta delimitação baseia-se geralmente em critérios estatísticos, considerando-se


normal o comportamento mais frequente e concordante com os valores estabelecidos e
aceites em determinada sociedade.

É um facto que sendo nós, seres sociais, nos medimos comparativamente à


média da restante população. À medida que crescemos é suposto interiorizarmos regras
e normas que facilitam a nossa adaptação na sociedade, a nossa comunicação e a sermos
aceites pelos outros. Mas vários autores consideraram a norma ou o conceito de
normalidade perigosamente limitativo para a existência individual, colocando de lado a
experiência de vida que cada um de nós tem e causadora de angústia para aqueles que
não estão de acordo com a suposta regra social.

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É humanamente impossível que pessoas com histórias de vida diferentes tenham
os mesmos comportamentos e os mesmos sentimentos. E tendo em conta que a noção de
normalidade está intrinsecamente ligada ao conceito social e cultura, não poderemos
esquecer que as sociedades não são todas iguais e cada uma tem também a sua própria
noção do que é ou não aceite como normal. Por isso aquilo que é normal numas culturas
já não o é noutras.

A avaliação de normalidade ou patologia tem pois de ter em conta três aspectos


fundamentais:

- Fase de desenvolvimento em que se encontra a pessoa

- O local e a cultura

- A época e a circunstância histórica em que ela se situa

3.2 Características do Envelhecimento Normal

Enquanto uma pessoa envelhece, o seu organismo passa por diversas alterações na sua
estrutura e funções.

Este processo normal, conhecido por senescência, ocorre de forma gradual e expressa-se
com manifestações características. De todas elas, as que acontecem no sistema nervoso
são de uma importância fundamental.

Observou-se que o volume do tecido


cerebral diminui de forma gradual e
variável. Esta situação resulta da redução da
quantidade ou do tamanho de algumas das
células que formam parte do cérebro, os

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neurónios. Ao mesmo tempo ocorre um aumento do volume do líquido que se encontra
normalmente dentro do sistema nervoso.

A combinação de ambas as alterações é conhecida por atrofia cerebral.

Estas modificações podem acompanhar-se de algumas alterações nas funções


intelectuais; assim, verifica-se uma lentificação generalizada de todos os processos
mentais. Entre as manifestações mais marcantes podem mencionar-se a diminuição da
capacidade de memorização, aquisição e retenção de nova informação. É característico,
por exemplo, que um idoso tenha dificuldades em evocar um nome ou uma data
específica de uma experiência cuja memória está intacta. Esta alteração da memória
praticamente não agrava com o passar dos anos e pode não interferir com as actividades
quotidianas.

Além das alterações mencionadas, o envelhecimento normal pode acompanhar-se de


outras manifestações neurológicas.

Entre elas encontram-se:

- Perturbações do equilíbrio

- Postura encurvada

- Lentificação da marcha, com passos mais curtos

- Maior sensibilidade à luz intensa e menor adaptação ao escuro

- Surdez variável, especialmente para sons agudos

- Diminuição do gosto e do olfacto

- Redução da velocidade e potência musculares

3.3 Características do Envelhecimento Patológico

No envelhecimento patológico ocorre um declínio significativo das funções cognitivas:

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- alteração e deterioração da memória para registar, armazenar e recuperar informação
nova;

- perda de conteúdos referentes à família e passado;

- alteração e deterioração do pensamento e raciocínio com redução do fluxo de ideias e


diminuição da atenção, etc.

- Défice significativo nas diversas áreas que permitem a execução de tarefas da vida
diária (vestir, comer, etc.);

- Alterações da linguagem;

- Alteração da “Consciência clara”;

- Sintomatologia presente durante pelo menos 6 meses.

3.4 As demências

As Demências são classificadas pelo DSM-IV como um transtorno cognitivo,


pois apresentam múltiplos défices cognitivos (incluindo a memória, a linguagem e a
inteligência) decorrentes dos efeitos fisiológicos de uma condição médica geral, dos
efeitos de uma substância ou de múltiplas causas.

Pacientes com demência costumam apresentar dano da linguagem,


reconhecimento, identificação de objectos e capacidades motoras.

3.4.1 Demência de Alzheimer

O Mal de Alzheimer, Doença de Alzheimer (DA) ou simplesmente Alzheimer, é


uma doença degenerativa actualmente incurável mas que possui tratamento. O
tratamento permite melhorar a saúde, retardar o declínio cognitivo, tratar os sintomas,
controlar as alterações de comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida
ao idoso e sua família.

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Na doença de Alzheimer uma diminuição do tamanho geral do cérebro, em
resultado da perda de neurónios. As circunvoluções tornam se mais estreitas e os sulcos
mais largos.

Fig.1 – Cérebro com Alzheimer e Cérebro Normal

Factores de risco

• Idade;

• História Familiar;

• Um baixo nível de educação, neste caso, a actividade intelectual parece exercer


um efeito protector;

• Tabagismo

• Inactividade Física

• Depressão

• Hipertensão

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• Obesidade

• Diabetes

Incidência

Evolução da doença

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A doença de Alzheimer tem início com pequenos esquecimentos, evoluindo até a pessoa ficar
completamente dependente. Esta evolução acontece, em média, durante 8 anos mas em alguns
casos pode levar até 20 anos para acontecer.

Na fase precoce, os idosos começam a ter perda de memória e, frequentemente, esquecem-se da


comida no forno, onde deixaram as chaves, a carteira e outros objectos pessoais. Além disso,
aparecem sinais da dificuldade em reconhecer amigos, pessoas da família e lugares conhecidos.

Já na fase moderada, a perda de memória é mais evidente, a capacidade de decisão fica


alterada e, na maioria dos casos, a pessoa não percebe essas mudanças. Nesse momento,
revelam-se também alguns outros sintomas, como dificuldade em nomear e identificar objectos,
sons e formas, e problemas para fazer movimentos precisos – como copiar um desenho. A
desorientação, tanto de espaço quanto de tempo, torna-se um risco, pois o idoso pode se perder
facilmente na rua.

Após algum tempo, as transformações na linguagem também ficam mais evidentes. A


dificuldade de nomeação evolui para perdas de identidade, compreensão e capacidade de
conversar. Outros sinais característicos desse estágio são as ideias paranóicas e persecutórias, a
agitação, a agressividade, os distúrbios de sono e os questionamentos repetitivos.

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Na fase severa, todas as funções mentais estão prejudicadas, o problema de fala progride até à
perda total, e as pessoas tornam-se dependentes em todas as actividades do dia-a-dia, inclusive
nas mais simples, como comer, tomar banho, trocar de roupa e andar.

Tratamento

Não existe cura para o Alzheimer, no entanto, existem cuidados a ter para manter a
qualidade de vida do idoso. Existem, basicamente, para estes pacientes, quatro tipos
principais de terapias:

- Terapia da orientação para a realidade: trabalha os aspectos cognitivos e


intelectuais, memória etc.

- Terapia física: melhora e manutenção das condições físicas, motoras e respiratórias.

- Terapia ocupacional: maximiza o desempenho para as actividades da vida diária.

- Terapia ambiental: sugere e indica mudanças e adaptações ambientais no domicílio e


nas instituições, com o propósito de facilitar o dia-a-dia e prevenir acidentes.

Prevenção

Alguns estudos mostraram que manter actividades intelectuais como a leitura, jogos que
exercitam o cérebro, assim como exercer alguma actividade física (caminhada, etc.) tem
um forte efeito positivo sobre o Alzheimer.

Tratar a hipertensão, colesterol, diabetes, não fumar, assim como manter uma
alimentação rica em frutas constituem também um meio eficaz de prevenir demências
como o Alzheimer.

3.4.2 Demência na Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa de Progressão lenta que afecta


principalmente a mobilidade. Uma das alterações não-motoras mais comuns na doença
de Parkinson (DP) é a demência.

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Sintomas

Outros sintomas

- Bradicinesia: Lentidão dos movimentos causada pelo atraso na transmissão de


instruções do cérebro para o resto do corpo;

- Depressão

- Ansiedade

-
Instabilidade Postural

- Bradifrenia: Pensamento
lento

Progressão da Doença

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O doente fica susceptível e fraco, aumentando o risco de infecções e outros episódios com
potencial mortal.

3.4.3 Demência Vascular

A Demência Vascular é a segunda causa mais comum de Demência. Ela tende a


apresentar um início um tanto mais precoce que a Doença de Alzheimer e, ao contrário
da Doença de Alzheimer, os homens são mais frequentemente afectados que as
mulheres, contudo, muitas vezes ela acaba sendo confundida com a doença de
Alzheimer.

O início da Demência Vascular é tipicamente súbito, seguido por um trajecto flutuante


e gradual, caracterizado por rápidas alterações no funcionamento, ao invés de uma
progressão lenta. A duração, entretanto, pode ser altamente variável, e um início
insidioso com declínio gradual também é encontrado.
A demência vascular cerebral é muito mais comum do que se pensa e pode ser evitada.
Ela caracteriza-se por múltiplos acidentes vasculares cerebrais (avc’s) que vão ocorrendo no
cérebro ao longo da vida do indivíduo, estes vão-se somando e estão associadas a uma história

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de declínio cognitivo. Às vezes, são pequenos episódios em que o indivíduo fica indisposto mas
vai melhorando e não chega a ter conhecimento de que a causa daquela indisposição foi uma
pequena isquemia, um pequeno derrame cerebral.

A prevenção da demência vascular pode ser feita por meio de procedimentos simples, como
controle de tensão arterial e dos níveis de colesterol no sangue, evitar gorduras e excesso de sal.

Enquanto o Alzheimer é uma doença degenerativa que leva à morte dos neurónios, a
demência vascular é uma doença dos vasos sanguíneos do cérebro que, quando
afectados, não conseguem compensar esse órgão de oxigénio e nutrientes e, assim, as
conexões entre os neurónios se degeneram.

Na demência vascular as alterações são vistas principalmente na parte branca, área do


cérebro onde ficam as fibras de comunicação do órgão. Os sintomas clássicos são
discretamente diferentes, pois a doença de Alzheimer apresenta perda de memória
progressiva e a demência vascular, perda de memória em ‘degraus’.

3.5 Delírio

O delírio é uma disfunção cerebral global caracterizada por alterações da consciência e


cognitivas ao nível da atenção, pensamento, memória, percepção, discurso, emoções,
comportamento psicomotor e do ciclo sono-vigília.

O delírio tem prevalência alta nos doentes internados, o que contribui significativamente para a
morbilidade e a mortalidade.

Aproximadamente 15 a 25% dos doentes com cancro e 10 a 56% dos doentes idosos
desenvolvem delírio durante o internamento.

Na maioria dos casos, o delírio é secundário a uma doença física grave, intoxicação
medicamentosa e abstinência a sedativos, álcool ou outra droga de abuso.

O delírio, muitas vezes, não é reconhecido ou é diagnosticado de forma errada.

Na maioria das vezes é confundido com depressão, demência ou psicose.

Diversos estudos mostram que 57 a 80% dos pacientes idosos com distúrbios cognitivos não são
diagnosticados pelos clínicos na admissão hospitalar e, tratando-se de delírio, essa falha pode
chegar a 70%.

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O delírio pode ser a única manifestação clínica consequente a um enfarte agudo do miocárdio,
pneumonia, septicemia, distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos em idosos hospitalizados.

O seu reconhecimento conduz à imediata investigação, no sentido de se identificar


precocemente a causa básica, salvando vidas.

Sintomas

A primeira característica do delírio é o distúrbio da consciência, que envolve alteração do nível


de percepção do ambiente e redução da capacidade para se concentrar, manter ou mudar a
atenção.

O paciente idoso usualmente mostra-se desatento, letárgico, sonolento, incapaz de obedecer a


ordens complexas ou manter raciocínio sequenciado, distraindo-se com muita facilidade.

Por norma o doente com delírio não apresenta hiperactividade, agitação ou agressividade,
excepto no delírio por abstinência ao álcool, benzodiazepínicos ou anti-depressivos tricíclicos.

O paciente não estabelece contacto com o olhar e parece ignorar o ambiente e as pessoas, olha
vagamente, sem direcção, e às vezes dorme enquanto está a ser examinado.

A segunda característica do delírio é a presença de distúrbios cognitivos muito além do que se


poderia esperar de uma demência preexistente ou em evolução.

Neste caso, as manifestações vão da perda evidente de memória, desorientação e alucinações até
distúrbios leves de linguagem e percepção.

Nos pacientes com delírio, a fala é arrastada e desconexa, a compreensão falha e a escrita é
quase impraticável.

A resposta à primeira pergunta geralmente é dada à segunda ou terceira, denunciando a


dificuldade que esses pacientes apresentam para concentrar e mudar a atenção.

Podem ocorrer ilusões e alucinações, no entanto, entre os idosos, são mais comuns erros de
interpretação e identificação (por exemplo, a enfermeira que entra no quarto pode ser tomada
por um agressor potencial ou o cônjuge por um impostor).

A terceira característica do delírio é a sua instalação aguda e o seu curso flutuante.

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Desenvolve-se em horas ou dias, característica de grande importância cronológica no
diagnóstico diferencial com a demência.

Os sintomas do delírio tornam-se mais intensos durante a noite.

Num paciente com delírio são frequentes as oscilações.

É possível que o médico ao retornar à enfermaria poucas horas, ou mesmo minutos, após ter
avaliado um paciente que se encontrava relativamente sonolento e apático, deparar-se com o
mesmo inquieto, agitado, gritando, batendo, cuspindo, tentando sair do leito, querendo ir para
casa ou fugir de visões e alucinações, muitas vezes aterrorizantes, em curso naquele momento.

A quarta característica do delírio é a presença de uma ou mais doenças clínicas ou de toxicidade


medicamentosa.

Os idosos são susceptíveis ao desenvolvimento de delírio como consequência de uma grande


variedade de factores orgânicos que podem actuar isolados ou, com maior frequência, em
associação (por exemplo, no pós-operatório de fractura do fémur o delírio pode dever-se a
anemia e/ou toxicidade oriunda da medicação anestésica).

Os mais idosos e em particular os demenciados têm maior tendência a desenvolverem delírio


como complicação de praticamente qualquer doença física ou do uso de medicamentos comuns,
mesmo em doses terapêuticas.

O delírio costuma ocorrer devido à retirada brusca de medicação sedativa ou droga de abuso.

Frequentemente, o delírio associa-se a um distúrbio do ciclo sono-vigília.

Alguns pacientes podem mostrar-se sonolentos durante o dia e, à noite, ficarem agitados e com
dificuldade para dormir.

Eventualmente, podemos observar completa reversão do ciclo sono-vigília.

As alterações do comportamento psicomotor podem também estar presentes.

Muitos pacientes ficam inquietos, tentam levantar-se inoportunamente do leito, arrancando


equipamento endovenoso, cateteres, sondas etc.

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No entanto, é mais comum o paciente mostrar redução da actividade psicomotora, com lentidão
nas respostas.

Também se verificam distúrbios emocionais como ansiedade, medo, depressão, irritabilidade,


raiva, disforia ou apatia.

Mudanças súbitas e imprevisíveis de um estado emocional para outro podem ocorrer em alguns
pacientes, enquanto outros se mantêm estáveis.

A maioria dos estudos mostra que em geral, durante a noite, os sintomas emocionais e a
actividade psicomotora são mais intensos ou evidentes.

PROGNÓSTICO

O curso do delírio é variável e dependente de diversos factores.

A gravidade e a importância da causa determinante, as condições de saúde, a idade e o estado


mental prévio do paciente são decisivos para o curso e prognóstico.

O delírio é considerado por muitos autores como uma condição transitória, entretanto, crescem
evidências de que tenha um curso mais grave em populações mais enfermas e idosas com
elevada mortalidade em curto prazo.

Os efeitos cognitivos do delírio desaparecem lentamente ou perpetuam-se.

Em alguns pacientes, após a resolução do delírio, a demência torna-se evidente; discute-se se a


demência estava ou não presente antes da instalação do delírio ou presente sem ter sido
reconhecida.

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3.6 Outras perturbações mentais frequentes no idoso

Perturbação depressiva

A idade avançada não é um factor de risco para o desenvolvimento de depressão, mas ser viúvo
ou viúva e ter uma doença crónica estão associados com vulnerabilidade aos transtornos
depressivos. A depressão que inicia nessa faixa etária é caracterizada por vários episódios
repetidos.

Os sintomas incluem redução da energia e concentração, problemas com o sono especialmente


despertar precoce pela manhã e múltiplos despertares, diminuição do apetite, perda de peso e
queixas somáticas (como dores pelo corpo). Um aspecto importante no quadro de pessoas
idosas é a ênfase aumentada sobre as queixas somáticas.

Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é chamado de síndrome


demencial da depressão que pode ser confundida com a verdadeira demência. Além disso, a
depressão pode estar associada com uma doença física e com uso de medicamentos.

Perturbação bipolar

Os sintomas da mania em idosos são semelhantes àqueles de adultos mais jovens e incluem
euforia, humor expansivo e irritável, necessidade de sono diminuída, fácil distracção,
impulsividade e, frequentemente, consumo excessivo de álcool. Pode haver um comportamento
hostil e desconfiado. Quando um primeiro episódio de comportamento maníaco ocorre após os
65 anos, deve-se alertar para uma causa orgânica associada. O tratamento deve ser feito com
medicação cuidadosamente controlada pelo médico.

Perturbação de ansiedade

Incluem perturbações de pânico, fobias, TOC, ansiedade generalizada, de estresse agudo e de


estresse pós-traumático. Desses, os mais comuns são as fobias.

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As perturbações de ansiedade começam no início ou no período intermediário da idade adulta,
mas alguns aparecem pela primeira vez após os 60 anos.

As características são as mesmas das descritas em transtornos de ansiedade em outras faixas


etárias.

Em idosos a fragilidade do sistema nervoso autónomo pode explicar o desenvolvimento de


ansiedade após um acontecimento stressante. A perturbação de stresse pós-traumático é,
frequentemente é mais severa nos idosos que em indivíduos mais jovens em vista da debilidade
física concomitante nos idosos.

As obsessões (pensamento, sentimento, ideia ou sensação intrusiva e persistente) e compulsões


(comportamento consciente e repetitivo como contar, verificar ou evitar ou um pensamento que
serve para anular uma obsessão) podem aparecer pela primeira vez em idosos, embora
geralmente seja possível encontrar esses sintomas em pessoas que eram mais organizadas,
perfeccionistas, pontuais e parcimoniosas. Tornam-se excessivos em seu desejo por organização,
rituais e necessidade excessiva de manter rotinas. Podem ter compulsões para verificar as coisas
repetidamente, tornando-se geralmente inflexíveis e rígidos.

Perturbações somatoformes

São um grupo de perturbações que incluem sintomas físicos (por exemplo dores, náuseas e
tonturas) para os quais não pode ser encontrada uma explicação médica adequada e que são
suficientemente sérios para causarem um sofrimento emocional ou prejuízo significativo à
capacidade do paciente para funcionar em papéis sociais e ocupacionais. Nestas perturbações,
os factores psicológicos contribuem para o início, severidade e a duração dos sintomas. Não são
resultado de simulação consciente.

A hipocondria é comum em pacientes com mais de 60 anos, embora o seja mais frequente entre
40 e 50 anos. Exames físicos repetidos são úteis para garantirem aos pacientes que eles não têm
uma doença fatal. A queixa é real, a dor é verdadeira e percebida como tal pelo paciente. Ao
tratamento, deve dar-se um abordagem psicológica e/ou farmacológico.

Perturbações por uso de álcool e outras substâncias

Os pacientes idosos podem iniciar um quadro de dependência a uma droga ou um remédio,


devido à automedicação. Por exemplo, um senhor que ganha o hábito beber uma dose de álcool
todos os dias para relaxar, ou então uma senhora que ao passar por uma situação de maior
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ansiedade, como a perda ou morte de algum conhecido ou familiar, inicia o uso de
medicamentos sedativos a fim de não se sentir tão mal.

A dependência de álcool, geralmente, apresenta uma história de consumo excessivo que


começou na idade adulta e frequentemente está associada a uma doença médica, principalmente
doença hepática. Além disso, a dependência ao álcool está claramente associada a uma maior
incidência de quadros demenciais.

A dependência de substâncias como hipnóticos, ansiolíticos e narcóticos é comum. Os pacientes


idosos podem abusar de ansiolíticos para o alívio da ansiedade crónica ou para garantirem uma
noite de sono. A apresentação clínica é variada e inclui quedas, confusão mental, fraca higiene
pessoal, depressão e desnutrição.

Uma particularidade de tais dependências nesses pacientes é que tanto os medicamentos


sedativos quanto o álcool estão relacionados com maior número de quedas e fracturas, o que
reduz significativamente a expectativa de vida do idoso após o incidente.

IV. Respostas Sociais ao Idoso

4.1 Família

Dentro da família a pessoa é vista como sendo ela mesma, independentemente da


utilidade económica, política ou social, ela é única, sem máscaras, na sua intimidade,
faz parte da família sempre.

O idoso é visto como o principal membro da comunidade familiar, pois ele representa
uma história de vida, a história daquela família, como se codificasse um gene, a
biografia.

É na família que o idoso necessita de cuidados, apresenta as suas manias e acaba por
envolver a família em torno de si, leva os mais jovens a olhar não só para si como
também para tudo à sua volta.

A família pode vir a deparar-se com o idoso saudável ou com o idoso doente, onde
existe um comprometimento de alguns órgão e que acabam por levar o idoso a um grau
de dependência , sendo o apoio familiar de suma importância.

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É indispensável para a família saber tudo que se passa com o idoso, nomeadamente se
apresenta alguma doença que leva à toma de medicação e produz alteração nas
actividades de vida diária.

É no seio familiar que é decidido como o idoso vai ser cuidado e quem irá ser o
responsável.

É através do convívio familiar que muitas doenças são relatadas, quando bem
observados os costumes e o dia-a-dia do idoso.

Nem todos os idosos se adaptam facilmente a mudanças no ambiente, onde as alterações


podem levar a uma incapacidade de aceitar a situação.

A reforma, as perdas funcionais e sociais levam muitas vezes o idoso a desenvolver um


quadro depressivo.

Nem todas as famílias possuem estrutura imediata para receber um idoso debilitado,
nem todos tem uma família grande.

Por vezes, encontramos idosos que vivem sozinhos, porque não têm a quem recorrer,
pois não tiveram filhos, ou estão zangados há anos com a família, ou todos já se foram
de sua vida.

Muitos idosos, têm capacidade e oportunidade e conseguem formar novos elos.

Os seus vizinhos e os seus amigos acabam por se tornar cuidadores, dando carinho e
apoio. Porém, a falta da estrutura familiar fica como uma marca.

Quem cuida durante um período de tempo prolongado, tem tendência a apresentar sinais
de stress que devem, de igual forma, ser tidos em conta e alvo de atenção por parte
destes e de quem os rodeia.

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Atitudes a tomar para reduzir o stress do cuidador

• Apreender mais sobre a Doença de Alzheimer e tornar-se num cuidador informado;

• Ser realista quanto a si próprio e reconhecer as suas limitações como cuidador;

• Aceitar os seus sentimentos - O cuidador pode sofrer um misto de sentimentos no seu


dia-a-dia e que podem ser confusos, mas é importante não esquecer que são reacções
normais e que está a dar o seu melhor nos cuidados ao doente.

• Partilhar informações e sentimentos com familiares e amigos - Se partilhar as


informações acerca da doença bem como os seus sentimentos com familiares e amigos,
contribuirá para uma maior compreensão por partes destes o que lhes permitirá prestar o
apoio que tanto precisa.

4.2 Hospital

Durante o internamento, a pessoa idosa passa a estar ao cargo de uma equipa multidisciplinar de
saúde, que tudo faz para que esta atinja o mais rapidamente possível, um estado máximo de
saúde.

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Quando um idoso é internado, surgem frequentemente dúvidas e insegurança em todos os
membros da família.

É um momento de tomada de decisões que podem ser fáceis ou não.

Para tentar ultrapassar este momento menos favorável, as pessoas precisam de ajuda, apoio
moral, alguém com que possam esclarecer dúvidas.

É importante existir uma boa relação entre a rede familiar e os técnicos de saúde a fim de
melhorar quer o estado emocional da pessoa internada, quer para aumentar a sua interacção no
seu processo de cura, bem como a integração da família neste processo.

O hospital desempenha assim um papel importante na informação e preparação da doença, bem


como a melhor forma de lidar com a mesma.

4.3 Centro de Dia

Os Centros de Dia são importantes pois poderão integrar os doentes crónicos, tendo uma função
de protecção de dia em relação aos indivíduos dependentes, e também um centro de actividades
que têm como finalidade manter senão mesmo melhorar o estado destes utentes.

4.4 Lar

A institucionalização dos idosos provoca receios para o próprio idoso que, de repente, tem o
sentimento de ser abandonado pelos familiares e, muito particularmente, pelos filhos que os
levam para um lugar desconhecido para eles.

Estes receios podem provocar agressividade, o que é culturalmente inaceitável, sobretudo se o


idoso começa a manifestar sinais de demência que podem ser interpretados como a
extremização do mau carácter do familiar e não como uma doença que se instala, por vezes
lentamente.

Para evitar desgastes desnecessários, programas de informação sobre esta doença degenerativa
deveriam ser implementados de uma forma sistemática, assim como reuniões entre os familiares
para eles poderem identificar-se também com as vivências dos outros intervenientes.

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Isto evita sentimentos de culpabilidade nos próprios filhos e eventuais desgastes em termos de
saúde, sobretudo para aquele que se ocupa do doente.

4.5 Apoio Domiciliário

O apoio domiciliário é importante, sobretudo para idosos que mantém uma certa autonomia mas
necessitam de um determinado apoio, pois encontram-se isolados, por vezes em zonas rurais, ou
mesmo em zonas urbanas.

Eles necessitam de alguém que os acompanhe aos serviços de saúde e aos serviços públicos e os
apoie na aquisição dos bens de primeira necessidade.

VI. Como lidar de perto com o idoso com demência de Alzheimer


ou outra

O passado no presente:

A maior parte dos doentes com Alzheimer passa a viver no passado, ou seja, a sua
memória de longa duração substitui a memória de curto prazo. Isto significa que,
embora possam lembrar-se nitidamente do que aconteceu há 30 anos atrás, não se
conseguem recordar daquilo que almoçaram há 2 horas atrás. Como contornar esta
situação?

Não contornando, ou seja, deve-se aproveitar para conversar com o idoso sempre que
ele quiser, sobre aquilo que ele quiser.

Curto e simples:

Quando comunicar com um idoso que sofre de perda de memória, faça-o com frases
curtas e simples, ou seja, de muito fácil compreensão.

Utilize um vocabulário directo, evitando expressões que podem apenas confundir o


idoso.

Para além disso, faça apenas uma pergunta ou solicitação de cada vez.

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Tempo de resposta:

Mesmo com uma comunicação simples, directa e curta, quem vive com a perda de
memória necessita de tempo para responder àquilo que lhe foi perguntado ou pedido.

Dê ao idoso todo o tempo que precisar para pensar no que lhe foi dito e formular a sua
resposta, sem o apressar ou interromper o seu raciocínio.

Se vir que pode ser útil, repita o pedido ou a questão.

Repetições, repetições, repetições:

A comunicação com um idoso com perda de memória vai certamente estar recheada de
frases e perguntas repetidas.

Embora possa ser frustrante para quem está a ouvir, em vez de dizer “ainda agora acabei
de te dizer”, tenha paciência e volte a repetir a resposta ou a pergunta, de preferência
igual ou muito parecido com a resposta anterior, para evitar confundir o idoso.

Outras formas de comunicação:

Infelizmente, a perda de memória pode afectar a comunicação verbal de um idoso, que


pode ter dificuldade em expressar os seus pensamentos ou formular frases completas e
coerentes.

Se a fala representa um obstáculo na comunicação com um idoso com perda de


memória, mune-se de outras formas de comunicar: esteja atento à linguagem corporal e
às expressões faciais, tanto do idoso como as suas – evite movimentos bruscos e revirar
os olhos, por exemplo.

Por vezes, apontar para algum objecto pode facilitar a comunicação, por isso, peça ao
idoso para fazer o mesmo quando estiver com dificuldades em transmitir alguma ideia.

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Erros e desentendimentos:

Quem sofre de perda de memória nem sempre encontra as palavras certas para
comunicar o que pretende, podendo substitui-las por outras que nada têm a ver com o
assunto em questão.

Esteja sempre muito atento ao desenrolar de qualquer conversa, procurando entender,


mesmo por meias palavras, aquilo que o idoso está a tentar comunicar.

Recorra a outras formas de comunicação – caso da gestual – se for necessário, mas evite
chamar a atenção do idoso ou rir-se dele porque utilizou a palavra errada ou trocou o
sentido a uma frase.

Fazer isso pode levar a sentimentos de frustração, raiva, tristeza, falta de confiança e
dignidade. O que importa é o significado daquilo que está a ser dito e não a forma como
é dito: focalize-se nisso.

Mimos e carinhos:

A perda de memória não significa a perda de emoção, por isso, mime o idoso com
carinhos especiais.

O esquecimento e a dificuldade em comunicar pode frustrar o idoso, levando-o à


depressão e ao isolamento, o que significa que precisa, mais do que nunca, do
sentimento de pertença e de segurança.

Faça-lhe companhia numa das suas actividades preferidas, segure-lhe na mão, ou dê-lhe
um abraço forte – são gestos tão ou mais poderosos do que as palavras.

Vigilância atenta:

Cerca de 60% dos doentes com Alzheimer acabam por se perder, vagueando sem
sentido e sem conseguir voltar ao seu ponto de partida, devido à perda de memória.

Para evitar situações como esta, assegure que não deixa as portas e/ou janelas da casa
abertas;

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Se tem receio que o idoso possa vaguear, não lhe peça para ir buscar o correio ou levar o
lixo sozinho;

Não deixe o idoso conduzir ou andar de transportes públicos sozinho.

Personalidade própria:

Apesar da perda de memória, o idoso continua, no fundo, a ser a mesma pessoa, com os
mesmos gostos.

Só porque a sua memória já não é o que era, não significa que não possa desfrutar de
actividades e momentos de lazer que sempre apreciou.

Você, melhor do que ninguém, conhece essa pessoa, por isso, se o idoso gosta de
passear, acompanhe-o; se gosta particularmente de determinado programa televisivo,
faça questão de ligar a TV na hora da sua emissão.

Personalidade própria:

Apesar da perda de memória, o idoso continua, no fundo, a ser a mesma pessoa, com os
mesmos gostos.

Só porque a sua memória já não é o que era, não significa que não possa desfrutar de
actividades e momentos de lazer que sempre apreciou.

Você, melhor do que ninguém, conhece essa pessoa, por isso, se o idoso gosta de
passear, acompanhe-o; se gosta particularmente de determinado programa televisivo,
faça questão de ligar a TV na hora da sua emissão.

Paciência e disponibilidade:

Se cuidar de um idoso já é exigente, lidar de perto com um idoso que sofre de perda de memória
pode ser um desafio ainda maior.

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Depois de uma vida longa e preenchida, a terceira idade, com todos os seus obstáculos, pode ser
fonte de depressão e desânimo para muitos idosos, os quais contam com os seus familiares e
amigos directos para os acompanhar nos últimos anos de vida.

Esse acompanhamento requer, acima de tudo, disponibilidade e paciência, duas preciosidades


para quem luta contra a velhice e as suas vicissitudes.

Nunca é demais lembrar que, para conseguir isso com sucesso e saúde, quem cuida de alguém
também tem de cuidar de si.

Bibliografia e webgrafia:

31
Manual de Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais/American Psychiatric
Association/2002;

A Doença de Alzheimer e outras Demências em Portugal/Castro-Caldas, A.; Mendonça,


A./2005;

Guia Prático de Psiquiatria Geriátrica/Spar, J.; La Rue, A./2005;

https://artigos.psicologado.com/

32

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