Você está na página 1de 4

Universidade de Brasília

Programa de Pós-Graduação em Direito, Estado e Constituição


Disciplina: Dimensão histórica do constitucionalismo
Professor: Cristiano Paixão
1º semestre letivo de 2019
Horário: 2a feira, 19h-22h30
Local: Sala B1-02/6 do prédio da Faculdade de Direito

PLANO DE CURSO

Dilemas do constitucionalismo na contemporaneidade: transições, crises, desafios

Ementa

A disciplina propõe uma discussão acerca dos dilemas que se colocam ao constitucionalismo na era
contemporânea. Serão tratadas questões relacionadas às transições políticas, às crises constitucionais, às
perspectivas para a redefinição dos conceitos de constitucionalismo e constituição. O plano de curso está
estruturado em três planos narrativos, que variam segundo o gênero textual: (1) artigos e capítulos de livros
de história e teoria constitucional; (2) textos históricos que tenham como objeto demandas concretas
associadas ao constitucionalismo, especialmente no contexto da história republicana brasileira; (3) ensaios
produzidos na época atual, com campo temático associado às questões históricas e teóricas suscitadas nos
itens anteriores. Espera-se que a leitura dos textos escolhidos possibilite uma observação consistente dos
fenômenos relacionados ao constitucionalismo contemporâneo, a partir da sobreposição e interrelação entre a
estrutura canônica do artigo acadêmico, da pesquisa histórica e do ensaio livre.

Programação

18/3

Apresentação da disciplina: objetivos, método, estrutura. Apresentação dos alunos. Sistemática de exposição
dos seminários. Trabalho final: requisitos e possibilidades. Aula expositiva. História constitucional em
perspectiva contemporânea: metodologia, possibilidades, limites.

1º/4 – História do tempo presente e o constitucionalismo contemporâneo


Textos: (a) DOSSE, François. História do tempo presente e historiografia. Trad. Silvia M.F. Arend. Tempo e
Argumento – Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UDESC, v. 4, n. 1, p. 5–22, jan/jun.
2012. (b) TEUBNER, Gunther. The Project of Constitutional Sociology: Irritating Nation State
Constitutionalism. Transnational Legal Theory, 4:1, 44-58, 2013.

8/4 – Constitucionalismo, transição, narrativa, memória (I)


Textos: (a) HIRSCHMANN, Albert O. Duzentos anos de retórica reacionária. Trad. Donaldson M.
Garschagen. Revista Serrote, nº 24, novembro de 2016, p. 5-33. (b) KINZO, Maria D’Alva G. A
democratização brasileira: um balanço do processo político desde a transição. São Paulo em Perspectiva,
15(4), p. 3-12, 2001. (c) OLIVEIRA, Francisco de. Além da transição, aquém da imaginação. Novos Estudos
Cebrap, nº 12, junho de 1985, p. 2-15. (d) DELLA CAVA, Ralph. “A Igreja e a abertura, 1974-1985”, in
STEPAN, Alfred (org.). Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 231-273.

1
15/4 – Constitucionalismo, democracia, cidadania e direitos (I)
Textos: (a) BADIOU, Alain. 24 anotações sobre a palavra “povo”. Trad. André Telles. Revista Serrote, nº 17,
julho de 2014, p. 19-31. (b) TAVOLARO, Sergio B.F. Quando discursos e oportunidades políticas se
encontram: para repensar a sociologia política da cidadania moderna. Novos Estudos Cebrap, nº 81, julho de
2008, p. 117-136. (c) BLOKKER, Paul. “Modern Constitutionalism and the Challenges of Complex
Pluralism”, in DELANTEY, Gerard; TURNER, Stephen P. (ed.). Routledge International Handbook of
Contemporary Social and Political Theory. Abingdon and New York: Routledge, 2011, p. 406‐416. (d)
MÜLLER, Angélica; IEGELSKI, Francine. O Brasil e o tempo presente, in FERREIRA, Jorge; DELGADO,
Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil Republicano: o tempo da Nova República – da transição
democrática à crise política de 2016. Volume 5. 1ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018, p. 13-25.

22/4 – Laboratório de Pesquisa em História Constitucional


Professores convidados: Eneida Vinhaes Bello Dultra, Renato Bigliazzi, Rogério Madeira
Textos: (a) ARAÚJO, Rita de Cássia Barbosa de. O voto de saias: a Constituinte de 1934 e a participação das
mulheres na política. Estudos Avançados, vol. 17, nº 49, Set/Dez 2003, p. 133-150. (b) NAPOLITANO,
Marcos. Recordar é vencer: as dinâmicas e vicissitudes da construção da memória sobre o regime militar
brasileiro. Antíteses, Vol. 8, nº 15esp., nov. 2015, p. 9-44. (c) GOMES, Angela de Castro. Autoritarismo e
corporativismo no Brasil: o legado de Vargas. Revista USP, nº 65, março/maio de 2005, p. 105-119.
Teses disponíveis em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/19147 (Renato Bigliazzi),
http://repositorio.unb.br/handle/10482/32510 (Rogério Madeira) e arquivo em meio eletrônico (Eneida
Vinhaes Bello Dultra)

29/4 – Constitucionalismo, democracia, cidadania e direitos (II)


Textos: (a) SENNETT, Richard. Humanismo. Trad. Álvaro Hattnher. Revista Serrote, nº 14, julho de 2013,
p. 95-107. (b) DIMITRIJEVIC, Nenad. Constitutional theory in times of crisis: Power, law and morality.
Philosophy and Social Criticism. v. 42(3), p. 227-245, 2016. (c) RAMALHO, José Ricardo. Reestruturação
produtiva, neoliberalismo e o mundo do trabalho no Brasil: anos 1990 e 2000, in FERREIRA, Jorge;
DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil Republicano: o tempo da Nova República – da
transição democrática à crise política de 2016. Volume 5. 1ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018,
p. 193-217.

6/5 – Constitucionalismo, transição, narrativa, memória (II)


Textos: (a) SEBALD, W.G. O passeador solitário: em memória de Robert Walser. Trad. José Marcos Macedo.
Revista Serrote, nº 5, julho de 2010, p. 85-107. (b) SEBALD, W.G. Guerra aérea e literatura. Trad. Carlos
Abbenseth e Frederico Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 11-64 e 125-129 (notas). (c)
HALMAI, Gábor. “Transitional justice, transitional constitutionalism and constitutional culture”, in
JACOBSOHN, Gary; SCHOR, Miguel (ed.). Comparative Constitutional Theory. Cheltenham and
Northampton: Edward Elgar Publishing, 2018, p. 372‐392.

13/5 – Constitucionalismo, democracia, cidadania e direitos (III)


Textos: (a) BALDWIN, James; COLE, Teju. O estranho no vilarejo; Um corpo negro. Trad. Alexandre
Barbosa de Souza. Revista Serrote, nº 26, julho de 2017, p. 116-125 e 132-140. (b) DOMINGUES, Petrônio.
Movimento negro brasileiro: alguns apontamentos históricos. Tempo, vol. 12, nº 23, 2007, p. 100-122. (c)
SODRÉ, Muniz. “A cultura negra como atitude ecológica”, Trad. Lilian Escorel de Carvalho, in
SOSNOWSKI, Saúl; SCHWARTZ, Jorge (org.). Brasil: o trânsito da memória. São Paulo: Edusp, 1994, p.
121-130. (d) FORD, Richard T. “Hopeless constitutionalism, hopeful pragmatism”, in BALKIN, Jack M.;
SIEGEL, Reva B. (ed.). The Constitution in 2020. Oxford: Oxford University Press, 2009, p. 143‐155.

2
20/5 – Constitucionalismo global, território, migrações
Professora convidada: Maria Pia Guerra

Textos: (a) CARRÈRE, Emmanuel. Em Calais. Trad. André Telles. Revista Serrote, nº 23, julho de 2016, p.
200-223. (b) LUISELLI, Valeria. “Por que você veio?”. Trad. Ari Roitman e Pauline Watch. Revista Serrote,
nº 26, julho de 2017, p. 4-23. (c) LACHMAYER, Konrad. “Counter-developments to Global
Constitutionalism”, in BELOV, Martin. (ed.). Global Constitutionalism and Its Challenges to Westphalian
Constitutional Law. Oxford: Hart, 2018, p. 81‐102. (d) PLATTNER, Marc F. The End of the Transitions Era?
Journal of Democracy, v. 25, n. 3, p. 5-16, July 2014.

27/5 – Constitucionalismo contemporâneo: temporalidades


Textos: (a) RANCIÈRE, Jacques. Em que tempo vivemos? Trad. Donaldson M. Garschagen. Revista Serrote,
nº 16, março de 2014, p. 203-222. (b) JAMESON, Fredric. Pós-modernidade e sociedade de consumo. Trad.
Vinicius Dantas. Novos Estudos Cebrap, nº 12, junho de 1985, p. 16-26. (c) THORNHILL, Chris.
Contemporary constitutionalism and the dialectic of constituent power. Global Constitutionalism, v. 1, issue
3, p. 369-404, November 2012.

3/6 – Constitucionalismo, democracia, cidadania e direitos (IV)


Textos: (a) RODRIGUES, Carla. Erguer, acumular, quebrar, varrer, erguer... Revista Serrote, nº 24, novembro
de 2016, p. 65-83. (b) BUCK-MORSS, Susan. “A global counter-culture?”, in Thinking past terror – Islamism
and Critical Theory on the Left. London and New York: Verso, 2006, p. 63‐74. (c) BALKIN, Jack M.;
SIEGEL, Reva B. “Remembering how to do equality”, in BALKIN, Jack M.; SIEGEL, Reva B. (ed.). The
Constitution in 2020. Oxford: Oxford University Press, 2009, p. 93‐105. (d) JOHNSEN, Dawn E. “A
progressive reproductive rights agenda for 2020”, in BALKIN, Jack M.; SIEGEL, Reva B. (ed.). The
Constitution in 2020. Oxford: Oxford University Press, 2009, p. 255‐266.

10/6 – Constitucionalismo, transição, narrativa, memória (III)


Textos: (a) NOBRE, Marcos; ZAN, José Roberto. A vida após a morte da canção. Revista Serrote, nº 6,
novembro de 2010, p. 81-94. (b) SIMON, Iumna Maria; DANTAS, Vinicius. Poesia ruim, sociedade pior.
Novos Estudos Cebrap, nº 12, junho de 1985, p. 48-61. (c) ÂNGELO, Ivan. “Nós, que amávamos tanto a
literatura”, in SOSNOWSKI, Saúl; SCHWARTZ, Jorge (org.). Brasil: o trânsito da memória. São Paulo:
Edusp, 1994, p. 69-73. (d) MÜLLER, Jan-Werner. “The New Time of Contestation: Towards a Fatherless
Society”. in Contesting democracy: political thought in twentieth-century Europe. New Haven and London:
Yale University Press, 2011, p. 171‐201 e 265-268 (notas).

24/6 – Crise constitucional, crise política, dilemas contemporâneos (I)


Textos: (a) MATTOS, Hebe; BESSONE, Tânia; MAMIGONIAN, Beatriz G.; ALENCASTRO, Luiz Felipe
de; HONOR, André; VILLALTA, Luiz Carlos; CHALHOUB, Sidney; MONTELEONE, Joana.
“Antecedentes – Das jornadas de junho à sabotagem do segundo mandato de Dilma” (Parte I), in MATTOS,
Hebe; BESSONE, Tânia; MAMIGONIAN, Beatriz G. (org.). Historiadores pela democracia – o golpe de
2016: a força do passado. São Paulo: Alameda, 2016, p. 9-43. (b) ALONSO, Angela. “A comunidade moral
bolsonarista”, in Vv. aa. Democracia em risco? 22 ensaios sobre o Brasil hoje. São Paulo: Companhia das
Letras, 2019, p. 52-70. (c) MÜLLER, Jan-Werner. “Antipolitics, and the Sense of an Ending”. in Contesting
democracy: political thought in twentieth-century Europe. New Haven and London: Yale University Press,
2011, p. 202‐242 e 268-272 (notas).

1º/7 – Crise constitucional, crise política, dilemas contemporâneos (II)


Textos: (a) SARLO, Beatriz. O animal político na web. Trad. Chico Mattoso. Revista Serrote, nº 7, março de
2011, p. 7-18. (b) SALGADO, Daniel. Transgressão à direita. Revista Serrote, nº 30, novembro de 2018, p.

3
146-157. (c) CESARINO, Leticia. Populismo digital: roteiro inicial para um conceito, a partir de um estudo
de caso da campanha eleitoral de 2018. Manuscrito em desenvolvimento. Disponível em
https://www.academia.edu/38061666/Populismo_digital_roteiro_inicial_para_um_conceito_a_partir_de_um
_estudo_de_caso_da_campanha_eleitoral_de_2018 (d) DOWDLE, Michael W.; WILKINSON, Michael A.
“On the Limits of Constitutional Liberalism: In Search of Constitutional Reflexivity”, in DOWDLE, Michael
W.; WILKINSON, Michael A. (ed.). Constitutionalism Beyond Liberalism. Cambridge: Cambridge
University Press, 2017, p. 17‐37.

8/7 – Crise constitucional, crise política, dilemas contemporâneos (III)


Professor convidado: José Otávio Guimarães
Textos: (a) AB’SÁBER, Tales; ALONSO, Angela; SANTOS, Laymert Garcia dos; LESSA, Renato. Dossiê
Retratos do Brasil, 2016. Revista Serrote, nº 23, julho de 2016, p. 8-40. (b) MAMIGONIAN, Beatriz G.;
NAPOLITANO, Marcos; CHALHOUB, Sidney; ALANIZ, Anna Gicelle Garcia; MACHADO, André;
MOTTA, Rodrigo Patto Sá. “A crônica do golpe no olhar do historiador – Março de 2016: o golpe jurídico e
midiático” (Parte II), in MATTOS, Hebe; BESSONE, Tânia; MAMIGONIAN, Beatriz G. (org.).
Historiadores pela democracia – o golpe de 2016: a força do passado. São Paulo: Alameda, 2016, p. 45-100.
(c) STARLING, Heloisa M. “O passado que não passou”, in Vv. aa. Democracia em risco? 22 ensaios sobre
o Brasil hoje. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 337-354.

Você também pode gostar