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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


CURSO: ENGENHARIA CIVIL

PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL DE CASAS NA CIDADE DA BEIRA


USANDO TIJOLO ECOLÓGICO

Belmiro Cardoso Mutaquiha

Beira

Setembro de 2022
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO: ENGENHARIA CIVIL

PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL DE CASAS NA CIDADE DA BEIRA


USANDO TIJOLO ECOLÓGICO

Belmiro Cardoso Mutaquiha

Projecto de Conclusão de Curso


apresentado a Faculdade de Ciências
e Tecnologia - Universidade
Zambeze como requisito para a
obtenção do grau de Licenciatura em
Engenharia Civil, sob orientação do
Eng. Cesário Cassamo

Beira

Setembro de 2022
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, BELMIRO CARDOSO MUTAQUIHA declaro que esta monografia é resultado do


meu próprio trabalho e está a ser submetida para obtenção do grau de Licenciatura na Universidade
Zambeze - Beira. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em
nenhuma outra universidade.

Beira, aos ____ de ___________________ de 2022

__________________________________

(Belmiro Cardoso Mutaquiha)


DEDICATÓRIA
EPÍGRAFE
INDICE

RESUMO.......................................................................................................................................................................i

ABSTRACT ................................................................................................................................................................ ii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................................ iii

LISTA DE ABREVIAÇÕES ......................................................................................................................................v

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................................vi

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................1

OBJETIVOS ................................................................................................................................................................ 2

Objectivo Geral ............................................................................................................................................................ 2

Objectivos Específicos .................................................................................................................................................2

METODOLOGIA ........................................................................................................................................................4

Estrutura do Trabalho ................................................................................................................................................5

CAPÍTULO I: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .........................................................................................................6

1.1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................6


1.2. Contextualização ........................................................................................................................................6
1.3. Breve historial da construção ....................................................................................................................7
1.3.1. História da alvenaria ............................................................................................................................ 8
1.3.2. Alvenaria ........................................................................................................................................... 11
1.4. Tipos De Alvenaria ................................................................................................................................... 12
1.4.1. Alvenaria Simples ............................................................................................................................. 12
1.4.2. Alvenaria Estrutural .......................................................................................................................... 13
1.4.3. Alvenaria Armada ............................................................................................................................. 13
1.4.4. Alvenaria Mista ................................................................................................................................. 14
1.4.5. Alvenaria de Vedação........................................................................................................................ 14
1.5. Sustentabilidade ....................................................................................................................................... 19
1.5.1. Sustentabilidade e Construções ......................................................................................................... 19
1.5.2. Reciclagem de Rejeitos da Construção Civil ..................................................................................... 20
1.5.3. A Utilização do Solo como Material de Construção ......................................................................... 21
1.6. Tipos De Tijolos ........................................................................................................................................ 22
1.6.1. Tijolos Ecológico .............................................................................................................................. 22
1.6.2. Bloco De Concreto ............................................................................................................................ 23
1.6.3. Tijolo Cerâmico ................................................................................................................................. 23

1.7. Tijolos Ecológicos Mais Usados ................................................................................................................... 24


1.7.1. Meio Tijolo Ecológico Modular Padrão ............................................................................................ 24
1.7.2. Tijolo Ecológico Maciço Modular Padrão ........................................................................................ 24
1.7.3. Tijolo Ecológico Canaleta Modular Padrão ...................................................................................... 25

1.8. Fábrica de Tijolo Ecológico ......................................................................................................................... 27


1.8.1. Matéria – Prima ................................................................................................................................. 28
1.8.2. Equipamentos e Processo Produtivo .................................................................................................. 28
1.8.3. Resíduos Gerados .............................................................................................................................. 31
1.8.4. Consumo De Energia ......................................................................................................................... 31
1.8.5. Testes Realizados .............................................................................................................................. 31
1.8.6. Teste de impacto corpo duro e corpo mole conforme Método NBR 15575–4 (ABNT, 2013) ......... 32
1.8.7. Teste De Impacto De Corpo Duro ..................................................................................................... 33
1.8.8. Teste De Impacto De Corpo Mole ..................................................................................................... 36
1.8.9. 4.2.2 Teste de absorção de água conforme NBR 8491 (ABNT, 2012) e NBR 8492 (ABNT, 2012) 38
1.8.10. Determinação da resistência a compressão conforme NBR 8491 (ABNT, 2012) e NBR 8492
(ABNT, 2012) ..................................................................................................................................................... 42

Análise dos resultados encontrados ............................................................................................................................. 45


1.9. Vantagens E Desvantagens ...................................................................................................................... 47

CAPÍTULO II: CASO DE ESTUDO ....................................................................................................................... 48

2.0. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 48


2.1. Localização da Cidade da Beira ....................................................................................................................... 48
2.2. Geografia .......................................................................................................................................................... 49
2.3. Demografia ....................................................................................................................................................... 49
2.4. Climas e solos .................................................................................................................................................. 50
2.5. Estado atual das construções no inhamizua ...................................................................................................... 50
1.10. Custo do tijolo modular de solo-cimento ................................................................................................... 52

CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................ 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................................... 55

ANEXO ....................................................................................................................................................................... 59
i

RESUMO

A construção civil é grande consumidora de matérias – primas e consequentemente causadora de


grande impacto ambiental. Desta forma no intuito de mitigar estes impactos, o mundo todo tem
procurado novas tecnologias, materiais e procedimentos que causem um menor dano ao meio
ambiente. Com a possível escassez de recursos naturais, a construção civil, que consome grande
parte desses recursos, procura reduzir o consumo e minimizar os impactos gerados. O Tijolo de
Solo-Cimento, que é feito de solo, água e cimento, é uma opção para suprir essas necessidades,
uma vez que possui fácil processo de fabricação, favorecendo a redução de custos e prazo de
construção pretende-se no presente trabalho propor o uso deste material em construção de
alvenaria na Beira tendo em conta a realidade económica do pais.

PALAVRAS-CHAVE: Tijolo ecológico. Sustentabilidade. Construção civil


ii

ABSTRACT

Civil construction is a great consumer of raw materials and consequently causes a great
environmental impact. Thus, in order to mitigate these impacts, the whole world has been looking
for new technologies, materials and procedures that cause less damage to the environment. With
the possible scarcity of natural resources, civil construction, which consumes a large part of these
resources, seeks to reduce consumption and minimize the impacts generated. The Soil-Cement
Brick, which is made of soil, water and cement, is an option to meet these needs, since it has an
easy manufacturing process, favoring the reduction of costs and construction time. the use of this
material in masonry construction in Beira, taking into account the country's economic reality.

KEYWORDS: Ecologic brick. Sustainability. Civil Construction


iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1. Conjunto monumental de Gizé, Egito. (Hipólito de Sousa, 2002) ............................................. 8
Figura 2. Maqueta moderna do templo de Jerusálem e bairro envolvente. (Hipólito de Sousa, 2002)......... 9
Figura 3.Edifício Monadnock. (Steve Minor, 2009) ................................................................................... 10
Figura 4. Alvenaria. (Gostavo, 2009) ......................................................................................................... 12
Figura 5.Exemplo de estruturas de alvenaria simples. (Paulo B, 2007)...................................................... 12
Figura 6.Exemplo de estruturas de alvenaria armada. (Paulo B., 2007) ..................................................... 13
Figura 7.Estruturas de alvenaria com armaduras. (Hipolito de Sousa, 2003) ............................................. 14
Figura 8. Alvenaria de pau a pique. (Novas Ikos, 2016)............................................................................. 15
Figura 9.Execução de alvenaria de taipa de pilão. (Ana Veraldo, 2012) .................................................... 15
Figura 10.Escadaria do Zigurate de Ur. (Hipólito de Sousa, 2002) ............................................................ 16
Figura 11.Execução de tijolo adobe. (Sustentarte, 2015)............................................................................ 16
Figura 12. Parede de vedação com tijolo adobe. (Mariana Lima, 2010) .................................................... 17
Figura 13.Alvenaria de tijolo maciço. (Ceskestavby, 2012) ....................................................................... 17
Figura 14.Alvenaria de tijolo furado. (TP Engenharia, 2017) .................................................................... 18
Figura 15.Alvenaria de bloco de concreto .................................................................................................. 18
Figura 16.construção ecologicamente correta: Lucas faria da silva (2011) ................................................ 20
Figura 17.Tijolo de Solo-Cimento (CIA DO BEM, 2011) ......................................................................... 22
Figura 18.Bloco de concreto (PR-2 ABCP, 2005) ...................................................................................... 23
Figura 19.Meio tijolo ecológico modular padrão (www.tijolo.eco.br) ....................................................... 24
Figura 20.Tijolo ecológico maciço modular padrão ................................................................................... 25
Figura 21.Passagem das instalações elétricas e hidráulicas
(http://www.tijolosolocimento.com.br/2013/06/) ....................................................................................... 25
Figura 22.Canaleta modular padrão (www.tijolo.eco.br) ........................................................................... 26
Figura 23.Saibro utilizado na confecção dos tijolos ecológicos, Tijoleko (ELAINE SANTOS, 2018) ..... 28
Figura 24.Esquipe – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico ............................................ 29
Figura 25.Misturador – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico. (ELAINE SANTOS,
2018) ........................................................................................................................................................... 29
Figura 26.Peneira – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico (ELAINE SANTOS, 2018) . 30
Figura 27.Esteira – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico. (ELAINE SANTOS, 2018) . 30
Figura 28.Prensa hidráulica – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico. (ELAINE
SANTOS, 2018).......................................................................................................................................... 31
Figura 29. Assentamento dos tijolos durante execução de protótipo. ......................................................... 32
iv

Figura 30.Assentamento dos tijolos durante execução de protótipo. (ELAINE SANTOS, 2018) ............. 33
Figura 31.Execução do teste de corpo duro. (ELAINE SANTOS, 2018) ................................................... 34
Figura 32.Resultado do teste de corpo duro. (ELAINE SANTOS, 2018) .................................................. 36
Figura 33.Detecção do deslocamento da parede. (ELAINE SANTOS, 2018) ........................................... 37
Figura 34.Procedimento executivo do teste de impacto de corpo mole. (ELAINE SANTOS, 2018) ........ 37
Figura 35.Corpos de prova em estufa para secagem. (ELAINE SANTOS, 2018) ..................................... 42
Figura 36.Ensaio de resistência a compressão. (ELAINE SANTOS, 2018)............................................... 43
Figura 37.Planta de localização da área em estudo. (Google Eatrh, 2022) ................................................. 48
Figura 38.Estado atual das construções no bairro de Inhamizua. ............................................................... 51
Figura 39.Composição dos tijolos de solo-cimento .................................................................................... 51
Figura 40. Planta de piso do projeto com tijolo ecológico. Fonte: xxv seminário de iniciação científica .. 52
v

LISTA DE ABREVIAÇÕES
vi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Tipos mais comuns de tijolos ecológicos ..................................................................................... 26


Tabela 2. Impactos de corpo duro para vedações verticais externas ........................................................... 34
Tabela 3 Resultados levantados após realização de teste de corpo duro. (ELAINE SANTOS, 2018) ....... 35
Tabela 4 Impactos de corpo mole para vedações verticais externas. NBR 15575-4 (ABNT, 2013) .......... 36
Tabela 5 Resultados do teste de impacto de corpo mole. (ELAINE SANTOS, 2018) ............................... 38
Tabela 6 Dimensão Nominal a ser atendida, NBR 8491 (ABNT, 2012) .................................................... 38
Tabela 7 Dimensão Nominal a ser atendida, NBR 8491 (ABNT, 2012) .................................................... 39
Tabela 8 Identificação da massa seca dos corpos de prova. (ELAINE SANTOS, 2018) ........................... 39
Tabela 9 Massa saturada dos corpos de prova. (ELAINE SANTOS, 2018) ............................................... 40
Tabela 10 Valores de absorção de água. (ELAINE SANTOS, 2018)......................................................... 40
Tabela 11 Determinação da massa seca dos corpos de prova cerâmicos. (ELAINE SANTOS, 2018) ...... 41
Tabela 12 Resultados obtidos pelo teste de absorção de água em tijolos cerâmicos. (ELAINE SANTOS,
2018) ........................................................................................................................................................... 42
Tabela 13 Resultados obtidos pelo teste de resistência a compressão em tijolos ecológicos. (ELAINE
SANTOS, 2018).......................................................................................................................................... 43
Tabela 14 Resultados obtidos pelo teste de resistência a compressão em tijolos cerâmicos. (ELAINE
SANTOS, 2018).......................................................................................................................................... 44
Tabela 15. Orçamento de Bloco Cerâmico 9 furos. Fonte: xxv seminário de iniciação científica ............. 59
Tabela 16: Orçamento Tijolo Ecológico. Fonte: xxv seminário de iniciação científica ............................. 60
vii
1

INTRODUÇÃO

A preocupação com a possível escassez dos recursos naturais é a principal justificativa para o
aumento da busca pela sustentabilidade. Desta forma, a cada dia, procuram-se materiais e técnicas
que minimizem os impactos ambientais.

A indústria da construção é tida como o setor de atividades humanas que mais consome recursos
naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando consideráveis impactos ambientais. Estima-
se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam
provenientes da construção.

É indiscutível a importância da busca por construções mais sustentáveis, pois os recursos do


planeta são finitos e o crescimento da população e de suas atividades têm gerado há séculos grandes
violências contra o meio ambiente. (PISANI, 2005).

Na busca de minimizar os impactos ambientais provocados pela construção civil, surge a ideia da
construção sustentável e uma das alternativas seria a utilização do tijolo ecológico. Os tijolos
ecológicos são assim chamados pois não são queimados em fornos como o tijolo convencional, o
que evita cortes de grande número de árvores e também a emissão de gases poluentes na atmosfera,
diminuindo o descarte de materiais o que faz com que consequentemente haja uma redução do
desperdício nas obras.

Há muito tempo o solo vem sendo utilizado como material na construção civil, encontrando-se
ainda obras que resistiram ao tempo, mantendo sua qualidade estética e sua qualidade estrutural;
no entanto essa técnica vem sendo aperfeiçoada ao longo dos anos.

O desafio da construção civil é unir qualidade de vida a moradias sustentáveis, otimizando


processos construtivos e diminuindo custos. Produzido através da mistura de um tipo de solo,
cimento e água, o tijolo ecológico traz mais agilidade e resistência à obra. Com um desenho
inovador e faces regulares e lisas, o tijolo possui pequenos encaixes e furos centralizados, que
permite que os sistemas hidráulicos e elétrico sejam embutidos evitando quebras.
2

OBJETIVOS

Objectivo Geral

 Propor o uso de tijolo ecológico como alvenaria trazendo sustentabilidade no setor de


construção civil na cidade da Beira

Objectivos Específicos

 Realizar um comparativo de custo de uma alvenaria tradicional com uma alvenaria de


solo-cimento, verificando o custo/benefício
 Buscar novas soluções construtivas;
 Redução nos desperdícios de material;
 Redução do défice habitacional;
 Conservação do meio ambiente

Justificativa

Todo cidadão tem direito de viver num ambiente equilibrado e sobre um teto seguro. Tendo em
conta, um dos projetos conhecido como “CASA JOVEM”, os preços estão estipulados entre 5 à 6
salários mínimos por mês. Olhando para a realidade de Moçambique, dos 30 milhões de habitantes
somente 47% é que estão empregados, isto é, mais que à metade da população não tem emprego
ou fonte de rendimento. Venho com à proposta uso de tijolos criados com material reciclado a
partir de materiais deixado como desperdício em obras como alternativos para a construção. Este
tijolo é feito com base no solo, resíduos de construção como um reaproveitamento dos materiais
recondicionados com mistura de cimento e água. Portanto desta solução simples, económico, baixo
custo, susentavel e ecologica que é amigo do ambiente. Após as calamidades naturais como os
ciclones IDAI, Chalane e Eloise, afectou á cidade da Beira, residentes dessa urbe testemunhou o
estrondo causado por esse fenómeno afectando desde as vias de acesso até desabamento de
algumas residências. Visto que, após o fenómeno é possível notar nos dias de hoje rastros de danos.
O tema é de extrema importância, pois visa á inovação de construções sustentáveis de baixo custo
sem comprometer à qualidade.
3

Hipótese

Com à tendência de construção no país, tendo em conta o custo elevados dos matérias, associados
com o custo de vida actual assolado pela à pandemia global do COVID-19, além das calamidades
naturais recém passadas, cidade da Beira é considerada uma das cidades mais complexas para à
prática de construção por se encontrar abaixo do nível do mar como primeira situação, os seus
solos encontram-se saturados e possuem características argilosa. Hipótese: Criação de tijolo na
base de resíduos de construção, para o uso edificações de 1 piso, para as populações com fonte de
rendimento básico
4

METODOLOGIA

Um dos métodos utilizados no artigo foi a pesquisa bibliográfica. Esse meio de pesquisa tem o
intuito de encontrar uma série de informações que comprovem a existência ou não de uma
determinada hipótese que é o objetivo do estudo, a partir dali foi possível adquirir uma série de
conteúdo, dados e informações que colaboraram para a elaboração do projeto de pesquisa. Alguns
meios de comunicação como os jornais, a televisão e principalmente a internet, trazem informações
um tanto quanto equivocadas e de caráter duvidoso. Portanto é necessário, averiguar os fatos e
buscar mais de uma fonte de informações sobre o assunto. A busca em artigos académicos auxiliou
a pesquisa teórica, para um maior enriquecimento do conteúdo científico fundamental para o
desenvolvimento da pesquisa. Uma base teórica é fundamental para o avanço de qualquer campo
da ciência, um exemplo é o trabalho de Darwin, elaborado com o intuito de provar algo, a origem
da espécie humana, um trabalho essencialmente teórico que contribuiu para a evolução de novas
ideias e novas discussões (OLIVEIRA, 2002).
5

Estrutura do Trabalho

A presente monografia tem como estrutura o seguinte: introdução, dois capítulos, conclusões e
recomendações, bibliografia e anexos.
Introdução: apresenta-se o problema de pesquisa, as hipóteses e os objectivos da pesquisa.

Capítulo I: aborda a fundamentação teórica, apresentando todos os conteúdos relevantes sobre o


tema de pesquisa.

Capítulo II:
Conclusões e Recomendações: apresenta-se um resumo geral com intuito de responder aos
objetivos marcados na introdução e as recomendações acerca da pesquisa.
Bibliografia: expõe-se todos os meios e instrumentos utilizados no desenvolvimento do trabalho,
Anexos: representam-se todas as ilustrações e tabelas adicionais para fortificar a interpretação do
projecto.
6

CAPÍTULO I: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo faz-se uma abordagem genérica e se estabelecem os conceitos teóricos


fundamentais sobre o sistema para concepção de paredes de tijolos ecológicos. Onde mais
concretamente se aborda acerca da história e evolução dos sistemas de construção, tipos de
construção e materiais utilizados, onde fundamenta-se a respeito dos processos construtivos.

1.2. Contextualização

A preocupação com a possível escassez dos recursos naturais é a principal justificativa para o
aumento da busca pela sustentabilidade, assim sendo, a cada dia, procuram-se materiais e técnicas
que minimizem os impactos ambientais.
Na construção civil, setor que consome diariamente inúmeros materiais não renováveis – areia,
cal, água potável, por exemplo, além do entulho e rejeitos de materiais usados, buscam-se
constantemente tecnologias que possam substituir essas fontes. Uma dessas tecnologias é o uso do
solo para confecção de tijolos. O processo baseia-se em uma mistura de solo, cimento e água,
compactada e curada à sombra. Um dos benefícios da adoção desse método é a redução de custos,
do consumo de água, da energia, além de propulsar o desenvolvimento de novos produtos que
7contribuam para o mercado e para a diminuição da poluição.

O tijolo ecológico é uma alternativa para suprir uma carência habitacional devido ao baixo custo
da construção, uma vez que busca valorizar os materiais naturais com facilidades na linha de
produção, é um produto que garante mais agilidade ao longo da construção.
Segundo Mota et al. (2010), o tijolo ecológico ou tijolo de solo-cimento possui solo, cimento e
água em sua composição, e a sua resistência à compressão equipara-se à do tijolo convencional.
Além de outros benefícios, o material em questão é importante devido à sua matéria-prima, que de
acordo com Pisani (2005, p. 53), “é abundante em todo o planeta, não gasta energia para ser
queimado e possui características isolantes”, sendo assim, pode-se economizar energia tanto na
fabricação quanto no condicionamento de ambientes confortáveis.
Com o crescimento da construção civil, existe em todo o planeta a preocupação com a
sustentabilidade, para que, a cada dia, os impactos se tornem cada vez menores – através de
7

medidas ecologicamente corretas, como plantar árvores, utilizar maior quantidade de matéria-
prima reaproveitada. Esse setor é um dos maiores consumidores de matérias-primas naturais. De
acordo com John (2001) estima-se que a construção civil utiliza algo entre 20 e 50% do total de
recursos naturais utilizados pela sociedade. O setor consome enormes quantidades de materiais
com significativo conteúdo energético, que necessitam ser transportados por grandes distâncias.
Visando a diminuir esses impactos, dentre outras medidas, foi desenvolvido o Tijolo Solo-
Cimento, mais conhecido com Tijolo Ecológico.

O Tijolo Solo-Cimento ou Tijolo Ecológico gera uma menor quantidade de resíduos, pode ser
usado na fabricação os resíduos de outras construções e sua matéria-prima é abundante. Produzido
apenas com solo, cimento e água, o tijolo ecológico pode ser montado por encaixe, colocando-se
um sobre o outro, facilitando o assentamento e o tempo de execução e diminuindo a quantidade de
argamassa ou cola empregada. Ocorre que peso das alvenarias fica menor, o que diminui o
dimensionamento das fundações e outras estruturas. Esse tijolo possui dois furos, e isso aumenta
o isolamento térmico e acústico, pois os furos compõem câmaras-de-ar no âmago das alvenarias,
ainda em relação ao tijolo convencional, ele também é mais resistente, impermeável e durável.

1.3. Breve historial da construção

A História da construção debruça-se sobre os fatos e eventos correlacionados direta e


indiretamente à construção arquitetónica e urbana e tem como pesquisadores, profissionais
oriundos de campos distintos do saber científico como arquitetura, urbanismo, engenharia, história,
arqueologia, geografia, sociologia, pedagogia.

É certo que se faz ciência da construção na América desde antes do século XVIII, pelo menos
desde quando os portugueses e espanhóis começaram a se estabelecer no novo continente a partir
do século XVI. Não fazemos aqui um recuo temporal maior levando essa afirmação ao período
pré – colombiano porque acreditamos tal como Ortega y Gasset, que “nem toda técnica é
científica”: e que “quem fabricou os machados de sílex, no período cheleano, carecia de ciência, e
no entanto, criou uma técnica”. E que “só a técnica moderna da Europa tem uma origem científica”
(KATINSKY 2002, p.141).
8

1.3.1. História da alvenaria

A história mostra por sua natural evidência a evolução de cavernas, grutas, calçadas, a consequente
construção de edifícios, palácios, catedrais, pontes e viadutos, estando muitas destas obras ainda
hoje visíveis e com desempenho estrutural considerado satisfatório. Todavia, não existiam escolas
de engenharia nem processos de divulgação interativa das inovações e das novas técnicas
construtivas que se iam desenvolvendo, adaptando e surgindo. As regras de "cálculo" eram
baseadas na experiência, na prática de edificar e na visualização do "comportamento estrutural" ao
longo do tempo dessas construções históricas, seguindo – se regras puramente empíricas e
intuitivas (Gouveia, et. all, 2007, p.2).

O dimensionamento, na época, era empírico e sua concepção estrutural seguia a intuição dos
projetistas, construindo bases com grandes dimensões (MARTINS, 2008). As técnicas de extração
e entalhamento das pedras foi desenvolvida pela civilização em torno do Mediterrâneo para as
construções monumentais da época, como as Pirâmides do Egito (2528 a.C.) e o Templo de Karnak
(15801085 a.C.) do Império Novo, conforme (SOUSA, 2002).

Figura 1.1. Conjunto monumental de Gizé, Egito. (Hipólito de Sousa, 2002)


9

Figura 2. Maqueta moderna do templo de Jerusálem e bairro envolvente. (Hipólito de Sousa, 2002)

O conceito de utilização da pedra no seu estado natural, talhada e aparelhada para fins de
edificação e unidas com argamassas pobres, deu origem a elementos artificiais de construção de
menor dimensão e menor peso para mais fácil manuseamento. Apareceram as casas de terra, as
paredes de adobe com tijolos de barro cozidos ao sol e posteriormente cozidos em fornos. Até aos
anos de 1700 d.C., a inovação de materiais era reduzida a melhores técnicas de produção e eram
desenvolvidos processos sempre mais "sofisticados" para a sua trabalhabilidade.

Entre 1700 e 1900, desenvolvem-se os conceitos de alvenaria armada e de edifícios altos


em alvenaria resistente. Na construção do Panthéon, em Paris, Gauthey estabelece as bases para o
conceito de alvenaria armada. Surgem pontes em Paris, por Perronet, e Marc Brunnel executa o
Túnel sob o Rio Tamisa, em Londres com as colunas de ventilação executadas com paredes de 75
cm de espessura armadas verticalmente com barras de Ø25 mm e com armaduras nas juntas
horizontais. A Igreja de Saint Jean de Montmartre, em Paris, é outro exemplo e alvenaria armada
de tijolos furados constituindo paredes de 12 cm, reforçadas com barras de aço verticais e de juntas.
Entre 1889 e 1891 em Chicago, é construído o edifício Modadnock Building com 16 pisos e com
paredes de espessura de 1,82 m ao nível da base, dá início da construção em altura de edifícios em
alvenaria resistente.

Segundo Gouveia (2007), seguiram-se cerca de 60 anos de estagnação no desenvolvimento de


novas metodologias construtivas em alvenaria. Neste período, desenvolveu-se a tecnologia do
betão armado e da produção de aço, permitindo realizar obras com estruturas reticuladas, mais
10

esbeltas e de grande altura. Com o desenvolvimento de técnicas de produção mecanizada e


controlada por métodos cada vez mais racionais, deu-se origem ao fabrico de elementos de betão
com diversas características (forma, dimensões, leveza e resistência mecânica) fazendo com que
as técnicas construtivas e de aplicação dos elementos se adequassem e difundissem igualmente.
Apesar deste facto, a tradicional técnica de construção em alvenaria não foi tratada como uma
solução estrutural e mesmo como sistema construtivo foi relegada para funções de fechamento e
compartimentação das estruturas porticadas, executadas com os materiais mais modernos. Mesmo
em edifícios de pequeno porte, a sua aplicação com função estrutural foi esquecida da importância
e da evidência que lhes era dada nos tempos anteriores. O material mais antigo o tijolo,
confecionado pelo homem (OLIVEIRA JUNIOR, 1992), era moldado à mão, seco ao sol e,
segundo (SOUSA, 2002), é com os Romanos que o material se estende à atual Europa Ocidental.
Pontes, torres e fortificações representam obras de emprego privilegiado deste material. Os
Romanos apresentam a tecnologia de conformação, aditivo, secagem e cozimento dos tijolos em
fornos a lenha e adquirem o conhecimento de construir com os Etruscos do Oriente, trabalhando
técnicas com abóbodas, como o Pantheon, em Roma. Enquanto isso, na Grécia, tem-se o emprego
da construção em pedras e mármores perfeitamente entalhados, como o Parthenon.

Todavia, foram os Romanos os primeiros a aplicar a alvenaria de diferentes maneiras, fazendo uso
de pedra entalhada, utilizada a seco ou com ligante, experimentando a Pozolana como propriedade
de ligação do material e além do uso de tijolos e blocos. Fomentaram, também, as grandes
realizações urbanas e o desenvolvimento da cidade com uma aparência funcional e organizada
(SOUSA, 2002).

Figura 3.Edifício Monadnock. (Steve Minor, 2009)


11

Em meados do século XX, as estruturas de alvenaria voltam a despertar interesse aos países mais
desenvolvidos, quando encaradas de forma mais moderna com novos dimensionamentos. O
sucesso da alvenaria não se dá apenas pela racionalização da estrutura, segundo Pereira (2005),
mas também por permitir que as paredes desempenhem funções simultâneas além da estruturação
da edificação e vedação do ambiente. A alvenaria nos permite o isolamento térmico e acústico,
proteção e adequação climática e divisões do espaço.

1.3.2. Alvenaria

É uma “arte ou ofício de pedreiro ou alvanel”, ou “tipo de construção constituído de pedras


naturais, irregulares, justapostas e superpostas”.

Uma construção tem como seu componente a alvenaria, definida por Sabbatini e Orlandi (1984)
como uma estrutura rígida constituída por tijolos ou blocos unidos por argamassa. Tauil e Nesse
(2010) colocam a alvenaria como um conjunto vertical coeso, caracterizado por: (...) vedar
espaços, resistir a cargas oriundas da gravidade, promover segurança, resistir a impactos, à ação
do fogo, isolar e proteger acusticamente os ambientes, contribuir para a manutenção do conforto
térmico, além de impedir a entrada de vento e chuva, no interior dos ambientes (TAUIL; NESE,
2010, p. 19).

Modernamente: sistema construtivo formado de um conjunto coeso e rígido de tijolos ou blocos


(elementos de alvenaria), unidos entre si, com ou sem argamassa de ligação, em fiadas horizontais
que se sobrepõem uma sobre as outras. Pode ser empregada na confeção de diversos elementos
construtivos (paredes, abóbadas, sapatas e muros) (Prof. Deivis Marinoski, 2011, p.3).

Os blocos sólidos e resistentes que constituem as alvenarias podem ser simples blocos de pedra,
obtidas pela extração de pedreiras graníticas ou outros tipos de rocha, como também podem ser
fabricados especialmente para esse fim, como blocos cerâmicos, aglomerados com cimento, de
gesso ou mesmo de vidro.

As alvenarias podem ter simplesmente função de divisória e de delimitação, sendo chamadas de


alvenaria de vedação ou de divisão, bem como ter função de estrutura, suportando carga de lajes,
coberturas e caixas d’água, sendo chamada, então, de alvenaria estrutural.
12

Figura 4. Alvenaria. (Gostavo, 2009)

1.4. Tipos De Alvenaria

1.4.1. Alvenaria Simples

Em países com zonas de sismicidade baixa (Alemanha, Holanda ou Noruega) e em também com
risco sísmico considerável (Itália, Espanha) as soluções em alvenaria estrutural simples têm uma
aplicação considerável na construção de novos edifícios de habitação.

Genericamente, esta solução consiste essencialmente na utilização de unidades para alvenaria com
elevada espessura nas paredes envolvente ou de massa considerável com o objetivo de cumprir os
requisitos térmicos.

Na EN 1996-1 e na EN 1998-1 são apresentadas características e exigências para estruturas de


alvenaria simples, sendo estas executadas apenas por panos em alvenaria sem recurso a outros
elementos resistentes, e devendo a nível nacional ter uma aplicação limitada a“zonas consideradas
de baixa sismicidade” Gouveia (2007).

Figura 5.Exemplo de estruturas de alvenaria simples. (Paulo B, 2007)


13

1.4.2. Alvenaria Estrutural

Franco (1992) define a alvenaria estrutural como processo construtivo com a característica
principal das paredes sendo o suporte estrutural da edificação. Essa alvenaria pode ser classificada
quanto ao processo construtivo e ao tipo de material (CAMACHO, 2006).

Quando, por necessidade estrutural, os elementos resistentes possuírem armaduras, classifica - se


a alvenaria como estrutural armada, podendo se ramificar em não armada e parcialmente armada,
variando conforme a solicitação de armadura. A alvenaria pode também ser classificada a partir
do material utilizado, como tijolos ou blocos.

1.4.3. Alvenaria Armada

As paredes de alvenaria armadas, constituem os principais alinhamentos de definição estrutural,


destinadas a resistir a esforços verticais e horizontais. São caracterizadas por panos de parede
resistente dotados de armaduras (ordinárias ou galvanizadas), embebidos na argamassa ou em
elementos internos ao pano executados por betão de enchimento. Para a colocação de armaduras
verticais é recomendável a utilização de unidades de alvenaria de furação vertical contínua, ou de
sistemas que permitam a execução dos montantes.

Este tipo de solução comparativamente às soluções atrás referidas apresenta melhores


características mecânicas e um ótimo comportamento estrutural no que se refere a distribuição de
tensões, dissipação de energia e valores últimos da resistência de corte quando solicitada a ações
horizontais.

Figura 6.Exemplo de estruturas de alvenaria armada. (Paulo B., 2007)


14

1.4.4. Alvenaria Mista

As paredes de alvenaria simples e confinadas podem ser dotadas de armaduras de redistribuição


de esforços essencialmente dispostas nas juntas de assentamento horizontal. A colocação de
armaduras horizontais permite, comparativamente a soluções não armadas, um melhor
comportamento mecânico.

Figura 7.Estruturas de alvenaria com armaduras. (Hipolito de Sousa, 2003)

1.4.5. Alvenaria de Vedação

De outro lado, a alvenaria de vedação estabelece a separação dos ambientes. Cada parede
tem características técnicas e propriedades que atentam divisão, vedação e proteção. Resistência
mecânica, ao fogo, isolamentos térmicos e acústicos também devem ser analisados, da mesma
forma que ensaios de estanqueidade e durabilidade do material (VIEGAS, 2012).

As variações de tipo de material utilizado na alvenaria, seguem a partir da evolução do


material no decorrer dos anos, tais como:

Pau a Pique: Considerada a técnica de construção com terra mais utilizada no período
colonial (VIEGAS, 2012), no século XVIII e XIX. Consiste no preenchimento com barro em
gradeados de madeiras sobrepostas.
15

Figura 8. Alvenaria de pau a pique. (Novas Ikos, 2016)

Taipa de Pilão: esta técnica consiste em preencher formas de madeiras com terra, areia ou
argila e apiloar para sua compactação. As formas, denominadas taipas, seguem procedimento
equivalente ao de execução das formas de concreto para construção.

Figura 9.Execução de alvenaria de taipa de pilão. (Ana Veraldo, 2012)

Pedra: técnica que consiste em cortar e preparar rochas para a construção. É a mais antiga
utilizada pelo homem e compõe grandes obras como catedrais, pontes e castelos. As primeiras
construções consistiam no amontoamento das pedras, ligadas ou não com argamassa ou terra. A
técnica se desenvolveu após o aperfeiçoamento das habilidades com o material, em formas mais
fáceis de aparelhar.
16

Figura 10.Escadaria do Zigurate de Ur. (Hipólito de Sousa, 2002)

Adobe: dentre as técnicas de construção com terra, tem-se o adobe, que faz uso da terra
crua, amassada, descansada e húmida, colocada e formas de madeira retangulares, deixando o
material secar ao sol. Esse procedimento consome pouca energia e faz uso de material local e, pela
característica do material, trabalha bem a regularem de umidade e filtragem do ar.

Figura 11.Execução de tijolo adobe. (Sustentarte, 2015)


17

Figura 12. Parede de vedação com tijolo adobe. (Mariana Lima, 2010)

 Tijolo Maciço: utilizado quando se necessita de maior resistência na edificação,


comumente em revestimento de poços, cisternas, fossas assépticas, muros de arrimos. Quando
comparada a alvenaria com blocos furados, seu inconveniente é o maior consumo por m2, além de
mais consumo de argamassa e mais mão-de-obra. Suas dimensões são em torno de 6 cm x 10 cm
x 20 cm, variando com a região e fornecedor e seu acabamento é bastante explorado na arquitetura.

Figura 13.Alvenaria de tijolo maciço. (Ceskestavby, 2012)

 Tijolo Furado: considerado o componente básico da alvenaria, possui furos prismáticos


ou cilíndricos e comercialmente em número de seis, oito ou dez furos. As paredes executadas com
esse tijolo proporcionam paredes mais económicas, por serem maiores que os tijolos maciços e
mais leves, fazendo com que se use menos material e mais velocidade na execução. Com seu
interior vazado, aprisionam ar garantindo bom comportamento acústico e térmico.
18

Figura 14.Alvenaria de tijolo furado. (TP Engenharia, 2017)

Bloco Concreto: a alvenaria não armada com blocos de concreto parecem ser uma das
técnicas mais promissoras, na economia proporcionada e na quantidade de fornecedores já
existentes (VIEGAS, 2012). A vantagem deste método se dá na menor demanda de tempo de
assentamento e revestimento, menor quantidade de material para assentamento melhor
acabamento. Como desvantagem, nota-se a falta de corte do bloco, o aparecimento dos desenhos
dos blocos em dias de chuva, devido a diferença de absorção de umidade dos blocos com a
argamassa.

Figura 15.Alvenaria de bloco de concreto


19

1.5. Sustentabilidade

De acordo com Bellen: A sustentabilidade é um conceito fundamentalmente normativo, ela implica


a manutenção, para cada geração, de um nível socialmente aceitável de desenvolvimento humano
(BELLEN, 2005, p.68).

Diversas áreas perceberam a importância de se adequarem a essas novas demandas do consumidor,


com isso começou-se a busca pelo desenvolvimento sustentável. Para Bellen (2005), o conceito
surgiu após um longo processo histórico, no qual houve uma reavaliação sobre a relação entre o
meio ambiente e a sociedade.

1.5.1. Sustentabilidade e Construções

Já é sabido que as cidades e seu metabolismo são as grandes responsáveis pelo consumo de
materiais, água e energia, sendo assim razoável pensar que, em um futuro próximo, continuarão a
impactar negativamente sobre o meio natural. Muitos destes impactos negativos são gerados pelo
setor da construção civil, que responde por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da
água utilizada no mundo. De acordo com dados do Worldwatch Institute, a construção de edifícios
consome 40% das pedras e areia utilizados no mundo por ano, além de ser responsável por 25%
da extração de madeira anualmente. É natural que a sustentabilidade assuma, gradualmente, uma
posição de cada vez mais importância neste cenário.

O conceito de Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos que permitam à


construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais de nossa época,
sem renunciar à moderna tecnologia e a criação de edificações que atendam as necessidades de
seus usuários. Questões ambientais vêm sendo mundo, e tornou-se necessário adequar a arquitetura
a esta demanda. Diversos países criaram critérios de avaliação para construções sustentáveis.

Contudo, a construção sustentável deve valer-se de todos os recursos naturais disponíveis como a
iluminação natural, a captação e o aproveitamento das águas da chuva. Além de reservar espaços
apropriados para a coleta seletiva de lixo. Para isso, recomenda-se a utilização de produtos a base
de água e dos totalmente sólidos, pois eles são os mais apropriados pelo fato de não emitir gases
poluentes quando em contato com o oxigénio.

Outras precauções para diminuir aos danos ambientais são o uso de tintas sem solventes, a redução
no consumo de água com a criação de poços artesianos e o uso da energia solar. O conjunto dessas
20

atitudes sustentáveis permite que a construção civil colabore de forma significativa na preservação
ambiental. Em algumas cidades os restos de obras estão sendo reaproveitados em outras
construções gerando maior economia e deixando menos entulho em áreas verdes. O fato é que
cada vez mais surgem empresas dispostas a adotar a sustentabilidade como meta e prioridade em
suas obras.

Figura 16.construção ecologicamente correta: Lucas faria da silva (2011)

1.5.2. Reciclagem de Rejeitos da Construção Civil

De acordo com Coelho e Chaves (1998), o lixo oriundo de entulhos da construção civil, embora
não seja o mais incómodo, sob o ponto de vista da toxidade, assusta pelo seu volume crescente e
requer medidas imediatas. Além de ser a actividade económica que mais consome recursos
naturais, é também a maior geradora de resíduos urbanos. A reciclagem de resíduos pela indústria
da construção civil vem se consolidando como uma prática importante para a sustentabilidade, seja
atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor, seja reduzindo os custos (JOHN, 2000). Pinto
(1999) define que há necessidade de preservação ambiental e a tendência de escassez dos recursos
naturais fazem com que a construção civil passe a adquirir novos conceitos, buscando soluções
técnicas que visem à sustentabilidade de suas atividades. Nesse sentido, o aproveitamento dos
Resíduos de Construção e Demolição destaca-se como possível alternativa, na medida em que
busca valorizar os materiais descartados nas obras de engenharia, atribuindo-lhes a condição de
material nobre. Ressalta-se que o aproveitamento dos Resíduos de Construção e Demolição na
própria construção, em determinadas situações, pode até mesmo trazer vantagens técnicas e
21

redução de custos, como é o caso do uso dos resíduos de concreto na confecção de tijolos prensados
de solo-cimento.

1.5.3. A Utilização do Solo como Material de Construção

De modo geral a utilização do solo na construção civil é muito comum se analisado pelo fato de
que os materiais são retirados dele, como os minérios. Em outro contexto, nem todo tipo de solo
pode ser adequado, portanto, existe uma preferência e predominância na exploração de
determinados componentes encontrados no solo, o tornando mais pobre com o passar do tempo,
causando a degradação do meio ambiente.

A manipulação do solo pelo homem na construção marca de períodos em que ele passou a
aprimorar a agricultura, na necessidade de armazenamento da colheita, e deu início a utilização de
madeira, terra e pedras, materiais em abundância (BARBOSA; GHAVAMI, 2010). Assim, ao
longo dos tempos construíram paredes de solo-cimento prensado, atingindo bons resultados
térmicos e com durabilidade parecidos com os tijolos cerâmicos. Esta utilização pode-se dar desde
a alvenaria de vedação a alvenaria estrutural, dentro dos preceitos de cuidados, manutenção e
segurança, são opções viáveis até a atualidade.

O solo ainda comporta outros incrementos tais como agregados reciclados, rejeitos industriais,
fator que representa grande economia e aproveitamento ecológico.
Os aprimoramentos da utilização da terra crua advêm de tradições passadas entre gerações e
rearranjadas nas civilizações. Assim, colonizadores e colonizados incorporavam e melhoravam
suas técnicas. Dentre diversas denominações e tradições, as técnicas podem ser consubstanciadas
em alvenaria de terra, paredes monolíticas e técnica de entrearmados. A alvenaria de terra consiste
em adobe, bloco compactado e bloco prensado.

As paredes monolíticas podem ser em taipa de pilão, taipa de pilão reforçada e sistemas
alternativos. E por fim, os entrearmados se dividem em taipa e taipa pré – fabricada.
22

1.6.Tipos De Tijolos

1.6.1. Tijolos Ecológico

Segundo Sala, pode-se definir por tijolo ecológico: O tijolo ecológico ou de solo-cimento é feito
de uma mistura de solo e cimento, que depois são prensados; seu processo de fabricação não exige
queima em forno à lenha, o que evita desmatamentos e não polui o ar, pois não lança resíduos
tóxicos no meio ambiente. Para o assentamento, no lugar de argamassa comum é utilizada uma
cola especial (SALA, 2006). Possui dois furos internos, eles permitem embutir a rede hidráulica e
elétrica, dispensando o recorte das paredes. O sistema é modular e produz uma alvenaria uniforme,
o que diminui as perdas no reboco.

Figura 17.Tijolo de Solo-Cimento (CIA DO BEM, 2011)

De acordo com Pisani (2005), pode-se acrescentar que, o tijolo de solo – cimento possui matéria
– prima abundante em todo o planeta por se tratar da terra crua, o produto não precisa ser queimado,
o que proporciona economia de energia, além de proporcionar ambientes confortáveis com pouco
gasto energético, permitindo conforto térmico e acústico, pelo fato de possuir características
isolantes as vantagens do tijolo de solo – cimento vão além das ambientais, servindo também para
a economia no processo construtivo e conforto, estética. Hoje, em uma obra convencional, cerca
de 1/3 do material vai para o lixo”. Ainda de acordo com o autor, essa técnica construtiva possui
outras vantagens, dentre as quais pode-se citar:
Redução em 30% do tempo de construção em relação à alvenaria convencional;
23

Estrutura – os encaixes e colunas embutidas nos furos distribuem melhor a carga de peso
sobre as paredes;
Redução do uso de madeira para forma de vigas e pilares quase a zero;
Economia de concreto e argamassa em cerca de 70%;
Economia de 50% de ferro.

1.6.2. Bloco De Concreto

O bloco de concreto é um dos componentes da alvenaria estrutural. Sala (2006) relata que, devido
à rapidez da execução da alvenaria, esse é o que apresenta o maior rendimento, em comparação
aos demais. É o bloco mais resistente se comparado com os outros tipos, e o desperdício causado
é muito pequeno em relação ao tijolo maciço de barro e o tijolo furado. Utiliza menos argamassa
de assentamento e camadas mais finas de reboco, mas oferece menor conforto térmico em
comparação com as outras opções. É aconselhável optar por uma pintura acrílica nas paredes
externas para aumentar a proteção contra a umidade (SALA, 2006).

Figura 18.Bloco de concreto (PR-2 ABCP, 2005)

1.6.3. Tijolo Cerâmico

De acordo com Anicer (2008), o tijolo cerâmico pode – se destacar pela abundância da matéria –
prima – a argila, esse material é evidenciado devido à sua durabilidade. Em continuidade ao
raciocínio, Anicer contínua, relatando a descoberta do tijolo cerâmico: Há indicações de que sua
utilização esteja presente na vida do homem desde 4.000 a.C entretanto, não se sabe ao certo a
época e o local de origem do primeiro tijolo. Presume-se que a alvenaria tenha sido criada há cerca
de 15.000 anos em função da necessidade de um refúgio natural para sua proteção contra
intempéries e ataques de animais selvagens. Com este objetivo, o homem decidiu empilhar pedras
e, depois de algum tempo, passou a substituí-la pelo tijolo seco ao sol, uma vez que ela começou
a escassear. Este advento marca o surgimento do bloco cerâmico. O registro mais antigo do tijolo
24

foi encontrado nas escavações arqueológicas em Jericó, Oriente Médio, no período Neolítico
inicial (ANICER, 2008).

Isso demonstra que esse tijolo é o mais antigo dentre os blocos. Apesar de desenvolvido em uma
época na qual a tecnologia era bastante rústica, perpetua-se no grupo dos tipos de blocos ou tijolos
usados nas construções civis até hoje. Vale ressaltar que, desde então, esse passou por
aprimoramentos tecnológicos, o que garantiu a sua permanência no mercado.

1.7.Tijolos Ecológicos Mais Usados

1.7.1. Meio Tijolo Ecológico Modular Padrão

De acordo com Eco máquinas (2016), a utilização do meio tijolo, figura abaixo, se dá para finalizar
paredes, portas, janelas entre outras funções que lhe podem ser facilmente atribuídas. Evitando o
corte de tijolos e perca de materiais, o meio tijolo agiliza a construção agregando ainda bom
acabamento, limpeza e economia.

Figura 19.Meio tijolo ecológico modular padrão (www.tijolo.eco.br)

1.7.2. Tijolo Ecológico Maciço Modular Padrão

Segundo Eco máquinas (2016), o tijolo maciço visto na figura abaixo, oferece um bom isolamento
contra ruídos e possuí uma alta resistência. É utilizado geralmente até a terceira fiada sendo depois
preferível usar os tijolos com furos que facilitam a passagem das instalações elétricas e hidráulicas.
Também é muito aplicado em paredes onde o tijolo ficará aparente pelo seu acabamento liso
perfeito, como em jardins, lareiras.
25

Figura 20.Tijolo ecológico maciço modular padrão

Fonte: www.tijolo.eco.br

Figura 21.Passagem das instalações elétricas e hidráulicas (http://www.tijolosolocimento.com.br/2013/06/)

1.7.3. Tijolo Ecológico Canaleta Modular Padrão

Para Geobrick (2016), os tijolos ecológicos canaleta podem ser betonadas e usados para fazer
cintas de amarração, em baixo ou em cima de janelas com a função de vergas, e contra – vergas
nas paredes acima de 1m e na última fiada. Permitem também a passagem de tubulações e de fios
facilitando as instalações elétricas e hidráulicas.
26

Figura 22.Canaleta modular padrão (www.tijolo.eco.br)

Tabela 1 Tipos mais comuns de tijolos ecológicos


27

1.8.Fábrica de Tijolo Ecológico

As informações abaixo foram extraídas de um trabalho realizado. A empresa estudo de caso têm
sua sede situada no município de Anápolis-GO, e desenvolve a fabricação de artefato de cerâmica
e barro cozido para uso na construção, exceto azulejos e pisos.
Realizou-se visita técnica ao local, no dia 04 (quatro) de agosto de 2018, sob supervisão de um
dos profissionais da empresa.

No treinamento feito, pôde-se acompanhar detalhadamente o processo de fabricação do tijolo de


solo-cimento. Nele, participa – se desde a escolha do solo ideal ao início de processo de cura do
produto. Para esta escolha, analisou-se o teor de cada componente granulométrico. É necessário
que o solo apresente plasticidade e que seu limite de liquidez não seja excessivo (menor que 40-
45%). Para o referente tipo de tijolo, é desejável que o solo contenha:
 10% a 20% de argila;
 10% a 20% de silte;
 50% a 70% de areia.

Em suma, as etapas do processo para a confecção dos tijolos ecológicos, segundo Grande (2003)
são:
Preparação do solo: onde o solo é destorroado e peneirado;
Preparo da mistura: o cimento é adicionado ao solo e realiza-se uma homogeneização e
mistura dos materiais secos. Em seguida, adiciona-se água e mistura ao material até obter
um ponto uniforme de umidade em toda a massa;
Moldagem dos tijolos: pode ser realizada em prensas manuais, hidráulicas ou mecânicas.
É nessa etapa que ocorre a prensagem, fundamental para o empacotamento dos grãos de
solo;
Cura: tempo no qual os tijolos adquirem resistência mecânica. Durante os sete primeiros
dias e após 6 horas de moldados, os tijolos devem ser mantidos úmidos por meio de
molhagens sucessivas. Bauer (1994) diz que a cura deve ser realizada com as peças
separadas, postas em uma superfície horizontal, ao abrigo do Sol e chuva.
28

1.8.1. Matéria – Prima

O tijolo ecológico, como indicado previamente, é composto por solo, cimento e água. A empresa
estudo de caso utiliza – se de saibro e cimento de portland extra forte. Para cada remessa produzida,
correpondente a 140 tijolos ecológicos, utiliza-se 20 kg de cimento, para 360 litros de saibro (seis
carrinhos de mão de 60l).
O saibro é constituído de areia e argila e conceitua-se como um material poroso (ARAÚJO, 1995).
Geralmente, o saibro utilizado é advindo do município de Cocalzinho – Go.
A seguir, retrata o saibro utilizado na produção:

Figura 23.Saibro utilizado na confecção dos tijolos ecológicos, Tijoleko (ELAINE SANTOS, 2018)

1.8.2. Equipamentos e Processo Produtivo

Esquipe
O primeiro equipamento utilizado na produção do tijolo ecológico trata-se do esquipe, cuja
finalidade é alimentar o misturador com a matéria-prima. A figura 6 a seguir, mostra o
equipamento citado já com os materiais em seu interior:
29

Figura 24.Esquipe – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico

Misturador
O misturador têm a função de conglomerar a matéria-prima transportada pelo esquipe com água,
até obter-se uma massa homogênea. O equipamento encontra-se representado na figura 7 a seguir:

Figura 25.Misturador – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico. (ELAINE SANTOS, 2018)

Peneira
A peneira situa-se logo abaixo do misturador, e têm o objetivo de segregar os resíduos sólidos
grosseiros que possam vir a estar aglomerados ao material. A figura 8 a seguir, ilustra o
equipamento em questão:
30

Figura 26.Peneira – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico (ELAINE SANTOS, 2018)

Esteira
A esteira tem a aplicabilidade de transporte, permitindo o translado do material peneirado, à prensa
hidráulica. O equipamento encontra-se ilustrado na figura 9 a seguir:

Figura 27.Esteira – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico. (ELAINE


SANTOS, 2018)

Prensa Hidráulica

A prensa hidráulica é o último equipamento pelo qual passa o tijolo ecológico durante sua
produção. O produto provém da máquina já finalizado, tendo sido prensado e moldado pela
mesma. A figura 10 a seguir, retrata a máquina citada:
31

Figura 28.Prensa hidráulica – equipamento utilizado na produção de tijolo ecológico. (ELAINE SANTOS, 2018)

1.8.3. Resíduos Gerados

O resíduo sólido proveniente do processo produtivo do tijolo ecológico trata-se de resíduos de


papel e papelão, correspondentes às embalagens do cimento, e resíduos grosseiros, como pedras,
retirados da peneira. Ambos os tipos de resíduos são recolhidos pelas entidades Municipas e
encaminhados para disposição final no Aterro Sanitário Municipal.

Estima-se uma quantidade mensal de 3 m³ de resíduos sólidos, advindos da produção. Com base
nos dados levantados, e considerando que a empresa produz mensalmente cerca de 80.000 (oitenta
mil) tijolos, cada tijolo ecológico produzido gera aproximadamente 0,0000375 m³ de resíduos.

1.8.4. Consumo De Energia

A fábrica estudo de caso consome mensalmente cerca de 2.181,76 Kw/h de energia elétrica.
Considerando uma produção mensal de 80.000 (oitenta mil) tijolos ecológicos, estima-se um
consumo unitário de 0,027 Kw/h.

1.8.5. Testes Realizados

Os dados e os testes que se seguem foram extraídos de um trabalho já elaborado, com base a
NBR
32

1.8.6. Teste de impacto corpo duro e corpo mole conforme Método NBR 15575–4
(ABNT, 2013)

A NBR 15575-4 (ABNT, 2013) é uma norma voltada ao desempenho de eficações habitacionais,
que dispõe sobre sistemas de vedações verticais internas e externas. Impõe como requisito para
aprovação de um determinado sistema de vedação, a resistência aos impactos de corpo duro e
corpo mole. Com base nas diretrizes impostas pela NBR citada, realizou-se os testes de impacto
de corpo duro e corpo mole em um protótipo de parede vertical externa de tijolos ecológicos,
simulando uma parede de residência térrea, a fim de determinar se o material atende as
especificações da norma vigente.

O protótipo executado possuía 3,02 m de comprimento e 2,50 m de altura, não tendo sido realizado
impermeabilização das peças ou rejunte por se tratar apenas de um teste laboratorial com fins
acadêmicos, entretanto, ressalta-se que para o uso cotidiano os processos deveriam ter sido
executados.

Seguindo o processo construtivo indicado pelo fabricante, a parede foi executada da seguinte
maneira: a cada um metro horizontal contrui – se uma fiada de canaletas ecológicas, preenchidas
com concreto e com ferragem de 4 mm de espessura, e a cada metro vertical implantou-se colunas
de concreto com ferragem de 8 mm, executadas nos próprios furos dos tijolos.
O assentamento das peças deu-se através de argamassa AC-II, utilizada para revestimento interno
e externo, e cola branca extra forte. A figura a seguir, retrata o processo executivo do protótipo
analisado:

Figura 29. Assentamento dos tijolos durante execução de protótipo.

Fonte: Propria (2018).


33

Os testes foram realizados em parceria com o Laboratório Carlos Campos – Consultoria e


Contruções Limitada, situado no município de Goiânia – GO. A empresa funciona desde 1973,
realizando testes laboratoriais, consultorias, recuperação/reforço estrutural, reabilitação de obras,
fiscalização e inspeção da qualidade, avaliação técnica de serviços executados, adequação dos
processos construtivos às necessidades da obra, serviços especiais em engenharia e ministrando
cursos. Juntamente com os técnicos do laboratório citado, os autores realizaram ambos os testes
no dia 25 de agosto de 2018.

A figura a seguir mostra o protótipo executado:

Figura 30.Assentamento dos tijolos durante execução de protótipo. (ELAINE SANTOS, 2018)

A seguir serão descritos os procedimentos abordados para realização dos testes estipulados:

1.8.7. Teste De Impacto De Corpo Duro

Conforme NBR 15575-4 (ABNT, 2013), após sofrerem impactos de corpo duro às paredes
verticais não devem:
Conter fissuras, escamações ou deformidades, exceto as mossas geradas pelo impacto de
corpo duro;
Apresentar ruptura ou traspassamento do sistema de vedação.

A tabela 4 a seguir, caracteriza os valores de impacto a serem sofridos pelas paredes, assim como
os critérios para aprovação dos sistemas, com base nos critérios da norma:
34

Tabela 2. Impactos de corpo duro para vedações verticais externas

Fonte: NBR 15575-4 (ABNT, 2013)

O teste consiste no abandono pendular, em repouso, de dois corpos duros, um com massa de 1 kg
e outro com massa de 0,5 kg, se tratando de esferas de aço. Deve-se proferir 10 impactos de cada
energia na parede vertical e analisar se a mesma atende o disposto nos critérios de desempenho,
além de medir a profundidade das mossas formadas a partir do impacto. Em se tratando do impacto
de 3,75 J, as mossas não devem ultrapassar profundidade de 2,0 mm, enquanto o de 20 J não deve
permitir ruptura ou traspassamento (NBR 15575–4 (ABNT, 2013)).
A figura a seguir, ilustra a execução do teste em questão:

Figura 31.Execução do teste de corpo duro. (ELAINE SANTOS, 2018)

A tabela a seguir, informa os resultados obtidos após realização do teste de corpo duro:
35

Tabela 3 Resultados levantados após realização de teste de corpo duro. (ELAINE SANTOS, 2018)

Observa-se que no impacto de nº 04, com a esfera de aço de 0,5 kg, e energia de 3,75 J, assim
como o impacto de nº 6, com a esfera de 1,0 kg e energia de 20 J, houve ruptura na peça. Isso se
deve ao fato de o impacto ter sido proferido na quina dos tijolos ecólogicos (juntas seca). Após
análise com os técnicos que realizaram os testes e com os fabricantes do material, inferiu-se que
caso houvesse sido realizado o rejunte no sistema de vedação em questão, possivelmente as
rupturas não teriam ocorrido. A figura a seguir retrata a situação do sistema de vedação analisado,
após a execução do teste de impacto de corpo duro:
36

Figura 32.Resultado do teste de corpo duro. (ELAINE SANTOS, 2018)

1.8.8. Teste De Impacto De Corpo Mole

Conforme NBR 15575 – 4 (ABNT, 2013), após sofrerem impactos de corpo mole às paredes
verticais não devem:
 Sofrer ruptura ou instabilidade;
 Apresentar fissuras, escamações ou variáveis falhas;
 Provocar danos a componentes, instalações ou aos acabamentos.

A tabela a seguir, caracteriza os valores de impacto a serem sofridos pelas paredes, assim como os
critérios para aprovação dos sistemas, com base nos critérios da norma:

Tabela 4 Impactos de corpo mole para vedações verticais externas. NBR 15575-4 (ABNT, 2013)
37

O teste consiste no abandono pendular, em repouso, de um corpo mole com massa de 40 kg, se
tratando de um saco de areia. Deve-se proferir um impacto de cada energia na parede vertical e
analisar se a mesma atende o disposto nos critérios de desempenho, além de medir o deslocamento
da parede, não devendo ultrapassar o limite estabelecido para o impacto de 240 J (NBR 15575-4
(ABNT, 2013)).
Constatou-se o deslocamento através da fixação na parte posterior do protótipo de uma folha
milimetrada e de um lápis. Após a aplicação dos impactos, os riscos resultantes no papel eram
medidos em mm, afim de se identificar o deslocamento da parede.
A norma estipula a análise de deslocamento transversal instantâneo, e deslocamento transversal
residual.
A figura a seguir, retrata o sistema implantado para detecção do deslocamento do protótipo:

Figura 33.Detecção do deslocamento da parede. (ELAINE SANTOS, 2018)

A figura abaixo mostra a execução do teste de impacto de corpo mole.

Figura 34.Procedimento executivo do teste de impacto de corpo mole. (ELAINE SANTOS, 2018)

A tabela a seguir, informa os resultados obtidos após realização do teste de corpo mole:
38

Tabela 5 Resultados do teste de impacto de corpo mole. (ELAINE SANTOS, 2018)

Observou-se que o protótipo analisado atendeu todos os critérios implementados pela norma, uma
vez que o deslocamento após aplicação dos 240 J de energia não ultrapassou os limites, tanto se
tratando do deslocamento instantâneo quanto residual, e não houve falhas que comprometessem o
estado limite de serviço da parede analisada, e/ou ruína da mesma.

1.8.9. 4.2.2 Teste de absorção de água conforme NBR 8491 (ABNT, 2012) e NBR 8492
(ABNT, 2012)

Realizou-se o teste de absorção de água conforme método NBR 8492 (ABNT, 2012), visando
atender os parâmetros estabelecidos pela NBR 8491 (ABNT, 2012).
Os corpos de prova a serem submetidos ao teste, passaram primordialmente por análise
dimensional, se tratando de 3 unidades. O procedimento se dá com três determinações para cada
dimensão (extremidades e centro), obtendo-se assim o valor médio de cada dimensão (NBR 8492
(ABNT, 2012)). Os quadros a seguir, retratam as dimensões nominais que os tijolos deve atender,
se tratando do tipo B (tipo do tijolo analisado), e os resultados obtidos no teste em questão,
respectivamente:

Tabela 6 Dimensão Nominal a ser atendida, NBR 8491 (ABNT, 2012)


39

Tabela 7 Dimensão Nominal a ser atendida, NBR 8491 (ABNT, 2012)

Conforme NBR 8491 (ABNT, 2012), a tolerância permitida de variação das dimensões nominais
dos corpos de prova é de ± 1,00 mm, para todas as dimensões. Portanto, concluiu-se que os tijolos
foram aprovados na análise dimensional.
A seguir os tijolos submetidos ao teste (3 unidades), foram secados em estufa com temperatura de
105º C, para obtenção da massa seca dos corpos de prova. O procedimento repetiu-se até que a
variação da massa em relação à pesagem anterior não fosse elevada (NBR 8492 (ABNT, 2012)).
Uma vez que a NBR 8492 (ABNT, 2012) que rege este ensaio não determina os critérios para
constância, adotou-se os parâmetros conforme NBR 15270-3 (ABNT, 2005), referente a
componentes cerâmicos, métodos de ensaio. A mesma determina que a pesagem deve ser realizada
a cada hora, até que a variação não ultrapasse 0,25%.
A tabela a seguir, revela os resultados obtidos pela segunda fase do ensaio:

Tabela 8 Identificação da massa seca dos corpos de prova. (ELAINE SANTOS, 2018)

Os primeiros resultados obtidos, já representaram uma variação inferior a 0,25%, não sendo
necessário a repetição do procedimento. Após obtenção da massa seca, os corpos de prova foram
submergidos em água, por um período de 24 horas, a fim de identificar a capacidade de absorção
dos tijolos. Assim que finalizado o prazo estipulado pela norma, os tijolos foram enxutos através
de pano úmido, e submetidos a uma nova pesagem (NBR 8492 (ABNT, 2012)).
O quadro a seguir retrata os resultados obtidos:
40

Tabela 9 Massa saturada dos corpos de prova. (ELAINE SANTOS, 2018)

Conforme determinação da NBR 8492 (ABNT, 2012), obteve-se os valores de absorção de água,
em porcetagem, através da fórmula matemática:
𝑚2 − 𝑚1
𝐴= × 100
𝑚1

𝐴 − absorção de água expressa em porcentagem (%);


𝑚1 − massa do corpo de prova seco em estuda, expressa em gramas (g)

𝑚2 − massa do corpo de prova saturado, expressa em gramas (g).

O quadro abaixo, informa os valores de absorção de água obtidos após conclusão do teste de
absorção de água.
Tabela 10 Valores de absorção de água. (ELAINE SANTOS, 2018)

Conforme NBR 8491 (ABNT, 2012) a amostra em questão foi aprovada, uma vez que a média dos
valores obtidos não deve ultrapassar 20%, e individualmente, nenhum dos corpos de prova pode
apresentar valores superiores a 22%.
Para fins comparativos, realizou-se também o teste de absorção de água em tijolos cerâmicos, desta
vez, seguindo as diretrizes e parâmetros impostos pela NBR 15270-1 (ABNT, 2005) e NBR 15270-
3 (ABNT, 2005).
41

Conforme NBR 15270-1 (ABNT, 2005), a amostra de tijolo cerâmico para realização do teste de
absorção de água é composta por seis corpos de prova. Para determinação da massa seca,
submeteu-se os tijolos cerâmicos à secagem em estufa, a uma temperatura média de 105ºC, a cada
hora, até que a variação de massa de uma pesagem a outra não ultrapassasse o limite de 0,25%
(NBR 15270-3 (ABNT, 2005)).

O quadro a seguir ilustra os valores obtidos através do procedimento:

Tabela 11 Determinação da massa seca dos corpos de prova cerâmicos. (ELAINE SANTOS, 2018)

Conforme NBR 15270-3 (ABNT, 2005), a amostra deve ser mantida em água fervente por 2 horas
para obtenção do índice de absorção, ou, alternativamente, submerso durante 24 h em água com
temperatura ambiente. Adotou-se o segundo procedimento.
Após retirada dos corpos de prova da água, realizou-se o cálculo de determinação da absorção de
água, conforme estabelecido na NBR 15270-1 (ABNT, 2005), se tratando do mesmo cálculo
utilizado para a determinação com tijolos ecológicos.
O quadro a seguir, informa as massas saturadas da amostra, assim como índice de absorção
encontrado:
42

Tabela 12 Resultados obtidos pelo teste de absorção de água em tijolos cerâmicos. (ELAINE SANTOS, 2018)

A média dos valores de absorção de água encontrada foi de 19,04 %, atendendo o estabelecido
pela NBR 15270-1 (ABNT, 2005), que permite um índice variante entre 8 e 22%.
A figura a seguir, retrata o procedimento de secagem em estufa para obtenção de massa seca dos
corpos de prova analisados:

Figura 35.Corpos de prova em estufa para secagem. (ELAINE SANTOS, 2018)

1.8.10. Determinação da resistência a compressão conforme NBR 8491 (ABNT, 2012) e


NBR 8492 (ABNT, 2012)

Realizou-se o teste de determinação da resistência a compressão conforme método NBR 8492


(ABNT, 2012), visando atender os parâmetros estabelecidos pela NBR 8491 (ABNT, 2012).
O maquinário utilizadoatendeu ao item 3.2.1. da NBR 8492 (ABNT, 2012), conforme estabelecido
pela mesma. Os corpos de prova devem ser cortados ao meio, superpostos e ligados com pasta de
cimento pré-contraida. Visando a planitude das faces das peças, procedeu-se o capeamento com
pasta de cimento (NBR 8492 (ABNT, 2012)).
Após endurecimento da pasta, a amostra estipuala em norma, composta por 7 blocos, foi
subemergida em água durante o período de 6 horas. Assim que retiradas, foram enxutas com pano
úmido e submetidas ao teste de resistência à compressão.
43

Com o corpo de prova locado no prato inferior da máquina, são inferidos sobre o mesmo, força
gradual de compressão até o rompimento da peça. A figura 29 abaixo, retrata a realização do
procedimento:

Figura 36.Ensaio de resistência a compressão. (ELAINE SANTOS, 2018)

Após a procedência do teste, obteve-se os resultados dispostos no quadro a seguir:

Tabela 13 Resultados obtidos pelo teste de resistência a compressão em tijolos ecológicos. (ELAINE SANTOS, 2018)

Embasando-ne na NBR 8491 (ABNT, 2012), a média dos valores obtidos não deve ser inferior a
2 MPa, assim como individualmente não devem apresentar valores inferiores a 1,7 Mpa, com idade
mínima de sete dias. Entretanto afirma-se que o lote foi reprovado no teste realizado, uma vez que
obteu-se 1,81 de média, e apresentou valores individuais inferiores ao limite permitido.
44

Com fins comparativos, realizou-se o mesmo teste com amostra de blocos cerâmicos. Desta vez,
embasou-se nas normas NBR 15270-1 (ABNT, 2005) e NBR 15270-3 (ABNT, 2005), que regem
as diretrizes e parâmetros para teste de resistência a compressão em tijolos cerâmicos.

A amostra estipulada em norma, composta por 13 blocos cerâmicos, primeiramente passou pelo
processo de capeamento com pasta de cimento e após endurecimento da mesma, os corpos de
prova foram submetidos à imersão em água, pelo período de 6 horas. Os blocos foram ensaiados
de modo que a carga aplicada na direção do esforço que o bloco deve suportar durante seu uso
(NBR 15270-3 (ABNT, 2005)).

Assim como no teste com tijolos ecológicos, os tijolos cerâmicos foram submetidos à força gradual
de compressão, em prensa que atendia os requisitos impostos por norma. O quadro 9 abaixo, retrata
os resultados alcançados:
Tabela 14 Resultados obtidos pelo teste de resistência a compressão em tijolos cerâmicos. (ELAINE SANTOS, 2018)

Conforme NBR 15270-1(ABNT, 2005), os blocos cerâmicos de vedação com furos na horizontal,
devem apresentar resistência de compressão maior ou igual a 1,5 MPa. Desta forma, infere-se que
o lote não foi aprovado no teste em questão, uma vez que todos os valores encontrados foram
inferiores ao estipulado em norma.
45

Análise dos resultados encontrados

Posteriormente a realização das visitas técnica e testes, foi possível identificar as vantagens e
desvantagens da produção e emprego de tijolos ecológicos na construção civil, em especial quando
comparados com os tijolos cerâmicos, convencionalemente adotados.
Em se tratando das matérias-primas, ressalta-se a grande abundância do solo na natureza, em
contrapartida da argila, utilizada na produção dos tijolos cerâmicos. Diante desta realidade,
enfatiza-se a importância da conservação dos recursos naturais, de extrema importância para
indústria brasileira, em especial para indústria da construção civil.
São gerados 0,0000375 m³ de resíduos sólidos para se produzir uma unidade tijolo solo-cimento,
enquanto uma unidade de tijolo cerâmico produz 0,000055 m³. Sendo assim, um tijolo ecológico
produz cerca de 32% menos resíduos que um tijolo convencional. Salienta-se ainda, que durante
o emprego dos tijolos, o tijolo ecológico representaria uma significante economia de RCC uma
vez que a estrutura de encaixe das peças facilita os cálculos e limita os cortes (SILVA, 2015).
Evidencia-se também a possibilidade do uso de resíduos sólidos como agregados na produção dos
tijolos ecológicos, reciclando-os e evitando assim o seu descarte, muitas vezes inapropriado.
Para produção de uma unidade de tijolo ecológico são consumidos cerca de 0,027 kwh de energia
elétrica, quando para produção de tijolo cerâmico estima-se 0,057 kwh. Desta forma, a produção
de tijolo ecológico representa cerca de 53% de economia de energia elétrica. Ressalta-se ainda que
para produção de tijolos ecológicos não são utilizados lenha para queima dos blocos, enquanto
para produção de uma unidade de tijolo cerâmico são necessários 0,001 m³ de lenha, ou seja, para
cada 1000 tijolos ecológicos produzidos, economiza-se 1 m³ de lenha.
Em relação ao preço das peças, informa-se que em um primeiro momento, os tijolos ecológicos
custam cerca de 3 vezes mais que os tijolos cerâmicos convencionais. Entretanto, após a utilização
dos blocos, ao fim da obra, é possível uma economia de cerca de 40% no valor da mesma, uma
vez que possibilita a economia de materiais, a mão-de-obra não precisa ser especializada, não
necessita de fôrmas para vigas e pilares, já que são executadas dentro dos furos das peças e não
precisa de revestimento. Sendo assim, a longo prazo, os tijolos ecológicos representam melhor
custo-benefício em relação aos blocos cerâmicos.
Apesar de não passar pelo processo de queima durante sua produção, os tijolos ecológicos utilizam
cimento como matéria-prima, material este que passa pela queima em sua própria fabricação.
46

Conforme contato com a empresa InterCement, indústria brasileira decimentos e derivados, o tijolo
CPV – ARI, adotado na produção de tijolos ecológicos, possui uma taxa geral de 50% de emissão
de CO2, considerando o ciclo total de produção do material, desde a extração da matéria-prima,
até o ensacamento.
Uma vez que para cada unidade de tijolo de ecológico utiliza-se aproximadamente 0,1428 kg de
cimento, a produção de CO2 é de 0,0714 kg. Conforme Stachera Jr (2008), são emitidos 0,95 kg
de CO2 por unidade de tijolo cerâmico produzido. Sendo assim, estima-se que para cada unidade
de tijolo ecológico produzida, são emitidos cerca de 92,48% a menos de CO2, em relação à
produção de uma peça cerâmica.
Em se tratando da qualidade da peça, informa-se que a parede de tijolos ecológicos foi aprovada
no teste de impacto de corpo duro e corpo mole, conforme NBR 15575 -4 (ABNT, 2013),
considerando que o rejunte das peças teriam evitado as quebras nas quinas dos blocos, e que a
trinca posterior que surgiu após o impacto de corpo mole de 360 J, não compromete o estado limite
de serviço da parede.
As peças também foram aprovadas no teste de absorção de água, conforme NBR 8491 (ABNT,
2012) e NBR 8492 (ABNT, 2012). Para fins comparativos realizou-se também o teste em tijolos
cerâmicos, atendendo a NBR 15270-1 (ABNT, 2005) e NBR 15270-3 (ABNT, 2005), que também
obteve a aprovação. Entretanto afirma-se que as peças ecológicas apresentaram um índice de
absorção de 11,01%, valor este inferior ao índice cerâmico, de 19,04%. Ressalta-se que blocos
com elevado índice de absorção tendem a reduzir a resistência à compressão e apresentarem
porosidade, portanto, os tijolos ecológicos se sobressaem nesse quesito.
Por fim, realizou-se o teste de resistência a compressão, tanto de tijolos ecológicos, quanto de
tijolos cerâmicos, cada um conforme a norma regulamentadora que o rege. Ambos não atingiram
os parâmetros estabelecidos em norma, entretanto afirma-se que os tijolos ecológicos apresentaram
cerca de 1,81 MPa de média, e os tijolos cerâmicos 0,41 MPa, portanto os tijolos solo-cimento
comprovadamente são mais resistentes. Salienta-se ainda, que os mesmos se aproximaram mais
de atender os limites da norma, uma vez que o índice para tijolos ecológicos é de 2,0 MPa e para
tijolos cerâmicos 1,5 MPa.
Ressalta-se a importância pela busca de alternativas que tornem os tijolos ecológicos analisados
mais resistentes, para que os mesmos ao menos atendam aos requisitos previstos em norma.
47

Sugere-se atenção ás características dos solos a serem utilizados, à dosagem de cimento, ao


procedimento de prensagem e cura, entre outros (BETSUYAKU, 2015).
Através das pesquisas, análises, visitas e informações prestadas pelos profissionais consultados,
identificaram-se os benefícios de qualidade, assim como ambientais, da utilização de tijolos
ecológicos, como substituição de tijolos cerâmicos convencionais.

1.9.Vantagens e Desvantagens

Conforme explanado por Grande (2003) e Santos et al. (2009), entre as vantagens dos tijolos de
solo – cimento em relação aos tijolos comuns temos:
Apresenta maior resistência mecânica;

Seu sistema de encaixe auxilia a orientação no assentamento, mantendo as juntas regulares


o que evitam o surgimento de trincas e fissuras;

Seu emprego reduz o peso da construção, pois necessita de uma menor quantidade de
material para assentamento e revestimento;

Não passa pelo processo de queima;

Pode ser utilizado o próprio tijolo a vista, ficando com bom acabamento por conta das suas
medidas e texturas regulares;

Seus furos, além de promoverem conforto termo acústico, também formam condutores para
redes hidráulicas e elétrica, evitando a quebra de paredes, além de permitirem o
embutimento fácil e rápido das colunas de sustentação.

Dentre as desvantagens, Morais et. al (2014) mostra que a implantação massiva do tijolo de solo
cimento no mercado é inviável por conta da grande demanda existente, e pelo fato da produção do
tijolo ecológico, em comparação a do tijolo convencional (cerâmico), não conseguir, atualmente,
suprir a demanda massiva da Construção Civil. Além disso, é necessário um estudo do tipo de solo
e teor de cimento a ser utilizado para atender as normas técnicas.
48

CAPÍTULO II: CASO DE ESTUDO

2.0. INTRODUÇÃO

Neste capítulo irá se abordar acerca das principais características envolventes na região em estudo,
começando desde a sua localização, demografia, climas e solos, bem como dizer em que estado
das construções que se encontra a região; em seguida se procede com uma memória descritiva
onde são descritivos as características do projecto, processos de execução do projeto, condições
mínimas a obedecer e os materiais usados para as construções; para finalizar se apresenta as
ilustrações desses processos construtivos convencionais.

2.1. Localização da Cidade da Beira

Figura 37.Planta de localização da área em estudo. (Google Eatrh, 2022)

Segundo Ministério da Administração Estatal, Beira é a cidade capital da província de Sofala. A


localidade tem o estatuto de cidade desde 20 de Agosto de 1907 e, do ponto de vista administrativo,
é um município com um governo local eleito.
Beira é a segunda maior cidade de Moçambique, logo após a capital do país, Maputo, contando
com uma população de 431.583 habitantes de acordo com o Censo de 2007.
Segundo Ministério da Administração Estatal, Beira é a cidade capital da província de Sofala. A
localidade tem o estatuto de cidade desde 20 de Agosto de 1907 e, do ponto de vista administrativo,
é um município com um governo local eleito.
49

Beira é a segunda maior cidade de Moçambique, logo após a capital do país, Maputo, contando
com uma população de 431.583 habitantes de acordo com o Censo de 2007.
A cidade da Beira foi originalmente desenvolvida pela Companhia de Moçambique no século XIX,
e depois directamente pelo governo colonial português entre 1942 e 1975, ano em que
Moçambique obteve sua independência de Portugal.
Actualmente a cidade se encontra modernizada, embora ainda mantenha algumas áreas degradadas
e problemáticas, como é o caso do Grande Hotel da Beira. Em Março de 2019, o Ciclone Idai
devastou a Beira, destruindo 90% da cidade.

Inhamudima, é o oitavo bairro do Município da Cidade da Beira, situado no Posto Administrativo


Urbano Número Um (Chiveve).

2.2. Geografia

A cidade da Beira, capital da província de Sofala, está localizada a cerca de 1.190 km a norte de
Maputo, no centro da costa do Oceano Índico. É uma cidade portuária no Canal de Moçambique.
O município tem uma área de 633 km², uma altitude média de 14 metros acima do nível do mar e
está situado nas coordenadas 19° 50' sul e 34° 51' leste. Tem limite ao norte
e oeste com o distrito de Dondo, a leste com o Oceano Índico e ao sul com o distrito do Búzi.

A cidade está localizada numa região pantanosa, junto à foz do Rio Púnguè, e sobre alongamentos
de dunas de areia ao longo da costa do Índico. A vegetação natural é caracterizada por terras baixas
e litoral com mangais.

2.3. Demografia

Tabela 2.1: Crescimento populacional da Beira. (Ano XVII – Nº 3129, 2016)

De acordo com o censo de 2007, Beira possuía uma população total de 431.583 habitantes, sendo
219.624 homens e 211.959 mulheres. Um total de 259.728 habitantes tinha 15 ou mais anos de
idade. A população da cidade da Beira pertence na sua maioria ao grupo Bangwe, resultante do
50

cruzamento ocorrido entre os Machangas, Matewes e Podzos do vale do Zambeze. A maioria da


população é cristã, havendo também um elevado número de muçulmanos e hindus.

2.4. Climas e solos

Para caracterizar o clima do Bairro Inhamizua devemos ter em conta a cidade em que ela se localiza
pois as características do clima desta cidade são semelhante a do local em estudo.
Tabela 2.2: Dados climatológicos para Beira. (weatherbase.com, 2010)

Beira é caracterizada por um clima tropical húmido chuvoso de savana, com temperaturas elevadas
e húmidas no verão, especialmente durante a estação das monções de verão (hemisfério sul) de
Outubro a Fevereiro.

O solo que constitui a área em estudo é um solo de característica argilosa com uma baixa
permeabilidade o que contribui com a grande estagnação de água encontrada nas vias pela
dificuldade da água infiltrar no solo.

O solo do abairro de inhamizua é em grande parte de característica argilosa. Este é o tipo de solo
que faz parte do bairro da região de estudo deste trabalho.

2.5. Estado atual das construções no inhamizua

O bairro de Inhamizua expansão é caracterizado por construções convencionais e não


convencionais nas zonas habitadas, mas para este projeto foca-se apenas na região em expansão
alvo de novas construções convencionais, por ser o local onde o projecto será implantado.
A região de estudo apresenta construções tais como:
51

Construções mistas (blocos de betão e pau-a-pique)


Construções de alvenaria simples, estrutural, armada e mista.

Figura 38.Estado atual das construções no bairro de Inhamizua.

Tendo sido verificado o emprego de pau a pique, bloco de betão como alvenaria em construções
no bairro em estudo pretende-se, unir o útil ao agradável na presente proposta optando-se pelo
tijolo ecológico. Visto ser da responsabilidade do Engenheiro civil buscar materiais de construção e
técnicas que não agridam o meio ambiente.

Este material traz soluções em termos estruturais, ambientais e económicos tomando em conta a
realidade da população de inhamizua. Na figura 39 tem-se a composição de materiais utilizados
para confecionar o tijolo de solo-cimento.

Figura 39.Composição dos tijolos de solo-cimento

Respondendo aquilo que são os objetivos deste trabalho com a presente proposta pretende-se
promover a sustentabilidade no setor de construção em inhamizua.

Com a implementação da proposta espera-se:


- Redução na emissão de gases lançados na atmosfera
52

- Redução no tempo de execução de obra devido ao método construtivo oferecido pelo tijolo de
solo-cimento
- Maior qualidade de obras devido a resistência mecânica oferecida pelo tijolo ecológico quando
comparado ao cerâmico convencional
- Menos desperdício de material na execução das obras
- Redução de custo de obra pois a execução do material não precisa de mão-de-obra especializada

- Menos quebra de alvenaria ao longo da execução uma vês que os dutos formados pelos encaixes
dos tijolos ecológicos formam camadas termo acústicas possibilitando a passagem dos condutores
para rede elétrica e hidráulica,

1.10. Custo do tijolo modular de solo-cimento


Com vista a provar a viabilidade económica do tijolo de solo cimento foi feita uma comparação
com o cerâmico convencional em que a seguir se apresenta a titulo de exemplo o projeto com uma
área construída de 45,53m², Figura 40.

Figura 40. Planta de piso do projeto com tijolo ecológico. Fonte: xxv seminário de iniciação científica

O custo individual do bloco modular de solo-cimento é mais elevado em relação ao tijolo cerâmico
convencional. Mas, após o processo de aplicação do material na construção, de acordo com a
técnica empregada, o valor total do serviço finalizado pode ter uma redução de até 40% do valor
finalizado em relação ao tijolo convencional (SAMPAIO e NUNES, 2017). Na tabela 7 e 8 e
53

apresentado o orçamento feito com tijolo cerâmico de 9 furos e tijolo modular de solo cimento em
que verifica-se a viabilidade económica do material.
54

CONCLUSÃO

Embora a barreira cultural dos profissionais de construção civil, que desconhecem as inúmeras
vantagens desse material e dificulta a comercialização em grande escala do produto. É fato que:

• A utilização do tijolo modular de solo-cimento contribui de forma significativa para a construção


civil, apresentando um sistema ecologicamente correto em seu processo de fabricação já que o
material não passa pelo processo de queima, possibilitando a redução de diversos impactos
ambientais.

• As boas características do material, apresentando resistência média de 2,0 MPa e uma resistência
unitária de 1,7 MPa superior aos materiais convencionais utilizados, o que possibilita uma redução
na geração de resíduos, além da boa durabilidade do material que pode ser utilizado sem a
aplicação de revestimentos, o que mostra sua boa qualidade quando exposto aos agentes externos.

• A contribuição para o desenvolvimento sustentável, citando-se a redução de emissão de dióxido


de carbono, redução de resíduos devido a sua boa resistência e durabilidade, redução de
revestimentos que além de baratear o custo da obra também contribui para a redução da geração
de CO2.
55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACCETTI, K. M. Contribuições ao projeto estrutural de edifícios em alvenaria.


Dissertação (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
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59

ANEXO

Tabela 15. Orçamento de Bloco Cerâmico 9 furos. Fonte: xxv seminário de iniciação científica
60

Tabela 16: Orçamento Tijolo Ecológico. Fonte: xxv seminário de iniciação científica

.
61

AVALIAÇÃO FINAL – PARECER DO ORIENTADOR

Engº Msc. Cesário Cassamo, docente na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade


Zambeze, vem na qualidade de orientador da Monografia de Licenciatura submetida por Belmiro
Cardoso Mutaquiha, com o tema “PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL DE
CASAS NA CIDADE DA BEIRA USANDO TIJOLO ECOLÓGICO”, declarar que o trabalho
apresentado pelo aspirante reúne qualidade científica e condições necessárias para que o estudante
seja submetido à prova de defesa para obter o grau de Licenciatura em Engenharia Civil.

Beira, aos ____ de ___________________ de 2022

__________________________________

(Engº Msc. Cesário Cassamo)

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