Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO
Acredita-se que uma síndrome restritiva possa ser desencadeada pelo acúmulo de
gordura abdominal e ao redor do tórax, ocasionada pela obesidade mórbida, e isto possa
afetar os volumes pulmonares, o volume de reserva expiratório (VRE) e a capacidade
residual funcional (CRF), além de promover disfunções na relação ventilação/perfusão
pela hipoxemia de repouso e de decúbito dorsal provavelmente devido ao fechamento
de pequenas vias aéreas observado neste tipo de doente.
Existem duas bases de análise de composição corporal indicada para o obeso mórbido,
de forma prática e para controle contínuo, já que outras modalidades inviabilizam pelo
seu elevado custo ou estrutura necessária (DEXA, Ressonância, Pesagem
Mulheres:
Homens:
(PCT = Peso Corporal Total em kg; Est = Estatura em cm; Cin Abd = Circunferência
do Abdome em cm)
Massa Corporal Ajustada para Homens (Massa Magra) = Massa Ideal + [(Massa
Real – Massa Ideal) x 0,32]
Massa Corporal Ajustada para Mulheres (Massa Magra) = Massa Ideal + [(Massa
Real – Massa Ideal) x 0,38]
• Massa Corporal Ideal = (45,4 kg para os primeiros 154 cm) + (2,3 kg para
cada 2,54 cm adicionais)
São importantes para a correlação da perda da massa magra pós-operatória, pois a sua
diminuição pode concorrer com a perda deste tecido ativo, que pode comprometer a
situação endócrino-metabólica do paciente.
Fig. 19 Nomograma de Superfície Corporal baseado na Fórmula de: Dubois, EF. Basal metabolism in
health and disease. Philadelphia: Lea & Febiger, 1936. Em McArdle, WD; Katch, FI; Katch, VL.
Fisiologia do Exercício: Energia Nutrição e Desempenho. 5 Ed. p.196. Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro. 2003.
Dessa forma, a taxa metabólica basal do obeso mórbido pode ser considerada:
Como existe uma relação direta entre o consumo de oxigênio e a frequência cardíaca
nas faixas trabalhadas com os obesos mórbidos, transformando o resultado do VO2
Máximo em quilocalorias e sabendo a média da frequência cardíaca do exercício,
calcula-se o gasto calórico da atividade.
Esta fase, compreendida entre a alta do paciente e a liberação para exercícios físicos
mais intensos, que normalmente acontece por volta de 30 dias após a cirurgia, permite
que o fisioterapeuta comece a utilizar efetivamente os parâmetros das avaliações
metabólicas realizadas no período pré-operatório.
A importância desta fase reside em manter um volume de atividade física que seja capaz
de acompanhar a demanda nutricional imposta, sem comprometer a massa magra do
paciente. Dessa forma, a conduta cinesioterapêutica eleita é mais uma vez a Musculação
Terapêutica (cinesioterapia contra-resistida), pois as valências físicas força e
flexibilidade são normalmente as mais comprometidas no paciente portador de
obesidade mórbida. Esta metodologia permite que se calcule o valor do gasto calórico
mínimo de exercício, facilitando o controle da construção de massa magra e evitando a
sua perda, contribuindo para a interação com os profissionais de nutrição.
Ao término desta fase, que pode se estender por até 6 meses em função das
comorbidades ora apresentadas pelo paciente, o fisioterapeuta tem condições de
encaminhar o paciente para a atuação do profissional de educação física, com
parâmetros bem definidos. A evolução calorimétrica do paciente obeso mórbido é de
vital importância para a monitorização de sua saúde metabólica, e a atuação do
profissional fisioterapeuta no universo da cirurgia bariátrica, ressaltando o sistema
cardiopulmonar e o sistema músculo-esquelético, pode ser norteada por essa vertente.
ANJOS LA. Índice de massa corporal como indicador do estado nutricional de adultos:
revisão de literatura. Rev Saúde Pública 1992; 26:431-6.
WAITZBERG, DL. Nutrição Oral , Enteral e Parenteral na Prática Clínica, 3ed. Rio de
Janeiro, Atheneu, 2000.
BOPP, DS; NASSIF, PAN; ZEGHI, AA; MATOS, L; METZGER, FM; WENDLER, E
Perfil do Paciente obeso com indicação para cirurgia bariátrica. In: VI Congresso
Brasileiro de Cirurgia da Obesidade, Iv Curso Básico de Cirurgia bariátrica, III
Simpósio Interdisciplinar da Cirurgia da Obesidade, 2004, Rio de Janeiro. Boletim
Bimestral Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica - Suplemento, 2004. v. 9. p. 56-
58.
BOPP, DS; NASSIF, PAN; FERRAZ, FL; CARPES, MF; MENDES, LFK;
MALAFAIA, O. Prova de função pulmonar em pacientes obesos . In: VI Congresso
Brasileiro de Cirurgia da Obesidade, Iv Curso Básico de Cirurgia bariátrica, III
Simpósio Interdisciplinar da Cirurgia da Obesidade, 2004, Rio de Janeiro. Boletim
Bimestral Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica - Suplemento, 2004. v. 9. p. 58-
59.
BOPP, DS; NASSIF, PAN; FERRAZ, FL; CARPES, MF; CZECZKO, NG; RIBAS
FILHO, JM. Avaliação da Força e endurance da musculatura respiratória em pacientes
submetidos a gastroplastia. In: VI Congresso Brasileiro de Cirurgia da Obesidade, Iv
BOPP, DS; LUCAS, RWC; NASSIF, PAN; GONÇALVES, AR; RIBAS FILHO, JM;
GAMA, MR. Método Strength Training Strategies (STS) de musculação terapêutica
aplicada a pacientes submetidos a gastroplastia. In: VI Congresso Brasileiro de Cirurgia
da Obesidade, Iv Curso Básico de Cirurgia bariátrica, III Simpósio Interdisciplinar da
Cirurgia da Obesidade, 2004, Rio de Janeiro. Boletim Bimestral Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica, 2004. v. 9. p. 48-51.
BRAMBILLA P. Body mass index in patients with unusual proportions [letter to editor]
Am J Clin Nutr 1997; 66: 1295.
BRAY GA. An atlas of obesity and weight control. Informa Healthcare, 2004.
CUTTS ME, DOWNDY RP, ELLERSIECK MR, EDES TE. Predicting energy needs in
ventilator-dependemt critically ill pacients:effect of adjusting weight for edema or
adiposity. Am J Clin Nutr. 1997;66:1250-6.
FRANKLIN MF. Comparison of weight and height relations in boys from 4 countries.
GARN SM, LEONARD WR, HAWTHORNE VM. Three limitations of the body mass
index. Am J Clin Nutr 1986; 44: 996-7.
JEBB SA, PRENTICE AM. Assessment of human energy balance. J Endocrinol 155:
183-5. 1997.
LOHMAN, TG. Exercise training and body composition in childhood. Can J Sport Sci,
Dec,17(4):284-7, 1992.
MALINA RM, KATZMARZK PT. Validity of the body mass index as an indicator of
the risk and presence of overweight in adolescents. Am J Clin Nutr 1999; 70: S131-6.
MCLAREN, OS. Three limitations of body mass index. Amer. J. clin. Nutr., 46:121,
1987.
MICHIELUTTE R, DISEKER RA, CORBETT WT, SCHEY HM, UREDA JR. The
relationship on body mass index. Am J Clin Nutr 2000; 72: 694-701.
ORIA, H. E.; MOOREHEAD, M.K. Bariatric analysis and reporting outcome system
(BAROS). Obes Surg. v. 8, n. 5, p. 487-499, 1998.
POLLOCK, ML.; WILMORE, JH. & FOX III, SM. Função musculoesquelética. In:
Exercícios na saúde e na doença. Rio de Janeiro: Ed. Medsi. p.135-153, 1986.
RUSH EC, PLANK LD, LAULU MS, ROBINSON SM. Prediction of percentage body
fat from anthropometric measurements: comparison of New Zealand European and
Polynesian young women. Am J Clin Nutr 1997; 66:2-7.
SINCLAIR D. Human Growth after Birth. 3 rd ed. London: Oxford University Press,
1978.
WILLETT WC, DIETZ WH, COLDITZ GA. Guidelines for healthy weight. N Engl J
Med 1999; 341: 427-34.