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Watchman Nee

Este estudo apresenta seu significado, seu meio, e sua manifestação.

Convertido e Reeditado por SusanaCap


http://susanacap.phpbb.instant-forum.com
Traduzido do livro "The Salvation of the Soul"
- Copyright 1978
Publicado nos Estados Unidos por:
Christian Fellowship Publishers Inc.
Living Stream Ministry
Publicado no Brasil pela:
Editora Árvore da Vida - São Paulo - SP
1a Edição-Março 1999

1a Edição
Curitiba-Agosto 1999

2a Edição
Curitiba - Setembro 2004

Este livreto é de distribuição gratuita.


Liberada a reprodução parcial ou integral.

Correspondências devem ser envidas para:


EDITORA RESTAURAÇÃO
CAIXA POSTAL 1945
CEP 80-011-970 - CURITBA - PARANÁ - BRASIL
editor@editorarestauracao.com.br
PREFÁCIO DO EDITOR

Em ju nho d e 1998 ad qu iri o livro "The Salvation of the Sou l"


p u blicad o p ela "Christian Fellow ship Pu blishers Inc" e d ep ois d e ter lid o e
relido várias vezes, recebi do Senhor uma visão clara da importância deste
assu nto p ara a ed ificação d a Igreja. N esta ocasião tam bém recebi d o
Senhor u m a d ireção m u ito clara d e qu e d everia m e d ed icar à trad u ção e
d ivu lgação d este livro entre os irm ãos. Tod o este processo levou
praticam ente u m ano. Foi assim qu e em ju lho d e 1999 term inei a trad u ção
e ed ição d e algu ns exem p lares p ara d istribu ir entre os irm ãos. N esta
ép oca estava vivend o na Colôm bia e só p u d e com p artilhar o assu nto com
os irm ãos em Cu ritiba, e d istribu ir o exem p lar qu e havia p rep arad o, em
setembro de 1999.
Du rante os d ias em qu e estive com p artilhand o este assu nto em
Cu ritiba com os irm ãos p u d e p erceber u m a op osição trem end a p or p arte
d o inim igo d e Deu s. Mu itos irm ãos se levantaram contra e d istorceram o
assu nto d e tal m aneira qu e ele acabou até send o tom ad o com o u m a
heresia.
A verd ad e é qu e a p artir d aqu eles d ias d e estu d o sobre "A Salvação
d a Alm a" as coisas com eçaram a m u d ar no m eio d os irm ãos. Pecad os
ocu ltos foram revelad os; falsos irm ãos foram d escobertos; o Reino foi
revelad o em su a totalid ad e; a realid ad e d o Reino na Igreja se tornou claro
p ara tod os, senão p ara tod os, p elo m enos p ara a m aioria. Os irm ãos
tiveram muitas dificuldades neste tempo; foi então que recebi uma direção
clara do Senhor para voltar a Curitiba e cooperar com eles.
Fiz este breve relato p ara m ostrar ao am ad o leitor a im p ortância d o
assu nto tratad o neste livreto. Ele d eve ser lid o em atitu d e esp iritu al e não
d eve ser tom ad o com o tod a a revelação d e u m assu nto tão su blim e e
im p ortante. É p reciso bu scar m ais na Palavra em su bm issão ao Esp írito
Santo p ara receber tod o o ensinam ento sobre ele. Leia este livreto em
p obreza d e esp írito p ara qu e você p ossa ser um bem -aventu rad o com os
ensinamentos contidos nele.
Minha oração é p ara qu e tod os os qu e lerem este livreto sejam
cheios d a fé d o Filho d e Deu s no hom em interior p ara p od erem
com p reend er e ap reend er os ensinam entos contid os nele. Qu e Deu s os
abençoe.
O Editor.

Este volu m e ap resenta um a coleção d e várias m ensagens d ad as p elo


au tor em chinês nos p rim eiros anos d o seu m inistério. As três m ensagens
qu e fazem p arte d ele, A Salvação d a Alm a, foram ap resentad as p ela
p rim eira vez d e form a serial em chinês d u rante o ano d e 1930 em u m a
p u blicação sem anal d a "The Messages" e foi reim p resso em form a d e
livreto em 1974 pela "The Christian Publishers", Hong Kong.

Tod as as referências bíblicas são d a trad u ção João Ferreira d e


Almeida Versão Revisada.
PREFÁCIO DO TRADUTOR PARA O INGLÊS

O assu nto d iante d os leitores d estas p áginas é com u m ente om itid o


p elo p ovo d e Deu s. Contu d o som os d efinitivam ente inform ad os p elo
Senhor com esta p alavra: "A salvação qu e está p rep arad a p ara se revelar
no ú ltim o tem p o; ... alcançand o o fim d a vossa fé, a salvação d as vossas
alm as" (I Pe 1:5,9). Com o o fim está m u ito p róxim o, é incu m bência d os
Cristãos saber o que é a salvação da alma.
N a p rim eira p arte d este p resente volu m e d o au tor, Watchm an N ee
nos ap resenta o significad o, o m eio, e a m anifestação d a salvação d a alm a:
o significad o é negar-se, o m eio é a cru z, e a m anifestação é o Reino. N a
segu nd a p arte 1 ele abord a o m esm o assu nto aind a m ais além , m as d e
u m a p ersp ectiva d iferente m ostrand o a esfera d a salvação d o crente, o
segredo de uma vida vitoriosa, e a fé pela qual tal vida é vivida.
Este livro é p rop osto com o u m volu m e associad o a ou tro trabalho
d o Sr. N ee, "O Pod er Latente d a Alm a", e serve com o u m a resp osta ao
p roblem a d iscu tid o naqu ele trabalho, sobre o p od er d esord enad o
p rofu nd am ente escond id o na alm a d o hom em . Porqu e este p resente
volu m e nos revela o asp ecto p ositivo d e Deu s em relação a nossa alm a,
espera-se qu e o leitor p ossa ganhar d as su as p áginas u m a m aior avaliação
para a dimensão da tão graciosa salvação de Deus dada ao homem.

O Tradutor.

1
Esta segunda parte não está publicada junto com o presente trabalho e chama-se "A
Vida que Vence".
1 - Seu Significado: Negar-se a Si Mesmo

"E o p róp rio Deu s d e p az vos santifiqu e com p letam ente;


e o vosso esp írito, e alm a e corp o sejam plenam ente
conservad os irrep reensíveis p ara a vind a d e nosso
Senhor Jesus Cristo." (I Tessalonicenses 5:23)

O assu nto à nossa frente, tanto qu anto sei, nu nca foi notad o p or
m u itas p essoas. Trata-se d a salvação d a alm a. Qu and o abord am os a
qu estão d a salvação há u m a coisa qu e é d e extrem a im p ortância qu e
d evem os conhecer, qu e é, a trem end a d iferença entre o esp írito e a alm a.
De acord o com I Tessalonicenses 5:23 as Escritu ras retratam o hom em
com o p ossu ind o três elem entos im p ortantes: "... espírito, e alma e corpo... ".
Falando resumidamente, o espírito é a faculdade através da qual o homem
está ap to a com u ngar com Deu s e a qu al nenhu m d os anim ais inferiores
p ossu i. Por esta razão, os anim ais inferiores não p od em lou var a Deu s. A
alm a, p or ou tro lad o, é o órgão d o p ensam ento, vontad e e em oção no
homem - Algo que os animais inferiores também possuem; pois a alma diz
resp eito a vid a anim al (ou anim ad a). Por ú ltim o, o corp o qu e é a p arte d o
homem qu e se com u nica com o m u nd o m aterial. Visto qu e som os seres
hu m anos com p ostos d e esp írito, alm a e corp o, nossa salvação d eve p or
conseguinte se estender a todas estas partes.
"Para qu e o esp írito seja salvo no d ia d o Senhor Jesu s." (I Coríntíos
5:5) este texto fala d a salvação d o esp írito. "Agu ard and o a nossa ad oção, a
saber, a redenção do nosso corpo." (Romanos 8:23) este texto diz respeito a
salvação d o corp o. N o entanto o qu e gostaríam os d e exam inar
p resentem ente p ertence a salvação d a alm a. Para isto, vam os exam inar
cuidadosamente todos os lugares no Novo Testamento onde a salvação da
alm a é m encionad a para estarm os p rep arad os p ara entend er o qu e
significa a salvação da alma.

"Então d isse Jesu s aos seu s d iscíp u los: Se algu ém qu er


vir ap ós m im , negu e-se a si m esm o, tom e a sua cru z, e
síga-m e; p ois, qu em qu iser salvar a su a vid a p erd ê-la-á;
m as qu em p erd er a su a vid a p or am or d e m im , achá-la-
á. Pois qu e ap roveita ao hom em se ganhar o m u nd o
inteiro e p erd er a su a vid a? ou qu e d ará o hom em em
troca d a su a vid a? Porqu e o Filho d o hom em há d e vir
na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá
a cad a u m segu nd o as su as obras. Em verd ad e vos d igo,
algu ns d os qu e aqu i estão d e m od o nenhu m p rovarão a
morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino."
(Mateus 16:24 a 28)

"Então disse Jesus aos seus discípulos:" - Através d isto ficam os sabend o
qu e as p alavras segu intes qu e o Senhor Jesu s p ronu nciar são d itas aos
seu s d iscíp u los e não aos d e fora. Se são d iscíp u los, logo são salvos.
Portanto vam os gu ard ar em m ente qu e as p alavras segu intes são
diretamente para os santos salvos, e não para os pecadores perdidos.
"Se alguém quer vir após mim," - Isto é, se algu ém entre os salvos
qu iser segu ir o Senhor. Este algu ém é u m d iscíp u lo salvo qu e
especialmente d eseja segu ir o Senhor. "Siga-me" d á a solu ção p ara as
condições que estão estabelecidas logo depois.
"Negue-se a si mesmo"- Negar-se a si m esm o significa d esrespeitar-se
a si m esm o ou renu nciar seu s p rivilégios. Renu nciar-se a si m esm o d enota
o p ôr d e lad o o seu eu p ara bu scar a m ente d e Deu s, p ara qu e em tod as as
coisas não siga a p róp ria m ente nem a p róp ria centralid ad e. Som ente este
tipo de pessoa pode seguir o Senhor. Isto é certamente evidente pois como
alguém pode seguir o Senhor e seguir a si mesmo?
"Tome a sua cruz, e siga-me"- Isto é m u ito m ais p rofu nd o d o qu e
negue-se a si m esm o. N egar-se a si m esm o é som ente d esresp eitar-se
enqu anto qu e tom ar a cru z é obed ecer a Deu s. Tom ar a cru z significa
aceitar tu d o o qu e Deu s d ecid iu p ara a p essoa e d esejar sofrer d e acord o
com a vontad e d e Deu s. N egand o a si m esm o e tom and o a cru z p od em os
verdadeiramente seguir o Senhor.
"Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida
por amor de mim, achá-la-á" - A p alavra vid a aqu i é "p su qu e" no grego
original, qu e significa "alm a"; e p or esta razão este verso nos fala sobre a
salvação ou p erd a d a nossa alm a. Isto nos trará lu z ao assu nto qu e
estamos examinando.
"Pois" associa a p alavra segu inte com a qu e p reced e. Esta associação
nos aju d ará a ver qu e a frase "negue-se a si mesmo, tome a sua cruz" no verso
anterior é a mesma coisa que salvar ou perde a alma mencionada no verso
seguinte.
"Pois quem quiser salvar a sua vida" -Tal interp retação significa qu e
em bora ele tenha o d esejo d e segu ir o Senhor, ele no entanto não d eseja
negar-se a si mesmo e tomar sua cruz. Isto nos ajuda a entender um pouco
m ais o significad o d e salvar-se a alm a. Isto revela qu anto u m a p essoa é
relu tante em d esresp eitar-se a si m esm o, p ara renu nciar seu s p rivilégios e
permitir-se sofrer por causa da obediência a Deus. Por esta razão podemos
reconhecer qu e o significad o d e salvar a alm a é ju stam ente o op osto d e
negar-se a si m esm o e tom ar a cru z. Se algu ém sabe o qu e é negar-se a si
m esm o e carregar a cru z, ele tam bém sabe o qu e significa salvar a su a
própria alma.
O Senhor nos diz que se alguém for tão consciente de si mesmo para
não d esejar negar-se a si m esm o, tom ar a su a cru z, e sofrer p or cau sa d a
obed iência a Deu s, ele no final p erd erá su a alm a. Tentand o salvar a su a
alma com p ortand o-se assim , resu ltará em p erd a no fu tu ro. Perd er a su a
alm a significa qu e ele no final sofrerá e p erd erá tod o seu d eleite. Ele não
obterá o que busca.
"Quem perder a sua vida por amor de mim" - Isto é negar-se a si m esm o
e tomar a cruz dito no verso anterior. Perder a alma é o mesmo que negar-
se a si m esm o. O Senhor exp lica qu e se p or am or a Ele algu ém d esejar
abandonar todos os prazeres da alma e sofrer de acordo com a vontade de
Deu s, encontrará su a alm a. Isto sim p lesm ente significa qu e aqu ele que
d eseja p or am or ao Senhor negar seu s p róp rios p ensam entos e d esejos e
não estar satisfeito com as coisas d o m u nd o m as p elo contrário p assar p or
m u itos sofrim entos, ele receberá d o Senhor em ou tro tem p o com benção e
alegria o que deseja seu coração.
Pelo estu d o d este verso d evem os estar ap tos p ara entend er qu al é o
significad o d a salvação d a alm a. Salvar a alm a d enota ganhar p ara si
m esm o felicid ad e e alegria p ara com p leta satisfação d o coração. Perd er a
alma, por outro lado, fala de perder sua própria alegria, desejo e satisfação.
Portanto perder a alma (o que requer negar-se a si mesmo e carregar
a cru z) sem d ú vid a não é o qu e geralm ente d enom inam os com o "p erecer";
por outro lado o Senhor nos mostra que salvar a sua alma não é negar-se a
si m esm o e tom ar a cru z. Este conceito não tem relação com a id éia u su al
d e "salvo" ou "p erd id o" - Este fato é bastante evid ente, p orqu e se salvar a
sua alma significa ter vida eterna, porque então o Senhor Jesus declara que
u m a p essoa d eve p erd er su a alm a p or am or ao Senhor? Se p erd er a alm a
su gere ir p ara o lago d e fogo, então ao requ erer-nos qu e p ercam os nossa
alm a p or am or Ele estaria qu erend o qu e fossem os p ara o lago d e fogo p or
Ele? Por consegu inte esta p assagem não tem absolu tam ente nad a com o
assu nto d a vid a eterna ou o lago d e fogo. A frase "a perderá (a alma)" na
p rim eira m etad e d o verso e "perderá sua vida (alma)" na segu nd a p arte d o
verso d evem significar o m esm o. Se "quem quiser salvar a sua vida perdê-la-
á" significa qu e qu alqu er qu e não negar-se a si m esm o irá p ara o lago d e
fogo, então as p alavras "quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á"
significaria qu e qu alqu er qu e vá p ara o lago d e fogo p or am or ao Senhor
terá vid a eterna. Isto seria absu rd o. N o entanto, o significad o aqu i é
sim p lesm ente este: qu e se o cristão não p erm itir qu e a su a alm a sofra
agora ela sofrerá no fu tu ro, m as se ele d eseja d eixar su a alm a sofrer p or
amor ao Senhor agora sua alma não sofrerá no futuro.
Além d o m ais, se a salvação d a alm a significasse ter a vid a eterna (o
qu e não é assim ), então o p erd er a alm a teria qu e ind icar o ir p ara o lago
d e fogo. Então o qu e o Senhor Jesu s d iz não seria coerente com o qu e é
d ito antes. Porqu e o Senhor aqu i está faland o p ara os d iscíp u los, os qu ais
já receberam a vid a eterna; e sabem os qu e u m d escrente não p od e negar-
se a si m esm o nem tom ar a su a cru z e segu ir o Senhor. Se o Senhor
d esejasse qu e u m a p essoa tivesse vid a eterna ele sem d ú vid a p ed iria qu e
ela cresse ao invés d e ord ená-la qu e negu e-se a si m esm o p ara p ossu ir a
vid a eterna. Som ente aqu ele qu e já tem a vid a eterna está p rep arad o p ara
negar-se a si m esm o, tom ar a cru z, e segu ir o Senhor. Porqu e u m p ecad or
qu e aind a não p ossu i vid a eterna, não p recisa tentar segu ir o Senhor m as
sim crer Nele.
"Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua
vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?"- Aqu i nosso Senhor
continu a a exp licar qu anto é p reju d icial ao hom em salvar su a alm a agora
e p erd e-la m ais tard e. O qu e Ele qu er d izer é qu e se algu ém não nega-se a
si mesmo, toma a cruz e segue de perto o Senhor mas pelo contrário faz as
coisas d e acord o com o d esejo d a su a alm a p ara satisfazê-la, então virá o
tem p o qu and o ele p erd erá su a alm a em bora o hom em p ossa ter ganho o
mundo inteiro.
Em bora o hom em p ossa ter m u itos p razeres p or segu ir os seu s
p róp rios d esejos, no final, d iz o Senhor, ele terá qu e d evolver tu d o através
d a p erd a d e tod os os prazeres d a su a alm a. De acord o com o p onto d e
vista d o Senhor, será m u ito m elhor p ara algu ém ganhar su a alm a no final
d o qu e ganhá-la no p rincíp io. N ad a p od e ser trocad o p ela satisfação final
d a alm a. Portanto p erd er a alm a agora é m u ito m elhor d o qu e p erd e-la no
final.
"Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á" - Se u m hom em salva sua
alm a agora, qu and o ele irá p erd e-la? "Quem perder a sua vida por amor de
mim, achá-la-á" - N ovam ente, qu and o o hom em achará sua alm a? Vem os
nesta m esm a p assagem qu e o Senhor resp ond e estas qu estões com estas
palavras: "Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus
anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras" (verso 27).
"Segundo suas obras" ("obras" aqu i não é a m elhor trad u ção p ara a
p alavra no grego original "p raksin", qu e ap onta p ara p rática, ato, ação -
N .T.) significa d e acord o com o qu e cad a u m faz (p ratica - N .T.) na vida
p resente. Estas obras (p ráticas - N .T.) se d ivid em em d u as categorias: (1)
salvar su a alm a agora e (2) p erd er su a alm a agora p or am or ao Senhor.
"Ele tornará sobre tod o hom em d e acord o com su as obras" - Significa qu e
o Senhor fará com qu e algu ém qu e salva su a alm a agora a p erca e fará
com qu e ou tro qu e p erd e su a alm a agora p or am or ao Senhor a ganhe. E
qu and o isto acontecerá? N a hora d a Su a volta. Entretanto, d eixem os
p erfeitam ente claro qu e se algu ém cu id a d as coisas d a carne, satisfaz seu
p róp rio p razer, e recu sa-se a sofrer p or Cristo, ele receberá a rep rovação
d o Senhor ao invés d e receber a glória d o Senhor e p od erá até chorar e
ranger seu s d entes na volta d o Senhor. Mas se ele d esejar p erd er seu s
p róp rios d ireitos, ser com p letam ente sep arad o d o m u nd o, e ser fielm ente
obed iente à vontad e d e Deu s, ele será lou vad o p elo Senhor e gozará a
alegria do Senhor para a completa satisfação de seu coração.
A vinda do Senhor e sua recompensa esta especialmente relacionada
com o reinar com Ele no Seu reino. O Senhor m esm o nos inform a
im ed iatam ente p ara ond e ele está vind o. N esta m esm a p assagem Ele
exp õe qu e "virá Filho do homem no seu reino" (verso 28). O qu e o Senhor
Jesu s qu er d izer é qu e qu and o Ele vier p ara a terra reinar p or m il anos,
algu ns d os crentes reinarão com Ele enqu anto qu e algu ns não reinarão
com Ele.
Portanto a essência d esta Escritu ra é d ivid ir os d iscíp ulos qu e
creram no Senhor e p ossu em a vid a eterna em d u as classes. Um a classe
nega-se a si m esm o e tom a a cru z: a ou tra classe não nega-se a si m esm o e
não tom a a su a cru z. Um a classe qu er aband onar tu d o p elo Senhor e
p erd er a alm a, enqu anto qu e a ou tra classe bu sca os p razeres d o m u nd o
p ara si e não qu er p erd er a alm a. Um d iscíp u lo d e Cristo é algu ém qu e o
Senhor sep arou d os p ecad ores. E u m a vez m ais Ele irá sep arar: d esta vez,
sep ara u m d iscíp u lo qu e nega-se a si m esm o d o qu e não nega-se a si
m esm o. Precisam os saber qu e nossa p osição fu tu ra no reino é d ecid id a
p or nossas obras (p ráticas N .T.) hoje. Qu alqu er coisa qu e hoje signifiqu e
ganhar no fu tu ro terá significad o d e p erd er. Se ganhar hoje significa
ganhar o m u nd o e evitar o sofrim ento, então ganhar no fu tu ro p or negar-
se a si m esm o significará ganhar o m u nd o sem sofrim ento. Se p erd er hoje
significa aband onar o m u nd o e não fazer a su a p róp ria vontad e, então
p erd er no fu tu ro p or não negar-se a si m esm o significará p erd er o m u nd o
e não fazer su a p róp ria vontad e. O qu e o Senhor qu er d izer é qu e: Tod o
aqu ele qu e é gratificad o p elo m u nd o hoje p erd erá a su a p osição no
reinad o com Ele no fu tu ro. Portanto, a salvação d a alm a é com p letam ente
d iferente d aqu ilo qu e geralm ente conhecem os com o salvação d o esp írito
(que significa vida eterna).
Com o o esp írito é salvo? "A quele que é nascido do Espírito é espírito"
(João 3:6). No contexto de João 3 somos informados que aquele que crê tem
vida eterna. Para o crente, seu espírito é salvo. Por conseguinte, a salvação
d o esp írito significa ter a vid a eterna. Mas com o a alm a é salva? A
p assagem qu e estam os consid erand o nos d iz qu e se p erd em os nossa alm a
por amor ao Senhor, nossa alma será salva. Portanto a salvação do espírito
é ter vid a eterna enqu anto qu e a salvação d a alm a é p ossu ir o reino. O
esp írito é salvo p or Cristo carregar a cru z p or m im ; a alm a é salva p or eu
mesmo carregar uma cruz.
O esp írito é salvo p orqu e Cristo d eu su a vid a p or m im ; a alm a é
salva porque nego-me a mim mesmo e sigo o Senhor.
O esp írito é salvo na base d a fé; u m a vez qu e se crê, a qu estão está
esclarecid a p ara sem p re, nu nca m ais será m ud ad a. A alm a é salva na
seguinte base: é uma questão para toda vida, um curso a ser terminado.
Pela fé o esp írito é salvo, p orqu e "aquele que crê no Filho tem a vida
eterna" (João 3:36). A alm a é salva p elas obras p orqu e "então d ará a cad a
um segundo as suas obras" (Mateus 16:27). Uma vez que o espírito é salvo,
a vid a eterna é assegu rad a. Em bora tod os os d em ônios d o inferno se
levantem para m e tentar, eles não p od em m e fazer p erecer. Em bora os
anjos dos céus venham para me violentar, nem assim eles podem me fazer
p erecer. N em m esm o o Deu s trino p od e m e fazer p erecer. N o entanto
nad a p od e m e assegu rar hoje a salvação d a m inha alm a, p ois se a alm a
será ganha ou não será decidido quando o Senhor vier novamente.
A salvação d o esp írito é d ecid id a hoje, p orqu e p or crer no Senhor se
tem a vid a eterna. A salvação d a alm a, entretanto, é d ecid id a na vind a d o
Filho d o hom em . A salvação d o esp írito é u m p resente atu al, p ois "Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho" (João 3:16). A salvação
d a alm a, no entanto, é u m a recom p ensa fu tu ra d ad a na hora d a volta d o
Senhor para aqueles que fielmente o seguirem.
Para que a alma seja salva uma pessoa precisa ter primeiro o espírito
salvo. Sem a salvação do espírito, não há possibilidade da alma ser salva.

Marcos 8:31 a 38

O registro d e Marcos 8:31 a 38 no geral concord a com o qu e está em


Mateus 16:24 a 28. Apenas ressaltaremos as pequenas diferenças entre eles.
"Pois qu em qu iser salvar a su a vid a, p erd ê-la-á; m as qu em p erd er a
su a vid a p or am or d e m im e d o evangelho, salvá-la-á." (Verso 35). Aqu i
são ad icionad as as p alavras "e d o evangelho" - As p essoas geralm ente
assumem que isto se refere aos que pregam o evangelho do Senhor. Se isto
fosse verd ad e, não seriam os p regad ores os ú nicos qu e teriam su as alm as
salvas? Mas o qu e é d eclarad o aqu i é sim p lesm ente o evangelho e não a
p regação d o evangelho. O qu e é o evangelho? N ad a m ais qu e o
"evangelho d e Jesu s Cristo, Filho d e Deu s" (Marcos 1:1), a "Tão grand e
salvação" d ita em H ebreu s 2:3 e 4, a qu al é "trazend o m u itos filhos à
glória" (H ebreu s 2:10). Isto não é ap enas o evangelho d a libertação p ela
saíd a esp iritu al d o Egito d aqu eles qu e têm sid o escravos d o p ecad o m as é
o glorioso evangelho d a entrad a esp iritu al em Canaã. "Perd er a su a vid a
p or am or d e m im " (Mateu s) é ser constrangid o p elo am or. "Perd er a sua
vid a p or am or ...d o evangelho" (Marcos) é ser m ovid o p or u m fu tu ro
melhor para si mesmo, que é a busca pelo reino.
"Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora" (verso
38). Isto se refere a qualquer um que não deseje perder a sua vida da alma,
qu er d izer, qu alqu er u m qu e nesta geração não sofra p elo Senhor e p ela
Su a p alavra. N esta geração ad u ltera e p ecad ora é requ erid o o p erd er a
alm a p ara d ar testem u nho d a p alavra d o Senhor. A m enos qu e u m a
p essoa d eseje realm ente p erd er su a alm a ela não estará p ronta para
testem u nhar nesta geração sem se envergonhar d o Senhor. Mu itos filhos
de Deus não querem nem se atrevem a dar testemunho diante dos homens
em nom e d o Senhor o qu al o red im iu p orqu e são tem erosos d e serem
rid icu larizad os e qu erem p reservar su as im agens. Isto é p reservar su as
p róp rias alm as nesta vid a. Tais p essoas certam ente sofrerão p erd a no
reino. N ingu ém qu e não qu eira p erd er su a vid a nesta era p od erá ver a
glória d o Senhor na era vind ou ra. Tod os os qu e reinarão com Cristo no
fu tu ro terão qu e ter p erd id o su a alm a hoje. N ingu ém qu e p erd e su a alm a
na era presente deixará de ganhar na próxima era.

Lucas 17:26 a 37

"Com o aconteceu nos d ias d e N oé, assim tam bém será


nos d ias d o Filho d o hom em . Com iam , bebiam , casavam
e d avam -se em casam ento, até o d ia em qu e N oé entrou
na arca, e veio o d ilú vio e os d estru iu a tod os. Com o
tam bém d a m esm a form a aconteceu nos d ias d e Ló:
com iam , bebiam , com p ravam , vend iam , p lantavam e
ed ificavam ; m as no d ia em qu e Ló saiu d e Sod om a
choveu d o céu fogo e enxofre, e os d estru iu a tod os;
assim será no d ia em qu e o Filho d o hom em se há d e
m anifestar. N aqu ele d ia, qu em estiver no eirad o, tend o
os seu s bens em casa, não d esça p ara tirá-los; e, d a
m esm a sorte, o qu e estiver no cam p o, não volte p ara
trás. Lem brai-vos d a m u lher d e Ló. Qu alqu er qu e
procurar preservar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que
a p erd er, conservá-la-á. Digo-vos: N aqu ela noite estarão
d ois nu m a cam a; u m será tom ad o, e o ou tro será
d eixad o. Du as m u lheres estarão ju ntas m oend o; u m a
será tom ad a, e a ou tra será d eixad a. Dois hom ens
estarão no cam p o; u m será tom ad o, e o ou tro será
d eixad o. Pergu ntaram -lhe: Ond e, Senhor? E resp ond eu -
lhes: Ond e estiver o corp o, aí se aju ntarão tam bém os
abutres."

N esta p assagem d e Lu cas 17 tod as as p alavras "vida" são "alma" no


grego original (psuque).
Aqu i som os inform ad os qu and o a alm a será salva. "Digo-vos:
N aquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado."
(versos 34 e 35). Isto ap onta p ara o tem p o d o arrebatam ento. A d iferença
aqu i é qu e u m a será tom ad a e ou tra d eixad a. Ser tom ad a significa ser
arrebatad a p ara o céu (conform e Gênesis 5:24). Assim o significad o d o
verso 33 é claro ("Qualquer que procurar preservar a sua vida, perdê-la-á, e
qualquer que a perder, conservá-la-á."). Aqu ele qu e tiver salvad o su a alm a
nesta era será d eixad o p ara traz na vind a d o Filho d o hom em , enqu anto
qu e aqu ele qu e p erd er su a alm a nesta era será tom ad o na vind a d o Filho
d o hom em . Ap arentem ente não há d iferença entre as d u as p essoas, nem
em trabalho, nem em lu gar; no entanto no arrebatam ento então haverá
diferença! Num piscar de olhos que enorme diferença!
Aqu i se ap resenta o p roblem a m ais sério. Se d esejarm os ser
arrebatad os, ver o Senhor, e entrar no reino p recisam os p rim eiro p erd er
nossa alm a nesta era. Por am or ao Senhor d evem os aband onar tu d o o qu e
não é d e acord o com a vontad e d e Deu s, aband onar tu d o o qu e nos
am arra, e aband onar tu d o o qu e p ossa im p ed ir nossos corações d e p ensar
nas coisas d e cim a. Seríam os nós com o a m u lher d e Ló, qu e tentand o
p reservar a alm a e não qu erend o aband onar nad a, não serem os tom ad os
p ara ond e o Senhor nos ord ena estar, m u ito em bora não p ereçam os em
Sod om a e Gom orra com os p ecad ores. Pod e não haver d iferença na vid a
eterna, mas haverá diferença no arrebatamento.

Lucas 12:15 a 21

O qu e significa p erd er a alm a? Pod em os obter u m a exp licação p lena


e clara ao lermos a seguinte parábola do evangelho de Lucas:
"E disse ao povo: A cautelai-vos e guardai-vos de toda espécie
de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância
das coisas que possuí. Propôs-lhes então uma parábola,
dizendo: O campo de um homem rico produzira com
abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois
não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto:
derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali
recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha
alma: A lma, tens em depósito muitos bens para muitos anos;
descansa, come, bebe, regala-te. M as Deus lhe disse: Insensato,
esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para
quem será? A ssim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é
rico para com Deus." (Lucas 12:15 a 21)

N ovam ente a p alavra "vida" aqu i é "alma" no texto original.


Pod em os portand o d izer qu e ganhar a alm a significa fazer a alm a
desfrutar, ser feliz, e ser satisfeita. Em relação ao contrário, no entanto,
p erd er a alm a significa fazer a alm a sofrer - ser afligid a e p obre. Este
hom em rico, d evid o à abu nd ância d os seu s grãos e bens, d eu à su a alm a
desfrute, prazer, e satisfação no presente. Ele já ganhou sua alma agora.
Portanto ganhar a alm a é fazê-la feliz no p resente, enqu anto qu e
p erd er a alm a é não d eixar nad a p ara ela no p resente. O qu e os nossos
olhos vêem, nossos ouvidos ouvem, e nossas mãos e pés tocam são através
do corpo; mas aquilo que é prazer interior consciente é da alma.
A alm a é o lu gar d os nossos d esejos natu rais. Ela nos habilita a
sentir e d esfru tar. O d esejo d esta vid a d a alm a exige ser satisfeito. Um a
boa m ú sica p od e acalm ar a em oção; e a literatu ra e a filosofia p od em
elevar o p ensam ento. Porém se a pessoa bu sca extrem a satisfação nestas
coisas no p resente elas p erd erão a satisfação no fu tu ro. Se já recebem os
conforto destas coisas agora, nós perderemos a glória no futuro.
Aqu ele qu e salva su a alm a no p resente - m esm o qu e ele seja u m a
p essoa qu e crê no Senhor - ele já ganhou os p razeres d erivad os d os seu s
ou vid os, olhos, e coração: e p ortanto, na era vind ou ra ele p erd erá tod os
estes p razeres. Aqu ele qu e ganha agora p erd erá no fu tu ro, enqu anto qu e
aqu ele qu e p erd e agora ganhará no fu tu ro. Isto é o qu e p recisam os
entend er sobre a salvação d a alm a. Ganhar a glória, d esfru te, e satisfação
do reino no futuro é ganhar a alma. Perder isto no futuro é perder a alma.
Tend o sid o salvo, obviam ente não p od em os ser "não salvos" ou tra
vez. Contu d o, nossas obras (p ráticas N .T.) têm m u ito a ver com nossa
p osição no reino fu tu ro. O qu e, então, estam os bu scand o agora? Com o é
d ifícil p ara os jovens aband onarem os p razeres d este m u nd o. Mu itos
bu scam encontrar satisfação em u m a m orad ia esp ecial, em com id a, rou p a,
d iversão, e ou tras coisas m ais. Eles já salvaram su a alm a hoje; por
consegu inte, eles p erd erão su a alm a nos d ias vind ou ros. Algu ém qu e já é
salvo nu nca irá p ara o inferno; m as ele p od e não d esfru tar d as bênçãos d o
reino!
O Senhor não nos instru í a serm os ascéticos; Ele som ente nos
p ersu ad e a não serm os cativad os p elas coisas d este m u nd o. Estas coisas
p od em ser legítim as, no entanto nem tod as as coisas legítim as são
p roveitosas. Por esta razão é qu e Pau lo d iz 'Tod as as coisas me são lícitas,
mas nem todas as coisas convém" ( I Coríntios 10:23). Seja ela rou p a, com id a,
ou m orad ia, não d evem os bu scá-las p ara o nosso p róp rio d esfru te.
Devem os fazer tod as as coisas p ara a glória d e Deu s. Se com eçam os
condescender no excesso destas coisas, teremos nos extraviado.
Aqu ele qu e am a o m u nd o salva su a p róp ria alm a. Já qu e o p ecad o
entrou no mundo, não devemos buscar nada deste mundo pecador.

2 - Seu Meio: a Cruz

"Qu em achar a su a vid a p erd ê-la-á, e qu em p erd er a su a


vida por amor de mim achá-la-á." (Mateus 10:39)

Vam os continu ar com nosso estu d o d a salvação d a alm a. "Não


penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada." (M ateus
10:34). Porqu e o Senhor d isse isto d esta form a? Porqu e tod os p ensam qu e
Ele veio trazer p az p ara a terra. Para corrigir este conceito, Ele d iz
abertam ente aos seu s ou vintes qu e não veio trazer a p az m as a esp ad a.
Mais tard e verem os qu e esta p az m encionad a aqu i não se refere ao
assu nto d e p az e não gu erra entre nações no m u nd o; antes, se refere a
certas situações e relacionamentos na família.
"N ão vim trazer paz, mas espada" - O qu e significa esta p alavra? Por
esp ad a o Senhor não tem em m ente u m a arm a u sad a em com bate ou no
cam p o d e batalha. Ele sim p lesm ente coloca qu e veio trazer u m a esp ad a
p ara a terra. Sim eão não d isse a Maria logo ap ós o nascim ento d e Jesu s,
"sim, e uma espada traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os
pensamentos de muitos" (Lucas 2:35)? Aqu i em Mateu s 10 o u so d a p alavra
esp ad a tem o m esm o significad o. Significa qu e ao longo d a vid a d e u m a
p essoa ela p od e não navegar em calm aria, m as m u ito p elo contrário ela
terá d ificu ld ad es com o se fosse u m a esp ad a trasp assand o p or su a alm a.
Por isso o qu e o Senhor está tentand o d izer é qu e Ele veio não p ara nos
fazer desfrutar mas para nos ferir.
"Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra
sua mãe, e a nora contra sua sogra;" (M ateus 10:35). Este verso com eça com a
p alavra conju ntiva "porque" - ind icand o qu e as p alavras segu intes
exp licam a p alavra "espada" mencionada no verso anterior. N atu ralm ente
falando, o relacionamento entre pai e filho é geralmente considerado como
send o m u ito agrad ável, m as este relacionam ento agora será m arcad o p ela
alienação. A filha será alheia à su a m ãe, a nora será alheia à sogra, e assim
por diante.
"E assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa." (verso 36).
Ter u m inim igo é ter am argu ra. Os d a su a p róp ria casa os qu ais você am a
virarão su as faces contra você, ferind o o seu coração. Agora haverá
hostilidade e rancor no seu lar.
"Qu em am a o p ai ou a m ãe m ais d o qu e a m im não e d igno d e m im ;
e qu em am a o filho ou a filha m ais d o qu e a m im não e d igno d e m im ."
(verso 37). Du as vezes neste verso Jesu s m enciona as p alavras "não e
d igno". Você já p ergu ntou p orqu e d evem os am ar m ais o Senhor d o qu e
nosso p róp rio p ai ou m ãe ou filho? Se no m u nd o você am a m ais u m a
p essoa d o qu e o Senhor, você não está p ronto p ara ser Seu d iscíp u lo. Para
ser d iscíp u lo d e Cristo você p recisa am ar com p letam ente o Senhor. Esta é
a cond ição p ara ser Seu d iscíp u lo. É com p letam ente im p ossível p ara você
amar o Senhor e a outra pessoa igualmente ao mesmo tempo.
"E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de
m im ." (verso 38). Este verso é a som a d o qu e foi d ito antes - esta é a cru z!
O qu e significa tom ar a cru z? O Senhor não d isse qu e aqu ele qu e não
tom a su a carga e segu e ap ós m im não é d igno d e m im . N ão, Ele d iz qu e
qu em não tom a a su a cru z e segu e ap ós m im não é d igno d e m im . Um a
carga não é u m a cru z. Carga é u m a coisa inevitável; cru z, entretanto, está
sujeita à escolha da pessoa e portanto pode ser evitada.
O qu e a p rim eira cru z histórica foi, assim as incontáveis p equ enas
cru zes qu e vêem d ep ois serão; assim com o a cru z original foi escolhid a
pelo Senhor, a cruz de hoje também precisa ser escolhida por nós.
Algu m as p essoas assu m em qu e estão carregand o a cru z sem p re qu e
elas estão p assand o algu m a p rivação ou se encontram angu stiad as. N o
entanto, isto não é verd ad e p orqu e estes tip os d e coisas p od em
natu ralm ente acontecer com qu alqu er p essoa até m esm o se aqu ela p essoa
não é u m crente. Tod as as cru zes qu e algu ém tom a p recisam ser
escolhid as p or ela m esm a. Por esta razão a p essoa d eve se gu ard ar contra
u m erro aqu i, qu e é, não se d eve criar cru zes p ara si m esm o. Devem os
tomar a cruz, não criá-la.
Portanto é u m grand e engano consid erar tu d o o qu e recai sobre nós
com o send o cru zes p ara tom arm os. Qu aisqu er cru zes qu e nós m esm os
criamos não são reconhecidas como cruzes a serem tomadas.
O qu e então é u m a cru z? Deve ser p arecid a com o qu e o Senhor
m esm o d isse: "Meu Pai... seja feita a tu a vontad e" (Mateu s 26:42). O
Senhor d isse ao Seu Pai p ara não resp ond er conform e a vontad e d o Filho,
m as conform e a vontad e d o Pai. Isto é a cru z. Tom ar a cru z é escolher a
vontad e qu e o Pai d ecid iu . Posso d izer sinceram ente qu e se nós não
escolhem os a cru z d iariam ente, não tem os cru z p ara carregar. Se o Senhor
tivesse esp erad o até qu e a cru z viesse até Ele aqu i na terra, com o seria
p ossível p ara Ele ter sid o o Cord eiro Im olad o d esd e antes d a fu nd ação d o
m u nd o? Pois Ele não tinha escolhid o a cru z no céu qu and o Ele estava lá e
então "esvaziou -se a si m esm o, tom and o a form a d e servo, tornand o-se
sem elhante aos hom ens; e, achad o na form a d e hom em , hu m ilhou -se a si
m esm o, tornand o-se obed iente até a m orte, e m orte d e cru z". (Filip enses
2:7 e 8). N osso Senhor realm ente escolheu a cru z "N ingu ém m a tira d e
m im , m as eu d e m im m esm o a d ou ; tenho au torid ad e p ara a d ar, e tenho
au torid ad e p ara retom á-la." (João 10:18). De acord o com o m esm o
p rincíp io, nossa cru z d eve ser algu m a coisa a qu al nós m esm os
escolhemos.
Nas áreas de nossas roupas, comidas, e moradias nós também temos
escolha. Pod em os escolher o qu e vestir, o qu e com er, e com o m orar. O
grau d e com o bu scam os estas coisas d eve se estend er até nossas
necessid ad es natu rais nestas áreas. Se bu scam os estas coisas p ara
satisfazer nossas lu xu rias, não estam os tom and o a cru z. N ão p od em os
p rescrever qu em d eve vestir tal rou p a, com er tal tip o d e com id a, ou viver
em tal tip o d e casa; m as qu alqu er u m qu e d esejar extrair extrem a
satisfação d estas coisas não tom a a cru z. N ingu ém se atreve a d izer o qu e
você d eve ter ou o qu e você não d eve ter. Ao contrário, você é qu em d eve
perguntar se sua alma extrai desfrute e satisfação destas coisas.
Qu alqu er coisa qu e su p ra su as necessid ad es é perm itid a p or Deus.
Rou p a, com id a, e abrigo são coisas legítim as. N o Velho Testam ento
p od em os ver Deu s p rovend o estas coisas p ara os filhos d e Israel. Portanto
Ele nu nca pretend eu ter seu s filhos totalm ente ocu p ad os com este assunto.
Se p rocu rarm os p or absolu to d esfru te nestas áreas não estarem os
tomando a cruz.
Qu ão freqü entem ente as p essoas não estão vestid as p ara p roteger o
corpo e não estão comendo para satisfazer sua fome mas para buscar puro
d esfru te. Tod os os requ erim entos natu rais d evem ser su p rid os; m as a
luxuria p roveniente d a carne não d eve ser satisfeita. N ad a d eve ser em
excesso.
Deu s realm ente intervém na rou p a, com id a, m orad ia, e viagem d o
hom em ? De fato Ele intervém . E esta intervenção se constitu i na cru z.
Vam os ilu strar este assu nto: Qu and o Ad ão estava no Jard im d o Éd en,
tod as as su as p rovisões necessárias eram d evid am ente su p rid as. Ele
p od eria com er os fru tos d e tod as as árvores exceto o fru to d e u m a árvore
que era a árvore do conhecimento do bem e do mal. Então ele comeu desta
árvore p orqu e seu fru to p roibid o era bom p ara com er e agrad ável p ara os
olhos m as não p orqu e ele iria p reencher su a necessid ad e natu ral, isto se
tornou u m a lu xu ria p ara ele. O qu e Deu s p erm ite está restrito à
necessid ad e natu ral; qu alqu er coisa qu e exced a isto é im p róp rio e
considerad o com o coisa d o m u nd o tais com o rou p a, com id a, e abrigo; e
p or esta razão d evem os bu scar som ente o su p rim ento d as necessid ad es e
não a gratificação d as luxu rias. Devem os tom ar a vontad e d e Deu s com o
regra absolu ta nestas coisas. De ou tra m aneira, p od erem os segu ir a
vontad e d a carne ou nos satisfazend o com p letam ente ou até m altratand o
nosso corp o com o se fossem os m ais santos qu e os ou tros. Precisam os ver
qu e nenhu m extrem o é ap rovad o p or Deu s em su a p alavra; Ele nem nos
d iz qu e d esfru tem os d as coisas d este m u nd o nem nos d eclara qu e o
acético d estrato d o corp o tem algu m valor contra a satisfação d a carne (ao
contrário, compare I João 2:14 e 15 e Colossenses 2:23).
"Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de
mim achá-la-á." (Mateus 10:39). Este verso conclu i a p assagem d e Mateus 10
qu e estávam os estu d and o. O qu e então significa tom ar a cru z? Significa
que uma pessoa perde sua vida da alma por amor a Cristo, é ferida em seu
coração p or am or a Cristo e sofre angu stia e tristeza - tudo isto é o p erd er
d a alm a. Algu m as p essoas se recu sam sofrer ou d iscip linar seu d esejo
em ocional; e p or p erm itirem qu e su as alm as d esfru tem excessivam ente,
certamente perderão suas almas.
Perd er a alm a p or am or ao Senhor não é d eixar su a alm a ser
satisfeita em su as exigentes lu xu rias e d eleites. Se p or am or a Cristo
d eixam os d e bu scar o qu e natu ralm ente m ais gostam os, isto será
reconhecido como perder a alma por amor a Ele.
Vam os reconhecer qu e o significad o d e ganhar a alm a hoje se ap lica
igu alm ente p ara o ganhar a alm a no fu tu ro; e o significad o d e p erd er a
alm a agora é o m esm o qu e p erd er a alm a no fu tu ro. Os seu s significad os
devem manter os mesmos. Em outras palavras, perder a alma por amor ao
Senhor d enota a recu sa d e p erm itir qu e a alm a seja gratificad a e
favorecida hoje, e perder a alma no futuro significa negar à alma satisfação
e d esfru te no reino. Qu and o aqu ele d ia vier, ou seja, qu and o o reino
chegar, algu m as p essoas terão a su a alm a satisfeita enqu anto qu e ou tras
terão suas almas insatisfeitas. Todo aquele que nesta era satisfez os desejos
d e su a alm a com excessivo d esfru te alem d as necessid ad es natu rais não
terá nad a no reino fu tu ro. Igu alm ente, tod o aqu ele qu e p or am or ao
Senhor perdeu estas coisas nesta era será plenamente satisfeito no reino da
era vind ou ra. Tod o aqu ele qu e vencer o m u nd o será recom p ensad o no
reino. Isto é absolutamente certo.
A salvação d o esp írito é conced id a na hora em qu e crem os no
Senhor. A salvação d a alm a d ep end e d o qu e fazem os (p raticam os N .T.)
hoje. Caso você am e rou p as, com id as, e am igos e tem tu d o isto p ara
satisfação d e su a alm a, d eixe-m e d izer-lhe com a au torid ad e d o Senhor
qu e você p erd erá a glória d o reino. "Bem-aventurados vós, que agora tendes
fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis
de rir." d iz o Senhor, m as "A í de vós, os que agora estais fartos!" (Lucas 6:21 e
25). Porqu e m agoar os qu e estão fartos? Porqu e eles já estão satisfeitos
agora. Porqu e os qu e choram são abençoad os? Porqu e eles serão
satisfeitos no fu tu ro. Esta, então, é a d iferença entre o ai e a bem -
aventurança.
Lucas 14:25 a 35

"Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se, disse-lhes:" (verso 25).
Porqu e havia sem elhante m u ltid ão ind o com o Senhor? Porqu e Ele tinha
acabad o d e p regar o evangelho. Com o ind ica a p arábola qu e p reced e este
verso, Ele convid a u m grand e núm ero d e p essoas p ara virem . De fato,
tod o aqu ele qu e qu er com er vem . Mu itos são cristãos; com o é m u ito bom
ser salvo. Com o é bom ser nascid o d e novo e p ossu ir a graça d e Deu s.
Estas p essoas vão com o Senhor, e Ele volta-se p ara lhes falar. O qu e d á
p ara entend er d o qu e Ele d irá é isto: Sim , vocês são salvos; m as se vocês
qu erem m e segu ir, vocês terão qu e p reencher certas cond ições. Ele então
eleva o p ad rão d a verd ad e, p ois Ele não abaixará o critério ord enad o p or
Deu s p or cau sa d e u m a grand e m u ltid ão. Portanto p od em os nós nos
abster d e falar d as verd ad es nobres d o reino, com seu reinad o e ou tras
coisas mais, por causa dos homens?
A p orta p ela qu al os qu e crêem no Senhor Jesus são salvos é am p la,
m as a p orta p ela qu al os qu e O segu em e são glorificad os com Ele é
estreita. 'Tod o o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira
nenhuma o lançarei fora."(João 6:37). Isto é salvação. N o entanto há
condições para os que desejam seguir o Senhor e ser Seu discípulo.
"Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a
irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo."
(Lucas 14:26). Aqui o Senhor reconsidera a questão concernente à alma. Ele
primeiro m enciona o p ai e a m ãe e esp osa e filhos e irm ãos e irm ãs; então
Ele m enciona a alm a. Se algu ém está ap to a não olhar p ara su a alm a com o
p reciosid ad e, ele é livre d e tod as as am arras. Deve-se p ôr d e lad o
qualquer coisa que contente e pacifique a alma.
O Senhor não d isse qu e se d eve lançar fora seu p ai e m ãe e esp osa e
filhos e irm ão e irm ãs. O qu e Ele d isse é qu e se d eve livrar-se d a vid a
natu ral p ara qu e se p ossa reu nir tod o seu am or o qu al se tem p or ou tras
p essoas p ara então am ar m ais o Senhor. Isto é u m d ever. Antes d e u m
hom em com eçar a segu i-Lo, u m a barreira form id ável é colocad a d iante
d ele p elo Senhor. Se ele p u d er su p erar esta barreira, ele estará ap to p ara
vencer qu alqu er coisa no fu tu ro. O Senhor não esp era p ara p ôr esta
barreira d ep ois qu e se entrou p ela p orta. N ão, a barreira está ali logo no
início. E aqu ele qu e su p era esta barreira está p ronto p ara ser d iscíp u lo d o
Senhor.
Dep ois qu e Cristo salva u m a p essoa, a p rim eira coisa qu e se levanta
na p orta d o d iscip u lad o é esta cond ição. O Senhor não estabelece esta
cond ição três ou cinco anos d ep ois qu e a p essoa nasce d e novo. Se u m a
pessoa será Seu discípulo é um assunto a ser decidido bem no princípio.
"Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo"
(verso 27). Isto explica o verso precedente. O que acontece é o levar a cruz.
Então o Senhor apresenta três parábolas para ilustrar o levar a cruz.

1 - Parábola da edificação de uma torre (versos 28 a 30)

"Pois qu al d e vós, qu erend o ed ífícar u m a torre, não se senta


p rim eiro a calcu lar as d esp esas, p ara ver se tem com qu e a acabar?" (verso
28). O Senhor fala sobre contar os gastos. N ão p od em os facilm ente
conceber qu e o significad o aqu i é qu e se não tem os fu nd o não d evem os
continuar com a idéia de construir uma torre? No entanto se fosse assim, o
Senhor não teria cham ad o a grand e m u ltid ão (os qu ais têm m u ito p ou co)
p ara segu i-Lo. Será, então, qu e p or cau sa d a falta d e fu nd os não
p recisam os constru ir? N ão, nad a d isso. Porqu e se tod os p õem tu d o o qu e
têm , ningu ém p od erá d izer qu e há insu ficiência d e fu nd os. O qu e o
Senhor realm ente qu er d izer aqu i é qu e: se u m a p essoa d eseja p ôr tu d o o
qu e tem p ara constru ir u m a torre. Por exem p lo, se a constru ção d a torre
cu stará $500 e o hom em d eseja gastar ap enas $300 para gu ard ar os $200
restantes p ara ou tros p rop ósitos, isto não p od e ser consid erad o com o não
ter fu nd o su ficiente. O fu nd o se tornou insu ficiente som ente p orqu e ele
gu ard ou u m a p arte p ara ou tros p rop ósitos qu e não o d e constru ir a torre.
Aqu ele qu e gu ard a am or p ara ou tros não está pronto p ara am ar a Cristo.
Deve-se aborrecer seu próprio pai e mãe e esposa e filho e irmãos e irmãs -
e até m esm o su a p róp ria vid a - com a finalid ad e d e tirá-los p ara fora d o
seu coração. Cristo não p ergu nta qu anto u m a p essoa d á m as se ela d eu
tudo a Ele.
"Para não acontecer qu e, d ep ois d e haver p osto os alicerces, e não a
p od end o acabar, tod os os qu e a virem com ecem a zom bar d ele, d izend o:
Este hom em com eçou a ed ífícar e não p od e acabar." (versos 29 e 30). Este
será o fim d aqu ele qu e não d eseja am ar o Senhor totalm ente. Ele tem qu e
p arar d e constru ir a torre d ep ois d e ter p osto os alicerces p orqu e gu ard ou
um pouco para si e não deseja dar tudo para o Senhor.

2 - A parábola da guerra (versos 31 e 32)

"Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra outro rei, não se senta
primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele
com vinte mil?" (verso 31). Mobilizar d ez m il não significa qu e d ez m il são
todos os soldados que o rei tem. Isto simplesmente significa que ele deseja
u sar som ente d ez m il. Se ele m obilizar a nação inteira sem d ú vid a será
vitorioso.
"N o caso contrário, enquanto o outro ainda está longe, manda
embaixadores, e pede condições de paz." (verso 32). Isto é d izer qu e se o rei não
deseja pôr em jogo toda a sua tropa, é melhor para ele pedir por condições
de paz e reconhecer sua derrota.
Aqu ele qu e d eseja investir tu d o na constru ção ou na gu erra
encontrará exatam ente o necessário; m as se ele gu ard a u m p ou co p ara si,
exp erim entará m u ita insu ficiência. Su p onha qu e eu vá a u m a livraria p ara
com p rar u m a Bíblia, e ela cu ste $60 qu e é tu d o o qu e tenho. Se pago
som ente $10, natu ralm ente não será su ficiente; m as m esm o, qu e eu p agu e
$59 e guarde somente $1 para mim, isto ainda não será suficiente. Portanto
é absolu tam ente certo qu e aqu ele qu e não tom a a su a cru z e segu e
totalm ente o Senhor não é d igno nem cap az d e ser u m d iscíp u lo d o
Senhor.
N ão é devido a insuficiência, mas por guardar um pouco para si. Por
isto o não gu ard ar nad a p ara si é a cru z. Devem os colocar tu d o sobre a
cruz. Algu ns p od em p ergu ntar com o sabem os qu e esta p arábola nos
ensina a necessid ad e d e colocar tu d o sobre a cru z? Porqu e isto é o qu e o
Senhor mesmo explica no verso seguinte.
"Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possuí,
não pode ser meu discípulo." (verso 33). Este verso com enta as d uas parábolas
acim a. O p roblem a com estas d u as p essoas já m encionad as não está no
fato d e elas não terem o su ficiente m as em elas não d esejarem gastar tud o.
Qu ão freqü entem ente qu erem os am bos; estam os com o qu e d ivid id os
entre am ar o m u nd o por u m lad o e am ar o Senhor p or ou tro. Para nós
amar inteiramente o Senhor, não podemos; porém amar somente o mundo
é algo que nos faz sentir envergonhados por ser injusto para com o Senhor.
Da relu tância d e qu alqu er u m em gastar tu d o p ara constru ir a torre e
aind a d e estar receoso para não gastar p elo m enos u m p ou co, o resu ltad o
será o d e ter p osto a fu nd ação m as a torre ficará inacabad a. Por estar
d esp rep arad o p ara entregar tod os os seu s gu erreiros, a ú nica saíd a qu e
resta p ara u m a p essoa é a d e enviar u m em baixad or p ara p ed ir cond ições
d e p az. Este tip o d e p essoa p recisa d esconsid erar o assu nto d e ser
d iscíp u lo d o Senhor. Para ser d iscíp u lo d e Cristo, algu ém p recisa
renu nciar tu d o o qu e tem . Ele não p od e segu rar o m u nd o com u m a m ão e
com outra o Senhor. Ele precisa pôr de lado um ou outro - se não o mundo,
então Cristo.

3 - A parábola do sal (versos 34 a 35)

Esta p arábola retrata as conseqü ências p ara estas d u as classes d e


p essoas sobre as qu ais acabam os d e d iscu tir. De acord o com Mateu s 5:13
("vós sois o sal da terra'), sal aqui em Lucas deve apontar para os cristãos.
"Bom e o sal; mas se o sal se tornar ínsípído, com que se há de restaurar-lhe
o sabor?" (verso 34). O sal é bom , porqu e é p roveitoso p ara o hom em . O
sabor significa o ser p osto a p arte e ser santificad o. Com o é d e trem end a
im p ortância p ara o cristão ser sep arad o d o m u nd o. Se o sal p erd er seu
sabor, com o p od erá salgar novam ente? Por exem p lo, u m a p essoa com p ra
u m p ed aço d e carne fresca e p ensa em d ar sabor a ela colocand o sal. Se
não há sal, com o ela p od e fazer com qu e a carne fiqu e salgad a? Ou se o
p róp rio sal p erd er seu sabor, com o ela p od e fazer carne salgad a? "Não
presta nem para terra, nem para o monturo; lançam-no fora." (verso 35a). Este
verso fala d a conseqü ência d e p erd erm os nosso sabor cristão, p or p erd er
nossa separação do mundo.
'Terra" rep resenta o reino. Colocar no reino d e Deu s u m cristão sem
sabor é muito improvável.
"M onturo" é u m lu gar d esonrad o e su jo, e p or isso su gere o inferno
ou o lago d e fogo. Pôr u m cristão qu e p erd eu seu sabor no inferno é
igualmente improvável, pois ele já esta salvo.
Lançam-no fora" - Já qu e ele está incap acitad o tanto p ara o reino
com o p ara o inferno, ele d eve ser lançad o fora; qu er d izer, ele d eve ser
lançado para fora da glória do reino.
"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça." (verso 35b). Isto é p alavra d e
advertência. Qualquer coisa que nos faz ser desassociada de Cristo nos faz
p erd er nosso p róp rio sabor. Sabor é p od er, falta d e sabor é fraqu eza.
Com o é sério este assu nto! Devem os não am ar o m u nd o. Precisam os ao
invés d isto am ar o Senhor -e d e tod o nosso coração. De ou tra form a, não
terem os p arte no reino. A qu estão não é qu anto tenho feito, m as se estou
sobre o altar. Vam os nos consagrar ao Senhor hoje, p orqu e p od erá ser
muito tarde quando aquele dia (o dia da Sua volta) chegar.

Todas as três parábolas nos informam sobre a vida de um crente que


não p erd eu su a alm a hoje. A razão d o p orqu e não gastar tod os os fu nd os
p ara constru ir a torre, p orqu e não m obilizar tod as as forças p ara lu tar
nu m a batalha, e p orqu e tornar-se sal sem sabor ou d egenerad o p or se
m istu rar com o m u nd o é o am or qu e se tem p ela p róp ria alm a, é o não
estar d esejand o d eixar-se sofrer ou aband onar os encantos d o m u nd o.
Para u m a p essoa com o esta, a glória d o reino fu tu ro só é fracam ente visto
p orqu e ela cu id a som ente d o m om ento p resente. Se ela tivesse d esejad o
negar as d em and as d a su a p róp ria alm a p or negar-se a si m esm o,
tom and o a cru z e fazend o a vontad e d e Deu s, não teria sid o d ifícil p ara
ela constru ir ou lu tar, aband onar seu p ai, m ãe, esp osa, filhos, irm ãos,
irmãs, e até mesmo sua própria vida, e ser totalmente separado do mundo
p ara se tornar sal com sabor. Se nesta era não p erd erm os nossa alm a m as
ao invés d isto fizerm os o qu e gostam os, ou se nossa consagração é
im p erfeita, serem os lançad os fora d u rante o tem p o d o reino e serem os
ridicularizados por termos falhado no discipulado.

3 - Sua Manifestação: O Reino


"Pela vossa p erseverança ganhareis as vossas alm as."
(Lucas 21:19)
"Qu em am a a su a vid a, p erd ê-la-á; e qu em neste m u nd o
od eia a su a vid a, gu ard á-la-á p ara a vid a eterna." (João
12:25)
"N ós, p orém , não som os d aqu eles qu e recu am p ara a
perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da
alma." (Hebreus 10:39)
"Alcançand o o fim d a vossa fé, a salvação d as vossas
almas." (I Pedro 1:9)

Qu and o lem os Lu cas 21:5 a 19 p od em os p rontam ente p erceber qu e


esta p assagem d a escritu ra fala d e salvação d a alm a; "Pela vossa
perseverança ganhareis as vossas almas." (verso 19). Sem p re qu e a Bíblia fala
sobre salvação, ela enfatiza a fé. Aqu i, no entanto, é d ito qu e p ela
p erseverança ganham os nossa alm a. Deve haver conseqü entem ente u m a
diferença entre salvação da alma e do espírito.
Se me lembro corretamente, o evangelho segundo João menciona em
35 ocasiões qu e aqu ele qu e crer tem vid a eterna. Em tod o o N ovo
Testam ento há não m enos d e 150 exem p los ond e ap arece esta d eclaração
com o crer e ser ju stificad o, crer e ter a vid a eterna, crer e ser salvo, e assim
por diante. Aqui, porém, se fala de perseverança. Perseverança é obra, não
fé. Por esta razão a salvação d a alm a é bastante d iferente d e ter
simplesmente vida eterna.
Vam os ler cu id ad osam ente e consid erar com o esta p assagem d e
Lucas 21 fala da salvação da alma.
"E falando-lhe alguns a respeito do templo, como estava ornado de formosas
pedras e dádivas, disse ele: Quanto a isto que vedes, dias virão em que não se
deixará aqui pedra sobre pedra, que não seja derribada. Perguntaram-lhe então:
M estre, quando, pois, sucederão estas coisas? E que sinal haverá, quando elas
estiverem para se cumprir?" (versos 5 a 7). O tem p lo m encionad o aqu i é o
tem p lo sagrad o d e Jeru salém . "Perguntaram-lhe então:" refere-se aos
discípulos. "Estas coisas" ap onta p ara a d estru ição d o tem p lo nos d ias -
qu e o Senhor d isse qu e viriam - quand o não ficaria p ed ra sobre p ed ra. O
verso 7 m erece atenção esp ecial. A qu estão p arece ser sim ilar a qu e está
registrad a na p assagem p aralela d e Mateu s 24, aind a qu e exista u m a
grand e d iferença entre elas. Portanto vam os com p arar as d u as p assagens
mais de perto.
"E estando ele sentado no M onte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus
discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que
sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo." (M ateus 24:3). Mateu s não fala
somente sobre a destruição de Jerusalém mas também da vinda do Senhor
e do fim do mundo; enquanto Lucas 21 trata exclusivamente da destruição
de Jerusalém. Em Lucas, os discípulos perguntaram somente quando estas
coisas acontecerão (qu e significa d izer, qu and o a d estru ição d e Jeru salém
irá ocorrer) e qu ais serão os sinais qu and o estas coisas estiverem p or
acontecer. N ão há u m a p alavra colocad a inqu irind o sobre a volta d o
Senhor ou do fim do mundo.
Vam os nos relem brar qu e nas qu estões em Mateu s são levantad os
estes itens:
(1) Quando serão estas coisas?
(2) Qual será o sinal da vinda do Senhor?
(3) Qual será o sinal do fim do mundo?
Em Lu cas, p or ou tro lad o, a p ergu nta é feita em ap enas um item ;
qu e é, "quando, pois, sucederão estas coisas? E que sinal haverá, quando elas
estiverem para se cumprir?". Portanto a qu estão registrad a em Lu cas é a
mesma somente na primeira questão mencionada em Mateus.
A d estru ição d e Jeru salém foi su bseqü entem ente cu m p rid a em 70
D.C. O qu e o Senhor d eclarou a resp eito d e qu e não ficaria p ed ra sobre
pedra está desde então cumprida.
"Respondeu então ele: A cautelai-vos; não sejais enganados; porque virão
muitos em meu nome, dizendo: Sou eu; e: O tempo é chegado; não vades após eles.
Quando ouvirdes de guerras e tumultos, não vos assusteis; pois é necessário que
primeiro aconteçam essas coisas; mas o fim não será logo." (Lucas 21:8 e 9). Este
é o aviso qu e o Senhor d á aos seu s d iscíp u los p ara serem cu id ad osos
d u rante o p eríod o qu e é o "tempo é chegado" p ara d estru ição d e Jeru salém .
A história d a igreja p rova qu e d ep ois d a ascensão d o Senhor Jesu s hou ve
m u itos qu e falsam ente se p roclam aram ser Cristo. Por isso o Senhor qu er
qu e os seu s saibam qu e em bora m u itos falsam ente se p roclam arão com o
Cristo e embora haja notícias de guerra e tumultos, o fim não será logo.
"Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino; e
haverá em vários lugares grandes terremotos, e pestes e fome; haverá também
coisas espantosas, e grandes sinais do céu. M as antes de todas essas coisas vos hão
de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzIndo-
vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome." (versos 10 a 12).
Tudo isto foi cumprido na era apostólica; como os discípulos foram presos,
p ersegu id os, flagelad os, encarcerados - e com o eles foram levad os d iante
dos reis e dos príncipes.
"Isso vos acontecerá para que deis testemunho." (verso 13). Eles então
sofreram para que tivessem a oportunidade de testemunhar. Como eles de
fato testificaram nas sinagogas. Com o Pau lo testificou d iante d e Felix e
também diante dos que estavam em Roma.
"Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de
fazer a vossa d efesa; p orqu e eu vos d arei boca e sabed oria, a qu e nenhu m
d os vossos ad versários p od erá resistir nem contrad izer. E até p elos p aís, e
irm ãos, e p arentes, e am igos sereis entregu es; e m atarão algu ns d e vós; e
sereis od iad os d e tod os p or cau sa d o m eu nom e. Mas não se p erd erá u m
ú nico cabelo d a vossa cabeça." (versos 14 a 18). Aqu i o Senhor p rofetisa o
que eles experimentariam mais tarde.
"Pela vossa p erseverança ganhareis as vossas alm as." (verso 19).
N este ú ltim o assu nto, os d iscíp u los são resp onsabilizad os. Qu and o tod os
estes sofrim entos e p ersegu ições vierem sobre eles, eles p recisam m anter
sua perseverança. E assim eles ganharão suas almas.
Aqu i este assu nto d e ganhar nossas alm as significa nad a m ais d o
qu e reinar com Cristo e gozar na glória ju ntos qu and o d a volta d o nosso
Senhor. Porqu e se ganhar nossas alm as significasse o m esm o qu e term os
vid a eterna, então o qu e é d ito aqu i no verso 19 ("Pela vossa ... ") seria
totalm ente incom p reensível. Por crer, algu ém p od e ter a vid a eterna; e
então ele é salvo. Mas no verso 19 nos é d ito qu e p ara algu ém ganhar a
su a alm a a p essoa d eve su p ortar com p erseverança tod os estes
sofrimentos.

João 12:25
"Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida,
guardá-la-á para a vida eterna." - O Senhor nos d iz qu e algu ém p od e p erd er
sua alma pela simples razão de amar sua própria alma.
O qu e significa am ar nossa alma? É satisfazer tod os os nossos
d esejos e agrad ar tod as as nossas p aixões. Se o Senhor, p or exem p lo, nos
cham a p ara d eixar d e fazer u m a certa coisa, p recisam os p ôr d e lad o a nós
m esm os e então obed ecer ao Senhor. Tod as as vezes qu e o obed ecem os,
d evem os nos p ôr d e lad o. N ão terem os su cesso em bu scar obed ecer a
vontad e d o Senhor se am am os nossas p róp rias alm as. Com o u m exem p lo
a m ais, o Senhor p od eria qu erer qu e aband onássem os esta coisa ou aqu ela
p essoa qu e carinhosam ente am am os. Continu aríam os a segu i-Lo se
am assem os nossas alm as? Qu ão freqü entem ente som os ap egad os a u m a
pessoa ou a uma coisa a ou uma questão. Muitos são cercados por amigos;
eles recusam deixar suas almas caminharem insatisfeitas.
N ão p recisam os m encionar m u itas coisas obviam ente errad as p ois
som os bem conscientes d e qu e elas são p ecam inosas. Mas as coisas as
qu ais norm alm ente tiram os grand e p razer são coisas sobre as qu ais som os
insensíveis com o se fossem os ap egad os a elas. Sabem os qu e d inheiro é
u m a p alavra m u ito ignóbil p ara ser m encionad a; aind a assim qu antas
p essoas há qu e não d esejam ter p arte com ele! Um vestid o ou u m a
deliciosa iguaria pode enlaçar uma pessoa.
Porqu e é tão d u ro p ara o hom em não am ar su a p róp ria alm a?
Porqu e p or não am ar su a alm a, ele d eliberad am ente a faz sofrer. Am ar
su a alm a é não d eixá-la sofrer. N o entanto p or am á-la, a p essoa
invariavelm ente a p erd erá. Porqu e ela já terá ced id o p ara su a alm a os
excessivos desejos e desfrutes.
Qu and o a alm a sofrerá p erd a? N o tem p o em qu e o Senhor
estabelecer o reino. Qu alqu er u m qu e am ar su a alm a nesta era não estará
ap to p ara d esfru tar d a glória com o Senhor no tem p o fu tu ro. Crem os qu e
tanto a p ossessão d a vid a eterna bem com o a entrad a no céu são assu ntos
certos e p ositivos. Mas com relação ao assu nto d o reinar no reino m ilenar
e exp erim entar fu tu ro d esfru te na alm a - isto requ er qu e não am em os
nossas almas hoje.
Afirm ei antes e afirm arei novam ente agora qu e assim com o Deus
coloca d iante d o p ecad or o céu ou o inferno p ara qu e ele escolha (e se o
p ecad or p od e ver claram ente ele sem d ú vid a escolherá o céu ), Deu s
tam bém coloca o reino e o m u nd o d iante d o cristão p ara qu e ele escolha.
Escolhem os o reino? Ou escolhem os o m u nd o? Qu ão triste é qu e o
p ecad or goste d e escolher o céu , ao p asso qu e u m grand e nú m ero d e
cristãos p refere ter o m u nd o! Mu itos d e nós p ensam os qu e ser salvo é
su ficiente; no entanto vam os p erceber qu e d ep ois qu e nascem os d e novo
Deus coloca o futuro reino diante de nós para escolhermos.
Aqu ele qu e está satisfeito agora p erd erá a satisfação na glória e não
d esfru tará m ais. "Quem ama a sua vida, perdê-la-á" d eclara o Senhor, "e
quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna". - Quão
intim am ente enlaçad a está a nossa alm a ao m u nd o! Am ar a alm a neste
m u nd o é gratificar-se a si m esm o neste m u nd o. Com er e se vestir bem , ter
m u itos am igos e fãs, e gozar d e fam a e lou vores entre hom ens - tu d o é
d esejável m as fazem alentar a alm a! N o entanto aqu ele qu e alenta su a
alma agora a perderá no reino.
Perd er a alm a não é ir p ara o inferno fazend o com qu e a alm a sofra
m as é não p od er reinar com o Senhor. Du rante a era d o reino o Senhor
d eterm inará d ez cid ad es ou cinco cid ad es p ara seu s d iscíp u los
governarem . De acord o com as p rofecias d o Velho Testam ento, esta será a
era d ou rad a. Com o será m u ito bom e agrad ável governar sobre d ez ou
cinco cid ad es ao m esm o tem p o! N o entanto aqu ele qu e tiver ganhad o su a
alm a neste m u nd o p erd erá su a alm a neste asp ecto d u rante a era d o reino.
Qu ão im p ortante d eve ser isto! Tod o aqu ele qu e está satisfeito nesta era -
o qu e significa d izer, tod o aqu ele qu e tem su a alm a satisfeita agora - não
terá nada no reino. Eu disse muitas vezes e continuarei a dizer: aquele que
od eia su a p róp ria alm a nesta era - qu e qu er d izer não p erm ite qu e su a
alm a seja satisfeita e gratificad a nesta era m as ao invés d isto vira as costas
p ara o m u nd o e volta a su a face p ara Deu s e sem p re se arm a d o d esejo d e
sofrer -ganhará su a alm a no reino; m as aqu ele qu e ganha d este lad o
p erd erá d o ou tro lad o. Tod o aqu ele qu e p ossu i hoje não p ossu irá nad a no
futuro. Para se ganhar no futuro, se deve perder alguma coisa hoje.
Ser salvo e ter a vid a eterna é d efinitivo p orqu e tod o crente entrará
na N ova Jeru salém . Mas d ep ois qu e o velho céu e terra tiverem p assad o,
algu ns crentes não particip arão d o reino, p orqu e som ente "quem neste
mundo odeia a sua vida (alma), guardá-la-á para a vida eterna". Vam os notar
qu e o Senhor od eia d u as coisas: p rim eira, Ele od eia nosso p ecad o; e
segu nd a, Ele od eia nossa alm a - o qu e equ ivale d izer, nossa vid a d a alm a.
Porqu e Ele od eia nossos p ecad os, Ele m orreu p or nós p ara qu e crend o
N ele p ossam os ter a vid a eterna. E p orqu e Ele od eia nossa vid a d a alm a,
ele nos livrará d esta nossa vid a d a alm a (p or favor, note, não nos livrará
da nossa alma nem de suas funções), para que possamos entrar no reino.
Aqu i se encontra a d iferença entre a alm a e o p ecad o; o qu e a alm a
am a p od e não ser p ecad o. Mentira, orgu lho, ciú m e, e coisas com o estas
são sem d ú vid a p ecad os; m as vestir extravagantem ente e com er
exagerad am ente são ações qu e p ertencem à alm a. Vestir lu xu osam ente,
comer comidas finas e gastar levianamente podem não ser rotulados como
p ecad os, m as eles certam ente d ão op ortu nid ad e p ara a alm a d esfru tar
lascivamente.
Mad am e Gu yon no sécu lo 17 era m uito p rofu nd a no Senhor. Ela viu
claram ente a d iferença entre p ecad o e alm a. Em bora ela não tenha
exp licad o d a m esm a form a, contu d o su a exp eriência confirm a esta
d iferença. Ela nasceu e foi criad a na França, e su a fam ília instalou -se no
círcu lo d a nobreza. Então tod as as vezes qu e ela ia à Paris ela ficava cheia
d e m ed o d e qu e seu interior fosse com ovid o p elo qu e via lá. Mais tard e
Mad am e Gu yon teve vitória com p leta sobre estas tentações. N o entanto
ela teve ou tro tem or, qu e era o d e se olhar no esp elho; p orqu e ela era u m a
m u lher tão bonita, qu e qu anto m ais ela se olhava no esp elho m ais ela
estava consciente d e su a beleza. Até o m od o com o ela se com p ortava
enqu anto and ava era m u ito m ais esqu isito d o qu e as ou tras m u lheres.
Certam ente hoje em d ia, a exp eriência d esta m u lher serve p ara ilu strar a
vida da alma. A alma é a natureza verdadeira do homem.
Por crer no Senhor e vencer os p ecad os, o hom em p od e entrar no
céu . Mas p ela p u rificação d a alm a p ond o d e lad o a su a vid a (alm a), o
hom em p od e entrar no reino. A razão p ela qu al Deu s não qu er qu e nos
vistam os m u ito extravagantem ente, com am os m u itas igu arias, ou
vivamos muito luxuosamente nesta era é porque Ele não quer que sejamos
contam inad os p elo m u nd o, p orqu e tu d o isto está infectad o p or ele (o
m u nd o). Com o é fácil p ara nós cairm os no m old e d este m u nd o através d a
forma como vestimos ou com em os ou m oram os. Mas qu and o o reino vier,
p od erem os m u ito m ais p lenam ente ap reciar as belezas d a natu reza na
m ed id a em qu e elas som ente nos farão lou var m ais o p od er criativo d e
Deus. Sim, naquele dia em que pudermos até apreciar-nos as nós mesmos,
porqu e d arem os conta d e qu e o qu e nos tornam os é resu ltad o d a salvação
de Deus – e isto tirará de nós mais louvores a Ele. No Reino Satanás estará
atado e aprisionado e a justiça reinará sobre a terra.
Qu and o o Filho d e Deu s estava na terra, a cru z era a ú nica coisa qu e
ele tinha com o p rop ried ad e; tod o o resto Ele tom ou em p restad o. A
m anjed ou ra era em p restad a, a m orad ia era em p restad a, o asno sobre o
qu al ele entrou em Jeru salém era em p restad o, a sala ond e Ele com eu a
p áscoa era em p restad a, e finalm ente o tú m u lo no qu al ele foi sep u ltad o
era em p restad o. Tod as as coisas no m u nd o exceto a cru z era tom ad o
emprestado pelo Senhor. Entretanto como somos muito diferentes dEle!
É certo qu e tod o aqu ele qu e vence o p ecad o entra no céu e tod o
aqu ele qu e vence o m u nd o entra no reino. Deu s nos cham a para
aband onarm os o m u nd o e bu scar o reino, od iar a nossa p róp ria vid a e
amar o reino.

Hebreus 10:38 e 39

"Mas o justo viverá da fé" (Verso 38a). O ju sto aqui é aquele qu e crê no
Senhor Jesu s e é salvo: p essoas com o você e eu . Viver p ela fé significa qu e
o pecador salvo deve viver dia a dia pela fé.
"E se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele." (verso 38b). O "ele"
ap onta p ara o ju sto m encionad o antes. Som ente o crente tem a
p ossibilid ad e d e recu ar. Este ju sto qu e já é salvo p od e recu ar. A p alavra
"minha" se refere a Deu s, p orqu e Deu s não tem p razer p or u m a p essoa
justa que recua.
"Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles
que crêem para a conservação da alma." (verso 39). Para qu al d im ensão este
recu ará? N ós os qu e crem os nu nca p erecerem os p ois já tem os a vid a
eterna; no entanto existe a p ossibilid ad e d e recu arm os p ara a p erd ição. O
qu e é, então, a p erd ição? N ão significa qu e nos tornem os não salvos;
entretanto, significa u m a p erd a d e tod as as coisas, o ser fend id o até o
alicerce e ter tod as as coisas abalad as. "M as daqueles que crêem para a
conservação (ganho) da alma." - Aqu i novam ente a Bíblia fala d a ganhar
(salvar) a alm a, e u m a vez m ais a escolha é p osta d iante d e nós. Pod em os
nos retirar para a perdição ou nos pressionar para a salvação da alma.
Algu m as p essoas consid eram a frase "recuar para a perdição" como
m u ito d esagrad ável, e p or isso elas afirm am qu e tais p alavras não se
ap licam aos cristãos. Entretanto som ente os cristãos p od em recu ar p ara a
p erd ição; os p ecad ores estão atrás e tão d istantes qu e se p od e
corretam ente p ergu ntar: Para ond e m ais eles p od em recu ar? Tod os os qu e
não crêem no Filho já estão cond enad os. Som ente os cristãos têm a
p ossibilid ad e d e recu arem p ara a p erd ição. O qu e u m crente faz na terra
d everá ser recom p ensad o. Contu d o, se ele recu ar, ele sofrerá p erd a.
Mesm o qu e ele tenha pregad o no nom e d o Senhor, exp u lsad o d em ônios
no nom e d o Senhor, e feito m u itas m aravilhas e m ilagres em nom e d o
Senhor, o Senhor não o reconhecerá m as ao contrário Ele lhe d irá, "Nunca
vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mateus 7:23).
"Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles
que crêem para a conservação da alma." (verso 39). A salvação d a alm a é
devida à fé. Que tipo de fé? O que significa ter fé para a salvação da alma?
Vam os ler H ebreu s 11, qu e d eclara: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas
que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem." (verso 1). Isto é a fé qu e
salva a alm a, a fé através d a qu al o ju sto vive: p or favor, note qu e o
cap ítu lo 11 segu e im ed iatam ente d ep ois d o fim d o cap ítu lo 10 o qu al
estávam os estu d and o. Esta fé é "o firme fundamento das coisas que se
esperam" e não fé d e crer em Jesu s. Esta fé é "a prova das coisas que não se
vêem" e não a crença no Senhor Jesu s Cristo. Mu itas vezes o ap óstolo João
fala "aquele que crê no Filho tem a vida eterna" ele fala d e crer no Senhor. N o
entanto aqui, a Bíblia fala sobre coisas que se esperam e não se vêem.
O qu e são estas coisas? Vam os ler ad iante em H ebreu s cap ítu lo 11:
'Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as
visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria." (versos
13 e 14). Pod e vê-la agora? Aqu i nos é d ito qu e tip o d e fé é esta. É crer qu e
Deu s tem prep arad o u m a cid ad e no reino p ara eles, é crer qu e neste
m u nd o eles são nad a m ais qu e estrangeiros e p eregrinos, é crer qu e sua
p átria não está neste m und o, e é crer qu e su a herança esta no fu tu ro e não
nesta p resente era. Esta cid ad e fortificad a nu nca cairá. Os ju stos crêem
neste fato d ia a d ia, e eles d ia a d ia vivem p or esta fé. E fazend o assim , a
alm a está send o salva p or esta fé. Qu e p ena qu e m u itos crentes se
esquecem que eles são somente estrangeiros e peregrinos nesta era!
Tiago 1:17 a 21

"Tod a boa d ád iva e tod o d om p erfeito vêm d o alto, d escend o d o Pai


d as lu zes, em qu em não há m u d ança nem som bra d e variação. Segu nd o a
su a p róp ria vontad e, ele nos gerou p ela p alavra d a verd ad e, p ara qu e
fôssem os com o qu e p rim ícias d as su as criatu ras" (versos 17 e 18). O verso
17 fala d a d ád iva, enqu anto qu e o verso 18 fala d e com o Deu s nos gerou
p ela p alavra d a verd ad e p ara qu e fossem os u m tip o d e p rim ícias d as su as
criatu ras. Estes d ois versos se com p letam . Porqu e o verso 17 fala d e com o
Deu s nos d á su a d ád iva, e o verso 18 nos m ostra qu e su a d ád iva não é
ou tra senão a vid a eterna a qu al Deu s nos d á. Tu d o isto ind ica qu e a
p essoa qu e recebeu esta carta d e Tiago já tinha esta d ád iva, tend o sid o
gerada por Deus pela palavra da verdade - salvo para se tornar primícias.
"Sabei isto, m eu s am ad os irm ãos: Tod o hom em seja p ronto p ara
ou vir, tard io p ara falar e tard io p ara se irar. Porqu e a ira d o hom em não
op era a ju stiça d e Deu s. Pelo qu e, d esp ojand o-vos d e tod a sorte d e
im u nd ícia e d e tod o vestígio d o m al, recebei com m ansid ão a p alavra em
vós im p lantad a, a qu al é p od erosa p ara salvar as vossas alm as." (versos 19
a 21). Ao cham á-los "am ad os irm ãos" Tiago su gere qu e tod os eles são
ind ivíd u os salvos. O qu e ele tenta incu lcar neles é qu e: vocês já nasceram
d e novo e vocês sabem d isto, m as isto som ente não é tu d o já qu e vocês
d evem "receber com m ansid ão a p alavra em vós im p lantad a, a qu al e
poderosa p ara salvar as vossas alm as" - Aqu i ele nos m ostra claram ente
que uma pessoa pode ter nascido de novo e a sua alma pode ainda não ser
salva até qu e receba a palavra qu e é ap ta p ara salvar a alm a. Por isso a
salvação d a alm a é algo ad icional d ep ois d a regeneração. (Sem
regeneração, certam ente, não há p ossibilid ad e d e se ter a alm a salva.)
Deu s nos d á esta p alavra im p lantad a a qu al é o Evangelho d o reino. Ele
nos d iz qu e p recisam os p erd er nossa alm a hoje. Com o d issem os
rep etid am ente, não p od em os fazer nad a; no entanto, se d esejam os d eixar
o Espírito Santo trabalhar, Ele é bem apto para fazer todas as coisas.
N a realid ad e os p rincíp ios p or traz d o p ossu ir a vid a eterna e o d a
salvação d a alm a são os m esm os. Se o p ecad or não qu er ser salvo, ele não
será colocad o no céu p or Deu s. De fato, "qu em qu iser, receba d e graça a
águ a d a vid a." (Ap ocalip se 22:17); m as aqu ele qu e se recu sa a ir ao Senhor
não tem com o ser salvo. Igu alm ente, se não d esejam os p erd er nossas
alm as, o Senhor não estará p ronto p ara nos p ôr no reino. A m enos qu e
p ecam os ao Senhor qu e nos faça d esejar p erd er nossa alm a, Ele não p od e
fazer nada por nós.

1 Pedro 1:3 a 9

"Bend ito seja o Deu s e Pai d e nosso Senhor Jesu s Cristo, qu e,


segu nd o a su a grand e m isericórd ia, nos regenerou p ara u m a viva
esperança, p ela ressu rreição d e Jesu s Cristo d entre os m ortos, p ara um a
herança incorru p tível, incontam inável e im arcescível, reservad a nos céu s
p ara vós," (versos 3 e 4). Por cau sa d estes d ois versos p od em os estar
seguros de que a pessoa que recebeu esta carta já era regenerada.
"Qu e p elo p od er d e Deu s sois guard ad os, m ed iante a fé, p ara a
salvação qu e está p rep arad a p ara se revelar no ú ltim o tem p o;" (verso 5).
Qu e tip o d e fé é exp osto aqu i? É o m esm o tip o d e fé m encionad a em
H ebreu s 10:38 com o send o o viver p ela fé. Em bora eles já sejam salvos,
eles aind a não p ossu em a salvação p rep arad a p ara ser revelad a no ú ltim o
tem p o. É bom ser regenerad o, m as isto aind a não é o su ficiente a m enos
qu e ela seja acom p anhad a p ela salvação p rep arad a p ara ser revelad a no
último tempo.
"N a qu al exu ltais, aind a qu e agora p or u m p ou co d e tem po, send o
necessário, estejais contristad os p or várias p rovações, p ara qu e a p rova d a
vossa fé, m ais p reciosa d o qu e o ou ro qu e p erece, em bora p rovad o p elo
fogo, red u nd e p ara lou vor, glória e honra na revelação d e Jesu s Cristo; a
quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo,
exu ltais com gozo inefável e cheio d e glória," (versos 6 a 8). Estes versos
exp licam com o, em vista d a salvação a ser revelad a no fu tu ro, p od em os
nos regozijar grandemente com alegria no meio de ardentes tentações.
"Alcançand o o fim d a vossa fé, a salvação d as vossas alm as." (verso
9). Esta p alavra fala claram ente sobre salvação d a alm a. Ped ro tam bém
confirm a qu e a p essoa regenerad a precisa receber ou tra salvação, qu e é a
salvação d a alm a. Qu and o esta salvação será obtid a? N o ú ltim o tem p o,
qu e com eça com a ap arição d o Senhor Jesu s sobre a terra. Para nós os
salvos, o ú ltim o d estino é o m esm o, m as haverá d iferenças no reino.
Verd ad eiram ente som os salvos p or crer no Senhor; no entanto
adicionalmente nossa alma precisa ser salva.

I Pedro 2:11

"Am ad os, exorto-vos, com o a p eregrinos e forasteiros, qu e vos


abstenhais d as concu p iscências d a carne, as qu ais com batem contra a
alma;" - As concu p iscências d a carne lu tam contra a alm a p ara bloqu ear a
sua (da alma) salvação.

1 Pedro 2:25

"Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao


Pastor e Bispo das vossas almas." - Devem os gu ard ar este verso, sabend o que
há um Pastor e Bispo das nossas almas.

Finalm ente, p od em os su gerir m ais d u as p assagens d as escritu ras


para serem consideradas:
(1) "Porque já e tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se
começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?
E se o justo dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador? Portanto os
que sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador,
praticando o bem." (I Pedro 4:17 a 19). Pod em os verd ad eiram ente gu ard ar a
p alavra d e Deu s. Já nos tornam os casa d e Deu s; e aind a assim o
ju lgam ento d eve com eçar p ela casa d e Deu s. Algu ns d os ju stos são
escassam ente salvos! Por isso nós os qu e sofrem os d e acord o com a
vontade de Deus vamos confiar nossas almas ao fiel Criador! Devemos ser
m u ito d eterm inad os em não d eixar nad a para nossa alm a nem bu scar
satisfazer seus desejos mas antes sofrer de acordo com a vontade de Deus.
(2) "Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa
vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim
vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo." (II Pedro 1:10 e 11). Estas pessoas são cham ad as d e
irm ãos, ind icand o assim qu e elas já são nascid as d e novo. N o entanto,
m ais ad iante se ressalta qu e elas p recisam ser m ais d iligentes p ara
assegu rarem su as vocação e eleição. Ter a vid a eterna é ter algo
irremovível; mas no reino algumas pessoas podem ser removidas.
Vam os com p arar estas d u as frases - "dificilmente se salva" e
"amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo". Um a frase fala d e u m a p essoa com o send o ap enas salva - há
algu m a coisa m ais qu e ser som ente nascid o d e novo. N ão é com o em u m
exam e escolar ond e 70 é a nota p ara ap rovação, e o estu d ante d ep ois qu e
faz o exam e tira exatam ente 70 nem u m p onto a m ais. Esp iritu alm ente
faland o, com o é triste tal p erform ance, p orqu e isto p od e ser visto com o
algu ém qu e é sim p lesm ente m eio salvo. Ao contrário d evem os ser aqu eles
que podem ter amplamente concedida a entrada no reino.
Precisam ente aqu i p od em os u sar u m a história p ara ilu strar este
p onto. Logo d ep ois d a grand e gu erra m u nd ial na Eu rop a, u m a grand e
celebração teve lu gar em Lond res ond e o nú m ero d e esp ectad ores
su p erou qu alqu er coisa vista na história d a cid ad e. A gu erra tinha ap enas
acabad o, e os sold ad os tinham retornad o p ara casa p ara u m a m archa
triu nfal. Eles foram recebid os calorosam ente p or tod a a nação; e p or tod a
parte em que os soldados passavam, havia grande aplauso e muito louvor.
Porqu e no entend im ento d as p essoas, se não fosse a coragem d estes
sold ad os, a Inglaterra pod eria não ter se salvad o. Enqu anto os sold ad os
m archavam , a ond a sonora d os ap lau sos e lou vores segu ia
incessantem ente. Fila ap ós fila tinha p assad o até qu e su bitam ente hou ve
uma explosão no ar com a tremenda onda de tão grande aplauso e louvor.
Muitos que assistiam foram comovidos até as lagrimas. E em certo ponto a
nobreza sau d ou e o rei tirou su a coroa. E p orqu e? Porqu e im ed iatam ente
atrás d as filas qu e m archavam vinham carregad ores ap ós carregad ores d e
sold ad os qu e tinham p erd id o seu s m em bros ou tinham sid o terrivelm ente
ferid os no corp o! Então qu and o estes hom ens ferid os p assaram , eles
foram os qu e receberam a m ais alta honra e m aior lou vor; p orqu e os
sold ad os qu e tinham m archad o na frente d os m u tilad os e ferid os tinham
p assad o; m as a glória qu e eles receberam foi m u itíssim o m enor d o qu e a
que receberam os feridos.
A m u ltid ão d os qu e são ap enas salvos entrará no céu no fu tu ro, no
entanto eles poderão não estar aptos para abundantemente entrar no reino
d e Deu s. Mas p ara aqu eles qu e sofreram na terra e aband onaram algu m a
coisa p or am or a Cristo, estes receberão m u ito m ais naqu ele d ia com o os
sold ad os receberam m u ito m ais d u rante a m archa triu nfal em Lond res:
ap lau so sonoro, m ais alto lou vor, e grand e glória. Possam os cad a u m d e
nós sofrer por Cristo, p ara qu e coroas p ossam ser colocad as em nossas
cabeças naqu ele d ia. Mas p ara qu e isto aconteça, nossa alm a p recisa ser
salva. Vam os ser m ais p obres, vam os ser ferid os, vam os sofrer m ais e
aband onar tod as as coisas p or am or ao Senhor. Qu e Deu s p ossa nos
abençoar.
Amém.
UM CHAMADO PARA VENCER
R. E. Neighbour

Demasiado tarde!

Já não aspira meu coração


As alegrias do Reino:
Lancei de mim esta esperança.
Vivi para o ego, o tempo,
e a vã ostentação;
e agora, ai de mim!
Devo pagar pelo meu erro:
"Sou apenas salvo,
Salvo como pelo fogo!"

Sabia que assim haveria de ser.


Sabia que os que sofrem
e levam Suas dores,
reinariam com Ele
em Seu reino terreal;
que somente os fiéis
ganhariam o Reino -
onde as alegrias
fluem sem parar.

Como meu espírito geme,


ao ver os santos marchando,
coroados,
em meio a esse grupo
eu deveria estar,
entre querubins,
com os santos vitoriosos.
Mas agora, choro e lamento.
É demasiado tarde, imagino.
Cristo já vai se assentar
no trono de Davi;
junto a Ele estão todos
os que são dignos,
no entanto, sem coroa e excluído,
eu estou aqui.

Escolhe agora!

Faz agora tua eleição, cristão!


Para que não percas tua coroa,
para que não falhes
em alcançar o prêmio,
veja o mundo como lixo,
sofre a perda,
se buscas recompensa nos céus.

Sai do arraial, fora,


leva o opróbrio e a vergonha
que vem sobre o fiel e verdadeiro;
corre bem tua carreira
dizendo adeus a todo
impedimento.

Se sofres a vergonha,
o ferimento e a culpa,
com teu Senhor reinarás em
breve;
mas se o sofrimento desprezas,
e a Cristo negas, Ele também ti negará naquele dia.
A EDITORA RESTAURAÇÃO publica a revista quadrimestral

O VENCEDOR

Esta revista é a versão na língua portuguesa da "The Overcomer"


publicada na Inglaterra desde 1909 e fundada pela
Sra. Jessie Penn-Lewis.

Sua distribuição é gratuita a toda pessoa interessada em seguir o


caminho do crescimento na graça e no conhecimento do
Senhor Jesus Cristo.

Os pedidos de assinatura podem ser feitos pelo endereço da


Editora Restauração ou pela internet
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"O qu al (Jesu s Cristo) convém qu e o céu contenha até


aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou
p ela boca d e tod os os seus santos profetas, desde o
princípio." (Atos 3:21).

A Editora Restauração é u m a entid ad e sem fins lu crativos criad a


com o p rop ósito d e bem u tilizar os recu rsos d e com u nicação d isp oníveis
p ara p u blicar tod o tip o d e m aterial qu e seja ú til à restau ração e ed ificação
d a Igreja d e Jesu s Cristo. O su stento esp iritu al e m aterial d esta entid ad e
d ep end e exclu sivam ente d as orações e d oações feitas p elos santos qu e
forem tocad os p elo Senhor p ara contribu írem com este m inistério. O
m aterial p u blicad o p ela Ed itora Restau ração é isento d e reserva d e
d ireitos au torais estand o, p ortanto, d esd e já liberad o p ara a reed ição e
reprodução por qualquer pessoa que deseje participar deste trabalho.
Agradecemos a Deus por nos confiar este importante ministério, que
certam ente contribu irá com a p rep aração d a N oiva p ara a vind a d o Rei e
Senhor Jesus Cristo.
O Editor.

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