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Devemos Ungir com Óleo?


Por Vinícius Musselman Pimentel e Voltemos ao Evangelho.

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As citações bíblicas foram extraídas em sua maioria da versão


Almeida Revista e Corrigida Fiel (ACF). Ambas do site
BibliaOnLine.com.br.

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Introdução

Hoje em dia, muitos têm ungido com óleo buscando curar


doentes e consagrar objetivos e pessoas ao Senhor. O objetivo
deste artigo não é gerar confusão ou críticas, mas buscar
agradar ao Espírito Santo obedecendo às verdades das
Escrituras. Por favor, não use este texto em seu intelectualismo
hipercrítico pecaminoso, mas em amor corrija seu irmão.
Também, não é o alvo deste um detalhamento completo sobre o
uso do óleo, principalmente no Antigo Testamento, mas
questionarmos o uso dele no Novo com o que é feito
atualmente.

Transcrevo abaixo parte do estudo do Pr. Eduardo


Dantas[1] sobre o mesmo assunto, o qual nos dará uma boa base
para prosseguirmos:

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1. A ORIGEM DO ÓLEO

Em Êxodo 30.22-33 observamos que Deus estava


estabelecendo as primeiras diretrizes para o seu povo que
libertara do cativeiro no Egito e que colocara em uma
peregrinação em direção à terra prometida. Estava
estabelecendo mandamentos para o culto de um modo
geral.
Dentre os mandamentos estava o de que fosse
preparado um óleo que foi chamado de óleo sagrado da
unção. Era um preparado específico que tinha uma fórmula
específica ditada pelo próprio Deus a Moisés e não era, de
maneira alguma, somente o óleo da oliveira ou azeite. Era,
também, uma fórmula que não poderia ser copiada por
ninguém sob pena de ser banido do povo de Deus. O óleo
da unção tinha objetivo definido e era o de santificar os
elementos do culto, de consagrá-los completamente para
Deus, de tal maneira que quem tocasse em algum dos
objetos consagrados se tornaria Santo (V. 29). Mas havia
uma proibição: o óleo da unção não poderia, de maneira
nenhuma, ser aplicado sobre o corpo de alguém e somente
os sacerdotes poderiam ser ungidos com o óleo (V. 32,33).

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2. UNÇÃO DE PESSOAS

2.1 Unção de Reis – Os reis eram ungidos como


libertadores para o povo de Israel e para governar sobre o
povo como seu pastor: “Amanhã a estas horas te enviarei
um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por
capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu
povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu
povo; porque o seu clamor chegou a mim.” (I Samuel 9:16)
2.2 Unção de Sacerdotes – Deus instruiu Moisés a ungir
sacerdotes, de modo a consagrá-los e reconhecê-los como
pessoas separadas para servir a Deus através do
sacerdócio. Os sacerdotes julgavam sobre as diferenças
entre as pessoas do povo, faziam expiação, santificavam o
povo perante Deus, ouviam confissões de pecados, eram a
ligação entre o povo e DEUS.
2.3 Unção de profetas – O ofício profético era
estabelecido pelo ato da unção: “O espírito do Senhor DEUS
está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar
boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos
de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a
abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável

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do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar
todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se
lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de
tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a
fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do
SENHOR, para que ele seja glorificado.” (Isaías 61:1-3 )
Não há uma descrição clara nas Sagradas Escrituras
sobre como, ou qual seria o ritual para a unção de profetas,
mas, este fato está razoavelmente estabelecido através do
texto de Isaías acima citado.
Diante desses textos acima, concluímos que Cristo
cumpriu essas 3 unções de Profeta, Rei, e Sacerdote.
Profeta: ao anunciar as Boas Novas, Rei: como Libertador
do povo e Rei do universo, e Sacerdote: em fazer a ligação
entre o povo e Deus.

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3. TIPOS DE ÓLEO
Existem alguns tipos de óleo usados na bíblia para
diversos fins tais como:
3.1 Unguento – Gordura misturada com perfumes
especiais que lhe davam características muito desejáveis.
Era utilizado para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a
alegria pela chegada daquele hóspede, e desejando-lhe
boas vindas:
“E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com
unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus
cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.” (João 11:2)
Também como era utilizado no cuidado pessoal com o
corpo, pois, é um excelente hidratante:
“Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.
Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho
entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até
que se cumpriram as três semanas.” (Daniel 10:2-3)
“Lava-te, pois, e unge-te, e veste os teus vestidos, e
desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até
que tenha acabado de comer e beber.” (Rute 3:3)
3.2 Óleos curativos – O óleo tem poderes curativos,
permitindo amolecer feridas e purificá-las. O óleo quando

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misturado a certas ervas, pode proporcionar medicamentos
poderosos para vários males. Não é de surpreender que os
médicos em Israel tivessem desde tempos antigos
conhecimento destas ervas e da forma de utilizá-las no
processo curativo de doentes.
“Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa
sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não
espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo.”
(Isaías 1:6)
“E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes
azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-
o para uma estalagem, e cuidou dele;” (Lucas 10:34)
3.3 Unguento fúnebre – Este unguento era utilizado na
preparação do corpo para o sepultamento, como parte de
um processo de embalsamamento:
“E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia,
seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o
seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e
unguentos; e no sábado repousaram, conforme o
mandamento.” (Lucas 23:55-56)

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Os termos no grego para ungir do Novo
Testamento

Antes, de prosseguirmos, quero mostrar uma distinção feita


pelo Novo Testamento com relação ao ―ungir‖ que em muito nos
ajudará. Isto é, há dois termos no grego para ―ungir‖:

aleipho (218 αλειφω) de 1 (como partícula de união) e


base de 3045; TDNT – 1:229,37; v
1) ungir
Sinônimos ver verbete 5805
chrio (5548 χριω) provavelmente semelhante a 5530 pela
ideia de contato; TDNT – 9:493,1322; v
1) ungir
1a) consagrando Jesus para o ofício messiânico e
concedendo-lhe os poderes necessários para o seu
ministério
1b) revestindo os cristãos com os dons do Espírito
Santo
Sinônimos ver verbete 5805

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5805 – Sinônimos
218 – é a palavra comum e mundana para ungir
5548 – é a palavra sagrada e religiosa para ungir[2]

Há ainda o termo chrisma, mas o mesmo advém do termo


chrio:

chrisma (5545 χρισμα) de 5548; TDNT – 9:493,1322; n n


1) qualquer coisa untada, unguento, geralmente
preparado pelos hebreus com ervas aromáticas e óleo.
Unção era a cerimônia inaugural para os
sacerdotes[2]

Ou seja, há um termo comum e mundano (aleipho) para


ungir e um termo sagrado e religioso (chrio e chrisma). Por
mundano não entenda pecaminosa, mas corriqueiro e habitual,
como fins medicinais, estéticos ou funerários.

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O uso do óleo

Dito isto, consideremos quatro questões sobre o uso do


óleo:

1) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo na


consagração de ministros

Mas somente a imposição de mãos – considerada pelo


autor de Hebreus como ―rudimentos da doutrina de Cristo‖
(Hebreus 6:1,2)

“E este parecer contentou a toda a multidão, e


elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e
Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau,
prosélito de Antioquia; E os apresentaram ante os apóstolos,
e estes, orando, lhes impuseram as mãos.” (Atos 6:5-6,
ênfase adicionada)
“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito
Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que

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os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo
sobre eles as mãos, os despediram.” (Atos 13:2-3)
“A ninguém imponhas precipitadamente as mãos [para
o ministério], nem participes dos pecados alheios; conserva-
te a ti mesmo puro.” (1 Timóteo 5 : 22, ênfase adicionada)

Alguém pode argumentar que isso era feito no Velho


Testamento e teremos que concordar. Contudo, estamos na
Nova Aliança e as leis sacerdotais não mais vigoram, pois temos
um novo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e não
de Arão (Hebreus 7:11). A unção com óleo nos tempos antigos foi
realizada como simbologia para nossa esperança (Romanos
15:4) em dois sentidos

(i) Cristo foi ungido pelo Pai como nosso Rei-Profeta-


Sacerdote com o Espírito Santo e com virtude.

Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o


teu Deus, te ungiu [chrio] com óleo de alegria mais do que
a teus companheiros. (Hebreus 1:9)

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O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu
[chrio] para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os
quebrantados do coração (Lucas 4:18)
Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus,
que tu ungiste [chrio], se ajuntaram, não só Herodes, mas
Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; (Atos
4:27)
Como Deus ungiu [chrio] a Jesus de Nazaré com o Espírito
Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando
a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.
(Atos 10:38)

Esse é um motivo para grande alegria! Deus ungiu seu


Filho para nos libertar. A unção do Filho está diretamente
relacionada à nossa Salvação! Nós temos Aquele que foi ungido
diretamente por Deus Pai como Rei, Profeta e Sacerdote.

(ii) Cristo e o Pai, em graça divina, nos tornaram


participantes da unção de Cristo nos dando igualmente o
Espírito, como também nos tornando reis e sacerdotes diante
dele.

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Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos
ungiu, é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do
Espírito em nossos corações. (2 Coríntios 1:21,22)
“E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele
glória e poder para todo o sempre. Amém.” (Apocalipse
1:6)

Não precisamos de nenhuma unção [chrio] de homens,


pois já fomos ungidos por Deus. O que nos leva ao próximo
ponto.

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2) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo no
Batismo do Espírito Santo

Como vimos anteriormente, a simbologia do óleo e do


Espírito do Antigo Testamento foi cumprida em Cristo e em nós
quando recebemos o mesmo. Não precisamos ser ungidos com
óleo, pois o verdadeiro Óleo, o Espírito, foi derramado sobre nós.

Vemos nos relatos de batismo com o Espírito Santo


somente o uso de imposição de mãos:

“Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito


Santo.” (Atos 8:17, ênfase adicionada)
“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito
Santo; e falavam línguas, e profetizavam.” (Atos 19:6, ênfase
adicionada)

Outro texto que pode nos auxiliar neste quesito é 1 João


2:20,27:

E vós tendes a unção [chrisma] do Santo, e sabeis


tudo.[...] E a unção [chrisma] que vós recebestes dele, fica
em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos
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ensine; mas, como a sua unção [chrisma] vos ensina todas
as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos
ensinou, assim nele permanecereis. (1 João 2:20,27)

Este texto mostra que nós, todo e qualquer verdadeiro


cristão nascido de novo, temos hoje a unção do Santo, o Espírito,
porque já a recebemos no passado. Vale lembrar que o termo
usado para unção é chrisma (unção era a cerimônia inaugural
para os sacerdotes) que provem de chrio que é o termo sagrado
e religioso para ungir.

A consequência desta verdade é que não devemos ungir


ninguém para ―capacitar para o ministério‖, porque todo cristão
já tem a unção, que é o Espírito, que o capacita.

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3) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo
com o termo religioso e sagrado para curas físicas

Há no Novo Testamento dois episódios que relacionam


doenças, cura, ungir e óleo e ambas usam aleipho, o termo com
sentido corriqueiro.

E expulsavam muitos demônios, e ungiam [aleipho]


muitos enfermos com óleo, e os curavam. (Marcos 6:13)
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da
igreja, e orem sobre ele, ungindo-o [aleipho] com azeite em
nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o
Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-
ão perdoados. (Tiago 5:14,15)

O termo aparece 8 vezes no novo testamento (Mt 6:17; Mc


6:13; 16:1; Lc 7:38,46; Jo 11:2; 12:13; Tg 6:14). Leia os textos se
deseja comprovar o uso corriqueiro.

Isso mostra que a intenção de Marcos e Tiago não era


uma unção religiosa ou milagrosa, mas a conotação médica
explicada no artigo do Pr. Eduardo Dantas. Contextualizado os

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versículos para os dias de hoje seria algo como: ―eles davam o
remédio e oravam com fé e Deus curava o enfermo‖. Isto
significa que Tiago afirma que o presbítero não deveria zelar só
pela saúde espiritual ou pelas questões espirituais, mas também
pela saúde física; e que deveria fazer a ―oração de fé‖.

Apesar, do termo ―oração de fé‖ dar outro artigo quero


fazer uma breve consideração sobre o assunto.

a) O que é Fé

Um dos enganos que as pessoas têm atualmente é


colocar fé na fé e não fé em Deus. Fé é confiar em Deus, no Seu
poder e na Sua vontade e não em nossa própria capacidade de
confiar em Deus. Orar com fé não é orar com poder é orar
confiante no poder de Deus. Observe que Tiago fala do profeta
Elias, que ―era homem sujeito às mesmas paixões que nós‖. Ou
seja, o enfoque não é nossa capacidade ― estamos sujeitos a
paixões e falhas ― mas na capacidade de Deus.

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b) Óleos, remédios e Fé

Tendo em mente o que realmente significa fé, o perigo de


focar na sua fé no óleo ou no remédio é grande. Quando você
faz isso (colocar mais confiança em como você orou, ou se
passou óleo ungido ou não, ou até se tomou remédio ou não do
que a confiança em Deus), você está cometendo idolatria.

c) Tenha Fé

Por fim, não quero desestimular a oração pelos enfermos,


mas quero encorajar segundo a verdade. Não quero que você
pense: ―agora, tudo que resta é dar o remédio e só dizer: ‗Deus
seja feita sua vontade‘‖. Não! Quando alguém estiver doente,
medique a pessoa e ore para que Deus a cure, confiando não
no remédio, nem na sua capacidade, mas no Deus de Elias
(nosso Deus) que fez parar de chover por 3 anos.

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4) O Novo Testamento não prescreve a unção para
consagrar objetos

Como bem apontou o Pr. Eduardo Dantas somente os


objetos relacionados ao templo eram ungidos e consagrados ao
Senhor. Esta unção era tão séria que não era usada para ungir
nenhum objeto caseiro. Logo, quero apresentar três motivos para
você não ungir os objetos em sua casa ou igreja:

a) Como dito anteriormente, não estamos mais sob a lei


cerimonial do Velho Testamento. Ela foi abolida no novo
sacerdócio de Cristo. Portanto preceitos como ungir o templo
não são válidos, e praticá-los é negar as realizações de Cristo.

b) Não temos mais templos no molde do Antigo


Testamento. Sua igreja local não é um templo. Sua igreja local é
um edifício onde os templos de Deus se reúnem. Você é o
templo de Deus, habitado por Ele, através do Espírito (1 Coríntios
6:19). Deus não habita em templos feitos por mãos de homens;
(Atos 17:24).

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c) Portanto, se há alguma coisa a ser ungida ou
consagrada, esta é você, cristão. E não é você que fará isto.
Deus já o fez, como vimos anteriormente, através da unção do
Espírito.

Isso significa que você não precisa ungir seu carro. Ele já é
de Deus, tanto porque toda terra Lhe pertence, quanto pelo fato
de você ser apenas um servo e mordomo daquilo que Deus
colocou em suas mãos. Não se iluda achando que você pode
consagrar alguns itens para Deus e outros não. Nada é seu e
tudo que você tem Ele lhe deu para o objetivo exclusivo de
exaltar Glória de Deus (e isto inclui o copo onde você bebe
suco). Seu comprometimento de usar qualquer objeto para a
glória de Deus já foi feito quando você se converteu. Renove-o e
o viva intensamente.

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Conclusão

Gostaria de resumir topicamente o que foi falado acima


para favorecer a compreensão. Podemos observar nas Escrituras
dois usos para o termo ungir: o corriqueiro e o religioso.

a) Sentido religioso:

- No Velho Testamento, temos a simbologia da unção de


reis, sacerdotes e profetas e do templo.

- No Novo Testamento, esta simbologia foi cumprida em


Cristo de duas formas:

i) Ele foi ungido nosso Rei-Profeta-Sacerdote com o


Espírito e com virtude por Deus Pai.

ii) Nós fomos ungidos por Deus com o Espírito como


reis e sacerdotes, capacitando-nos para a vida cristã; e
nos tornamos templos de Deus, através de Seu Espírito.

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- Portanto, não devemos tomar o lugar de Deus e ungir ou
consagrar a alguém ao ministério ou como simbologia do
batismo do Espírito Santo.

- Nem devemos consagrar aquilo que Deus já separou


para si mesmo. Tudo quanto é nosso já é dele e igualmente, já
nos comprometemos quando nos convertemos a usar tal para a
glória de Deus.

b) Sentido corriqueiro:

- Nos dois testamentos vemos o óleo sendo usado com


intuito medicinal, estético e funerário.

- É neste sentido que Tiago e Marcos nos recomendam


ungir as pessoas, ou seja, cuidar de suas doenças. Atualmente,
seria o mesmo que dar algum remédio ao doente.

- Portanto, não devemos ungir o doente esperando que


essa unção o cure, mas devemos medicá-lo e orar a Deus pela
cura com fé, confiando não em óleos e remédios ou em nossa
capacidade, mas na capacidade e no poder de Deus.

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Adendo 1: “Não toqueis nos meu ungidos”

Diante do que foi exposto acima, gostaria que você


reconsiderasse os versículos de Salmo 105:15 e 1 Crônicas 16:22
que dizem ―Não toqueis os meus ungidos‖. Gostaria de fazer três
observações

1) Os versículos são verdadeiros. Deus nos alerta contra


quem toca em Seus ungidos. Não o despreze porque alguns têm
abusado dele.

2) Cristo é O Ungido de Deus. Portanto a primeira


aplicação do versículo é: ―na verdade o Filho do homem vai,
como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho
do homem é traído [cuspido, batido, entregue, crucificado]! Bom
seria para o tal homem não haver nascido.‖ (Marcos 14:21).

3) Todo cristão (e não só alguns seletos) é ungido de Deus


(1 João 2:20,27), portanto ai daqueles que martirizam, abusam ou
zombam de cristãos. Estes irão clamar ―até quando, ó verdadeiro
e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que

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habitam sobre a terra?‖ (Apocalipse 6:10) e Deus em seu devido
tempo certamente responderá.

Sendo assim, não fale mal do seu irmão e também não


tema denunciar falsos profetas que usam aqueles versículos para
defenderem seu pecado.

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Bibliografia

[1] Dantas, Eduardo. Estudo Bíblico – Óleo de Unção.


Acessado em 21 de Maio de 2011.

[2] DICIONÁRIO BÍBLICO STRONG. © 2002 Sociedade Bíblica


do Brasil

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