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Este trabalho justifica-se também pelo facto de o local em estudo ser uma zona
periférica e oferece pouquíssima oportunidade para que a juventude se ocupe, viu-se
ainda que a desestruturação das famílias, a pobreza, o desemprego nesta zona tem
permitido que os jovens ingressam no mundo da criminalidade com facilidade.
O tema é importante por ser uma tentativa para testar as teorias da criminalidade
no nosso contexto, com o objectivo de vermos até que ponto podem servir de modelo
explicativo sobre a nossa realidade social e académica e ajudar na prevenção de actos
criminosos.
1.1.2. Criminalidade
Crime
1.1.3. Juventude
De acordo como Abramoway (2006), ser jovem é ser autônomo e fazer com
segurança a travessia da ponte que parte do ser criança e termina no ser adulto. A autora
arrisca definir juventude como
Platão (427-347 a. C.) citado por Fernandes (2002 p.61), na obra "A República",
pretendeu evidenciar que os factores econômicos desencadeavam em crimes por meio
da ambição, da ganância, da avidez, logo, davam origem à criminalidade.
Aristóteles (384-322 a. C.), citado por Fernandes (2002 p.62),autor da famosa
obra "A Política", também visualizou os factores econômicos em certos delitos
ocasionados pela miséria.
Em sua Retórica Aristóteles estudou o caráter dos delinqüentes, observando
uma freqüente tendência à reincidência, e analisou as circunstâncias que deveriam ser
levadas em conta como atenuantes dos delitos. Outrossim, concluía que as paixões
humanas eram mais importantes que as razões econômicas na etiologia delinqüencial.
Cesare Lombroso
Em 1876, lançou o livro L'uomo Delinqüente, que representou um marco inicial
da criminologia, onde classificava o criminoso como nato, louco, por paixão e por
ocasião93.
Cesare Lombroso, citado por Santos (2005, p.27) o precursor do estudo da
Antropologia Criminal e o fundador da Criminologia, sustentava que certos
indivíduos já nasciam com predisposição para delinquência, sendo tal disposição
revelada por sua aparência física, ou seja, "ante as características fisionômicas seria
possível conhecer o indivíduo capaz de delinquir".
Ainda Lombroso preocupava-se quase exclusivamente com o contingente
pessoal, afirmando que o delito resultava de condições decorrentes da constituição
peculiar de certos indivíduos (causas endógenas). Sua tese principal era a do
delinquente nato.
Para Carvalho, citado por Manuel, (2017) afirma que o comportamento criminoso
tem as seguintes origens:
Para Carvalho, citado por Manuel (2017), afirma que as possíveis causas podem ser
os seguintes:
Atitude
Quanto a isto podemos dizer que, se um determinado individuo não tiver suas
atitudes devidamente formada no âmbito do seu processo de aprendizagem e
socialização elas podem se tornar um factor de risco para à prática dos crimes.
Quanto a isto, trouxemos Júnior, O. K. (2008, p. 7) que nos conta que: "para se
ter um bom carácter e consequentemente atitudes coerentes, conscientes temos que no
mínimo ter respeito, serenidade, maturidade, sobretudo bom senso". Isto significa que,
se as atitudes do um indivíduo não lhe proporcionarem o conhecimento, a identidade, a
auto estima, a defesa do ego e motivação, a forma como o individuo vai agir , ou
reacção que terá frente aos obstáculos da vida será desviante do padrão aceitável pela
sociedade.
Agressividade
Significa que, a agressividade por ser natural ela influência a forma como o individuo se
comporta ou age perante determinada situação, objecto ou coisa, um individuo com
instintos agressivos está propenso a agir de modo diferente diante dos desafios da vida.
Frustração
Desde esta análise pode afirmar mesmo que qualquer frustração levaria a
agressão, ainda que invisível e, qualquer agressão, resultaria de uma frustração, mesmo
que invisível. Pois, a frustração é tida como a insatisfação devido à recusa de um agente
externo de entender a exigência libidinal, quanto a insatisfação ligada a factores
internos, como inibição e defesas do eu, que leva a formulação hesitantes [...], (Farias,
2005, p. 205).
Significa que, a frustração está estritamente ligado a uma decepção,
desapontamento ou mesmo desilusão, que o individuo enfrenta; uma pessoa frustrada é
alguém que não conseguiu realizar determinado objectivo ou lhe foi negado algo que
impediu a sua realização da satisfação, e nesta situação de desconforto essa pessoa pode
enveredar às práticas consideradas inadequadas ou criminosas tudo por que pretende
que sua expectativa seja compreendida e respeitada.
Portanto, Mckay at al (2001, p.29) esclarecem que, uma pessoa frustrada não se
comportará de maneira agressiva a menos que o contexto seja percebido como
apropriado para a manifestação de hostilidade. Quer no campo de batalha quer numa
discussão doméstica, a agressão só ocorre se for considerada apropriada ou aceitável
dentro daquela situação.
Teoria comportamental
Teoria psicossocial
Ainda sob esta perspectiva, deve-se ter em importância a influência do grupo sobre o
comportamento dos sujeitos e para a formação de sua personalidade (principalmente
entre os jovens). A partir dos processos de aprendizagem social, o indivíduo, na
carência de referências familiares ou pelos menos sólidas, integra-se ao grupo,
assumindo seus valores e hábitos. Conforme afirma Matos (apud Benevente, 2009):
Para Benavente (2009) diz que a adolescente é um momento de mudanças intra psíquica
em que se da a negociação de novos laços com os objectos da infância e o
estabelecimento de ligações a novos objectos, e que pode culminar em desvio.
Personalidade criminosa
Os grupos mais perigosos são constituídos por indivíduos com uma grande força
criminal e uma adaptabilidade social elevda. A sua tendência anti-social não é revelada
ao exterior apesar das suas inclinações criminosas. São indivíduos basicamente
socializavéis, mesmo que do ponto de vista da sociedade sejam sobretudo indivíviduos
patológicos (Círtková, 2004, p.49-50).
Para Hartl (2004), citado Manuel (2010), afirma que as substâncias psicoativas
são aqueles elementos que influência a consciência, o comportamento e o humor; se
forem consumidas de forma abusiva ou inadequada existe perigo de criarem
dependência.
Para Pimenta (2010, p. 30)afirma que os gangue são grupos de pessoas que se
juntam para cometer actos criminosos de forma organizada.
Para mesma autora acrescenta que a delinquência juvenil surge muitas vezes no
âmbito de um grupo de amigos que se junta com o objetivo de praticar actos de
vandalismo, consumir drogas, álcool e praticar actos delituosos. Desta junção,
inicialmente inocente, surgem depois os gangues.
Estes grupos geralmente efetuam assaltos à mão armada, para obtenção de bens,
sejam viaturas, telemóveis, dinheiro ou artigos pessoais (como joias, relógios).
Comummente efetuam também assaltos a residências, bancos, estabelecimentos
comerciais, com o objetivo de se apropriarem do dinheiro em caixa, de
electrodomésticos e de objetos pessoais de valor.
Mas por detrás deste fenómeno social também se encontra a crise de valores
morais que outrora contribuíam para uma harmonia social em que regra geral os jovens
eram mais obedientes, os pais mais atentos e mais próximos da família havendo acima
de tudo um respeito mútuo entre os membros da comunidade.
Assim deve existir um esforço dos pais por acompanhar todas as atividades
escolares e extra escolares dos filhos, controlar algumas amizades, algumas saídas, sem
que claro se caia em excesso e se exerça uma pressão excessiva sobre eles.
Estes Valores que a igreja pretende incutir, como por exemplo aconselharem os
jovens a absterem-se do uso de drogas, bebidas alcoólicas, assim como o recurso ao
vandalismo.
De acordo com a fonte oral “o nome de Catepa seria originalmente, o nome de um rio
do curso permanente no bairro que, no passado, sem referência de datas, havia apenas
quatro (4) casas, onde um grupo de camanguistas faziam as vendas de diamantes.Assim,
com o desaparecimento desse grupo, já em 1977 o soberano deste, Paulo Mapupula
funda o bairro e assim dividiu-se em zonas:1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
Neste item, importa-nos dizer que o bairro da Catepa (comunidade) faz parte dos
18 (dezoito) bairros aproximadamente existentes no município de Malanje, com uma
extensão territorial de aproximadamente 6.301 km2. Está localizado a Norte, faz
fronteira com o Bairro da Vila Matilde; a Sul com o Bairro da Canâmbua; a Este com os
Bairros Azul e da Encosta e a Oeste com o Bairro da Voanvoala do Meio.
Quanto ao contexto humano, vale dizer que actualmente o Bairro conta com
cerca de 2748 habitantes. Catepa zonas 4 e 5, é um Bairro do Município de Malanje que
controla 6 autoridades tradicionais, destes dois (2) são regedores e quatro (4) regedores
adjuntos; cinco (5) sobas.
Segundo Silva & Menezes (2001) considera que há uma relação dinâmica entre
o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a
fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado
são os focos principais de abordagem.
Deste modo, pode-se afirmar que interpretar os factos minuciosamente é de
suma importância para um bom resultado das relações entre sujeito e objecto.
População e Amostra
Ainda para Marconi & Lakatos (2003, p.247), amostra é “o conjunto de unidades
de análise provenientes de uma população”.
A amostra é constituída por seis(6) elementos, dos quais uma (1) responsável do
lar e cinco adolescentes.
Dos seis participantes da pesquisa, cinco são do sexo masculino e uma do sexo
feminino.
Por sua vez, Marconi e Lakatos, (2003) afirmam que entrevista é uma
comunicação verbal entre duas ou mais pessoas, com um grau de estruturação
previamente definido, cuja finalidade é a obtenção de informações de pesquisa. As
perguntas são feitas oralmente e as respostas são registadas pelo pesquisador, por escrito
ou com um gravador, se o entrevistado assim o permitir.
Mas quanto ao conteúdo, Selltiz citado por Marconi & Lakatos (2003) apresenta
seis tipos de objectivos:
a) Averiguação de fatos. Descobrir se as pessoas que estão de posse de certas
informações são capazes de compreendê-las.
b) Determinação das opiniões sobre os fatos. Conhecer o que as pessoas pensam
ou acreditam que os fatos sejam.
c) Determinação de sentimentos. Compreender a conduta de alguém através de
seus sentimentos e anseios.
d) Descoberta de planos de acção: descobrir, por meio das definições individuais
dadas, qual a conduta adequada em determinadas situações, a fim de prever qual seria a
sua. As definições adequadas da acção apresentam em geral dois componentes: os
padrões éticos do que deveria ter sido feito e considerações práticas do que é possível
fazer.
e) Conduta actual ou do passado: Inferir que conduta a pessoa terá no futuro,
conhecendo a maneira pela qual ela se comportou no passado ou se comporta no
presente, em determinadas situações.
f) Motivos conscientes para opiniões, sentimentos, sistemas ou condutas:
Descobrir quais factores podem influenciar as opiniões, sentimentos e conduta e por
quê.
Ainda para Selltiz citado por Marconi & Lakatos (2003) Quanto aos tipos de
entrevistas pode dizer-se que existem diferentes tipos de entrevistas, que variam de
acordo com o propósito do entrevistador:
a) Padronizada ou Estruturada: É aquela em que o entrevistador segue um roteiro
previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se
realiza de acordo com um formulário elaborado e é efectuada de preferência com
pessoas selecionadas de acordo com um plano.
Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg citado por Marconi & Lakatos
(2003), apresenta três modalidades: - Entrevista focalizada: Há um roteiro de tópicos
relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as
perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a
rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessária habilidade e perspicácia por
parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de
conduta. - Entrevista clínica: Trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a conduta
das pessoas. Para esse tipo de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas
específicas. -Não dirigida: Há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá
expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é de incentivo,
levando o informante a falar sobre determinado assunto, sem, entretanto, forçá-lo a
responder.
Baseando-se nos pontos de vistas dos autores acima citados, a entrevista pode
ser entendida como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha
informações a respeito de um determinado assunto, mediante uma conversação de
natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a
colecta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.
De acordo com Marconi & Lakatos (2003) & Gil (2010), como técnica de
colecta de dados, a entrevista oferece várias vantagens e limitações.
As entrevistas, de acordo com Chizzotti (1995), foram transcritas e analisadas por meio
da técnica de análise do discurso dos sujeitos pesquisados.
Franco citado por Chioia (2014) defende a ideia de que não existem fórmulas
mágicas que possam orientá-lo nem aconselhar o estabelecimento de passos apressados
ou muito rígidos. Em geral, o pesquisador segue o próprio caminho baseado em seus
conhecimentos e guiado por sua competência, sensibilidade e intuição.
Procedimentos e dificuldades
Referências consultadas
SANTOS, Nildo Nery Dos. 1000 perguntas: criminologia. Rio de Janeiro: Editora
Rio.