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A FAMÍLIA E O GRANDE CONFLITO – CULTO FAMILIAR

INTRODUÇÃO
A) A família e o sábado foram as primeiras instituições estabelecidas por Deus durante o
processo da Criação do nosso mundo (Gênesis 1-3) Sabia o Senhor que a melhor forma de
manter o homem feliz dentro do Seu plano de amor, aprendizagem e crescimento passava pela
experiência do homem participar da incrível bênção do processo de compartilhamento da
vida. Deus colocou no plano de vida do ser humano a constituição da família.
B) Porém, no livro de Apocalipse lemos o que Satanás, com seu plano maquiavélico, fez para
trazer infelicidade à raça humana. Ele se rebelou contra Deus, e depois de uma batalha, foi
expulso do céu, e lançado na terra, juntamente com uma terça parte dos anjos (Apocalipse
12:7-9). E em retaliação a Deus, Satanás levou a efeito o seu plano de manchar o caráter de
Deus fazendo com que, se possível, todos os seres criados duvidassem do Seu amor e da Sua
justiça. Desta forma, queria que também escolhessem rebelar-se contra Deus.
C) Diante desses fatos, o nosso mundo e seus habitantes estavam agora envolvidos no drama
do grande conflito, que aflige a todos e por toda a vida. A partir deste momento, cada instante
da vida humana tem como cenário, como pano de fundo, a luta do bem contra o mal pela
posse das decisões e do amor do homem. Quem sentará no “trono” de nossa existência?
D) Uma família bem ordenada tem poder para formar caracteres e uma geração de homens e
mulheres capazes de amar e viver a missão da pregação do evangelho. Uma família bem
ordenada amplia as fronteiras da salvação para o mundo. Por isso, a família tem se tornado o
alvo da ira do inimigo para destruir o Plano de Deus.

Frase de Transição: Nesta guerra pela posse de cada ser vivo, nosso querido Salvador Jesus
Cristo, colocará à nossa disposição todas as ferramentas e hostes celestiais a fim de nos
amparar, animar e erguer nossa fé. Nesta guerra cósmica o que podemos fazer para que nossa
família saia vitoriosa? Como cada família de crente, por meio do amor e da misericórdia do
Senhor, finalmente, naquele glorioso dia, receba a coroa da vitória?

2. ADORAÇÃO NO ALTAR DA FAMÍLIA (Apocalipse 14:6 e 7)


O culto familiar cumpre um papel fundamental na vida do lar e exerce um papel
estrategicamente relevante na construção da felicidade da família. Essa é uma oportunidade
única, em que pais e filhos podem se colocar juntos em comunhão com o Senhor Jesus. Além
do benefício espiritual, esses momentos devocionais proporcionarão um forte vínculo entre
pais e filhos, que nenhuma outra atividade poderá oferecer.
2.1. Definição de Adoração – O termo adoração do hebraico shejah aparece 101
vezes no Antigo Testamento e significa “inclinar-se profundamente”, “prostrar-se em
terra” (Gn 18:2). Gesto que expressa “respeito” ou “reverência a um superior”,
“adoração à divindade”.
2.2. A Família como Centro de Adoração – Desde Abel até João Batista, o mundo
esteve polarizado entre os filhos de Deus e os filhos dos homens; sendo a diferença
radical entre ambos devido à forma de adoração. Os filhos de Deus se caracterizaram
pelo fato de aonde quer que fossem sempre erigiam um altar onde adorar a Jeová (Gn
8:20; 12:7; 22:28; 26:24-25; 28:18-19). O lar se converteu para as famílias dos filhos
de Deus em um centro de adoração.
2.3. Cada lar deveria ser um lugar de adoração – Hoje, cada mãe e pai cristãos têm
a incumbência de assumir, com responsabilidade, o imperativo de ensinar aos filhos a
última mensagem que Deus declarou ao mundo: “[...] e adorai aquele que fez o céu, e
a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7).
2.4. Citação de Ellen White (Patriarcas e profetas, p. 95, 96):
“Semelhantes aos patriarcas da antiguidade, os que professam amar a Deus devem
construir um altar ao Senhor onde quer que armem sua tenda. Se houve um tempo em
que cada casa deve ser uma casa de oração, é hoje. Pais e mães devem muitas vezes
erguer o coração a Deus em humilde súplica por si e por seus filhos. Que o pai, como
o sacerdote da casa, deponha sobre o altar de Deus o sacrifício da manhã e da tarde,
enquanto a esposa e filhos se unem em oração e louvor”.

3. O CULTO FAMILIAR E OS ESCRITOS DE ELLEN WHITE – QUAIS SÃO AS


ORIENTAÇÕES DE ELLEN WHITE SOBRE O CULTO FAMILIAR?
Encontramos nos escritos de Ellen White várias orientações sobre o culto familiar que
merecem nossa atenção. Suas principais recomendações estão listadas a seguir:
3.1. Um altar de oração. “Toda família deve construir seu altar de oração, reconhecendo que
o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Orientação da Criança, p. 517).
3.2. O sacerdote do lar. “Que o pai, como sacerdote da casa, deponha sobre o altar de Deus o
sacrifício da manhã e da tarde, enquanto a esposa e filhos se unem em oração e louvor! Em
uma casa tal, Jesus gostará de se demorar” (Patriarcas e Profetas, p. 144).
3.3. Primeiro Deus. “Os primeiros pensamentos do cristão pela manhã devem ser para Deus.
[...] Os filhos devem ser ensinados a respeitar e reverenciar a hora de oração” (Testemunhos
Seletos, v. 1, p. 147).
3.4. Horário para os cultos. “Em cada família deve haver um tempo determinado para os
cultos matutino e vespertino” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 92).
3.5. Os filhos devem ser ensinados. “Vossos filhos [...] devem ser instruídos a respeitar as
horas de oração e a levantar-se cedo para tomar parte no culto da família” (Testemunhos
Seletos, v. 2, p. 133-34).
3.6. Cultos agradáveis e interessantes. “Sejam os períodos de culto familiar curtos e
espirituais” (Orientação da Criança, p. 521). “Deve ser o alvo principal dos chefes da família
tornar a hora de culto muitíssimo interessante” (Orientação da Criança, p. 521).
3.7. Culto variado e participativo. No livro Orientação da Criança, p. 521 a 524, Ellen
White recomenda alguns cuidados especiais para tornar o culto atrativo: 1) O pai deve
escolher um curto trecho da Bíblia e de fácil compreensão; 2) cada criança deve acompanhar
em sua própria Bíblia e participar da leitura; 3) perguntas serão bem-vindas; 4) ilustrações
interessantes e fatos reais ajudarão na compreensão; 5) a música é tão importante como a
oração e que hinos animados sejam escolhidos; e, 6) a oração, precisa ser curta

4. UMA VIDA DE COMUNHÃO


“SE QUISERMOS PERCORRER O CAMINHO QUE NOS LEVA À ETERNIDADE,
DEVEMOS IMITAR A VIDA DE COMUNHÃO DE NOSSO SENHOR.”
E no grande conflito com o mal, quase por levar sobre si todos os pecados de todos os
pecadores, enfrentando a maior angústia jamais enfrentada, Ele nos mostrou o motivo de sua
força: Seu vínculo de comunhão. Descubramos e sigamos nos passos de Jesus, passos de
comunhão (Ler Mt 26:36-46).
4.1. Em comunhão com o Pai
Intensidade: “começou a entristecer-se e a angustiar-se” (v. 37). Quanto mais difícil
for a situação, deve-se passar mais tempo e de qualidade em comunhão. Paulo diz:
“orai sem cessar”. A oração, não como um acidente ou incidente ocasional ou
eventual, mas como um hábito permanente da vida.
Humildade: “prostrou-se sobre o seu rosto” (v. 39). Indica reconhecimento, atitude de
adoração. Reconhece a inferioridade e aceita a superioridade. E, sem dúvida, se o
Todo-Poderoso Criador do Universo assim o fez, quanto mais nós, como criaturas
diante do Criador.
Confiança: “Meu Pai” (v. 39). Essa aproximação indica confiança. Na hora extrema, a
quem o filho recorre se não a seu pai? De todos os títulos que a Bíblia atribui a Deus,
esse é o que denota maior intimidade e confiança. O dono do Universo inteiro é nosso
Pai. Paulo diz: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a
fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”
(Ef 4:16).
Perseverança: Pela segunda vez Ele Se afasta (v. 42) e depois, pela terceira (v. 44).
Perseverar na oração significa perseverar na confiança, na dependência, na comunhão
e na busca de Deus.
Fortaleza: Ele foi fortalecido (ver Lc 22:43). Não pôde ser evitado que Ele bebesse da
taça, mas foi fortalecido para enfrentá-la. Podemos confiar que a provisão do Senhor
sempre é a melhor. Pode ser que a oração não mude as coisas, mas sempre muda a nós.

4.2. Em comunhão com os discípulos


Interesse: “E, voltando […] achou-os dormindo” (v. 40, 43). Ele lhes pedira para
orarem, porém, eles dormiram. Os inimigos velavam para prendê-Lo (Mc 14:43); os
discípulos não conseguiram vigiar com Ele e por Ele nem mesmo por uma hora.
Contudo, nem a suprema angústia O fez perder a amabilidade. Foi até eles porque os
considerava e estava interessado neles. Quem mantém comunhão com o Pai, também
mantém comunhão com Seus filhos.
Repreensão: “Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?” (v.40). Ele os
repreendeu com brandura. Não lhes perguntou se estavam dispostos a morrer por Ele;
ou por Ele velar a noite inteira, mas apenas uma hora e nem mesmo isso eles fizeram.
Essa repreensão amável evidenciou Seu amor e interesse para corrigi-los.
Conselho: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (v. 41). A oração constitui
refúgio contra a tentação. Aconselho-os a manterem uma vida de vigilância e de
oração.
Amor: “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (v. 41). Jesus os
desculpou, reconhecendo as fraquezas próprias da pecaminosidade humana. Voltou
outra vez, e os encontrou dormindo (v 43). Quando veio a eles pela terceira vez,
parece que a proximidade do perigo os alarmou: “Ainda dormis e repousais! Eis que é
chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores” (v.
45). E de novo: “Eis que o traidor se aproxima” (v. 46). Os sofrimentos não pegaram
Cristo de surpresa: “Levantai-vos, e vamos!” Somente a comunhão com Deus nos
permite amar, mesmo que distraídos ou indiferentes e, ao mesmo tempo, ter a
capacidade de enfrentar o perigo.

CONCLUSÃO
A) É no lar onde as crianças aprendem a adorar a Deus. Visto que o grande conflito cósmico é
o tema da adoração, a última mensagem de Deus ao mundo é: “Adorem aquele que fez os
céus, a terra, o mar e as fontes das águas” (NVI).
B) O culto familiar cumpre um papel fundamental na vida do lar e exerce um papel
estrategicamente relevante na construção da felicidade da família. Essa é uma oportunidade
única, em que pais e filhos podem se colocar juntos em comunhão com o Senhor Jesus.
C) Se quisermos percorrer o caminho que nos leva à eternidade, devemos imitar a vida de
comunhão de nosso Senhor. Somente os que estão em comunhão intensamente, em particular,
com humildade, com confiança e com perseverança, buscando, acima de tudo, fazer a vontade
de Deus, serão fortalecidos na luta diária e no último e grande conflito. Primeiro Deus. Não é
opção; é indispensável. É nossa decisão de vida. Você está disposto?

APELO
No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem.
Ela disse: Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador..
Um bonito garoto. Respondeu o homem - e completou:
Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha.
Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha:
- Melissa, o que você acha de irmos?
- Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!
O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração
Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:
- Hora de irmos, agora?
Mas, outra vez Melissa pediu:
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos!
O homem sorriu e disse:
- Está certo!
O senhor é certamente um pai muito paciente.
O homem sorriu e disse:
- O irmão mais velho de Melissa foi morto no ano passado por um motorista bêbado, quando
montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu
daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o
mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na
verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar...

Em tudo na vida estabelecemos prioridades. Quais são as suas?


Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é
indispensável!

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