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ESCOLA DE INSTRUÇÃO ESPECIALIZADA

CURSO DE HABILITAÇÃO AO QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS 2018


1ª Fase – Módulo à Distância

S Ten ALEXANDRE AGUIAR


S Ten RAUL MARCELO BERTE OLIVEIRA

AQUISIÇÕES DE BENS E SERVIÇOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA –


VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

ALEGRETE
NOVEMBRO/2018
S Ten ALEXANDRE AGUIAR
S Ten RAUL MARCELO BERTE OLIVEIRA

AQUISIÇÕES DE BENS E SERVIÇOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA –


VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

Artigo apresentado como requisito


parcial para obtenção do título de
Tecnólogo em Gestão Pública, pelo
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar
de Oficiais da Escola de Instrução
Especializada (EsIE).

Orientador: 1º Ten WALKER SEVERIANO DA SILVA

ALEGRETE
NOVEMBRO/2018
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AQUISIÇÕES DE BENS E SERVIÇOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA –


VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

ACQUISITIONS OF GOODS AND SERVICES OF PUBLIC ADMINISTRATION –


ADVANTAGES AND DISADVANTAGES OF ELETRONIC TRADING

S Ten ALEXANDRE AGUIAR


S Ten RAUL MARCELO BERTE OLIVEIRA

RESUMO: Este trabalho teve como temática abordar as modalidades de licitação e as


vantagens/desvantagens do pregão eletrônico para a Administração Pública. Para tanto, foi
adotada a metodologia de revisão bibliográfica. Inicialmente, traçou-se um histórico das
origens das licitações no Brasil até a sua atualidade, passando em seguida para a apresentação
das modalidades licitatórias e suas peculiaridades. Dentre elas as vantagens e desvantagens da
utilização do pregão eletrônico, ponderando sobre a utilização do pregão eletrônico e ao final
nas considerações finais expõe-se qual o posicionamento quanto ao uso do pregão eletrônico.

Palavras-chave: Celeridade, Vantagens, Desvantagens, Direito Administrativo, Pregão


Eletrônico, Tecnologia.

ABSTRACT: This work had as a theme to approach the modalities of bidding and the
advantages / disadvantages of the electronic auction for the Public Administration. For this,
the methodology of bibliographic review was adopted. Initially, a history of the origins of the
biddings in Brazil was traced up to its present time, passing then to the presentation of the
bidding modalities and their peculiarities. Among them, the advantages and disadvantages of
using electronic trading, pondering the use of the electronic trading floor and the final
considerations in the final considerations, exposes the positioning regarding the use of the
electronic trading.

Keywords: Celerity, Advantages, Disadvantages, Administrative Law, Electronic Bidding,


Technology.
________________
S Ten Art ALEXANDRE AGUIAR: Formação de Sargentos de Artilharia 1996 (EsSA – Três Corações/MG),
Aperfeiçoamento de Sargentos de Artilharia 2006 (EASA – Cruz Alta/RS), Bacharel em Direito 2014 (Universidade LaSalle
– Canoas/RS), MBA em Gestão Empresarial 2016 (LaSalle Business School – Canoas/RS), e-mail:
alexandre.aguiar@eb.mil.br.
S Ten Art RAUL MARCELO BERTE OLIVEIRA: Formação de Sargentos de Artilharia 1996 (EsSA – Três
Corações/MG), Aperfeiçoamento de Sargentos de Artilharia 2006 (EASA – Cruz Alta/RS), e-mail: sgtraul.mil@gmail.com.
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1. INTRODUÇÃO
O objetivo da realização deste artigo é demonstrar que as aquisições por parte do ente
público têm evoluído, não só do ponto de vista legal, mas também do ponto de vista
tecnológico. No transcorrer desse artigo será possível visualizar e entender a evolução
histórica do procedimento licitatório no Brasil e seus aspectos mais relevantes.
O artigo inicialmente transcorrerá sobre como surgiram as regras de aquisições do ente
público brasileiro, seguindo até o aparecimento do pregão eletrônico. Sendo que o objetivo
principal deste artigo é o de comprovar que o pregão eletrônico apresentou-se como enorme
avanço tecnológico e proporcionou agilidade aos processos de aquisição de bens e serviços
para a Administração Pública Brasileira.
Posteriormente demonstrará que essa modalidade licitatória carece de implementações
para que atinja plenamente seus objetivos, podendo-se dizer que com isso que o pregão
eletrônico “ainda está longe da perfeição”, diante das diferenças sociais, políticas e
econômicas encontradas em nossa sociedade.
Ainda assim, é importante deixar claro que a finalidade primordial é demonstrar ao
maior número de pessoas, os avanços e benefícios alcançados, diante de tantos problemas
encontrados no Brasil.
Por fim, demonstrar que mesmo diante de problemas pontuais o pregão eletrônico
possui mais vantagens do que desvantagens devendo ser cada vez mais utilizado pela
Administração Pública para aquisição de bens e serviço.
Dessa forma, passaremos a ter correta noção e importância do tema, trazendo assim
uma nova perspectiva, através de minuciosos detalhes e de uma imensa amplitude. Trazendo à
tona uma profunda discussão de conceitos e definições, mas além de tudo, buscando uma
reflexão mais próxima do ideal de utilização deste processo licitatório.
Serão abordados alguns fatores os quais se entendem de suma importância para a
devida coerência dos fatos e assuntos expostos. Entretanto, o intuito não é tornar o trabalho
faccioso ou fatigante, mas, sim, tirar as reflexões sobre o tema proposto, sem contudo dar por
encerradas as discussões sobre este assunto tão atual.

2. CONCEPÇÕES HISTÓRICAS
A história das aquisições por parte do ente público remonta à aproximadamente cento
e cinquenta anos, ainda no período do Império Brasileiro, com a regulamentação das
arrematações dos serviços a cargo do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas
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(Dec nº 2.926/1862). Esse decreto já contava com detalhes pormenorizados dos contratos,
multas e modo de resolução dos problemas a respeito das aquisições estatais.
Com o passar dos anos esse assunto foi abordado de forma não tão significativa até
que em 1922, com o Dec nº 4.536, surgiu o procedimento de concorrência licitatória no
âmbito federal com o intuito de agilizar as contratações e as possíveis hipóteses de dispensa
do procedimento (arts 50 à 69).
“DECRETO Nº 4.536, DE 28 DE JANEIRO DE 1922
Organiza o Código de Contabilidade da União
(...)
Art. 50. A concurrencia publica far-se-á por meio de publicação no Diario Official, ou nos
jornaes officiaes dos Estados, das condições a serem estipuladas e com a indicação das
autoridades encarregadas da adjudicação, do dia, hora e logar desta. 51. Será dispensavel a
concurrencia:
a) para os fornecimentos, transportes e trabalhos publicos que, por
circumstancias imprevistas ou de interesse nacional, a juizo do Presidente da
Republica, não permittirem a publicidade ou as demoras exigidas pelos prazos de
concurrencia;
b) para o fornecimento do material ou de generos, ou realização de trabalhos
que só puderem ser effectuados pelo productor ou profissionaes especialistas, ou
adquiridos no logar da producção;
c) para a acquisição de animaes para os serviços militares;
d) para arrendamento ou compra de predios ou terrenos destinados aos serviços
publicos;
e) quando não acudirem proponentes á primeira concurrencia. Neste caso, si
houverem sido estipulados preços maximos ou outras razões de preferencia, não
poderá ser no contracto aquelle excedido ou estas modificadas, salvo nova
concurrencia.
(...)”

Com o Dec-Lei nº 200/67 surge a reforma administrativa federal e com isso a


sistematização das contratações públicas em seu “TÍTULO XII – DAS NORMAS
RELATIVAS A LICITAÇÕES PARA COMPRAS, OBRAS, SERVIÇOS E
ALIENAÇÕES”, onde já eram previstas as modalidades de concorrência, tomada de preços e
carta convite, bem como as possibilidades de dispensas; logo no ano seguinte esse
procedimento estendeu as Administrações do Estados e Municípios com o surgimento da Lei
nº 5.456/68.
Quase duas décadas depois surge o Dec-Lei nº 2.300/86, o chamado “ESTATUTO
JURÍDICO DAS LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS” e regulamenta
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normas gerais e especiais. Sendo que nessa lei já podemos encontrar limites entre as
modalidades, dispensas e abarcando em seu artigo nº 20.
“DECRETO-LEI Nº 2.300, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1986.
Dispõe sobre licitações e contratos da Administração Federal e dá outras providências.
Art 20. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
qualificação exigidos no edital para a execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados previamente
cadastrados, observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre, no mínimo, 3 (três) interessados do
ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos pela unidade administrativa.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de
trabalho técnico ou artístico, mediante a instituição de prêmios aos vencedores.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de
bens móveis e semoventes inservíveis para a Administração, ou de produtos legalmente
apreendidos, devolvidos a quem de direito ou utilizados no serviço público.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de
bens inservíveis para a Administração, ou de produtos legalmente apreendidos, a quem
oferecer maior lance, igual ou superior ao da avaliação. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
2.348, de 1987).”

No ano seguinte entram em vigência os Dec-Lei nº 2.348/87 e Dec-Lei nº 2.360/87,


que trazem alterações ao Dec-Lei nº 2.300/86.
Todavia somente com a promulgação da Constituição Federal em 05 de outubro de
1988 encontraremos uma evolução considerável nos procedimentos de aquisição de bens e
serviços pela Administração Pública, pois tais aquisições, frente ao entendimento do
legislador constitucional, recebem o status de princípio constitucional. Passando a ser de
obrigatório para todos os Entes Federados e Administração Pública direta e indireta de acordo
com o art. 37, XXI CF/88.
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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(...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.”

A regulamentação deste artigo só veio no ano de 1993 com a edição da Lei nº 8.666/93
(Lei de Licitações e Contratos Administrativos).

3. PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS NOS DIAS ATUAIS


A licitação é um procedimento administrativo composto de atos sequenciais,
ordenados e interdependentes, mediante os quais a Administração Pública seleciona a
proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, devendo ser conduzida em estrita
conformidade com os princípios constitucionais e aqueles que lhes são correlatos.
Segundo ensina Maria Sylvia Zanella di Pietro: “... pode-se definir a licitação como o
procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função
administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no
instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato.” (DI PIETRO, 2012).
Os processos licitatórios e os contratos serão disciplinados pela Lei nº 8.666/93,
entretanto o pregão presencial foi instituído pela Lei nº 10.520/02 e posteriormente o pregão é
regulamentado pelos Dec nº 5.450/05 e 5.504/05. Cabendo às comissões criadas pela
Administração, receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às
licitações e ao cadastramento de licitantes. Podendo ser das seguintes formas: permanentes,
especiais e a do pregão.
Na primeira é vedada a recondução da sua totalidade, após um ano de atuação, sua
composição e de no mínimo de 03 membros, sendo 02 deles servidores qualificados
pertencentes ao quadro permanente do órgão, a responsabilidade é solidária, salvo voto
individual, no caso de convite, pequenas unidades, apenas um servidor.
Já na comissão especial, possui caráter temporário, ocorre no caso de uma licitação
específica e fim específico. No caso do concurso, o julgador não precisa ser servidor, podendo
ser um cidadão comum.
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Na comissão do pregão quem vai receber, examinar e julgar todos os documentos e


procedimentos relativos a licitação da modalidade pregão será o pregoeiro e sua equipe de
apoio. Sendo ele servidor do órgão ou da entidade promotora da licitação, sua designação
oficial se dará por ato da autoridade superior do órgão no prazo definido no decreto.
Nessa modalidade ao invés de responsabilidade solidária o pregoeiro responde sozinho
pelos atos praticados nos certames a quem auxilia o pregoeiro é a equipe de apoio, composta
de servidores públicos, preferencialmente do quadro permanente do órgão ou entidade
licitante, designados por ato oficial da autoridade superior.

4. TIPOS DE LICITAÇÕES
Encontram-se os seguintes tipos de licitação o MENOR PREÇO, esse tipo de licitação
visa a contratação através da proposta mais vantajosa, tendo seu critério a seleção da proposta
de menor preço de acordo com as especificações do edital, MELHOR TÉCNICA, nesse tipo o
que vai prevalecer é a melhor técnica, sendo que a Administração fixará o preço máximo,
TÉCNICA E PREÇOS, ocorrerá uma classificação dos proponentes de acordo com a média
ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos
preestabelecidos no edital e MAIOR LANCE OU OFERTA (LEILÃO), no caso de alienação
de bens/concessão de direito real de uso, a classificação será mediante o maior valor da oferta.

5. MODALIDADE DE LICITAÇÃO

A modalidade da licitação tem a função de indicar o procedimento que irá reger a


licitação, são elas: concorrência; tomada de preço; convite; concurso; leilão e pregão (lei nº
10.520/02).

O CONVITE (art. 22, 3º da Lei nº 8.666/93), limitando a participação aos interessados


do ramo pertinente ao seu objetivo cadastrado ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 03 (três), e estendendo aos demais cadastrados na correspondente especialidade
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação da
proposta. Possuí limite de valores de compras e serviços até R$ 176.000,00 e obras e serviços
de engenharia até R$ 330.000,00. Sua divulgação tem que ser através de convite de pelo
menos três interessados e disponibilizar a divulgação em local público com prazo de cinco
dias úteis. Existindo na praça mais de três possíveis interessados, a cada novo convite,
realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite, a no mínimo, mais um
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interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações (art. 22, §6º
da lei nº 8.666/93). Sendo obrigatória a justificativa no processo, sob pena de repetição do
convite, quando, por limitações de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados não se
puder obter o número mínimo de licitantes (art. 22, 7º da Lei nº 8.666/93).
A TOMADA DE PREÇOS (art. 22, §2º da Lei nº 8.666/93), podendo participar
somente os interessados devidamente cadastrados ou que atenderam a todas as condições para
o cadastramento até o terceiro dia anterior à data fixada para o recebimento das propostas,
observada a necessária qualificação. O limite de valores para compras e serviços é até R$
1.430.000,00 e obras e serviços de engenharia é até R$ 3.300.000,00. Sua divulgação será
através de diário Oficial do Município, Estado e União e/ou em jornal diária de grande
circulação. Tendo seu prazo de divulgação de 30 dias corridos para técnica e preço e melhor
técnica e de 15 dias corridos para o menor preço.
A CONCORRÊNCIA (art. 22, §1º da Lei 8.666/93), possibilita a participação de
quaisquer interessados que na fase inicial de habilidade preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução de seu objetivo. Sendo
que o limite de valores para compras e serviços acima de 1.430.000,00 e obras e serviços de
engenharia é até R$ 3.300.000,00. Sua divulgação será através de diário Oficial do Município,
Estado e União e/ou em jornal diária de grande circulação. Tendo seu prazo de divulgação de
45 dias corridos para técnica e preço e melhor técnica e de 15 dias corridos para o menor
preço.
O CONCURSO (art. 22, §4º da Lei 8.666/93), modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico mediante a instituição
de prêmios. A forma de divulgação tem que ser através do Diário Oficial, Jornal de grande
circulação diária, sendo que o prazo de divulgação é de 45 dias. São características do
concurso: julgamento por comissão especial (art. 51, §5º); possui regulamento próprio (art.
52).
O LEILÃO (art. 22, §5º da Lei 8.666/93), terá como participantes quaisquer
interessados para a venda de bens móveis inservíveis, produtos legalmente apreendidos ou
penhorados e alienação de bens imóveis previstos nos arts. 17,§6º e 19 da Lei 8.666/93. A
forma de divulgação tem que ser através do Diário Oficial, Jornal de grande circulação diária
e no município onde se realiza. São características do leilão: Prazo de divulgação de 15 dias
corridos e o julgamento é feito por leiloeiro ou servidor designado (art. 53 da Lei 8.666/93).
O PREGÃO (Lei nº 10.520/02) é a modalidade de licitação para a contratação de bens
e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado, na qual a disputa é feita por meio de
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proposta e lances, em sessão pública, presencial ou por meio eletrônico, para classificação e
habilitação do licitante com a proposta de menor preço. A forma de divulgação tem que ser
através do Diário Oficial do ente federado. No caso de aquisições até R$ 160.000,00 – Diário
Oficial e Internet; Aquisições acima de R$ 160.000,00 até R$ 650.000,00 – Diário Oficial e
Internet, Jornal diário de grande circulação local; Aquisições acima de R$ 650.000,00 –
Diário Oficial e Internet, Jornal diário de grande circulação local, regional ou nacional tendo o
prazo de divulgação de 08 dias úteis. Nesta modalidade após o credenciamento será aberto os
preços e somente serão conferidos os documentos da empresa ganhadora.
O processo licitatório está dividido em fase interna e externa, onde a fase interna é a
solicitação expressa do setor requisitante interessado, com indicação de sua necessidade,
contendo o objeto e a justificativa, a indicação dos recursos orçamentários, aprovação da
autoridade competente para início do processo licitatório, autuação do processo
correspondente, que deve ser protocolado e numerado, elaboração da especificação do objeto
de forma precisa e clara, estimativa de custo e pesquisa de preço, definição da modalidade e
tipo de licitação, definição do capital social ou patrimônio líquido, julgamento das propostas
de preço e elaboração do edital. Aprovação prévia do setor jurídico (art 38, §único da Lei nº
8.666/93).
Na fase externa, encontram-se os seguintes procedimentos, convocação, divulgação e
distribuição do edital. Neste intervalo poderá haver questionamentos e impugnações. Se
julgadas procedentes e a correção implicar em reformulação de proposta de preço, o prazo
deverá ser reaberto a partir da publicação. Habilitação, abertura de sessão pela comissão. No
dia, hora e local estabelecido no edital, em ato público, recebimento dos envelopes,
credenciamento dos representantes, abertura dos envelopes, abertura e leitura de preços,
análise e julgamento das propostas com base nos preços de mercado, classificação ou
desclassificação das propostas. Se todos os licitantes estão presentes e renunciam ao prazo de
recurso, consta da ata e encerra a sessão, homologação, confirmação do julgamento da
comissão pela autoridade superior e adjudicação (é o ato judicial mediante o qual se
estabelece e se declara que a proposta de uma coisa – bem imóvel – se transfere de seu
primitivo dono – transmitente – para o credor – adquirente – que então assume sobre a
mesma, todos os direitos de domínio e posse que são inerentes a toda e qualquer alienação).
Cabe ressaltar que o Dec nº 3.931/01 em seu art. 2º, regulamentou-se o sistema de
registro de preços – SRP previsto na Lei nº 8.666/93 em seu art. nº 15, possibilitando as
seguintes formas de contratação:
Art. 2º Será adotado, preferencialmente, o SRP nas seguintes hipóteses:
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I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de


contratações freqüentes;
II - quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas
parceladas ou contratação de serviços necessários à Administração para o desempenho de suas
atribuições;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para
atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; e
IV - quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o
quantitativo a ser demandado pela Administração.

O SRP não é uma modalidade de licitação e sim um conjunto de procedimentos para


seleção da proposta mais vantajosa, visando o registro formal de preços para futuras e
eventuais contratações de produtos e ou serviços. Veio tentar agilizar o processo de aquisição
por parte da Administração Pública, possibilitando assim que fossem adquiridos produtos até
os últimos dias do exercício financeiro.
No entanto esse processo acarretou inúmeros problemas em seu curso, como o registro
de preços, como as oscilações de mercado, inadequação do produto. E a hipótese de extinção
do registro de preço dar-se-á, no decurso do prazo do contrato, na valorização do produto
diante do mercado e por interesse da Administração.
Todavia o Dec º 3.931/01 foi revogado pelo Dec nº 7.892/03 passando agora a regular
o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666/93. Definido que o
Registro de Preços é uma forma simplificada de contratação, precedida de licitação nas
modalidades concorrência ou pregão.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de
manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
(...)
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da
Administração, na imprensa oficial.

Tendo como uma de suas características e não obrigatoriedade da Administração em


contratar a totalidade dos itens constantes no registro de preços, bem o período do registro é
de 12 meses a contar a assinatura da ata, com a possibilidade de revisão a cada 90 dias.
A forma para elaboração de um processo é:
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“A unidade interessada em realizar um Registro de Preços deverá:


1. Levantar o histórico de consumo dos itens de material ou serviço a serem registrados;
2. Selecionar os itens a terem preços registrados;
3. Definir os quantitativos dos itens a serem licitados, estimando o seu consumo para o prazo
de vigência do Registro de Preços;
4. Atualizar as especificações dos itens selecionados;
5. Compor processo administrativo e encaminhá-lo para licitação.”

Esse procedimento veio como um auxiliador da Administração Pública na aquisição


de produtos, pois a Administração em geral pode aderir a Ata de registro de preço de outro
órgão desde que o fornecedor e o gerenciador da ata autorizem. Contribuindo assim de forma
significativa para o princípio da celeridade no processo da administração.
Posto isso e demonstrado a diversas modalidades de licitação, segue a tabela I com o
quadro comparativo das modalidades de licitação e logo em seguida passaremos a analisar
somente a modalidade pregão eletrônico, demonstrando suas vantagens e desvantagens.

Tabela 1 – Modalidades de Licitação


BENS E OBRAS E
MODALIDADES TIPOS PRAZO SERVIÇOS SERVIÇOS DE PUBLICAÇÃO
COMUNS ENGENHARIA
Carta Convite Menor Preço 05 dias Até R$ Até R$ 330.000,00 - Diário Oficial do
Art. 22, §3º Art. 21, IV úteis 176.000,00 Art. 23, I, “a” Município
Art. 23, II, “a” - Convite de no
mínimo 03
pessoas
Tomada de Preço -Menor Preço Até R$ Até R$ - Diário Oficial do
Art. 22, §2º -“Melhor 15 dias 1.430.000,00 3.300.000,00 Município
Técnica” e Art. 23, II, “b” Art. 23, I, “b” - Diário Oficial do
-“Técnica e 30 dias Estado
Preço” -Diário Oficial da
União
- Jornal de Grande
Circulação
Concorrência -Menor Preço Acima R$ Acima R$ - Diário Oficial do
Art 22, §1º -“Melhor 30 dias 1.430.000,00 3.300.000,00 Município
Técnica” e Art. 23, II, “c” Art. 23, I, “c” - Diário Oficial do
-“Técnica e 45 dias Estado
Preço” -Diário Oficial da
União
- Jornal de Grande
Circulação
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Pregão Menor Preço 08 dias Não tem limite Não tem limite de - Diário Oficial do
(Presencial ou úteis de valor valor Município
Eletrônico) - Diário Oficial do
Lei nº 10.520/02 Estado
Dec nº 5.450/05 -Diário Oficial da
União
- Jornal de Grande
Circulação
Leilão Venda de bens móveis inservíveis, produtos legalmente apreendidos ou penhorados e
Art 22, §5º alienação de bens imóveis previstos no Art 19
Concurso Para a escolha de trabalho técnica, científico ou artístico mediante a instituição de prêmios
Art 22, §4º

Fonte: Lei nº 8.666/93, Lei nº 10.520/02, Dec nº 5.450/05 e Dec 9.412/18.

6. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO

6.1. VANTAGENS
O pregão eletrônico veio para acompanhar a crescente inovação tecnológica, no qual,
o mundo está passando. Derrubando assim preceitos e paradigmas, nunca antes concebidos na
história das contratações governamentais.
SCARPINELA (2002) afirma que “A instituição do Pregão como nova modalidade de licitação de
observância obrigatória pela Administração Pública Federal aponta para uma modernização do sistema de
licitação, objetivando conferir à Administração um meio mais econômico, célere e eficaz para as
contratações, notadamente ao se estabelecer o Pregão Eletrônico como forma de realização preferencial,
de forma a otimizar o rito procedimental, aumentando a competitividade entre os licitantes, alcançando
fornecedores de diversas regiões do país, reduzindo os custos e os valores das propostas”.

É notório e de uma clareza solar que o pregão eletrônico atende ao princípio


constitucional da eficiência, com a simples inversão de fases, simplificando e agilizando o
processo licitatório. Possibilitando assim dentro dos limites estabelecidos pela lei que todos os
participantes tenham suas propostas de preço analisadas, trazendo para o processo uma
concorrência mais ampla e igualitária. Eliminando do início do processo licitatório as
cansativas de demorados procedimentos de habilitação.
Encontra-se o princípio da economicidade no procedimento dos lances, onde cada
empresa classificada pode reduzir seu preço para melhor atender a Administração e com
procedimentos menos burocráticos é possível atender o princípio da celeridade.
Essa modalidade de licitação vem trazer uma plena transparência no processo
licitatório, atendendo a Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal, e
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velando pela probidade Administrativa e a responsabilidade com os gastos públicos, com a


utilização de instrumentos preservadores do interesse público e coletivo. Sendo assim possível
inibir e até mesmo extirpar a corrupção, por meio da transparência e da democracia nos
processos de compras públicas. E somente com a modalidade pregão eletrônico nunca mais
veremos superfaturamentos de obras e direcionamentos de compras para fornecedores
corruptos.
A inversão das fases de habilitação e classificação dos licitantes foi a grande inovação
da modalidade de licitação na forma de Pregão Eletrônico. A habilitação dos licitantes
consiste no recebimento das propostas e documentações dos mesmos. A habilitação deverá
contemplar a capacidade jurídica, a capacidade técnica, a idoneidade financeira e a
regularidade fiscal do licitante, conforme o art. 27 da Lei nº 8.666/93.
A inversão de fase foi uma inovação capaz de trazer celeridade ao processo licitatório.
De modo que a documentação do licitante somente será apreciada no momento em que for
declarado vencedor do certame, onde este terá apresentado a oferta de menor preço. Esse
procedimento agiliza o certame, porque com a inversão, ao invés de serem abertos os
envelopes de habilitação como em todas as outras modalidades, abre-se os envelopes de
proposta de preços. Seguindo assim com os lances verbais sucessivos a serem feitos pelo
licitante que apresentou o menor preço e pelos demais que tenham apresentado preços até
10% acima, até que se classifique a proposta mais vantajosa para a Administração.
A celeridade e a economicidade andam juntas, dessa forma quanto maior celeridade no
processo licitatório maior a economia processual e consequentemente uma maior eficiência do
processo.
Para um melhor entendimento sobre a eficiência entende-se que é aquela que impõe à
Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por
meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente,
participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca de qualidade, primado pela adoção
dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos
públicos, de maneira a se evitar desperdícios e garantir uma maior rentabilidade social.
Note-se que não se trata da consagração da tecnocracia, muito pelo contrário, o
princípio da eficiência dirige-se para a razão e fim maior do Estado, a prestação dos serviços
sociais essenciais à população, visando à adoção de todos os meios legais e morais possíveis
para satisfação do bem comum.
A transparência dos atos Administrativos é de extrema relevância nos dias atuais. No
processo eletrônico onde é possível acompanhar tudo de qualquer lugar, a modalidade pregão
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eletrônico, inova de forma gigantesca a possibilidade de transparência de seus atos, uma vez
que nas outras modalidades exige-se a presença dos licitantes na disputa e já no pregão
eletrônico o processo é feito todo pela internet.
Ademais, JUSTEN FILHO (2005) assegura que, no âmbito do pregão eletrônico, o processo é ainda mais
célere e menos oneroso aos cofres públicos, facilitando ainda a fiscalização contra fraudes e atos de
corrupção, já que o processo é todo informatizado.

A diferença de maior expressão na modalidade pregão é a disputa de lances,


possibilitando assim uma maior economicidade a Administração Pública, com a redução dos
preços dos produtos que estão sendo adquiridos.
Nas palavras de SCARPINELLA (2002) logo abaixo fica claro o grande ganho que o
processo licitatório obteve com a implementação da modalidade pregão.
Para SCARPINELLA, a possibilidade de oferta de novos e sucessivos lances no pregão o torna mais
céleres que as demais modalidades de licitação,e, em função deste confronto direto entre os licitantes, a
Administração em geral consegue celebrar melhores negócios. Para o autor, “a competição entre os
interessados é benéfica para a Administração Pública e para seus fornecedores de bens e serviços”.

A administração pública já tem como demonstrar os ganhos com a economicidade


obtida por essa modalidade, pois em várias unidades administrativas já foram obtidos
percentuais de economia, que no geral, variam entre vinte e trinta por cento. Segundo estudos
e a práxis diária, a disputa entre os fornecedores pode proporcionar às instituições economia
consideráveis, fato este que não ocorre nas outras modalidades licitatórias.
A Lei nº 123/06, introduziu mais uma vantagem na modalidade pregão, a oportunidade
das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) concorrer com empresas
maiores, com condições diferenciadas. Possibilitando as ME e EPP dar um lance menor no
final da fase de lances, quando o seu último lance for maior até 5% do menor lance da
empresa vencedora, desde que essa empresa não seja uma empresa beneficiada pela Lei
123/06. Essa medida possibilita um fomento a economia local, já que trouxe benefícios as
micro e pequenas empresas, normalmente instaladas próximas a localidade.
Pode-se dizer que a não observância de limites de valores para a contratação, por meio
da modalidade pregão é mais diferencial para com as outras modalidades. A exigência para
realização do pregão é que os produtos ou serviços a serem licitados sejam bens e serviços
comuns. Derradeiramente encontram-se vantagens ate na fase de recursos, que deve ser
manifesto, a intenção de recurso, já no final do certame. Sendo concedido pela lei um prazo
par que seja apresentado de forma escrita as razões do recurso.
Complementarmente, nota-se que o pregão eletrônico é um processo feito com a mais
pura transparência, já que a população pode acompanhar o trâmite do processo através da
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internet, uma vez que, os dados ficam disponíveis no site gerenciador, no caso do âmbito
federal é o “COMPRASNET”. Demonstrando que a rede mundial de computadores é o
método mais eficaz de divulgação dos atos públicos, no quesito transparência.

6.2. DESVANTAGENS
Diante de tantas vantagens fica difícil apontar alguma desvantagem ao processo
licitatório do pregão eletrônico. No entanto, ainda nos dias de hoje, o maior vilão encontrado
nesse processo é a falha na conectividade, tanto da Administração quanto dos licitantes.
Porém já não ocorrendo com grande frequência, devido aos programas de redundância
de conexões adotadas pelos órgãos a Administração Pública. Como já foi dito, o sistema que é
utilizado pela Administração Pública no âmbito Federal é o fornecido pelo provedor
COMPRASNET em parceria com o Banco do Brasil.
Ainda enumerando as desvantagens, encontramos a impossibilidade de apresentação
de amostras dos produtos que estão sendo adquiridos; a restrição de impor determinadas
penalidades às empresas oriundas de outros Estados.
Há autores que contestam os benefícios da inversão de fases e a veem com o viés de
burlar e direcionar o processo licitatório.
Para SCARPINELLA (2002): a inversão de fases é [...] a perda na transparência do
procedimento, uma vez que o condutor da licitação tenderia a ser mais flexível na análise dos
documentos habilitatórios do proponente que sabiamente apresenta oferta favorável à
Administração Pública. Ou de outra parte, mais rígido no caso de a proposta classificada em
primeiro lugar consignar preço consideravelmente reduzido, tornando a proposta inexequível.
NIEBUHR (2006), questiona a economicidade do procedimento licitatório na
modalidade pregão “...propaga-se inadvertidamente que a maior vantagem do pregão, seja ele
presencial ou eletrônico, é de cunho econômico. Não é bem assim.” Essa afirmação está
baseada na possibilidade das pesquisas de mercado não demonstrarem a realidade de
mercado. Partindo do pressuposto de que as empresas podem estar elevando os valores dos
produtos nas pesquisas de preços, já com o intuito de fraudar o processo licitatório,
objetivando futuras contratações. Com isso far-se-á necessário um cuidado redobrado na
formação da estimativa de preço a ser utilizado no processo.
Também pode ser considerada uma desvantagem a limitação aos tipos de bens e
serviços que são permitidos na aquisição da modalidade pregão. Sendo somente permitida a
aquisição de bens e serviços comuns. Muitas das vezes dificultando a definição do que seria
“comum”, exigindo assim um conhecimento específico dos bens a serem adquiridos.
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Trazendo um grande atraso no início do processo, a imensa dificuldade no enquadramento do


bem. Diante disso várias contratações acabam sendo feitas por outros tipos de modalidade,
demonstrando assim que essa problemática acaba atrasando a fase preparatória do processo.
Já que a definição de bens e serviços comuns tem que ser feita o mais detalhado possível, a
fim de se adquirir produtos de boa qualidade.
Outro ponto de muita controvérsia, é a questão a inexequebilidade dos preços
apresentados na proposta e conforme a legislação serão desclassificadas as propostas com
valor maior que o limite estabelecido ou com preços inexequíveis, assim considerados aqueles
que não demonstrem sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos
dos insumo são coerentes com o mercado e que os coeficientes de produtividade são
compatíveis com o objeto do contrato. Cabe ressaltar que tanto as propostas com valor muito
elevado como as com valor considerado inexequível serão descartadas.
Porto isso, nota-se que as desvantagens não são de grande expressão, podendo ser
entendidas como meras inconveniências e contratempos a serem solucionados.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As aquisições públicas foram introduzidas em nosso país a mais de quinze décadas,
tendo no Dec nº 100/67 a sua primeira sistematização. Em 1986 surge nova regulamentação
através do Dec nº 2.300/86 sendo posteriormente atualizada pelo Dec nº 2.348/87 e Dec nº
2.360/87 trazendo pela primeira vez o Estatuto Jurídico das Licitações e Contratos
Administrativos, com regras gerais e especiais, somente sendo substituídas pela atual Lei de
Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93).
Com o advento da Constituição Federal de 1988 a licitação ganhou status de princípio
constitucional, obrigando os entes federados e a Administração Pública direta e indireta a
observar seus ditames e procedimentos. Objetivando atender aos princípios Administrativos
da impessoalidade, isonomia, buscando a contratação mais vantajosa e o tratamento
igualitário para com os administrados.
Tendo como alvo principal a necessidade da diminuição dos gastos da Administração
Pública, surge o pregão, juntamente com a enorme mudança na reestruturação do Estado, que
passa ser de forma predominantemente reguladora ao invés de executora.
O pregão surgiu com o intuito de atender as necessidades da administração de forma
mais rápida e econômica. A rapidez e a economia alcançadas através da utilização do pregão
são oriundas das peculiaridades desta modalidade, como a inversão da fase de habilitação, a
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simplificação do procedimento, a inexistência de limites de valor e os lances verbais, não


contempladas nas demais modalidades.
Diante de tantas vantagens encontradas nessa modalidade, nos deparamos com a
dificuldade na identificação do objeto como bem ou serviço comum, exigindo assim do
servidor, responsável pelo processo, um detalhamento minucioso quando optar pela
modalidade pregão, nunca se esquecendo das exigências do interesse público e as
peculiaridades exigidas na modalidade pregão.
Diante de tantas vantagens fica demonstrado que a melhor modalidade existente em
nosso Estado é a do pregão eletrônico, dentre todas as outras existentes. Cabe ainda ressaltar
que mesmo estando tão longe da perfeição por não abranger todos os tipos de aquisições
necessárias à Administração Pública, e devido a algumas peculiaridades a serem
implementadas. Encontramos um futuro ainda mais promissor para essa modalidade de
compra pública, em conjunto com todas as inovações tecnológicas encontradas nos dias de
hoje, torna cada vez mais possível a implementação de melhorias no processo eletrônico.
Apesar de tal avanço tecnológico estar ao alcance de todos, ainda é possível verificar
entes da federação relutantes na adoção da modalidade eletrônica. Motivo pelo qual a clareza
do processo não impede completamente as tentativas de burlar o certame, mas com certeza
inibe muitas tentativas de manipular os resultados nas licitações. E com a implantação do
pregão eletrônico seria possível mitigar tais práticas e assim seguir para uma administração
mais justa e igualitária.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, promulgada em


05 de outubro de 1988;
2. DECRETO nº 4.536, promulgado em 28 de janeiro de 1922, dispõe sobre: “Organiza o
Código de Contabilidade da União”.
3. DECRETO-LEI nº 2.300, promulgado em 21 de novembro de 1986, dispõe sobre:
“Dispõe sobre licitações e contratos da Administração Federal e dá outras
providências”.
4. DECRETO nº 5.450, promulgado em 31 de maio de 2005, dispõe sobre:
“Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços
comuns, e dá outras providências”;
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5. DECRETO nº 5.504, promulgado em 05 de agosto de 2005, dispõe sobre: “Estabelece


a exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes
públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços comuns, realizadas em
decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes
de convênios ou instrumentos congêneres, ou consórcios públicos”;
6. DECRETO nº 7.892, promulgado em 23 de janeiro de 2013, dispõe sobre:
“Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993”;
7. DECRETO nº 9.412, promulgado em 18 de junho de 2018, dispõe sobre: “Atualiza os
valores das modalidades de licitação de que trata o art. 23 da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993”;
8. LEI nº 8.666, promulgada em 21 de junho de 1993, dispõe sobre: “Regulamenta o art.
37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras providências”;
9. LEI nº 10.520, promulgada em 17 de julho de 2002, dispõe sobre: “Institui, no âmbito
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição
de bens e serviços comuns, e dá providências”;
10. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – Manual do pregão eletrônico, disponível em
<<https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=9&ved=2a
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xvdo>>, acessado em: 07/12/18;
11. CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO – Sistema de registro de preços, disponível
em: <<http://www.cgu.gov.br/sobre/legislacao>>, acesso realizado em: 03/12/18;
12. COMPRASNET – Sistema de registro de preços, disponível em:
<<https://www.comprasgovernamentais.gov.br/images/conteudo/ArquivosCGNOR/S
EBRAE/Sistema-de-Registro-de-PreçosSRP.pdf>>, acesso realizado em: 05/12/18;
13. COMPRASNET – Sistema de registro de preços, disponível em: <<
https://www.comprasnet.ba.gov.br/content/registro-de-preços-os-perguntas-mais-
frequentes>>, acessado em 05/12/18;
14. ALEXANDRINO, Marcelo – Direito administrativo descomplicado – 16ª ed. rev. e
atualizada – São Paulo: Método, 2008;
18

15. CARVALHO FILHO, José dos Santos – Manual de Direito Administrativo – 22ª ed. –
Lumen Juris – Rio de Janeiro – 2009;
16. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella – Direito Administrativo, 25ª ed. São Paulo : Atlas,
2012;
17. FORTES JÚNIOR, Cléo Oliveira – Breve História das Licitações no Brasil, disponível
em: <<http://www.fortesjr.com.br/breve-historia-das-licitacoes-no-brasil/>>, acesso
realizado em: 06/12/18;
18. JUSTEN FILHO, Marçal - Pregão (comentários à legislação do pregão comum e
eletrônico). 4ª. ed. São Paulo: Dialética, 2005;
19. MEIRELLES, Hely Lopes – Licitação e Contrato Administrativo, disponível em:
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realizado em: 06/12/18;
20. MEIRELLES, Hely Lopes – Direito Administrativo Brasileiro, 28ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2003;
21. MIGUEL, Luiz Felipe H. – Licitação – Passado, Presente e Futuro, disponível em:
<<http://www.editoraforum.com.br/wp-content/uploads/2015/04/licitacao-passado-
presente-futuro.pdf>>, acesso realizado em: 06/12/18;
22. NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 4ª. ed. rev., atual. e
ampl. Curitiba: Zênite, 2006;
23. SCARPINELLA, Vera - Licitação na Modalidade de Pregão - Col. Temas de Direito
Administrativo - Vol. 9 - 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002.

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