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IGREJAS NEOPENTECOSTAIS
COMUNIDADE EVANGÉLICA, , IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS, IGREJA
INTERNACIONAL DA GRAÇA DE DEUS E RENASCER EM CRISTO
INTRODUÇÃO
3) O uso de textos isolados. Talvez seja esse o maior motivo para tanta heresia
nas igrejas neopentecostais. Quando se costuma usar textos isolados de seus
respectivos contextos, normalmente se obtém todo tipo de ensino. Não é à toa
que a maior característica das seitas heréticas é que elas utilizam-se de textos
isolados da Bíblia para justificar suas heresias.
Na verdade, não somente os neopentecostais mas também os crentes em
geral dificilmente estão preocupados com o contexto de qualquer trecho da Bíblia.
Não se preocupam em analisá-lo com cuidado ou compará-lo com outros textos
que falem sobre o mesmo assunto. Um exemplo disso pode ser visto no uso que
se faz de Mc 11.22-24. Todos gostam de citar esse texto, mas ninguém quer
saber de ler outros versos da Bíblia que tratam do mesmo assunto e nos ajudam a
entender melhor a doutrina bíblica sobre oração (dê uma olhada em Tg 4.3 e 1 Jo
5.14).
Características básicas:
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A Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra teve início com uma forma de
governo congregacional, sistema em que os membros da igreja é que tomam as
decisões, por meio de assembléias. Porém, em 1997 foi adotado o sistema
episcopal. Nesse caso, é o pastor ou bispo que decide tudo na igreja.
A maior parte dos membros das comunidades evangélicas é de classe
média.
A denominação não obriga seus pastores a cursarem teologia. O máximo
que pode acontecer é que a liderança forneça um breve curso bíblico de seis
meses a um ano.
A igreja também dá grande ênfase à parte musical. Investem em bons
músicos, bons instrumentos e num repertório musical bastante animado.
Por fim, os pastores das comunidades evangélicas são consagrados ao
ministério juntamente com suas esposas. Em outras palavras, é o casal que
pastoreia a igreja. Logo, é comum vermos a mulher do pastor sendo chamada de
“pastora”.
Características básicas:
A Igreja Universal do Reino de Deus teve início com uma forma de governo
congregacional, sistema em que os membros da igreja é que tomam as decisões,
por meio de assembléias. Porém, logo em 1980, três anos após a sua fundação,
ela adotou o sistema episcopal. Nesse caso, é o pastor ou bispo que decide tudo
na igreja. Note que isso aconteceu logo após a saída de R. R. Soares.
A maior parte dos membros da IURD é da classe baixa.
A denominação não obriga seus pastores a cursarem teologia. De fato, a
Universal chegou a abrir um seminário, mas fechou-o logo depois. Atualmente
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existe o Instituto Bíblico Universal, com duração de 6 meses, mas não é algo
obrigatório.
O ponto forte da Universal é que ela se propõe a resolver todos os
problemas terrenos dos fiéis. Chegou até a criar um calendário que deve ser
cumprido por Deus rigorosamente da seguinte maneira: segunda-feira – soluções
sobrenaturais para quem deseja prosperidade; terça-feira – cura física; quarta-
feira – culto de adoração ao Espírito Santo; quinta-feira – soluções de problemas
familiares e afetivos; sexta-feira – libertação espiritual e exorcismos; sábado – a
mesma coisa de segunda: oferece soluções sobrenaturais para quem deseja
prosperidade; e domingo – a mesma coisa de quarta: culto de adoração ao
Espírito Santo.
Como se vê, essa igreja fica aberta todos os dias da semana, à disposição
dos seus membros e outros interesseiros, ou melhor, interessados na sua
mensagem.
A IURD é uma igreja que se aproveita grandemente da superstição do povo
brasileiro. Seus pastores vendem1 água do rio Jordão, fitinhas ungidas, areia do
Sinai, óleo “santo” de Israel, garrafinha com água dentro etc. Inclusive, há muitas
outras coisas que são feitas com água. Eles dizem, por exemplo, que se você orar
e beber um copo d’água, após a oração, seu pedido será atendido.
Por fim, essa denominação investe pesado em soluções mágicas e
fantasiosas para resolver os problemas dos crentes. Veja um exemplo de como os
seus líderes usam a Bíblia. Certa igreja universal pegou o texto que narra a
história de Josué e a queda das muralhas de Jericó (Js 6) e fez o seguinte:
primeiro, construiu uma muralha de papelão, dizendo que essa muralha
representava os inimigos do povo de Deus, inimigos como a falta de dinheiro, o
desemprego, as doenças etc. Depois, o pastor da igreja mandou seus membros
rodearem essa muralha sete vezes. Na sétima vez, essa muralha era derrubada,
simbolizando a queda ou derrota de todos os problemas. Em outras palavras, eles
“representam” ou “fazem uma encenação” dos textos bíblicos, como se a igreja
fosse um teatro, além de interpretar esses textos de uma forma altamente
figurada. Preciso dizer mais?
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Ou, como eles dizem, fazem uma doação em troca de uma oferta voluntária.
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esposa é irmã de Edir Macedo. Por isso mesmo os dois passaram a ser grandes
amigos. Ficaram tão unidos que saíram da Nova Vida juntos, foram consagrados
pastores na Casa da Bênção, fundaram a Cruzada do Caminho Eterno, e, em
1977, fundaram a Igreja Universal do Reino de Deus. Por fim se separaram, no
fim dos anos 70, e R. R. Soares fundou a sua própria denominação, a Igreja
Internacional da Graça de Deus, em 1980.
À semelhança de Edir Macedo, R. R. Soares também não tem formação
teológica. Contudo, ele tem curso superior. É bacharel em direito pela
Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro.
Características básicas:
A Igreja Internacional da Graça de Deus se parece muito com a Universal.
Nada mais natural, se considerarmos que R. R. Soares foi um dos fundadores da
IURD. Note as semelhanças entre elas: ambas adotam uma agenda semanal,
abrindo suas portas diariamente aos membros e visitantes que se interessem por
sua mensagem; ambas pregam curas, exorcismos e prosperidade; ambas utilizam
bastante a TV e possuem pastores jovens com pouco preparo teológico. Na
verdade, os pastores da Igreja Internacional recebem um curso bíblico de 12
meses.
A diferença fundamental entre a Igreja Internacional e a IURD é que a
Universal é bem mais agressiva em sua mensagem. Já a Igreja de R. R. Soares é
bastante tímida, limitando-se a enfatizar especialmente o “dom de cura” do seu
fundador. De fato, R. R. Soares se apresenta como um especialista em curar
dores de ouvido, reumatismo, caroços “invisíveis”, enfim, tudo aquilo que não se
pode verificar com facilidade.
O fato de a Igreja Internacional ser mais tímida em sua mensagem não
significa que ela creia menos na teologia da prosperidade do que a Universal.
Pelo contrário. R. R. Soares defende veementemente que o crente verdadeiro não
pode ficar doente. Caso fique, é porque não está sabendo como fazer uso de sua
fé. Além disso, essa igreja dá grande ênfase ao recolhimento de dízimos e
ofertas, como faz a Universal.
Características básicas:
A Igreja Renascer teve início em 1986 com uma forma de governo
congregacional, sistema em que os membros da igreja é que tomam as decisões,
por meio de assembléias. Porém, em 1995 (9 anos depois), ela adotou o sistema
episcopal. Nesse caso, é o pastor ou bispo que decide tudo na igreja. O “cabeça”
de toda a denominação é, teoricamente, o Bispo Estevam Hernandes, que no
mesmo ano de 1995 ganhou o título de apóstolo, para enfatizar sua posição
superior. Parece, porém, que, na prática, quem manda é a Bispa Sônia, sua
esposa. É ela que representa a liderança da Igreja Renascer em praticamente
todos os lugares. Sua imagem está em todas as capas de CDs da Igreja. É ela
quem vai em todas as entrevistas de TV. É ela quem defende a denominação em
todas as questões. Quando Estevam aparece, é somente para acompanhar a
esposa.
Na Igreja Renascer todas as esposas de pastores são co-pastoras. Na
verdade, 10% dos pastores da igreja são mulheres. Essas pastoras seguem o
exemplo de sua líder maior, a Bispa Sônia. A maioria delas se veste muito bem,
com roupas chiques e modernas.
Quanto ao preparo teológico, a Igreja oferece para seus líderes a chamada
Escola de Profetas, com duração de dois ou três anos.
“mergulhar” uma pessoa na água? Por acaso nós fomos mergulhados no Espírito?
Claro que não. Quando se refere ao batismo com o Espírito Santo, a Bíblia diz
que o Espírito “desce” ou é “derramado” sobre a pessoa (At 1.8; 2.1-4, 12-18, 32 e
33; 8.14-16; 10.44, 45; Tt 3.5, 6). Logo, se quisermos representar esse batismo
corretamente, teríamos de derramar água sobre a cabeça da pessoa, em vez de
mergulhar essa pessoa na água.
Cremos, portanto, que quando uma pessoa entrava nas águas do rio
Jordão, era para ser batizada por efusão ou aspersão, não por imersão. O fato de
um indivíduo “entrar” no rio não quer dizer, necessariamente, que ele mergulhava.
Se fosse assim, teríamos de admitir que João Batista mergulhava também, ou que
Filipe mergulhou junto com o eunuco etíope (At 8.36-39).
Os argumentos usados pelos batistas e pentecostais para justificar o
batismo por imersão são poucos e fracos. O primeiro argumento é que,
segundo eles, o verbo grego baptízo (que traduzimos por “batizar”) significa
“imergir ou mergulhar”. Ora, se isso realmente fosse verdade, não haveria nem
discussão sobre o assunto. O fato é que esse verbo pode significar “imergir” tanto
quanto “aspergir”. A prova disso pode ser obtida em dois textos do Novo
Testamento, nos quais ele é traduzido como “aspergir” ou “lavar” (Mc 7.1-5, esp.
v. 4; Lc 11.37, 38). Portanto, é o contexto que decide que tradução deve ser
utilizada, visto que o termo não se limita a apenas um significado. Se esse verbo
só pode significar “imergir”, como dizem os batistas e os pentecostais, vamos
substituir a palavra “batizados”, em 1 Co 10.1, 2 por “imergidos” ou
“mergulhados”. Será que o povo de Deus mergulhou no Mar Vermelho? Veja Ex
14.22, 29. O máximo que pode ter acontecido ali é que a água do mar tenha
respingado sobre o povo de Israel. Experimente fazer a mesma substituição em 1
Pd 3.20, 21 e responda à seguinte pergunta: a arca de Noé mergulhou ou
afundou nas águas do dilúvio? Claro que não. Porém, podemos dizer que as
águas do dilúvio caíram sobre a arca, em forma de chuva.
Temos ainda um apoio histórico para o batismo por aspersão ou efusão.
Há muitos desenhos, gravuras e pinturas de cenas de batismos cristãos mais
antigos (do 2º e 3º Séculos), os quais retratam o derramamento de água sobre o
batizando. Figuras e pinturas das catacumbas romanas, por exemplo, mostram
dois homens dentro de águas rasas, mais ou menos até seus calcanhares, ou às
vezes mais profundas, até as cinturas, com um deles derramando água sobre a
cabeça do outro, com uma concha ou vaso. Há também um quadro famoso, do 2º
Século, que representa João Batista e Jesus de pé, dentro do rio Jordão, e João
derramando água sobre a cabeça do Mestre. Esse quadro se acha atualmente em
Ravena, na região de Emília, Itália. Aliás, você já imaginou o que seria de João
Batista se ele tivesse de batizar por imersão todas as multidões que iam ao seu
encontro (Mt 3.5, 6; Mc 1.5)? Só sendo um super-homem...
Além disso, há casos no NT em que o batismo por aspersão ou efusão é
muito mais provável de ter ocorrido do que o batismo por imersão: 1) At 2.37-41.
Jerusalém nunca teve rio, açude ou qualquer depósito de água conveniente para
imergir 3 mil pessoas; 2) At 9.17-19 Cf. 22.16. Paulo ficou de pé para ser
mergulhado? 3) At 10.47, 48. Pedro, ao pedir que trouxessem água, estaria
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ocorre em nosso interior. Havendo água que simbolize o Espírito, damo-nos por
satisfeitos. O modo de esse batismo ser feito não deve ser uma razão para dividir
irmãos em Cristo, pois a quantidade de água não interessa. Se a quantidade é tão
importante como dizem os batistas e pentecostais, deveríamos nos batizar
embaixo de cachoeira.
batismo infantil. Por ex., Tertuliano (nascido em 155, menos de 60 anos depois da
morte de João), Justino Mártir (130), Irineu (180) e Orígenes, nascido e batizado
em 185 dC, que disse: “A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de batizar até
os bebês”. Tertuliano já havia dito que o batismo era uma prática da igreja
primitiva e Agostinho também iria confirmar, posteriormente, que essa prática
vinha desde os tempos apostólicos. Até hereges, como Pelágio, afirmavam que
isso era um fato.
O argumento principal dos pentecostais (e dos batistas também, é
claro) para rejeitar o batismo infantil é que, segundo eles, o batismo só pode
ser ministrado a alguém que tenha condição de exercer fé. Citam, como prova, as
seguintes palavras de Jesus: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém,
não crer será condenado” (Mc 16.16). Contudo, Jesus não estava pensando em
incluir ou rejeitar as crianças do batismo quando disse essas palavras. Tanto é
que Ele afirma: “... quem, porém, não crer será condenado”. Ora, crianças não
têm capacidade de crer. Isso quer dizer que elas serão condenadas? Lógico que
não. Jesus está pensando especificamente no batismo dos adultos que viriam a
ser evangelizados. Veja o texto a partir do verso 15: “Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda criatura”. Note que Jesus está pensando primeiramente
naqueles que têm a capacidade de ouvir a pregação do evangelho, nos homens
ou mulheres que são capazes de exercer fé. É diante desse contexto que o
Mestre nos diz: “Quem crer – ou seja, quem crer na mensagem do evangelho – e
for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado”. Portanto, Jesus
está falando sobre o batismo de adultos, ou pelo menos de pessoas que já
tenham a capacidade de compreender a mensagem do evangelho e exercer fé
nessa mensagem. O texto não fala nada sobre o batismo de crianças, nem contra
e nem a favor, justamente porque a criança não pode compreender a mensagem
do evangelho e nem mesmo exercer fé por ocasião do batismo. Ela tem de ser
batizada sem uma profissão de fé, à qual deverá ser adiada para quando ela
estiver na idade da razão.
fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda
boa obra“ (2 Tm 3.16, 17). Será que estamos buscando algo além da perfeição?
Devemos nos conformar à revelação escrita e ter nela a nossa única regra de fé e
de prática (Sl 119.9-11 e 98-105; Os 4.6; Mt 22.29; Jo 5.39; At 17:11; 2 Tm 4.3,
4).
O problema de muitos crentes é que eles não têm conhecimento suficiente
da Palavra de Deus para extraírem dela a orientação de que precisam. Além
disso, somos muito imediatistas e acomodados. Se pudermos obter uma
orientação sem leitura e dedicação, apenas consultando um desses “profetas de
plantão”, por que iríamos nos dar ao trabalho de estudar a Palavra de Deus?
Visões, revelações ou sonhos foram úteis enquanto a Bíblia estava sendo
formada. Contudo, uma vez que as Escrituras Sagradas foram terminadas,
revelando até mesmo o que ocorrerá no fim dos tempos (veja o livro do
Apocalipse), não há qualquer sentido em esperarmos qualquer tipo de nova
revelação, nem para a nossa vida presente e nem para o futuro.
quando formos nos dirigir ao Deus triúno, devemos normalmente mencionar o Pai,
pois Ele é que representa a Trindade em nossa relação com a divindade. A
mesma coisa acontece no culto. Quando adoramos a Deus em um culto público
ou particular, normalmente nos dirigimos ao Pai, pois é Ele que representa a
Trindade em nossa relação com a divindade. Por isso também é que Jesus disse
que o Pai procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23).
Isso não quer dizer, porém, que não podemos fazer orações para Cristo.
Há instruções e exemplos sobre isso em pelo menos dois textos: Jo 14.13, 14 e At
7.59, 60. Só quero chamar a atenção para o fato de que a regra geral é que
oremos ao Pai, mas não é errado orar para o Filho.
Com respeito ao Espírito Santo, a situação é mais delicada. Embora Ele
seja Deus, não há nenhuma instrução ou exemplo bíblico de que a igreja tenha
orado para o Espírito Santo. Na verdade, a Bíblia diz que é o Espírito Santo quem
intercede por nós, e faz isso com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). Mesmo assim,
não considero que seja errado orarmos ao Espírito, mas entendo que essa não é
uma prática recomendada nas Escrituras. Devemos ter em mente que o Pai
representa a Trindade quando estivermos orando ao Deus triúno. Quando
queremos inventar de orar às três pessoas da trindade ao mesmo tempo,
geralmente fazemos confusão. Já vi crente orando assim: “Ó Pai, o Senhor
morreu na cruz em nosso lugar e te louvamos por isso...” Ora, quem morreu na
cruz não foi o Pai, não, foi o Filho. Esse tipo de erro só acontece porque
queremos orar às três pessoas ao mesmo tempo, ignorando que o Pai representa
todas as três.
Diante disso, como ficam esses exageros das igrejas pentecostais em
colocar o Espírito à frente de tudo? A Igreja Universal do Reino de Deus, que é
uma igreja neopentecostal, até adotou a figura de uma pomba como emblema da
denominação, como se ela fosse a “igreja do Espírito Santo”. Inclusive, há até
cultos de adoração ao Espírito Santo nessa denominação. Onde é que se vê isso
na Bíblia? Onde é que se vê a ênfase em uma das pessoas da Trindade em
detrimento das outras? E como fica a representação do Pai?
Em terceiro lugar, essa ênfase no Espírito nos impede de
conhecermos melhor as outras pessoas da Trindade. Você já observou que
essa ênfase no Espírito Santo tem feito com que a maioria das igrejas só se
preocupe em estudar sobre as coisas relacionadas a Ele, como, por exemplo, os
dons espirituais, o batismo com o Espírito Santo (que já estudamos), os frutos do
Espírito Santo, a batalha espiritual e o poder do Espírito para vencê-la?
Mas o que sabemos sobre os ofícios de Cristo, ou melhor, o que sabemos
dos papéis de Jesus como profeta, sacerdote e rei? O que sabemos sobre as
duas naturezas de Cristo, a natureza humana e a natureza divina? O que
sabemos de Deus Pai e da Sua relação com o Filho desde a eternidade? O que
sabemos sobre os atributos de Deus, atributos como a onisciência, onipotência,
onipresença, soberania, imutabilidade, santidade, fidelidade, bondade, paciência,
graça, misericórdia, amor e ira?
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Queremos passar a vida toda estudando sobre o Espírito? Tudo bem. Mas
vamos incluir as outras pessoas da Trindade em nossos estudos, e tratar esse
assunto de uma forma equilibrada.
“demoníaco” que vem sobre nós. Há uma verdadeira neurose com respeito à ação
do diabo.
Porém, a Bíblia diz que o diabo não pode tocar no crente sem a permissão
divina (veja o exemplo de Jó, em Jó 1.6-12; 2.1-6). Inclusive, o diabo também não
pode nos tentar além de nossas forças, além do que possamos suportar (1 Co
10.13). Se o crente está achando que o diabo está muito perigoso, é porque esse
crente não está vigiando o suficiente, não está resistindo como deveria, por meio
da oração e da meditação na Palavra de Deus. A Bíblia diz: “Resisti ao diabo, e
ele fugirá de vós” (Tg 4.7).
Outra coisa: nem todo mal vem do diabo. Aquilo que normalmente é
chamado de maldição pode ser traduzido como castigo, e a Bíblia diz que é Deus
quem amaldiçoa (ou castiga) os desobedientes (Dt 28.15-24). Note, pelo texto
lido, que é Deus quem manda a maldição e outros males. Não é o diabo, não (vs.
20-22). Deus faz isso porque Ele não fica fazendo vista grossa para os nossos
pecados. Por isso é que Paulo diz: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba;
pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Deus pune os
desobedientes, sejam crentes ou não-crentes (Rm 1.18; Hb 10.26, 30 e 31). Outra
razão porque Deus permite dificuldades e problemas, na vida do crente, é para
testar a fidelidade desse crente. Não foi isso que aconteceu com Jó (1.9-12; 2.3)?
O próprio Jó reconheceu que os males que vinham sobre sua vida eram de
origem divina (2.9, 10). Ora, como mostraremos a Deus nossa fidelidade se não
formos testados? Inclusive, há crentes que só buscam a Deus quando passam por
uma enfermidade, falta de dinheiro, problemas sentimentais etc. Um terceiro
motivo porque Deus permite ou manda o mal em nossa vida é para que sejamos
aperfeiçoados. Foi por isso que Deus deixou que Paulo continuasse com um
espinho na carne, para que ele “não se ensoberbecesse” ou “se exaltasse” diante
das grandezas das revelações que tinha recebido da parte de Deus (2 Co 12.7-9).
Tem crente por aí que, sem saber, está querendo quebrar coisas vindas de Deus,
e não do diabo.
A Bíblia também diz que se vier alguma maldição que não faça parte dos
propósitos de Deus para nossa vida, simplesmente ela não terá qualquer efeito
sobre nós (veja o caso de Balaão, em Nm 22.1-6; 23.5-23, 27; 24.2, 3, 5, 8-13; Pv
26.2 diz que “a maldição sem causa não se cumpre”). Ou seja, Deus só permite
que venha qualquer castigo sobre a nossa vida se houver um motivo justo, de
acordo com seus santos propósitos, ou se nós mesmos, pela nossa negligência
na santificação, estivermos cedendo às tentações de Satanás.
As igrejas neopentecostais deveriam ensinar aos seus membros que há
segurança para aquele que é guardado sob o poder de Deus, ao mesmo tempo
em que deveria enfatizar a necessidade de se levar os mandamentos de Deus a
sério. Afinal, Deus realmente amaldiçoa (castiga) os desobedientes. Sejam
crentes ou não. “De Deus não se zomba”.
e é bem possível que se ache algo a respeito nos livros da Editora Koinonia, a
livraria que pertence ao Pr. Robson Rodovalho.
Para quem não sabe do que estou falando, maldição hereditária é aquele
ensino que diz ser um homem punido pelos pecados de seu pai, avô ou até, quem
sabe, de seu tataravô. Em outras palavras, se fulano está sofrendo um aparente
castigo, pode ser porque ele está sendo castigado por algo que outra pessoa
cometeu no passado. Os que ensinam essa doutrina dizem também que essa
“maldição” deve ser quebrada, a fim de que o “amaldiçoado” possa continuar
vivendo tranqüilo.
Bom, o texto básico dos defensores dessa idéia é Ex 20.5: “... eu sou o
Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à
terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. Há outros versos nas
Escrituras que afirmam a mesma coisa. Veja Ex 34.7, Nm 14.18 e Dt 5.9. Antes de
analisar o texto, devo dizer que temos aqui mais um erro de interpretação gerado
pela falta de consideração cuidadosa daquilo que o próprio texto diz, do seu
contexto e do ensino geral das Escrituras sobre o assunto. Observe:
2º) Note que a ênfase do texto é que Deus visita A INIQÜIDADE, o pecado em
primeiro lugar: “... visito a iniqüidade dos pais nos filhos...”. Se, por exemplo, a
iniqüidade do pai é ser idolatra, tal iniqüidade também será visitada no filho,
DESDE QUE, É CLARO, O FILHO SEJA IDÓLATRA TAMBÉM. Como Deus
visitará “a iniqüidade dos pais nos filhos” se os filhos não têm a mesma iniqüidade
dos pais? A Bíblia diz, em Pv 26.2, que “... a maldição sem causa não se cumpre”.
Além disso, se eles tiverem a mesma iniqüidade de seus pais, certamente não é
porque a herdaram deles. O texto de Ez 18.20 é muito claro quanto a isso: “A
alma que pecar, essa morrerá; O FILHO NÃO LEVARÁ A INIQÜIDADE DO PAI,
nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a
perversidade do perverso cairá sobre este”. E Ezequiel continua, no v. 21: “... se o
perverso se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar os meus
estatutos, e fizer o que é reto e justo, CERTAMENTE VIVERÁ; NÃO SERÁ
MORTO”. (Qualquer dúvida, leia todo o Capítulo 18 de Ezequiel.)
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3º) A maior prova de que cada um é responsável e punido somente pelos seus
próprios pecados são os exemplos práticos dados pela Bíblia. Leia com atenção o
texto de 2 Reis 21.1-23.25. Esse trecho começa com Manassés, o pior rei que
Judá já teve (21.1, 2, 6 e 16). Amom, seu filho, infelizmente seguiu os passos do
pai (21.19-22); porém Josias, filho de Amom e neto de Manasses, foi o maior
exemplo de "crente" entre os reis de Judá, conforme 23.25. É por isso que Deus
tinha uma consideração especial por Josias, independentemente daquilo que seu
pai e avô tinham feito no passado (22.19, 20) Só esses versos já anulam, num
sentido prático, a argumentação em prol de uma maldição hereditária.
No NT há muitos textos que vão contra esse ensino de que estamos sob
quaisquer tipos de maldições. Veja, por exemplo, Rm 8.1; 2 Co 5.17; Cl 2.8-15,
especialmente o vs. 13. E por aí vai... Tal doutrina me parece uma "lei do carma"
com algumas alterações.
Diante do exposto fica minha palavra a você, para que não se deixe levar
por esse ensino enganoso da maldição hereditária. Siga tranqüilo em sua vida de
santificação, sabendo que nosso Deus não é injusto, como pregam alguns, para
imputar sobre os filhos os pecados de seus pais. Afinal, já bastam os nossos
próprios pecados, não é mesmo?
padrões, e nunca reclamaram por tal situação (1 Rs 17.1-7 cf. 19.5, 6; 2 Rs 4.8 cf.
5.15, 16; Ez 1.1; 4.10-12; Am 1.1); poderíamos citar o nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo, o qual disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.19, 20);
poderíamos citar os apóstolos, que na sua maioria eram pescadores e que
dificilmente eram ricos (Mt 4.18-22 cf. At 3.1-6); poderíamos citar especificamente
o apóstolo Paulo, que tinha praticamente tudo antes de sua conversão, mas que
perdeu o que tinha depois que se tornou um crente. Inclusive ele chega a dizer
que passou fome e nudez (Fp 3.8; 4.12, 13 cf. 2 Co 11.23-28, especialmente o
verso 27).
Com respeito às doenças, há também muitos exemplos de crentes
verdadeiros que foram pessoas doentes. Posso citar um dos maiores profetas do
Velho Testamento, Eliseu, o qual morreu por causa de uma doença (2 Rs 13.14,
20a); posso citar de novo o apóstolo Paulo, que diz claramente ter tido uma
“enfermidade na carne” (Gl 4.13, 14); e, por fim, posso citar Timóteo, discípulo de
Paulo, que tinha problemas estomacais e freqüentes enfermidades (1 Tm 5.23).
O que temos de entender, diante disso tudo, é que não é da vontade de
Deus que todos os crentes sejam ricos. Se fosse, todos seriam, pois ninguém
pode frustrar os planos divinos (Jó 42.1, 2).
Há muito crente aí que, se fosse rico, já teria abandonado a Deus e à
igreja. E Deus sabe disso. Não é à toa que o apóstolo Paulo advertiu que aquelas
pessoas que querem ficar ricas caem em tentação e cilada, e que alguns, nessa
cobiça, se desviaram da fé (1 Tm 6.9, 10).
Posso dizer o mesmo das doenças. Se fosse da vontade de Deus que
todos os crentes tivessem saúde perfeita nesta vida, todos teriam. Porém, como
vimos acima, não é assim que acontece. Os neopentecostais costumam citar o
texto de Is 53.4 (“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as
nossas dores levou sobre si...”) como uma prova de que Cristo tirou todas as
nossas enfermidades, e, se estamos com elas ainda, é porque não “tomamos
posse” dessa bênção. Ora, o profeta Isaías está descrevendo o ministério público
de Jesus nesse versículo, e sabemos que essas coisas se cumpriram durante
esse ministério (Mt 8.16, 17), mas isso não significa que todos os crentes estão
livres de enfermidades nos dias de hoje. Só estaremos livres de todos os tipos de
doenças quando recebermos novos corpos, corpos glorificados que serão imunes
a elas (1 Co 15.42, 43). Se tivermos de “tomar posse” dessa bênção conquistada
por Cristo, só faremos isso no dia da ressurreição. De fato, enquanto estivermos
vivendo neste mundo, estaremos sujeitos a problemas comuns a todos os seres
humanos, como falta de dinheiro, doenças e morte física. Lembre-se das palavras
de Jesus: “No mundo, passais por aflições...” (Jo 16.33). Enquanto vivermos
neste mundo, uns serão curados, outros não, mas sempre de acordo com a
vontade e o propósito soberano do nosso Deus.
Além disso, você deve atentar para o fato de que mesmo durante o Seu
ministério terreno, Jesus curou muitas pessoas, mas não curou todas. Um
exemplo claro disso pode ser visto em João 5.1-9. Vemos, nesse trecho, que
Jesus foi a um lugar onde havia “uma multidão de enfermos, cegos, coxos e
paralíticos” (v. 3) e, no entanto, Cristo ofereceu a cura a apenas um homem (vs. 5,
23
6). Por que não curou toda a multidão? É como eu disse acima: “Enquanto
vivermos neste mundo, uns serão curados, outros não, mas sempre de acordo
com a vontade e o propósito soberano do nosso Deus”.
terror do que uma expressão fiel da realidade. Ora, se isso fosse verdade, por
que é que esse tipo de influência só ocorre com as coisas ruins? Todo mundo
sabe que muitos católicos têm a mania de deixar uma Bíblia aberta no Salmo 91,
em plena sala de estar. Mas algum crente teria a coragem de dizer que essa
Bíblia aberta realmente atrai “bons fluídos” para o lar desses supersticiosos?
Claro que não.
Portanto, devemos jogar fora tudo que haja em nossas casas que não
estejam de acordo com a nossa vida cristã, por uma questão de consciência e
testemunho, mas não porque tais coisas atraiam demônios sobre a nossa família.
3) Sal grosso, água do mar da Galiléia, areia do deserto do Sinai, copo d’água
depois de oração ou qualquer outro objeto ou elemento material pode ter um
efeito sobrenatural positivo se forem usados ou guardados por nós;
Sal grosso pode ser muito útil num churrasco. Já a água do mar da Galiléia
pode servir como lembrança de uma visita a esse lugar. O copo d’água, por sua
vez, pode ser muito útil se estivermos com sede. Fora isso, não vejo qualquer
razão lógica ou bíblica para tomamos essas coisas como fontes de bênçãos
espirituais. Não me admira que muitos crentes sejam acusados de fanatismo
pelos ímpios. Afinal, como qualificar esses irmãos que crêem piamente em tudo
que lhes é ensinado pelas igrejas neopentecostais, inclusive esses ensinos que
são exageradamente supersticiosos?
4) Se fizermos uma corrente de oração de sete dias, e não faltarmos a nenhum
desses dias, com certeza conseguiremos uma resposta favorável à nossa oração.
A primeira questão que vem à cabeça de um crente maduro, diante de um
ensino desse, é a seguinte: Onde é que está isso na Bíblia? Onde é que a Bíblia
ensina o povo de Deus a fazer esse tipo de coisa?
Em segundo lugar, há uma pergunta que faz cair por terra qualquer tipo de
corrente de oração. Veja só: Se Deus tiver um propósito específico com respeito
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ao pedido que Lhe fizemos nessa corrente, e Ele não quiser responder
favoravelmente, o que vai acontecer? Deus vai ser obrigado a “honrar” os sete
dias da nossa “infalível” corrente de oração, à qual estivemos presentes,
criteriosamente, todos os sábados pela manhã? Claro que não. Podemos fazer
dez mil correntes de oração. Se a resposta de Deus for “não”, serão “não” e
acabou.
A fé do homem não pode “forçar” Deus a fazer o que Ele não quer, por
duas simples razões. A primeira delas é que essa fé, que eu e você temos, vem
do próprio Deus. É Ele quem nos concede pouca ou muita fé, de acordo com a
Sua vontade (Rm 12.3). Em segundo lugar, a Bíblia deixa claro que Deus “faz
todas as coisas conforme o conselho da sua vontade”, e não da “nossa” vontade
(Ef 1.11).
Vou ilustrar o que estou dizendo com alguns textos bíblicos:
Moisés é apontado no Novo Testamento como um homem de fé (Hb 11.23-
29). Esse “homem de fé” implorou a Deus para entrar na Terra Prometida e não
foi atendido (Dt 3.23-27 cf. Dt 34.1-5).
Eliseu foi o profeta do Velho Testamento que mais foi usado por Deus para
fazer milagres. Só para você ter uma idéia, um menino ressuscitou pelas orações
desse homem (2 Rs 4.32-37). Contudo, ele morreu por causa de uma
enfermidade (2 Rs 13.14, 20a).
Davi certamente foi um homem de fé, pois seu nome também é citado na
“galeria da fé” de Hebreus 11 (veja os vs. 32-34). No entanto, esse mesmo Davi
orou e jejuou a Deus pedindo a cura de um dos seus filhos, o qual estava
gravemente doente. Sabe o que aconteceu? O menino morreu (2 Sm 12.15-23).
Você tem alguma dúvida de que Paulo era um homem de fé? Tem alguma
dúvida de que as orações desse apóstolo eram feitas com fé? No entanto, ele
mesmo diz que sofreu de uma enfermidade física (Gl 4.13, 14). Diz também que
seu amigo Timóteo tinha de tomar um pouco de vinho por causa de problemas
estomacais e enfermidades freqüentes (1 Tm 5.23). Será que Paulo não orava
pela cura de seu amigo? Claro que sim. Então, por que Deus não curava
Timóteo? Porque essa não era a Sua vontade. Paulo diz ainda que pediu a Deus
três vezes para que lhe fosse tirado o famoso “espinho na carne”. Porém, o
pedido do apóstolo não foi atendido, pois Deus tinha um propósito na
permanência daquele espinho (2 Co 12.7-10).
O que eu quero mostrar com esses exemplos é que toda oração depende
da vontade de Deus para ser atendida, não importa quanta fé exista nessa oração
ou se ela está sendo feita todos os sábados em uma corrente de oração. Lembre-
se das palavras do apóstolo João, em 1 Jo 5.14: “E esta é a confiança que temos
para com ele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos
ouve”. Todos os outros textos bíblicos que falam sobre oração devem ser lidos à
luz desse princípio estabelecido pelo apóstolo.
Você poderia me perguntar: “Para quê eu peço, então, se Deus sempre faz
a Sua vontade?” Ora, mostre-me apenas um exemplo onde a coisa funciona
diferente. Sempre que pedimos algo a uma pessoa, tal pessoa responde segundo
a vontade dela, não segundo a nossa. Se eu te pedisse um dinheiro emprestado,
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QUAL O PROBLEMA?
O problema é que há coisas que nunca deixarão de ser pecado aos olhos
de Deus, não importa o que façamos para “maquiá-las” ou disfarçá-las. Assim
como não dá para engolir um “adultério santo”, uma “mentira santa”, uma “inveja
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santa”, uma “cobiça santa”, um “assassinato santo”, não dá também para admitir
uma “boate santa” (ou gospel) e uma “festa junina” ou “escola de samba gospel”.
Para falar francamente, eu acredito que todas essas coisas não passam de
desculpas de alguns crentes para usufruírem dos prazeres do pecado sem
qualquer peso de consciência.
Eu poderia apontar dois erros para atitudes assim: o primeiro deles é que
essas coisas são consideradas erradas por todos os crentes de bom senso. Será
que há algum crente que considere uma boate como ambiente de crente? E o
carnaval? Será que algum crente tem coragem de defender essa festa carnal
como algo para evangélicos? É óbvio que não. Então como é que alguns insistem
em querer participar de coisas assim apenas mudando o seu nome?
O segundo erro desse tipo de atitude, que inclusive é frequentemente
ignorado pelos que costumam praticá-la, é o escândalo que isso gera tanto para
crentes quanto para não crentes. Jesus falou: “É inevitável que venham
escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm” (Lc 17.1). O apóstolo Paulo diz
claramente que devemos procurar evitar causar qualquer tipo de escândalo aos
nossos irmãos (1 Co 8.8-13; 10.28, 29, 32 e 33). Além disso, os próprios ímpios
se escandalizam em ver uma pessoa que se diz crente freqüentando um samba
ou uma boate. Que espécie de testemunho é esse?
Com respeito à desculpa da escola de samba gospel, que diz entrar na
avenida para evangelizar, pergunto: E para evangelizar o ímpio é necessário
fazer o que ele faz? É necessário pecar junto com ele? A Mocidade Para Cristo
tem o hábito de evangelizar durante o Carnaval, mas eles andam pela avenida
com folhetos evangelísticos e pregando o evangelho, e não pulando, dançando e
gritando junto com os ímpios. Já no caso da Comunidade Evangélica, parece
evidente que o motivo da escola é outro, e não a evangelização do povo.
E não adianta dizer que Paulo orientou para que fizêssemos de tudo para
ganhar as pessoas para Cristo (1 Co 9.22). Quando o apóstolo disse essas
palavras, certamente ele não estava pensando que seus leitores também teriam
de escandalizar ou cometer pecado para levar adiante a propagação do
evangelho. Afinal, Paulo é contra o escandalizarmos nossos irmãos, e ele mesmo
diz que ainda que todas as coisas nos sejam lícitas, nem todas convém (1 Co
10.23). Na verdade, o que ele quis dizer é que temos de fazer tudo que seja
possível e que não vá contra a Palavra de Deus (é claro), para pregar o
evangelho. Creio que não seria necessário que tivéssemos esse tipo de
explicação, mas já que muitos insistem em ver no texto bem mais do que ele diz...
inteligência mediana sabe que Deus é espírito e que, portanto, não tem um corpo
físico (). Como é possível que pastores tenham a coragem de entregar seus
púlpitos nas mãos de gente assim? Creio que a sede de ver suas igrejas grandes
tem feito com que muitos líderes façam de tudo para crescer. E a oportunidade
que se tem dado a esses artistas recém-convertidos e sem qualquer
conhecimento de doutrina bíblica é uma evidência do que digo.
BIBLIOGRAFIA
& Artigo Explosão das seitas marginais à Reforma, escrito pelo Rev. Arnildo
Klumb, Samuel Ferrazolli e Rev. Márcio. Extraído do site Textos da Reforma
(www.textosdareforma.net), em agosto de 2002.
& Artigo Formas de organização da igreja, escrito por Bruce Milne. Extraído do
site Textos da Reforma (www.textosdareforma.net), em agosto de 2002.
& Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
& CONDE, Emílio. História das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro:
CPAD, 2000.
& Estudo sobre Católicos Carismáticos, em atendimento à disciplina “Cultura
Religiosa Brasileira”, da Faculdade Teológica Batista de Brasília. Professor:
Rubem Amorese. Ano: 1995.
& GILBERTO, Antonio. Manual da Escola Dominical – Edição Atualizada e
Ampliada. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. Unidade II – Teologia Sistemática, pgs.
89-122.