Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A IMAGEM NA ERA DE
SUA
REPRODUTIBILIDADE
ELETRÔNICA
Dissertação de mestrado
apresentada ao Departamento de
São Paulo
1995
3
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
Introdução.................................................1
CAPÍTULO 1
A IMAGERIE CONTEMPORÂNEA.................................09
1.1.As imagens e o desenvolvimento das forças produtivas.09
1.2.A cultura e o Capitalismo contemporâneo............. 19
1.2.1.O "alto modernismo" e o Capitalismo do pós-guerra..25
1.2.2.A cultura "hedonista" dos anos 60..................30
1.2.3.A "reestruturação" contemporânea do Capitalismo....41
CAPÍTULO 2
AS IMAGENS ELETRÔNICAS E A CULTURA TÁTIL.................49
2.1.Imagens sem aura.....................................55
2.2.A perda da aura e a arte autônoma....................62
2.3.A cultura tátil..................................... 72
2.4.A cultura tátil e as imagens eletrônicas.............75
CAPÍTULO 3
A IMAGEM E SUA REPRODUTIBILIDADE ELETRÔNICA..............83
3.1.Imagens sem perspectiva..............................86
3.2.As imagens dissonantes da videoarte..................99
3.3.O ocaso da câmera...................................110
3.4.A simulação as imagens..............................122
3.5.A interatividade e a performatividade dos sistemas..131
3.6.Experiências ucrônicas..............................142
CONCLUSÃO...............................................155
BIBLIOGRAFIA............................................171
7
Walter Benjamin
8
INTRODUÇÃO
da imagem.
De nossa parte, preferimos adotar o termo imagem
por exemplo.
Tal fato implica em tomarmos as imagens eletrônicas como
inseridas na lógica cultural do Capitalismo contemporâneo,
deve preservar.
17
CAPÍTULO 1
A IMAGERIE CONTEMPORÂNEA
nossos dias.
Este processo é, para Baudrillard, acompanhado pelas
fases de desenvolvimento da imagem em nossa cultura. Vai-se
mas ideológicas.
anos 60.
do período.
27
monetárias19.
De qualquer maneira, o Fordismo é muito mais um esforço
para a criação de um novo modo de vida que um mero sistema
establishment.
Evidentemente, o modernismo não foi um fenômeno
monolítico, nem seu problema restringe-se à possibilidade de
19 - As políticas keynesianas.
36
daí resultante.
Para Mandel(1990) trata-se de uma crise típica de
superprodução, prevista anteriormente (1982) como uma
produtivos.
Nem mesmo a retomada de 1983/85, alardeada pelos
economistas conservadores como sinal do "triunfo" do
mudanças na produção.
Várias críticas foram feitas à teoria regulacionista,
quer rejeitando a outrora hegemonia do sistema fordista e a
1988:211).
sistema (1990:207).
Para que uma reestruturação econômica profunda e
duradoura ocorra será necessário, para Mandel, a articulação
às suas performances.
A simultaneidade de gêneros e estilos presentes numa
mesma obra, a recorrência ao passado tanto no cinema - quer
modus operandi
CAPÍTULO 2
verdades intemporais.
Contrapondo-se a uma concepção da literatura como
portadora de uma situação ontologicamente privilegiada ou da
suas tutelas.
Reduzida sua significação social, a arte aumentará sua
distância do público requisitando, para sua melhor
impulso emancipatório.
A teoria da arte pela arte e o esteticismo do século
XIX, ao tentarem reeditar o modo tradicional de apreensão da
natureza.
67
inesperado.
70
autonomia:
35- Para Adorno, como aponta Marc Jimenez, " o fato da obra
moderna dever absorver os mais avançados produtos da técnica
não impede que ela se exponha, por seu radicalismo, a este
tipo de integração, em que a tentativa do artista de escapar
72
e do sujeito clássico.
O que caracteriza a modernidade, para Benjamin, é a
realidade onipresente do choque , o excesso de excitações
turbulenta.
Se Adorno via neste processo a marca da alienação das
massas, apontando o lado negativo de uma arte que se
politizada.
A reprodutibilidade ao se comprometer com a reprodução
ruínas do humano.
As artes pós-auráticas, reconhecendo haver entre o
homem e a natureza uma fratura e recusando a reduplicação da
ambiguidades.
81
imediatas.
A expansão neutralizadora do econômico deixa, agora,
pouco espaço aos valores desapegados dessa petrificação,
observação.
83
mesmo (Alliez).
Trata-se, como vimos procurando mostrar, de um processo
que encontra suas origens no desenvolvimento capitalista. A
consumidores.
Neste sentido, a interação possibilitada pelas imagens
eletrônicas, longe de propor uma nova práxis, aplaina os
legitimadora do establishment.
Como resume Otília Arantes (1993), a tatilidade
contemporânea não representa a afirmação do sujeito diante
CAPÍTULO 3
da imagem analógica.
É preciso ver que, como mostra Panofsky (1980), nem a
perspectiva central é a única forma de representação
map).
Mais, se se nota que a representação perspectivista
central representava um "espartilhamento" da realidade nos
cânones rígidos da matemática, vinculando a imagem pictórica
câmera cinematográfica.
Esse movimento de refluxo não significa, evidentemente,
a volta aos ideais de uma sociedade orgânica, uma vez que as
cinematográfico.
No centro destas críticas encontram-se as teses de que
ao "naturalizar" (através da decupagem clássica e da
topos expressivo.
Apesar das produções tradicionais de vídeo - a
televisão broadcasting especialmente - pôr-se a serviço da
ilusão da realidade - o que representa, no universo das
consumidores.
Em sua crítica a Enzensberger, contida em Pour une
critique de l'économie politique du signe, Baudrillard
vídeo60.
Deste contato surgiram obras de incontestável cunho
inovador: Em 1979, por exemplo, Doug Hall, Chip Lord e Jody
desta realidade.
Transportada para a estrutura das coisas, a ordem antes
imposta pelo "olho arbitrário do artista" será signo de seu
leitor.
Ao observar uma foto, o leitor não se depara com seu
significado - mas com um feixe de teorias (óticas, físicas,
comprometidos.
Se a imagem fotográfica teve a pretensão de "fixar" a
realidade externa num suporte materialmente sensível, a
dissimula melhor.
Como vimos recentemente com a Guerra do Golfo, a
estratégia agora reside sobre o princípio de indeterminação
olhar".
Mais do que um novo meio de representar montanhas
naturalistas ou reproduzir fotograficamente uma cena da
penteado ou maquiagem.
Embora estas imagens proporcionem uma garantia de dupla
intervenção - e de uma certa autonomia - do usuário e da
a do usuário.
Uma "boa" imagem deve ser julgada menos pelo que dá a
ver e mais pelos processos, ou melhor, pelos cálculos que a
Couchot, 1988).
Tudo nos é dado instantaneamente. Não precisamos esperar
longos meses para visualizarmos os resultados de um projeto
CONCLUSÃO
tecnológico"(Júlio Plaza).
Numa época de globalização das redes de informação, a
própria tese de que o volume de informações disponíveis e
BIBLIOGRAFIA
outubro de 1992.
AMEY, Claude. "Experiência Estética e Agir
Perspectiva, 1970.
AUMONT, Jacques. A Imagem. São Paulo, Papirus, 1993.
v.IV, 1964.
______________. A Câmera Clara. Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1984.
BAUDRILLARD, Jean. "Videosfera y sujeto fractal".
1987.
181
CEAC, 1987.
_______________. Teoria de la vanguardia. Barcelona,
Edicions Península, 1987.
Loyola, 1992.
COUCHOT, Edmond. "Art et technique - l'émergence du
Vozes, 1994.
DELEUZE, Gilles. Lógica do Sentido. São Paulo,
Hucitec, 1985.
187
datilografado).
FREUND, Giséle. Photographie et Société, Paris,
Quixote, 1980.
_______________. "Arquitetura moderna e pós-moderna".
1992.
HASSAN, Ihab. "Fazer sentido: as atribuições do
Quixote, 1985.
JAMESON, Fredric. "La lecture sans l'interprétation".
1993.
LASCH, Christopher. A Cultura do Narcisismo, Rio de
Sociales, 1971.
LEFEVBRE, Henri."Mimesis e praxis". Metafilosofia, Rio
d'água, sd.
LOPES, Ruy S. "Imagem sintética: uma percepção
Brasiliense, 1984
_______________.A Arte do Vídeo. São Paulo, Brasiliense,
1988.
Paris, PUF,1983.
MATUK, Artur. O Potencial dialógico da televisão:
Experimento, 1994.
MÈREDIEU, Florence. "Le crustace et la prothése",
Brasiliense, 1989.
OLIVEIRA, Emídio Rosa de. "O 'complexo' Virilio: o
Cátedra, 1988.
ROSS, Ashb W. Introdução à Cibernética. São Paulo,
Perspectiva, 1970.
197
1988.
SANTOS, Laymert G. "A televisão e a Guerra do Golfo".
1984.
VERNET, Marc. "Incertain zapping".Communications, n°51,
34, 1993.
_______________.Esthétique de la disparition. Paris,
Balland, 1980.
1985.
VV.AA. Dossier de l'audiovisuel n°15: "Image de
fev. 1989.
200
eté 1985.
VV.AA. Opus n° 100, "images fin de siécle", Paris:
1987.
VV.AA. Revue d'esthetique n°10, "Vidéo/ Vidéo", Paris,
Privat, 1986.
VV.AA. Telos n°9, "Video", Madrid, mars-mai, 1987.
Cátedra, 1990.
WEISSBERG, Jean-Louis."Espaces virtuels". Imaginaire
Catedra, 1994.
201
FUNARTE, 1984.
_______________. O Discurso Cinematográfico.Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 2ª edição, 1984.
ZUNZUNEGUI, Santos. "Espacio del sentido y escritura