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ESCOLA SECUNDARIA DE NAMPULA

GRUPO: A1/1B

TEMA: AGRICULTURA

CADEIRA: GEOGRAFIA

NAMPULA, JUNHO DE 2021


Escola Secundaria de Nampula

Estudantes da 12a classe Grupo A1/1B

Cadeira de Geografia, lecionada pelo:

Prof.___________________________

Obtivemos o tema Agricultura, e trouxemos


conhecimentos relacionados com o tema, e tivemos
que tirar alguns conteúdos em websites, onde falavam
do tema acima citado.

Comissão Organizadora (elementos do grupo)

Elton Zito Fernando Amade

Graça Chande Francisco

Felicidade António Dinis

Felismina Jacinto

Nampula, junho de 2021


Índice
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................3
AGRICULTURA..............................................................................................................................4
Etimologia e terminologia.................................................................................................................4
BREVE HISTORIAL........................................................................................................................4
AGRICULTURA MODERNA..........................................................................................................5
Principais países produtores..............................................................................................................6
SISTEMAS AGRÍCOLAS................................................................................................................6
TIPOS DE AGRICULTURA............................................................................................................7
1. Agricultura de Subsistência.......................................................................................................7
2. Agricultura Orgânica (Biológica)..............................................................................................7
3. Agricultura Comercial...............................................................................................................7
4. Permacultura..............................................................................................................................7
O SECTOR AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE...............................................................................8
A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO AGRÍCOLA.....................................................8
APOIANDO O SECTOR EM MOÇAMBIQUE...............................................................................9
CARACTERIZAÇÃO DA AGRICULTURA EM MOÇAMBIQUE................................................9
Caracterização das potencialidades..................................................................................................12
CONCLUSÃO.................................................................................................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................14
INTRODUÇÃO
A agricultura é uma atividade econômica que começou há aproximadamente dez mil anos,
quando o homem passou a plantar, cultivar e aperfeiçoar ervas, raízes e árvores comestíveis e
domesticou, colocando sob sua dependência, algumas espécies de animais, em troca de
alimento e da proteção que podia oferecer. Com a agricultura o homem passava de coletor a
produtor de alimentos.

Quando o homem aprendeu a usar a força do boi e dos ventos, inventou o arado e dominou os
processos de fundição, acelerou o desenvolvimento da agricultura e concomitantemente o
caminho da urbanização. No século XVIII, o crescimento populacional aliado à urbanização,
acelerada pelo novo modo de produção capitalista, possibilitava, pela primeira vez na
história, que a agricultura passasse de atividade fornecedora de alimentos para atividade
lucrativa. Ao lado da revolução industrial começou também uma revolução agrícola. O
sistema de produção agrícola, baseado numa forma de produção milenar, cujos avanços
incorporados tinham sido muito pequenos em relação ao tempo transcorrido, estava entrando
numa nova fase de incorporação crescente de novos conhecimentos.

O trabalho esta estruturado da seguinte maneira:

 Capa/contracapa;
 Índice;
 Introdução;
 Desenvolvimento/conteúdo;
 Conclusão e suas respetivas referencias bibliográficas.

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AGRICULTURA
Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de obter
alimentos, bebidas, fibras, energia, matéria-prima para roupas, construções, medicamentos,
ferramentas, ou apenas para contemplação estética (paisagismo).

A quem trabalha na agricultura chama-se agricultor. O termo fazendeiro ou lavrador se aplica


ao proprietário de terras rurais onde, normalmente, é praticada a agricultura, a pecuária ou
ambos. A ciência que estuda as características das plantas e dos solos para melhorar as
técnicas agrícolas é a agronomia.

Etimologia e terminologia
O prefixo agro tem origem no verbete latino agru que significa "terra cultivada ou
cultivável". A palavra "agricultura" vem do latim agricultūra, composta por ager (campo,
território) e cultūra (cultivo), no sentido estrito de cultivo do solo.

Em Português, a palavra "agricultura" manteve este sentido estrito e refere-se exclusivamente


ao cultivo dos campos, ou seja, relaciona-se à produção de vegetais. No entanto, em inglês,
assim como em francês, a palavra "agriculture" indica de maneira mais genérica as atividades
agrícolas tanto de cultivo dos campos quanto de criação de animais. Uma tradução mais
próxima de agriculture seria, portanto, agropecuária; trata-se, portanto, de um "cognato
enganoso", conceito frequentemente confundido com falso cognato. "Cognato" significa "de
mesma origem (etimológica)", portanto "agriculture" e "agricultura" são cognatos pelo
simples fato de terem a mesma origem, independentemente do significado distinto.

BREVE HISTORIAL
O início das atividades agrícolas separa o período neolítico do imediatamente anterior, o
período da idade da pedra lascada. Como são anteriores à história escrita, os primórdios da
agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido independentemente em
diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por
antigas civilizações. Entre dez e doze mil anos atrás, durante a pré-história, no período do
neolítico ou período da pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram
que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam ser
enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram.
Os primeiros sistemas de cultivo e de criação apareceram em algumas regiões pouco
numerosas e relativamente pouco extensas do planeta. Essas primeiras formas de agricultura

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eram certamente praticadas perto de moradias e aluviões das vazantes dos rios, ou seja, terras
já fertilizadas que não exigiam, portanto, desmatamento.

Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram
a ser cultivadas muito próximas umas das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos,
que eram facilmente colhidos quando maduros, o que permitia uma maior produtividade das
plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural. Logo, as frequentes e perigosas buscas à
procura de alimentos eram evitadas. Com o tempo, foram selecionados entre os grãos
selvagens aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros
agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor e outras. Assim surgiu o cultivo das
primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada. Durante o período
neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito),
Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atualmente conhecida como Iraque) e rios Amarelo e Azul
(China).

Há 5 000 anos, quando a agricultura neolítica atingia apenas o Atlântico, o mar do Norte, o
Báltico, a Sibéria, o vale do Ganges a grande floresta equatorial africana, as regiões mais
próximas desse centro, na Ásia ocidental, na Europa oriental e na África setentrional, já
estavam há muito tempo cultivadas e percorridas pelos rebanhos. O rio Nilo transbordava a
cada ano entre julho e outubro. Os cultivos de vazante eram feitos após o recuo das águas,
quando os solos estavam embebidos e enriquecidos pelos depósitos de aluviões, e a colheita
acontecia na primavera. Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do
mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Natufiana), América
Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.

AGRICULTURA MODERNA
A partir do século XX, a agricultura intensiva aumentou a produtividade. Substituiu
fertilizantes sintéticos e pesticidas por mão-de-obra, mas causou o aumento da poluição da
água e, muitas vezes, envolveu subsídios agrícolas. Nos últimos anos, tem havido uma reação
contra os efeitos ambientais da agricultura convencional, resultando em movimentos
agrícolas orgânicos, regenerativos e sustentáveis.

Os recentes desenvolvimentos tecnológicos predominantes incluem alimentos geneticamente


modificados. A demanda por cultivos não alimentícios para produção de biocombustíveis, o
desenvolvimento de antigas terras agrícolas, o aumento dos custos de transporte, o impacto
das mudanças climáticas sobre a agricultura, a crescente demanda dos consumidores na

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China e na Índia e o crescimento populacional ameaçam a segurança alimentar em muitas
partes do mundo.

O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola postula que um aumento na agricultura


familiar pode ser parte da solução para as preocupações com os preços dos alimentos e a
segurança alimentar geral, dada a experiência favorável do Vietnam. A degradação/erosão do
solo e doenças que afetam as plantações são as principais preocupações em todo o mundo;
aproximadamente 40% das terras agrícolas do mundo estão seriamente degradadas.

Em 2015, a produção agrícola da China foi a maior do mundo, seguida pela União Europeia,
a Índia e os Estados Unidos. Os economistas medem a produtividade total dos fatores da
agricultura e, por essa medida, a agricultura nos Estados Unidos é aproximadamente 1,7
vezes mais produtiva do que em 1948.

Principais países produtores


Dez maiores produtores agrícolas
Pais Produção
SISTEMAS AGRÍCOLAS
(em bilhões de dólares)
A atividade agrícola engloba dois sistemas
China 1117
básicos de plantio:
India 414
União Europeia 308 Agricultura Extensiva: baixa

Estados Unidos 185 produtividade, pequenas extensões de terra

Brasil 162 (minifúndios), utilização de técnica simples

Indonésia 141 ou mais rudimentares.

Nigéria 123 Agricultura Intensiva: alta produtividade,


Rússia 108 grandes extensões de terra (latifúndios),
Paquistão 76 utilização de técnicas modernas e
Argentina 70 mecanização.
Turquia 64
TIPOS DE AGRICULTURA
Fonte: FMI e CIA World Factbook
1. Agricultura de Subsistência
Também chamada de “agricultura
tradicional”, a agricultura de subsistência é marcada por uma economia agrícola fechada, de
autoconsumo.

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O cultivo é baseado na policultura e realizado a partir de técnicas rudimentares em pequenas
propriedades e sem auxílio de máquinas ou de processo de adubagem.

Dessa maneira, os pequenos produtores ficam encarregados de cuidar, cultivar e colher os


alimentos.

2. Agricultura Orgânica (Biológica)


Surgida no século XX, a agricultura orgânica, chamada de “cultivo verde”, visa,
principalmente, o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento social dos produtores.

Está intimamente relacionada ao desenvolvimento sustentável. Dessa forma, os alimentos


orgânicos são cultivados por meio de um controle biológico de pragas.

Técnicas de baixo impacto ambiental são utilizadas nesse sistema, como a rotação de
culturas, uso de adubo verde (biológico) e compostagem de matéria orgânica.

3. Agricultura Comercial
Chamada de "agricultura moderna" ou de mercado, nesse tipo de atividade pratica-se a
monocultura (cultivo de um tipo de alimento).

Está voltada essencialmente, para a comercialização dos produtos cultivados, sendo


produzida em larga escala, executada em grandes propriedades com a utilização de
substâncias, como adubos, fertilizantes químicos, agrotóxicos e inseticidas.

Além de utilizar técnicas modernas de cultivo, manipulação genética de sementes e


máquinas, utilizam mão-de-obra especializada, como engenheiros, agrônomos e técnicos
agrícolas.

4. Permacultura
Designa o processo agrícola integrado ao meio ambiente que envolve a produção de plantas
semipermanentes e permanentes, considerando, sobretudo, os aspetos energéticos e
paisagísticos.

O SECTOR AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE


Em Moçambique, a agricultura é também a atividade económica de maior importância para o
país, por ser aquela que garante a subsistência de 80% da população e pela qualidade de terra
arável excelente para a agricultura. Contudo, apenas uma pequena parte desta terra é
atualmente utilizada para este fim.

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Por outro lado, o tipo de agricultura praticada em grande parte do país constitui uma ameaça
à sustentabilidade ambiental devido aos fatores de produção utilizados. Apesar dos esforços
do Governo em apostar em projetos, como a revolução verde, ainda estamos muito longe dos
objetivos de desenvolvimento sustentável no sector agrícola nacional.

O grande desafio está em apostar em fatores de produção e transformação através de reformas


políticas, definição de estratégias e modelos de investimento para o sector, por forma a
alcançar níveis desenvolvimento significativos e garantir um crescimento sustentável da
economia.

A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO AGRÍCOLA


Como referido antes, um grande número de agricultores africanos não tem hoje acesso às
tecnologias necessárias (sementes melhoradas, fertilizantes) e a melhores práticas agrícolas
para atingir níveis acetáveis e competitivos de produtividade. Felizmente, muitos
empreendedores, incluindo fundadores de empresas e iniciativas tecnológicas, já começaram
a abordar, de forma criativa e inovadora, alguns desses desafios.

Tecnologias conectadas e soluções baseadas em dados estão a ser desenhadas para melhorar a
produtividade e proteger as culturas de animais selvagens, pragas e variações do clima. Essa
nova abordagem baseada em dados sinaliza que a agricultura não é mais apenas grandes
maquinarias e a intuição dos trabalhadores agrícolas.

No início de 2018, por exemplo, havia já 82 startups de agritech a operar em toda a África,
apresentando um aumento de 110% no número deste tipo de startups nos últimos dois anos.
Apenas em 2017, esses empreendimentos levantaram US$ 13,2 milhões em financiamento,
representando um aumento de 121% em relação a 2016.

A tarefa é enorme e precisamos de mais iniciativas destas características para enfrentar os


nossos desafios. São os empreendedores, com o conhecimento e a capacidade de empreender
que estarão na base da criação das respostas inovadoras e transformadoras que precisamos.

APOIANDO O SECTOR EM MOÇAMBIQUE


O empreendedorismo agrícola será uma das chaves do sucesso para a metamorfose de uma
agricultura de subsistência para uma agricultura de produção industrial e competitiva. Mas
para isso é necessário criar as condições necessárias. Esta é uma caminhada que já teve início
no nosso país e que já apresenta resultados.

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Em primeiro lugar, não é possível deixar de destacar o projeto da Dirce Abdala, de
tratamento e venda de fruta desidratada que foi o grande vencedor do MOZEFO Young
Leaders Business Challenge, uma iniciativa da Fundação Soico – FUNDASO que busca
conectar startups de base tecnológica, lideradas por jovens e impulsionar projetos de
inovação, orientados para o contexto moçambicano. Reconhecer publicamente as boas
práticas empresariais, incentivando a excelência é uma aposta fundamental para e promover o
desenvolvimento de empresas inovadoras.

Por outro lado, o MOZGROW foi criado para desempenhar um papel preponderante no
fortalecimento e modernização do sector e do tecido empresarial agrícola. Uma plataforma de
agronegócio, que junta todos intervenientes da cadeia produtiva, industrial e comercial, da
terra até à mesa, o MOZFGROW visa divulgar as potencialidades e oportunidades de
investimento no sector do agronegócio no país, acreditando no potencial económica desta
atividade e na capacidade transformadora do diálogo produtivo com todos os atores
envolvidos.

A agricultura é, de longe, o sector mais inclusivo do nosso continente, oferecendo o mais alto
potencial para uma transformação socioeconómica sustentável e escalável. O aumento dos
investimentos resultará não apenas no incremento da produtividade agrícola, mas também na
redução da fome e da pobreza. Gerar as condições necessárias para que o sector seja atraente
para novos empreendedores agrícolas, especialmente jovens, é o caminho que devemos
trilhar.

CARACTERIZAÇÃO DA AGRICULTURA EM MOÇAMBIQUE


Segundo a informação do CAP e do TIA, nas zonas rurais de Moçambique, a agricultura
familiar é constituída essencialmente por pequenas explorações (aquelas que cultivam menos
de 5 ha)3; este sector concentra cerca de 99% das unidades agrícolas (3.090.197 unidades
familiares) e ocupa mais de 95% da área cultivada do país.

As médias explorações agropecuárias, são constituídas por 37.296 unidades; as grandes


explorações agropecuárias são 429 e apenas representam 1% do total das explorações
agropecuárias no país (Tabela 2 em anexo).

A população vive principalmente de atividades agro-silvo-pecuárias de pequena escala, com


uma heterogeneidade de atividades económicas de geração de rendimentos dentro das
famílias.

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Dentro das diferentes atividades a produção de alimentos para o consumo constitui a base
principal da estrutura produtiva do sector familiar. De acordo com o TIA/2002, existe uma
diversidade de produtos alimentares praticados; nesta diversidade, o milho e a mandioca
ocupam posições preponderantes da área cultivada, sendo o milho cultivado por cerca de 80%
das explorações e a mandioca por 76%. Apenas 3.3% das pequenas explorações têm bovinos
e cerca de 11% utilizam tração animal, 71% criam galinhas, 27% caprinos e 16% suínos.

Dos produtos florestais e faunísticos, destacam-se o corte de lenha e estacas que são
praticados por cerca de 46% e 30% das pequenas e médias explorações respetivamente.

No concernente ao uso de meios de produção e serviços, apenas cerca de 11% usam rega
dentro das pequenas explorações; em termos do uso de insumos, somente 3.7% das pequenas
explorações utilizam fertilizantes e 6.7% utilizam pesticidas; cerca de 16% das explorações
contratam mão de obra.

Em termos de serviços públicos (assistência veterinária e serviços de extensão) apenas 2%


das famílias vacinaram as suas galinhas e 3% vacinaram outros animais, enquanto menos do
que 3% receberam assistência técnica veterinária.

Os serviços de extensão ainda são limitados, de um total de 128 distritos no país, apenas 55
estão cobertos por serviços públicos de extensão; apesar do reforço que estes serviços
recebem da contribuição das ONGs a sua cobertura ainda é relativamente fraca. Segundo o
TIA 2002, o número total de extensionistas dos serviços públicos é 485, enquanto a rede de
extensão das ONGs é composta por 350 extensionistas.

A caracterização regional do sector agrário no País é consistente com a caracterização


nacional em vários aspetos, contudo, há aspetos que são mais marcantes e por causa disso
merecem mais atenção:

1. O TIA mostra que a área mediana cultivada per capita varia de 0.3 (Norte e Centro) a
0.4 (Sul), isto é uma indicação de que a utilização regional da terra é desigual; no Sul
as famílias possuem maior área cultivada per capita, do que no Centro e Norte do
país.
2. Apesar da produção de culturas alimentares ser importante em todas as regiões;
existem algumas diferenças no tipo de culturas, o que pode ser explicado pelas
diferenças agroecologias, assim como diferenças socioculturais. A proporção de
famílias que produzem milho e mandioca é dominante em todas as regiões, enquanto

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que a batata doce é uma cultura importante no Centro e no Sul do país. No Sul, o
amendoim é uma cultura importante, enquanto que no Centro, o arroz é uma cultura
praticada por uma proporção significante dos AFRs e encontra-se concentrada nas
províncias da Zambézia e Sofala.
3. Entretanto, no Norte a mapira é cultivada por quase metade dos AFRs.
4. A produção de culturas de rendimento pelos AFRs é mais concentrada no Centro e no
Norte. Nessas regiões o cultivo de algodão e gergelim apresentam-se importantes,
enquanto que o tabaco mostra-se ser relevante no Centro, mais concretamente na
província de Tete. O girassol, é mais cultivado na província de Manica.
5. A criação de galinhas é dominante em todas as regiões, enquanto que a criação de
bovinos é concentrada no Sul, principalmente nas províncias de Gaza e Inhambane. A
província de Tete apresenta-se em segundo lugar em termos de efetivos bovinos. Em
geral, o Norte caracteriza-se por uma proporção inferior de AFRs que possuem
animais.

É importante referir que apesar desta aparente desproporcionalidade, entre o número de


animais e o número de famílias que possuem animais, a província de Nampula apresenta-se
com o maior número de pequenos ruminantes e porcos.

6. O uso de tração animal é concentrado no Sul (41%), no Norte o uso de tração animal é
limitado, principalmente devido a presença da mosca Tsé-tsé e condições
edafoclimáticos.
7. O uso de insumos agrícolas modernos, como sejam os fertilizantes e pesticidas é
extremamente baixo e focalizado nas culturas de algodão, tabaco e hortícolas
(principalmente nas zonas peri -urbanas). Também registam-se diferenças regionais
em termos de uso de fertilizantes e pesticidas; no Norte cerca de 12% de explorações
usaram pesticidas; no Centro 3.9% das explorações usaram fertilizantes.

A utilização de rega, é mais concentrada na região Sul com cerca de 28% de explorações,
seguida da região Centro com (10.5%) e o Norte com (3.5%).

O quadro descrito apresenta diferenças em relação às características da agricultura nas


distintas zonas/regiões do país; é importante realçar que dentro duma zona há diferenças que
às vezes não são captadas por estes inquéritos; o sector familiar não é homogéneo.

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Caracterização das potencialidades
O país possui condições naturais para a longo prazo desenvolver um sector agrário
diversificado e dinâmico. Duma maneira geral, essas condições são as seguintes:

 Uma superfície de 799.380 km2, com uma fronteira terrestre de 4.330 km e uma
extensão da costa de 2.400 km.
 Cerca de 36 milhões de hectares (ha) de terra arável, dos quais menos de 10% são
cultivados 3.3 milhões de hectares irrigáveis, dos quais somente cerca de 50.000
(0,13%) são atualmente irrigados.
 Cerca de 78% da superfície do País é ocupada por florestas e a área coberta de floresta
potencialmente produtiva, contendo espécies de valor comercial, é de cerca de 20
milhões de hectares. Esta área correspondente a cerca de 24% da superfície total do
país. O volume comercial existente nesta área é de cerca de 22 milhões de metros
cúbicos de árvores em pé com um DAP6 acima de 40 cm.
 Cerca de 9 milhões de hectares de parques nacionais e áreas de reservas de fauna
bravia.
 Das 104 bacias hidrográficas existentes, 15 são particularmente importantes e 9 destas
são secções terminais de rios internacionais. O escoamento médio anual é estimado
em 216 milhões de m3 de água, dos quais apenas 100 milhões têm origem em chuvas
que ocorrem em Moçambique.

Do ponto de vista do potencial agro-geológico para agricultura, Moçambique possui dez (10)
zonas agro-geológicas com diferentes aptidões, as quais em geral, são definidas
principalmente pela precipitação e tipo de solos.

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CONCLUSÃO
O sector agrário no País é constituído essencialmente pelo sector familiar. É um sector
heterogéneo, que pratica uma diversidade de atividades agro-silvo-pecuárias; emprega mais
de 80% da população que pratica uma agricultura de subsistência caracterizada pela fraca
utilização de tecnologias modernas. Estes factos enfatizam a necessidade de que a estratégia
de desenvolvimento tenha em conta o crescimento económico e a segurança alimentar. Isso é
consistente com abordagem de desenvolvimento na perspetiva de vários documentos
orientadores, principalmente o PARPA.

Apesar do fraco desenvolvimento da agricultura em Moçambique, o país possui um grande


potencial para a médio e longo prazos desenvolver uma agricultura que assegura um
crescimento sustentável. È necessário que sejam adotadas deliberadamente estratégias que
visam a transformação da economia familiar de subsistência e de baixo rendimento para uma
agricultura mais integrada, orientada para criação de emprego, autossuficiência alimentar,
produção de matéria prima para indústria nacional e exportação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2004; VI, 2006.)]

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