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EFEITOS DA TERAPIA AQUÁTICA SOBRE DOR LOMBAR CRÔNICA:

ESTUDO DE CASO

EFFECTS OF AQUATC THERAPY ON CHRONIC LOW BACK PAIN: CASE


STUDY

Juliana Vilas Boas da Cunha – ju_popis@hotmail.com


Hellen Aparecida Pinto Martins – hellen_apmr@hotmail.com
Graduandas de fisioterapia pelo Unisalesiano de Lins-SP
Profª Ma. Ana Claudia de Souza Costa – anaclaudia@unisalesiano.edu.br
Profª Ma Jovira Maria Sarraceni - jo@unisalesiano.edu.br- UniSALESIANO Lins

RESUMO

Esse estudo teve como objetivo verificar a importância da terapia aquática


através de técnicas específicas na melhora da qualidade de vida e aspectos
funcionais de paciente com dor lombar crônica. A pesquisa teve a participação de
uma voluntária do gênero feminino com diagnóstico de doenças degenerativas na
coluna lombar. Antes e após o estudo foram realizados testes para avaliação física e
antes e após cada sessão foi avaliada a intensidade da dor através da escala visual
analógica (EVA). Foram realizadas 15 sessões de hidroterapia duas vezes por
semana. Os resultados obtidos através da análise das avaliações foram benéficos,
comprovando a eficácia da terapia aquática sobre dor lombar crônica nos quesitos
de dor, força muscular, coordenação motora, equilíbrio, flexibilidade, além de
melhora na qualidade de vida, nos aspectos de vitalidade e sociais.

Palavras-chave: Dor lombar crônica. Qualidade de vida. Terapia aquática.

ABSTRACT

This study aimed to verify the importance of aquatic therapy through specific
techniques in improving the quality of life and functional aspects of patients with
chronic low back pain. The research had the participation of a female volunteer with
diagnosis of degenerative diseases in the lumbar spine. Before and after the study,
tests were performed for physical evaluation and before and after each session the
pain intensity was evaluated through visual analogue scale (VAS). There were 15
hydrotherapy sessions, twice a week. The results obtained through the analysis of
the evaluations were beneficial, proving the efficacy of the aquatic therapy on chronic
low back pain in the questions of pain, muscular strength, motor coordination,
balance, flexibility, besides improvement in the quality of life, vitality aspects and
social.

Keywords: Chronic low back pain. Quality of life. Aquatic therapy.

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa foi realizada com intuito de verificar os efeitos que a terapia
aquática causa em paciente com diagnóstico de doenças degenerativas na coluna
lombar e como consequência dor crônica; visando investigar as limitações funcionais
juntamente com as alterações na qualidade de vida, bem como os benefícios que a
terapia aquática pode proporcionar ao mesmo.
As lombalgias são um dos principais motivos de consulta médica, é uma das
doenças mais frequentes que afetam a humanidade, na maioria dos casos seu
tratamento é clínico. As lombalgias são situações multifatoriais onde a história clinica
se torna muito importante, juntamente com os aspectos psicoativos e
socioprofissionais, sua origem pode estar em diferentes órgãos e sistemas.
(YOSHINARI; BONFÁ, 2000)
Segundo Hebert et al. (2009), os processos degenerativos que ocorrem na
cartilagem das articulações recebem alguns nomes comuns como, artrite
degenerativa, osteoartrite e osteoartrose. As características que essa condição
apresenta são: limitações nos movimentos, dor local, crepitação, vários níveis de
inflamação, porém sem efeitos sistêmicos.
Segundo Campion (2000), o tratamento hidroterápico de doenças reumáticas
e ortopédicas tem se tornado amplamente reconhecido. Os benefícios
proporcionados estão relacionados ao calor da água que agem de forma analgésica,
reduzindo a dor e o espasmo presente na musculatura, e flutuabilidade amenizando
o estresse das articulações, com foco nas articulações que sustentam o peso. A
flutuabilidade contribui para a progressão dos exercícios e no aumento da amplitude
de movimento e força muscular, permitindo melhora da marcha.
A realização do presente estudo tem por objetivo verificar a importância
da terapia aquática através de técnicas especificas na melhora da qualidade de vida
e aspectos funcionais de paciente com dor lombar crônica.
Este estudo foi conduzido pelo seguinte problema: até que ponto a terapia
aquática poderá proporcionar melhora da qualidade de vida de paciente com dor
lombar crônica?
Acredita-se que as propriedades físicas da água e sua capacidade térmica
desencadeiam efeitos terapêuticos, tais como alívio da dor e espasmos musculares,
fortalecimento dos músculos enfraquecidos e aumento na sua tolerância aos

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exercícios, manutenção ou aumento da amplitude de movimento das articulações,
encorajamento das atividades funcionais, manutenção e melhoria do equilíbrio,
coordenação e postura. (CAMPION, 2000)

1 MÉTODOS

Participou do estudo uma voluntária do gênero feminino, com 71 anos,


apresentando patologias degenerativas na coluna e como sintoma principal dor
lombar crônica.O estudo por ressonância magnética, realizado no ano de 2013,
evidenciou a presença de escoliose lombar, espondilolistese em L1, alterações
degenerativas nas articulações interapofisárias (entre as partes salientes dos ossos),
discopatia degenerativa, protusão discal em todos interespaços lombares e estenose
do canal vertebral de L3 a S1, mais severa em nível de L3-L4.
A voluntária realizou testes ortopédicos, de força muscular, flexibilidade e
coordenação motora no inicio do estudo, em seguida realizou 15 sessões de
hidroterapia, duas vezes na semana, com duração de 45 minutos cada sessão. As
aulas foram distribuídas em aquecimento, com caminhadas, tendo duração de 10
minutos, 20 minutos com exercícios ativos, visando trabalhar fortalecimento da
musculatura de membros superiores, inferiores e tronco, melhora de flexibilidade,
equilíbrio e ativação da musculatura abdominal associado à respiração correta,
finalizando com alongamento de membros superiores, inferiores e tronco e
relaxamento no tempo de 15 minutos, e ao término das sessões realizou novamente
os mesmo testes. Sendo esta a única atividade realizada pela participante neste
período.

2 TESTES REALIZADOS

2.1 Questionário de qualidade de vida, SF 36


O questionário SF-36 é composto por 30 questões, no qual avalia questões
de aspectos sociais, psicológicos, a funcionalidade, as condições físicas, o estado
geral de saúde, dor, vitalidade e aspectos emocionais.
A capacidade funcional as atividades cotidianas, moderadas e as mais
complexas.

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O questionário contem dez itens, onde quatro itens, corresponde ao tempo
que se dedica ao trabalho, as limitações apresentadas nas atividades de vida prática
e cotidianas e o quanto essas limitações ocorrem nas atividades de vida diária e no
trabalho.
Na avaliação emocional, questiona a quantidade de dedicação ao trabalho ou
a outras atividades, que causem problemas emocionais, essa análise é realizada por
meio de três itens.
Por meio de três itens é realizado análise da questão social, quanto a
participação no meio social.
As dores e a intensidade no qual se encontra e avalia- se em dois itens.
Através de cinco itens, se avalia como a saúde se encontra de modo geral.
A análise do bem estar psíquico, o comportamento, bem como suas
alterações, consta em cinco itens, onde se avalia como um todo a saúde mental.
Em quatro itens se destinou a análise de nível de energia, fadiga, disposição,
cansaço, vontade, esgotamento, verificando a vitalidade.
Foram destinados quatro itens para se verificarem a vitalidade, disposição,
nível de energia, vigor, vontade, cansaço, fadiga e esgotamento.
Através do escore se obtém o resultado final, no qual é de 0 a 100, onde 100
é a pontuação máxima, sendo o melhor estado de saúde e 0 a pontuação inferior.
Os 36 itens são respondidos de acordo com a percepção do paciente,
comparando as condições de saúde do paciente antes e após a realização do
tratamento, sendo de fundamental importância para comprovação da eficácia do
tratamento. (SANTOS; SOUZA; CÂNDIDO, 2013)

2.2 Berg Balance


A escala de berg balance é uma escala de equilíbrio , que foi criada por
Katherine Berg no ano de1992, onde vem sendo utilizada com indivíduos da terceira
idade. Miyamoto et al, realizou a tradução da escala de berg para língua portuguesa,
onde a versão brasileira é instrumento confiável para utilização em pacientes idosos,
avaliando o equilíbrio dos mesmos. A escala consiste em 14 itens, no qual avalia os
controles posturais estáticos e dinâmicos, sendo necessária força, flexibilidade e
equilíbrio para realização dos movimentos que é informado na escala. (SILVA et al.,
2008).

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Os movimentos realizados são avaliados através de números, classificados
de 0 a 4, sendo 4 a melhor condição no qual o paciente realiza o movimento e 0 a
pior condição, ao final é somado os valores de todas as questões e comparado com
o valor obtido antes da intervenção fisioterápica.

2.3 Força muscular de membros superiores


Para realização do teste foi utilizado um halter de 3 kg e uma cadeira sem
apoio. O avaliado é colocado na cadeira sem apoio, em posição sentada, com o
braço dominante relaxado ao longo o corpo e o membro oposto posicionado sobre a
coxa, o avaliador coloca uma de suas mãos na região do bíceps do lado dominante
e orienta o paciente a realizar a flexão do cotovelo com a resistência do halter até
tocar o antebraço na mão do avaliador, esse movimento deve ser realizado no
tempo de 30 segundos, com a realização de maior número possível de repetições
nesse tempo proposto. (SILVA et al., 2008)

2.4 Força muscular de membros inferiores


O objetivo do teste é avaliar a força e a resistência dos membros inferiores,
utilizando apenas uma cadeira sem apoio. O paciente é orientado pelo avaliador a
passar da posição sentada para posição ortostática e retornar para a posição
sentada, quando sentado elevar os pés do solo, com extensão de joelho, esses
movimentos serão repetidos o máximo de vezes que o avaliado conseguir realizar,
no tempo de um minuto, ao sinal do avaliador que irá cronometrar e observar o
número de repetições que foram realizadas. (SANTOS; SOUZA; CÂNDIDO, 2013)

2.5 Coordenação motora


Para testar a coordenação motora foi utilizado em um pedaço de fita adesiva
no tamanho de 76,2 cm fixado em uma mesa, sendo que sobre a fita devem ser
colocadas seis marcas, com distância de 12,7 cm e a primeira e última marca com
distancia de 6,35 cm das extremidades da fita, perpendicular a fita são fixados nas
marcas um pedaço menor de fita adesiva, de 7,6 cm. Três latas de refrigerante são
posicionadas nos espaços, que são numerados de 1 a 6, o avaliado usa a mão
dominante para a realização do teste, com o polegar pra cima, estando seu cotovelo
fletido em um ângulo de 100 a 120 graus. Ao comando do avaliador, o participante

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vira a lata com a base de apoio invertida, de modo que a lata 1 seja colocada na
posição 2, a lata 2 na posição 4 e a lata 3 na posição 6, em seguida com o polegar
para baixo o avaliado retorna cada uma das latas a sua posição anterior.
São concedidas duas tentativas de pratica e duas validas, o teste inicia ao
sinal do avaliador que acionará o cronometro para avaliar em quanto tempo o
avaliado consegue realizar o circuito, sendo considerado o melhor tempo obtido. O
mesmo procedimento é realizado com o paciente que é canhoto, porém será
utilizada a mão esquerda, que é a dominante e as latas deverão ser colocadas a
partir da esquerda, invertendo assim as posições. (GOBBI; VILLA; ZAGO, 2005)

2.6 Teste de elevação isométrica do tórax em dorsal


Paciente é posicionado em decúbito dorsal, com as mãos cruzadas sobre o
tórax, joelhos e quadris em extensão, podendo também ser realizado com os
mesmos em flexão de 90º. O avaliado recebe orientação para levantar o tronco em
sua porção superior e manter a posição pelo maior tempo que conseguir, com o
pescoço de forma neutra. A partir do momento em que o paciente elevar o tronco o
cronometro é acionado, verificando o tempo máximo que o paciente consegue ficar
nessa posição, o teste tem como objetivo avaliar a resistência da musculatura
abdominal, sendo que em homens o tempo favorável é acima de 34 segundos e em
mulheres acima de 24 segundos, sendo o tempo inferior as estes, é indicativo de
fraqueza da musculatura abdominal. (COOK; HEGEDUS, 2015)

2.7 Elevação isométrica do tórax em ventral


Posicionar o paciente em decúbito ventral em uma maca, instruir o paciente a
elevar a parte superior do tronco de modo que o esterno deixe de estar em contato
com a maca, permanecendo nesta posição o maior tempo possível. O examinador
deverá instruir o paciente a manter o pescoço em flexão durante o procedimento, é
necessário cronometrar o evento. (COOK; HEGEDUS, 2015)

2.8 Instabilidade em decúbito ventral


Posicionar o paciente com os pés no chão e o tronco deitado sobre a maca
em decúbito ventral, o examinador realizará uma curvatura PA da região lombar,
fazendo uma pressão com o pisiforme para provocar a dor nas costas. Solicitar ao

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paciente que eleve as pernas retirando-as do chão, usando a contração das costas,
mantendo a pressão sobre a região lombar. O teste positivo consiste na redução da
dor durante a compressão no momento em que o paciente eleva as pernas. (COOK;
HEGEDUS, 2015)

2.9 Sorenson
Paciente deve deitar em decúbito ventral sobre uma maca, com a borda
superior das cristas ilíacas alinhadas com a maca, os membros inferiores são presos
à maca, utilizando-se também de uma cadeira que será posicionada de frente com a
paciente auxiliando no apoio inicial até que a paciente consiga estabilizar toda a
parte superior do tronco fora da maca. Com os braços cruzados sobre o tórax,
orientar a paciente a manter na posição sem o apoio no plano horizontal pelo tempo
que conseguir, e o tempo é cronometrado. Estudos relatam que em homens o
tempo deve ser superior a 28 segundos e em mulheres superior a 29 segundos.
(COOK; HEGEDUS, 2015)

2.10 Elevação da perna solta


O paciente deve deitar sobre uma superfície confortável onde ficará com o
pescoço, cabeça tronco e quadris em posição neutra, evitando a rotação medial
lateral e a adução ou abdução em excesso. O examinador apoia a perna
assintomática do paciente com a mão no calcanhar, mantendo a posição do joelho e
tornozelo em posição neutra, elevando a perna contralateral do paciente até o
mesmo relatar dores. O teste é positivo quando é identificado dor constante na
elevação do membro. (COOK; HEGEDUS, 2015)

2.11 Teste do esfigmomanômetro


O teste com esfigmomanômetro é realizado, fechando a válvula de escape
de ar e insuflando a bolsa pressórica até 40mmhg pelo examinador, em seguida
pede para a paciente deitar na maca em decúbito dorsal com os braços ao longo do
corpo. O examinador colocará o esfigmomanômetro insuflado na coluna lombar da
paciente, em seguida dará os comandos ao paciente para realização das
contrações, onde serão realizadas três contrações sustentadas durante dez
segundos com um minuto de intervalo entre as mesmas sobre o comando verbal,

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pedindo para a paciente inspirar e na expiração soltar todo ar puxando o abdômen
para cima e para dentro sem mover a coluna e a pelve. Nesse teste é utilizado o
esfigmomanômetro para testar a força dos músculos abdominais. Em intercorrência
ao relato da paciente por sentir desconforto e dificuldade na realização do teste com
a bolsa insuflada até 40 mmhg, foi necessário reajustar esse parâmetro pressórico
para 30 mmhg facilitando a realização do teste. (CARVALHO et al., 2011)

2.12 Flexibilidade – Banco de wells


No teste de flexibilidade no banco de Wells, o paciente é posicionado sentado
sobre um colchonete, com os pés em total contato com a face anterior do banco, os
membros inferiores com extensão total de joelhos e com os quadris fletidos. Os
joelhos do paciente devem estar sempre estabilizados pelo avaliador evitando
compensações durante a execução do teste, caso ocorra alguma irregularidade a
tentativa é anulada e repetida novamente. Em seguida o paciente é orientado a
mover o escalímetro do banco ao máximo que conseguir realizando uma flexão de
tronco, realizando em torno de três tentativas sendo considerada a de maior valor na
análise de dados expressa em centímetros. (PERTILE et al., 2011)

2.13 Escala visual analógica (EVA)


Antes e após as sessões foi aplicada a escala de Eva (escala visual
analógica de dor). A escala visual analógica- EVA tem por objetivo avaliar a
intensidade da dor do paciente, comparado em uma escala de 0 a 10, sendo zero
ausência total de dor e 10 o nível de dor máxima, porém suportável pelo paciente. A
escala de EVA é um instrumento importante para avaliar a evolução do paciente e a
efetividade do tratamento. (CARAVIELLO et al., 2005)

3 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO

O protocolo de atendimento foi realizado através de exercícios isolados de


membros superiores, membros inferiores e tronco para fortalecimento e
ganho de amplitude de movimento; exercícios de alongamento para
aumentar a flexibilidade; treinamento deambulativo para reeducação da
marcha; propriocepção e iniciação de sustentação do peso; técnicas de
posicionamento usadas para diminuir a dor; trabalho de condicionamento
geral; padrões complexos de movimentos para coordenação, equilíbrio,

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agilidade e simulação de habilidades atléticas ou de trabalho. (MCNEAL
apud BIASOLI; MACHADO, 2006, p. 83).

4 RESULTADOS

Tabela 1: Força muscular de membros superiores


Pré Pós
7 flexões em 30 segundos 11 flexões em 30 segundos
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 2: Força muscular de membros inferiores


Pré Pós
12 repetições em 1 minuto 14 repetições em 1 minuto
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 3: Coordenação motora


Pré Pós
2 repetições realizado em 44 2 repetições realizado em 16
segundos segundos
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 4: Elevação isométrica do tórax em decúbito ventral


Pré Pós
Permaneceu no tempo 42 segundos Permaneceu no tempo 24 segundos
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 5: Elevação isométrica do tórax em decúbito dorsal


Pré Pós
Permaneceu no tempo 36 segundos Permaneceu no tempo 42 segundos
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

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Tabela 6: Teste do Esfigmomanômetro
Pré Pós
Ativação de 43 mmhg Ativação de 64 mmhg
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 7: Instabilidade em decúbito ventral


Pré Pós
Sem presença de dor Sem presença de dor
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 8: Sorenson
Pré Pós
Permaneceu por 18 segundos Permaneceu por 14 segundos
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 9: Elevação da perna solta


Pré Pós
Sem dor irradiada, dor mínima ao Sem presença de dor irradiada
final do movimento.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 10: Equilíbrio de berg balance


Pré Pós
Total da pontuação 52 Total da Pontuação 55
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 11: Qualidade de vida sf 36


Domínios Pré Pós
Capacidade Funcional 30 25
Limitação por aspectos
físicos 0 0
Dor 20 21

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Estado geral de saúde 52 47
Vitalidade 35 45
Aspectos sociais 12,5 25
Limitação por aspectos
emocionais 0 0
Saúde mental 68 60
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 12: Flexibilidade


Pré Pós
23 CM 24 CM

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Tabela 13: Escala de EVA (escala visual analógica)


Pré Pós
Intensidade da dor 7 Intensidade da dor 0
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

5 DISCUSSÃO

Um dos principais problemas de saúde pública é a dor lombar, no qual está


presente a lombalgia, decorrente de alterações posturais, de sobrecargas e
movimentos em excesso, onde a fraqueza e os desequilíbrios musculares estão
relacionados. Tais fatores levam ao aumento da fadiga, diminuição de coordenação
dos movimentos e amplitude, instabilidade do tronco, além de alterações
psicológicas, influenciando na qualidade de vida. (SILVA et al., 2014).
Maher (2004) relata que a dor lombar crônica é caracterizada como dor
persistente por mais de três meses e é considerada uma dor incapacitante. Os
exercícios têm se mostrado na prática, importantes para esse tipo de dor e a
fisioterapia é considerada aliada sendo abordada de forma multidisciplinar.
De acordo com Briganó e Macedo (2005), o tratamento fisioterapêutico tem
como objetivo primordial controlar a dor, promover qualidade de vida, permitindo o

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retorno do individuo as suas atividades diárias de forma funcional, sendo de
fundamental importância o tratamento da causa, quando diagnosticada.
Segundo Campion (2000), tendo como foco os resultados terapêuticos, o
trabalho dentro da água oferece alivio da sensação de dor, relaxamento, aumento da
amplitude de movimento e da capacidade respiratória, fortalecimento muscular,
liberdade de movimentos comparados com os realizados fora da água, estimulo do
equilíbrio, coordenação e integração social. De acordo com o relato, o presente
estudo pode comprovar através dos resultados apresentados, por meio dos testes
aplicados, que a terapia aquática fornece, melhora na coordenação motora,
equilíbrio, aumento da flexibilidade, além de amenizar de forma significativa a
intensidade da dor, já que a voluntária relatou na última análise da dor, grau 0 de
intensidade da dor.
Um dos principais fatores de risco para o surgimento da dor lombar é a
fraqueza dos músculos do tronco, podendo levar a uma hipotrofia dos músculos
paravertebrais, alterações do controle motor e atrasos nos disparos dos músculos
páravertebrais. Os músculos multífido lombar (ML) e transverso do abdome (TRA)
são os mais afetados na presença de lombalgia e instabilidade lombar, levando a
atrofias ou diminuição da velocidade de disparo. (FRANÇA, 2009)
Os músculos do tronco são divididos em musculatura profunda que são os
oblíquos internos, o transverso abdominal e os multífidos. Já os músculos
superficiais, são os oblíquos externos, os eretores espinhais e o reto abdominal.
São esses músculos que contribuem para o suporte da coluna vertebral e da
pelve, sendo que os músculos abdominais possuem um importante papel na
estabilização da coluna lombar e cintura pélvica. (GOUVEIA; GOUVEIA, 2008)
No presente estudo pode-se observar que a hidroterapia é eficaz para
fortalecimento dos músculos que permitem a estabilização do segmentar, múltifido
lombar e transverso do abdome, já que por meio do teste de esfigmomanômetro
observamos uma melhora significativa e satisfatória, porém na resistência dos
músculos paravertebrais, houve uma regressão, no qual acredita-se que ocorreu
devido a um problema de saúde, de origem intestinal que a paciente vinha
enfrentando, no período em que foi feita a avaliação pós intervenção.
São inúmeros os benefícios das atividades aquáticas, no que se refere a
qualidade de vida. Quanto aos aspectos físicos se tem a possibilidade de realizar

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movimentos sem causar impactos nas articulações e tendões, estimulação da
musculatura e manutenção do tônus muscular, benefício ao sistema respiratório e
cardiovascular e recuperação de enfermidades entre outros. Em relação ao aspecto
psicológico, pode ocorrer elevação da auto-estima, alivio do estresse, disposição no
dia-a-dia entre outros. No que se refere ao aspecto social, há um favorecimento das
relações interpessoais, aumentando os laços de amizade, interesse em dividir
experiências, ideais entre outros. (TAHARA; SANTIAGO; TAHARA, 2006)
Diante da teoria apresentada, verifica-se a importância da terapia aquática
no tratamento da dor lombar crônica, pois a mesma promove melhora na qualidade
de vida, já que através do presente estudo, foi possível verificar melhora nos
aspectos de vitalidade e sociais, sugere-se que programas de intervenção devem
ser adotados para minimizar o quadro clínico apresentado por estas pessoas, nos
quesitos em que não apresentou melhora significativa.

6 CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos no presente estudo, observa-se que os efeitos


da terapia aquática sobre dor lombar crônica são benéficos, já que a voluntária
obteve redução do quadro álgico, fortalecimento das musculaturas enfraquecidas,
além de melhora na coordenação motora, equilíbrio, flexibilidade, que se alteram
devido quadro clínico apresentado pelo paciente com dor lombar crônica, tais
quesitos foram comprovados por meio de testes específicos, realizados antes e após
a intervenção realizada. Os exercícios terapêuticos introduzidos na água vêm sendo
estudados e confirmados por diferentes autores, como benéficos na qualidade de
vida, já que os movimentos que não são possíveis ser realizados no solo é facilitado
no ambiente aquático, proporcionando positividade nos aspectos psicológicos, na
funcionalidade e consequentemente melhora nos aspectos sociais, comprovados no
estudo realizado, através do questionário de qualidade de vida aplicado.
O fortalecimento dos músculos profundos que promovem a estabilização
segmentar é de fundamental importância para equilíbrio entre as forças musculares
e controle da coordenação dos movimentos, os exercícios realizados em ambiente
aquático no presente estudo, associados à correta respiração e contração
abdominal, promoveu fortalecimento dessa musculatura, agindo de forma
terapêutica e preventiva. Enfim, mesmo havendo regressões em alguns aspectos,

560
por meio do presente estudo foi possível verificar que os exercícios terapêuticos no
ambiente aquático comprovaram as teorias já relatadas por diferentes autores, já
que proporcionaram melhoras significativas e satisfatórias, beneficiando a qualidade
de vida da voluntária.

REFERÊNCIAS

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