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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 2
Objectivos ....................................................................................................................................... 3
Geral: ........................................................................................................................................... 3
Específicos: ................................................................................................................................. 3
HISTERESE EM CIRCUITOS MAGNÉTICOS ........................................................................... 4
Exemplo de histerese com metais ............................................................................................... 4
O ferromagnetismo e a histerese magnética ................................................................................ 4
Verificação Experimental ............................................................................................................ 6
Equipamento................................................................................................................................ 7
Aplicação ..................................................................................................................................... 9
ANEXOS ........................................................................................................................................ 9
Considerações Finais .................................................................................................................... 11
Bibliografia ................................................................................................................................... 12
Introdução

As memórias de suporte magnético permitem que um circuito Elétrico guarde informação sem
consumo permanente de energia. O funcionamento dos discos rígidos e das disquetes baseiam-se
no mesmo princípio a histerese ferromagnética. O presente trabalho aborda sobre o fenómeno
histerese em circuitos magnéticos fenómeno este que acontece com mais enfase nos materiais
ferromagnéticos, o processo experimental, e aplicação do mesmo.
Objectivos

Geral:

Abordar sobre o fenómeno histerese em circuitos

Específicos:

- Adquirir conhecimento sobre o fenómeno histerese em circuitos magnéticos

- Exemplificar as aplicações da histerese ferromagnética


HISTERESE EM CIRCUITOS MAGNÉTICOS

A histerese é a tendência de um sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo


que as gerou, ou é a capacidade de preservar uma deformação efetuada por um estímulo.

Exemplo de histerese com metais

Quando o ferro não está magnetizado, seus domínios magnéticos estão dispostos de maneira
desordenada e aleatória. Porém, ao aplicar uma força magnetizante, os domínios se alinham com
o campo aplicado. Se invertemos o sentido do campo, os domínios também inverterão sua
orientação. Num transformador, o campo magnético muda de sentido muitas vezes por segundo,
de acordo com o sinal alternado aplicado. E o mesmo ocorre com os domínios do material do
núcleo. Ao inverter sua orientação, os domínios precisam superar o atrito e a inércia. Ao fazer isso,
dissipam uma certa quantidade de potência na forma de calor, que é chamada de perda por
histerese.

Em determinados materiais, a perda por histerese é muito grande. O ferro doce é um exemplo. Já
no aço, esse tipo de perda é menor. Por isso, alguns transformadores de grande potência utilizam
um tipo de liga especial de ferrosilício, que apresenta uma perda por histerese reduzida. Esse tipo
de problema também aumenta junto com a frequência do sinal. Um transformador que apresenta
baixa perda nas frequências menores, pode ter uma grande perda por histerese ao ser usado com
sinais de frequências mais altas.

A histerese produz-se devido ao gasto de energia para inverter os dipolos durante uma mudança
de campo magnético.

O ferromagnetismo e a histerese magnética

Nos materiais ferromagnéticos a permeabilidade relativa 𝜇𝑟 (e também 𝑋𝑚 ) pode ter valores


típicos da ordem de 5000. Este valor indica que o campo dentro do material é muito maior do que
o campo magnetizante exterior.

Considere-se o enrolamento representado na Fig. 1 com 𝑁 espiras e que é percorrido por uma
corrente 𝐼. O módulo do campo magnetizante é dado por (Eq. 6)
𝑁
𝐻= 𝐼 = 𝑛𝐼
𝑙

⃗ é dado
sendo 𝑙 o comprimento do enrolamento e n o número de espiras por metro. O sentido de 𝐻
pela regra da mão direita (sentido do polegar esticado quando 𝐼 tem o sentido dos dedos dobrados).

Figura 1. Magnetização de um material ferromagnético por um campo magnético variável


produzido por um enrolamento.

No meio deste enrolamento introduz-se um material ferromagnético. Se variarmos a corrente 𝐼 (ou


⃗ dentro do material, obteremos uma curva semelhante à
seja, variarmos 𝐻) e medirmos o campo 𝐵
representada na Fig. 2 a).

⃗ cresce consideravelmente até atingir um máximo ou ocorrer saturação.


Inicialmente, o campo 𝐵
Quando se reduz a corrente o campo magnético não tem a mesma variação. Na Fig. 2 b) está
representado a continuação do processo. Quando 𝐻 = 0 o campo não é nulo, indicando que o
material permaneceu magnetizado, mesmo na ausência de campo magnetizante (efeito de
memória)
⃗ que permanece designa-se por campo remanescente, 𝐵𝑟 . Para anular este
Ao valor do campo 𝐵
⃗ ) até um valor − 𝐻𝑐 (c de coercivo).
campo é necessário inverter a corrente 𝐼 (ou seja, o campo 𝐻
A continuação do aumento de 𝐼 neste sentido produz uma magnetização permanente 𝐵𝑟 quando a
corrente é novamente anulada.

A repetição do processo de magnetização, num sentido e no outro segue então 2 caminhos


diferentes, conforme a magnetização cresce ou decresce. É esta diferença de caminhos que se
designa por histerese. A aproximação de uma bússola de uma das pontas do material indicaria em
que sentido a magnetização tinha sido realizada.

Embora não seja necessário energia para manter a magnetização remanescente, é necessária para
a produzir. Esta energia dissipada num ciclo de histerese completo é dada aproximadamente pela
relação:

⃗⃗⃗⃗⃗
⃗ 𝑑𝐵
𝑤 = 𝑉∫ 𝐻
𝐵

sendo 𝑉 o volume do material ferromagnético. O integral pode ser calculado geometricamente,


visto que corresponde à área do ciclo de histerese conforme representado na Fig. 2b).

Verificação Experimental

Para verificarmos experimentalmente a histerese ferromagnética, iremos usar o núcleo de um


transformador com dois enrolamentos (vidé Fig. 4). Num enrolamento (o primário) iremos fazer
passar uma corrente que possamos variar a sua intensidade. A corrente será medida através de uma
resistência de baixo valor, colocada em série com o enrolamento. A medida desta corrente é
⃗.
diretamente proporcional à intensidade do campo magnetizante 𝐻

Figura 4. Esquema eléctrico da montagem para verificação experimental do ciclo de histerese. Os rectângulos negros representam
os enrolamentos e os traços verticais o núcleo do transformador
A medida da intensidade do campo é realizada com o recurso a um segundo enrolamento
(secundário). A tensão 𝑉2 , neste enrolamento com 𝑁2 espiras, é descrita pela Lei de Faraday (vidé
trabalho prático nº 5) que pode ser expressa por:

𝑑𝐵
𝑉2 = − 𝑁2 𝑆
𝑑𝑡

onde 𝑆 é a secção transversal do núcleo do transformador e 𝐵 o módulo do campo magnético. Com


base nesta relação, 𝐵 pode ser calculado a partir do integral (não levando em conta o sinal):

1
𝐵= ∫ 𝑉2 𝑑𝑡
𝑁2 𝑆

Os componentes 𝑅2 e 𝐶 representados na Fig. 4 estão ligados numa montagem que funciona como
um integrador de tensão. Quando 𝑉𝑐 ≪ 𝑉2.

1
𝐵= ∫ 𝑉2 𝑑𝑡
𝑅2 𝐶

Deste modo, 𝐵 é dado por:

𝑅2 𝐶𝑉𝑐
𝐵=
𝑁2 𝑆

A medição da tensão 𝑉𝑐 aos terminais do condensador é proporcional a 𝐵 através da constante que


𝑅2 𝐶
pode ser calculada 𝑁2 𝑆

O uso de uma tensão 𝑉1 alternada, permite a repetição do ciclo de histerese com uma frequência f
igual à frequência de 𝑉1 e a sua fácil visualização num osciloscópio em modo 𝑋𝑌. Com esta
montagem, não é possível observar a curva da primeira magnetização.

Equipamento

É necessário o seguinte equipamento para a realização da montagem experimental:

• 1 núcleo em 𝑈 de transformador, desmontável

• 1 bobine com 50 espiras (com ligações de 10 em 10 espiras)

• 1 bobine com 250 espiras


• 1 osciloscópio digital (com saída para impressora)

• 1 impressora

• 1 gerador de tensão alternada (50 Hz) com amplitude variável e corrente até 6A.

• 1 placa de montagem

• 1 condensador de 10 µF

• 1 resistência de 100 kΩ

• 1 resistência de 0,1 Ω / 3W

• 1 cabo BNC/BNB

• 1 Tê BNC (MFF)

• 2 cabos BNC / bananas

A montagem está ilustrada na Fig. 4. Alguns dos equipamentos indicados podem ser substituídos
por outros com especificações equivalentes.

Figura 4. Montagem experimental


Aplicação

Histerese pode ser utilizada para filtrar sinais de forma que a saída reaja de maneira retardada à
história desse sinal. Por exemplo, um termostato controlando um aquecedor pode acioná-lo quando
a temperatura cai abaixo da temperatura de 'A' graus Celsius, mas só desligará quando a
temperatura ultrapassar 'B' graus Celsius.

Um Disparador Schmitt é um circuito eletrônico simples que também exibe essa propriedade.
Geralmente, uma quantidade de histerese é intencionalmente adicionada ao circuito eletrônico (ou
algoritmo digital) para prevenir chaveamentos (troca de estados) rápidos.

Figura 5. Curva de histerese de um Disparador Schmitt

ANEXOS

Curva normal de magnetização para materiais ferromagnéticos:


Considerações Finais

Durante um ciclo de magnetização, uma quantidade de energia, proporcional á área do ciclo


histerético, não é devolvida, sendo gasta no trabalho de orientação dos domínios magnéticos. Parte
desta energia é dissipada sob a forma de calor, constituindo as chamadas perdas por histerese. Ou
seja, energia que não é devolvida num ciclo de magnetização completo.
Bibliografia

 Bertotti, Giorgio. Hysteresis in Magnetism: For Physicists, Materials Scientists, and


Engineers (21 de maio de 1998).
 Almeida, M.P.; Costa, U.M.S. (março de 2000). «Exemplo de Histerese com um Sistema
de Massa-Mola» . Revista Brasileira de Ensino de Física. 22

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