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Estenose Mitral

É uma obstrução do fluxo sanguíneo do átrio esquerdo para dentro do ventrículo


esquerdo.
A estenose mitral pode ser dividida em leve, moderada e grave. A estenose
mitral grave tem orifício de 1 cm ou menos, a moderada entre 1,1 e 1,5 cm. A leve entre
1,5 e 4 cm.

Fisiopatologia
Normalmente, o orifício da valva mitral tem o diâmetro de três dedos. Em casos
de estenose grave, o orifício estreita até a largura de um lápis. O átrio esquerdo
apresenta dificuldade para mover o sangue para dentro do ventrículo em virtude do
aumento da resistência pelo orifício com estreitamento. O enchimento ventricular
esquerdo insuficiente pode causar diminuição do débito cardíaco. O aumento do
volume sanguíneo no átrio esquerdo causa a sua dilatação e hipertrofia. Tendo em vista
que não há valva para proteger as veias pulmonares contra o fluxo retrógrado de sangue
do átrio, a circulação pulmonar se torna congestionada.

Manifestações Clínicas

São dependentes da severidade e da velocidade da instalação da insuficiência


mitral e da pressão de artéria pulmonar, além da concomitância de outras alterações
cardíacas e arritmias.
Em pacientes com insuficiência mitral leve a moderada isolada, os pacientes
costumam ser assintomáticos com diagnóstico como achado incidental de
ecocardiograma. Os sintomas mais comuns são fadiga e dispneia ao esforço, em
pacientes com insuficiência mitral mais severa pode ocorrer congestão pulmonar e
edema periférico, estes pacientes usualmente apresentam dilatação cardíaca
importante e lesões irreversíveis do ponto de vista clínico.
Avaliação
O exame de escolha para o acompanhamento de pacientes com estenose mitral
é a ecocardiografia, que pode fornecer informações a respeito da morfologia da valva,
área valvar, pressão sistólica de artéria pulmonar, avaliar disfunção de outras valvas
assim como as dimensões e função das cavidades cardíacas.
Recomendações para a realização de ecocardiografia na estenose mitral:

Indicação Classe
1. Diagnóstico, acompanhamento da gravidade hemodinâmica
(gradiente médio, área valvar mitral, pressão de artéria pulmonar) e I
acompanhamento da área e função de VD.
2. Acompanhamento da morfologia valvar para determinar se é
I
possível a realização de valvoplastia percutânea por balão.
3. Diagnóstico e acompanhamento de lesões valvares concomitantes. I
4. Reavaliação de pacientes com estenose mitral conhecida e com
I
modificações em seus sinais e sintomas.
5. Avaliação da resposta hemodinâmica do gradiente médio e da
pressão de artéria pulmonar pela ecocardiografia com doppler e
II a
exercício em pacientes nos quais há discrepância entre os dados
hemodinâmicos de repouso e os achados clínicos.
6. Reavaliação de pacientes assintomáticos com estenose mitral
II b
moderada a grave para avaliar pressão de artéria pulmonar.
7. Reavaliação rotineira de pacientes assintomáticos com estenose
III
mitral leve e clinicamente estável.

Diagnóstico
Em pacientes assintomáticos, o diagnóstico ocorre principalmente através do
ecocardiograma de rotina. Em pacientes sintomáticos e mesmo em grande número de
assintomáticos, a suspeita inicial ocorre devido à ausculta cardíaca, que revela um sopro
sistólico apical de tempo variável, mas usualmente holossistólico, com irradiação para
axila e eventualmente para o dorso.
A presença de frêmito associado tem alta especificidade para o diagnóstico
(acima de 90%), mas sensibilidade baixa de apenas 24%, em pacientes com PVM como
etiologia da regurgitação um click pode ser audível antes do sopro. A primeira bulha
cardíaca ou B1 pode ser diminuída devido ao fechamento incompleto da válvula mitral,
a segunda bulha apresenta desdobramento e no caso de hipertensão pulmonar
secundária pode ser hiperfonética. Deve-se acrescentar que o exame físico não é
totalmente confiável para distinguir de outros sopros ou avaliar a intensidade da
regurgitação, raramente insuficiência mitral severa traz na apresentação sopros de
intensidade 1 ou 2, que poderiam passar por fisiológicos, mas não é possível baseado
apenas na ausculta cardíaca tirar conclusões maiores.
Outras formas de apresentações no diagnóstico incluem fibrilação atrial,
insuficiência cardíaca, endocardite, sintomas podem ser precipitados por anemia,
gestação ou infecção.

Manejo
Os seguintes fatores devem ser levados em conta no manejo destes pacientes:
-Identificar a causa e severidade
-Tratar etiologias quando possível (mais frequente em quadros agudos)
-Prevenir complicações como endocardite e eventos embólicos
-Educar o paciente
-Tratamento específico

Os clientes com estenose mitral podem se beneficiar de anticoagulantes para diminuir


o risco de desenvolvimento de trombos atriais e podem precisar de tratamento para a
angina. Se houver desenvolvimento de fibrilação atrial, tenta-se a cardioversão para
restaurar o ritmo sinusal normal. Se não for bem-sucedida, a frequência ventricular é
controlada com betabloqueadores, digoxina ou bloqueadores de canais de cálcio; além
disso, os clientes precisam de anticoagulação para a prevenção do tromboembolismo.
Os clientes com estenose mitral são advertidos a evitar atividades rigorosas,
esportes competitivos, e as mulheres são aconselhadas a evitar engravidar, já que todos
esses fatores aumentam a frequência cardíaca. A intervenção cirúrgica é composta por
valvoplastia, normalmente uma comissurotomia para abrir ou romper as comissuras
fundidas da valva. Podem ser realizadas valvoplastia transluminal percutânea ou
substituição valvar.
Prevenção
A maioria das causas de estenose mitral não é prevenível (degeneração por
idade, por exemplo). Um cuidado especial pode ser dado as pessoas com amigdalite,
para que a infecção seja tratada em tempo. A maior causa de febre reumática é infecção
de garganta não tratada em crianças.
Referências bibliográficas:
BRANDÃO, rodrigo insuficiência mitral, 2017. Disponível em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6166/insuficiencia_mitral.htm

Sociedade brasileira de cardiologia, estenose mitral. Disponível em:


http://sociedades.cardiol.br/socerj/area-cientifica/resumo_indicacoes03.asp

VALDIGEM, Bruno estenose mitral, sintomas, tratamentos e causas. Disponível em:


https://www.minhavida.com.br/saude/temas/estenose-mitral

CHEEVER, Kerry H; BRUNNER, Lillian S; SUDDARTH, Doris S. Tratado de enfermagem médico-


cirúrgica. São Paulo: Guanabara Koogan, 2015

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