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Tese - 58221-Pedro Carneiro de Almeida - MBC PDF
Tese - 58221-Pedro Carneiro de Almeida - MBC PDF
Engenharia Mecânica
Júri
Presidente: Prof. Luís Manuel Varejão de Oliveira Faria
Orientador: Profª. Elsa Maria Pires Henriques
Vogal: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças
Novembro 2015
Resumo
A manutenção e gestão dos seus componentes são um fator de grande importância para a
competitividade das empresas presentes na indústria e no mercado do sector automóvel. Este grau de
importância deve-se ao facto de as ações realizadas a este nível terem implicações diretas nos custos,
nos prazos e na qualidade dos produtos e serviços prestados. Um bom funcionamento destas áreas
em paralelo revela-se fundamental para garantir uma disponibilidade e rapidez de resposta às
exigências presentes no serviço após-venda do mercado automóvel.
No âmbito da gestão de stocks, a presente dissertação pretende contribuir para uma melhoria
da disponibilidade de componentes de manutenção presentes no armazém da empresa Mercedes-
Benz Comercial. É propósito da Mercedes-Benz Comercial praticar uma eficaz gestão dos seus
componentes, de forma a garantir um nível de serviço prestado competitivo com o mercado. Surge
assim a necessidade de assegurar o melhor compromisso entre custos de stock, disponibilidade de
componentes em armazém e operacionalidade das suas oficinas de manutenção mecânica.
I
Abstract
The maintenance and management of its components are currently presented as an important
factor regarding the competitiveness of companies operating in the automotive industry and market.
This level of importance is due to the fact that actions taken at this level have direct implications on
costs, deadlines and on the quality of products and services provided. This way, the operation of these
areas simultaneously, is fundamental to ensure the availability and responsiveness regarding the
requirements present in the automotive after-sales market.
In terms of stock’s management, this thesis aims to contribute on the improvement of the
availability of maintenance components in the warehouse of Mercedes-Benz Comercial. It is the purpose
of Mercedes-Benz Comercial to practice an effective management of its components in order to
guarantee a competitive level of service with the market. This raises the need to ensure the best
compromise between stock costs, availability of components in storage and the operability of its
mechanical maintenance workshops.
This case study provides a component classification methodology taking into account their
demand patterns. It presents methods to identify and classify these demand patterns and determine
what the appropriate forecasting method is. It is also developed a dynamic model that allows to respond
to several verified demand needs, adapting automatically to each type of demand pattern. The model
automatically adjusts the stock replacement parameters adapting to various operating scenarios
regarding to the stock management.
II
Agradecimentos
Gostaria de começar por agradecer à Professora Virgínia Infante e à Professora Elsa Henriques
por todo o apoio, orientação e disponibilidade sempre demostradas ao longo de todo o período de
realização da presente tese de mestrado. Obrigado pelo empenho com que me ajudaram a ultrapassar
as dificuldades encontrados neste percurso.
À Dr.ª Dolores Cameira, da Mercedes-Benz Portugal, pela autorização cedida de modo a que
este projeto fosse possível de realizar em parceria com a empresa Mercedes-Benz Comercial.
Aos meus Pais e Irmãos por todo o apoio demonstrado ao longo de toda esta fase e por todos
os ensinamentos e valores transmitidos ao longo da vida. Obrigado por tornarem possível atingir esta
fase tão importante da minha vida.
A todos os meus colegas e amigos por toda a amizade e apoio. Aos que me acompanharam
ao longo de todo o meu percurso académico, sem os quais não seria possível chegar até aqui.
III
Índice
1. Introdução ................................................................................................................................. 1
1.1 Enquadramento........................................................................................................................ 1
1.2 Motivação .................................................................................................................................. 1
1.3 Objetivos ................................................................................................................................... 2
1.4 Metodologia .............................................................................................................................. 2
1.5 Estrutura da Dissertação ........................................................................................................ 3
2. Revisão Bibliográfica ............................................................................................................... 5
2.1 Serviço Após-Venda no Sector Automóvel.......................................................................... 5
2.1.1 Desafios no Após-Venda ................................................................................................. 5
2.1.2 Proposta de valorização do Após-Venda...................................................................... 6
2.2 Manutenção .............................................................................................................................. 8
2.2.1 Conceitos de Manutenção............................................................................................... 8
2.2.2 Objetivos da Manutenção ................................................................................................ 8
2.2.3 Tipos de Manutenção....................................................................................................... 9
2.3 Gestão de Stocks de componentes de manutenção ....................................................... 10
2.3.1 Vantagens e Desvantagens de Stocks ....................................................................... 10
2.3.2 Métodos de Revisão de Stock ...................................................................................... 11
2.4 Padrões de Procura e Previsão ........................................................................................... 13
2.4.1 Padrões de Procura ....................................................................................................... 13
2.4.2 Previsão da Procura ....................................................................................................... 13
2.4.3 Métodos de Previsão da Procura ................................................................................. 14
2.4.3.1 Método da Média Móvel Simples ............................................................................. 16
2.4.3.2 Método da Média Móvel Ponderada ........................................................................ 16
2.4.3.3 Método de Suavização Exponencial Simples ........................................................ 16
2.4.3.4 Método de Croston Original ...................................................................................... 17
2.4.3.5 Método de Syntetos & Boylan Approximation ........................................................ 18
2.5 Precisão da Previsão ............................................................................................................ 20
3. Contextualização do Caso de Estudo ................................................................................ 21
3.1 Mercedes-Benz Comercial ................................................................................................... 21
3.2 Atividades do Serviço Após-Venda..................................................................................... 22
3.3 Manutenção na Mercedes-Benz Comercial ...................................................................... 23
3.3.1 Infraestruturas e Equipamentos ................................................................................... 24
IV
3.3.2 Organização da Manutenção ........................................................................................ 25
3.3.3 Gestão dos Materiais de Manutenção ......................................................................... 26
4. Caso de Estudo...................................................................................................................... 29
4.1 Análise Preliminar dos Dados Disponíveis ........................................................................ 30
4.2 Padrões de Procura dos Componentes ............................................................................. 33
4.2.1 Identificação do Padrão de Procura ............................................................................ 34
4.3 Metodologia da Previsão de Procura.................................................................................. 36
4.3.1 Identificação dos Métodos de Previsão ...................................................................... 36
4.3.2 Aplicação dos Métodos de Previsão............................................................................ 38
4.3.2.1 Determinação da Constante de Suavização .......................................................... 38
4.3.2.2 Cálculo da Previsão da Procura ............................................................................... 39
4.4 Modelo Dinâmico do Ponto de Encomenda ...................................................................... 41
4.5 Comportamento do Modelo Dinâmico do Ponto de Encomenda ................................... 45
4.5.1 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 3 ......................... 47
4.5.2 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 5 ......................... 48
4.5.3 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 16....................... 49
4.5.4 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 25....................... 50
4.5.5 Resultados do Modelo Dinâmico do PE...................................................................... 51
4.6 Modelo Dinâmico do Ponto de Encomenda e da Quantidade de Encomenda ............ 52
4.7 Comparação e Discussão dos Resultados ........................................................................ 54
5. Procedimentos para Implementação da Metodologia...................................................... 59
6. Conclusões e Trabalho Futuros .......................................................................................... 61
6.1 Conclusões ............................................................................................................................. 61
6.2 Proposta de Trabalhos Futuros ........................................................................................... 62
Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 63
Anexos ............................................................................................................................................ 65
V
Índice de Figuras
Índice de Tabelas
VI
Lista de Acrónimos e Símbolos
ADI – Número médio de períodos entre duas procuras sucessivas (Average Inter-Demand Interva)
CO – Método de Croston Original
CV – Coeficiente de Variação
𝐷 – Procura
̅ – Procura Média
𝐷
𝑒𝑡 – Erro Percentual de Previsão
𝐸𝑡 – Erro de Previsão
𝐹𝑡 – Previsão da Procura
IST – Instituto Superior Técnico
LT – Prazo de Entrega (Lead Time)
MAD – Desvio Médio Absoluto (Mean Absolute Deviation)
MAPE – Erro Médio Percentual Absoluto (Mean Absolute Percentage Error)
MBC – Mercedes-Benz Comercial
ME – Erro Médio (Mean Error)
MMS – Método da Média Móvel Simples
MMP – Método da Média Móvel Ponderada
MPE – Erro Médio Percentual (Mean Percentage Error)
MSE – Erro Médio Quadrático (Mean Square Error)
𝑛 – Número de períodos históricos
NO – Nível Objetivo
NS – Nível de Serviço
P – Período de Revisão
𝑃𝑡 – Estimativa do intervalo médio entre procuras
PE – Ponto de Encomenda
𝑞 – Intervalo de tempo desde a última procura não-nula
Q – Quantidade de Encomenda
RMSE – Raiz do Erro Médio Quadrático (Root Mean Square Error)
RSE – Erro Médio Quadrático (Root Square Error)
SBA – Método de Syntetos & Boylan Approximation
SES – Método de Suavização Exponencial
SS – Stock de Segurança
SSE – Somatório do Erro Quadrático (Sum of Squared Error)
𝑍𝑡 – Estimativa do tamanho da procura
𝑍𝛼 – Variável Normal Reduzida
𝛼 – Constante de Suavização
𝜎𝑑 – Desvio Padrão diário do erro de previsão
VII
VIII
1. Introdução
1.1 Enquadramento
A indústria automóvel é, desde o seu início, uma das indústrias mais competitivas do mundo
empresarial. Desde cedo que as várias marcas e empresas que representam o sector automóvel
competem ferozmente entre si para se superarem umas às outras continuamente. O agravamento do
cenário económico-financeiro europeu nos últimos anos e o aumento substancial da exigência do
consumidor provoca nas empresas uma política de otimização dos seus serviços e produtos de forma
a se sobressaírem no mercado. Nos dias de hoje, a oferta ao consumidor do mercado automóvel
apresenta dimensões realmente elevadas, o que faz com que cada marca se foque em sobressair
relativamente aos seus concorrentes. A fiabilidade de uma marca é um conceito de grande relevância
de modo a angariar e manter clientes fidelizados a essa mesma marca. No sector automóvel esta
realidade toma proporções maiores do que em qualquer outra indústria. Na civilização moderna existe
uma grande dependência do automóvel, sendo que a utilização do mesmo pode ser comparada a uma
utilização contínua e sem interrupções. Esta utilização repetitiva faz com que o conceito da manutenção
seja encarado como um fator de grande importância e contributo para a credibilidade de uma marca. A
segurança dos condutores e dos passageiros é uma das maiores preocupações das marcas
construtoras, sendo que manutenções periódicas são obrigatórias de modo a prevenir a falha dos
veículos e evitar acidentes, salvaguardando a segurança dos passageiros. Além das intervenções
planeadas é bastante comum terem de ser realizadas manutenções não planeadas, o que faz com que
o conceito de “Manutenção” não possa ser dissociado da área operacional das empresas e marcas do
sector automóvel.
1.2 Motivação
Este projeto surge no âmbito da gestão da manutenção e pretende contribuir para a melhoria
da qualidade do serviço de manutenção prestado aos automóveis que dão entrada nas oficinas da
MBC. A empresa Mercedes-Benz Comercial está inserida no sector automóvel tanto na venda de
veículos como no serviço após-venda das viaturas. É precisamente no âmbito do “Serviço Após-Venda”
que este projeto foca o seu estudo, tentando contribuir para uma melhoria da qualidade deste serviço
da MBC. Como intervenções de manutenção implicam, muitas vezes, a necessidade de substituir
componentes, é necessário garantir a disponibilidade de componentes de substituição de acordo com
a sua procura. Desta forma, surge a necessidade de se praticar uma boa e eficiente gestão dos
componentes de manutenção de modo a que haja um equilíbrio entre a disponibilidade de stock e os
custos associados. É nesta gestão de componentes de manutenção e sua disponibilidade que incide o
estudo deste projeto, tentando contribuir para uma melhoria do serviço após-venda da MBC.
1
1.3 Objetivos
1.4 Metodologia
Este projeto foi realizado nas instalações da Mercedes-Benz Comercial sediada em Sintra
durante cerca de sete meses. Durante este tempo foi possível conhecer os vários sectores da empresa,
em especial as oficinas mecânicas e armazém de peças. Deste modo, foi possível dividir os métodos
utilizados para a dissertação do presente projeto em três fases distintas. Uma primeira fase consistiu
em tomar contacto com a realidade da Mercedes-Benz Comercial. Durante algum tempo foi feito o
acompanhamento do curso normal dos trabalhos referentes às oficinas de manutenção e reparação da
MBC. Através do contacto com a zona de receção dos clientes e suas viaturas, com a oficina mecânica
onde se excutam os trabalhos de manutenção e reparação, com o armazém de peças e com as pessoas
que compõem as equipas das diferentes áreas, foi possível recolher a informação necessária para
abordar o tema e definir o caso de estudo, tendo sido disponibilizado o registo das encomendas de
componentes de manutenção referentes ao ano de 2014.
Numa segunda fase, elaborou-se a revisão bibliográfica, com o objetivo de desenvolver
conhecimentos sobre as temáticas envolvidas na gestão dos componentes de manutenção.
A terceira fase consistiu no tratamento dos dados recolhidos e no desenvolvimento das
metodologias indicadas de modo a ser possível tirar conclusões e apresentar soluções sobre o
dimensionamento de stock de componentes de substituição.
2
1.5 Estrutura da Dissertação
O primeiro capítulo é composto pela introdução do projeto e da presente dissertação desta tese
de Mestrado;
O segundo capítulo constitui a revisão bibliográfica, onde são apresentados os conceitos e noções
de temas tais como:
o Serviço Após-Venda no Sector Automóvel;
o Manutenção;
o Gestão de Stocks;
o Padrões de Procura;
o Previsão da Procura.
3
4
2. Revisão Bibliográfica
Ao longo do tempo os fabricantes de automóveis têm vindo a abordar o tema do serviço após-
venda de uma forma evolutiva: no início o após-venda era visto como uma parte superficial do negócio,
enquanto nos dias de hoje é visto como uma função crítica do mesmo. O facto de o serviço após-venda
contribuir para a rentabilidade e lealdade dos clientes, faz com que alguns fabricantes deem mais
atenção à área de peças e serviços [1].
Com a recessão económica as marcas construtoras de automóveis colocam uma atenção
redobrada no serviço após-venda, uma vez que os clientes tendem a adiar a compra de um novo
veículo, optando por perlongar o tempo de utilização do seu antigo carro, necessitando de uma melhor
e prolongada prestação dos serviços após-venda por parte da marca. O desafio do serviço após-venda
passa pelo facto de as marcas lutarem continuamente de modo a atingir um alto desempenho nas suas
operações [1].
5
As prioridades relacionadas com o após-venda passam por [1]:
Integrar novas marcas e acessórios;
Planear por completo a cadeia de abastecimento;
Centralizar e automatizar a gestão de inventário;
Criar serviços adicionais de modo a aumentar a satisfação do cliente;
Maximizar as receitas – preçário, promoções, etc;
Aumentar a disponibilidade de informação (técnica e de processos);
Aumentar a rentabilidade do serviço de fornecimento, aumentar satisfação do cliente e reduzir
preços de garantias;
Desenvolver capacidades de monitorização de desempenho para permitir melhorias.
6
Peças e Logística:
Uma vez que a presente dissertação foca o seu estudo nos serviços após-venda do sector
automóvel, em particular na gestão de componentes de substituição, é necessário dar um maior
destaque à área de “Peças e Logística” (Tabela 1).
A excelência do serviço das peças e logística é um objetivo relevante para a maioria das marcas
do sector automóvel, uma vez que proporciona vários benefícios, tais como [1]:
Redução dos custos de inventário;
Redução dos custos de distribuição;
Redução dos custos de armazém;
Melhorias na disponibilidade e nos níveis de serviço.
Por tudo isto, facilmente se percebe que o sector das peças e logística é uma das áreas de
maior importância e que contribuem para uma boa qualidade dos serviços após-venda de uma empresa
do ramo automóvel. Este sector, quando bem planeado e gerido, é uma grande mais-valia para o bom
funcionamento dos trabalhos de manutenção, que são uma grande percentagem dos serviços
prestados no após-venda.
O após-venda é uma área de negócio que por vezes recebe pouca atenção, no entanto nos
dias de hoje o após-venda representa uma forte oportunidade de se alcançar uma alta performance e
gerar melhorias significativas a nível de receitas, custos operacionais, inventário de peças e níveis de
serviço apresentados [1].
7
2.2 Manutenção
A manutenção não pode ser dissociada dos serviços após-venda, sendo que é uma das suas
principais atividades. Posto isto, neste subcapítulo são apresentadas a principais noções sobre o
conceito de manutenção.
8
2.2.3 Tipos de Manutenção
Os vários tipos de manutenção podem ser subdivididos como mostra a figura em baixo. Este
diagrama foi construído de acordo com informação retirada de diferentes fontes bibliográficas [4] [7].
Num primeiro nível, define-se o tipo de manutenção como planeada ou não planeada. A
Manutenção Não Planeada é o tipo de manutenção aplicada após a ocorrência de uma avaria, por
outro lado a Manutenção Planeada surge antes que qualquer falha ou avaria ocorra, evitando assim
interrupções indesejáveis. Num segundo nível, pode-se definir a manutenção segundo diversos tipos,
sendo a Manutenção Curativa “a manutenção não planeada efetuada depois da deteção de uma
avaria e destinada a repor o bem num estado em que possa realizar uma função requerida” [4]. A
Manutenção de Melhoria “é um estilo de manutenção assumido e estimulado nos tempos de hoje,
destinado a melhorar o desempenho do equipamento no seu contexto” [4]. Este tipo de manutenção
passa por identificar uma alteração que pode melhorar a forma como o equipamento está a funcionar.
A Manutenção Preventiva é a manutenção efetuada segundo critérios pré-determinados com fim a
reduzir a probabilidade de um equipamento falhar. Esta prevenção de falhas é conseguida através da
aplicação de manutenções sistemáticas, condicionadas e inspetivas.
A manutenção sistemática “é a manutenção preventiva executada a intervalos de tempo pré-
estabelecidos ou segundo um número definido de unidades de funcionamento, sem controlo
prévio do estado do bem” [4];
A manutenção condicionada “é a manutenção preventiva baseada na vigilância do
funcionamento do bem e/ou parâmetros significativos desse funcionamento, integrando as
ações daí decorrentes” [4];
A manutenção de inspeção “procura deter falhas ocultas, isto é, bens que já se encontram
falhados mas que não proporcionam sinais exteriores denunciadores de tal condição. As falhas
ocultas só se revelam em resultado de testes de funcionamento no local, ou depois de
demonstrados em laboratório” [7].
9
2.3 Gestão de Stocks de componentes de manutenção
Desde cedo que o homem se deparou com o problema de os bens e produtos não serem
produzidos no local onde eram consumidos, não estando por isso acessíveis no instante em que eram
necessários. Surgiu então a necessidade de decidir entre o constante deslocamento, no sentido de
conseguir adquirir os produtos necessários, e o armazenamento dos mesmos, garantindo que quando
fosse preciso, os produtos estariam acessíveis de imediato. Henriques et al. [8], dizem que nos dias de
hoje “a produção ocorre apenas em locais bem definidos, frequentemente bem afastados dos locais de
procura e consumo, e tanto a produção como a procura surgem com cadências bem definidas e
diferenciadas, o que significa que a movimentação e armazenamento de bens e produtos é, mais do
que nunca, um problema atual cujo impacto económico importa reduzir e otimizar”.
O inventário, ou stock, é a acumulação e armazenamento de bens. Tipicamente, as empresas
mantêm inventários, pois garante uma disponibilidade de stock necessária à procura dos componentes.
Tendo isto presente, na realidade atual as empresas são confrontadas continuamente com o
desafio de fazerem uma boa gestão de stocks, reduzindo ao máximo os níveis de materiais
armazenados, não prejudicando contudo os níveis de serviço apresentados ao cliente.
10
2.3.2 Métodos de Revisão de Stock
À medida que os stocks vão sendo consumidos, surge a necessidade de haver reposição dos
mesmos, de forma a garantir a disponibilidade dos componentes que o constituem. No que diz respeito
ao conceito de “Gestão de Stocks” considera-se que na maioria dos casos é conhecida a procura, o
prazo de fornecimento e os custos associados. É a partir destas variáveis que se pode definir um
planeamento dos materiais na cadeia operativa e respetivos procedimentos de controlo [8]. Este
planeamento passa por fazer uma revisão de inventário recorrendo a modelos de reposição de stock.
Estes modelos, ou métodos de revisão de stock, são geralmente divididos em dois tipos: “Método de
Revisão Contínua” e “Método de Revisão Periódica” [9].
̅ ∙ 𝐿𝑇 + 𝑆𝑆
𝑃𝐸 = 𝐷 (1)
𝑆𝑆 = 𝑍𝛼 ∙ 𝜎𝑑 ∙ √𝐿𝑇 (2)
Onde a variável Normal reduzida, correspondente ao nível de serviço (α), é dada por 𝑍𝛼 , o desvio
padrão da procura por unidade de tempo (unidades/dia) é 𝜎𝑑 . Este modelo de revisão contínua adequa-
se aos cenários em que se verifica uma, ou mais das seguintes situações [7]:
o Grande variação da procura;
o Custo unitário do componente elevado;
o Importância de um item considerável;
o Disponibilidade permanente de stock no fornecedor.
11
Método de Revisão Periódica (Modelo P):
O método de revisão periódica funciona de maneira diferente, uma vez que o nível de inventário
é revisto periodicamente. Este período de revisão é conhecido à partida e pode ser identificado como
período P.
Outro aspeto que difere este modelo do anterior é o facto de a quantidade encomendada Q ser
variável. Isto acontece, pois existe um nível objetivo (NO) de stock que deve ser mantido, o que faz
com que quando é feita a revisão de stock, a quantidade encomendada é a necessária de modo a repor
o inventário no seu nível definido.
Como no modelo anterior, verifica-se frequentemente que a procura varia aleatoriamente em
torno de um valor médio, enquanto o prazo de entrega é aproximadamente constante.
O Nível Objetivo (NO) a ser atingido com cada encomenda é calculado pela seguinte
expressão:
̅ ∙ (𝐿𝑇 + 𝑃) + 𝑆𝑆
𝑁𝑂 = 𝐷 (3)
𝑆𝑆 = 𝑍𝛼 ∙ 𝜎𝑑 ∙ √𝐿𝑇 + 𝑃 (4)
Mais uma vez, 𝑍𝛼 é a variável Normal reduzida e corresponde ao nível de serviço (α). O 𝜎𝑑 é o
desvio padrão da procura por unidade de tempo (unidades/dia). O modelo de revisão periódica é
adequado quando se verifica uma, ou mais, das seguintes condições [7]:
o Reduzida variação da procura;
o Reduzida variação do prazo de aprovisionamento;
o Custo unitário do componente reduzido;
o Interesse em encomendar em grupo a um mesmo fornecedor.
12
2.4 Padrões de Procura e Previsão
Procura Perpétua, que tal como o nome indica, é aquela que se perspetiva contínua num
futuro indefinido [8];
Procura Sazonal, é aquela que é direcionada para uma ocasião específica do ano,
aumentando nessa altura;
Procura Irregular, apresenta períodos com procura muito reduzida ou nula, seguidos por
períodos com procura elevada. Nesta situação, o desvio padrão da procura é frequentemente
maior do que a procura média [8].
É precisamente este último padrão que merece especial atenção no contexto desta
dissertação, pois quando um dado componente apresenta uma procura inconstante e
imprevisível, no que diz respeito ao seu período entre procuras e quantidade procurada, surge
a necessidade de classificar este padrão de procura particular. Em 2001, Syntetos classifica
este padrão de procura, baseando-se no critério de Williams modificado [10], em quatro
categorias, “Intermitente”, “Errática”, “Smooth” e “Lumpy” [11]:
Intermitente: A procura é nula em alguns períodos de tempo, mas esta quando acontece
é pouco variável;
Errática: A quantidade média procurada é bastante variável, mas apresenta períodos
entre procura consecutivas regulares;
Smooth: Tanto a quantidade como o período de procura são pouco variáveis;
Lumpy: É quando um componente apresenta alguns períodos de procura nula, sendo que
quando esta acontece a quantidade procurada é bastante variável.
13
Análise Preliminar: Análise e inspeção dos dados recolhidos. Passa pela representação
gráfica da informação de modo a analisar os pontos relativos à tendência, sazonalidade, ciclos
e identificar pontos de dados não padronizados;
Escolha do Método de Previsão Apropriado: Seleção do método de previsão e dos
intervalos de tempo e de horizonte apropriados. O horizonte de previsão varia entre curto prazo
(menos de três meses), médio prazo (entre três meses a dois anos) e longo prazo (mais de
dois anos);
Avaliação dos Resultados Obtidos: Uma vez selecionado e utilizado, o método de previsão
deve ser avaliado considerando os seus prós e contras, e quando fica disponível, comparar a
previsão com os dados reais.
14
Pesquisa de Mercado – baseia-se em estimativas ou opiniões. Muitas vezes as empresas
procuram outras companhias especializadas neste tipo de análises para fazer as previsões.
Estas baseiam-se principalmente em questionários e entrevistas de forma a obterem os dados
de que necessitam;
Analogias Históricas – consistem em procurar modelos nos quais se pode basear a previsão,
normalmente associados a produtos semelhantes ou relacionados, como complementares ou
substitutos. Estima-se que o comportamento da procura destes produtos, seja igual ou pelo
menos semelhante ao do artigo para o qual se está a fazer a previsão;
15
Nota-se que normalmente as séries de dados reais apresentam combinações dos padrões
anteriores, sendo este um dos factos que faz o conceito de previsão interessante e desafiante. Posto
isto, existem diversos métodos de previsão usando séries temporais sendo alguns deles: Método de
Média Móvel Simples, Média Móvel Ponderada, Suavização Exponencial Simples e Método de Croston
[12] [13].
16
A principal vantagem deste método é o facto de necessitar de menos dados históricos relativamente
aos métodos anteriormente considerados, assim como o facto de apenas necessitar de três inputs:
previsão mais recente, o real valor da procura observado no período anterior e a constante de
suavização (α) [13].
Onde:
𝐹𝑡 - Previsão a calcular para o período t;
𝐹𝑡−1 - Previsão calculada para o período anterior a t;
𝐷𝑡−1 - Procura verificada no período anterior a t.
𝛼 - Constante de suavização;
Sabendo que:
𝐷𝑡 - Procura verificada no período t;
𝐹𝑡 - Previsão a calcular para o período t;
𝑍𝑡 - Estimativa da dimensão da procura no período t;
𝑃𝑡 - Estimativa do intervalo médio entre procuras;
𝑞 - Número de intervalos de tempo desde a última procura não-nula;
𝛼 - Constante de suavização;
17
Inicialização do Método
A inicialização do método consiste em verificar a procura do primeiro período. Se esse valor for diferente
de zero, assume-se esse mesmo valor para a estimativa da procura Zt. Neste caso considera-se o Pt
igual a 1. Quando a procura é nula no primeiro período, o Zt é igualado a 1 e o Pt é 2. De modo a ser
mais claro a compreensão deste método são apresentados as seguintes linhas de código [16]:
If D1 ≠ 0:
𝑍0 = 𝐷1 , 𝑃0 = 1
If D1 = 0:
𝑍0 = 1 , 𝑃0 = 2
𝑞=1
Endif
Previsão da Procura
A previsão da procura é feita, para todos os períodos com procura não nula, através da equação:
𝑍𝑡 (9)
𝐹(𝑡) =
𝑃𝑡
o Average Inter-Demand Interval (ADI): Número médio de períodos entre duas procuras
sucessivas;
o Quadrado do Coeficiente de Variação (CV2): Quadrado do quociente entre o desvio padrão
dos valores de procura e a procura média ao longo dos vários períodos de procura;
18
Este formato de categorização deve sugerir os diversos meios de tratar as categorias resultantes
no que diz respeito aos métodos de previsão. Syntetos (2001) fê-lo usando dois métodos de previsão:
Método de Croston e Método de Suavização Exponencial Simples [11].
Em 2005, Syntetos e Boylan [17] reexaminaram a comparação feita entre os métodos de
Croston e SES tendo este estudo sido baseado nos erros de previsão obtidos. Os autores apresentaram
quais os métodos mais indicados a utilizar de acordo com os padrões de procura identificados. Mais
uma vez consideraram os valores ADI e CV2 seguintes para definir os quatro quadrantes:
𝐶𝑉 2 = 0,28 (11)
Assume-se então que para os componentes que apresentem um padrão de procura do tipo
Errática, Lumpy e Intermitente o método de previsão sugerido é o Método de Croston (CO). Para os
componentes com uma procura do tipo Smooth, o método sugerido é o Método de Suavização
Exponencial Simples (SES).
Contudo, mais tarde os mesmos Boylan e Syntetos [18] obtiveram um método associado com
o método de Croston original em que simplesmente é adicionado um fator de correção no quociente
final que determina a previsão da procura não nula (12). Posto isto, a inicialização deste método é
semelhante ao CO, sendo a previsão da procura dada pela seguinte expressão:
𝛼 𝑍𝑡 (12)
𝐹(𝑡) = (1 − ) ∙
2 𝑃𝑡
19
2.5 Precisão da Previsão
Um erro de previsão é definido com sendo a diferença entre o valor verificado de procura e o valor
previsto. Este valor pode ser negativo, caso a previsão seja maior que o valor real, ou positivo caso o
oposto se verifique. Surge então a necessidade de quantificar esta variação entre a previsão e o valor
real. Vários métodos foram desenvolvidos de modo a precisar a previsão efetuada, entre eles: “Mean
Error”, “Mean Absolute Deviation”, “Mean Square Error”, “Root Mean Square Error”, “Sum of Squared
Errors”, “Sum of Squared Errors”, “Mean Percentage Error” ou “Mean Absolute Percentage Error” [12]
[13] [19].
Onde:
𝐸𝑡 = 𝐷𝑡 − 𝐹𝑡
20
3. Contextualização do Caso de Estudo
Neste capítulo dá-se a conhecer a empresa Mercedes-Benz Comercial (MBC), na qual foi
desenvolvido o presente projeto. São apresentados os vários sectores que constituem a MBC, as suas
infraestruturas e equipamentos, assim como a forma como se desenvolvem as atividades de
manutenção e gestão dos materiais de manutenção.
O ano de 1876 é considerado o ano do nascimento do automóvel moderno quando Karl Benz
inventou o Benz Patent-Motorwagen, sendo que a marca Mercedes-Benz foi criada mais tarde em 1926.
A atividade da marca Mercedes-Benz em território nacional teve início em 1936 quando a sua
representação foi atribuída à firma C.Santos S.A. Em 1989 a firma foi adquirida pelo grupo Daimler-
Benz, dando origem à atual Mercedes-Benz Portugal S.A.
Associada à Mercedes-Benz Portugal está a Mercedes Benz Comercial – MBC, concessionário
da marca em Portugal e uma empresa do Grupo Daimler AG. Concessionária e oficina autorizada
Mercedes-Benz e Smart, desde abril 2004, a MBC está presente em todos os segmentos da gama
Mercedes-Benz – Ligeiros de Passageiros, Comerciais Ligeiros e Pesados, Smart, assim como
assistência de Autocarros. Atualmente dispõe de instalações em Sintra e Alverca, oferecendo aos seus
clientes serviços tanto na comercialização como na assistência “Após Venda” dos seus veículos [20].
A Mercedes Benz Comercial, Sintra (figura 5), conta com uma área de construção superior a
10.000m2, que contempla um salão de exposição com 2.000m 2, uma oficina para Automóveis e
Comerciais Ligeiros com cerca de 4.450m 2, e uma área reservada para a venda de peças ao balcão
[20].
A MBC tem como uma das suas principais atividades garantir a assistência técnica da marca.
É da maior importância que a MBC apresente uma elevada fiabilidade e qualidade dos seus serviços
de modo a garantir a angariação e a fidelização dos seus clientes. Para tal é necessário que as
operações de manutenção e reparação sejam efetuadas com a melhor eficiência e produtividade
possível, cumprindo os prazos previstos e qualidade garantida pela marca.
21
3.2 Atividades do Serviço Após-Venda
Contact Center: Este departamento destina-se a criar o contacto com o cliente, de modo a
mantê-lo a par dos serviços e condições disponibilizadas pela MBC. O contact center foca-se
também no acompanhamento da viatura de cada cliente, sendo que o cliente é notificado assim
que a data das manutenções periódicas se aproxima, dando oportunidade ao cliente de fazer
uma marcação consoante a sua disponibilidade. A MBC tem também disponível um serviço de
recolha e entrega da viatura, de modo a facilitar as deslocações do cliente até às instalações
da MBC – Sintra.
Receção: Quando o cliente necessita dos serviços prestados pela MBC, é à receção que este
se deve dirigir. Os rececionistas da MBC prestam um atendimento personalizado tentando
corresponder às necessidades de cada cliente. É o rececionista que faz o encaminhamento do
processo para a oficina, dando conhecimento ao cliente de todas as intervenções necessárias.
O rececionista tem o papel importante de fazer o elo de ligação entre o cliente e o serviço após-
venda da MBC;
Oficina Mecânica: Todos os trabalhos de manutenção necessários a efetuar nas viaturas que
dão entrada na MBC são encaminhados para a oficina mecânica, onde técnicos especializados
e qualificados executam as operações da manutenção necessárias;
Oficina de Colisão: É na oficina de colisão que têm lugar operações de reparação. Estas
intervenções são destinadas aos casos em que existe a necessidade de reparar componentes
danificados devido à ocorrência de danos de carroçaria. Na oficina de colisão também se
efetuam os trabalhos de repintura e caso seja necessário substituir algum componente devido
aos eventos de sinistros, a oficina de colisão também tem capacidade para efetuar essa
operação;
Balcão de Peças e Acessórios: Esta área destina-se ao serviço de atendimento ao público.
Caso um cliente necessite de adquirir um componente ou acessório da marca Mercedes-Benz,
o balcão de peças e acessórios presta o atendimento necessário para se proceder à compra
dos mesmos.
22
3.3 Manutenção na Mercedes-Benz Comercial
Com uma diferença entre veículos e modelos tão grande e devido à quantidade, variedade,
complexidade e importância dos componentes que os compõe, a Mercedes-Benz Comercial tem
obrigatoriamente de garantir uma correta manutenção dos mesmos, de modo a assegurar que o serviço
prestado e imagem apresentada vão ao encontro do esperado e exigido pelos seus clientes. Tudo isto
implica que a gestão da manutenção seja uma área de elevada importância para a empresa. De modo
a proporcionar uma boa gestão da manutenção é bastante importante que se dê especial atenção à
gestão dos materiais de manutenção.
Na MBC existem dois tipos de intervenções de manutenção que podem ocorrer: planeadas e
não planeadas. No entanto, a realidade presente na MBC não segue com rigor as classificações de
manutenção sugeridas pela bibliografia. Verifica-se uma adaptação destas classificações ao cotexto da
atividade da empresa. Posto isto, os vários tipos de intervenção de manutenção praticados na MBC
são classificados como:
23
3.3.1 Infraestruturas e Equipamentos
Atualmente a MBC - Sintra presta o serviço de assistência técnica nas suas oficinas
conseguindo assumir os vários tipos de manutenção e reparação necessários.
Existe ainda um “Balcão de Peças e Acessórios”, forte sector de negócio da MBC, que possibilita
aos seus clientes adquirir peças e acessórios originais com garantia Mercedes-Benz. Mesmo que
o cliente efetue os trabalhos de manutenção exteriormente, este pode adquirir as peças no balcão
de venda.
24
3.3.2 Organização da Manutenção
Quando um cliente necessita dos serviços após-venda da MBC, quer tenha sido convocado
pelo Contact Center ou esta necessidade surja espontaneamente, o cliente dirige-se à receção da MBC.
Os rececionistas irão tomar conta de cada ocorrência, prestando um serviço personalizado de acordo
com as necessidades do cliente. Após uma primeira abordagem e tendo sido definido o problema a
tratar, o processo é encaminhado para a oficina Mecânica sendo aberta uma “ficha de obra” de modo
a haver um controlo e acompanhamento das intervenções de manutenção.
25
Após a aprovação do cliente para o avanço das operações, são requisitados os componentes
necessários, sendo que caso não haja disponibilidade de stock em Sintra terão de ser feitas as
respetivas encomendas. Assim que os materiais são recebidos e fiquem disponíveis, os trabalhos de
manutenção são iniciados por parte dos mecânicos das oficinas. Os mecânicos são alvo de um
constante controlo face à sua eficiência. Quanto maior a sua produtividade mais viaturas dão entrada
e saída das oficinas, o que representa uma maior faturação no final do mês para a MBC. Uma vez que
os trabalhos de manutenção estejam finalizados e logo que as viaturas se encontrem prontas para
serem entregues ao cliente, é feita a faturação da obra e o respetivo pagamento por parte do cliente.
Até ao momento em que o pagamento é efetuado o carro fica em espera para ser entregue. No final de
todo este processo dá-se o fecho da ficha de obra correspondente que fica disponível numa base de
dados para futuras consultas e controlo dos trabalhos e faturações.
Toda a organização da manutenção é efetuada com o auxílio do software Autoline CDK, que
dá o apoio necessário a todos os trabalhos do serviço após-venda na MBC. Este programa é projetado
para ajudar as oficinas, fornecendo ferramentas intuitivas que permitem o controlo de todos os trabalhos
e armazenamento de informação.
26
Urgente: Quando existe urgência no prazo de entrega de um componente, a encomenda é
feita a Espanha em modo “urgente”, implicando um acréscimo no custo de aquisição da peça;
Fábrica: Quando um componente não está disponível em Espanha e existe urgência na sua
aquisição, a encomenda é realizada diretamente ao centro de logística da Mercedes na
Alemanha, implicando também um acréscimo no custo do componente. Estas situações são
tidas sempre como casos urgentes.
Consoante o modo como é feita a encomenda, o prazo de entrega varia de acordo com os
valores indicados na tabela 2. Existem por vezes situações inesperadas que fazem com que os
seguintes prazos não sejam cumpridos. No entanto estes valores são tidos como referências para o
prazo de entrega das encomendas.
Modo de Aquisição Prazo de Entrega
Sintra Imediato
Normal (Espanha) 2 dias
Stock
Urgente (Espanha) 1 dia
Fábrica Urgente (Alemanha) 5 dias
Tabela 2 - Prazo de Entrega das Encomendas.
A Gestão dos Materiais de Manutenção é uma área crítica e de grande importância para o bom
funcionamento dos trabalhos de manutenção na MBC. Uma rotura de stock poderá resultar em tempos
de inoperação das viaturas. Quer isto dizer que, toda a viatura que não é reparada por aguardar a
receção de um componente, é considerada como estando inoperativa. É precisamente neste contexto
que este trabalho incide o seu estudo, tentando apresentar uma solução de modo a reduzir a ocorrência
de tempos de espera de encomendas.
27
28
4. Caso de Estudo
O subcapítulo 4.1 visa adquirir um pleno conhecimento em relação à gestão dos materiais de
manutenção, tendo atenção a critérios como a procura dos componentes, custo unitário e impacto no
volume de vendas anual, propondo também uma metodologia de classificação de componentes em
função da sua importância. É também apresentada a seleção dos componentes que foram alvo de
estudo neste projeto. O subcapítulo 4.2 apresenta a metodologia utilizada de modo a identificar e
classificar os padrões de procura inerentes aos componentes selecionados. No subcapítulo 4.3 é
desenvolvido um modelo que permite apresentar uma previsão da procura para os componentes
analisados. De seguida, o subcapítulo 4.4 afere os parâmetros dos stocks para uma amostra
representativa de componentes de acordo com a classificação proposta, sendo desenvolvido um
modelo dinâmico que ajusta os parâmetros de controlo de stocks automaticamente.
Durante o projeto foram analisados os registos que dizem respeito à procura dos componentes
de manutenção das viaturas da MBC. Estes registos são referentes à procura de todos os componentes
de manutenção encomendados entre 1 de Janeiro de 2014 e 31 de Dezembro de 2014. Tendo em
conta a extensão da análise e limitações temporais associadas à presente dissertação de mestrado, foi
necessário delimitar o estudo deste trabalho. Posto isto, este projeto incidiu apenas nos registos
referentes aos veículos Smart (21.402 registos de encomendas, referentes a 1485 componentes
diferentes). No que diz respeito à gestão dos materiais de manutenção, é possível identificar três
departamentos para onde as encomendas dos componentes se destinam (Mecânica, Colisão e Balcão
de Peças). Contudo, como o stock que fornece as peças para estes sectores é o mesmo, considera-se
que no âmbito deste estudo não se fará distinção no que diz respeito ao departamento destino dos
componentes encomendados.
De uma forma geral o caso de estudo passou por sete etapas diferentes:
1. Classificação e seleção dos componentes de manutenção;
2. Identificação do padrão de procura apresentado por cada componente;
3. Seleção do método de previsão adequado a cada padrão apresentado e sua aplicação;
4. Dimensionamento do “Ponto de Encomenda” através do desenvolvimento de um
modelo de reposição de stock, de acordo com a previsão da procura efetuada;
5. Análise do comportamento do modelo de reposição de stocks desenvolvido ao longo
de vários períodos de procura;
6. Análise e discussão dos resultados obtidos.
29
4.1 Análise Preliminar dos Dados Disponíveis
Tendo presente o objetivo principal deste caso de estudo, foi necessário analisar o histórico da
procura de materiais de substituição, de modo a perceber, quantificar e classificar os vários
componentes envolvidos. De seguida descrevem-se os vários passos do tratamento dos dados
disponíveis.
Através desta análise é possível verificar quais os componentes de manutenção com maior
valor de 𝑃𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎 𝑋 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜, identificando assim quais os artigos que têm um maior peso no volume de
vendas no final do ano. A classificação dos componentes de manutenção do Smart encontra-se
representada na figura 9, tendo sido consideradas três classes:
Classe A – representa uma pequena quantidade do inventário, mas constitui um grande
volume em termos de valor. São considerados os componentes de maior importância – contém
cerca de 15% dos componentes, responsáveis por 80% do valor movimentado;
Classe B – representa os produtos de importância intermédia – contém cerca de 26% dos
componentes, responsáveis por 15% do valor movimentado (80% a 95% da Procura x Custo
Unitário);
Classe C – grande quantidade dos componentes são englobados nesta categoria, no entanto
estes possuem um reduzido custo e/ou procura, considerados assim como produtos de menor
importância – contém 59% dos materiais, responsáveis por 5% do valor movimentado (95% a
100% da Procura x Custo Unitário).
30
Figura 9 - Classes ABC.
A
1000 Importância Importância
Média Máxima B
100
C
10
Unitário
Custo
1
Importância Importância
Mínima Média
0,1
0,01 0,1 1 10 100 1000 10000
31
É visível que a “nuvem” de componentes de classe C (figura 10) são em maior número que os
restantes e encontram-se distribuídos pelos quatro quadrantes, sendo que o quadrante de importância
mínima contém somente estes componentes de classe C. Note-se que as figuras 9 e 10 apresentam
exatamente os mesmo resultados, diferindo na forma com estes são apresentados.
32
4.2 Padrões de Procura dos Componentes
Sendo que o propósito deste projeto incide numa análise de stocks e na elaboração de
previsões da procura dos componentes, faz todo o sentido estudar os dados disponibilizados no que
diz respeito aos registos da procura dos diferentes componentes. Surge assim a necessidade de
analisar e categorizar a procura dos componentes selecionados (figura 11).
3 80
1 60 3
2
Procura
Procura
40
1 20
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
6 60
5 7
4 40
Procura
Procura
2 20
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
8 6
6 8 10
4
Procura
Procura
4
2 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
4 8
3 11 6 13
Procura
Procura
2 4
1 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
30 15
14 16
20 10
Procura
Procura
10 5
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
15 15
18 20
10 10
Procura
Procura
5 5
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
4 8
3 21 6 22
Procura
Procura
2 4
1 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
4 5
3 23 4 25
Procura
Procura
2 3
2
1 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
8 5
6 26 4 27
Procura
Procura
4 3
2
2 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
33
3 4
28 3 29
2
Procura
Procura
2
1 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
3 6
31 32
2 4
Procura
Procura
1 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
6 3
34 35
4 2
Procura
Procura
2 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
3 3
38 39
2 2
Procura
Procura
1 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
5 3
4 40 42
2
Procura
Procura
3
2 1
1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
4 8
3 43 6 44
Procura
Procura
2 4
1 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês Mês
34
À semelhança, vários são os componentes que apresentam períodos com procura nula, sendo
que alguns chegam mesmo a ter mais períodos nulos do que períodos com procura não nula. Deste
modo, aparentemente a maioria dos componentes têm uma procura do tipo irregular. Mesmo assim os
padrões apresentados são substancialmente diferentes. Por exemplo o componente 23 tem apenas
dois períodos com procura não nula, sendo que os restantes são nulos. Por outro lado o componente
7 não apresenta nenhum período com procura nula, mas as quantidades procuradas mensalmente
apresentam valores bastante variados. Deste modo é possível admitir que a maioria dos componentes
apresentam padrões de procura do tipo irregular. Tal aponta para a necessidade de classificar os
padrões de procura, utilizando a proposta de Syntetos et al. [17] apresentada no subcapítulo 2.4.3.5,
através do período médio entre procuras não nulas consecutivas (ADI) e do coeficiente de variação das
procuras não nulas (CV2). Calculando esses valores para os trinta componentes analisados, obtém-se
o gráfico da figura 12. Nessa classificação existem quatro categorias que definem o padrão de procura
“Irregular”, sendo que a distribuição dos componentes consoante o padrão de procura apresentado é
visível na figura 12.
ADI = 1,34
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0,80
27
0,70 Errática
13 22 Lumpy
7 25
0,60
29 40
26 23
0,50
44 10
0,40
16 28
CV^2 = 0,28
0,30 14 34
32 5
Smooth 39 Intermitente
0,20
1
20 11 21 43
0,10 31 42
3
18 35 38
0,00
35
4.3 Metodologia da Previsão de Procura
ADI = 1,34
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0,80
Croston 27
0,70
13 22 Croston
7 25
0,60
29 40
26 23
0,50
44 10
0,40
16 28
CV^2 = 0,28
0,30 14 34
32 5
SES 39 Croston
0,20
1
20 11 21 43
0,10 31 42
3
18 35 38
0,00
Os autores Syntetos e Boylan [17] sugerem que, para componentes com uma procura do tipo
“Smooth” o método de previsão indicado é o Método de Suavização Exponencial Simples (SES),
enquanto para componentes com procura do tipo “Intermitente”, “Lumpy” e “Errática”, o método de
previsão mais indicado é o Método de Croston Original (CO). Mais tarde os próprios Boylan e Syntetos
[18] sugerem uma correção para o Método de Croston (capítulo 2.4.3.5). Deste modo, neste projeto
utilizou-se o Método de Syntetos & Boylan Approximation (SBA) em paralelo com o Método de Croston
Original (CO), sendo que os resultados serão comparados e sugeridos aqueles que apresentem uma
melhor solução para o âmbito do projeto.
36
Componentes ADI CV^2 Padrão de Procura Método de Previsão
37
4.3.2 Aplicação dos Métodos de Previsão
Uma vez categorizados os padrões de procura e identificados os métodos de previsão
adequados consoante o padrão apresentado por cada componente é possível dar seguimento ao caso
de estudo. Aplicam-se assim os métodos de previsão a cada um dos trinta componentes analisados.
Como é demonstrado no subcapítulo anterior, a bibliografia consultada sugere a utilização de três
métodos de previsão, Método de Suavização Exponencial Simples (SES), Método de Croston Original
(CO) e Método de Syntetos & Boylan Approximation (SBA).
Foram então aplicados os métodos de previsão indicados para cada componente e os valores
de previsão obtidos foram comparados com os valores reais através do MSE. Os valores de “α” foram
variados em intervalos de 5 centésimas, de modo a obter o valor que resultava num MSE menor para
cada um dos trinta componentes. Os valores “ótimos” da constante de suavização são apresentados
na tabela 4. São também apresentados os métodos de previsão que demonstraram um menor MSE.
38
4.3.2.2 Cálculo da Previsão da Procura
Para cada um dos componentes analisados, foram implementados os métodos de previsão e
parâmetros sugeridos na tabela 4. Tendo presente que qualquer um dos métodos de previsão utilizados
tem a vantagem de apenas necessitar do real valor observado da última procura, da previsão mais
recente e da constante de suavização, faz com que seja possível prever a procura para cada um dos
doze meses considerados. No entanto, estes três métodos necessitam de ser abordados de maneira
diferente, pois o SES trata componentes que apresentam procura na maioria dos períodos
considerados e o CO e SBA tratam componentes com vários períodos com procura nula.
Tendo em conta que os dados analisados dizem respeito a 12 meses e que se conhece qual a
procura real observada nestes períodos, será feita uma estimativa de qual a dimensão da procura para
cada mês, sendo que no final se estima a procura para o mês 13. Na figura 14 apresentam-se as
previsões da procura (linha vermelha) para os 13 meses em oposição à procura real registada (linha
azul). Apresenta-se também o erro médio de previsão medido, sendo este o erro médio quadrático
(MSE).
3 80
2 1 60 3
Procura
Procura
40
1 20
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 0,3 Mês MSE = 110,1 Mês
6 60
4 5 40 7
Procura
Procura
2 20
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 0,8 Mês MSE = 222,3 Mês
6 4
4 10 3 11
Procura
Procura
2
2 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 2,4 Mês MSE = 2,7 Mês
8 30
6 13 20 14
Procura
Procura
4
2 10
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 4,6 Mês MSE = 26,5 Mês
15 15
10 16 10 18
Procura
Procura
5 5
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 5,3 Mês MSE = 8,3 Mês
15 4
10 20 3 21
Procura
Procura
2
5 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 9,1 Mês MSE = 0,0 Mês
39
8 4
6 22 3 23
Procura
Procura
4 2
2 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 6,2 Mês MSE = 2,0 Mês
5 10
4 25 8 26
Procura
Procura
3 6
2 4
1 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 1,8 Mês MSE = 2,7 Mês
5 3
4 27 2 28
Procura
Procura
3
2 1
1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 3,6 Mês MSE = 0,7 Mês
4 3
3 29 2 31
Procura
Procura
2
1 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 1,9 Mês MSE = 0,2 Mês
6 6
4 32 4 34
Procura
Procura
2 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 3,7 Mês MSE = 1,2 Mês
3 3
2 35 2 38
Procura
Procura
1 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 0,0 Mês MSE = 0,5 Mês
3 4
2 39 3 40
Procura
Procura
2
1 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 0,2 Mês MSE = 2,7 Mês
3 4
2 42 3 43
Procura
Procura
2
1 1
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 0,4 Mês MSE = 1,0 Mês
8
6 44
Procura
4
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
MSE = 5,5 Mês
Agora que se sabe qual a previsão para os 12 meses analisados e para o mês 13 estimado, é
possível avançar com o desenvolvimento deste caso de estudo. Na fase seguinte foi implementado o
método de reposição de stock tendo em conta a procura registada e a procura prevista neste capítulo.
Deste modo pretende-se dimensionar os parâmetros inerentes ao método de reposição de stock
utilizado.
40
4.4 Modelo Dinâmico do Ponto de Encomenda
41
3. Determinar o Desvio Padrão da Procura, σd:
O desvio padrão da procura é outro parâmetro necessário na implementação do modelo
de reposição de stock. Para tal basta calcular o desvio padrão tendo em conta o erro de
previsão medido nos períodos que apresentam procura. Vários são os tipos de erros que se
podem utilizar, contudo o utilizado nesta análise é o Root Square Error (RSE). O desvio
padrão deve ser calculado à medida que os períodos previstos aumentam, ou seja, à medida
que se analisa um novo período o desvio padrão desse período engloba os erros medidos de
todos os períodos anteriores (21). Sendo que para cada período o cálculo destes parâmetros
seguem a seguinte expressão:
𝑅𝑆𝐸𝑡 = √(𝐷𝑡 − 𝐹𝑡 )2 (20)
𝑡
(𝑅𝑆𝐸𝑖 − ̅̅̅̅̅̅
𝑅𝑆𝐸 )2
𝜎𝑡 = √∑ (21)
𝑡
𝑖=1
Tendo em conta que o modelo utiliza parâmetros em unidades diárias e sabendo que a
procura analisada é referente às quantidades mensais, é necessário converter o desvio
padrão do erro, calculado em unidades “mês”, para unidades “dia”. Considera-se por isso que
o desvio padrão diário é calculado tendo em conta 22 dias uteis e segundo a equação em
baixo:
𝜎𝑚ê𝑠 (22)
𝜎𝑑𝑖𝑎 =
√22
̅ ∙ 𝐿𝑇 + 𝑆𝑆
𝑃𝐸 = 𝐷 (24)
42
̅ . Este
Tendo em conta que nesta fase se conhece o LT e o SS, basta calcular a variável 𝐷
parâmetro diz respeito à procura média diária do mês t considerado, calculado a partir de
equação (24):
𝐹𝑡 (25)
̅𝑡 =
𝐷
22
Componentes analisados:
o Componente 3 – Smooth; Método de Previsão – SES;
o Componente 5 – Intermitente; Método de Previsão – CO;
o Componente 16 – Errático; Método de Previsão – SBA;
o Componente 25 – Lumpy; Método de Previsão – CO.
43
N.S (95%) Componente 5 - Intermitente
1,64 α = 0,25 CO
Mês (t) Dt Ft+1 RSEt σ_mensal σ_diário S.S P.E (t+1)
Lead Time 1 0 0 - - - - -
2 2 2 1 2,0 1,41 0,30 1,00 2,00
3 0 0 1,0 1,00 0,21 1,00 1,00
4 0 0 0,0 0,96 0,20 1,00 1,00
5 1 1 1,0 0,84 0,18 1,00 2,00
6 1 1 0,0 0,82 0,17 1,00 2,00
7 3 1 2,0 0,90 0,19 1,00 2,00
8 2 2 1,0 0,83 0,18 1,00 2,00
9 0 0 2,0 0,87 0,18 1,00 1,00
10 0 0 0,0 0,88 0,19 1,00 1,00
11 0 0 0,0 0,87 0,19 1,00 1,00
12 1 1 1,0 0,83 0,18 1,00 2,00
13 - 1 - - - - -
Tabela 6 - Modelo Dinâmico PE; Componente_5
Note-se que o primeiro período não é trabalhado, pois considera-se como o período necessário
para a inicialização do modelo. Nesta fase de inicialização, considera-se que a previsão do primeiro
período é igual à procura real registada nesse mesmo período. Outra nota relevante é o facto de se
calcular o erro num período t utilizando o valor da previsão calculado no período anterior. Tomando
como exemplo o mês 5 da tabela 5 (assinalado a vermelho), tem-se que:
44
O período do mês 13 aguarda pelo registo do valor da procura real, de modo a se poder
comparar com a previsão efetuada no mês 12 e assim calcular os respetivos parâmetros do modelo
com fim a dimensionar automaticamente o Ponto de Encomenda, motivo pelo qual não são
apresentados valores neste período. No entanto já é possível estimar o valor da previsão da procura
do mês 13, uma vez que a esta previsão da procura é calculada no mês 12.
O presente método atualiza a dimensão do Ponto de Encomenda ao fim de cada mês. Tal como
se pode verificar nos exemplos anteriores, quando se conhece a procura real num determinado período
é possível dimensionar o Ponto de Encomenda de modo a tentar garantir que no período seguinte não
haja rotura de stock, evitando tempos de espera por uma disponibilidade do componente de
manutenção em stock. Posto isto, o Ponto de Encomenda determinado num mês t, é o Ponto de
Encomenda a considerar no mês t+1. Ou seja, ao fim de cada mês atualiza-se o PE a considerar para
o mês seguinte. Uma vez desenvolvido este modelo adaptável a qualquer componente, surge a
necessidade de verificar qual o comportamento deste modelo dinâmico.
O modelo dinâmico que permite ajustar a dimensão do PE a considerar para cada mês, será
apresentado neste capítulo através da simulação de uma situação real de procura onde se pretende
perceber e validar o seu comportamento. Até ao momento tem-se vindo a considerar espaços temporais
mensais, tendo sido essa a abordagem tida em consideração ao longo de todo o projeto e análises
efetuadas, contudo nesta fase do estudo e uma vez que se pretende simular uma situação real de
procura no cenário da MBC considera-se o espaço temporal semanal, pois este é o período também
considerado pela empresa no âmbito da gestão e reposição de stocks. Considera-se novamente o ano
de 2014 como o período de análise, onde cada mês foi subdividido pelo número de semanas que o
compõe. Considerou-se a mesma distribuição da procura registada, sendo que desta vez se teve em
consideração a procura semanal ao invés da procura mensal.
O modelo dinâmico considera um valor “Stock Máximo” pré-definido, sendo que no final de
cada semana o modelo decrementa automaticamente o valor da procura semanal verificada (Ds) à
quantidade existente em stock nesse período, sendo definido o termo “Stock1” de modo a se contabilizar
a quantidade de componentes remanescente em stock no início de semana seguinte. Sempre que o
Stock1 é menor ou igual ao PE, o modelo automaticamente desencadeia uma mensagem de alerta de
modo a repor o stock no nível pretendido, permitindo assim que na semana seguinte haja um número
de componentes suficiente para responder as exigências da procura. Assim com a atualização do
Stock1, define-se “Stock2” como o nível de stock a considerar no início de cada semana. Através da
automatização do modelo espera-se que a quantidade de componentes em stock seja sempre a
necessária de modo a garantir uma disponibilidade suficiente para o período seguinte.
45
Existe uma coluna de “Verificação” que serve para, tal como o nome indica, verificar a dimensão
do Stock1, sendo que sempre que este valor é igual ou menor ao PE, uma ordem de encomenda com
a dimensão “Q” é desencadeada de modo a repor o nível do stock no nível pretendido. A ordem de
encomenda é desencadeada através de uma mensagem, que surge cada vez que o nível de stock é
revisto. Pretende-se que o nível de stock esteja acima do valor do PE, por isso sempre que o nível de
stock está acima do ponto de encomenda a mensagem de “OK” aparece, não sendo necessária a
realização de encomendas. Por outro lado, assim que o ponto de encomenda é atingido aparece a
mensagem de “ENCOMENDAR”, sinal de que é necessário fazer uma encomenda e repor o stock no
seu nível máximo definido.
É necessário chamar a atenção para que, existe novamente um período de inicialização. Ou
seja, no primeiro mês ainda não é possível determinar o PE e no segundo mês, embora já seja possível
determinar o PE, este é referente ao terceiro mês. Assim os dois primeiros meses do ano consideram-
se como os períodos de inicialização sendo que o Ponto de Encomenda considerado nestes períodos
são os valores do PE definidos pela MBC. Os valores do PE considerados para cada um dos restantes
períodos são os calculados no capítulo anterior (Tabelas 5, 6, 7 e 8).
Numa primeira fase da análise utilizou-se os valores de “Stock Máximo” que a MBC tem
implementados atualmente no seu sistema de controlo e reposição de stocks, sendo que mais a frente
este parâmetro será também analisado de forma a tentar melhorar o comportamento do modelo
dinâmico desenvolvido.
46
4.5.1 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 3
O valor de “Stock Máximo” considerado é igual ao implementado no sistema de gestão de
stocks da MBC (19 unidades). Note-se que o modelo dinâmico só começa a partir do terceiro mês,
sendo o PE para os dois primeiros meses igual ao usado pela MBC (12 unidades).
Componente 3 - Smooth
Stock Max = 19
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 19 OK 0 19
2 7 12 ENCOMENDAR 7 19
1 3 9 10 ENCOMENDAR 9 19 12
4 9 10 ENCOMENDAR 9 19
5 8 11 ENCOMENDAR 8 19
1 13 6 ENCOMENDAR 13 19
2 8 11 ENCOMENDAR 8 19
2 12
3 10 9 ENCOMENDAR 10 19
4 12 7 ENCOMENDAR 12 19
1 4 15 OK 0 15
2 8 7 ENCOMENDAR 12 19
3 3 13 6 ENCOMENDAR 13 19 7
4 12 7 ENCOMENDAR 12 19
5 2 17 OK 0 17
1 13 4 ENCOMENDAR 15 19
2 11 8 OK 0 8
4 3 3 5 ENCOMENDAR 14 19 7
4 5 14 OK 0 14
5 4 10 OK 0 10
1 0 10 OK 0 10
2 6 4 ENCOMENDAR 15 19
5 3 16 3 ENCOMENDAR 16 19 7
4 7 12 OK 0 12
5 5 7 ENCOMENDAR 12 19
1 7 12 OK 0 12
2 6 6 ENCOMENDAR 13 19
6 3 13 6 ENCOMENDAR 13 19 7
4 12 7 ENCOMENDAR 12 19
5 3 16 OK 0 16
1 13 3 ENCOMENDAR 16 19
2 13 6 ENCOMENDAR 13 19
7 3 25 -6 ENCOMENDAR 25 19 6
4 9 10 OK 0 10
5 6 4 ENCOMENDAR 15 19
1 2 17 OK 0 17
2 7 10 ENCOMENDAR 9 19
8 3 5 14 OK 0 14 10
4 10 4 ENCOMENDAR 15 19
5 13 6 ENCOMENDAR 13 19
1 6 13 OK 0 13
2 17 -4 ENCOMENDAR 23 19
9 3 12 7 ENCOMENDAR 12 19 9
4 10 9 ENCOMENDAR 10 19
5 4 15 OK 0 15
1 7 8 ENCOMENDAR 11 19
2 13 6 ENCOMENDAR 13 19
10 3 11 8 ENCOMENDAR 11 19 9
4 4 15 OK 0 15
5 9 6 ENCOMENDAR 13 19
1 2 17 OK 0 17
2 10 7 ENCOMENDAR 12 19
11 3 7 12 OK 0 12 9
4 7 5 ENCOMENDAR 14 19
5 7 12 OK 0 12
1 13 -1 ENCOMENDAR 20 19
2 4 15 OK 0 15
12 3 8 7 ENCOMENDAR 12 19 9
4 3 16 OK 0 16
5 9 7 ENCOMENDAR 12 19
Tabela 9 - Comportamento do Modelo Dinâmico do PE (Componente 3)
47
4.5.2 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 5
A MBC considera que o PE e o stock máximo devem ser ambos de 1 unidade, contudo como
alguns dos pontos de encomenda determinados para este componente são de 2 unidades, considera-
se que o stock máximo do modelo deverá também ser de 2 unidades.
Componente 5 - Intermitente
Stock Max = 2
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
1 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 2 0 ENCOMENDAR 2 2
2 1
3 0 2 OK 0 2
4 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
3 3 0 2 OK 0 2 2
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
4 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
5 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 1 1 OK 0 1
1 0 1 ENCOMENDAR 1 2
2 1 1 ENCOMENDAR 1 2
6 3 0 2 OK 0 2 2
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 1 1 ENCOMENDAR 1 2
2 1 1 ENCOMENDAR 1 2
7 3 1 1 ENCOMENDAR 1 2 2
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
8 3 0 2 OK 0 2 2
4 1 1 ENCOMENDAR 1 2
5 1 1 ENCOMENDAR 1 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
9 3 0 2 OK 0 2 2
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
10 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
11 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 1 1 OK 0 1
12 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
Tabela 10 - Comportamento do Modelo Dinâmico do PE (Componente 5)
48
4.5.3 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 16
O valor do “Stock Máximo” considerado é, novamente, igual ao implementado no sistema de
gestão de stocks da MBC (14 unidades).
Componente 16 - Errático
Stock Max = 14
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 14 OK 0 14
2 0 14 OK 0 14
1 3 1 13 OK 0 13 9
4 0 13 OK 0 13
5 2 11 OK 0 11
1 0 11 OK 0 11
2 0 11 OK 0 11
2 9
3 3 8 ENCOMENDAR 6 14
4 0 14 OK 0 14
1 0 14 OK 0 14
2 0 14 OK 0 14
3 3 0 14 OK 0 14 1
4 0 14 OK 0 14
5 1 13 OK 0 13
1 0 13 OK 0 13
2 0 13 OK 0 13
4 3 0 13 OK 0 13 2
4 1 12 OK 0 12
5 2 10 OK 0 10
1 0 10 OK 0 10
2 1 9 OK 0 9
5 3 1 8 OK 0 8 2
4 2 6 OK 0 6
5 1 5 OK 0 5
1 1 4 OK 0 4
2 1 3 OK 0 3
6 3 1 2 ENCOMENDAR 12 14 2
4 0 14 OK 0 14
5 0 14 OK 0 14
1 2 12 OK 0 12
2 1 11 OK 0 11
7 3 3 8 OK 0 8 2
4 0 8 OK 0 8
5 0 8 OK 0 8
1 0 8 OK 0 8
2 1 7 OK 0 7
8 3 1 6 OK 0 6 2
4 1 5 OK 0 5
5 1 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 3 1 ENCOMENDAR 13 14
9 3 4 10 OK 0 10 2
4 3 7 OK 0 7
5 1 6 OK 0 6
1 0 6 OK 0 6
2 3 3 OK 0 3
10 3 0 3 OK 0 3 2
4 1 2 ENCOMENDAR 12 14
5 0 14 OK 0 14
1 0 14 OK 0 14
2 2 12 OK 0 12
11 3 2 10 OK 0 10 2
4 3 7 OK 0 7
5 2 5 OK 0 5
1 0 5 OK 0 5
2 0 5 OK 0 5
12 3 0 5 OK 0 5 2
4 3 2 ENCOMENDAR 12 14
5 2 12 OK 0 12
Tabela 11 - Comportamento do Modelo Dinâmico do PE (Componente 16)
49
4.5.4 Comportamento do Modelo de Dinâmico do PE – Componente 25
Atualmente a MBC não possui nenhuma quantidade em Sintra do componente 25, sendo os
valores para o PE e stock máximo iguais a 0 unidades. Posto isto, novamente se considera um stock
máximo de 2 unidades, devido aos valores calculados para o PE.
Componente 25 - Lumpy
Stock Max = 2
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
1 3 0 2 OK 0 2 0
4 1 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
2 0
3 0 1 OK 0 1
4 1 0 ENCOMENDAR 2 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
3 3 1 1 ENCOMENDAR 1 2 1
4 1 1 ENCOMENDAR 1 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
4 3 0 2 OK 0 2 2
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
5 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
6 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
7 3 0 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 1 1 ENCOMENDAR 1 2
8 3 1 1 ENCOMENDAR 1 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
9 3 0 2 OK 0 2 2
4 1 1 ENCOMENDAR 1 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 1 1 ENCOMENDAR 1 2
10 3 0 2 OK 0 2 2
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
11 3 1 1 ENCOMENDAR 1 2 2
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 2 0 ENCOMENDAR 2 2
2 0 2 OK 0 2
12 3 2 0 ENCOMENDAR 2 2 2
4 1 1 ENCOMENDAR 1 2
5 0 2 OK 0 2
Tabela 12 - Comportamento do Modelo Dinâmico do PE (Componente 25)
50
4.5.5 Resultados do Modelo Dinâmico do PE
Tendo sido aplicado o “Modelo Dinâmico do PE” durante a procura dos quatro componentes
selecionados, é possível analisar o seu comportamento. A presente análise tem em conta os quatro
critérios definidos (subcapítulo 4.5) permitindo perceber qual a resposta do modelo perante várias
situações de procura. Na tabela 13, apresentam-se os resultados obtidos no final do ano de 2014 para
o número de encomendas realizadas, o número de roturas de stock, o número de viaturas em espera
e o nível médio de componentes presentes em stock.
No que diz respeito ao “Nº de Encomendas” realizadas no final do ano analisado, é possível
observar que o componente 3 é o que apresenta um valor mais elevado. Isto deve-se ao facto de este
componente ser tido como sendo do tipo “Smooth”, apresentando procura em quase todos os períodos
semanais analisados.
Analisando agora o “Nº de Roturas de Stock”, apenas se verifica estas ocorrências para o
componente 3. Contabiliza-se três roturas de stock num total de 57 períodos em que se regista procura,
ou seja em 5% das vezes que é necessário ter o componente 3 disponível em stock, isto não se verifica.
Contudo este resultado vai ao encontro do esperado, pois o “Nível de Serviço” definido foi de 95%.
Em relação ao “Nº de Viaturas em Espera”, consequente do resultado anterior, também apenas
se verifica ocorrências para o componente 3, sendo que 11 viaturas tiveram de esperar pela realização
de encomendas de modo a ser reposto o stock deste componente.
O “Nível Médio de Componentes em Stock” é apenas um indicador de qual o valor médio
financeiro retido em inventário durante o ano, sendo que estes valores são bastante influenciados pelos
níveis de stock máximo e quantidades de encomenda definidos.
Uma vez feita a análise dos resultados da tabela 13, considera-se que o modelo dinâmico
desenvolvido mostrou responder bem as exigências da procura verificada para cada tipo de
componente. No entanto, no componente 3 (Smooth), os resultados obtidos apontam para a
necessidade reajustar o modelo de modo a tentar reduzir o número de roturas de stock e número de
viaturas em espera. Como os principais parâmetros que dimensionam o método de reposição de stocks
são o “Ponto de Encomenda”, “Stock Máximo” e “Quantidade de Encomenda”, pretende-se fazer uma
segunda análise dando maior atenção aos dois últimos.
51
4.6 Modelo Dinâmico do Ponto de Encomenda e da Quantidade de Encomenda
O modelo desenvolvido até este momento focou-se na automatização do dimensionamento do
ponto de encomenda, contudo o “Stock Máximo” é outro parâmetro que controla o método de reposição
de stocks, sendo que até ao momento este era um parâmetro estático, ou seja, o seu dimensionamento
não sofria qualquer alteração ao longo dos períodos de procura. Por consequência, a quantidade de
componentes encomendada em cada encomenda era a necessária a repor o stock no nível pretendido
e definido. Neste subcapítulo pretende-se ajustar o modelo de reposição de stocks eliminando a
necessidade de se ter um stock máximo definido, ou seja, pretende-se variar a “Quantidade de
Encomenda (Q)” automaticamente em cada período de revisão. Deste modo, deixa de ser necessário
definir o stock máximo dos componentes, sendo o nível de stock definido pelo número de componentes
encomendados. O dimensionamento deste parâmetro vai sendo atualizado tendo em conta a previsão
da procura e o desvio padrão do erro, calculados em cada período mensal. O cálculo da “Quantidade
de Encomenda” a considerar para cada mês segue a equação seguinte:
𝜎𝑡 (26)
(𝐹𝑡 + )
𝑄= √𝑃𝑀𝐸
𝑃𝑀𝐸
52
Componente 3 - Smooth
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 19 OK 0 19
2 7 12 ENCOMENDAR 7 19
1 3 9 10 ENCOMENDAR 9 19 12
4 9 10 ENCOMENDAR 9 19
5 8 11 ENCOMENDAR 8 19
1 13 6 ENCOMENDAR 13 19
2 8 11 ENCOMENDAR 8 19
2 12
3 10 9 ENCOMENDAR 10 19
4 12 7 ENCOMENDAR 12 19
1 4 15 OK 0 15
2 8 7 ENCOMENDAR 41 48
3 3 13 35 OK 0 35 7
4 12 23 OK 0 23
5 2 21 OK 0 21
1 13 8 OK 0 8
2 11 -3 ENCOMENDAR 40 37
4 3 3 34 OK 0 34 7
4 5 29 OK 0 29
5 4 25 OK 0 25
1 0 25 OK 0 25
2 6 19 OK 0 19
5 3 16 3 ENCOMENDAR 40 43 7
4 7 36 OK 0 36
5 5 31 OK 0 31
1 7 24 OK 0 24
2 6 18 OK 0 18
6 3 13 5 ENCOMENDAR 41 46 7
4 12 34 OK 0 34
5 3 31 OK 0 31
1 13 18 OK 0 18
2 13 5 ENCOMENDAR 40 45
7 3 25 20 OK 0 20 6
4 9 11 OK 0 11
5 6 5 ENCOMENDAR 40 45
1 2 43 OK 0 43
2 7 36 OK 0 36
8 3 5 31 OK 0 31 10
4 10 21 OK 0 21
5 13 8 ENCOMENDAR 48 56
1 6 50 OK 0 50
2 17 33 OK 0 33
9 3 12 21 OK 0 21 9
4 10 11 OK 0 11
5 4 7 ENCOMENDAR 51 58
1 7 51 OK 0 51
2 13 38 OK 0 38
10 3 11 27 OK 0 27 9
4 4 23 OK 0 23
5 9 14 OK 0 14
1 2 12 OK 0 12
2 10 2 ENCOMENDAR 50 52
11 3 7 45 OK 0 45 9
4 7 38 OK 0 38
5 7 31 OK 0 31
1 13 18 OK 0 18
2 4 14 OK 0 14
12 3 8 6 ENCOMENDAR 51 57 9
4 3 54 OK 0 54
5 9 45 OK 0 45
Tabela 14 - Comportamento do Modelo Dinâmico do PE do Q (Componente 3)
É de notar que neste modelo o nível do “Stock2”, não apresenta nenhum valor constante,
resultado da alteração da dimensão da quantidade de encomenda, que deixou de estar associada ao
parâmetro do “Stock Máximo”. Este último apenas foi considerado no período de inicialização do
método.
53
Analisando a tabela 14 e as restantes tabelas em anexo, é possível verificar alterações nos
resultados obtidos com o modelo dinâmico do PE e do Q. A análise dos resultados é feita de seguida,
de modo a perceber se o facto de não só o PE, mas também o Q assumirem comportamentos
dinâmicos, pode ou não levar a uma melhoria do comportamento da metodologia desenvolvida.
Neste subcapítulo pretende-se analisar e discutir os resultados obtidos com cada modelo de
reposição de stocks estudados. Voltando a ter em conta os critérios definidos no subcapítulo anterior,
“Número de Encomendas Realizadas”, “Número de Roturas de Stock”, “Número de Viaturas em
Espera” e “Nível Médio de Stock”, nas figuras seguintes apresentam-se as comparações dos resultados
obtidos com o “Modelo Dinâmico do PE”, com o “Modelo Dinâmico do PE e do Q” e com o modelo
usado pela MBC, que considera os parâmetros PE e Q como tendo um comportamento estático. As
tabelas referentes ao comportamento do “Modelo Estático da MBC” podem também ser consultadas
em anexo (Anexo C), sendo que de seguida se apresentam apenas os resultados obtidos com estes
três modelos.
E N C O M E N D AS R E AL I Z AD A S
38
Nº DE ENCOMENDAS
18
12
11
10
9
8
7
5
3 5 16 25
COMPONENTES
Figura 15 - Modelo Estático MBC vs. Modelo Dinâmico do PE vs. Modelo Dinâmico do PE e do Q (Nº de Encomendas)
54
R O T U R AS D E S T O C K
12
Nº DE ROTURAS DE STOCK
3
2
0
3 5 16 25
COMPONENTES
Figura 16 - Modelo Estático MBC vs. Modelo Dinâmico do PE vs. Modelo Dinâmico do PE e do Q (Nº Roturas de Stock)
V I AT U R AS E M E S P E R A
14
Nº DE VIATURAS EM ESPERA
11
10
3 5 16 25
COMPONENTES
Figura 17 - Modelo Estático MBC vs. Modelo Dinâmico do PE vs. Modelo Dinâmico do PE e do Q (Nº Viaturas em Espera)
19
19
13
11
8
4
4
2
2
1
3 5 16 25
COMPONENTES
Figura 18 - Modelo Estático MBC vs. Modelo Dinâmico do PE vs. Modelo Dinâmico do PE e do Q (Nível de Stock Médio)
55
Facilmente se percebe, através da visualização das figuras 15 a 18, que os resultados obtidos
variam consoante o modelo considerado.
Na figura 15, para todos os componentes, verifica-se que há uma redução do número de
encomendas realizadas quando se utilizam os modelos dinâmicos. Posto isto, comparando apenas os
resultados obtidos com os dois modelos dinâmicos, é possível contabilizar que o “Modelo Dinâmico do
PE e do Q” apresenta resultados menores para os componentes 3, 5 e 25, sendo que para o
componente 16 este modelo regista mais duas encomendas realizadas do que as registadas pelo
“Modelo Dinâmico do PE”.
Na figura 16, os resultados variam, não só com os modelos utilizados, mas também para os
diferentes componentes em análise:
Componente 3: regista-se um aumento do número de roturas quando se compara o “Modelo
Estático da MBC” com o “Modelo Dinâmico do PE”, contudo o “Modelo Dinâmico do PE e do
Q” é o que apresenta um menor número de roturas de stock;
Componente 5: apenas se verifica roturas quando se utiliza o modelo estático, sendo que
apenas se contabiliza uma rotura de stock;
Componente 16: não se verifica nenhuma rotura de stock;
Componente 25: este componente é o que apresenta o maior número de roturas de todos os
casos analisados. Embora não haja roturas quando se utilizam os modelos dinâmicos, são
registadas 12 roturas de stock quando o “Modelo Estático da MBC” é aplicado, isto deve-se ao
facto de a MBC não possuir nenhum componente no stock de Sintra.
Na figura 18, apresentam-se os resultados referentes ao “Nível de Stock Médio”. Este critério
na maioria dos casos, apresenta resultados contrários aos critérios anteriores, uma vez que é o modelo
estático que regista valores mais baixos em relação aos modelos dinâmicos. Contudo, é de notar que
para o componente 16, o “Modelo Dinâmico do PE e do Q” apresenta resultados mais baixos do que
os outros modelos.
Após as análises realizadas e uma vez feitas as comparações entre os três modelos
desenvolvidos neste projeto, é possível assumir que o “Modelo Dinâmico do PE e do Q” é o modelo
que melhor se comporta e responde às necessidades e exigências dos vários cenários de procura
analisados. O modelo é capaz de se adaptar aos vários tipos de componentes, no que diz respeito aos
padrões de procura que estes possam apresentar.
56
No âmbito da gestão de stocks, a situação ideal é claramente uma situação em que se faça o
menor número de encomendas possível. Conseguindo ao mesmo tempo evitar roturas de stock e por
conseguinte evitar a existência de viaturas em espera. Sendo que, se deve tentar manter um nível de
stock médio o menor possível. O cumprimento deste compromisso cabe ao responsável de armazém
da MBC, que tenta gerir todas a variáveis existentes de modo a que os custos associados com a gestão
dos componentes de manutenção sejam minimizados.
Perante isto, só é possível assumir que um critério tem um peso maior que outro, quando se
conhece a estratégia da empresa. Caso a prioridade seja reduzir os custos inerentes à posse de
componentes em armazém, então o critério “Nível de Stock Médio” deve ser considerado como
prioritário. Por outro lado, caso se pretenda fazer o menor número de encomendas possível de modo
a evitar a constante reposição de componentes em stock, deve se dar mais atenção ao critério “Número
de Encomendas”.
Também surgem situações em que as causas associadas à rotura de stocks podem ser
consideravelmente importantes para a estratégia de uma empresa. Por exemplo, caso um cliente tenha
de esperar um tempo não planeado pela entrega da sua viatura após uma manutenção, devendo-se
esta espera às situações em que se verificam falta de componentes em stock, pode levar a um efeito
prejudicial na imagem da empresa, podendo resultar na perda de confiança por parte do cliente quer
na oficina como na marca.
Deste modo a estratégia e decisões no âmbito descrito devem ser tomadas por parte da equipa
de gestão de componentes de manutenção da MBC, sendo que na presente dissertação se considera
que a implementação do “Modelo Dinâmico do PE e do Q” pode ajudar a alcançar um bom compromisso
entre os critérios estudados. Sendo no capítulo seguinte apresentados os procedimentos para a
implementação das metodologias desenvolvidas.
57
58
5. Procedimentos para Implementação da Metodologia
Sim
Identificação do Não
Padrão de Procura
ADI < 1,34
CV2 < 0,28
Determinar a
Constante de
Suavização α
Subcapítulo 4.3.2.1
Não
Considerar o PE calculado
Figura 19 - Procedimento para determinar o PE
59
Assumindo que o cálculo do PE segue o fluxograma apresentado na figura 19 e que a sua
implementação é feita através da programação de um software indicado para tal, é possível também
implementar os procedimentos necessários para que o modelo dinâmico, desenvolvido no subcapítulo
4.6 desta dissertação, seja também programado e utilizado numa situação real no âmbito da gestão de
stocks da MBC. Na figura 20, apresenta-se outro fluxograma de modo a se perceber quais os passos
a implementar na programação do modelo dinâmico ajustável a qualquer padrão de procura.
Contabilizar a Procura Ds
Verificar o Stock1
Sim Não
Stock1 > PE
ENCOMENDAR
OK Subcapítulo 4.6.1
𝜎𝑡
(𝐹𝑡 + )
√𝑃𝑀𝐸
[Q = ]
𝑃𝑀𝐸
Receber a Encomenda
Sim Não
Novo período t
60
6. Conclusões e Trabalho Futuros
6.1 Conclusões
O desenvolvimento do caso de estudo teve início com uma análise dos registos históricos
referentes aos componentes de manutenção encomendados durante o ano de 2014 para os veículos
da marca Smart. Foi possível perceber a existência de uma vasta variedade de componentes e uma
grande aleatoriedade no que diz respeito à quantidade procurada e aos custos unitários destes
componentes. Deste modo procedeu-se ao desenvolvimento de uma metodologia de classificação e
seleção de componentes de modo a focar o caso de estudo numa amostra exemplificativa. Conclui-se
que esta primeira abordagem foi efetuada com sucesso, uma vez que reduzindo a amostra para 30
componentes, conseguiu-se ter acesso a componentes com todo o tipo de características. Deste modo
foi possível tratar e analisar todos os cenários possíveis no âmbito da gestão de componentes de
manutenção.
Numa segunda fase, foi desenvolvida uma metodologia de classificação baseada nos padrões
de procura apresentados pelos componentes. Essa classificação permitiu identificar os componentes
de acordo com a sua procura mensal, sendo que consoante o nível de procura apresentado foram
sugeridas diferentes abordagens no que diz respeito ao método de previsão a utilizar. Nesta
classificação dos componentes chegou-se à conclusão que na maioria dos casos os padrões
apresentados eram do tipo irregular. Deste modo os métodos de previsão mais comuns não foram uma
solução viável, tendo sido necessário recorrer a metodologias menos utilizadas. Esta fase do projeto
mostrou ser uma etapa em que foi necessário adquirir algum conhecimento, surgindo a necessidade
de pesquisar sobre a temática da procura intermitente e irregular.
Com vista a apresentar soluções que permitem responder às necessidades de procura dos
componentes, foram aplicados métodos de previsão da procura mensal. Com base nestas previsões,
foi desenvolvido um modelo dinâmico que ajusta automaticamente os parâmetros do método de
reposição de stocks utilizado atualmente pela MBC. Numa primeira análise, apenas se trabalhou o
parâmetro “Ponto de Encomenda” como variável responsável pelo comportamento do modelo, contudo
e embora os resultados tenham sido satisfatórios para a maioria dos componentes analisados, surgiu
a necessidade de focar as atenções também sobre o parâmetro “Quantidade de Encomenda”. Desta
feita, o PE e o Q passaram a ser ajustados automaticamente consoante a procura mensal verificada,
mostrando serem adaptáveis a qualquer cenário de procura verificado. Os resultados obtidos no final
do desenvolvimento do modelo foram bastante satisfatórios, o que leva a concluir que o “Modelo
Dinâmico do PE e do Q” é uma solução a implementar por parte da MBC, uma vez que se conseguiu
reduzir o número de encomendas anuais realizadas, o número de roturas de stock anuais, e o número
de viaturas inoperativas no final do ano.
61
6.2 Proposta de Trabalhos Futuros
A presente tese de mestrado incidiu o seu estudo baseando-se apenas nos registos históricos
da procura dos componentes de manutenção referentes apenas ao ano de 2014. Contudo, ao
longo do desenvolvimento do caso de estudo várias foram as situações em que se teve
dificuldades devido ao facto de a amostra temporal ser relativamente curta. Sugere-se que na
possibilidade de se realizar um trabalho futuro, na mesma empresa e sobre a mesma temática,
se tenha acesso a uma amostra temporal mais significativa. Seria uma mais-valia para um
trabalho futuro se fossem analisados os registos referentes a pelo menos dois anos.
Outro parâmetro merecedor de ser avaliado num trabalho futuro é o prazo de entrega, que no
presente projeto foi só considerado o prazo de entrega referente às encomendas realizadas
em modo normal a Espanha (2 dias). Sugere-se que se analise outros prazos de entrega
referentes aos diferentes modos de encomenda verificados na MBC.
Chama-se a atenção para o facto de esta dissertação ser um primeiro projeto desenvolvido
neste âmbito, sendo que alguns ajustes devem ser considerados e que alterações podem vir a ser
feitas em trabalhos futuros. Trata-se assim, como de um ponto de partida para projetos futuros.
62
Referências Bibliográficas
[1] Accenture, “Refocusing on the Aftersales Market - Increase Revenues and Reduce Costs,”
2010. [Online]. Available:
http://www.highperformancegeneticcode.info/SiteCollectionDocuments/PDF/Accenture_Ref
ocusing_Aftersales_Market.pdf. [Acedido em 14 04 2015].
[4] J. Cabral, Oraganização e Gestão da Manutenção - dos conceitos à prática, Lisboa: LIDEL
Edições Técnicas; 6ª edição, Outubro 2006.
[5] J. Cabral, Gestão da Manutenção e Equipamentos - Intalações e Edifícios, Lisboa: LIDEL Edições
Técnicas, 2009.
[7] R. Assis, Apoio à Decisão em Manutenção na Gestão de Activos Físicos, Lisboa: LIDEL Edições
Técnicas, Março 2010.
[10] T. Williams, Stock Control with Sporadic and Slow-moving Demand, Journal of the operatioanl
Research Society, 1984.
[13] B. M. M. A. Macedo, Development of procedures to control and mange the aircraft Rotables
mainteance Inventory System; Dissertação de Mestrado, Lisboa: I.S.T - Instituto Superior
Técnico, June 2010.
[14] F. Jacobs e R. Chase, Operations and Supply Management: The Core, McGraw-Hill, 2008.
[15] J. Croston, Forecasting and stock control for intermittent demands, Operational Research
Quarterly 23, 1972.
63
[16] SAP, [Online]. Available:
https://help.sap.com/saphelp_scm50/helpdata/en/ac/216b89337b11d398290000e8a49608/
content.htm. [Acedido em 08 07 2015].
[18] J. E. Boylan e A. A. Syntetos, Forecasting for Inventory Management of Service Parts, London:
Springer, 2008.
[21] R. Assis, Apoio à Decisão em Manutenção na Gestão de Activos Físicos, Lisboa: LIDEL Edições
Técnicas,, Março 2010.
64
Anexos
% Volume
Procura Volume Total % Acumulado
Código Referência Cu. (€) Total CLASSE
(un.) Anual (€) [Procura*Cu]
Anual
65
Tabela A.1 (Continuação) – Classificação ABC – Componentes de “Importância Máxima”
66
Tabela A.1 (Continuação) – Classificação ABC – Componentes de “Importância Máxima”
67
Tabela A.1 (Continuação) – Classificação ABC – Componentes de “Importância Máxima”
68
Tabela A.1 (Continuação) – Classificação ABC – Componentes de “Importância Máxima”
69
Tabela A.1 (Continuação) – Classificação ABC – Componentes de “Importância Máxima”
70
Anexo B – Comportamento do Modelo Dinâmico do PE e do Q
Tabela B.1 – Comportamento do Modelo Dinâmico do PE e do Q (componente 5)
Componente 5 - Intermitente
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
1 3 0 2 OK 0 2 12
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 OK 0 2
2 2 0 ENCOMENDAR 2 2
2 12
3 0 2 OK 0 2
4 0 2 OK 0 2
1 0 2 ENCOMENDAR 3 5
2 0 5 OK 0 5
3 3 0 5 OK 0 5 2
4 0 5 OK 0 5
5 0 5 OK 0 5
1 0 5 OK 0 5
2 0 5 OK 0 5
4 3 0 5 OK 0 5 1
4 0 5 OK 0 5
5 0 5 OK 0 5
1 0 5 OK 0 5
2 0 5 OK 0 5
5 3 0 5 OK 0 5 1
4 0 5 OK 0 5
5 1 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 1 3 OK 0 3
6 3 0 3 OK 0 3 2
4 0 3 OK 0 3
5 0 3 OK 0 3
1 1 2 ENCOMENDAR 2 4
2 1 3 OK 0 3
7 3 1 2 ENCOMENDAR 2 4 2
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 0 4 OK 0 4
8 3 0 4 OK 0 4 2
4 1 3 OK 0 3
5 1 2 ENCOMENDAR 2 4
1 0 4 OK 0 4
2 0 4 OK 0 4
9 3 0 4 OK 0 4 2
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 0 4 OK 0 4
10 3 0 4 OK 0 4 1
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 0 4 OK 0 4
11 3 0 4 OK 0 4 1
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 1 3 OK 0 3
12 3 0 3 OK 0 3 1
4 0 3 OK 0 3
5 0 3 OK 0 3
71
Tabela B.2 – Comportamento do Modelo Dinâmico do PE e do Q (componente 16)
Componente 16 - Errático
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 14 OK 0 14
2 0 14 OK 0 14
1 3 1 13 OK 0 13 12
4 0 13 OK 0 13
5 2 11 OK 0 11
1 0 11 OK 0 11
2 0 11 OK 0 11
2 12
3 3 8 ENCOMENDAR 6 14
4 0 14 OK 0 14
1 0 14 OK 0 14
2 0 14 OK 0 14
3 3 0 14 OK 0 14 1
4 0 14 OK 0 14
5 1 13 OK 0 13
1 0 13 OK 0 13
2 0 13 OK 0 13
4 3 0 13 OK 0 13 2
4 1 12 OK 0 12
5 2 10 OK 0 10
1 0 10 OK 0 10
2 1 9 OK 0 9
5 3 1 8 OK 0 8 2
4 2 6 OK 0 6
5 1 5 OK 0 5
1 1 4 OK 0 4
2 1 3 OK 0 3
6 3 1 2 ENCOMENDAR 5 7 2
4 0 7 OK 0 7
5 0 7 OK 0 7
1 2 5 OK 0 5
2 1 4 OK 0 4
7 3 3 1 ENCOMENDAR 6 7 2
4 0 7 OK 0 7
5 0 7 OK 0 7
1 0 7 OK 0 7
2 1 6 OK 0 6
8 3 1 5 OK 0 5 2
4 1 4 OK 0 4
5 1 3 OK 0 3
1 0 3 OK 0 3
2 3 0 ENCOMENDAR 7 7
9 3 4 3 OK 0 3 2
4 3 0 ENCOMENDAR 7 7
5 1 6 OK 0 6
1 0 6 OK 0 6
2 3 3 OK 0 3
10 3 0 3 OK 0 3 2
4 1 2 ENCOMENDAR 7 9
5 0 9 OK 0 9
1 0 9 OK 0 9
2 2 7 OK 0 7
11 3 2 5 OK 0 5 2
4 3 2 ENCOMENDAR 8 10
5 2 8 OK 0 8
1 0 8 OK 0 8
2 0 8 OK 0 8
12 3 0 8 OK 0 8 2
4 3 5 OK 0 5
5 2 3 OK 0 3
72
Tabela B.3 – Comportamento do Modelo Dinâmico do PE e do Q (componente 25)
Component 25 - Lumpy
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
1 3 0 2 OK 0 2 12
4 1 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
2 12
3 0 1 OK 0 1
4 1 0 ENCOMENDAR 2 2
1 0 2 OK 0 2
2 0 2 OK 0 2
3 3 1 1 ENCOMENDAR 1 2 1
4 1 1 ENCOMENDAR 1 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 ENCOMENDAR 2 4
2 0 4 OK 0 4
4 3 0 4 OK 0 4 2
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 0 4 OK 0 4
5 3 0 4 OK 0 4 1
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 0 4 OK 0 4
6 3 0 4 OK 0 4 1
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 0 4 OK 0 4
7 3 0 4 OK 0 4 1
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 0 4 OK 0 4
2 1 3 OK 0 3
8 3 1 2 OK 0 2 1
4 0 2 OK 0 2
5 0 2 OK 0 2
1 0 2 ENCOMENDAR 2 4
2 0 4 OK 0 4
9 3 0 4 OK 0 4 2
4 1 3 OK 0 3
5 0 3 OK 0 3
1 0 3 OK 0 3
2 1 2 ENCOMENDAR 3 5
10 3 0 5 OK 0 5 2
4 0 5 OK 0 5
5 0 5 OK 0 5
1 0 5 OK 0 5
2 0 5 OK 0 5
11 3 1 4 OK 0 4 2
4 0 4 OK 0 4
5 0 4 OK 0 4
1 2 2 ENCOMENDAR 3 5
2 0 5 OK 0 5
12 3 2 3 OK 0 3 2
4 1 2 ENCOMENDAR 3 5
5 0 5 OK 0 5
73
Anexo C – Comportamento do Modelo Estático da MBC
Tabela C.1 – Comportamento do Modelo Estático da MBC (componente 3)
Componente 3 - Smooth
Stock Max = 19
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 19 OK 0 19
2 7 12 ENCOMENDAR 7 19
1 3 9 10 ENCOMENDAR 9 19 12
4 9 10 ENCOMENDAR 9 19
5 8 11 ENCOMENDAR 8 19
1 13 6 ENCOMENDAR 13 19
2 8 11 ENCOMENDAR 8 19
2 12
3 10 9 ENCOMENDAR 10 19
4 12 7 ENCOMENDAR 12 19
1 4 15 OK 0 15
2 8 7 ENCOMENDAR 12 19
3 3 13 6 ENCOMENDAR 13 19 12
4 12 7 ENCOMENDAR 12 19
5 2 17 OK 0 17
1 13 4 ENCOMENDAR 15 19
2 11 8 ENCOMENDAR 11 19
4 3 3 16 OK 0 16 12
4 5 11 ENCOMENDAR 8 19
5 4 15 OK 0 15
1 0 15 OK 0 15
2 6 9 ENCOMENDAR 10 19
5 3 16 3 ENCOMENDAR 16 19 12
4 7 12 ENCOMENDAR 7 19
5 5 14 OK 0 14
1 7 7 ENCOMENDAR 12 19
2 6 13 OK 0 13
6 3 13 0 ENCOMENDAR 19 19 12
4 12 7 ENCOMENDAR 12 19
5 3 16 OK 0 16
1 13 3 ENCOMENDAR 16 19
2 13 6 ENCOMENDAR 13 19
7 3 25 -6 ENCOMENDAR 25 19 12
4 9 10 ENCOMENDAR 9 19
5 6 13 OK 0 13
1 2 11 ENCOMENDAR 8 19
2 7 12 ENCOMENDAR 7 19
8 3 5 14 OK 0 14 12
4 10 4 ENCOMENDAR 15 19
5 13 6 ENCOMENDAR 13 19
1 6 13 OK 0 13
2 17 -4 ENCOMENDAR 23 19
9 3 12 7 ENCOMENDAR 12 19 12
4 10 9 ENCOMENDAR 10 19
5 4 15 OK 0 15
1 7 8 ENCOMENDAR 11 19
2 13 6 ENCOMENDAR 13 19
10 3 11 8 ENCOMENDAR 11 19 12
4 4 15 OK 0 15
5 9 6 ENCOMENDAR 13 19
1 2 17 OK 0 17
2 10 7 ENCOMENDAR 12 19
11 3 7 12 ENCOMENDAR 7 19 12
4 7 12 ENCOMENDAR 7 19
5 7 12 ENCOMENDAR 7 19
1 13 6 ENCOMENDAR 13 19
2 4 15 OK 0 15
12 3 8 7 ENCOMENDAR 12 19 12
4 3 16 OK 0 16
5 9 7 ENCOMENDAR 12 19
74
Tabela C.2 – Comportamento do Modelo Estático da MBC (componente 5)
Componente 5 - Intermitente
Stock Max = 1
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
1 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 2 -1 ENCOMENDAR 2 1
2 1
3 0 1 OK 0 1
4 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
3 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
4 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
5 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 1 0 ENCOMENDAR 1 1
1 0 1 OK 0 1
2 1 0 ENCOMENDAR 1 1
6 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 1 0 ENCOMENDAR 1 1
2 1 0 ENCOMENDAR 1 1
7 3 1 0 ENCOMENDAR 1 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
8 3 0 1 OK 0 1 1
4 1 0 ENCOMENDAR 1 1
5 1 0 ENCOMENDAR 1 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
9 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
10 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 0 1 OK 0 1
11 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
1 0 1 OK 0 1
2 1 0 ENCOMENDAR 1 1
12 3 0 1 OK 0 1 1
4 0 1 OK 0 1
5 0 1 OK 0 1
75
Tabela C.3 – Comportamento do Modelo Estático da MBC (componente 16)
Componente 16 - Errático
Stock Max = 14
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 14 OK 0 14
2 0 14 OK 0 14
1 3 1 13 OK 0 13 9
4 0 13 OK 0 13
5 2 11 OK 0 11
1 0 11 OK 0 11
2 0 11 OK 0 11
2 9
3 3 8 ENCOMENDAR 6 14
4 0 14 OK 0 14
1 0 14 OK 0 14
2 0 14 OK 0 14
3 3 0 14 OK 0 14 9
4 0 14 OK 0 14
5 1 13 OK 0 13
1 0 13 OK 0 13
2 0 13 OK 0 13
4 3 0 13 OK 0 13 9
4 1 12 OK 0 12
5 2 10 OK 0 10
1 0 10 OK 0 10
2 1 9 ENCOMENDAR 5 14
5 3 1 13 OK 0 13 9
4 2 11 OK 0 11
5 1 10 OK 0 10
1 1 9 ENCOMENDAR 5 14
2 1 13 OK 0 13
6 3 1 12 OK 0 12 9
4 0 12 OK 0 12
5 0 12 OK 0 12
1 2 10 OK 0 10
2 1 9 ENCOMENDAR 5 14
7 3 3 11 OK 0 11 9
4 0 11 OK 0 11
5 0 11 OK 0 11
1 0 11 OK 0 11
2 1 10 OK 0 10
8 3 1 9 ENCOMENDAR 5 14 9
4 1 13 OK 0 13
5 1 12 OK 0 12
1 0 12 OK 0 12
2 3 9 ENCOMENDAR 5 14
9 3 4 10 OK 0 10 9
4 3 7 ENCOMENDAR 7 14
5 1 13 OK 0 13
1 0 13 OK 0 13
2 3 10 OK 0 10
10 3 0 10 OK 0 10 9
4 1 9 ENCOMENDAR 5 14
5 0 14 OK 0 14
1 0 14 OK 0 14
2 2 12 OK 0 12
11 3 2 10 OK 0 10 9
4 3 7 ENCOMENDAR 7 14
5 2 12 OK 0 12
1 0 12 OK 0 12
2 0 12 OK 0 12
12 3 0 12 OK 0 12 9
4 3 9 ENCOMENDAR 5 14
5 2 12 OK 0 12
76
Tabela C.4 – Comportamento do Modelo Estático da MBC (componente 25)
Componente 25 - Lumpy
Stock Max = 0
Mês (t) Semana (s) Ds Stock1 Verificação Q Stock2 PE
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
1 3 0 0 OK 0 0 0
4 1 -1 ENCOMENDAR 1 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
2 0
3 0 0 OK 0 0
4 1 -1 ENCOMENDAR 1 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
3 3 1 -1 ENCOMENDAR 1 0 0
4 1 -1 ENCOMENDAR 1 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
4 3 0 0 OK 0 0 0
4 0 0 OK 0 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
5 3 0 0 OK 0 0 0
4 0 0 OK 0 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
6 3 0 0 OK 0 0 0
4 0 0 OK 0 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
7 3 0 0 OK 0 0 0
4 0 0 OK 0 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 1 -1 ENCOMENDAR 1 0
8 3 1 -1 ENCOMENDAR 1 0 0
4 0 0 OK 0 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
9 3 0 0 OK 0 0 0
4 1 -1 ENCOMENDAR 1 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 1 -1 ENCOMENDAR 1 0
10 3 0 0 OK 0 0 0
4 0 0 OK 0 0
5 0 0 OK 0 0
1 0 0 OK 0 0
2 0 0 OK 0 0
11 3 1 -1 ENCOMENDAR 1 0 0
4 0 0 OK 0 0
5 0 0 OK 0 0
1 2 -2 ENCOMENDAR 2 0
2 0 0 OK 0 0
12 3 2 -2 ENCOMENDAR 2 0 0
4 1 -1 ENCOMENDAR 1 0
5 0 0 OK 0 0
77