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E - B O O K

Pr. Anderson
Silva?
Anderson Silva é pastor, teólogo, escritor
e ativista social que traz em sua bagagem
uma vasta experiência servindo e amando
as comunidades historicamente mais
negligenciadas pelas igrejas evangélicas
brasileiras, como transsexuais, crianças
especiais, mulheres defraudadas e abusada
por sacerdotes religiosos, homens viciados
em pornografia e muitos outros. Seu
ministério combina uma presença ativa
e atualizada na cultura e na sociedade
com uma busca contínua pela fidelidade à
interpretação genuína das Escrituras.

Anderson Silva é marido da Keila, pai do


Paulo, do João, do Tiago e do Estêvão.

É pastor sênior da Igreja Vivo por Ti, em


Brasília e mobilizador de projetos sociais
e missionais que visam a construção de um
impacto de santidade social no País.
Teologia e a
Revolução
Política
Um cristão que não compreende que sua vida é uma constante
guerra ainda não amadureceu. A todo tempo, estamos em conflito
espiritual contra as trevas. Nosso chamado é para sermos homens e
mulheres de paz e de guerra - buscando sempre a paz, e dispostos a
guerrear por ela.

Quando falamos sobre Política, não é diferente. A polarização


social em que o Brasil se encontra é fruto da desesperança da
população: enquanto Lula é o “salvador social”, Bolsonaro é o
“salvador moral”. Não há terceira via, e os cristãos precisam ser luz e
sal em meio a esse caos.

A bancada evangélica, que deveria nos representar, está buscando


os próprios interesses de poder humano. Enquanto isso, a esquerda
ganha espaço. Thomas Sowell já dizia: “a esquerda leva sua visão
a sério”. Se nós não nos posicionarmos, a esquerda continuará
tentando nos pastorear, atacando nossas famílias, nossas crianças,

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a Palavra de Deus, a moralidade, a Igreja e a justiça social. Nós não
podemos tolerar isso. A Igreja precisa acordar!

Por muitos anos, a Igreja preferiu se ausentar da política,


entregando a chave para que Satanás faça o que quiser da
sociedade. Em todos esses anos, a Igreja não influenciou a política,
porque estava ausente. Hoje, a maioria dos cristãos é engolida
quando entra no meio político, porque não tem preparo (como
conhecimento das Escrituras e fundamentação histórica e teológica).

Isso resulta no que vivemos hoje: colapso político, em que os


políticos evangélicos não são verdadeiramente cristãos. A igreja até
está presente em algumas esferas públicas, mas não tem sido um
canal de transformação. E isso precisa mudar.

vNão digo que a mudança só pode vir do Congresso, porque isso


seria dizer que todo cristão tem chamado para o cenário político.
Não creio nisso. Mas tenho convicção de que todos os cristãos
possuem um chamado a conhecer a palavra de Deus e a pensar, de
maneira bíblica, sobre os assuntos políticos.

Porque o mundo não brinca de ser mundo, e não podemos ser


enganados pelas ideologias que são terrenas. A esquerda precisa
ser combatida, assim como a direita pseudoconservadora - que
defende uma moral correta, mas é hipócrita, tolerando o adultério,
a pornografia, a pecaminosidade.

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Nessa guerra, o
conservadorismo é nosso
colega, mas nunca podemos
olhar para ele como se
fôssemos irmãos.

Nossos valores
vêm do céu e são
inegociáveis.

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A nossa política e a nossa sociedade estão sendo corrompidas pelo
mundo. Enquanto isso, a igreja está agindo como se não tivesse a
responsabilidade de agir.

Muitos pastores falam dos ataques da esquerda, mas a maioria não


tem fundamento histórico e teológico para debater.

Muitos pais reclamam dos ataques à infância, mas assumem


posições de vítimas, quando deveriam se levantar como filhos de
Deus para protegerem as próprias famílias.

A igreja diz que a esquerda tem


atacado nossa fé. Mas será que nós
estamos vivendo realmente de acordo
com o que pregamos?

Porque o mundo e Satanás estão agindo. A esquerda destrói a


família na teoria, e o conservadorismo hipócrita tem destruído
a família na prática. Estamos em uma guerra de estilo de vida e,
nessa guerra, fomos convocados para assumirmos uma posição
de resistência (contra o modelo do mundo) e produção (de uma
sociedade com os valores do Reino de Deus).

Somos chamados para ser “sal da terra” e “luz do mundo”. Isso


significa que, se não agirmos corretamente, o mundo andará sem
sal e sem luz. No fim, a sociedade é um reflexo do posicionamento
dos filhos de Deus. Por isso, se vivemos o colapso político em que

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vivemos, significa que, nos últimos anos, a Igreja não cumpriu com
o seu papel.Infelizmente, vivemos um contexto em que a Igreja
percebe facilmente os problemas da esquerda, mas fechamos os
olhos para os problemas da direita e os problemas que nós temos
cometido enquanto Igreja do Senhor nesta terra.

A igreja sabe fazer militância contra a esquerda e contra a direita,


mas não é eficaz no debate político. Infelizmente, como cristãos,
nós não somos ousados como os injustos, os corruptos e os
adúlteros. Enquanto o bem rasteja timidamente, o mal corre
velozmente.

Precisamos de uma mentalidade de longo prazo, para que


possamos resistir aos males que vemos hoje e construir uma
sociedade melhor para o amanhã. E isso só é possível através
de uma teologia saudável e bíblica, através da busca por
conhecimento.

Afinal, não podemos desejar um país


melhor se não nos colocamos como
canais de transformação.

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A teologia é fundamental para nós
porque a falha da igreja brasileira se
mostra pelo desvalor dado à Bíblia.
O Bolsonarismo se tornou um problema porque
muitos cristãos esperam que um político defenda a
moral cristã. O Lulismo se tornou um problema porque
muitos cristãos esperam que um político cumpra a
responsabilidade social da igreja.

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Nós estamos nos omitindo, esperando que pessoas que não se
comprometeram com o evangelho cumpram o papel que é nosso. E
o fruto disso é a desordem em que vivemos hoje.

A Palavra, por si, já nos mostra como deve ser a atuação de


homens e mulheres de Deus na sociedade. Jó, por exemplo, foi
uma representação pública e política da paternidade de Deus: se
compadecia de todos os necessitados e se mantinha firme nos
princípios de Deus. Moral e Social andando juntos. E isso só é
possível a partir de uma teologia saudável e bíblica.

Porque só temos duas opções enquanto


corpo de Cristo na terra: ou cedemos
à cultura do mundo, ou lutaremos
radicalmente por conhecimento e
submissão a Deus.

A igreja não pode mais dizer que cristãos não se relacionam com a
política e, depois, reclamar quando a política não age em prol dos
cristãos. Precisamos agir com firmeza e coerência, assumindo o
lugar de influência que ignoramos por tantos anos.

Isso, obviamente, se relaciona com nosso voto. Nesse cenário de


outubro de 2022, só gente com base teológica será capaz de apoiar
um político sem idolatrá-lo.

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Se a igreja não participar, estará se omitindo. Se os bons se
silenciarem, os corruptos ganham espaço para falarem. Não há
neutralidade. Quem não se posiciona fica ao lado dos corruptos.

Por isso, precisamos abordar algumas


questões que são fundamentais para
o exercício político no dia a dia, e que
também serão essenciais para esse
próximo período de eleições.

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COMO
IDENTIFICAR
IDEOLOGIAS
ANTICRISTÃS
A única forma de discernir políticas anticristãs é saber responder
à pergunta: O que é ser um cristão? Precisamos saber, antes de
qualquer coisa, qual é a nossa identidade enquanto filhos de Deus,
que possuem o dever de proclamar o Reino de Deus na terra.

A verdade do evangelho não é só “anti-esquerda”. Ela afeta toda a


realidade. No bolsonarismo, por exemplo, “deus” não tem nome.
Isso é deísmo. É a crença em um Deus que não necessariamente
intervém na realidade. Nessa perspectiva, é possível acreditar em
um Deus e ser, simultaneamente, um canalha.

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O bolsonarismo é uma falsificação
do que Deus espera de nós. O
deus do bolsonarismo não exige
arrependimento. Não exige conversão.
Não exige santidade.

No cristianismo, diferentemente do bolsonarismo, Deus tem


forma: Jesus, o Emanuel. Esse Deus exige santidade, exige novo
nascimento, exige compromisso real e integral com Deus.

Infelizmente, nossos políticos não têm impactado a política


brasileira com essa realidade. A bancada evangélica é útil, porque
resiste quando a Esquerda quer agir contra os princípios bíblicos.
Mas a bancada evangélica não é capaz de olhar para além da pauta
moral, nem reconhece a própria hipocrisia.

Não podemos tolerar o pecado dos


nossos líderes e dos nossos políticos.
Deus exige santidade. Não podemos
ser idólatras. Por isso, para reconhecer
políticas anticristãs, é necessário,
primeiramente, ser um cristão.

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COMO A
ESQUERDA
AGE
A esquerda ocupa espaços que a igreja não quis ocupar. A
esquerda ocupa o espaço da responsabilidade social que Deus
entregou à igreja, mas que a Igreja não assumiu. É uma falsificação
da misericórdia, do amor, da bondade, da compaixão. Somos
chamados para essas obras, mas estamos negligenciando, abrindo
espaço para os maus.

A esquerda ataca a família e a propriedade. Por exemplo: Para eles,


uma criança com 8 anos tem capacidade de se reconhecer enquanto
transsexual, mas não tem capacidade de responder a um crime. No
fim, atacam a infância para mudar a sociedade daqui a 20 anos,
quando essas crianças crescerem.

Eles agem a partir da linguagem, subvertendo a ordem aos poucos,


a partir da cultura. Quando vemos uma expressão grande (como o
beijo gay do Super-homem), fica claro que não vemos as mudanças
graduais que são feitas a partir da Educação, da Literatura, da Arte.

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A esquerda, por esses pressupostos filosóficos, é incoerente ao
cristão. Um cristão que defende as pautas sociais da esquerda não
precisa dela, porque a bíblia já possui o direcionamento claro para
as obras sociais. Porque a esquerda quer ter o domínio do mundo, e
um cristão não pode desejar um governo que não seja o de Cristo.

A direita, por outro lado, não passa de um band-aid, e não é


capaz de curar o câncer que se apodera da nossa sociedade. A
esquerda subverte tudo e tenta nos destruir. A direita pode ser uma
falsificação da moralidade e da santidade cristã. Os cristãos devem
se posicionar mais à direita porque, a partir da pauta moral sólida,
podemos desenvolver a pauta social. Na esquerda, não teremos
espaço para desenvolver as pautas morais.

Não podemos nos esquecer de que já vivemos em um país


comunista desde que a Constituição de 1988 foi promulgada.
Como a constituição nasceu a partir de uma reação ao regime
militar, ela não foi feita para produzir, mas só para reagir. Por isso,
ela defende um Estado grande.

Esse sistema criou, nos brasileiros, uma


lógica de dependência do Estado. Uma
idolatria ao Estado. E, como cristãos,
não podemos adorar a ídolos.

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COMO AVALIAR
O CANDIDATO
A PARTIR
DO FILTRO
TEOLÓGICO?
A Igreja precisa seguir dois princípios nas próximas eleições - e em
todas as outras. Nós precisamos conter os avanços ideológicos
da esquerda. E precisamos produzir uma sociedade que possua
valores concordantes com a Palavra de Deus.

Por isso, o Bolsonaro é o meu voto de contenção. Ele estabelece


resistência aos avanços da esquerda. E, quanto às falhas dele
quanto às pautas sociais, eu posso me posicionar como cristão para
agir - como tenho feito por anos e você também pode fazer.

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Mas é importante buscar políticos que
não apenas criticam, mas que também
produzem. Não podemos achar que só
a contenção basta. Se tivermos bons
políticos cristãos em atuação, isso será
favorável para nossas ações enquanto
igreja.

Precisamos romper a barreira criada pelo discurso de que “teologia


esfria o cristão”. A repulsa criada pela própria igreja quanto à
Teologia é o que nos afasta do conhecimento necessário para agir
glorificando a Deus em todas as áreas, inclusive na Política.

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COMO
APLICAR ISSO
NA SOCIEDADE
A esquerda está destruindo a família, a identidade e a sexualidade.
Nossa reação não pode ser só de resistir, mas também de
construir. A igreja precisa enfrentar a pecaminosidade, mas
também se posicionar para acolher aqueles que se arrependem.
Se enfrentarmos a pauta moral e negligenciarmos a pauta social, a
esquerda continuará tendo espaço.

Temos vários problemas, e você pode assumir três posições diante


dessa realidade.

Pode ser um conformado, que identifica os problemas, mas não se


mobiliza de verdade para mudar.

Pode ser um inconformado, que identifica os problemas, mas só se


mobiliza dentro da própria zona de conforto, como as pessoas que
passam o dia debatendo teologia no Twitter, mas não fazem nada
na vida prática.

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Ou você pode ser um reformador, que identifica o problema e se
posiciona para mudar a realidade. Que resiste ao mal e trabalha
para produzir o bem.

A bíblia é a base de várias práticas sociais e políticas. O casamento


só foi reconhecido pelo Estado a partir da criação da bíblia. O
cristianismo guerreou contra a escravidão, contra o infanticídio,
contra o nazismo, contra o preconceito racial;e criou instituições
de ensino (como Cambridge, Oxford, MIT) para influenciar a
sociedade. Precisamos resgatar esses exemplos, para que a Igreja
volte a ser uma influência firme para a sociedade.

Precisamos de uma transformação


real, firme e sólida, e isso só é possível
através de uma boa teologia, que nos
concede armas de defesa (para as
ovelhas) e de ataque (para os lobos).

É necessário ter base bíblica para várias situações, na esfera


privada (como na criação de filhos) e na esfera pública (como no
posicionamento político). A teologia é que nos faz maduros e
equilibrados para, primeiro, cuidarmos das nossas casas e, depois,
cuidarmos da sociedade.

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A Igreja não pode ser moral, sem amor e sem ação social. E não
pode ser social, sem doutrina e sem firmeza moral.

Precisamos do equilíbrio - moral e


social - para que possamos impactar
a sociedade. E isso só será possível se
tivermos uma boa teologia que nos
aponte o caminho para isso.

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