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NOVEMBRO/2005
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ÍNDICE
1. Relações Água-Solo-Planta-Atmosfera.......................................................................3
1.1. Introdução..............................................................................................................3
1.2. Água na atmosfera: vapor d´água e precipitação pluvial (chuva).........................4
1.3. Amostragem de solo para projetos de irrigação...................................................4
1.4. Água no solo: armazenamento e infiltração de água no solo...............................6
1.5. Água na planta: evapotranspiração.....................................................................17
1.6. Balanço hídrico....................................................................................................17
2. Método EPS para Manejo da Irrigação em Pastagens.............................................19
2.1. Recomendações Adicionais................................................................................23
2.1.1. Lâmina de água (quantidade).......................................................................23
2.1.2. Instalação e funcionamento do tanque classe A...........................................23
2.1.3. Instalação e funcionamento do pluviômetro..................................................24
2.2. Exemplo de manejo da irrigação pelo método EPS (ECA – PRP = 20 a 30 mm). .25
3. Princípios básicos de Hidráulica aplicada à irrigação...............................................26
3.1. Hidrologia aplicada à Irrigação............................................................................26
3.2. Hidrodinâmica aplicada à Irrigação.....................................................................29
3.2.1. Necessidade de pressão na irrigação por aspersão.....................................31
3.2.2. Perda de carga em tubulações.....................................................................32
- Calcular o diâmetro correspondente com a seguinte fórmula:.................................35
4. Elaboração de projetos de irrigação por aspersão...................................................39
4.1. Levantamento de dados básicos.........................................................................39
4.2. Dimensionamento de um sistema de irrigação por aspersão convencional......41
4.3. Dimensionamento de um sistema de irrigação por aspersão em malha............48
5. Referências Bibliográficas.........................................................................................53
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Apresentação do curso
Este curso foi planejado com a finalidade de capacitar técnicos de nível médio e
superior ligados à extensão rural a elaborar projetos e orientar produtores rurais no
manejo de irrigação de pastagens.
Durante o curso, os participantes receberão instruções teóricas e participarão de
práticas de campo sobre a interação entre água, plantas, atmosfera e solo, a
importância dessa interação na elaboração de projetos e no manejo da irrigação.
O curso inicia-se com noções fundamentais sobre as relações entre a água, o
solo, a planta e a atmosfera. Será apresentado o ciclo da água, incluindo precipitação
pluvial (chuva), escorrimento superficial, infiltração no solo, percolação (drenagem
profunda), armazenamento no solo, evaporação e transpiração (evapotranspiração).
A seguir, serão apresentadas as técnicas básicas de amostragem de solo e água
a projetos de irrigação, com explicação sobre sua importância para o manejo de
irrigação, que será abordado logo em seguida.
Também serão abordados princípios básicos de Hidráulica aplicada à Irrigação,
tais como técnicas de medição de vazão, cálculo de necessidade e perdas de pressão
(carga), para projetos e para sistemas de irrigação já instalados. Haverá práticas de
escolha de aspersores e dimensionamento de tubulações e bombas centrífugas.
A última fase será o roteiro básico para a elaboração de projetos de irrigação por
aspersão convencional e aspersão em malha, com atividade prática de
dimensionamento de sistemas de irrigação. Para isto, os participantes serão reunidos
em grupos de duas ou três pessoas, que serão responsáveis pela elaboração de um
projeto de irrigação. Esse projeto será a avaliação final dos participantes do curso.
Devido à curta duração do curso, os projetos poderão ser entregues até uma
semana após o término do mesmo. Portanto, o prazo final de entrega será o dia
01/07/2005. Os certificados do curso serão emitidos após o exame dos projetos pelos
preletores do curso.
A fim de alimentar um processo contínuo de melhoria do curso, cada participante
receberá uma ficha de avaliação do curso, que deverá ser preenchida e entregue aos
preletores do curso. Contamos com sua colaboração para o sucesso desta iniciativa.
Agradecemos por sua colaboração e pela oportunidade de compartilhar
experiências. Bom curso e mãos à obra!
Os autores
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1. Relações Água-Solo-Planta-Atmosfera
1.1. Introdução
O solo é a camada externa da superfície terrestre e resulta das alterações
promovidas no material original pelos agentes climáticos, biológicos e outros. É
composto por uma mistura de proporções variáveis de materiais sólidos líquidos e
gasosos, num sistema bastante complexo e heterogêneo (Miranda et al., 2001).
A parte sólida é composta por minerais e matéria orgânica e é denominada matriz
do solo. A fração orgânica constitui-se basicamente de resíduos animais e vegetais, e
de uma população viva de bactérias, fungos, algas, insetos e pequenos animais.
Dependendo do material de origem e o ambiente, a fração mineral tem características
bem distintas em termos de forma, tamanho, composição química.
Ambas as frações, orgânica e mineral, influenciam a porosidade e o
armazenamento de ar e água e, consequentemente, a relação entre solo e água.
A fração líquida é chamada de “solução do solo” e é formada por água
microrganismo e substâncias orgânicas e minerais.
A fração sólida (matriz) interage fortemente com a fração líquida do solo (solução)
por meio de processos físicos e químicos, que prendem a água junto à matriz. As
forças que prendem a solução na matriz variam de acordo com a porosidade (volume e
tamanho dos poros) e a disponibilidade de água no solo (Reichardt, 1993; Miranda et
al., 2001).
As plantas retiram água e nutrientes do solo para suas atividades metabólicas
vegetativas e reprodutivas e, para isto, há necessidade de energia. Essa energia é
proveniente do Sol.
A radiação solar é absorvida pela atmosfera terrestre e causa o aquecimento do
ar e das plantas. Esse aquecimento causa dois fenômenos muito importantes para as
plantas: primeiro, aumenta a capacidade de retenção de umidade pelo ar; segundo,
aquece as plantas. Para não sofrer com o excesso de temperatura, as plantas utilizam
cerca 99% da água que absorvem na transpiração. Assim, quanto mais energia
radiante houver na atmosfera, maior será a demanda das plantas por água.
Para suprir tal demanda das plantas é necessário haver água no solo, em
quantidade suficiente e na camada onde estão as raízes das plantas. A profundidade
dessa camada de solo varia de espécie para espécie, mas duas coisas não mudam: a
falta de água nessa camada leva a planta a sofrer estresse por deficiência hídrica, e o
4
Conforme o próprio nome indica, o ciclo da água na Natureza não tem início ou
fim. Só para facilitar o entendimento, o ciclo será apresentado a partir da atmosfera.
A água da atmosfera chega ao solo pela ocorrência de chuvas, e a partir daí
passa por três processos principais: evaporação (volta para a atmosfera), escorrimento
superficial (enxurrada) e infiltração (solo).
A água que evapora tornará a se acumular até que ocorram chuvas novamente. A
água que escorre superficialmente causa as enchentes de rios e aumenta o volume de
lagos naturais e artificiais. A água que infiltra no solo tem dois destinos: uma parte é
escoa lentamente pelos poros e forma os aqüíferos freáticos ou confinados, e a outra
parte fica armazenada nas camadas próximas à superfície do solo. Essa última parte
representa a maioria da água disponível ao crescimento e reprodução das plantas.
Esse conjunto forma o chamado Sistema Solo-Planta-Atmosfera, onde a água interage
com todos os componentes.
Para voltar à atmosfera, a água passa por dois processos: evaporação e
transpiração. A evaporação ocorre principalmente em corpos de água (rios, lagos e
oceanos) e solos, e a transpiração é proveniente dos seres vivos, principalmente das
plantas. Em sistemas de produção agropecuária, a passagem da água do solo para a
atmosfera é denominada evapotranspiração, que é a soma da água que evapora
diretamente do solo e da água proveniente da transpiração das plantas.
torcida ou espremida. Ao jogar água sobre a esponja, inicialmente ela absorve toda a
água, até chegar à sua máxima capacidade de armazenamento. A partir daí, para cada
gota d´água que for jogada sobre a esponja sairá outra gota pela parte de baixo.
O armazenamento de água no solo ocorre em seus poros, que equivalem aos
poros da esponja. É difícil extrair água quando o solo está quase seco, podendo chegar
a um teor de umidade tal que haja murchamento ou morte de plantas. Esse teor de
umidade é o chamado ponto de murcha permanente. Ao receber água da chuva ou de
irrigação, inicialmente o solo absorve toda a água até chegar ao máximo
armazenamento, que é chamado de capacidade de campo. Se a chuva ou a irrigação
continuar, para cada gota d´água a mais ocorrerá a saída de outra gota água pela parte
de baixo. Esse fenômeno é chamado de drenagem profunda ou percolação. Também
pode haver perdas por escorrimento superficial (enxurrada), quando parte da água não
penetra no solo porque a velocidade de infiltração é menor que a taxa de precipitação
da chuva ou da irrigação.
Para fazer a irrigação de modo eficiente é necessário saber qual a capacidade de
armazenamento de água no solo, de maneira que a irrigação seja feita para repor a
água consumida por evapotranspiração sem causar perdas por drenagem profunda.
Para saber o armazenamento de água em uma camada qualquer do solo pode-se
retirar amostras indeformadas, de modo a manter a estrutura original de poros e
agregados de partículas e, consequentemente, a capacidade de armazenamento de
água. A amostra indeformada deve ser retirada com anéis metálicos, com diâmetro e
altura de 5 cm, aproximadamente.
O anel metálico deve ser colocado sobre o solo, próximo à metade da camada
que se deseja amostrar (Ex.: 10 cm de profundidade para a camada de 0-20 cm, ou
30 cm para a camada de 20-40 cm). Sobre o anel deve-se encaixar outro anel, ou um
amostrador (Figura 1), sobre o qual pode-se colocar um pequeno pedaço de tábua e
bater com marreta de borracha.
Depois de fincado no solo, o anel deve ser retirado com o auxílio de uma faca ou
canivete, com uma pequena quantidade de terra acima e abaixo do anel para evitar
que a amostra seja danificada. A seguir, trabalha-se a amostra com faca ou canivete,
de moto que o volume do solo seja exatamente igual ao do anel, e protege-se as
extremidades expostas da amostra com plástico.
A amostra deve ser identificada no próprio anel, utilizando-se uma caneta de
ponta porosa. A identificação deve conter informações sobre o local de amostragem e a
profundidade da camada amostrada. A seguir, envia-se a(s) amostra(s) para um
laboratório que faça a curva característica de retenção de água no solo.
Geralmente se recomenda que as camadas de solo amostradas respeitem o perfil
de cada tipo de solo. Porém, de modo geral recomenda-se que a amostragem seja feita
em camadas de 20 cm de espessura, em toda a profundidade do solo explorada pelas
raízes. Para forrageiras recomenda-se amostrar até 60 cm de profundidade.
- um forno de microondas comum ou, em último caso, uma frigideira com tampa;
- uma proveta de plástico graduada com volume de 100 ml;
- dois frascos de plástico;
- uma “balança de água”.
a) No campo:
b) No “laboratório”:
0,500 0,500
0,400 0,400
Umidade (cm3/cm3)
Umidade (cm3/cm3)
0,300 0,300
0,200 0,200
0,100 0,100
0,000 0,000
0 5000 10000 15000 20000 10 100 1000 10000 100000
Potencial matricial (cm H2O) Potencial matricial (cm H2O)
(a) (b)
Figura 3 - Curvas de retenção de água no solo: (a) escala normal; (b) escala logarítmica
0,385 0,193
θ a 0,193
1 0,0059 m 0,842
1,9008
θ cc 0,250 cm 3 /cm3
CAD 28,6 mm
AFD = f x CAD
AFD - água facilmente disponível às plantas (mm)
CAD - capacidade de água disponível (armazenamento total de água no solo, mm)
f - fator de disponibilidade de água às plantas (sempre menor que 1)
O valor de “f ” é sempre menor que 1 (um), porque nem toda a água do solo será
consumida, apenas uma parte dela. Para plantas forrageiras, os valores de “f” variam
de 0,3 a 0,7. De um modo geral, pode-se utilizar f = 0,5; neste caso considera-se a
12
Exemplo:
Considerando-se uma evapotranspiração de 5 mm/dia, um fator de
disponibilidade f = 0,5 e o armazenamento calculado no exemplo anterior (42,6 mm), os
valores de água facilmente disponível (AFD) e turno de rega (TR) são:
O que fazer quando ainda não foi feita a curva de retenção de água no solo?
1 mm = 1 L/m2
Exemplos:
a) Quando se lê no jornal que houve uma chuva de 25 mm, isto quer dizer que caíram
25 litros de água de chuva em cada metro quadrado de solo.
25 mm = 25 L/m2
Em um metro quadrado: 25 litros
Em um hectare (10000 m2): 250000 litros, ou 250 m3
O infiltrômetro deve ser fincado no solo e, para isto, deve ter a extremidade
inferior afiada para penetrar mais facilmente no solo. Depois de fincados no solo, os
anéis são preenchidos com água, anotando-se a lâmina que infiltrou no solo em
intervalos de tempo pré-determinados que variam de 1 a 30 minutos.
O anel externo deve ter cerca de 50 a 70 cm de diâmetro, e serve para regularizar
1
Ia = intensidade de aplicação do aspersor (mm/h); VIB = velocidade de infiltração básica do solo (mm/h)
15
0 1 min 2 min 4 min 6 min 11 min 16 min 26 min 36 min 51 min 66 min 96 min 126 min...
T 1 min 1 min 2 min 2 min 5 min 5 min 10 min 10 min 15 min 15 min 30 min 30 min
fim. Geralmente isso acontece 150 a 300 min (2 ½ a 5 h) após o início do teste;
- Para saber a velocidade de infiltração básica do solo (VIB) basta dividir a lâmina
d´água infiltrada na ultima leitura (cm ou mm) pelo intervalo de tempo (30 min ou
0,5 h). O resultado obtido é a VIB (cm/min, ou cm/h, ou mm/min, ou mm/h).
- A unidade mais utilizada para a VIB é “mm/h”, e recomenda-se a sua utilização
para facilitar o trabalho;
Ao escolher um aspersor para o projeto, deve-se optar por um modelo que tenha
intensidade de aplicação (Ia) menor que a VIB, daí a importância de conhecê-la.
Para calcular o valor de VI (cm/h) deve-se dividir a diferença entre leituras (L, em
cm) pelo tempo instantâneo (T, em min) e multiplicar por sessenta (60 min/h).
Para calcular VI em mm/h basta multiplicar por 10 (dez) o valor de VI em cm/h.
Por exemplo, na 3a linha da tabela tem-se:
L 1,6
VI x 60 x 60 VI mm/h VI cm/h x 10
T 2
gravimétrico), que às profundidades de 0-20, 20-40, e 40-60 cm, foi possível conhecer
os perfis de umidade do solo e calcular o armazenamento de água e os demais
componentes do balanço hídrico (evapotranspiração e irrigação). O armazenamento de
água do solo variou de 20 a 25 mm, na capacidade de campo (CAD CC), e de 8 a 10 mm
no ponto de murcha permanente (CADPMP).
Essa informação foi confirmada em um trabalho de levantamento de solos
realizado na bacia hidrográfica do ribeirão Canchim em São Carlos, SP, por meio de
análise de diversas classes da unidade Latossolo (LV – Latossolo Vermelho-Amarelo,
LE – Latossolo Vermelho-Escuro, LR – Latossolo Roxo).
Verificou-se que a CAD na camada de 0 a 20 cm variou entre 16 e 25 mm,
podendo chegar a 35 mm nos mais argilosos. Quanto ao ponto de murcha permanente
(PMP) desses solos, com tensão de retenção de 1,5 MPa, observou-se variação de 7
até 12 mm, podendo chegar a 16 mm, na camada de 0 a 20 cm.
Portanto, com base em diversos trabalhos realizados para facilitar o manejo da
irrigação, desenvolveu–se o método EPS para plantas forrageiras cultivadas em
latossolos de textura média. Esse manejo é monitorado por informações de dois
equipamentos, um tanque Classe A e um pluviômetro (Figura 5).
Figura 5 – (a) Tanque classe A e pluviômetro, utilizados no manejo de irrigação com base no método
EPS; (b) Evaporímetro de Pichè, que pode ser utilizado em substituição ao Tanque Classe A.
Seu fundamento está na diferença entre a evaporação acumulada do tanque
Classe A (ECA) e a precipitação pluvial (PRP) durante o desenvolvimento da forrageira.
Quando essa diferença atingir valores entre 20 e 30 mm, aplica-se água por meio de
irrigação (ECA – PRP = 20 a 30 mm), de acordo com a CAD do solo.
O método foi desenvolvido por meio de experimentação na Embrapa Pecuária
21
Todavia, os teores de umidade antes (Ai) e depois (Di) de cada irrigação foram
bastante coerentes com a CAD e o PMP do solo, independentemente da época e do
horário de aplicação, reforçando a proposição de adotar o método EPS no manejo da
irrigação de plantas forrageiras em latossolos de textura média.
Verificou-se que, na camada de 0 a 10 cm, o teor de umidade foi de 7 a 9 mm
antes da irrigação e de 17 a 18 mm depois da irrigação, corroborando informações
de diversos trabalhos.
A umidade do solo não chegou ao ponto de murcha permanente nas parcelas
sem irrigação, provavelmente devido à reposição de água por fluxo ascendente
(subida) de camadas mais profundas. Ao mesmo tempo, sem aplicação de lâmina de
água superior à CAD na camada superficial (0-20 cm), não há inibição do
desenvolvimento radicular da planta e, conseqüentemente, do rendimento da parte
aérea. Em alfafa, verifica-se que o desenvolvimento radicular da planta está bastante
23
10 cm
24
Área
π x d2
π x 10 2 78,5 cm 2
4 4
Após uma chuva, o volume coletado foi de 200 ml;
Precipitação pluvial:
25
PRP 25,5 mm
2.2. Exemplo de manejo da irrigação pelo método EPS (ECA – PRP = 20 a 30 mm)
Tabela 2. Exemplo de aplicação do método EPS considerando-se as ocorrências climáticas durante onze dias de
janeiro de 1997. São Carlos, SP.
Leitura Reposição
Data Tanque ou ajuste Diferença ECA PRP ECA - PRP Irrigação
Classe A de nível (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(mm)
. . . . . . . .
. . . . . . . .
05/01/97 81,86 -------- 5,00 5,00 0,00 5,00 ------
06/01/97 75,80 -------- 6,06 6,06 0,00 11,06 ------
07/01/97 68,82 -------- 6,98 6,98 0,00 18,04 ------
08/01/97 61,82 79,86 7,00 7,00 0,00 25,04 17,00
09/01/97 75,40 -------- 4,46 4,46 0,00 4,46 ------
10/01/97 70,00 5,40 5,40 0,00 9,86 ------
11/01/97 86,74 81,70 -16,74 3,26 20,00 - 6,88 ------
12/01/97 75,76 5,94 5,94 0,00 - 0,94 ------
13/01/97 --------- 78,39 ------ ------ 52,00 0,00 ------
14/01/97 73,20 -------- 5,19 5,19 0,00 5,19 ------
15/01/97 70,00 -------- 3,20 3,20 0,00 8,39 .
. . . . . . . .
. . . . . . . .
ECA = evaporação do tanque classe A
PRP = precipitação pluvial
ECA - PRP = acúmulo da diferença entre evaporação e precipitação
Quanto à reposição e manutenção do nível de água do tanque entre 5,0 e 7,5 cm,
podem ocorrer duas situações de reposição: “positiva” ou “negativa”. A reposição
positiva ocorre quando há grande demanda evaporativa e o nível fica abaixo de 7,5 cm
da borda superior. Neste caso coloca-se água até o nível se estabelecer entre 5,0 e 7,5
cm; no exemplo, aconteceu em 08/01/1997. A reposição negativa ocorre quando a
precipitação faz com que a leitura do dia seja superior à anterior. Se o nível d´água
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chegar a menos de 5,0 cm da borda superior, retira-se água até que fique entre 5,0 e
7,5 cm; no exemplo, aconteceu no dia 11/01/1997. Às vezes, no caso de muita chuva,
pode haver trasbordamento de água do tanque, que impede a leitura; nesta situação, a
evaporação é considerada nula (zero); no exemplo ocorreu a chuva do dia 13/01/1997
(52 mm). Com chuvas superiores a 20 mm, o valor acumulado de ECA - PRP inicia-se
novamente, com valor nulo (zero).
Nenhum projeto de irrigação deve começar sem que o técnico responsável faça
três perguntas:
a. Existe água disponível para o projeto?
b. Que parte dessa água pode ser utilizada?
c. Quanta água é realmente necessária?
A resposta para cada pergunta é dada a seguir.
Q – vazão em m3/s
Q = 1,4 x H 2,5
H – carga d´água, m
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déficit.
Ex.: 80 dias/ano com déficit.
- Dividir a vazão disponível (Qd, em L/h) no rio, córrego ou poço pela vazão
unitária necessária (Qn, em L/m2.h) e descobrir a área que é possível irrigar.
Ex.: Vazão disponível (medida pelo técnico) Qd = 15000 L/h
Vazão unitária necessária (calculada) Qu = 1,5 L/m2.h
Qd 15000 L/h
Ai 2
10.000 m 2 1,0 ha
Qn 1,5 L/m .h
Q/2 Q/2
2Q 4Q 4Q 2Q
8Q
Figura 9 - Esquema de irrigação por aspersão convencional (esq.) e aspersão em malha (dir.)
Entretanto, essa vazão chega ao aspersor pelos dois lados da malha, e a vazão
que passa por cada trecho é igual à metade da vazão de um aspersor (q/2). Portanto, a
vazão das linhas laterais no sistema convencional é igual a oito vezes o valor da vazão
nas linhas laterais do sistema em malha.
Todo sistema de irrigação deve ser dimensionado de modo que a bomba possa
fornecer energia suficiente para que a água saia dos aspersores na pressão
necessária, que é chamada de pressão de serviço. Essa pressão é escolhida em
catálogos de aspersores, de acordo com a intensidade de aplicação desejada (Ia), que
por sua vez é definida pela velocidade de infiltração básica de água no solo (VIB).
Exemplo: Escolha de aspersor para projeto de irrigação em solo com VIB = 8 mm/h.
Catálogo de um aspersor:
Combinação Pressão de Vazão total Diâmetro Espaçamento recomendado
de Bocais serviço m3/h irrigado (máx.)
(mm x mm) (mca) (m) AxL Ia
(m x m) mm/h
3,6 20 1,07 25 12 x 18 5,0
x 25 1,19 25 12 x 18 5,5
2,6 30 1,31 26 12 x 18 6,1
35 1,41 26 12 x 18 6,5
4,0 20 1,29 26 12 x 18 6,0
x 25 1,44 27 12 x 18 6,7
2,8 30 1,59 27 12 x 18 7,4
35 1,71 27 18 x 18 5,3
4,2 20 1,43 27 12 x 18 6,6
x 25 1,6 28 12 x 18 7,4
3,0 30 1,75 28 12 x 18 8,1
35 1,89 28 18 x 18 5,8
4,4 20 1,59 26 12 x 18 7,4
x 25 1,8 28 12 x 18 8,3
3,2 30 1,98 30 12 x 18 9,2
35 2,13 30 18 x 18 6,6
Como a intensidade de aplicação (Ia) não deve ultrapassar a VIB, qualquer valor
de Ia menor que 8 mm/h é adequado. Olhando o catálogo, percebe-se que há várias
opções de bocais que atendem esse critério. A melhor opção é aquela que aproxime da
VIB e que utilize a menor pressão de serviço possível, para economizar energia.
A altura do aspersor ao solo depende da planta forrageira irrigada. Para
forrageiras de porte baixo, como o Tifton 85, a altura pode ser de 0,6 a 0,9 m. Para
forrageiras mais altas, como Mombaça, a altura deve ser de 1,2 a 1,5 m.
Neste caso, supondo um sistema rotacionado com Tifton 85, optou-se pelas
32
Portanto, para que o aspersor funcione bem é necessário garantir uma pressão
de 20,8 mca na base do tubo de subida (engate na linha lateral).
Essa é a pressão necessária para levar a água desde a fonte de água (córrego,
rio ou poço) até o aspersor, de forma que haja um bom funcionamento.
Utilizando novamente o exemplo dado na Figura 9 (Item 4.2), mesmo que se use
o mesmo tipo e número de aspersores em dois sistemas de irrigação, a vazão das
linhas laterais deles pode ser diferente. No exemplo dado, uma das linhas laterais tem
vazão igual “4q” e a outra tem vazão igual a “q/2”. Se for utilizado o aspersor escolhido
no Item 4.2.1 (q = 1,59 m3/h), o resultado será:
a) Aspersão convencional
35
D 0,031 m ou 31 mm
b) Aspersão em malha
- Tubulação com saída única (pág. 37):
0,38 0,205
0,000221 60
D 1,625 x x
140 4
D 0,018 m ou 18 mm
Pelo exemplo é fácil notar que sistemas de aspersão em malha podem ter linhas
laterais com tubos de menor diâmetro que nos sistemas de aspersão convencional.
4 x Q LD
D QLD - vazão da linha de derivação, m3/s
xV V - velocidade de escoamento na linha de derivação
1,852
Q L LD
hf 10,65 x LD x x F
C D 4,87
LD
a) Aspersão convencional
QLD = NLL x QLL = 2 x 0,001767 QLD = 0,003534 m3/s
D LD 0,0548 m ou 54,8 mm
1,852
0,003534 180
hf LD 10,65 x x
140 0,059 4,87
hf LD 5,7 mca
b) Aspersão em malha
No caso de aspersão em malha considera-se que a linha de derivação tem
múltiplas saídas, geralmente duas saídas por malha. Os dados da página 36
indicam um sistema com oito malhas. Pressupondo que o sistema tenha duas
linhas de derivação, cada uma com quatro malhas e 90 metros de comprimento.
Portanto, a tubulação de derivação terá oito saídas (duas por malha).
1 0,852
F 0,351 0,416
2x8 6 x 82
4 x Q LD 4 x 0,001767
D LD
xV x 1,5
D LD 0,0387 m ou 38,7 mm
Diâmetro escolhido: DN = 40 mm DI = 37 mm
1,852
0,001767 90
hf LD 10,65 x x x 0,416
140 0,037 4,87
hf LD 3,17 mca
D LP 0,0548 mm
hf LP 7,9 mca
A vazão mínima disponível para irrigação deve ser medida na época mais seca do
ano. Na região Centro-Sul do Brasil essa época situa-se entre agosto e setembro.
A evapotranspiração de referência (ETo) e o défice hídrico podem ser obtidos por
meio do balanço hídrico climático, ou mesmo pelo balanço hídrico da cultura. A ETo é a
evapotranspiração máxima da grama batatais nas condições climáticas locais, mas
sem estresse por défice hídrico. Há uma relação entre ETo e a evapotranspiração
40
ETm Kc x ETo
em que,
ETm - evapotranspiração máxima da cultura, mm/dia;
Kc - coeficiente de correlação entre ETo e ETm da cultura;
ETo - evapotranspiração de referência, mm/dia;
a. Dados básicos
AFD 25
Turno de rega: TR 5 dias (Arredondar para
ETm 5
baixo)
hL 25
Lâmina bruta de irrigação: hb 29,4 mm (Eficiência de irrigação = 85%)
E i 0,85
A total 0,58 m2
Área irrigada por dia: A id 0,1156 ha ou 1156
TR 5 dia
A id x h b 1156 x 29,4
Qt 6183,96 l/h ou 6,184 m 3 /h
Tdi 5,5
d. Dimensionamento hidráulico
d.1. Escolha do aspersor
Critérios:
- Intensidade de aplicação (Ia)
Ia < VIB
Ia 10 mm/h
- Pressão: utilizar aspersores de baixa pressão, sempre que for possível.
Aspersor escolhido
Marca/Modelo AGROPOLO / IS-30 ER 2882 - 1"
Diâm. bocal maior 4 mm
Diâm. bocal menor 3 mm
Pressão de serviço 25 mca
Vazão do aspersor 1,489 m³/h (Catálogo do fabricante)
Diâmetro molhado 30 m
Esp. aspersores 18 m
Esp. linhas 18 m
Altura do tubo de subida 1,5 m
Sobreposição - aspersores 67%
Sobreposição - linhas 67%
Intensidade de aplicação 4,6 mm/h
Tempo de irrig./posição 5,4 h/pos. (teórico)
5,5 h/pos. (adotado)
Nº. pos. irrig./asp.dia 1 pos./LL.dia
Nº. total de pos. de asp. 20 posições
TR adotado 5 dias
Nº. asp. em operação 5
Nº. de linhas laterais 2 (Uma com 3 e outra com 2 aspersores – Vide Fig. 11)
Vazão do sistema 7,445 m³/h
0,001241
0 , 38
36
0 , 205
Dt LL 1,625 x x x 0,534 0,026 m ou 26 mm
140 5
1 0,923
F 0,3506 0,3506 0,2500 0.0385 F 0,639
2 x 2 6 x 2 2
QLL = 2 x qasp = 2 x 1,489 = 2,978 m3/h ou 0,000827 m3/s
0,000827
0 , 38
36
0,205
Dt LL 1,625 x x x 0,639 0,023 m ou 23 mm
140 5
4 Q LP 4 x 0,002068
D LP 0,042 m ou 42 mm (diâmetro teórico)
VLP x 1,5
Comprimento: LLP = 74 m
Desnível da LP: zLP = 2 m
Prof. do poço: zpoço = 40 m
Desnível total: ztotal = 42 m
hf LP 2,84 mca
Pressão no início da linha principal (hf LP), altura manométrica total (H m) e potência do
conjunto moto-bomba (Pmb):
Obs.: Neste caso a pressão no início da linha principal (saída do poço) não inclui
o desnível até a água do poço, nem a perda de carga do poço.
Altura manométrica total (Hm): é a pressão que o conjunto moto-bomba deve suprir
para vencer os desníveis e as perdas de carga, e garantir a pressão de serviço
requerida nos bocais dos aspersores. A altura manométrica total deve incluir a pressão
no início da linha principal (P inLP), o desnível e as perdas de carga no poço (zpoço e
hfpoço), as perdas de carga localizadas, a altura de sucção (Hgr) desde a água à entrada
da bomba e as perdas de carga na sucção (hfs).
Hgs = 0; hfs = 0; Hs = 0
hf LP 0,2 mca
aspersão convencional.
LD LL (malha)
LP
d. Dimensionamento hidráulico
D 0,016 m ou 16 mm
4 Q LP 4 x 0,001654
D LP 0,037 m ou 37 mm (diâmetro teórico)
VLP x 1,5
Diâmetro escolhido: DN = 40 mm DI = 37 mm
1,852
0,001654 54
hf LD 10,65 x x x 0,485
140 0,037 4,87
hfLL 2 mca
4 Q LP 4 x 0,001654
D LP 0,037 m ou 37 mm (diâmetro teórico)
VLP x 1,5
Diâmetro escolhido: DN = 40 mm DI = 37 mm
Perda de carga (hfLP) para o diâmetro comercial adotado:
1,852
0,001654 54
hf LD 10,65 x x
140 0,037 4,87
hfLL 4 mca
Hm = (Hr + Hs) x 1,1 (acréscimo de 10% para suprir perdas de carga localizadas)
5. Referências Bibliográficas
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