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A FAMILIA CRISTÃ NO CONTEXTO DO AVIVAMENTO

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;
Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando
ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em
nome de nosso Senhor Jesus Cristo; Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus ”
(Ef 5.18-21)

Em nossos dias fala-se muito em avivamento, usam e abusam da palavra “avivamento”.


Em nossos dias as muitas pessoas confundem avivamento com gritaria, confusão e
excesso e desordem, outros pensam que avivamento é mudança de denominação, ou
mudança de igreja (o que as pessoas precisam é que suas vidas sejam mudadas!)

Precisamos compreender que avivamento não é um programa agendado pela igreja.


Nós podemos e devemos nos colocar em oração e jejum clamando e rogando que Deus
visite seu povo, mas o deflagrar do avivamento é atribuição divina.

É somente pela Palavra de Deus ensinada, pregada que a verdade evangélica é


plantada na mente e no coração das pessoas. É na Sagrada Escritura que o povo de Deus
aprende sobre avivamento. É preciso voltar às Escrituras. Os avivamentos no Novo
Testamento e na história da igreja ocorreram pela proclamação da palavra de Cristo.

É preciso um avivamento na liderança espiritual do lar, uma vez que o lar é onde
Deus nos treina. Com certeza o relacionamento familiar precisa acontecer num contexto
de vidas avivadas, ou seja, cheias do Espírito Santo. Para haver um poderoso
avivamento é necessário um resgate dos propósitos de Deus para a família, um
entendimento correto do padrão de Deus para o casamento, destacando que paternidade
e maternidade bíblicas não é somente criar filhos; mas antes é levar seus filhos ao
Salvador.

Uma família é avivada quando os indivíduos andam na luz onde o sangue de Jesus
purifica de todo o pecado. Isso envolve, santificação diária, renúncia pessoal diária,
enchimento do Espírito diário, renovação diária, e redirecionamento através da Palavra
permanecer em Cristo.

I. AS MARCAS DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL NO LAR

Para que experimentemos um genuíno avivamento espiritual devemos entender que a


espiritualidade não pode ser dissociada do lar. Os crentes que buscam ser cheios do
Espírito Santo precisam que seus casamentos bem como os relacionamentos com filhos
e pais, devem ser regidos pelos princípios da Palavra de Deus e não pela razão humana,
ou pelos padrões ditados pela sociedade.

No verso 21 o apóstolo Paulo diz: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus”
No texto em tela Paulo liga a sujeição ao mandamento que os cristãos sejam cheios do
Espírito Santo: no casamento (Ef 5.22-33) e na família (Ef 6.1-4).

a) Pais exercem a legítima paternidade bíblica ensinando aos filhos a verdade de


Deus - O Senhor exorta aos pais a ensinarem as ordenanças de Deus a seus filhos “E
estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus
filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e
levantando-te” (Dt 6.6-7). Pais avivados não provocam seus filhos. Muitas vezes o
excesso de autoridade (autoritarismo) ou a falta dela, bem como o favoritismo ou
proteção demasiada, desestímulo, palavras duras e agressão física provocam ira nos
filhos. Sobre a criação de filhos Paulo diz “Criai1-os na disciplina e admoestação do
Senhor” (Ef 6.4), isto é, os pais avivados estão sempre instruindo e ensinando o filho
pela Palavra de Deus, sabendo que os pais são responsáveis pela educação cristã dos
filhos.
b) Maridos e esposas exercem os papeis estabelecidos por Deus no lar - O
relacionamento entre marido e mulher é aqui representada como figura do
relacionamento entre Cristo e sua igreja. As ações de Cristo para com a igreja: amor e
auto-doação, cuidado, é o que da mesma forma o esposo deve demonstrar para com a
sua esposa (Ef 5.25-28). As esposas por sua se espelhando na igreja, e são submissas a
seus maridos (Ef 5.22-24). Isto não quer dizer que o homem tem o direito de fazer de
sua esposa uma escrava, ao contrário, ambos devem servir um ao outro em amor.
c) Filhos obedecem e honram seus pais - Filhos avivados honram e obedecem a seus
pais (Ex 20.12; Dt 5.16; Ef 6.1).

II. A ESSÊNCIA DO AVIVAMENTO NA FAMÍLIA

O propósito de Deus para o casamento é a vida no Espírito. Uma vez que o cristão que
anda no Espírito é alguém que produz o fruto do Espírito, que é essencialmente o
resultado da ação do Espírito Santo nas vidas dos legítimos discípulos de Cristo. Um

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εκτρεφω ektrepho alimentar até tornar-se maduro, educar,nutrir, criar.
cristão cheio do Espírito tem amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio.

Diante da crise da família como os cristãos podem experimentar o avivamento no lar?


Como os relacionamentos familiares (casamento, criação de filhos) podem ser regidos
pelo Espírito Santo?

a) Desejo ardente de um avivamento espiritual na família - “Derramarei água sobre


o sedento e rios sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade”
(Is 44.3). O primeiro passo é compreender que boa parte das “crises” que as famílias
sofrem devem-se a ausência do fruto do Espírito nos lares. O salmista reconhecendo
suas necessidades espirituais clamou: “a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo”
(Sl 42.2).

b) Oração pela plenitude do Espírito Santo – Cristo diz que o Pai Celestial concede o
Espírito Santo aqueles que o pedirem (Lc 11.13). O Senhor está disposto a operar e
encher a família cristã com o Espírito Santo (Pv 1.23; Is 44.3,4; Ez 36.27; Jl 2.28; Jo
4.10; Jo 7.37-39).

c) Busque a santificação do lar – No que diz respeito a família, práticas devocionais


que cultivam a vida espiritual como a leitura e explicação das Escrituras bem como
orações com toda a família (culto doméstico). Na área dos relacionamentos é preciso
reconhecer as fraquezas, pedir perdão e contar com a ajuda do Espírito Santo para que
as mudanças necessárias ocorram.

Paulo André Barbosa, é pastor na AD Três Cachoeiras RS (campo jurisdicionado da


ADPOA), é bacharel em Teologia e pós-graduado (Especialista) em Teologia e
Ministério Pastoral pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), mestre em
Teologia Prática pelo Seminário Concórdia, mestrando em Ministério (M.A.) pela
Carolina University. É professor de Teologia Bíblica e Sistemática no Instituto Bíblico
Esperança em Porto Alegre RS.

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