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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

PROFESSORA GIOVANA MEDINA

a) Descreva uma vivência com uma criança ou adolescente que necessite de um


trabalho de inclusão. Inclua informações que revelem características desta criança
e/ou adolescente (idade, sexo, série escolar, frequenta alguma outra instituição, faz
tratamentos, de que tipo, situação familiar, etc), incluindo o diagnóstico. (Valor de 3
pontos)

A experiência a ser relatada é de um processo de inclusão de uma criança com


espectro de autismo que até então era assistido em uma escola particular, com
estruturas para um melhor atendimento e que agora irá para uma escola estadual
devido a diminuição de renda na família. Essa experiência a ser relatada acontece na
região metropolitana de Curitiba, em São José dos Pinhais e se utilizou de observações
e anotações sistemáticas durante o ano de 2018, visando melhor atender a nova
demanda que o novo aluno pudesse ter dentro das novas estruturas da escola ao qual
iria ingressar. Um diferencial neste processo é o fato de que a mãe do aluno, por não
trabalhar fora de casa, pode se dedicar junto a escola neste processo, que facilitou na
entrada do menino na escola.

Até o presente momento, nosso aluno, chamado aqui de Joaquim, sempre havia
estudado em escola particular e com o apoio e acesso à devidas metodologias de
ensino adequadas e a sua condição estrutural, podendo desfrutar de uma estrutura
física e profissional privilegiada até então, com convívio com outros meninos na
mesma condição, tendo ali uma rotina diária adequada para seus estímulos
necessários a seu melhor desenvolvimento.

Joaquim quando foi para essa escola estadual estava com 11 anos e estava
matriculado na 3ª série do fundamental, estando levemente atrasado 2 anos de seu
ano letivo considerado normal. Seu espectro de autismo e considerado leve, mas que
precisa de muito acompanhamento para ter uma vida mais próxima do normal
possível para o caso dele. Além da antiga escola que ele podia acessar, ele também
tinha acompanhamento terapêutico com profissionais adequados para ajudá-lo e
auxiliar sua mãe com relação a posturas melhores que ela poderia ter para levar para
dentro de casa. Joaquim morava com tinha mais 2 irmãos e seu pai em casa. Apesar de
seus irmãos e pai irem eventualmente com Joaquim ao terapêuta, ficava mais a cargo
de Silvia, sua mãe, o acompanhamento mais do menino as consultas, que não se deu
por derrotada diante do diagnóstico inicial de seu filho quando foi descoberto o
espectro, sendo muito aplicada e esforçada na busca por soluções viáveis que
pudessem melhorar a condição cognitiva, motora e social de seu filho.
A sorte de Joaquim era que seu pai era dono de uma média/grande empresa de São
José dos Pinhais e tinha uma excelente condição para gastar no que fosse necessário
para os tratamentos de seu filho, até o presente momento. Devido a instabilidades
financeiras na sua empresa, seu Roberto teve que abrir mão da escola particular de
seu seus filhos para que pudesse equilibrar as contas da empresa e sua casa.

Em sua escola particular anterior, os alunos com necessidades especiais em certo grau
moderado, conviviam normalmente com os outros educandos, considerados normais,
o que foi super positivo para o desenvolvimento de Joaquim, tendo boas
oportunidades de preparar-se para a vida na comunidade, usufruindo de professores
com boas habilidades profissionais, sendo Joaquim bem compreendido no espaço ao
qual ele estava, sendo bem acolhido por todas as pessoas em exceção.

A busca por uma vaga de matrícula no ensino fundamental da rede pública foi uma
necessidade e uma experiência ao qual sua mãe aproveitou para ter para sentir como
seu filho lidaria com uma situação diferente daquela que até então estava habituado,
considerando que agora seu atendimento seria diferente e que na sala de aula que ele
iria agora habitar haviam muito mais alunos e que o atendimento pessoal muitas vezes
lhe proporcionado, agora não seria mais viável, sem contar não haver pouquíssimos
profissionais preparados para trabalhar com esse público, demonstra despreparo por
não ter nenhuma qualificação para atender de forma coerente este aluno.

Sua inclusão nessa nova escola precisava ser de forma adequada e que por isso foi
autorizada a participação da mão no processo dentro da escola, com a aceitação dos
professores envolvidos e coordenação da escola. A professora que fez o acolhimento
de Joaquim em sala foi solidária a questão e tinha certo conhecimento sobre o
espectro, facilitando sua socialização com as outras crianças.

O diagnóstico de Joaquim naquele momento em sua nova sala de aula era de um


transtorno de espectro autismo, em uma sala de aula do ensino regular na educação
infantil, que apresentava dificuldades em dados momentos na socialização, na fala e
no comportamento, tendo agora que se haver com uma sala de aula maior, onde as
professoras precisariam em dados momentos trabalhar com metodologias
educacionais que colaborassem para a autonomia do aluno, sendo difícil sua
adaptação durante o primeiro ano de escola, mesmo com sua mãe presente em vários
momentos dentro da escola e até sala de aula com seu filho. A paciência teria que ser
agora um hábito naquela escola, em especial naquela turma.

b) Elabore um resumo dos conceitos, vistos na disciplina, que tem relação com a
deficiência em questão. (Valor 3 pontos)

Na aula vista pela professora Giovana Medina e com outros complementos acessíveis,
o autismo pode ser classificado como um distúrbio neurológico que prejudica o
desenvolvimento da comunicação e das relações sociais do portador. Também
conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é dito hoje que o autismo não
tem cura. Mas com o devido tratamento, a pessoa autista pode ter uma vida normal,
dependendo do nível de gravidade do distúrbio que possui. Por experiência, os sinais
de autismo podem ser identificados nos primeiros meses ou anos de vida do indivíduo.
Durante a infância, esse distúrbio costuma ser chamado de autismo infantil, uma
síndrome de comportamento que predomina em meninos e faz com que as crianças
tenham reações comportamentais diferentes. O principal sintoma do autismo infantil é
o isolamento. Apesar dos grandes avanços no tema, as causas do autismo ainda são
desconhecidas, mas diversos estudos sugerem que o que causa o autismo pode variar
entre fatores genéticos ou algo de natureza externa, como complicações durante a
gravidez ou a sequela de uma infecção provocada por um vírus. O diagnóstico de
Transtorno do Espectro do Autismo é classificado em três tipos principais.
Autismo clássico: apesar de o comprometimento variar muito, quando enquadrada
nesse grau de autismo, a pessoa pode ser voltada para si mesma. Pode ocorrer
ausência de contato visual, dificuldade de compreensão e distúrbios mentais
importantes.
Autismo de alto desempenho: esse grau de autismo antes era chamado de Síndrome
de Asperger. Os sintomas são parecidos com os de outros tipos de autismo, mas em
proporções bem reduzidas. Os autistas de alto desempenho podem ser verbais e
também inteligentes a ponto de serem confundidos com gênios.
Distúrbio Global do Desenvolvimento: é de difícil diagnóstico visto não apresentar
sintomas suficientes para que possa ser incluído em uma das categorias do transtorno.

Características do autismo
Existem vários graus de autismo, com diferentes níveis de gravidade, sendo as
características mais marcantes entre todos os portadores a dificuldade em estabelecer
interações sociais, o interesse compulsivo por algo e a presença de comportamentos
repetitivos. Na realidade, a dificuldade em estabelecer interações sociais também se
deve ao fato de o autista ter dificuldades em entender e aplicar as normas sociais, que
normalmente são aprendidas com base na observação e na intuição.

Sintomas do autismo
Variam de acordo com a gravidade do distúrbio. No entanto, a dificuldade em
estabelecer contatos sociais e comportamentos repetitivos são alguns dos sintomas
mais comuns em todos os graus da doença.

c) Considerando os conceitos abordados na disciplina, faça uma análise dessa


experiência e levante pontos de sugestões e melhorias que poderiam ser
implementados para a inclusão desta criança e/ou adolescente. (Valor 4 pontos)

Vemos que este assunto ao mesmo tempo que causa espanto, surpresas e aflições
pode ser considerado de alta complexidade e ainda a um nível curioso. Isso pelo fato
de poder ter convívio em pequenas etapas da vida com alguns poucos autistas de
espectro moderado. Numa interpretação leiga sobre o assunto e com interações sem
ser abraçado pelas esferas do preconceito quanto ao assunto, e buscando bons
entendimentos fora das certezas científicas, há como que um labirinto intelectual
interno formado neste público, ao qual mesmo se emerge em si mesmo, mas ao
mesmo tempo conectado com determinadas esferas do intrasubjetivo social vivido
naquele espaço e tempo presente, havendo sempre fatos curiosos com algumas
características específicas marcantes, como por exemplo, de estes autistas dizerem
coisas ao ar que não estavam sendo ditas no sentido das relações de conversa entre as
pessoas, mas que de alguma forma estavam no ar como um sentimento ou sensação, e
ao qual ele pegou isso no ar e trouxe a realidade.

Mas claro que isso se dá em um campo estável, onde o dito autista se sente
confortável e está acostumado ao ambiente, sem contar que o que pude observar se
deu no grau moderado e onde o dado comportamento e espectro não afetou
gravemente sua formação cognitiva mais profunda.

Nesse sentido parece haver um travamento de um estado de trauma por uma ofensa
grave ou vivência de um ato violenta durante a própria gestação e fase pós-nascimento
que parece bloquear aspectos importantes de afetividade e realidade daquele
indivíduo, algo do gênero de rejeição de algum membro próximo e que pela
sensibilidade daquele específico ser, trava seu desenvolvimento psicológico sobre
aquele instante vivido, se colocando a observar outros aspectos que a vida promove a
partir do bloqueio ou do susto vivido.

Por isso, vejo que muitas das abordagens para o espectro tentam lidar com o fator
mecânico do processo, comparando com outras condições especiais, como a Síndrome
de Down; ou ainda com processos psicológicos quem não alcançam o gatilho do do
bloqueio, que por muitas vezes e insistência de tentativas de forçar melhora no
comportamento podem agravar o travamento. Ao que me parece, de poucas vivências
neste campo, que há um bloqueio no intrasubjetivo deste indivíduo, que toma a
escolha, por esse trauma, isolar-se inconscientemente da sociedade que o rodeia.

Nesse sentido, para uma melhor inclusão desta criança de maneira mais pontual, para
sanar problemas gritantes, seria o melhor preparo de profissionais dentro da
educação, preparados pela simplicidade que tal problema pode desprender, ao qual a
empatia e alteridade com o mesmo formam boas chaves para possíveis bons
desbloqueios internos. Mas de uma maneira mais macro, vejo que se nossa sociedade
por si só se tornasse mais empática e com as devidas alteridades, grandes mudanças
aconteceriam. Mas hoje muito pelo contrário, somos mais individualistas e egoístas
nas relações humanas a ambientais do que nunca na história humana. Se tais
características positivas humanas de empatia e alteridade por si fossem melhores
atingidas em suas possíveis plenitudes, tal problema pudesse se dissipar naturalmente.

Pode parecer um pouco otimista demais, ou mais complexo ainda, mas é o que sinto
hoje sobre o assunto.

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