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Neste capítulo iremos relatar sobre a importância da Teoria dos Grafos na vida
contemporânea. Vamos fazer um pequeno resumo para relembrar os principais conceitos,
teoremas e aplicações mais relevantes de grafos. Além disso, também será dado ênfase
em alguns problemas históricos que implicaram no desenvolvimento e estudo de Teoria
dos Grafos.
3.1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais por vivermos numa sociedade cada vez mais complexa a matemática
discreta evidencia cada vez mais seu papel fundamental, porém durante muitos anos se
limitou em apenas a problemas de contagem deixando muito de longe de apresentar todo
esse prestigio que hoje possui. Em Silveira[] percebemos que é a partir da segunda guerra
mundial que a Teoria dos Grafos passa a apresentar uma grande importância na evolução
tecnológica e da vida moderna. Podemos citar o computador como um exemplo que
inicialmente foi projetado para realizar cálculos matemáticos e passou a ser utilizado
como um meio de processar informações, no qual com a ajuda da matemática discreta
transforma dados contínuos em dados discretos
FOTO PONTE
De acordo com a história relatada, Leonard Euler além de conseguir resolver o problema
proposto também resolveu para uma situação mais geral. Este problema famoso das
pontes podemos resolver através da Teoria dos Grafos representando o mesmo por um
grafo. Mas não podemos afirmar se Euler naquela época teria resolvido usando a
representação de grafos que adotamos nos dias atuais. Este problema pode ser modelado
por grafos onde cada porção de terra é representada por um ponto (em Teoria dos Grafos
denotamos por vértices ou nós) e as pontes sendo representadas por linhas (em Teoria dos
Grafos denotamos por arestas), conforme a figura abaixo (número da figura)
FIGURA
3.3.1 Definição
Um grafo G= (V, E) é um conjunto finito e não vazio V e um conjunto de pares não
ordenados de elementos distintos de V.
Por exemplo, um grafo G pode ser dado por:
V(G)= {v1, v2, v3, v4}
E(G)= {{v1, v2}, {v1, v3}, {v2, v3}, {v3, v4}}
Em um grafo G= (V, E), V é o conjunto de vértices de G e cada elemento de V é chamado
de vértice. O número de vértices de um grafo é chamado de ordem de G, logo a ordem de
G é |V|. No exemplo acima, a ordem de G é 4.
Cada elemento do conjunto E é chamado de aresta e E é o conjunto de arestas do grafo.
Em geral, é conveniente denotar uma aresta {u, v} simplesmente por uv ou,
equivalentemente, por vu.
Quando trabalhamos com grafos é em geral conveniente representá-los por meio de
diagramas. Em tal representação, indicamos os vértices por pequenos círculos e as arestas
por segmentos de reta ou curvas ligando os círculos apropriados. As arestas devem ser
desenhadas de forma a não passar por nenhum outro círculo que não sejam os seus
extremos. Diagramas do grafos dado acima são mostrados abaixo. Embora os diagramas
pareçam ser diferentes, eles representam o mesmo grafo pois contém exatamente o
mesmo conjunto de vértices e de arestas.
Se s=uv, isto é, se uv é uma aresta do grafo, então dizemos que s liga u e v, que u e v são
os extremos de s, que u e v são adjacentes ou vizinhos. Dizemos ainda que u é incidente
em s e s é incidente em u (e em v).
Se uv ∉ E(G) dizemos que u e v são não-adjacentes.
Se uv e vw são arestas distintas de G, dizemos que uv e vw são adjacentes (porque tem
extremo em comum).
No exemplo podemos notar que v1 e v2 são adjacentes mas v1 e v4 são não-adjacentes.
As arestas v1v2 e v2v3 são adjacentes enquanto que v2v3 é incidente em v3.
Seja G= (V, E) um grafo e v ∈ V. O grau de v é o número de arestas incidentes em v ou,
dito de outra maneira, é o número de vértices vizinhos a v em G. O grau de um vértice v
é denotado por g(v).
No exemplo, temos:
g(v1) = 2 g(v2)= 2 g(v3) = 3 g(v4)= 1
Tipos de Grafos
Um grafo simples G é um conjunto finito e não vazio V e um conjunto E de pares não
ordenados de elementos distintos de V. G= (V, E)
Exemplo: V(G1) = {a, b, c, d}
E(G1) = {{a, b}; {a, c}; {c, b}; {c, d}}
FIGURA
Um grafo com laços G é um conjunto finito e não vazio V e um conjunto E de pares não
ordenados de elementos de V G= (V, E)
Exemplo: G1 é grafo com laços e G2= (v2, E2) tal que V2=V1 e E2=E1 U {{c, c}}
também é grafo com laços.
Um multigrafo G é um conjunto finito e não vazio V e um multiconjuto E de pares não
ordenados de elementos de V.
Exemplo: G1 e G2 são multigrafos.
E G3= (V3, E3) tal que V3=v2 e E3=E2 U {{a, b}} também é um multibraço
imagem
Um dígrafo (simples) D é um conjunto finito e não vazio V e um conjunto E de pares
ordenados de elementos distintos de V. D= (V, E).
Um dígrafo também é chamado de grafo direcionado ou, ainda, de grafo orientado.
Ex: V(D)= {a, b, c, d}
E(D)= {(a, b) ;(a, c) ;(c, d) ;(c, d)}
FIGURA
===============
Comentando ainda sobre as aplicações dos caminhos Hamiltonianos podemos citar alguns
problemas mais genéricos de rotas, ou seja, problemas em que conhecemos os pontos de
entrega/distribuição/destino e o problema a ser solucionado é determinar a menor
distancia a ser percorrida ou em muitos dos casos descobrir o menor custo. Alguns
exemplos concretos desse tipo de problema incluem transporte de produtos, coleta de lixo
urbano, transporte de passageiros e inúmeras outros problemas de logística.
Existem diversos problemas modernos relacionados a aplicações de planaridade. A
distribuição de energia, projetos de mobilidade urbana/tráfego, projetos de construção
civil e circuitos elétricos são exemplos no qual podemos aplicar soluções de problemas
de planaridade.
Gostaria de retratar aqui um caso clássico de três casas que precisam ser ligadas a três
utilidades via ligações subterrâneas a uma central de distribuição de cada uma destas
utilidades conforme a figura 3,14. Será que é realizar fazer essas ligações sem que elas se
cruzem?
Observe que, em linguagem de Teoria dos grafos, essa pergunta pode ser reformulada de
tal forma que se o grafo bipartido completo apresenta uma realização planar.
Imagem 3.14
3.6 Planaridade
Chamamos o grafo de planar se for possível desenhá-lo no plano de modo que as arestas
não se cruzem. Porém, não basta apenas a observação do desenho para caracterizar um
grafo como planar ou não. Se as arestas de um grafo se cruzarem não é, necessariamente,
não planar, pois em muitos dos casos existe a possibilidade de desenhar o mesmo grafo
de tal forma que suas arestas não se cruzem. Podemos citar como exemplo desse tipo de
situação que está retratada na figura 3.13 em que o mesmo grafo tem um realização planar.
3.7 Coloração
Durante muitos anos, o mais famoso problema da Teoria dos grafos conhecido como
Problema das Quatro Cores que desafiou diversos matemáticos, sendo este um problema
que envolve grafos planares.
Este problema afirmava que quatro cores era suficiente para colorir qualquer mapa. Essa
conjectura seguir até 1976 quando foi possível, realizar através do uso aproximado de
1200 horas de cálculo computacional para provar que realmente tal conjectura era um
teorema. Podemos encontrar estes resultados nos artigos de Haken e Apple[1][2]
publicados em 1977. Atualmente este teorema é conhecido como Teorema das Quatro
Cores no qual afirma que todo mapa pode ser colorido com no máximo quatro cores.
A demonstração do Teorema das Quatros Cores está muito além da proposta deste
trabalho. No livro de Saaty & Kaine [24] este teorema tem um tratamento completo sobre
o assunto.
É bastante forte a relação que coloração de mapas tem com grafos. Podemos usar a mesma
representação do problema das pontes de Konigsberg, atribuindo aos países os vértices
de um grafo e as arestas presentando a fronteira comum, usando esse raciocínio torna-se
possível transformar qualquer mapa em um grafo planar e a coloração de mapas será
equivalente a colorir grafos planares, ou seja, atribuir cores a vértices de um grafo planar
de tal modo que vértices adjacentes tenham cores distintas.
Fig 3,19 fig 3,20