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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Complexos em solução

Erica Bezerra de Farias


Jéssica Lima Amorim
Joyce da Silva

Vitória-ES
2016
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 3


LISTA DE SÍMBOLOS .................................................................................................. 4
RESUMO ......................................................................................................................... 5
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 6
2. OBJETIVO .................................................................................................................. 7
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................... 8
3.1 Materiais ............................................................................................................... 8
3.2 Reagentes .............................................................................................................. 8
3.3 Procedimentos ...................................................................................................... 8
3.3.1 Formação de Compostos em Etapas ............................................................ 8
3.3.2 Estabilidade Termodinâmica........................................................................ 9
3.3.2.a Cloreto Férrico .............................................................................. 9
3.3.2.b Solução de Cobalto II .................................................................... 9
3.3.3 Inércia e Labilidade ...................................................................................... 9
3.3.4 Reatividade do Ligante Coordenado ............................................................ 9
3.3.5 Reações Fotoquímicas................................................................................ 10
3.3.5.a Reações Fotoquímcias Reversíveis ............................................. 10
3.3.5.b Reações Fotoquímicas Irreversíveis ............................................ 10
4. RESULTADOS ........................................................................................................ 11
4.1 Formação de Compostos em Etapas .................................................................... 11
4.2 Estabilidade Termodinâmica ................................................................................ 11
4.2.a Cloreto Férrico ........................................................................................... 11
4.2.b Solução de Cobalto II ................................................................................. 12
4.3 Inércia e Labilidade .............................................................................................. 13
4.4 Reatividade do Ligante Coordenado .................................................................... 14
4.5 Reações Fotoquímicas .......................................................................................... 15
4.5.a Reações Fotoquímcias Reversíveis ............................................................ 15
4.5.b Reações Fotoquímicas Irreversíveis........................................................... 15
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 16
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 17
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 –Estrutura do monóxido de nitrogênio....................................................... 14

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LISTA DE SÍMBOLOS

HCl – Ácido clorídrico


EDTA – Ácido etilenodiamino tetra-acético
H2SO4 – Ácido sulfúrico
H2O – Água
KBr – Brometo de potássio
Kf – Constante de formação
EECC – Energia de estabilização do campo cristalino
NaOH – Hidróxido de sódio
mL – Mililitro
NOX – Número de oxidação
pH – Potencial hidrogeniônico
Kps – Produto de solubilidade

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RESUMO

A prática realizada teve como objetivo a verificação das propriedades dos


complexos em solução. O método utilizado foi à aplicação de reações de modo a
visualizar qualitativamente suas propriedades e confirmar o conteúdo estudado em
teoria de maneira a fixar os conceitos. As propriedades estudadas foram reatividade e
formação dos complexos e visualização foi realizada de forma satisfatória.
Palavras chave: Complexos. Solução. Inorgânica. Propriedades. UFES. CCE. DQUI.

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1. INTRODUÇÃO

Os elementos metálicos são os mais numerosos, e suas propriedades químicas


são centrais para a indústria e a pesquisa. Os metais possuem características particulares
e destacam-se pela capacidade de formar compostos coloridos, sendo, por isso, muito
utilizados na área da pigmentação. O fato de formarem compostos coloridos é
justificado, pois esses possuem a presença de orbitais d, na sua maioria,
semipreenchidos, causando transições dentro deste orbital.[1][2]
Para que uma reação química ocorra, precisamos considerar tanto aspectos
termodinâmicos quanto cinético, uma vez que uma reação poder ser
termodinamicamente possível, mas apresentar uma restrição cinética.[3]
A estabilidade termodinâmica é avaliada pela constante de estabilidade. Quanto
maior Kf mais estável será a espécie formada. Já a estabilidade cinética pode ser
avaliada pela chamada labilidade ou inércia. Este conceito está relacionado à velocidade
de troca do solvente (H2O) na esfera de coordenação do metal central. Complexos
instáveis (termodinamicamente falando) que sobrevivem por mais de 01 (um) minuto
são denominados inertes ou não-lábeis. Por outro lado, complexos que atingem
rapidamente o equilíbrio são denominados lábeis. Íons metálicos que formam
complexos sem fatores extras de estabilização (efeitos quelato, macrocíclico, templato e
com baixos ou nulos valores de EECC) tendem a ser lábeis.[2] O efeito quelato pode ser
entendido, qualitativamente quando imaginamos a dissociação de um ligante unidentado
leva a perda completa desse ligante, já quando uma das pontas de um ligante quelante se
dissocia o ligante permanece ligado ao íon metálico. Assim a probabilidade de
recoordenação com outro íon metálico é maior.[4]
Átomos pequenos (NOX elevados) são geralmente mais inertes uma vez que
suas energias de ligação são maiores devido aos seus raios reduzidos e, por
consequência, maior impedimento estérico. [2]
Reações químicas desencadeadas pela radiação eletromagnética são
denominadas reações fotoquímicas.[5] Quando uma molécula absorve um fóton de luz,
sua estrutura eletrônica muda, o que faz com que ela reaja diferentemente com outras
moléculas. Alguns exemplos de reações fotoquímicas são as reações de fotossíntese,
bronzeamento, fotodegradação.

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2. OBJETIVOS

Esta prática teve como objetivo verificar as propriedades dos complexos em


solução e fixar os conceitos envolvidos na formação e reatividades de compostos de
coordenação.

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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 Materiais

Para a realização desta prática foi necessária a utilização de tubos de ensaio e


grades para armazená-los, pipetas de Pasteur, pinça de madeira, fósforo, bico de
Bunsen e uma fonte de radiação para promover a reação fotoquímica.

3.2 Reagentes

Foram utilizados como reagentes: solução de sulfato de cobre (II), ácido


sulfúrico diluído, solução de brometo de potássio e água destilada para a realização do
Ensaio n°1 - Formação de compostos em etapas. Para o Ensaio n°2 - Estabilidade
termodinâmica utilizou-se solução de cloreto férrico, ácido clorídrico diluído, solução
de hidróxido de amônio concentrado, solução de ácido tartárico, solução de cobalto (II),
ácido clorídrico concentrado e sal de zinco. No ensaio de Inércia e Labilidade (Ensaio
n°3) utilizou-se solução de níquel (II), solução de EDTA, solução de cromo (III) e
solução diluída de ácido acético. Para o Ensaio n°4 – Reatividade do ligante
coordenado usou-se uma solução do íon complexo nitroprussiato, acetona e solução de
hidróxido de sódio. Na realização do Ensaio n°5 – Reações fotoquímicas utilizou-se
uma solução de acetato de sódio, bipiridina e solução ácida de tris(oxalato)ferrato(III)
de potássio.

3.3 Procedimento

3.3.1 Formação de Compostos em Etapas

Adicionou-se a um tubo de ensaio cerca de 2 mL de da solução de sulfato de


cobre(II) e 1 mL de H2SO4 diluído e, em seguida, dividiu-se a solução em 2 tubos . À
um dos tubos, adicionou-se gotas de uma solução de KBr saturada até não haver mais
modificações. Usou-se o segundo tubo para comparação, adicionando-se água destilada
em volumes equivalentes aos de KBr adicionados no primeiro tubo, de modo que foi
considerado o efeito de diluição. Agitou-se a solução após cada adição comparando-o
com o outro tubo. Metade do volume de cada tubo foi descartado e adicionou-se água,
em pequenas porções, até reversão do processo observado.

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3.3.2 Estabilidade Termodinâmica

3.3.2.a Cloreto Férrico

A dois tubos de ensaio, adicionou-se 1 mL de solução de cloreto férrico em HCl


diluído. Adicionou-se a um deles 1 mL da solução de hidróxido de amônio concentrado.
Ao outro tubo, adicionou-se inicialmente, 2 mL de solução de ácido tartárico e depois 1
ml da solução de hidróxido amônio concentrado. Compararam-se os fenômenos
observados nos dois tubos.

3.3.2.b Solução de Cobalto (II)

Em tubo de ensaio contendo cerca de 1 mL de solução de cobalto(II), juntou-se


algumas gotas de ácido clorídrico concentrado. Agitou-se a solução e observou-se,
adicionando em seguida alguns cristais de um sal de zinco. Agitou-se bem e observou-
se.

3.3.3 Inércia e Labilidade

Em um tubo de ensaio, misturou-se 1 mL da solução de níquel(II) e 3 mL da


solução de EDTA. Agitou-se e Observou-se. Em outro tubo de ensaio, juntou-se 1 mL
da solução de crômio(III), 1 ml da solução diluída de ácido acético e 3 mL da solução
de EDTA. Agitou-se e observou-se. A solução foi dividida em dois tubos e depois
aqueceu-se, cuidadosamente, num bico de Bunsen. Observaram-se as mudanças ao se
comparar os dois tubos.

3.3.4 Reatividade do Ligante Coordenado

Em 3 tubos de ensaio distintos, colocou-se cerca de 2 mL de solução do íon


complexo [Fe(CN)5NO]2- (íon nitroprussiato). A um dos tubos, adicionou-se 0,5 mL da
solução de hidróxido de sódio e observou-se. Num tubo de ensaio à parte, foi preparada
uma mistura contendo 0,5 mL da solução de NaOH e 0,5 mL de acetona. Adicionou-se
a solução do íon nitroprussiato à mistura e observou-se.

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3.3.5 Reações Fotoquímicas

3.3.5.a Reações Fotoquímicas Reversíveis

Esta etapa não foi realizada.

3.3.5.b Reações Fotoquímicas Irreversíveis

Em dois tubos de ensaios distintos, colocou-se 1 ml da solução de acetato de


sódio e 0,5 ml da solução de bipiridina. Adicionou-se, em seguida, 1 ml da solução
ácida de tris(oxalato)ferrato(III) de potássio. Expôs-se um dos tubos de ensaio à
radiação, comparando-o com a solução não irradiada.

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4. RESULTADOS

4.1 Formação de Compostos em Etapas

A solução de sulfato de cobre II possui uma coloração azulada e a adição de KBr


à um dos tubos de ensaio fez com que houvesse uma transição de cor do azul para o
verde e marrom após a adição de 65 gotas desse reagente. Ao tubo de ensaio no qual foi
adicionado apenas água, nenhuma mudança foi observada além do efeito da diluição,
que fez com que a cor azul inicial se tornasse mais clara.
Em solução aquosa, o sulfato de cobre II se dissolve e os íons cobre são
encontrados na forma hidratada formando o íon complexo [Cu(H2O)6]2+. As moléculas
de água agem como base de Lewis enquanto o íon Cu2+ age como um ácido de Lewis.[6]
A adição de KBr introduz um novo ligante ao sistema levando à uma reação de
substituição das moléculas ligantes de água pelo brometo. A reação de substituição de
ligante é uma reação onde uma base de Lewis (Br-) desloca outra de um ácido de Lewis
[6]
conforme mostrado abaixo:

[Cu(H2O)6]2+(aq) + 4 Br-(aq) ⇌ [CuBr4]2- (aq) + 6 H2O(l)


azul verde/amarronzado

Conforme ligantes (Br-) são adicionados a coloração passa a verde e quando


todos os ligantes de água são substituídos por (Br-) o complexo formado possui
coloração marrom. A reação que ocorre é reversível, sendo assim, uma mistura de cores
é observada devido a ambos os íons complexos estarem presentes em solução. A adição
de água faz com que os ligantes Br– sejam substituídos pelas moléculas de H2O,
revertendo a reação, de modo que a solução retoma a coloração azul inicial.

4.2 Estabilidade Termodinâmica

4.2.a Cloreto Férrico

A solução de cloreto férrico possui uma coloração amarelada e após adição HCl
nos dois tubos de ensaio não houve alteração na cor da solução. No tubo de ensaio no
qual se adicionou hidróxido de amônio concentrado, houve a formação de um
precipitado marrom. Ao tubo de ensaio que foi adicionado ácido tartárico a solução que

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inicialmente era amarelada ficou com uma cor mais intensa, nenhuma mudança foi
observada além do efeito da diluição, após adicionar hidróxido de amônio á solução.
O tubo no qual foi adicionado solução de cloreto férrico em HCl diluído e de
hidróxido de amônio concentrado foi observado a formação de um precipitado marrom
gelatinoso cuja a cor é característica do hidróxido de ferro (III).
Com Kps igual 2,0x10-39, [7] os íons formados do Fe3+ e OH- tendem a se unir,
formando um composto estável e sólido a temperatura ambiente. A reação abaixo
mostra a reação química para a formação do hidróxido de ferro (III).

[Fe(H2O)6]3+(aq) + 3 OH-(aq) → Fe(OH)3(s) + 6 H2O(l)

No tubo com adição de ácido tartárico que inicialmente era amarelo claro,
tornou-se mais escuro devido ao aumento da acidez da solução. Como o meio estava
ácido, no equilíbrio não havia em solução o complexo [Fe(H2O)6]3+ como no tubo
anterior, mas o FeCl3. Quando a solução de hidróxido de amônio foi adicionada não
houve mudança de cor, nem formação de precipitado, pois houve a formação de um
tampão, (tampão amoniacal) evitando a mudança do pH. E os íons que anteriormente se
uniram formando um composto sólido, permanecem em solução, como descrito na
reação:
FeCl3(aq) + 3 NH4OH(aq)  ⇌  Fe(OH)3(aq) + 3 NH4Cl(aq)

4.2.b Solução de cobalto (II)

A solução de cobalto possui coloração rosa, com a adição de algumas gotas de


ácido clorídrico concentrado a solução tornou-se azul. Então alguns cristais de sal de
zinco foram adicionados à solução, que após agitação e repouso, voltou a sua cor
original rosa.
O cloreto de cobalto (II) em solução aquosa apresenta-se como o íon
[Co(H2O)6]2+ de coloração rosa. A mudança da coloração rosa para azul ocorre devido
ao aumento da concentração de íon cloreto, portando o equilíbrio se desloca para a
formação do [CoCl4] 2- mudando a cor da solução. Esse efeito se deve ao principio de
Le Chatelier que nos diz “Se um sistema em equilíbrio é perturbado por uma alteração
na concentração, temperatura ou pressão de um dos componentes, o sistema deslocará a
sua posição de equilíbrio de forma a contrabalancear o efeito da perturbação”.[7]
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[Co (H2O)6]2+(aq) + 4 Cl- (aq) ⇌ [CoCl4] 2- (aq) + 6 H2O(l)
rosa azul
- [1]
O ligante Cl é de campo fraco, é considerado mais fraco que a água , em
contra partida, na medida em que HCl é adicionado aumenta a concentração de HCl e a
de H2O diminui podendo então o Cl- ligar-se ao cobalto. Com adição de HCl as
moléculas de H2O são substituídas por íons de cloreto em uma estrutura tetraédrica.
Com a adição do sal de zinco houve o retorno da cor rosa à solução, que indica
uma nova troca de ligantes pela formação do complexo tetraclorozinco (II) e do
complexo hexaaquocobalto (II).

[Co(Cl)4]2-(aq) + [Zn(OH2)6]2+(aq) ⇌ [Co(H2O)6]2+(aq] + [Zn(Cl)4]2-(aq)


azul rosa

4.3 Inércia e Labilidade

Em soluções aquosas, o íon níquel (II) encontra-se coordenado a moléculas de


água em uma geometria octaédrica, formando o íon complexo [Ni(H2O)]2+, de
coloração verde. O EDTA adicionado à solução age como um ligante complexando o
íon níquel (II) e a cor da solução torna-se azul:

Ni2+ + [EDTA]4- → [Ni(EDTA)]2-

Complexos de metais d com configurações d3 e d6 de spin baixo – tais como


complexos de Cr(III), Fe(II) e Co(III) – são geralmente não lábeis, uma vez que
apresentam valores elevados de EECL. Esse valor alto confere estabilidade adicional ao
complexo em comparação com um íon metálico equivalente, cuja subcamada d se
encontra totalmente preenchida.[4]
Metais como o cromo são pequenos e seus raios reduzidos e, por consequência,
possuem uma força de ligação maior, dificultando a troca do ligante em uma reação.
Complexos de configuração d3 e d6 baixo-spin são inertes, pois possuem larga
EECC. Caso os ligantes sejam quelatos os complexos são considerados ainda mais
[3]
inertes. Nesses casos as reações só ocorrem com fornecimento de energia, forçando
para que haja a mudança dos ligantes com o metal, essa troca é notada, pela variação de
cor da solução. No caso do cromo, a solução inicialmente azul foi aquecida usando o
bico de Busen, e tornou-se roxa.
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4.4 Reatividade do Ligante Coordenado

Ao adicionar NaOH à solução do íon nitroprussiato observou-se uma mudança


da coloração laranja, proveniente da solução do íon complexo, para marrom. A
reatividade do íon nitroprussiato está associada ao ligante NO coordenado ao complexo
e a adição de OH- ao íon nitroprussiato resulta no composto [Fe(CN)5(NO2)]4-,
conforme a reação:

[Fe(CN)5(NO2)]2- (aq) + 2 OH-(aq) → [Fe(CN)5(NO2)]4- (aq) + H2O(l)

Ao realizar o outro ensaio no qual uma mistura de acetona e hidróxido de sódio


foi preparada e adicionada ao tubo contendo a solução do íon complexo, observou-se
uma mudança na coloração da solução de laranja para vermelho vivo. Em presença de
base, a acetona é convertida em CH3COCH2- que reage com os íons nitroprussiato
formando um composto altamente colorido:

Em ambas as reações houve uma adição ao ligante NO coordenado no


complexo. O monóxido de nitrogênio é um radical (Figura 1), mas o complexo
Na2[Fe(CN)5(NO2)] é diamagnético; a distância da ligação N–O é de 113 pm – menor
do que a do radical – e o estiramento da ligação ocorre em um comprimento de onda de
1947 cm-1, sendo maior do que no NO livre.[8] Sendo assim, o NO presente no complexo
se apresenta como um ligante [NO]+ (mais reativo) e, consequentemente, o ferro
apresenta um número de oxidação 2+.

Figura 1. Estrutura do monóxido de nitrogênio.[8]


(Fonte: Livro Inorganic Chemistry, p. 721)

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4.5 Reações Fotoquímicas

4.5.a Reações Fotoquímicas Irreversíveis

Ao adicionar a solução de tris(oxalato)ferrato(III) de potássio à mistura contendo


acetato de sódio e bipiridina, a solução ácida de coloração inicial verde tornou-se
alaranjada e, ao ser exposta à radiação, observou-se uma mudança na coloração para
vermelho. Em solução, o sal encontra-se dissociado na forma de [Fe(C2O4)3]3-. Ao
incidir luz sobre a solução tem-se que o composto sofre fotorredução, absorvendo um
fóton de luz e se decompondo em [Fe(C2O4)2]2− e CO2 [9]:

2 [Fe(C2O4)3]3− + luz → 2 [Fe(C2O4)2]2− + 2 CO2 + C2O2−4

Na reação, tem-se o ferro no estado de oxidação 3+ sofre redução indo para Fe2+
enquanto o oxalato é oxidado à dióxido de carbono. No entanto, ainda não se conhece
[10]
todas as etapas dessa fotorredução. De acordo com a literatura , especula-se que a
fotoexcitação na região UV induz a transferência de carga do ligante para o metal
seguido pela clivagem da ligação ligante-metal.

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5. CONCLUSÃO

Diante dos conhecimentos prévios das reações dos complexos em solução foi
possível verificar as suas propriedades e fixar conceitos envolvidos na formação e na
reatividade dos complexos. O método com reações qualitativas permitiu de forma
indireta a percepção dessas propriedades pelas mudanças de coloração servindo de
confirmação para o que era esperado diante do estudado anteriormente. O método
utilizado permite um resultado de fácil percepção e apresenta baixo custo para realizá-
lo, devido as pequenas quantidades utilizadas além de fácil manipulação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. São Paulo: E. Blücher, 1999. p106.

[2] Xavier, Fernando R. "Reatividade De Complexos: Aspectos Cinéticos." UDESC.


2014. Disponível em:
<http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/frxavier/materiais/Aula_5___Reativid
ade_de_complexos___Aspectos_Cin_ticos.pdf> Acessado em: 09/09/2016.

[3] SHRIVER, D. F.; [et.al], tradução: Roberto de Barros Farias. Química inorgânica. 4.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. p 513

[4] JONES, J. C.,tradução: Maria D Vargas. A Quimica dos Elementos dos Blocos d e f.
ed. Porto Alegre: Bookman 2002. p. 88,89,105

[5] PIERRE, T. D. S. Reações Fotoquímicas. Disponível em <http://web.ccead.puc-


rio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_reacoes_fotoquimicas.pdf>
Acessado em 08/09/2016.

[6] SHRIVER, D. F.; [et.al], tradução: Roberto de Barros Farias. Química inorgânica. 4.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. p 513

[7] ATKINS, P.W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida


moderna e o meio ambiente. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 584p.

[8] CATHERINE, E. Housecroft; Alan G. Sharpe (2008). "Chapter 22: d-Block metal
chemistry: the first row metals". Inorganic Chemistry (3rd ed.). Pearson. p. 721.

[9] Pozdnyakov, Ivan P., and Oksana Kel, V. "New Insight into Photochemistry of
Ferrioxalate." Diss. Institute of Chemical Kinetics and Combustion, 2008. Abstract. -
The Journal of Physical Chemistry A (ACS Publications). Disponível em <
http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jp8040583?journalCode=jpcafh>. Acessado em
06/09/20116.

[10] Y. Ogi, Y. Obara, S. Y. Liu, N. C.-M. Bartlett, N. Kurahashi, S. Karashima, T.


Togashi, Y. Inubushi, Slavíček, and T. Suzuki "Ultraviolet Photochemical Reaction of

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Absorption Spectroscopy Using an X-ray Free Electron Laser." AIP Scitation.
Structural Dynamics, 2015. Disponível em <
http://scitation.aip.org/content/aca/journal/sdy/2/3/10.1063/1.4918803>. Acessado em
06/09/2016.

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