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JOÃO PESSOA
2002
ESTUDO DE TEMPERATURA E CONFORTO TÉRMICO: O
CASO DA ÁREA DO CAMPUS I NA UFPB
MARIA ODETE TEIXEIRA DO NASCIMENTO
Monografia apresentada ao
Departamento de Geociências
da Universidade Federal da
Paraíba, para obtenção do grau
de bacharel do curso de
Geografia.
Aprovada em _______________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
Orientador
___________________________________________________
Prof. Ms. Eduardo Pazera Jr.
Examinador
___________________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Fernandes Alonso
Examinador
Este trabalho dedico a vocês: Vairton,
Samara, Gabriel e Natália, pelo tempo
que lhes foi roubado, da atenção, do
aconchego, do abraço.
AGRADECIMENTOS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ANEXOS
RESUMO
PRIMEIRA PARTE
1.1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11
1.2 - REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 15
1.3 – METODOLOGIA....................................................................................................... 19
SEGUNDA PARTE
2.1 - O ESPAÇO GEOGRÁFICO DEMARCADO E MAPEADO..................................... 26
2.2 – A CIDADE, OS ELEMENTOS CLIMÁTICOS E O CONFORTO AMBIENTAL... 32
2.3 - TRATAMENTO E DISCUSSÃO DOS DADOS COLETADOS NAS
ESTAÇÕES................................................................................................................. 37
TERCEIRA PARTE
3.1 – CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 55
3.2 – BIBLIOGRAFIA........................................................................................................ 57
3.3 – ANEXOS..................................................................................................................... 62
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Aerofoto de 1969 da área do Campus I demonstrando o início da
urbanização............................................................................ 14
FIGURA 2 – Estação mata.............................................................................................. 20
FIGURA 3 – Estação bosque........................................................................................... 21
FIGURA 4 – Estação CCHLA......................................................................................... 22
FIGURA 5 – Estação Reitoria.......................................................................................... 23
FIGURA 6 – Estação Climatológica do LES (Laboratório de Energia Solar)................ 24
FIGURA 7 - Altura da localização dos termômetros...................................................... 25
FIGURA 8 – Ilustração da localização do CAMPUS - I em uma cena SPOT
Pancormática-1998 sobre a área de JPA.................................................. 26
FIGURA 9 – Área da Reitoria......................................................................................... 28
FIGURA 10 – Ilhas florestais no interior do Campus I Aerofoto do 29
Campus I – 1998.......................................................................................
FIGURA 11 - Planta baixa do Campus I da UFPB.......................................................... 30
FIGURA 12 - Fotografia mostrando o dossel com aparência firme e 31
robusta..............................................................................................................................
FIGURA 13 - Regiões Bioclimáticas segundo a classificação de Köppen..................... 34
FIGURA 14 - Heliógrafo de Campbell-Stokes................................................................ 38
FIGURA 15 - Fita heliográfica do dia 11 de Fevereiro de 2000..................................... 38
FIGURA 16 - Piranógrafo Robitzch modelo Fuess......................................................... 43
FIGURA 17 – Registro da radiação solar do dia 11 de Fevereiro de 2000..................... 43
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Insolação – 2000/20001............................................................................. 39
TABELA 2 - Radiação Solar – 2000/2001...................................................................... 41
TABELA 3 - Nebulosidade (Em/10) – 2000/2001.......................................................... 44
TABELA 4- Temperatura do ar – 2000/2001 - estação mata.......................................... 46
TABELA 5 - Temperatura do ar – 2000/2001 – estação bosque..................................... 47
TABELA 6 - Temperatura do ar – 2000/2001 - estação CCHLA................................... 48
TABELA 7 - Temperatura do ar – 2000/2001 - estação Reitoria.................................... 49
TABELA 8 - Velocidade dos ventos – 2000/2001.......................................................... 53
TABELA 9 – Umidade relativa – 2000/2001.................................................................. 54
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Demonstrativo de valores sobre o bioclima............................................. 35
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Insolação – 2000/20001........................................................................... 40
GRÁFICO 2 – Radiação solar – 2000/2001.................................................................... 42
GRÁFICO 3 - Temperatura do ar – 2000/2001– estação mata........................................ 46
GRÁFICO 4 – Temperatura do ar – 2000/2001 – estação bosque.................................. 47
GRÁFICO 5 – Temperatura do ar – 2000/2001 - estação CCHLA................................. 48
GRÁFICO 6 – Temperatura do ar – 2000/2001 - estação Reitoria................................. 50
GRÁFICO 7 – Velocidade dos ventos – 2000/2001........................................................ 54
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Planta do Campus I em meio digital............................................................ 62
ANEXO 2 – Cena SPOT Pancormática-1998 sobre a área de JPA................................. 63
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE - Formulário para coleta de dados mesoclimáticos..................................... 64
RESUMO
PRIMEIRA PARTE
1.1 - INTRODUÇÃO
Mas é na cidade, enquanto paisagem urbana com sua complexa organização sócio-
econômica, denotando uma situação estrutural, é que se desenvolvem as atividades
intelectuais gerando dados, informações e, conseqüentemente, conhecimento. Assim a
cidade enquanto centro de consumo de matéria e energia e lugar onde esses elementos vão
sendo processados e transformados em resíduos segundo as necessidades do homem e
eliminados no ambiente,
12
Por conforto térmico entende-se ser “um estado de espírito que reflete a satisfação
com o ambiente térmico que envolve o usuário” (Carvalho: 2001, p.40). Um estudo
importante na área de conforto ambiental foi realizado por Fanger (1973) quando criou
uma equação de conforto térmico “(...) a combinação dos parâmetros temperatura do ar,
temperatura média radiante, velocidade do ar, umidade relativa, nível de atividade e
resistência térmica do vestuário satisfaz a equação de conforto a maioria das pessoas
encontra-se termicamente confortáveis” (Patrício et al. 1997 in Silva, 1999, p.11). A
sensação de conforto está diretamente relacionada com as trocas térmicas do corpo humano
com o ambiente, o indivíduo passa pelo processo de aclimatação1, no qual se dá a sua
adequação às condições térmicas do local constituindo um processo natural.
1
“O processo através do qual o indivíduo se dá a sua adequação às condições térmicas do local”.
(Carvalho, 2001, p.17)
Aclimação é a faculdade que tem um ser vivo de, à custa de algumas modificações, viver e reproduzir-se em
novo meio, diferente do habitual. (Ferreira, 1994 - 1995, p.11)
17
2
A noção sintética de CLIMA advém do RITMO de sucessão dos tipos de tempo, configurados em “cadeias”
nas sucessões mais habituais”. (Monteiro, p.199913)
3
As médias ou normais climatológicas refere-se ao “(...) comportamento médio do clima e é estabelecido
após um período de 30 a 40 anos de observações”. (Bigarella, 1994, p.80)
4
No que se refere ao ritmo Monteiro (1999, p.09), considera-o “(...) como essência do fenômeno climático
(...) a análise rítmica seria o estudo dos elementos do clima interagindo-os mutuamente e com uma certa
intensidade”.
18
Nas referidas estações foram coletados dados apenas de temperatura do ar. Tais
coletas foram realizadas sistematicamente, exigindo critérios e rigor, obedecendo sempre o
mesmo horário e dia de coleta. Fez-se uma leitura semanal e sempre ao meio dia. O critério
estabelecido para este horário se deu pelo fato de ser o momento em que a posição do sol
está mais perpendicular à superfície terrestre, ocorrendo a quantidade máxima de radiação.
Utilizamos os dados de radiação, insolação, nebulosidade, ventos e umidade obtidos pela
estação do LES.
Para a coleta dos dados nas áreas pré-estabelecidas foi de extrema necessidade o
uso de formulários (ver APÊNDICE 1 ), pois é instrumental importante no levantamento
dos mesmos e usados mensalmente, para a posteriori armazená-los em planilhas eletrônicas
25
Com base nessa referência realizamos as coletas num período de dezoito meses, de
fevereiro de 2000 a agosto de 2001, constituindo apenas uma amostra.
SEGUNDA PARTE
A área na qual foi construído o Campus I da UFPB foi adquirida a partir da doação
feita pelo chefe do Poder Executivo do Estado da Paraíba, representado pelo Bacharel
Homero Leal, de acordo com a lei nº 1.871 de 17 de novembro de 1958, terreno este de
propriedade do Estado, do qual fazia parte a Fazenda São Rafael, como transcrito do
documento o qual segue na íntegra:
A doação do terreno foi realizada em duas etapas, num primeiro momento foi doada
uma área medindo 1.154.800m para a construção da Cidade Universitária e posteriormente,
em 1968 a UFPB teve sua área ampliada, segundo consta nos autos do Registro de Imóveis
do Cartório Souto Maior, datado de 13 de março de 1968, esta 2ª parte medindo 462.700
m, foi destinada à construção do Hospital Universitário, do Instituto de Ciências
Biológicas, do Criatório de pequenos animais para experiências e investigações científicas
e setor de estudo e difusão do Conhecimento da Botânica Regional. Nesta segunda parte,
diz o documento:
entre si, fragilizando o corpo florestal e dificultando assim a troca de matéria e energia (ver
Fig.10) As instalações prediais seguem uma uniformização em termos de estruturas, sendo
construídas com tijolos aparente, geralmente com cobertura de amianto e uma
padronização na constituição dos blocos (forma) (ver FIG. 11).
João Pessoa está situada na confluência do paralelo 07º e 08’ de latitude Sul e do
meridiano 34º 53’ de longitude Oeste. Tem-se divulgado pela mídia como sendo a
“segunda cidade mais verde do mundo, ou a mais verde do Brasil”, com o intuito de inseri-
la na esfera do turismo nacional, merecendo destaque para as áreas dos Parques Solon de
Lucena, Arruda Câmara e Jardim Botânico Benjamim Maranhão. Está localizada na
Região fisiográfica do Litoral e assentada sobre terrenos sedimentares constituindo as
unidades geomorfológicas da Baixada Litorânea e o Baixo Planalto Costeiro (tabuleiros).
A Baixada Litorânea é constituída por terrenos sedimentares , formados a partir de
processos marinhos e flúvio-marinhos constituintes do Grupo Barreiras cujas formas de
relevo vão estar representadas pelas praias, mangues e planícies de restinga, entre outras.
Os tabuleiros como são regionalmente conhecidos os Baixos Planaltos Sedimentares
Costeiros, apresentam relevo suavemente ondulado responsável pelas poucas elevações da
topografia, atingindo aproximadamente altitudes inferiores a 100 metros. Esses tabuleiros
avançam na direção leste originando as falésias vivas e mortas.
Umidade
Bioclima Denominação no Brasil Médias Térmicas Relativa do Índice Pluviométrico Estação
Anuais (°C) Ar (%) (mm) seca
3d th Mediterrâneo ou 25 80 1.500 a 1.700 no 1a3
Nordestino sub-seco Litoral meses
Contudo, devido à própria inclinação e a sua curvatura a Terra não recebe a mesma
quantidade de luz solar como um todo. As áreas próximas da linha do equador, ou seja, a
zona intertropical, é a única que recebe os raios do Sol perpendicular ou verticalmente, é
nessa zona que ocorre maior aquecimento e iluminação da Terra. Esse aquecimento vai ser
diferenciado de acordo com a latitude, do equador em direção aos pólos, à medida em que
aumenta a latitude a quantidade de insolação se espalha por área cada vez maior da
superfície terrestre. Por esse motivo, as regiões polares recebem menor quantidade de
insolação que as regiões equatoriais. Um outro ponto, que se deve levar em consideração é
a duração do dia: quanto mais longo for o dia, maior será a quantidade de insolação, pois a
insolação máxima é recebida ao meio dia quando a posição da Terra permite a irradiação
perpendicular, sendo que esta perpendicularidade é maior no período referente ao momento
posterior ao equinócio de setembro e próximo ao equinócio de setembro, neste sentido
passamos a considerar como os dias bastante ensolarados.
38
TABELA 1
Insolação – 2000/20001
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago Set. 10. Nov. Dez.
Médias
aritméticas Ano 7,6 8,1 6,8 7,7 4,3 3,4 8,0 7,0 8,6 8,9 7,0
(Horas) 2000
Ano 8,4 9,5 7,5 6,8 8,6 6,3 6,4 8,1
2001
FONTE: LES/LGA (SIGA)
40
10
9
8
7
6
Horas
5
4
3
2
1
0
Jan. Mar. Maio Jul. Set. Nov.
Meses
2000 2001
A zona equatorial recebe através da radiação solar, muito mais energia do que pode
irradiar diretamente para o espaço, ao contrário das regiões polares que perdem mais do
que obtêm. Parte dessa energia é absorvida e aquece a atmosfera. Essa energia recebida é
por
41
sua vez refletida, dispersa ou absorvida. Nesse sentido Dajoz postula que uma parte da
energia recebida é refletida pelas nuvens, e espalha-se no universo, outra parte no
infravermelho, é absorvida pelo vapor de água o que ajuda no aquecimento do ar; e uma
outra parte, chega ao solo sob a forma de luz direta ou difusa assim, “(...) a quantidade de
energia³1 que chega ao solo é função da duração do dia, do ângulo de incidência dos raios
solares e da transparência do ar” (1978, p.45).
Vários são os corpos que variam mutuamente com a radiação e de várias maneiras
na superfície terrestre. Nos corpos transparentes a radiação passa sobre eles com pouco
efeito ou quase nenhum. Nas áreas urbanas a maioria das ruas são pavimentadas com
material de cor escura como o asfalto o que facilita na absorção de calor. Sendo assim, a
atmosfera não é aquecida diretamente pelos raios solares que passam por ela, mas pelo
calor da própria superfície da Terra. Tal fato se registra claramente na área do Campus I
quando, analisados os dados de radiação para o período de 2000, tem-se uma elevada
incidência solar no mês de fevereiro, 483,2 cal/cm² e em outubro 465,8 cal/cm², assim
como foi registrada uma menor incidência no mês de julho, 325,3 cal/cm². Para o ano de
2001 o valor máximo ocorreu nos meses de fevereiro, 451,5 cal/cm² e agosto, 501,7
cal/cm² como demonstra a (TAB. 2 e o GRÁFICO 2).
TABELA 2
Radiação Solar – 2000/2001
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago Set. Out. Nov. Dez.
Médias
aritméticas Ano 483,2 461,8 369,5 386 379,1 325,3 385,6 406,7 465,8 420,6 355
(cal/cm²/ano) 2000
Ano 409 451,5 391,7 335,7 328,2 315 438,6 501,7
2001
FONTE: LES/LGA (SIGA)
1
A quantidade de energia que atravessa a atmosfera é quase constante e está representada na constante solar
que vale 1,98 a 2 cal x cm² x min.
42
600
500
cal/cm²/ano
400
300
200
100
0
Jan. Mar. Maio Jul. Set. Nov.
Meses
2000 2001
5/10 para os meses de fevereiro, outubro e novembro e valor máximo registrado apenas no
mês de julho, 8/10. Os demais meses apresentaram uma média de 6/10. No tocante a 2001
o menor valor registrado foi de 4/10, referente ao mês de maio e o máximo valor verificado
foi 7/10 no mês de junho (ver TAB. 3)
TABELA 3
Nebulosidade (Em/10) – 2000/2001
Médias Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago Set. Out. Nov. Dez.
aritméticas
(Em/10) Ano 5/10 6/10 6/10 6/10 6/10 8/10 6/10 6/10 5/10 5/10 6/10
2000
Ano 5/10 5/10 5/10 6/10 4/10 7/10 6/10 6/10
2001
FONTE: LES/LGA (SIGA)
Tomamos a temperatura como outro elemento importante do clima, haja vista que
“A temperatura é a quantidade de energia, sob a forma de calor sensível, que promove o
aquecimento de um corpo” (Christofoletti, s/d, p.47). Como nos referimos ao aquecimento
do ar atmosférico, sabemos que a atmosfera é aquecida principalmente pela irradiação
provinda do solo. Geralmente a temperatura do ar atinge seu mínimo no período da
madrugada, um pouco antes do nascer do sol, isso porque durante a noite o solo vai se
esfriando e consequentemente esfria o ar que lhe está próximo. Aproximadamente meia
hora após o nascer do Sol, a radiação solar faz com que a temperatura do solo comece a se
elevar, elevando também a temperatura do ar. Entretanto, é ao meio dia que a Terra recebe
o máximo de insolação, mas isso não significa que seja nesse momento que se registre o
máximo da temperatura, pois o ar continua a se aquecer durante um pouco mais de tempo.
A temperatura vai alcançar o seu valor mais elevado no começo da tarde entre 14 e 15
horas, a partir daí ela vai diminuindo gradualmente até o amanhecer. (Forsdyke, 1981)
Aliados a essas condições, nas áreas urbanas, essa situação tende a se tornar mais
problemática, devido aos equipamentos urbanos que vão sendo instalados, ao longo dos
45
TABELA 4
Temperatura do ar - 2000/2001 - estação mata
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago Set. Out. Nov. Dez.
Médias
aritméticas Ano 30 30 25,5 27,3 24,2 24 27,1 25 27,5 27,5 26
(ºC) 2000
Ano 29 30 29,1 28,5 28,8 27 26 26
2001
35
30
25
20
ºC
15
10
5
0
Jan. Mar. Maio Jul. Set. Nov.
Meses
2000 2001
pouco mais ao longo do ano em relação a área da mata, pois tal estação está localizada
numa área de jardim ilhada por alguns equipamentos urbanos como as edificações,
passarelas entre outras.
TABELA 5
Temperatura do ar – 2000/2001 – estação bosque
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Agos. Set. Out. Nov. Dez.
Médias
aritméticas Ano 34,7 32,3 29,2 31,6 25 24 30 26,2 31 33 27,7
(ºC) 2000
Ano 26 33,1 32,8 24 29 28 24,6 25
2001
40
35
30
25
ºC
20
15
10
5
0
Jan. Mar. Maio Jul. Set. Nov.
Meses
2000 2001
TABELA 6
Temperatura do ar – 2000/2001 - estação CCHLA
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Agos. Set. Out. Nov. Dez.
Médias
aritméticas Ano 39,5 36,7 35 32,6 24,5 24 29 28 27,5 33 30,5
(ºC) 2000
Ano 29,7 34 33,5 29 32 29 26,1 27
2001
45
40
35
30
25
ºC
20
15
10
5
0
Jan. Mar. Maio Jul. Set. Nov.
Meses
2000 2001
Tal oscilação se deve ao fato desta estação estar inserida em uma área de intensa
urbanização, onde se tem área para estacionamento impermeabilizado, edificações
verticalizadas, poucos indivíduos vegetais, aliados a uma concentração de veículos. Haja
vista.que a temperatura, por exemplo, da lataria dos automóveis ao meio dia pode chegar
aproximadamente a 50°C. (Loureiro, 1993 p. 30).
TABELA 7
Temperatura do ar – 2000/2001 - estação Reitoria
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Agos. Set. Out. Nov. Dez.
Médias
aritméticas Ano 45,5 35,8 31 35 26,5 25 32 29,5 33,5 38 32
(ºC) 2000
Ano 33,5 34,6 35,3 31 37,3 33 27,1 28
2001
50
50
45
40
35
30
ºC 25
20
15
10
5
0
Jan. Mar. Maio Jul. Set. Nov.
Meses
2000 2001
do ano em relação às demais áreas analisadas. A segunda área por possuir indivíduos
vegetais também não apresenta muitas oscilações no tocante a temperatura. Contudo, por
possuir em seus arredores equipamentos urbanos mostram valores pouco superiores à
temperatura obtida no interior da mata, em virtude desses possuírem maior capacidade de
absorção térmica, o que vai refletir em uma maior transferência de calor para o ambiente.
O que diferencia esses dois ambientes são os tipos de revestimento do solo, pois a
área do CCHLA dispõe de cobertura em calçamento e a área onde está instalada a Reitoria
possui revestimento em asfalto (betume), resultando em temperaturas menos elevada para a
52
primeira área e mais elevada para esta última. O porte dos indivíduos vegetais encontrados
nesses dois ambientes possivelmente influencia na diferença verificada entre ambas. Já que
a área da Reitoria, da retirada da vegetação para a instalação dos atributos urbanos, restou
apenas a existência de poucos indivíduos arbóreos distribuídos espaçadamente com copas
de pouca folhagem permitindo reduzido sombreamento, tornando o ambiente ainda mais
exposto aos efeitos da radiação e insolação, o que não se verifica na área do CCHLA que
apresentam poucos indivíduos arbóreos com características de médio e grande porte,
porém com copas densas, permitindo sombreamento somente em alguns pontos.
Neste sentido, João Pessoa está localizada na área de baixa pressão atmosférica e
apresenta um regime de ventos diários, característicos de zonas costeiras. Apesar de
receber ventos advindos de quase todas as direções, há uma predominância durante todo o
ano na faixa correspondente aos alísios de sudeste, numa velocidade média entorno dos 3
m/s,
53
característicos de ventos alísios2. Esse mesmo predomínio referente às direções dos ventos
também foi constatado na estação climatológica do LES. Observando-se o TAB. 8 e
GRÁFICO 7 correspondente aos dados de velocidades medidos na estação LES no
Campus I, revelam variações no intervalo de 2,0m/s a 3,3m/s no ano de 2000 e,
velocidades de 1,9m/s a 3,3m/s em 2001.
TABELA 8
Velocidade dos ventos – 2000/2001
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Agos. Set. Out. Nov. Dez.
Médias Ano 2,2 2,3 2,1 2,4 2,6 3,2 2,7 2,9 3,3 2,5 2
aritméticas
2000
(m/s)
Ano 3,2 2,4 2,2 2,5 1,9 2,5 2,7 3,3
2001
FONTE: LES/LGA (SIGA)
2
Ventos alísios são ventos constantes que sopram durante o ano todo dos trópicos para o equador
54
3,5
3
2,5
2
m/s
1,5
1
0,5
0
Jan. Mar. Maio Jul. Set. Nov.
Médio
2000 2001
TABELA 9
Umidade relativa – 2000/2001
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago Set. Out. Nov. Dez.
Médias
aritméticas Ano 76,31 74,9 80,6 80,51 82,66 84,9 79,77 78,23 72,58 73,58 77,74
(%) 2000
Ano 72,7 71,3 75,8 73,16 79,36 80,12 73,03 73,46
2001
FONTE: LES/LGA (SIGA)
55
TERCEIRA PARTE
A partir desse elenco podemos constatar que a hipótese levantada foi corroborada,
indicando então que podemos inferir sobre o avanço dos equipamentos prediais no Campus
Universitário, traduzindo de maneira bem estabelecida que há uma situação de sensação
térmica não confortável para o usuário do Campus.
Contudo, é neste sentido que este trabalho deva contribuir e ajudar na gestão e
planejamento no que diz respeito à ocupação do espaço físico do Campus I da UFPB,
podendo subsidiar o setor de planejamento e infra-estrutura universitário, para que se
estabeleça melhor qualidade de vida para os usuários do Campus. Além disso, é
extremamente necessário dar a devida atenção para a paisagem residual da floresta que
ainda resiste nesse espaço.
57
BIBLIOGRAFIA
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2000
TARIFA, José Roberto e AZEVEDO, Tarik Rezende de. org. Os climas na cidade de São
Paulo – teoria e prática. GEOUSP – Coleção Novos Caminhos, São Paulo, 2001.