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I - Orthros – Matinas

Este serviço é celebrado de manhã, antes do sol raiar. Neste serviço


nós agradecemos a Deus pela noite passada e pedimos que Ele
abençoe o dia nascente. No costume grego, se realiza antes da
Divina Liturgia.

Durante o ofício das matinas (orthros) ou da Hora Tércia se dá


também a preparação do Sacerdote:

1 – Oração de entrada no Santuário.


2 – Orações da Paramentação.

II - Proskomidia

Proskomidia - palavra grega que quer dizer: oferta. Assim é


denominada a 1a parte da Liturgia relacionada com a tradição dos
primeiros cristãos em oferta o pão, o vinho e todo o necessário para
a celebração da Liturgia. Por isso o próprio pão utilizado na
cerimônia é chamado "prosforá, o que significa oferenda. O pão
(prosforá) deve ser preparado à base de fermento e da mais pura
farinha de trigo. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo utilizou pão
deste tipo ao instituir a Sagrada Eucaristia na Santa Ceia. A
prosforá deve ser de formato redondo e feita de duas partes
sobrepostas relembrando as duas naturezas de Jesus Cristo - Divina
e Humana. Na parte de cima da prosforá é feito um molde em
forma de Cruz em cujos lados figuram as iniciais do Nome de Jesus
Cristo e a palavra grega HI-KA, o que quer dizer "Jesus Cristo
Vence." O vinho para o sacramento deve ser obrigatoriamente de
uva e tinto, pois lembra a cor vermelha do sangue. Na preparação
o vinho mistura-se com um pouco de água em lembrança ao sangue
e água que saíram da ferida de Jesus Cristo feita pela lança do
Centurião.

Na proskomidia utiliza-se 5 prosforás ao todo em memória a


milagrosa multiplicação de 5 pães feita por Cristo para saciar a
fome de mais de 5000 pessoas.

Celebração da Proskomidia

O sacerdote e o diácono, após as orações introdutórias,


paramentam-se no Santuário. Em seguida lavam as mãos e dão
início à proskomidia. Parando em frente ao Altar das oferendas, o
sacerdote abençoa o início e toma na mão esquerda a 1a prosforá,
e na direita a lança (uma pequena faca em ponta de Lança), e ao
mesmo tempo: "Em memória do Senhor e de Deus o salvador
nosso, Jesus Cristo."

Em seguida desta 1a prosforá, o sacerdote corta as partes laterais e


a base formando assim, um cubo, rezando ao mesmo tempo
versículos do Profeta Isaías: "Como uma ovelha que é levada ao
matadouro, e como um cordeiro diante do que o tosquia, guardou
silêncio e não abriu sequer a sua boca. Na sua humilhação foi-lhe
tirado o seu arbítrio, quem declarará a sua geração ? porque a sua
vida foi levada da terra "(Isaías 53,7-8). Esta parte cúbica tirada da
prosforá chama-se "Cordeiro"(S. João1, 29) e é colocada na patena
com a impressão para baixo. Em seguida o sacerdote corta o
"Cordeiro "em forma de cruz, rezando: O Cordeiro de Deus que
tira os pecados do mundo é sacrificado pela vida e salvação do
mundo.

Voltando-o, então para cima, enterra a lança no lado direito do


"Cordeiro, dizendo: "Um dos soldados feriu-lhe o lado com a
lança, e imediatamente saía sangue e água, e aquele que viu disso
dá testemunho, e seu testemunho é verdadeiro "(S. João 19:34).
Então o sacerdote abençoa o vinho e a água e despeja no cálice a
porção necessária.

Da Segunda prosforá, o sacerdote recorta uma partícula em honra


à Mãe de Deus e coloca-a na patena à direita do Cordeiro. Da
terceira prosforá são cortadas 9 partículas em comemoração a: 1)
São João Batista, 2) Profetas, 3) Apóstolos, 4) Santos Bispos, 5)
Mártires, 6) Monjes, 7) Santos Taumaturgos, 8) Santos Joaquim e
Ana e 9) São João Crisóstomo ou são Basílio, dependendo de qual
Liturgia é celebrada. Estas 9 partículas são colocadas à esquerda
do Cordeiro em 3 filas de três. Da Quarta prosforá são tiradas
partículas por todos os cristãos ortodoxos vivos, e são colocados
na patena abaixo do Cordeiro e, finalmente, da Quinta prosforá as
partículas são colocadas logo abaixo das dos vivos, e são em
lembranças cristãos ortodoxos falecidos. Após findar estas partes
introdutórias, são trazidas as prosforás ofertadas pelos fiéis, das
quais são tiradas partículas em comemoração aos vivos e mortos
mencionados nos "sinódicos "que acompanham estas prosforás.

No final da proskomidia, o sacerdote o turíbulo com o incenso e


incensa o asterisco colocando-o em seguida sobre a patena. Da
mesma forma incensa os dois pequenos véus colocando um sobre
o asterisco e outro sobre cálice, cobrindo em seguida ambos com
o grande véu. Feito isto, o sacerdote toma o turíbulo e incensa o
altar das oferendas, lembra-se de todos os que as trouxeram, bem
como, em comemoração de quem as trouxe, e que o torne digno de
oficializar esta Santa Missa.

Os utensílios usado na proskomidia representam:

 a patena - a gruta de Belém e o monte Gólgota;


 o asterisco - a estrela de Belém e santa Cruz;
 os véus - as fraldas do Menino Deus e os panos em que
envolveram o corpo de Cristo ao tirá-lo da Cruz;
 o cálice - o mesmo cálice que Jesus Cristo usou na
instituição da Eucaristia.

O preparo do Cordeiro na proskomidia, representa o julgamento,


paixão e morte de Jesus Cristo. Todas as partículas de prosforás na
patena representam toda a Igreja de Deus, cujos membros são
Nossa Senhora, os Anjos, todos os Santos, todos os fiéis Cristãos,
tanto vivos como mortos e a Cabeça da Igreja, N.S. Jesus Cristo.

A incensação no final da proskomidia representa a graça do


Espírito Santo que tudo envolve e a qual é transmitida aos fiéis
pela Sagrada Comunhão.

Toda a proskomidia é efetuada no Altar das oferendas com o


Santuário completamente fechado e em voz baixa. Termina a
proskomidia durante a leitura das Horas (Orthros ou matinas, 3ª,
6a) antes do início da Liturgia dos Catecúmenos.

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