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As Bases Bíblicas da Unção 

INTRODUÇÃO

A unção na Bíblia pode ser vista de modo abrangente, tanto no sentido espiritual como no sentido
prático da unção com óleo. Esta é prática bíblica de muita importância pelo seu sentido simbólico e
espiritual. Tanto no AT como no NT encontramos respaldo para sua utilização, ainda que de modo
diferenciado. Hoje, quando tantas inovações estão ocorrendo no meio evangélico, precisamos saber
um pouco mais sobre esse procedimento recomendado pela Palavra de Deus.

I - CONCEITOS DE UNÇÃO

1. ETIMOLOGICAMENTE.Unção significa "Ato ou efeito de ungir". Ungir quer dizer: "Untar com
óleo ou com ungüento"; "Aplicar óleos consagrados" (Dic.).

2. BÍBLICAMENTE. Unção vem do substantivo grego, chrisma; daí, vem o verbo chrío, ungir; e o
adjetivo christós, que significa "ungido". No hebraico, o termo ungido é Messias, aplicado a Cristo. A
unção, na Bíblia, pode ser entendida de modo espiritual e literal, com a aplicação do azeite ou óleo sobre
alguém ou sobre algum objeto.

2.1.UNÇÃO ESPIRITUAL. É a capacitação dada por Deus a alguma pessoa, credenciando-a para
cumprir uma missão específica, especial, dentro de propósitos divinos.

1) JESUS FOI UNGIDO.Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, "para evangelizar os pobres", "curar os
quebrantados do coração, apregoar liberdade aos cativos...a por em liberdade os oprimidos" (Lc 4.18).
Ele foi ungido "com óleo de alegria" (Hb 1.9). (Ver Is 61.1; At 10.38; 1 Cr 16.22).

2) OS APÓSTOLOS FORAM UNGIDOS. Pedro era ungido de tal modo que as pessoas colocavam os
doentes sob sua sombra para que fossem curados (At 5.15,16). De Paulo, levavam-se "lenços e aventais"
e "as enfermidades fugiam deles" (At 19.11,12).

3) OS CRENTES FIÉIS SÃO UNGIDOS. "Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos
ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações" (2 Co 1.21, 22).

2.2. UNÇÃO COM ÓLEO:É o ato de derramar óleo sobre alguém ou sobre algum objeto, com o sentido
de torná-lo consagrado a Deus, ou de buscar a cura divina sobre o enfermo.

II - A UNÇÃO COM ÓLEO NO ANTIGO TESTAMENTO.

1. O ÓLEO DA UNÇÃO.

1.1. SUA COMPOSIÇÃO.Era composto de "principais especiarias": mirra, canela aromática, cálamo
aromático, cássia e azeite de oliveiras. (Ver Ex 30.22-25). Era o "azeite da santa unção".

1.2. SUA FINALIDADE.

1) A UNÇÃO DOS OBJETOS SAGRADOS.(Ex 30.26-29; 40.9-11).

O ato de ungir os objetos com o "azeite da santa unção" dava-lhe um caráter sagrado. Não podiam se
utilizados para outras finalidades. Belsazar foi castigado por ter feito uso dos vasos sagrados do templo
do Senhor (Ver Dn 5.2-5; 23). Hoje, os lugares de culto nem sempre são respeitados.

2) A UNÇÃO DOS SACERDOTES.(Ex 30.30; 29.7; Lv 8.12).


Os sacerdotes, após ungidos, eram considerados santos, devendo dedicar-se ao serviço do Senhor. Hoje,
no Cristianismo, todos somos sacerdotes reais (1 Pe 2.9), pela unção espiritual.

3) A UNÇÃO DOS REIS.

O azeite era derramado sobre eles, na consagração para o cargo, como servo de Deus. Saul ( 1 Sm 10.1);
Davi (1 Sm 16.13; 2 Sm 2.4; 11.7). Jeú (2 Rs 9.1,3). Salomão (1 Rs 1.39); 2 Rs 11.12; 2 Cr 23.11.

4) A UNÇÃO DOS PROFETAS. Elias ungiu Eliseu (1 Rs 19.16).

1.3. SUA EXCLUSIVIDADE.

Era santo, com utilização definida (Ex 30.31-33). Muitos que são ungidos para o ministério têm saído do
seu lugar, misturando-se com o mundo, a política iníqua e outras coisas que não agradam a Deus.

III - A UNÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

1. A UNÇÃO NO SENTIDO ESPIRITUAL.

No NT, a palavra unção (do gr. chrisma) só ocorre três vezes (Ver 1 Jo 2.20,27). O verbo ungir (chrío)
aparece cinco vezes (Lc 4.18; At. 4.27; 20.38; 2 Co 1.21; Hb 1.9). Já o adjetivo christós (Cristo) ocorre
mais de 500 vezes, em diversas referências, como em Mt 1.1 e Ap 22.21.

2. A UNÇÃO COM ÓLEO.

Literalmente, ocorrem duas passagem relativas à unção com óleo: Em Mc 6.13 e Tg 5.14. 1. A UNÇÃO
DOS ENFERMOS.

1.1. OS DISCÍPULOS UNGIAM (Mc 6.13).É a única referência nos evangelhos sobre esse trabalho dos
discípulos. Certamente, era algo muito comum, embora as curas feitas por Jesus não utilizavam o óleo
como elemento auxiliar.

1.2. A UNÇÃO PELOS PRESBÍTEROS. (Tg 5.14). Tiago ensina como agir, quando um crente está
doente, orientando que os presbíteros sejam chamados para orarem por ele, ungindo com óleo, em nome
de Jesus. 2. NO PREPARO PARA A SEPULTURA (Mc 14.8; Lc 23.56). Era um costume oriental. Ao
que parece para retardar a decomposição do corpo.

3. A UNÇÃO DE HÓSPEDES.

Uma mulher ungiu os pés de Jesus (Lc 7.38) e Ele chamou a atenção do anfitrião por não tê-lo ungido a
cabeça (Lc 7.46).

IV - A UNÇÃO COM ÓLEO, HOJE.

1. QUEM PODE UNGIR.

1.1. OS MINISTROS DO EVANGELHO.Pastores e evangelistas podem ungir, pois sua missão é


abrangente. (Ver 1 Pe 5.1,2a - Mc 16: 15 a 18 ).

1.2. OS PRESBÍTEROS DA IGREJA (Tg 5.14). São os membros do ministério mais indicados para
realizar a unção com óleo, pois são citados explicitamente como credenciados para tal finalidade. Mas
não é exclusividade deles.

1.3. OS OBREIROS EM GERAL. Na ausência dos ministros e presbíteros, em situações especiais, é


admissível que diáconos, auxiliares, e obreiros em geral unjam os enfermos. Os discípulos não eram
formalmente ordenados, mas ungiam (cf. Mc 6.13 - 16: 15 a 18).

1.4. É ELEMENTO ÚTIL À ORAÇÃO DA FÉ (Tg 5.14). Não é o azeite que cura, mas a fé no Nome de
Jesus, da parte dos que oram e da parte do enfermo. A Igreja Católica tem o sacramento da "extrema
unção" aos moribundos, com o sentido de conferir-lhes graça na hora da morte. Isso não tem
respaldo bíblico.

2. QUE PARTES DO CORPO PODEM SER UNGIDAS.

Normalmente, deve-se ungir a cabeça do doente. No AT, sempre a unção era sobre a cabeça. Ver Sl 23.5;
133.2. A mulher ungiu os pés de Jesus, mas não em caso de enfermidade. Atualmente, há certas práticas,
utilizadas por alguns, de ungir inclusive partes íntimas das pessoas enfermas. Isso é exagero, e não tem
base na Palavra de Deus.

CONCLUSÃO. A unção espiritual deve fazer parte da vida dos crentes e em especial da vida dos
obreiros. A oração pelos enfermos deve ser prática comum em todas as igrejas cristãs, se possível, em
todas os cultos. Sempre há pessoas necessitadas de receber a oração da fé, com o recurso da unção
com óleo. Esta deve ser feita não apenas como mero ritual, mas como um gesto de fé no poder do
Nome de Jesus.

Postado por Presbítero André Sanchez em: O que significa isso?

Hoje está na moda nos meios religiosos o uso de palavras como unção, ungir, ungido. Apesar das
pessoas estarem falando por aí a respeito dessa “unção”, creio que poucos sabem exatamente o que
significam essas palavras. Nesse artigo espero mostrar de forma simples o que é cada uma delas.

A unção é a consequência direta do ato de ungir. No Antigo Testamento era muito comum


derramar azeite (um símbolo visível) sobre a cabeça de uma pessoa com o objetivo de consagrá-la,
santificá-la para um serviço especial. Isso era ungir a pessoa. Consequentemente, se a pessoa fosse
fiel a Deus, seria e permaneceria cheia da unção do Senhor, seria um ungido.

Profetas, reis e sacerdotes eram as pessoas mais comumente ungidas, pois tinham serviços
especiais a realizar diante de Deus e da nação:

“A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-
Meolá, ungirás profeta em teu lugar.” (1Rs 19.16)

“Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o
Espírito do SENHOR se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou e foi para Ramá.”
(1Sm 16. 13)

“Também ungirás Arão e seus filhos e os consagrarás para que me oficiem como


sacerdotes.” (Ex 30. 30)

Vemos também que no Antigo Testamento se ungiam objetos que teriam um uso sagrado. Era uma
espécie de unção especial com um óleo especial que só era usado para esse fim. “E tomarás o
óleo da unção, e ungirás o tabernáculo e tudo o que nele está, e o consagrarás com
todos os seus pertences; e será santo.” (Ex 40. 9)

Algumas igrejas ainda mantém o costume de ungir pessoas e objetos, porém, creio que, após Jesus
Cristo, a unção que devemos buscar é aquela que Deus nos dá através do seu Espírito. Os símbolos
rituais não são mais necessários, pois Cristo é a unção única e definitiva. “Quanto a vós outros,
a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que
alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas,
e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.” (1Jo
2. 27)

Algumas “unções” citadas na modernidade que, segundo alguns dizem, são manifestações do
Espírito de Deus, tais como, unção do riso, unção do leão, unção da casa própria, unção de Abraão,
unção do cair no Espírito, etc., são estranhas ao que a Bíblia chama de unção. São manifestações
carnais e sem embasamento bíblico.

E para finalizar, quero deixar aqui o exemplo máximo de unção, Jesus: Jesus é chamado de Cristo
no Novo Testamento. A palavra Cristo é um título e significa “ungido” na língua grega. Ele é
chamado também de Messias, que é uma palavra hebraica que significa “ungido”.

Ser ungido hoje em dia, é estar com a vida consagrada a Jesus Cristo. Não há a necessidade de
azeite ou óleos especias, mas da fé e da obediência. E mais: Todos têm a oportunidade de receber a
unção de Deus em suas vidas, através de Jesus Cristo. Os rituais do Antigo Testamento não se
fazem mais necessários, pois todos somos chamados à consagração especial ao serviço de Deus em
Jesus Cristo:“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2. 9)

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