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MARIA APARECIDA MENDONÇA, brasileira, viúva, servidora pública, CPF Nº. 183.770.841-
04 e Cédula de Identidade nº. 220087, com residência e domicilio na Quadra QR 609
CONJUNTO - CENTRO - Milagres, CE – 63250-000, vem perante este juízo propor apresente:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c DANOS MORAIS c/c PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA
Cobrança Indevida - Repetição Indébito
Em face de RIACHUELO S/A, inscrita no CNPJ nº. 01.109.184/0001-95, com sede na AV.
BRIGADEIRO TOMÁS, 1.384/ 5º ANDAR - JARDIM CENTRAL, FORTALEZA /CE - CEP:
01452002, pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante aduzidos.
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Afirma a parte autora sob as penas da Lei 1.060/50, ser pessoa juridicamente pobre, não
possuindo condições de arcar com às custas processais e honorários advocatícios, sem
prejuízo próprio e de sua família e, portanto, solicita os benefícios da GRATUIDADE DE
JUSTIÇA.
II – DOS FATOS
Autora possui provedor de internet com a requerida no valor mensal de R$ 16,90 e no dia
31/10/2014 efetuou contato com a mesma informando que estava sem sinal de internet e
que a razão desta falta de sinal poderia ser por causa do provedor que é administrado pela
Requerida. Contudo, a requerida lhe transferiu para o suporte técnico e este informou que
iria reparar o seu sinal.
Para surpresa da consumidora, em sua fatura de cartão de crédito com vencimento
em25/01/2014 a requerida lhe cobrou o valor de R$ 316,78 e lhe encaminhou um boleto
com vencimento em 15/02/2014 no valor de R$ 183,50.
A Autora fez diversos contatos telefônicos com a Requerida UOL e com sua administradora
de cartão de crédito, mas nenhuma das empresas se propôs a retirar a cobrança de seu
cartão. Inconformada e tendo gasto o seu último recurso financeiro para pagar a referida
fatura, a Autora procurou a autarquia PROCON a fim de por fim a lide sem ter que chegar a
este respeitado juizado, a mesma registrou a demanda da Autora no processo de
Nº.014.020.023-9 e encaminhou a empresa Ré que informou em instância de defesa que a
Autora contratou dela o serviço de antivírus no valor de R$ 48,90, UOL backup no valor de
R$37,90, UOL desenvolvimento no valor de R$ 54,90 e UOL assistência técnica no valor de
R$ 24,90. Todavia, é de absoluta convicção da Autora que no contato telefônico realizado
com a requerida em 31/10/2014, onde a mesma informa ser gravada a ligação, em
momento algum contratou ou autorizou a contratação de tais serviços, mas sim, havia
reclamado a perda do seu sinal de internet.
Para surpresa da Autora, a requerida informou em defesa feita ao PROCON que estava
cancelando as cobranças e o seu contrato para com a mesma, mas ao receber a sua fatura
de cartão de crédito Nº. 4121 91** **** 4070 com vencimento em 25/03/2014 a mesma
constatou que a empresa Ré cobrou-a outra vez no valor de R$ 204,07. Totalizando o
montante de R$ 520,85 de cobranças INDEVIDAS.
Absurdo! Inaceitável! Incompreensível!
A autora é idosa e faz uso do seu cartão de crédito para fazer compra de seus remédios de
uso contínuos e não pode ficar sem limite no mesmo, pois a qualquer momento pode vir a
precisar usar o mesmo e não tendo limite passará por situação de desespero se não vir a ter
danos maiores com a falta dos remédios de ordem irreparável em face das cobranças
INDEVIDAS, NÃO AUTORIZADAS e abusivas da requerida UOL em seu cartão de crédito que
insiste em não parar mesmo após ser autuada pelo PROCON e tendo a Autora dito diversas
vezes a ela que NÃO contratou tais serviços.
III – DA TUTELA ANTECIPADA
A Lei n.º 8.952, de 13 de dezembro de 1994, ao dar nova redação ao art. 273 do Código de
Processo Civil, possibilitou a antecipação dos efeitos da tutela pretendida no pleito inicial.
Sobre o tema em tela, o ilustre processualista Cândido Rangel Dinamarco aduz:
"O novo art. 273 do Código de Processo Civil, ao instituir de modo explícito e generalizado a antecipação dos
efeitos da tutela pretendida, veio com o objetivo de ser uma arma poderosíssima contra os males do tempo no
processo." (in"A Reforma do CPC", 2ª ed., ver. e ampla., São Paulo, Malheiros Editores, 1995).
É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à
categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa legislação infraconstitucional,
bem como, reconhecido pela Justiça.
O comando constitucional do art. 5º, V e X, também é claro quanto ao direito da parte
autora à indenização dos danos morais sofridos. É um direito constitucional.
E se não bastasse o direito constitucional previsto no art. 5º, é a própria Lex Mater que em
seu preâmbulo alicerça solidamente como um dos princípios fundamentais de nossa nação
e, via de conseqüência, da vida em sociedade, a defesa da dignidade da pessoa humana.
Dignidade que foi ultrajada, desprezada pela Ré.
A indenização dos danos morais e materiais que se pleiteia é direito constitucional a todos.
E no ordenamento jurídico infra constitucional, além do CDC, está o Código de Leis
Substantivas Civis de 2002 a defender o mesmo direito da parte autora. Com efeito o artigo
927 do Código Civil apressa-se em vaticinar a obrigação de reparar que recai sobre aquele
que causar dano a outrem por ato ilícito.
E o ato ilícito presente neste acidente de consumo é, conforme norma ínsita no artigo 186
do Códex Civil, a ação ou omissão voluntária da ré que vieram a causar dano à parte autora.
É assente a doutrina no sentido da reparação do dano sofrido. Assim é que Sérgio Severo
afirma: “Dano patrimonial é aquele que repercute, direta ou indiretamente, sobre o
patrimônio da vítima, reduzindo-o de forma determinável, gerando uma menos-valia, que
deve ser indenizada para que se reconduza o patrimônio ao seu status que ante, seja por
uma reposição in natura ou por equivalente pecuniário.” (In Os Danos Extrapatrimoniais.
São Paulo: Saraiva, 1996, p. 40).
“Dano moral é aquele que, direta ou indiretamente, a pessoa, física ou jurídica, bem assim a coletividade, sofre no
aspecto não econômico dos seus bens jurídicos”. (Op. Cit. p. 42).