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INDICE:

1. PROPRIEDADES MECÂNICAS ......................................................................................................1


Protecção ao Choque ...............................................................................................................................1
Protecção contra incêndios ......................................................................................................................3
Parâmetros de classificação:.....................................................................................................................3
2. QUESTÕES TÉCNICAS....................................................................................................................5
Determinação da espessura......................................................................................................................5
Cálculo da temperatura dos vidros...........................................................................................................9
Tensões de origem térmica ....................................................................................................................10
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................11
PROPRIEDADES MECÂNICAS DO VIDRO E QUESTÕES TÉCNICAS
Eng. Pedro Fino

1. PROPRIEDADES MECÂNICAS

Protecção ao Choque

As tecnologias de fabricação, de transformação e de montagem permitem dotar os vidros de


excelentes capacidades de resposta às tensões de segurança que exige a construção actual,
nomeadamente em matéria de protecção ao choque.

Os potenciais choques são de diversas naturezas e os níveis de resposta dos vidros dependem
de dois factores fundamentais, são eles:

• O nível de energia transmitido no momento do impacto (ou dos impactos): E;

• A superfície máxima de contacto desenvolvido durante o choque: SCM;

Classes de Tipo de vidro Exemplos e características


resistência ao usado
choque /
Normas

Protecção • Vidro SGG Stapid – É um vidro laminado que em caso de


contra os riscos laminado quebra durante um choque acidental assegura a
de lesões em manutenção da parede envidraçada e a coesão entre os
• Vidro
caso de fragmentos (esta coesão está relacionada com a
temperado
acidentes / existência de um ou mais filmes de butiral de polivinil
DTU 39, • Vidro PVB que é colocada entre os vidros), para evitar o risco
EN12150 e impresso de lesões que possam ser provocados pela queda
EN12543-2 aramado destes últimos;

SGG Securit – É um vidro temperado que em caso de


quebra fragmenta-se em pequenos pedaços
minimizando desta forma os riscos de lesões profundas;

SGG Decorglass – É um vidro impresso aramado que


apresenta uma estrutura reforçada com uma malha
metálica. Esta malha para determinadas acções impede
que o vidro se fragmente.

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que o vidro se fragmente.

Protecção • Vidro SGG Stapid – É um vidro que quando solicitado por um


contra os laminado; objecto atirado, trava a sua queda e evita igualmente a
objectos queda de estilhaços;
• Vidro
atirados sobre
temperado SGG Securit – É um vidro que tem um comportamento
cobertura em
mecânico muito bom, para além de evitar a queda de
vidro • Vidro
estilhaços. Um vidro deste tipo com 8 mm resiste à
impresso
queda de uma bola de aço de 500 g caindo de uma
aramado
altura de 2m.

SGG Decorglass – Dada à sua malha metálica tem um


comportamento mecânico muito bom, tendo também
como vantagem não se fragmentar

Protecção • Vidro SGG Stapid – É um vidro que para um


contra a queda laminado; dimensionamento, montagem e suportes estritamente
de pessoas / de acordo com as regulamentações em vigor, oferece
• Em alguns
DTU 39, uma estabilidade estrutural em caso de quebra e retém
casos
EN12150 e o corpo que provocou a quebra do vidro.
podemos
EN12543-2
usar o vidro SGG Securit – É um vidro que pode ser utilizado para
(variar o grau
temperado este fim tendo de estar associado a uma protecção
de solicitação)
residual tal como indica na norma NF P 01-012. Mesmo
sem essa protecção deve resistir aos mesmos choques

Protecção • Vidro SGG Stapid – Estes vidros são utilizados para esta
contra o laminado. função. A norma EN 356 define 8 classes de
vandalismo e performance a partir de testes que representam a
intrusão nível 1 aptidão dos vidros resistentes ao arremesso de objectos
/ EN356 ou ás tentativas de intrusão. Para contribuir eficazmente
para a protecção reforçada contra o vandalismo e a
infracção nas habitações, escritórios e lojas, estes
vidros devem estar associados a caixilhos apropriados

Protecção • Vidro SGG Stapid Protect – Este é o vidro apropriado para


contra os tiros laminado esta função, no entanto tem de se adequar à classe de
de armas de resistência adequada. Esta classe varia em função das
fogo / EN1063 balas das armas de fogo às quais devem resistir.

A norma EN1063 define em função da resistência a tiros


de determinadas armas especificas 7 classes”BR” e 2
classes “SG”, esta também estabelece uma categoria
relativa à protecção a fragmentos vulnerantes que
corresponde à sigla “NS” 2
de determinadas armas especificas 7 classes”BR” e 2
classes “SG”, esta também estabelece uma categoria
relativa à protecção a fragmentos vulnerantes que
corresponde à sigla “NS”

Protecção • Vidro SGG Stapid Protect – Estes vidros respondem a


contra laminado especificações e estão de acordo com os quatro níveis
explosão / de protecção (com ou sem fragmentos vulnerantes)
EN13541 definidos pela norma EN13541.
Quadro 1 – Classes de resistência ao choque e exemplos dos vidros

Protecção contra incêndios

Parâmetros de classificação:

- Reacção ao fogo

A reacção ao fogo dos materiais qualifica a sua susceptibilidade de se inflamar e alimentar o


fogo.

Como sabemos, os materiais são repartidos em 5 categorias de M0 a M4:

• M0 – incombustível por natureza ou por experiência;

• M1 – não inflamável;

• M2 – dificilmente inflamável;

• M3 – em média inflamável;

• M4 – facilmente inflamável;

- Resistência ao fogo

A resistência ao fogo dos elementos de construção qualifica a sua capacidade de se opor ao


fogo, sendo considerados três critérios:

1. Resistência mecânica: R;

2. Impermeabilidade às chamas, aos gazes quentes e inflamáveis: E;

3. Isolamento térmico (durante o incêndio): I;

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Segundo os critérios que satisfazem os elementos de construção são classificados em 3
categorias:

• EF – Elementos Estáveis ao fogo, critério R;

• PC – Elementos Para-Chamas, não permeáveis, critérios E;

• CF – Elementos Corta-Fogo, não permeáveis, é preciso satisfazer simultaneamente os


critérios E e I.

A classificação de um elemento é associado a um grau segundo o prazo de satisfação dos


critérios, superior ou igual a: 0, 15, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240, 360 minutos.

Os vidros monolíticos são na generalidades classificados M0, já os vidros laminados são


classificados de M1 ou M2.

Na tabela em baixo destacam-se os vidros de protecção contra o incêndio:

Função dos Tipo de vidro Exemplos e suas características


vidros na
protecção
contra incêndios

Para-Chamas • Vidro SGGDravel – Este vidro é à prova de chamas e de


aramado gazes quentes durante 30 minutos, E30.

• Vidro SGGFIVESTAR – É um vidro monolítico que pode ser


temperado utilizado no interior, mesmo próximo de zonas de calor.
É um vidro á prova de chamas e gazes quentes durante
• Vidro
30 minutos, E30.
laminado
SGGPYROSWISS – É um vidro que satisfaz os critérios
relativamente à prova de chamas e de gases quentes
durante o incêndio, E 30, E 60 e mais.

SGGSWISSFLAM – É um vidro multilaminado intercalar


intumescente incolor e transparente, de espessura de
10mm, para classificações E30 e E60, ou EW30 à 60
(limitação de fluxo calorífico máximo, critério opcional W)

SGGVETROFLAM – É um vidro destinado às obras


devendo satisfazer durante 30 a 60 minutos os critérios
à prova de chamas e gases quentes durante o incêndio.
Classificados E30 e E60.

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Corta-fogo • Vidro SGGCONTRAFLAM – É um vidro resistente ao fogo, por
*
Composto classificações EI 30 a EI 120, composto por vidros
separados por um ou mais intercalares.
• Vidro
laminado SGGSWISSFLAM – É um vidro incolor multilaminado
com intercalar intumescente para obras EI 30 e EI60. À
partida, a espessura intercalar totalmente sem cor é
mínima. Expande-se e opacifica-se na presença de fogo,
desenvolvendo uma “substância” isolante.

*
Vidro composto – Vidro composto por diversos tipos de vidro (laminado e temperado)

Quadro 2 – Vidros utilizados na protecção contra incêndios

2. QUESTÕES TÉCNICAS

Determinação da espessura

Vidros para edifícios

O capitulo 3 do DTU 39 versão de Maio de 1993, dá-nos as fórmulas correspondentes para o


cálculo das espessuras, para vidros de dimensões máximas a 6 x 3,20 metros situados a
menos de 100 metros de altura, e a pressões convencionais a considerar.

A pressão que se considera neste cálculo é a produzida pelo vento, que de acordo com o
R.S.A. de pende de diversos factores:

1. Zonamento do território;

2. Rugosidade aerodinâmica do solo;

3. Quantificação da acção do vento;

4. pressão dinâmica do vento;

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Condição
Tipos de Tipos de Tipos de de
Fórmulas Observações
Vidros Caixilhos apoios aplicação
da fórmula
Vidros Limitações particulares:
planos L/l 3
simples Encastrado Espessura nominal
recozidos, em 4 lados (mm)
não L/I>3 3 4 5 6
aramados Larg.
Bordo livre max. 0,66 0,92 1,50 2,00
é o lado (m)
menor
Bordo livre
• Vidros exteriores com mais
Encastrado é o lado
em 3 lados maior e de 50 m de altura:
L/I<=9
Bordo livre espessura nominal mínima:
é o lado - 6 mm
maior e
L/I>9 • Vidros com mais de 5 m2:
espessura mínima nominal :
- 6 mm se a parte baixa do
vidro é superior a 0,60 m do
sol,
Caixilho - 8 mm se for menor que
móvel
0,60 m.
• Vidros superiores a 1 m2
apresentando um bordo livre
acessível :
- 8 mm se a dimensão do
Encastrado
em 2 lados - bordo livre é 2 m.
opostos
- 10 mm se a dimensão do
bordo livre é > 2 m.
• Os bordos livres acessíveis
devem ter as arestas
polidas.
• Os bordos livres nas
passagens não são
admitidos para os vidros
recozidos.

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Para este tipo de vidros as espessuras são calculadas através das
fórmulas precedentes multiplicadas por:
• 0,9 nos casos genéricos;
Caixilho
• 0,8 para os vidros nos quais a parte superior está
fixo
situada a menos de 6m do solo e sendo, maior que 5
vertical
m2 quando encastrados sobre 3 ou 4 lados ou um
comprimento de bordo livre superior a 2 m quando
apoiados sobre 2 lados opostos.
et = x e
Vidro
- - - -
aramado
et = 1,20*e
Vidro
simples
et = x e
termo-
- - - -
endurecido
et = 0,90*e
ou semi-
temperado
et = x e Para este tipo de vidros,
- - P<900 Pa foram escolhidos
Vidro
et = 0,80*e coeficientes diferentes em
simples
et = x e função da pressão para
temperado
- - P 900 Pa evitar as flechas muito
et = 0,75*e importantes.
et = x e • No caso destes vidros, a
- - Vidro duplo espessura “et” é a soma
Vidro et = 1,3*e das espessuras “em”
laminado et = x e dos vidros componentes
- - Vidro triplo (quando a diferença de
et = 1,6*e espessura desse
et = x e componente é no
Vidro
- - Vidro duplo máximo de 2mm);
isolante
et = 1,5*e

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• Nos cálculos, os
constituintes
temperados dos vidros
laminados ou isolantes
são considerados
recozidos;
• No caso dos vidros
isolantes dissimétricos,
o coeficiente “ε” é
aplicável se:
1. a diferença de
espessura entre os
vidros é no máximo
et = x e igual a 6mm;
- - Vidro triplo 2. a espessura da
et = 1,7*e câmara de ar não
excede 10mm;
3. a dimensão mais
pequena é igual ou
superior a 0,40 m;
4. a espessura máxima
de cada um dos
componentes em
vidro é igual a 10
mm.
(Se uma destas condições
não for preenchida, será
necessário um estudo
especifico)
Quadro 3 – formulário para determinação da espessura do vidro utilizado em edifícios

Sendo,

e – espessura do vidro em mm;

L – maior lado do vidro em m;

l – menor lado do vidro em m (no sentido dos bordos livres para vidros apoiados em 2 lados);

S – área do vidro em m2;

P – pressão convencional em Pa;

et – espessura total mínima em mm;

Vidros de aquários ou óculos de piscinas

As espessuras dos vidros de aquário são calculadas com um factor de segurança na ordem
dos 3,5 usados nos estabelecimentos públicos. Este factor de segurança tem em conta a
permanência das cargas com um coeficiente de “fadiga” menor ou igual a 0,60.

O tipo de vidro mais usado para esta função é o vidro laminado, pois em caso de quebra
acidental de um dos componentes, o factor de segurança resultante é ainda suficiente para

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assegurar uma segurança temporária.

A espessura do óculo em vidro é em função:

• da altura de água;

• do número de apoios.

Pavimentos em vidro e degraus de escadas em vidro

Os pavimentos em vidro ou os degraus de escada são, por razões de segurança, sempre em


vidro laminado.

Cada componente, participante na retoma de cargas tem uma espessura igual ou superior a 8
mm. São todos de espessura e de qualidade mecânica idênticos (vidro recozido, termo-
endurecido ou temperado).

Cálculo da temperatura dos vidros

A intensidade da radiação solar global incidente sobre a superfície de um vidro depende:

• Da latitude geográfica do local

• Da altitude do solo no local

• Da estação do ano

• Da hora do dia

• Da orientação do vidro

• Da inclinação do vidro

• Da poluição atmosférica

• Do ambiente circundante (sombra projectada sobre o vidro, albedo).

Em Portugal Continental, os valores máximos da radiação solar global e as temperaturas


exteriores e interiores convencionais são, de uma maneira geral, os seguintes:

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Temperaturas exteriores convencionais
(°C)
Verão 36.5°C
Inverno -6.0°C

Temperaturas interiores (°C)


Verão 25°C
Inverno 20°C

Tensões de origem térmica

Uma variação de temperatura num mesmo vidro (sendo um dos bordos a parte mais fria)
provoca neste tensões de origem térmica, susceptíveis de provocar a ruptura caso esta
variação ultrapasse um determinado valor crítico. O aquecimento do vidro é geralmente
provocado pela exposição solar localizada ou pela proximidade de um corpo quente como os
aparelhos de aquecimento ou os reclames luminosos.

Este aquecimento é influenciado por:

• as condições climatéricas do local (fluxo solar, variação diária da temperatura, vento,


orientação, estações, altitude …),

• a natureza e o ambiente dos caixilhos (inércia térmica),

• a natureza dos produtos em vidro (características energéticas, coeficiente U…),

• a natureza e o modo de montagem da fachada (montagem tradicional, VEC, fachada


vertical ou inclinada…),

• a natureza das paredes próximas do vidro (paramento opaco, estore, armação, janelas
de correr em sobreposição …),

• a junção de elementos podem modificar as características energéticas do conjunto


(cartaz, etiqueta, filmes de protecção solar, pintura …).

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As justificações dos vidros relativamente ao risco de quebra de origem térmica são
apresentadas na norma NF P 78201-1/A1 (Maio 1998).

O método utilizado para definir as exigências de emprego do vidro recozido realça três
tipos de níveis de utilização:

• métodos de cálculos (software RUBIS por exemplo) dando a diferença de


temperatura entre o centro e os bordos dos vidros, tendo em atenção as
características particulares de cada composto do vidro e o seu ambiente,

• tabelas com os valores dos coeficientes dos vidros a não ultrapassar,

• tabelas simplificadas com exemplos de soluções em vidro recozido admitidos sem


justificação.

BIBLIOGRAFIA

1. Regulamento de Segurança e Acções;

2. Manual do Vidro, 2000, Saint-Gobain-Glass;

3. Vitrages extérieurs attachés Faisant l’object d’un Avis technique CAHIERS DU CSTB
2914;

4. Manual do fabricante – Grupo Saint-Gobain (Covina) ;

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