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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO – UNISAL

ENGENHARIA CIVIL

AMANDA APARECIDA HONORATA PINTO

BRUNA PERES DOS SANTOS

FÁBIO ROBERTO REIS

MARIANE FELIZARDO DA SILVA FERREIRA

PEDRO BASTOS PIRES FERREIRA

RAFAEL LIBÂNIO DE SIQUEIRA

PATOLOGIAS DE PAVIMENTAÇÃO
ESTRADAS

LORENA
2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO – UNISAL
ENGENHARIA CIVIL

PATOLOGIAS DE PAVIMENTAÇÃO
ESTRADAS

Relatório técnico apresentado como requisito


parcial para obtenção de resultados na
disciplina de Estradas, do Curso de
Engenharia Civil na Faculdade Unisal de
Lorena.

Orientadora: Mariana Motta.

LORENA
2018
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2. OBJETIVO........................................................................................................................... 4
3. RESUMO ............................................................................................................................. 5
4. PATOLOGIAS ASFÁLTICAS .......................................................................................... 6
4.1 Panela ou Buraco .......................................................................................................... 7
4.1.1 Principais Causas .................................................................................................. 8
4.1.2 Recuperação Panela .............................................................................................. 8
4.2 Trincas Longitudinais................................................................................................... 9
4.2.1 Principais Causas ................................................................................................ 10
4.2.2 Recuperação Trinca ............................................................................................. 10
4.3 Escorregamento........................................................................................................... 11
4.3.1 Principais Causas ................................................................................................ 11
4.3.2 Recuperação Escorregamento ......................................................................... 11
4.4.1 Principais Causas ................................................................................................ 13
4.4.2 Recuperação Fissuras ........................................................................................ 13
4.5 Trincas em malha Tipo Couro de Jacaré............................................................... 13
4.5.1 Principais Causas ................................................................................................ 14
4.5.2 Recuperação Permanente – Pequenas Áreas .............................................. 15
4.5.3 Recuperação Temporária – Remendos Finos .............................................. 15
4.5.4 Recuperação Tratamento Superficial (Capa Selante) ................................. 16
4.6 Remendo ........................................................................................................................ 17
4.6.1 Principais Causas .......................................................................................... 18
4.6.2 Recuperação Remendo ................................................................................ 18
5. CAUSAS DOS DEFEITOS E IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO ........................ 19
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 22
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 23

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1. INTRODUÇÃO

A pavimentação asfáltica, como qualquer estrutura, sofre desgastes


causados por fenômenos climáticos, ação do tempo e, claro, pela própria
rodagem de veículos. Torna-se necessária, periodicamente, a realização de
serviços visando a conservação ou o reparo da malha de asfalto.
Normalmente, antes de qualquer intervenção, faz-se estudo da condição do
pavimento, sempre precedido de duas avaliações, uma funcional e outra
estrutural. O objetivo destas análises é a coleta de dados da condição da
superfície pavimentada para que sejam definidas as opções de restauração
apropriadas.
Numa avaliação funcional, é observado se a área de rodagem apresenta
trincos, rachaduras, deformações definitivas ou superficiais. Em relação à
estrutura, observa-se possíveis deflexões na superfície sob carga ou a
presença de bacias de deformação.
Na correção de defeitos funcionais são empregados alguns tipos de
revestimento, como lama asfáltica, com selagem de trincas e
rejuvenescimento, tratamento superficial simples ou duplo, que restaura a
aderência superficial, micro revestimento asfáltico, para minimizar condição
abrasiva acentuada, entre outros produtos e técnicas.

2. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo analisar as patologias encontradas em


vias pavimentadas com tráfego intenso, na cidade de Guaratinguetá e Piquete,
visando classificar o tipo de deterioração do asfalto, identificar as possíveis
causas e apresentar soluções para sua recuperação.

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3. RESUMO

As patologias de pavimentação asfálticas são muito comuns, são


desgastes causados em determinados períodos, tanto pelos veículos que
transitam diariamente no local, como pelo clima, ou transtornos no mesmo.
Existem graus e tipos, podemos encontrar trincas e buracos, também
chamados de panela.
A maior causa de tudo isso é devido o tráfego intenso por um longo
período de tempo, isso acaba desintegrando a superfície do pavimento. Falhas
construtivas também são muito comuns no processo de execução do asfalto.
Embora haja diversos tipos de calamidade que são expostas com o
tempo, o método de recuperação é bem semelhante entre elas. É feito um
tratamento superficial, e retira-se em formato quadrado ou retangular. Após
isso coloca-se o enchimento com toda a mistura do asfalto, isso já bem quente
e é feito a primeira compactação. Reparos e limpezas são executados com
muita exigência. É feito uma pintura de ligação, outra camada de mistura e uma
nova compactação.
Para as trincas menores que também são consideradas patologias o
processo é semelhante, porém menos trabalhoso. É feito também uma limpeza
de resíduos para evitar transtornos, e é feito o enchimento das juntas com
emulsão asfáltica. Após isso as trincas passam por um processo de
enchimento com um selante, espalhamento e depois uma cobertura do asfalto.
Embora o processo seja simples, há embora algumas trincas muito pequenas
que é mais difícil do asfalto penetrar nas mesmas.

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4. PATOLOGIAS ASFÁLTICAS

Quando não há problemas estruturais e deseja-se corrigir defeitos


funcionais superficiais, podem ser utilizados os revestimentos a seguir, que
podem ser empregados isoladamente ou combinados e antecedidos ou não por
uma remoção de parte do revestimento antigo por fresagem:
 Lama asfáltica - para selagem de trincas e rejuvenescimento;
 Tratamento superficial simples ou duplo - para selagem de trincas e
restauração da aderência superficial;
 Micro revestimento asfáltico a frio ou a quente - para selagem de trincas
e restauração da aderência superficial quando há condição de ação
abrasiva acentuada do tráfego;
 Concreto asfáltico - quando o defeito funcional principal é a
irregularidade elevada;

Mistura do tipo camada porosa de atrito, SMA ou misturas descontínuas -


para melhorar a condição de atrito e o escoamento de água superficial. Quando
há problemas estruturais no pavimento ou há a perspectiva de aumento de
tráfego, as alternativas de restauração ou reforço compreendem aquelas que
restabelecem ou incrementam sua capacidade estrutural por meio da
incorporação de novas camadas (recapeamento) à estrutura e/ou tratamento
de camadas existentes (reciclagem, por exemplo). Os tipos de revestimentos
geralmente utilizados como recapeamento são o concreto asfáltico e o SMA
(como camada de rolamento para resistir a deformações permanentes em vias
de tráfego pesado), entre outros.
As principais funções técnicas da estrutura de pavimento são de resistir e
distribuir os esforços verticais provenientes do tráfego, melhorar as condições
de rolamento quanto ao conforto e segurança, e resistir aos esforços
horizontais de desgaste, tornando a superfície de rolamento mais durável
(FALEIROS, 2005). Os defeitos de superfície são os danos ou deteriorações na
superfície dos pavimentos asfálticos que podem ser identificados a olho nu e
classificados segundo uma terminologia normatizada (DNIT 005/2003-TER-
DNIT, 2003). O levantamento dos defeitos de superfície tem por finalidade
avaliar o estado de conservação dos pavimentos asfálticos e embasa o
diagnóstico da situação funcional para subsidiar a definição de uma solução
tecnicamente adequada e, em caso de necessidade, indicar a melhor ou
melhores alternativas de restauração do pavimento.
A Figura ilustra um esquema de um pavimento com todas as suas camadas
para um comprimento de 14 metros. O dimensionamento de uma espessura do
pavimento vai depender de fatores como os estudos de tráfego, estudos
geotécnicos e materiais a serem utilizados (SOLANKI, 2017).

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Fonte: Faleiros, 2015

4.1 Panela ou Buraco

Cavidades de tamanhos variados no revestimento do pavimento. Local


onde havia trincas interligadas e com a ação do tráfego e intempéries houve
remoção do revestimento ou mesmo de parte da base.

Localização: Avenida Presidente Vargas, Guaratinguetá/SP.


Avenida Presidente Tancredo Neves, Piquete/SP.

Buraco/Panela – Piquete/SP

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Buraco/Panela – Guaratinguetá/SP

4.1.1 Principais Causas

Trincas de fadiga, processo que ocorre devido ao acúmulo das


solicitações do tráfego ao longo do tempo, desintegração localizada na
superfície do pavimento, deficiência na compactação, umidade excessiva em
camadas de solo, falha na imprimação, falha construtiva – deficiência na
compactação, umidade excessiva em camadas de solo, falha na imprimação;
desagregação por falha na dosagem, stripping ou ainda segregação.

4.1.2 Recuperação Panela

 Remoção das partes soltas em formato retangular ou quadrado;


 Pintura do fundo e paredes com RR ou CR;
 Enchimento com mistura asfáltica a quente e espalhamento;
 Compactação.
 Reparo emergencial;
 Limpar e secar o local;
 Pintura de ligação;
 Colocação da mistura;
 Compactação.

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Fonte: Google

4.2 Trincas Longitudinais

Trinca isolada em direção predominantemente paralela ao eixo da via.


Se a extensão for de até 100 cm, é denominada trinca longitudinal curta.
Quando a extensão for superior a 100 cm, denomina-se trinca longitudinal
longa. Defeito funcional (grandes trincamentos causam irregularidade) e
estrutural (enfraquecem o revestimento do pavimento).
Localização: Avenida Presidente Vargas, Guaratinguetá/SP.

Trincas longitudinais – Guaratinguetá/SP

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4.2.1 Principais Causas

Má execução da junta longitudinal de separação entre as duas faixas de


tráfego, recalque diferencial, contração de capa asfáltica devido a baixas
temperaturas ou ao endurecimento do asfalto, propagação de trincas nas
camadas inferiores à do revestimento da estrada. Falhas executivas, recalques
diferenciais. Podem também aparecer junto à trilha de roda ou como falha de
juntas longitudinais de diferentes frentes de compactação. Envelhecimento do
ligante asfáltico.

4.2.2 Recuperação Trinca

 Limpeza: Tem por objetivo remover as partículas sólidas do interior da


trinca. É feita com vassouras e as vezes com emprego de ar
comprimido;
 Enchimento: Enchimento da junta, ou trinca com emulsão asfáltica RL
ou RM, usando regador de bico fino. Logo após aplicando asfalto sob
pressão. O enchimento da trinca com selante é feito com um
equipamento chamado mangote, que conta com uma válvula reguladora.
Deve-se deixar um excesso de asfalto de no máximo 3 mm de altura por
80 mm de largura nas fendas para proteção das bordas;

 Espalhamento: Espalhamento e compressão do asfalto ao longo da


junta com rodo em formato de “U”;

 Cobertura: Cobertura do asfalto aplicado na junta com agregado


espalhado manualmente;

 Nas trincas estreitas é difícil o asfalto penetrar nelas; por isto se usa
uma emulsão asfáltica RM ou RL diluída sem água na proporção de 1:1.

Fonte: Google

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4.3 Escorregamento

Deslocamento do revestimento em relação à camada subjacente do


pavimento com aparecimento de fendas em meia-lua.
Localização: Rua Comendador Rodrigues Alves, Guaratinguetá/SP.

Escorregamento – Guaratinguetá/SP

4.3.1 Principais Causas

Escorregamento do revestimento asfáltico por falhas construtivas e de


pintura de ligação, difere do escorregamento de massa por fluência. A baixa
resistência da massa asfáltica ou a falta de aderência entre a camada de
revestimento e a camada subjacente são os motivos para a formação das
trincas em forma de meia-lua. Para Silva (2008) os veículos são os
responsáveis por sua formação quando causam deslizamento ou a deformação
da massa asfáltica na área de frenagem.

4.3.2 Recuperação Escorregamento

 Corte do revestimento: Remover a área trincada no formato retangular,


ou quadrado, fazendo nas bordas um corte vertical sem deixar partículas
soltas.

 Remoção do revestimento e limpeza da área: Varrer a superfície onde


será aplicado o remendo.

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 Aplicação da pintura de ligação: Aplicação, na superfície e bordas, de
uma pintura de ligação com asfalto CR 70 ou emulsão RR numa taxa de
0,5ℓ/m2.
 Reenchimento com mistura asfáltica: Colocação da mistura asfáltica à
quente.
 Reguagem da massa: Emparelhamento da superfície da mistura
asfáltica.
 Compactação: Compactação do remendo.

Fonte: Google

4.4 Fissuras

São fendas capilares no revestimento asfáltico que ainda não causam


problemas funcionais nem estruturais na rodovia. Elas estão posicionadas
longitudinal, transversal ou obliquamente e são perceptíveis à vista de quem
está a até 1,5 m de distância. A extensão das fissuras é inferior a 30cm.
Localização: Avenida Presidente Vargas, Guaratinguetá/SP.

Fissuras – Guaratinguetá/SP

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4.4.1 Principais Causas

Má dosagem do asfalto, excesso de finos (ou material de enchimento)


no revestimento; compactação excessiva ou em momento inadequado.

4.4.2 Recuperação Fissuras

Para realizar as recuperações de fissuras pode-se utilizar as técnicas de


capa selante, tratamento superficial, lama asfáltica e micro revestimento
asfáltico. O Tratamento Superficial consiste em aplicação de ligantes asfálticos
e agregados sem mistura prévia, na pista, com posterior compactação que
promove o recobrimento parcial e a adesão entre agregados e ligantes.

A principal aplicação da lama asfáltica pode ser feita nos revestimentos


com desgaste superficial e pequeno grau de trincamento, atuando como um
elemento de impermeabilização e rejuvenescimento da condição funcional do
pavimento. O Micro revestimento asfáltico é uma técnica que utiliza emulsões
asfálticas modificadas com polímero.

Fonte: Google

4.5 Trincas em malha Tipo Couro de Jacaré


Conjunto de trincas interligadas sem direções definidas, assemelhando-
se ao aspecto de couro de jacaré, defeito estrutural.
Localização: Avenida Presidente Vargas, Guaratinguetá/SP.

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Trinca Couro de Jacaré – Guaratinguetá/SP

Trinca Couro de Jacaré – Guaratinguetá/SP

4.5.1 Principais Causas

Colapso do revestimento asfáltico devido à repetição das ações do


tráfego, subdimensionamento ou má qualidade da estrutura ou de uma das
camadas do pavimento, baixa capacidade de suporte do solo, envelhecimento
do pavimento (fim da vida), asfalto duro ou quebradiço.
Várias causas podem gerar as trincas jacaré, entre elas: ação da
repetição de cargas do tráfego; ação climática – gradientes térmicos,
envelhecimento do ligante e perda de flexibilidade seja pelo tempo de
exposição seja pelo excesso de temperatura na usinagem, compactação
deficiente do revestimento, deficiência no teor de ligante asfáltico,
subdimensionamento, rigidez excessiva do revestimento em estrutura com
elevada deflexão, reflexão de trincas de mesma natureza, recalques
diferenciais, entre outros. Podem aparecer em trilhas de roda, localizadas, junto
às bordas ou de forma generalizada.

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4.5.2 Recuperação Permanente – Pequenas Áreas

Recapeamento com espessura tal que reduza as deformações elásticas


superficiais a um nível compatível com a camada, para áreas extensas.
Remoção da estrutura do pavimento até e incluindo a camada responsável pelo
defeito (para pequenas áreas).
 Remoção do pavimento na área problema: Remoção da área trincada
num formato de retângulo ou quadrado, cortando as bordas vertical
mente e deixando sem material solto.

 Pintura das faces verticais: Imprimar as superfícies verticais comum a


pintura asfáltica usando asfalto de cura rápida CR ou emulsão asfáltica
RR.

 Estrutura de reposição sugerida:

Fonte: Google
 Aplicação de uma pintura de imprimação: Sobre a superfície da camada
de base aplicar uma pintura asfáltica (imprimação) com
aproximadamente 1,5ℓ de CM 30 ou RC70.

 Espalhamento e reguado da superfície do revestimento.

 Compactação do Revestimento.

4.5.3 Recuperação Temporária – Remendos Finos

 Abertura valeta 2 x 4 cm: Abrir valeta estreita e rasa (4 x 2cm), formando


um quadrado, ou retângulo, abrangendo toda a área trincada.

 Fechamento das trincas com massa asfáltica: Colocar um pouco de


massa asfáltica de granulometria fina sobre a área trincada; deslocar
com vassourão a massa para que ela penetre nas trincas.

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 Compactação: Compactar a mistura com placa, ou rolo vibratório, para
encher as trincas.

 Pintura de ligação: Aplicar uma pintura de ligação com CR ou RR na


taxa de 0,5ℓ/m2.

 Espalhamento da massa asfáltica – granulometria fina: Colocação da


massa asfáltica a quente, com pequena espessura, em toda a área e na
valeta circundante eliminando as partículas maiores com ancinho.

 Compactação do Remendo.

Fonte: Google

4.5.4 Recuperação Tratamento Superficial (Capa Selante)

 Limpeza da área: Limpeza da superfície e juntas com vassourão;

 Aplicação de asfalto líquido: Aplique uma pintura com RR ou RM numa


taxa que depende do nível de trincamento, com objetivo de penetrar nas
juntas. A importância de aplicar asfalto líquido é encher as trincas e colar
os fragmentos de revestimento;

 Distribuição do agregado com tamanho de 6 a 12mm: Aplicação do


agregado com tamanho entre 6 e 2mm logo após a aplicação do asfalto;

 Rolagem: Rolagem do agregado com rolo liso ou de pneus;

 Entrega ao tráfego: Evitar tráfego em cima do remendo até a cura total


do asfalto.

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Fonte: Google

4.6 Remendo

Panela preenchida com uma ou mais camadas de pavimentação. Apesar


de ser uma atividade de conservação, é considerado um defeito por apontar
um local de fragilidade e por impactar o conforto no rolamento. A deterioração
de remendos é o conjunto de danos existentes em uma área de remendo.
Localização: Avenida Presidente Vargas, Guaratinguetá/SP.

Remendo – Guaratinguetá/SP

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Remendo - Guaratinguetá/SP

4.6.1 Principais Causas

Não é propriamente um defeito, pois trata-se de um procedimento que visa


a conservação da superfície asfáltica, como o preenchimento de panelas ou
qualquer outro orifício ou depressão em sua malha. No entanto, quando estes
remendos não são executados de forma adequada provocam, geralmente, uma
patologia maior.

4.6.2 Recuperação Remendo

Se por um lado a técnica de remendos é a mais empregada e das mais


eficientes, por outro, nem sempre ela é executada da forma necessária,
gerando problema no próprio remendo, requerendo nova recuperação com o
passar do tempo. No caso de um remendo executado de forma errada (é
comum ver a simples vedação de panelas, sem corte algum, sem imprimação,
etc.), a única solução eficiente é remover o remendo e será executado através
de um corte reto no revestimento (normalmente formando um retângulo),
formando um ângulo de 90º com a superfície, mas evitando o desmoronamento
do revestimento. Em seguida será imprimado todo o local, inclusive nas bordas
do corte (1 metro a partir delas é, geralmente, suficiente) para selar trincas e
depois será aplicado novo pavimento asfáltico, para a recuperação superficial,
ou, no caso de recuperação profunda, todas as camadas do pavimento.

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Fonte: Google

5. CAUSAS DOS DEFEITOS E IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO

Os defeitos de superfície podem aparecer precocemente (devido a erros


ou inadequações) ou a médio ou longo prazo (devido à utilização pelo tráfego e
efeitos das intempéries). Entre os erros ou inadequações que levam à redução
da vida de projeto, destacam-se os seguintes fatores, agindo separada ou
conjuntamente: erros de projeto; erros ou inadequações na seleção, na
dosagem ou na produção de materiais; erros ou inadequações construtivas;
erros ou inadequações nas alternativas de conservação e manutenção. Os
erros de projeto decorrem de diferentes fatores, muitos comumente
relacionados à dificuldade de prever o tráfego real que atuará no período de
projeto. Essa dificuldade advém da ausência de dados de tráfego local ou da
falta de planejamento estratégico regional, o que leva ao desconhecimento das
taxas de crescimento real. Também é difícil quantificar o volume de tráfego
gerado por uso não previsto em projeto, tais como utilização como via
alternativa pelo maior conforto ao rolamento ou por não ser cobrado o pedágio.
Deve-se incluir nessas falhas de prognóstico a dificuldade de prever o
excesso de carga, comumente praticado em muitas rodovias brasileiras não
controladas por balança. Ainda com relação ao projeto, podem ocorrer erros ou
problemas no dimensionamento estrutural, tais como: incompatibilidade
estrutural entre as camadas gerando fadiga precoce dos revestimentos (ex.:
revestimento asfáltico com módulo de resiliência muito elevado – alta rigidez, e
muito delgado sobre camadas muito resilientes ou deformáveis); especificação
em projeto de material inexistente ou de difícil disponibilidade local, obrigando
substituições incorretas durante a obra; concepção estrutural que permita
aprisionamento de água na estrutura de pavimento e falhas no sistema de

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drenagem; ou mesmo subdimensionamento estrutural, seja por erro de projeto
ou erro na previsão da capacidade de suporte dos materiais. Quanto aos erros
ou inadequações na seleção de materiais, na dosagem ou na produção de
misturas, destacam-se alguns exemplos ilustrativos: seleção incorreta de solo
para reforços do subleito ou para misturas; seleção imprópria de agregados e
de graduação para compor bases e sub-bases, ou ainda revestimentos
asfálticos; dosagem incorreta de materiais estabilizados com cimento ou cal;
dosagem incorreta do teor de ligante asfáltico nas misturas asfálticas;
variações de materiais e teores durante a usinagem; uso de temperatura
inadequada na usinagem das misturas asfálticas, entre outros. Entre os erros e
problemas construtivos, destacam-se alguns exemplos: espessuras menores
que as previstas em projeto; falta de compactação apropriada das camadas,
causando deformações e afundamentos excessivos ou rupturas localizadas;
técnica de compactação inadequada, com uso de equipamentos de baixa
eficiência; compactação de misturas asfálticas em temperaturas inadequadas
ou variabilidade de temperatura na massa asfáltica durante o processo de
compactação; erros nas taxas de imprimação ou de pintura de ligação, entre
outros.
As inadequações na seleção de alternativas de conservação e
manutenção podem causar novos defeitos, como por exemplo: reforço de
revestimento asfáltico delgado de rigidez elevada sobre pavimento muito
trincado possibilitando a reflexão de trincas precocemente; tratamentos
superficiais delgados para redução de irregularidade; restauração com
revestimentos permeáveis sobre superfícies já muito trincadas, permitindo a
entrada de água, entre outros. Antes da adoção de qualquer alternativa de
restauração ou aplicação de qualquer critério numérico ou normativo para
cálculo de reforços, um bom diagnóstico geral dos defeitos de superfície é
imprescindível para o estabelecimento da melhor solução. Portanto, para
corrigir ou minimizar uma consequência (defeito), deve-se conhecer as
prováveis causas que levaram ao seu aparecimento. Para tanto, recomenda-
se: verificação in situ dos problemas de superfície, relações com as condições
geométricas, dos taludes e de drenagem; levantamento de dados climáticos, de
tráfego, de mapas geológicos, pedológicos ou geotécnicos; levantamento de
memórias técnicas e de relatórios de projeto e de controle; e estabelecimento
de um cenário global dos defeitos e sua relação com todos os dados
observados e levantados.
Antes da aplicação da imprimação asfáltica deve-se proceder a limpeza
da superfície, deve ser executada com emprego de vassouras mecânicas
rotativas ou manuais, jato de ar comprimido, sopradores de ar ou, se
necessário, lavagem. Devem ser removidos todos os materiais soltos e nocivos
encontrados sobre a superfície da camada. O material asfáltico não deve ser
distribuído com temperatura ambiente abaixo de 10ºC, em dias de chuva ou
sob o risco de chuva. A temperatura de aplicação do material asfáltico deve ser
fixada para cada tipo de ligante em função da relação temperatura-viscosidade;
deve ser escolhida a temperatura que proporcione a melhor viscosidade para
espalhamento.

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As faixas de viscosidade recomendadas para espalhamento são de 20 a
100 segundos, Saybolt Furol. No caso de aplicação do ligante asfáltico em
bases ou sub-bases cimentadas, solo cimento, concreto magro etc., a
superfície da base deve ser ligeiramente umedecida. A distribuição do material
asfáltico não pode ser iniciada enquanto a temperatura necessária a obtenção
da viscosidade adequada a distribuição não for atingida e estabilizada. Para
emulsões modificadas por polímero a temperatura não deve ultrapassar 60ºC.

Aplica-se, em seguida, o material asfáltico, na temperatura compatível


com o seu tipo, na quantidade especificada no projeto e ajustada
experimentalmente no campo e de maneira uniforme. O ligante deve ser
aplicado de uma vez, em toda a largura da faixa a ser tratada. Durante a
aplicação, devem ser evitados e corrigidos imediatamente o excedente ou falta
de ligante. Deve-se empregar a pista inteira em um mesmo turno de trabalho e
deixa-la, sempre que possível, fechada ao tráfego. Quando isto não for
possível, deve-se trabalhar em meia pista, executando a imprimação da
adjacente assim que a primeira for liberada ao trafego.

Após a aplicação, o ligante asfáltico deve permanecer em repouso até


que se verifiquem as condições ideais de cura ou ruptura, de acordo com a
natureza e tipo do material asfáltico empregado.

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6. CONCLUSÃO

Na concepção de um pavimento o principal objetivo é proporcionar uma


circulação segura e satisfatória. Porém é inevitável que ocorram deteriorações
ao longo do tempo, devido à natureza do processo construtivo, o tipo de
material utilizado, o projeto em relação às estimativas de tráfego, à elaboração
incorreta de projetos, entre outros. É importante ressaltar que para evitar novas
patologias deve-se identificar as principais causas da deterioração.
A partir das pesquisas realizadas sobre as principais patologias
encontradas em pavimentos e após realizar uma análise em dois trechos, na
cidade de Guaratinguetá e na cidade de Piquete, foi possível encontrar
patologias como panelas ou buracos, trincas, escorregamentos, fissuras, entre
outros. Conforme o estudo realizado, identificamos as características de cada
uma delas, definimos suas possíveis causas e apresentamos uma solução para
sua recuperação.
O conhecimento técnico para reconhecer os defeitos e propor a sua
correção, proporciona às vias uma vida mais longa, facilitando assim os
serviços de manutenção.

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7. REFERÊNCIAS

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES.


DNIT 005/2003 – TER: Defeitos nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos
Terminologia. Rio de Janeiro, 2003, 12 p.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES.
Manual de restauração de pavimentos asfálticos, 2006, 3. ed. Rio de Janeiro,
2006, 278 p.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES.
Manual de pavimentação, 2006, 2. ed. Rio de Janeiro, 2006, 314 p.
BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P.; SOARES, J. B.,
Pavimentação asfáltica – formação básica para engenheiros. 1. ed. Rio de
Janeiro, PETROBRAS: ABEDA, 2008.
CNT. Confederação Nacional de Transporte. Conheço os 13 principais defeitos
do pavimento das rodovias. Disponível em
<http://cnt.org.br/imprensa/noticia/conheca-principais-defeitos-pavimento>.
Acesso em: 03 de novembro de 2018.
Adequação de erosões em estradas rurais. Causas, consequências e
problemas na manutenção e conservação de estrada rural. Disponível em
<http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/16/artigo260588-
2.aspx>. Acesso em: 03 de novembro de 2018.
Técnicas de recuperação de patologias em pavimento de asfalto. Disponível
em<https://www.linkedin.com/pulse/t%C3%A9cnicas-de-
recupera%C3%A7%C3%A3o-patologias-em-pavimentos-paix%C3%A3omota>.
Acesso em: 04 de novembro de 2018.

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