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Curso de Engenharia Civil

Curso de Engenharia Civil

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE DRENAGEM DE


ÁGUAS PLUVIAIS NA ZONA DA MANGA-MUNGASSA

Orientador: Msc Eng. Fernando Cumbana


Estudante: Belmiro Sitole

Beira, Maio de 2022

Implantação de sistema de drenagem de águas pluviais na zona da manga-mungassa . Belmiro Sitole


INTRODUÇÃO Curso de Engenharia Civil

Em zonas densamente povoadas ou de alto valor patrimonial, as consequências das


inundações ou cheias podem ser significativas em termos materiais e até de vidas
humanas. Podem enumerar-se os benefícios que advém da implantação de uma
obra de drenagem nos danos a evitar: as perdas de bens e serviços, a redução de
doenças e mortalidade decorrentes do contato direto com a inundação, as melhorias
na condição de vida das populações e os impactos visuais na paisagem urbana
(Marques, 2013). A zona de Manga Mungassa tem registado problemas que advém
das águas da chuva a já algum tempo. Problema enfrentado na maior parte dos
bairros de nosso Pais, as águas da chuva não tendo um sistema que encaminhe
para um destino apropriado escorem pelas ruas, invadem propriedades, causando
danificação e em certos casos destruição. No presente trabalho será proposto como
ponto inicial a implantação de um sistema de drenagem de água pluvial em que será
apresentado o traçado da rede e em seguida o dimensionamento dos componentes.
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OBJETIVOS Curso de Engenharia Civil

Objetivo geral:
Implantação de um sistema de drenagem de modo a fazer face ao problema de
enchente na zona de Manga Mungassa.

Objetivos específicos:
Fazer uma revisão bibliográfica acerca de sistemas de drenagem;
Definir os parâmetros hidrológicos para região em estudo;
Conhecer as características geológicas da região em estudo;
Conhecer as características da topografia da zona de estudo;
Dimensionar os componentes do sistema

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Hipótese Curso de Engenharia Civil

Segundo Gil (2002), hipótese é uma solução possível, mediante uma proposição. Assim
sendo, a hipótese é a proposição testável que pode vir a ser a solução do problema.

Como resposta ao problema a microdrenagem tendo em conta a previsão de ser a zona de


Manga Mungassa densamente urbanizada, pode constituir o passo de relevância para
minimizar os efeitos causados pelas águas sobre infraestruturas e moradores contribuindo
para o desenvolvimento, organização e melhoria na qualidade de vida dos utentes.

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FORMULAÇÃO DO PROBLEMA Curso de Engenharia Civil

A Cidade da Beira tem uma população urbana em pleno crescimento


sendo a taxa atual de 6,4%, taxa esta bastante alta. Como resultado
disso, mais de 50% da cidade atual é constituído por domicílios
urbanos informais, sem acesso a infraestruturas básicas de
saneamento e gestão de resíduos. A zona em estudo tem sido
assolada por enchente principalmente em tempos de chuva intensa e
de curta duração, realidade que e vivida a anos pelo bairro da manga
estando ela em crescimento surge a necessidade de intervenção em
termos de infraestruturas básicas de saneamento. A falta desta
infraestrutura faz surgir problemas como destruição de infraestruturas,
vias de acesso, doenças e em certos tempos morte de moradores
segundo o que foi apurado ao longo da pesquisa. Deste modo fica em
causa o desenvolvimento e a organização da zona.

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CAPITULO I: REFERENCIAL TEÓRICO Curso de Engenharia Civil

SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA


A finalidade dos sistemas
de drenagem é recolher,
transportar e rejeitar nos
meios receptores, em
condições apropriadas, as
águas residuais domésticas,
comerciais e industriais e as
águas pluviais. Estes
podem der separativos,

Fig.1 . Esquema exemplificativo de sistema unitário e sistema separativo (EPA, 2014)

unitários, mistos, ou pseudo


separativo
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CAPITULO I: REFERENCIAL TEÓRICO Curso de Engenharia Civil

SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA

Componentes dos sistemas de drenagem

Os sistemas de drenagem de água pluvial são constituídos,


essencialmente, por redes de coletores e órgãos acessórios, podendo
dispor de órgãos especiais e instalações complementares. Assim:

Rede de coletores
A rede de coletores é o conjunto das canalizações que visa
assegurar a condução das águas pluviais desde os dispositivos de
entrada, até um ponto de lançamento ou destino final (Marques et al.,
2013).

Órgãos e acessórios
Os órgãos acessórios são, nomeadamente:
 
• Dispositivos de entrada – sarjetas de passeio ou sumidouros de
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grades.
.
CAPITULO II: CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Definição da zona de implantação do projeto


e topografia

A área escolhida, para a implantação localiza-se na


cidade da Beira no Bairro da Manga Mungassa
Estando esta localizada no posto administrativo 4
(Manga Loforte).
Figura 2. Área de Estudo delimitada

Para o estudo foi demarcada uma área total de


aproximadamente 3.5km2. sendo a área total
drenante a rede 1 de 0.6059km2 e 0.5549km2 para
rede 2. E com o auxilio de imagens de satellite
definiu-se a topografia da zona e atraves do
AutoCad civil 3d as cotas nos trexos de rede

Figura 3 Topografia da zona

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CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Definição dos parâmetros Hidrologicos


Coeficiente de escoamento superficial
Figura 3. Mapa dos diferentes tipos de ocupações

A partir da tipologia e
características da área a
drenar foi possível
Determinar o coeficiente
de Runoff tendo se obtido
Tabela 1 coeficiente de Run-off/para diferentes ocupações
uma media C=0.7
Classificação Coeficiente de escoamento Área(Km2) C*A
Parques 0,25 85,134 21,2835
Zona de edifícios 0,5 772 386
Comercial muito importante 0,8 685,072 548,0576
Comercial 0,7 86,461 60,5227
Relvado sobre solo permeável 0,15 155,101 23,26515
Pavimento betuminoso 0,85 387 328,95
Fonte:autor
Total   472,134 350,2335
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CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Definição dos parâmetros Hidrologicos

Precipitação de projeto Período de Retorno


Intensidade de precipitação - é a intensidade média É o intervalo de tempo que decorre,
máxima da precipitação para uma duração igual ao em média, para que um determinado
tempo de concentração (tc), e para um período de evento seja igualado ou excedido. O
retorno (T), curvas I-D-F. A precipitação de projeto será período de retorno adoptado foi de 2
obtida com base em curvas IDF válida para Maputo que anos para rede 1 e 5 anos para rede
possui valores similares aos da Beira segundo a 2 segundo a tabela abaixo
expressão:
Tabela 7 Intensidade de precipitação na Beira, pelo decreto no 30/2003 Período de retorno em função da ocupação urbana com vista ao projeto de
drenagem de águas pluviais.
(11o simpósio de Hidráulica)

Fonte: 11o simpósio de Hidráulica Fo


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CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Traçado da rede de drenagem de águas pluviais

O traçado em planta (figura 4) da rede de drenagem de


águas pluviais foi projetado através do software
AutoCAD aproveitando-se os recursos que este oferece
por forma a acompanhar o traçado proposto para os
arruamentos. No que toca ao traçado em perfil, a
profundidade de assentamento dos coletores não deve
Figura 4. traçado das redes de drenagem de águas pluviais
ser inferior a 1 m, medida entre o seu extradorso e o
pavimento dos arruamentos. Para o dimensionamento a
rede foi dividida em 2 conforme a figura 4 em que a
rede 1 tem por receptor o rio Mungassa e a rede 2 a
linha de agua ilustrada no anexo II.

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CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Determinação da vazão de projeto


Por se tratar de um projeto de microdrenagem para o cálculo da vazão de projeto foi
utilizado o método racional dado pela expressão:

Tabela 2 Valores dos caudais de ponta (Rede 1 e 2).

C I(mm/h) A(Km2) Q(m3/s)


0,7 154,6 0,6059 18,21402722
0,7 208,6 0,5549 22,50736056

Para cálculo de Diâmetros dos colectores foi usada a lei de resistência de Manning-
Strickler:

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CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Critério de Dimensionamento de Drenagem de Águas Pluviais


Colectores
Para o dimensionamento dos colectores considerou-se uma 𝑣𝑚á𝑥= 5𝑚/𝑠 e 𝑣𝑚í𝑛= 0,9𝑚/𝑠
Artigo 109(RGSPPDADAR). Altura de escoamento y/D=0.75, Inclinação mínima 𝑗𝑚í𝑛= 0,3
% Inclinação máxima 𝑗𝑚á𝑥= 15 % e uma profundidade mínima de assentamento dos
colectores 𝐻𝑚í𝑛 = 1 𝑚 (artigo 113).
Valetas
Para o dimensionamento das valetas considerou-se uma velocidade máxima de
escoamento 𝑣𝑚á𝑥= 3 𝑚/𝑠, altura máxima de escoamento nas valetas de 80% da altura da
valeta e uma Inclinação mínima 𝑗𝑚í𝑛= 0,5 % artigo 110 (RGSPPDADAR).
Ramais de Ligação
O dimensionamento de ramais de ligação a rede considerou-se uma Inclinação mínima
𝑗𝑚í𝑛= 1 %, Inclinação máxima 𝑗𝑚á𝑥= 4 % Artigo 130 Aconselhável 𝑗 = 2 - 4 %

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CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Dimensionamento hidráulico dos dispositivos do Sistema

Os arruamentos da zona possuem um declive fraco em certos trechos pelo que prevê-
se o uso de sarjetas de passeio ou sumidouros conforme os caudais escoados e com
câmaras de visita dispostas no eixo da via pública.

O dimensionamentos dos coletores foi feito usando os recursos que o Autocad Civil
3D dispõe, fazendo-se extração das cotas através de imagens de satélite oferecido
pelo Google Maps e Google Earth assim como a extensão de trechos do sistema.

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Tabela 8 – Resultados de dimensionamento dos coletores da rede 1 de drenagem pluvial (Rede 1).

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REFERENCIAL TEÓRICO Curso de Engenharia Civil

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CASO DE ESTUDO Curso de Engenharia Civil

Perfil longitudinal dos trechos do coletor principal (REDE 1 e 2)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Curso de Engenharia Civil

Câmaras de Visita

As câmaras de visita terão profundidades superiores a 1,6 m. Segundo as


disposições regulamentares que têm em conta as dimensões dos colectores serão
usadas câmaras dois tipos de câmara de visita um tipo para colectores com diâmetro
inferior a 600 mm e outras com diâmetros superiores a 600 mm.

Ponto de descarga

As águas recolhidas pelo sistema tem por corpo recetor o rio mungassa (rede 1) e a
linha de água existente na zona (rede 2).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Curso de Engenharia Civil

É de previsão que a zona de implantação seja densamente habitada e com a


implantação do sistema de microdrenagem seria um ponto de partida para a
melhoria na organização, problema de falta de um sistema que possa coletar e
transportar as águas para o meio adequado prevenindo inundações. É de salientar
que a zona precisa de uma série de intervenções no que diz respeito a nivelamento,
existem pontos em que seria necessário ser feitos aterros e escavações estando a
ser registados avanços significativos neste sentido.

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RECOMENDAÇÕES Curso de Engenharia Civil

Aos técnicos e dirigentes do Conselho Municipal da Beira, como continuidade da proposta


apresentada no presente trabalho, recomenda-se que:

• Se elabore um plano de reassentamento da população com vista a proceder-se ao


reordenamento da zona.

• Se elabore um estudo detalhado acerca das características geotécnicas do solo,


principalmente na unidade do goto por forma a garantir a qualidade necessária ao bom
funcionamento da estrutura do pavimento proposto.

• Haja um plano de limpeza/manutenção regular dos órgãos de entrada. Este plano deve
ser articulado com possíveis previsões de chuvadas que provoquem inundações e
deve identificar as zonas de risco prioritárias em casos de alarme.

• A implantação do sistema proposto seja acompanhado pela construção de canais


abertos com a vista a melhorar futuramente a eficiência do mesmo.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Curso de Engenharia Civil

ALFEU, Marques; Hidrologia urbana - SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA, Lisboa


Janeiro de 2013.

PADRÃO, Vítor – Rede de drenagem de águas pluviais Mestrado Integrado em


Engenharia Civil - 2015/2016 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2016;

Helder R.E. Francisco, 11º Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos países de


expressão Portuguesa; 27 a 30 de Maio de 2013-Maputo, Moçambique

COLACO, Timoteo; La gestión de riesgo de inundaciones desde la perspectiva de los


actores caso de estudo cidade da beira

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OBRIGADO

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