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Oriente

Médio

Tensão no Golfo Pérsico ameaça estabilidade do mercado de petróleo no mundo


Inteligência dos EUA diz que ataque a refinarias na Arábia Saudita foi lançado pelo
Irã
Tensões crescem, e Arábia Saudita diz que ataque com drones foi feito com armas
iranianas
Guia dos ataques na Arábia Saudita: quem são os Houthis e por que o Irã é
responsabilizado

ONU

Cidades querem impulsionar luta climática e desenvolvimento sustentável na ONU

América Latina e Caribe

Guaidó cancela negociações com Maduro e diz que 'ditadura saiu correndo'

Ásia

100 dias dos protestos em Hong Kong: do polêmico projeto de lei ao apoio
internacional

União Europeia

UE defende comissário para 'estilo de vida europeu' após extrema direita dizer que
cargo é 'vitória ideológica'

Línguas Estrangeiras

Why Russia is ambivalent about climate change


Juncker exige a Johnson un plan para el Brexit que garantice la supresión de la
frontera irlandesa
« On en a marre » : une marche contre le pouvoir repoussée par la police à
Ouagadougou

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Tensão no Golfo Pérsico ameaça estabilidade do mercado
de petróleo no mundo
EL PAÍS ,

Aramco, a empresa saudita que lucra mais que Apple, Facebook e Microsoft juntas

Irã adverte aos EUA sobre “consequências devastadoras” se for atacado

O Irã se apressou em negar as acusações dos Estados Unidos sobre sua responsabilidade
no ataque com drones ocorrido contra instalações petrolíferas sauditas, atribuídas aos
rebeldes huthis do Iêmen. O risco de agravar o braço de ferro entre Washington e Teerã
constitui uma nova ameaça ao abastecimento mundial de energia, já afetado pelo corte
significativo na produção de petróleo saudita provocado pelo ataque, ocorrido no sábado, e
que pode durar dias. O Governo saudita afirmou ter margem para cobrir as exportações
com suas reservas.

O presidente dos EUA. Donald Trump advertiu na noite de domingo que os Estados Unidos
estão “carregados e prontos” para responder, embora tenha se manifestado com menos
veemência do que o secretário de Estado Mike Pompeo sobre a autoria. “Há razões para
acreditar que conhecemos o culpado, estamos carregados e prontos”, escreveu em sua
conta no Twitter, mas admitiu que aguardava comprovação e que esperava falar com os
sauditas “para saber quem eles acreditam ter causado o ataque e em quais termos
proceder”.

"As acusações parecem resultado de um complô organizado por alguns serviços secretos
para desprestigiar a imagem de um país e preparar o caminho para ações futuras”,
denunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exterior iraniano, Abbas Musavi, que
disse que são “mentiras sem sentido”. No sábado Pompeo acusou o Irã de estar por trás
do bombardeio com drones de duas importantes instalações da companhia de petróleo
saudita Aramco, que está em processo de abertura de capital.

O impacto dos incêndios que provocaram na refinaria de Abqaiq, a maior do mundo, e nas
infraestruturas de Khurais, seu segundo campo de petróleo, obrigou a empresa a
interromper a produção de 5,7 milhões de barris por dia, algo mais da metade do seu
volume e equivalente a quase 6% do consumo mundial. Segundo diferentes fontes
sauditas consultadas pela imprensa econômica, os danos às infraestruturas foram
“grandes”, embora a Arábia Saudita espere retomar hoje um terço da produção
interrompida.

A Arábia Saudita tem 188 milhões de barris armazenados que serviriam de colchão durante

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semanas, caso seja necessário. Uma fonte do setor citada pela agência Reuters disse que
as exportações estariam garantidas nas próximas semanas graças ao estoque —dividido
entre o próprio território saudita e depósitos no Japão, Holanda e Egito. Os Estados
Unidos, no entanto, ofereceram suas reservas para garantir o abastecimento mundial.

Conforme relatado pelo Financial Times no domingo, Riad está em contato com vários
membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) caso seja
necessário aumentar temporariamente sua produção até que o reino restabeleça a sua,
embora sem especificar quais membros poderiam fazê-lo. Entre os países da OPEP, a
Arábia Saudita é o primeiro produtor, seguido por Iraque, Irã —submetido a sanções dos
EUA por causa de seu programa nuclear—, Emirados e Kuwait.

De qualquer forma, existe margem porque desde o final de 2016, sob iniciativa saudita, os
membros dessa organização de produtores limitam o volume de petróleo bruto que entra
no mercado para manter o preço.

Trump anunciou na noite de domingo que havia autorizado o uso das reservas estratégicas
de petróleo, em caso de necessidade, “em uma quantidade suficiente a ser determinada
para manter os mercados bem abastecidos”, uma mensagem que não serviu para evitar o
aumento no preço nos mercados de futuros do petróleo Brent, uma referência na Europa, e
do West Texas Intermediate. O presidente também aproveitou a oportunidade para pedir às
agências correspondentes que acelerassem as aprovações dos oleodutos atualmente em
processo de autorização no Texas e em outros Estados.

Embora os huthi tenham reivindicado a autoria do ataque, o terceiro desse tipo que
assumem desde maio, Pompeo disse no Twitter que não há provas de que os drones
saíram do Iêmen. Ele tampouco ofereceu qualquer respaldo às suas alegações além de
denunciar que o presidente iraniano, Hasan Rohani, e seu ministro das Relações
Exteriores, Mohammad Javad Zarif, “fingem que fazem diplomacia”.

Zarif, um hábil usuário das redes sociais (apesar de a maioria delas estar bloqueada no
Irã), não tardou a responder. “Depois do fracasso da [política de] ‘máxima pressão’, o
secretário Pompeo dá uma guinada para a de ‘máximo engano’”, tuitou ele neste domingo.
O chefe da diplomacia iraniana disse que “os EUA e seus acólitos estão atolados no
Iêmen” e que “culpar o Irã não vai por fim ao desastre”.

Enquanto isso, um general da Guarda Revolucionária recordou aos Estados Unidos que
“suas bases e seus porta-aviões em um raio de 2.000 quilômetros se encontram ao
alcance dos mísseis iranianos”. Não está claro se as palavras do responsável pela Força
Aérea desse Exército revolucionário são uma mera bravata para consumo interno ou
denotam nervosismo ante o temor de que Washington esteja procurando um pretexto para
atacá-lo.

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Trump já reconheceu ter dado a ordem de atacar (que cancelou no último momento) em
junho passado, depois que a Guarda Revolucionária derrubou um drone norte-americano.
As tensões que vêm se acumulando desde que os EUA abandonaram o acordo nuclear
com o Irã, no ano passado, pareciam ter diminuído nas semanas posteriores, mas
Washington continuou aumentando suas sanções, enquanto Teerã continuou desafiando
essa pressão com uma progressiva retirada de seus compromissos sob aquele pacto.

Diálogo com Teerã

É incerto o efeito que os ataques às instalações petrolíferas sauditas terão sobre a política
dos EUA em relação ao Irã se mantiverem suas acusações contra o regime. Apenas três
dias antes, na quarta-feira, Trump deixou a porta aberta para um abrandamento das
sanções econômicas que impôs àquele país para forçá-lo a renegociar um acordo nuclear
que substitua o de 2015. “Acredito que eles gostariam de chegar a um acordo”, disse o
presidente à imprensa, lembrando que o Irã “atravessa enormes dificuldades financeiras e
as sanções estão ficando cada vez mais duras”. Quando perguntado diretamente sobre a
possibilidade de reduzi-las, respondeu: “Vamos ver o que acontece”, bem ao seu estilo.

Por causa da mediação francesa durante o último G7, no final de agosto, Trump expressou
sua disposição de se encontrar com o presidente iraniano, Hasan Rohani, durante a
Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa na próxima terça-feira. No entanto,
Rohani descartou qualquer reunião enquanto as sanções não forem levantadas. Além
disso, não está claro que tenha o apoio para isso do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei,
que tem a última palavra em todos os assuntos de segurança nacional e política externa.

Alguns analistas norte-americanos especularam que os ataques tentarão fechar qualquer


possibilidade a esse respeito. “Não ajudam”, respondeu Kellyanne Conway, assessora da
Casa Branca, à rede Fox neste domingo. Mas Conway não descartou a eventualidade de
uma cúpula.

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita já acusaram o Irã de estar por trás das sabotagens
contra navios-tanque no Estreito de Ormuz e nas infraestruturas petrolíferas sauditas dos
últimos meses, algo que Teerã negou. Também responsabilizam a República Islâmica de
armar os rebeldes iemenitas (o que ambos rejeitam). Pompeo foi mais longe desta vez, ao
dizer que os bombardeios de Abqaiq e Khurais não teriam se originado no Iêmen, mas no
Irã.

Tanto Abqaiq quanto Khurai, os objetivos alcançados pelos rebeldes iemenitas, estão muito
além da faixa de 150 quilômetros de alcance dos drones em poder dos huthi, os chamados
Qatef-1. No entanto, investigadores da ONU revelaram que os rebeldes têm um novo
modelo, o UAV-X, que pode chegar a 1.500 quilômetros.

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ARAMCO, GIGANTE DO SETOR

Rentabilidade. A petroleira estatal saudita Aramco é considerada a companhia mais


rentável do mundo, responsável pela produção de 10% do petróleo bruto em todo o
mundo. A Arábia Saudita é, além disso, o maior exportador de petróleo.

Valor. As autoridades sauditas estimam o valor da companhia em dois trilhões de dólares


(cerca de oito trilhões de reais), o dobro do que vale o gigante informático Apple.

Emprego. A Aramco dá trabalho a 65.000 pessoas.

Mercado. A companhia prevê abrir seu capital em 2020.

Produção. A refinaria de Abqaiq é considerada a maior do mundo, com uma produção de


aproximadamente sete milhões de barris por dia.

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Inteligência dos EUA diz que ataque a refinarias na Arábia
Saudita foi lançado pelo Irã
Folha de S.Paulo , Dion Nissenbaum e Summer Said

Autoridades americanas dizem que dados de inteligência do país indicam que o Irã foi o
local de origem de um duro ataque à indústria de petróleo da Arábia Saudita.

Essas informações já foram compartilhadas com a Arábia Saudita, enquanto os dois países
avaliam ataques de retaliação, segundo pessoas familiarizadas com as discussões.

A avaliação, que os EUA ainda não compartilharam publicamente, ocorre quando o


presidente Donald Trump levanta a perspectiva de os EUA e a Arábia Saudita unirem
forças para lançar um ataque de retaliação contra o Irã. Tal movimento poderia
rapidamente se expandir para um conflito regional.

As autoridades sauditas disseram que ainda não chegaram à mesma conclusão de que o
Irã foi a origem dos ataques, e indicaram que as informações compartilhadas pelos
americanos não são definitivas.

A coalizão liderada pela Arábia Saudita que conduz a luta no Iêmen disse que as armas
usadas para atingir o reino saudita eram iranianas, em sua primeira avaliação dos ataques
no fim de semana.

O governo Trump disse ao governo iraquiano neste fim de semana que o Iraque não está
acostumado a lançar o ataque de sábado (14), segundo autoridades dos EUA e do Iraque.

Os EUA já rejeitaram a afirmação de militantes houthis no Iêmen de que eles enviaram dez
drones para atacar as instalações de petróleo sauditas, o que paralisou a indústria de
petróleo do reino e fez os mercados de energia caírem vertiginosamente.

O presidente Trump alertou no domingo que os EUA estão "locked and loaded" ("com as
armas preparadas") para atacar quando os EUA e a Arábia Saudita identificarem quem foi
o responsável.

"Há razões para acreditar que conhecemos o culpado, estamos com as armas preparadas
dependendo da verificação", escreveu Trump no Twitter. "Mas esperamos notícias do

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Reino sobre quem eles acreditam que foi a causa desse ataque e sob que termos nós
procederíamos!"

Trump se reuniu na segunda-feira (16) com sua equipe de segurança nacional para discutir
os ataques e as crescentes tensões no Oriente Médio, segundo uma pessoa familiarizada
com as reuniões.

Trump e sua equipe, que incluía o secretário de Defesa, Mark Esper, e o conselheiro
interino de segurança nacional, Charles Kupperman, discutiram planos de contingência
para responder aos ataques, disse essa pessoa.

Autoridades sauditas e americanas disseram que o ataque de sábado a dois locais na


Arábia Saudita usou mísseis de cruzeiro que atingiram 19 alvos. A Arábia Saudita enfrenta
dificuldades para reparar os danos.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, está convocando líderes regionais para discutir a
situação, e esperava-se que falasse na segunda-feira com o príncipe herdeiro Mohammed
bin Zayed, dos Emirados Árabes Unidos.

Na segunda-feira, Trump tuitou um lembrete sobre o comportamento do Irã quando


derrubou um drone dos EUA em junho, ataque que levou os EUA a prepararem um ataque
militar contra o Irã. Trump o cancelou depois de pensar melhor.

"Lembrem-se de quando o Irã abateu um drone, dizendo conscientemente que estava no


'espaço aéreo' deles, quando, na verdade, não estava nem perto", disse ele. "Eles se
apegaram fortemente a essa história, sabendo que era uma grande mentira. Agora eles
dizem que não tiveram nada a ver com o ataque à Arábia Saudita. Vamos ver?"

A perspectiva de ação militar dos EUA provocou reações divergentes dos legisladores. O
senador republican Lindsey Graham, da Carolina do Sul, pediu durante o fim de semana
para os EUA colocarem "sobre a mesa" o ataque às refinarias de petróleo iranianas.

A reimposição de sanções duras pelo governo Trump reduziu as exportações de petróleo


do Irã, diminuindo o valor de sua infraestrutura de petróleo como alvo potencial. Ainda
assim, o setor de energia do Irã continua sendo crucial para a economia interna do país.

Outros alertaram contra ações militares. O senador republicano Mitt Romney, de Utah,
opinou no Twitter na segunda-feira que qualquer "envolvimento direto das Forças Armadas
dos EUA em reação aos ataques do Irã à infraestrutura de petróleo saudita seria um erro
grave".

Romney disse que os EUA venderam armas para a Arábia Saudita para que o país possa

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se defender. Se a Arábia Saudita responder aos ataques, disse ele, "os EUA devem estar
prontos para apoiar em um papel não cinético".

O senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, foi mais direto: "Os EUA nunca deveriam
entrar em guerra para proteger o petróleo saudita", tuitou no domingo. O senador
democrata Chris Murphy, de Connecticut, disse na segunda-feira que o envolvimento
iraniano nos ataques é inaceitável, mas criticou a estratégia de Trump para o Irã como
"escalada unilateral cega".

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Tensões crescem, e Arábia Saudita diz que ataque com
drones foi feito com armas iranianas
Folha de S.Paulo ,

A escalada de tensão no Oriente Médio ganhou novos elementos nesta segunda (16).

A Arábia Saudita afirmou ter provas de que as armas usadas contra suas instalações
petrolíferas no sábado (14) eram iranianas e que o ataque não partiu do Iêmen, como
alegam os rebeldes houthis.

O Irã, por sua vez, anunciou ter interceptado um navio suspeito de contrabandear
combustível e deteve os 11 membros de sua tripulação, segundo a TV estatal do país,
enquanto os houthis —aliados de Teerã no Iêmen— ameaçam fazer mais ataques.

A embarcação apreendida pelo Irã levava 250 mil litros de combustível e foi capturada
perto do estreito de Hormuz, importante rota de transporte de petróleo.

Nos últimos meses, Teerã anunciou a interceptação de ao menos quatro navios


estrangeiros, também pela acusação de que estariam contrabandeando petróleo.

O ataque de sábado, realizado por meio de drones, comprometeu 50% da produção de


petróleo da Arábia Saudita e fez o preço do combustível disparar no mercado
internacional.

Tanto Riad quanto Washington culpam Teerã pela ação, apesar de os houthis terem
assumido a autoria do ataque.

"Os resultados preliminares mostraram que as armas [usadas na ação] eram iranianas, e
agora estamos trabalhando para determinar a localização [de onde partiu o ataque]", disse,
em entrevista coletiva, o coronel Turki al-Malki, porta-voz da coalizão liderada pelos
sauditas.

O príncipe-herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, afirmou que “quer e pode responder a
esta agressão terrorista”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, também nesta segunda-feira, corroborou a versão

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da Arábia Saudita, dizendo que o Irã “parece ser” o responsável pelos ataques. Por outro
lado, ressaltou que não quer guerra com ninguém nem agir precipitadamente.

Mais cedo, no Twitter, em referência a um episódio anterior entre os dois países, o


presidente escreveu que “o Irã abateu um drone [americano] dizendo que estava em seu
‘espaço aéreo’, quando, na verdade, não estava nem perto”.

“Eles se apegaram fortemente a essa história sabendo que era uma grande mentira. Agora
eles dizem que não tem nada a ver com o ataque na Arábia Saudita. Vamos ver?”,
publicou.

Logo após os ataques, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, já havia dito que
não há provas de que o ataque tenha procedido do Iêmen e que Teerã “terá de prestar
contas de sua agressão”.

O Irã, no entanto, nega ser o responsável pelo ataque e descartou a possibilidade de um


encontro na próxima semana, durante a Assembleia Geral da ONU, entre seu presidente,
Hasan Rowhani, e Trump —a hipótese tinha sido levantada pela Casa Branca.

A tensão no Oriente Médio vem crescendo desde que os EUA abandonaram


unilateralmente o acordo nuclear com o Irã e impuseram diversas sanções contra o país
persa, na expectativa de forçar Teerã a aceitar um pacto que restrinja ainda mais o uso de
tecnologia nuclear.

Enquanto os EUA e a Arábia Saudita acusam, e o Irã nega, os rebeldes houthis


ameaçaram fazer novos ataques contra instalações petrolíferas sauditas.

"Garantimos ao regime saudita que a nossa longa mão pode atingir qualquer lugar que
quisermos, e em qualquer momento", disse Yahya Sare, porta-voz dos houthis, à TV al-
Masirah.

Sare também afirmou que os ataques de sábado foram feitos com drones modificados e
com motores a jato.

A guerra civil no Iemên se arrasta desde 2015 e deixou mais de 7.000 mortes. O governo,
que perdeu o controle de várias partes do território, é apoiado pela Arábia Saudita,
enquanto os rebeldes, segundo os EUA, recebem ajuda do Irã.

O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Mussavi, afirmou que as
acusações americanas são insensatas e incompreensíveis e que só buscam justificar
futuras ações contra o Irã.

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IMPACTO NO MERCADO

Na abertura dos mercados nesta segunda-feira, o petróleo registrou alta de quase 20%.

Amin Naser, presidente da Aramco, a companhia petrolífera estatal da Arábia Saudita,


declarou que obras estão sendo feitas para restabelecer toda a produção. Especialistas
ouvidos pela agência de notícias Reuters, no entanto, estimam que a recuperação poderá
levar meses.

Estimativas anteriores, mais otimistas, sugeriam que esse processo levaria semanas.

Diante da redução da produção saudita, Trump autorizou o uso de petróleo das reservas
estratégicas dos Estados Unidos.

Os rebeldes huthis atacaram em diversas ocasiões a infraestrutura saudita, mas esta foi a
vez em que causaram maior dano: houve redução da produção de 5,7 milhões de barris
por dia, cerca de 6% do abastecimento mundial.

O ataque poderá afetar a confiança dos investidores na Aramco, gigante petrolífero que
prepara sua entrada na bolsa.

O governo saudita quer lançar no mercado cerca de 5% das ações de sua petroleira estatal
em 2020 ou 2021 e assim captar US$ 100 bilhões.

Riad gastou bilhões de dólares em equipamento militar mas, para os especialistas, os


ataques confirmam a vulnerabilidade das instalações petroleiras no Golfo.

Os poços de petróleo da Arábia Saudita estão dispersos e são de difícil acesso, mas suas
refinarias estão muito mais expostas.

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Guia dos ataques na Arábia Saudita: quem são os Houthis
e por que o Irã é responsabilizado
Estadão ,

Uma série de ataques de drone no sábado, 14, que atingiram a maior instalação de
processamento de petróleo do mundo, na Arábia Saudita, resultou em explosões e acabou
com metade das produções diárias do reino dos próximos dias. Agora, perguntas estão
sendo feitas sobre a dimensão dos danos e a maneira como o ataque foi encaminhado.

Entretanto, a pergunta-chave gira em torno do responsável pelos ataques. Os rebeldes


Houthi do Iêmen, responsáveis por uma guerra civil contra forças apoiadas pelos sauditas,
reivindicaram; na segunda-feira, chegaram a ameaçar ataques adicionais.

Mas oficiais da Arábia Saudita e de países ocidentais têm duvidado da afirmação,


defendendo que o ataque não é originário do Iêmen, mas sim do principal apoiador dos
Houthis: o Irã.

Nesta segunda, oficiais sauditas acusaram o país rival pelos ataques, afirmando que os
armamentos eram iranianos e que não teriam sido lançados do Iêmen, porém sem maiores
detalhes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu em sua conta no Twitter no fim
de semana que o país está “armado e carregado” e aguarda uma confirmação do reino
saudita sobre o responsável para decidir como deve proceder com o assunto.

Já o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, escreveu no Twitter que o Irã está por
trás do que ele chamou de "um ataque sem precedentes ao suprimento de energia do
mundo" e afirmou que "não há evidências de que os ataques vieram do Iêmen".

A relação entre Irã e os Houthis não é simples, e há muito tempo tem sido camuflada por
acusações e negações, ampliando os rumores e a propaganda pessoal de todos os lados.

Quem são os Houthis?

Instalados no noroeste do Iêmen, os Houthis ganharam dimensão internacional em 2015,


quando participaram da derrubada do presidente do Iêmen e aliado dos EUA, Abed Rabbo

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Mansour Hadi.

A história do grupo, porém, é datada do início da década de 1990, quando um grupo


chamado Shabab al-Muminin (A Juventude que Acredita) começou a trabalhar na
conscientização do braço Zaydi do islamismo xiita, que havia dominado o Iêmen durante
séculos, mas foi marginalizado após a guerra civil da década de 1960.

Hussein al-Houthi, um dos líderes da Juventude que Acredita, começou a protagonizar


protestos anti-americanos depois da invasão liderada pelos EUA no Iraque, em 2003.
Quando Houthi foi morto por forças governamentais, também em 2003, seus apoiadores
renomearam o grupo com o seu sobrenome e continuaram a transição de protesto religioso
para insurgência armada.

Desde 2015, os Houthis participam da guerra civil que tomou conta do Iêmen, em um
primeiro momento contra apoiadores de Hadi, que também é apoiado pela coalizão
internacional liderada pela Arábia Saudita.

Quais são os vínculos com o Irã?

O apoio iraniano aos Houthis parece ter aumentado ao longo dos anos. Mas, especialistas
na rede de aliados do Irã dizem que os Houthis estão entre os menos dependentes do Irã
de apoio financeiro e militar, além de tomada de decisões.

Apesar de os Houthis terem começado como um movimento local, e da teologia do braço


Zaydi dos xiitas ser significativamente diferente daquela praticada pela República Islâmica
do Irã, o grupo faz parte de uma rede extensa de facções armadas do Oriente Médio
apoiadas por Teerã.

Um enviado diplomático da Embaixada dos EUA ao Iêmen, em 2009, disse que ao


contrário dos argumentos do governo do Iêmen de que o grupo estava sendo armado pelo
Irã, “a maioria dos analistas relatam que os Houthis obtêm suas armas do mercado negro
do Iêmen”, além do exército do país.

Em 2017, um oficial iraniano disse à agência Reuters que a Guarda Revolucionária


Islâmica havia discutido em uma reunião maneiras de “empoderar” os Houthis. “Nesta
reunião, eles concordaram em aumentar a ajuda, por meio de treinamentos, armas e apoio
financeiro”, disse.

O Irã emitiu comunicados em que negou as acusações de que armou os Houthis, mas
cargas de armamentos foram interceptadas no Mar Arábico com rifles, lançadores de
foguetes, mísseis guiados antitanque e munições. Há indícios de que os cargamentos
estariam em rota do Irã para o Iêmen.

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Os Houthis atacaram a Arábia Saudita no passado?

Sim. Desde o início do conflito no Iêmen, os Houthis têm a intenção de punir a Arábia
Saudita pelo seu papel proeminente na guerra civil. Assim, atacaram diversas vezes o solo
saudita.

No ano passado, oficiais sauditas disseram que interceptaram mais de 100 mísseis
balísticos disparados de território Houthi.

Drones armados atacaram estações de petróleo ao oeste de Riyadh em maio e causaram


danos, enquanto um ataque no aeroporto de Abha no sul da Arábia Saudita deixou 26
feridos em junho.

Porém, os ataques de sábado, ao acertarem o centro de operações da produção de


petróleo saudita, provaram ser muito mais sofisticados do que as ofensivas feitas no
passado pelos Houthis.

A precisão dos ataques em Khurais e Abqaiq, a mais de 800 km de distância das zonas
controladas pelos Houthis, causaram estrago máximo e provaram o nível de alcance dos
armamentos do grupo.

E se os Houthis não fizeram nada?

A natureza elaborada do ataque levou a afirmações de que não seja originário do Iêmen,
mas que tenha sido encaminhado por grupos apoiados pelo Irã no Iraque ou no próprio
Irã.

Não é claro o motivo dos Houthis terem revindicado a autoria dos ataques. Pode fazer
parte de uma estratégia regional do Irã e de seus aliados para confundir, apesar de muitos
analistas terem argumentado no passado que os Houthis, movidos por assuntos locais,
agem independentes do Irã.

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Cidades querem impulsionar luta climática e
desenvolvimento sustentável na ONU
Reuters , Por Michelle Nichols

Enquanto alguns líderes globais questionam se o mundo está enfrentando uma crise
climática, várias cidades estão trabalhando para combater o aquecimento global e
promover o desenvolvimento sustentável, e na próxima semana vão prometer relatar seus
progressos à Organização das Nações Unidas (ONU).

Secretário-geral da ONU, António Guterres 01/08/2019 REUTERS/Brendan McDermid

Dezesseis cidades se comprometerão a implantar metas globais para acabar com a


pobreza, a desigualdade e outros desafios até 2030 durante a reunião anual de líderes
mundiais na ONU, e assinarão uma declaração voluntária esboçada pela cidade de Nova
York.

O conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, aprovados por unanimidade


pela 193 nações-membros da ONU em 2015, é uma lista abrangente de tarefas,
abordando temas como conflitos, fome, degradação de terras, igualdade de gêneros e
mudança climática.

“Estamos vivendo em uma época na qual governos nacionais estão abdicando de sua
responsabilidade em questões urgentes. É por isso que as cidades estão tomando a
iniciativa”, disse a comissária de Assuntos Internacionais da cidade de Nova York, Penny
Abeywardena.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que descreveu o aquecimento global
como uma farsa, golpeou duramente os esforços liderados pela ONU para combater a
mudança climática ao retirar seu país do histórico acordo climático de Paris de 2015.

O presidente Jair Bolsonaro também tem expressado dúvidas quanto à questão de a


mudança climática ser ou não provocada pelo homem e é ambivalente quanto ao acordo
de Paris, mas recuou de uma promessa de campanha de romper com o pacto.

Quando indagado sobre a posição de Trump a respeito da mudança climática, o secretário-


geral da ONU, António Guterres, disse aos repórteres na sexta-feira que existe “um

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comprometimento extraordinário com a ação climática” na sociedade norte-americana.

“Governos têm muito menos influência do que as pessoas podem imaginar”, disse ele
durante uma visita às Bahamas, devastada recentemente por um furacão. “A influência é
hoje, cada vez mais em relação à mudança climática, a respeito do que cidades, empresas
e comunidades fazem.”

Neste ano, Nova York, Bristol, Buenos Aires, Helsinque, Los Angeles, Taipei, Santana do
Parnaíba e o Estado mexicano de Oaxaca relataram avanços no desenvolvimento
sustentável.

Nova York, Helsinque, Buenos Aires e outras 13 cidades serão as primeiras a assinarem
uma declaração na próxima semana, na qual as cidades se comprometem “a usar a
estrutura das MDS (metas de desenvolvimento sustentável) para fazer nossa parte para
ajudar a acabar com a pobreza extrema, combater a desigualdade e a injustiça, e trabalhar
para evitar os efeitos nocivos das mudanças climáticas até 2030”.

As outras cidades que pretendem assinar a declaração são Acra, em Gana; Barcelona, na
Espanha; Bristol, no Reino Unido; Cidade do Cabo, na África do Sul; Freetown, em Serra
Leoa; Kazan, na Rússia; Los Angeles, nos EUA; Malmo, na Suécia; Mannheim, na
Alemanha; Montevidéu, no Uruguai; Prefeitura de Barcarena, no Brasil; Santa Ana, na
Costa Rica, e Santa Fé, na Argentina.

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Guaidó cancela negociações com Maduro e diz que
'ditadura saiu correndo'
Folha de S.Paulo , Sylvia Colombo

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó afirmou nesta segunda-feira (16) que considera
"esgotadas" as negociações realizadas entre seus enviados e os representantes do ditador
Nicolás Maduro para tentar resolver a crise no país.

O diálogo, que acontecia em Barbados, era mediado pela Noruega e tinha apoio de outros
países europeus.

As conversas, porém, estavam paralisadas desde 7 de agosto, quando os enviados do


ditador abandonaram as conversas em protesto às sanções impostas pelo governo
americano contra Caracas.

"Está encerrado esse esforço, agradecemos à Noruega, mas o regime insiste em buscar
desculpas para não avançar nos diálogos. Além disso, o ataque contra os professores que
ocorreu na manhã de hoje nos mostra que não há nenhuma intenção de diminuir as
hostilidades e de buscar uma solução para os problemas do país", disse Guaidó em
entrevista coletiva.

E acrescentou: "A ditadura simplesmente abandonou, saiu correndo da mesa de


negociação diante de uma proposta nossa que resolveria o problema do país".

A manhã de segunda foi de tensão em Caracas. Coletivos ligados ao regime e agentes das
FAES (Forças de Ações Especiais) dispararam com armas de fogo contra professores que
realizavam uma manifestação no centro da cidade.

O líder opositor afirma ter apresentado a Maduro uma proposta de formação de um


governo de transição no qual o próprio Guaidó não faria parte.

Segundo ele, o objetivo da medida era garantir que esse eventual novo governo
promovesse a renovação do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), garantindo assim a
participação política de todos os grupos e partidos em eleições livres nos próximos meses.

"Nossa ideia era um exemplo de como fazer uma transição livre e democrática, com

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garantia a todos os setores, e o regime saiu correndo", afirmou Guaidó.

Ele disse ainda que, com o fim das negociações, segue com "todas as opções sobre a
mesa".

Entre elas, está a possibilidade de ativar o Tiar (Tratado Interamericano de Ação


Recíproca), que prevê defesa mútua dos países-membros da OEA (Organização dos
Estados Americanos) em caso de ataques externos e que abre a possibilidade de uma
intervenção estrangeira no país.

Guaidó também indicou que pode apoiar a articulação de medidas com governos como o
da Colômbia para combater os "grupos terroristas e irregulares" que atuam na fronteira dos
dois países.

Após as declarações do líder opositor, o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez,


anunciou que continuaria dialogando com partidos da oposição, mas apresentou apenas
nomes de agrupações muito pequenas, como o Cambiemos e o Soluciones para
Venezuela.

Os partidos de oposição relevantes na Assembleia Nacional, e que foram excluídos, são o


Voluntad Popular, o Primero Justicia, o Vente Venezuela e a Ação Democrática. Todos eles
têm lideranças presas, exiladas ou perseguidas.

Guaidó, então, disse que a ditadura estava sendo "irresponsável ao dizer que segue
dialogando com partidos tão minoritários", comparando o gesto a "colocar paninhos de
água quente. Isso é irresponsável e sádico", afirmou.

O líder do Primero Justicia, Julio Borges, afirmou de Bogotá, onde está radicado, que
qualquer acordo com esse grupo minoritário da oposição "apenas levará a Venezuela a um
maior isolamento internacional".

Em sua conta no Twitter, Borges disse que "a União Soviética e Cuba também fabricaram
sua oposição sob medida e essa cumplicidade sempre terminou em fracasso".

Já a líder do Vente Venezuela, María Corina Machado, celebrou o fim das negociações
mediadas pela Noruega. Ela vem sendo a opositora mais radical ao defender que não é
possível dialogar com Maduro desde que se elegeu uma Assembleia Constituinte, em
2017.

"Essa não é a oposição venezuelana porque a verdadeira oposição é uma nação em


rebeldia", disse Corina em entrevista ao jornal El Nacional.

19
100 dias dos protestos em Hong Kong: do polêmico
projeto de lei ao apoio internacional
Estadão ,

As manifestações que começaram há 100 dias em Hong Kong mergulharam a ex-colônia


britânica em sua pior crise política desde que foi devolvida pelo Reino Unido à China, em
1997. Relembre os principais pontos do movimento até aqui.

Projeto de lei rejeitado

No dia 9 de junho, mais de um milhão de pessoas, segundo os organizadores dos


protestos, foram às ruas de Hong Kong para se manifestar contra um projeto de lei do
governo local que previa autorizar extradições à China continental.

Os manifestantes temiam que a medida levaria a um aumento do controle de Pequim sobre


a região semiautônoma, que desfruta de uma ampla autonomia e de liberdades
desconhecidas na China graças ao princípio “um país, dois sistemas”, vigente até 2047.

As marchas, as mais importantes desde 1997, ficaram marcadas pelos choques entre
manifestantes e forças policiais. No dia 12 de junho, a violência sem precedentes deixou
79 feridos e um ativista morreu ao cair do telhado de um prédio.

Cerca de 2 milhões de manifestantes

Em 15 de junho, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou a suspensão


do polêmico projeto de lei. Contudo, um dia após o anúncio da suspensão, quase dois
milhões de manifestantes, de acordo com os organizadores, exigiram a demissão de Carrie
e os bloqueios em ruas e avenidas da cidade se multiplicaram.

No dia 1.º de julho, no 22.º aniversário da devolução do território, vários manifestantes


causaram danos ao Parlamento local.

Endurecimento dos protestos

Em 21 de julho, vários homens com máscaras, suspeitos de pertencer a gangues violentas,


conduziram ataques contra os manifestantes. No fim de semana seguinte foram
registrados novos confrontos entre a polícia e os manifestantes após a realização de
concentrações não autorizadas.

No dia 5 de agosto, o território semiautônomo se viu mergulhado em caos em razão de

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uma greve geral que prejudicou o fluxo nos transportes públicos e nos voos. Pela terceira
noite consecutiva foram registrados confrontos entre policiais e manifestantes. “Quem
brinca com fogo, morre queimado”, advertiu Pequim na ocasião.

Caos em aeroporto

No dia 12 de agosto, milhares de manifestantes invadiram o aeroporto de Hong Kong, que


se viu obrigado a cancelar seus voos. Dois homens suspeitos de espionagem para a China
foram agredidos e Pequim afirmou que havia “sinais incipientes de terrorismo”.

Três dias depois, forças militares chinesas se concentraram na cidade de Shenzen, na


fronteira com Hong Kong.

Em 18 de agosto, uma grande concentração pacífica reuniu 1,7 milhões de pessoas, de


acordo com os organizadores. O presidente americano, Donald Trump, advertiu que uma
resposta dura comprometeria um acordo comercial entre China e Estados Unidos.

Prisões e escalada da violência

A dispersão de manifestantes com canhões de água e um disparo de advertência no dia 25


de agosto levou a uma nova escalada da violência.

Cinco dias depois, houve um ação contra os principais nomes da mobilização, entre eles
Joshua Wong, conhecido pelo “Movimento dos Guarda-Chuvas” de 2014. Ele foi
considerado culpado e liberado após pagamento de fiança.

No dia seguinte, Hong Kong viveu uma das rodadas mais violentas de protesto. Em 1.º de
setembro, os manifestantes voltaram a protestar no aeroporto da cidade, onde semearam o
caos.

Retirada definitiva do projeto de lei

Em 4 de setembro, Carrie Lam anunciou a retirada definitiva do projeto de lei que


desencadeou os protestos, uma medida considerada insuficiente pelos manifestantes, que
pediam também sufrágio universal e anistia para cerca de 1,1 mil pessoas detidas.

Busca por apoio estrangeiro

No dia 8 de setembro, os militantes pró-democracia se concentraram diante do consulado


dos EUA para pedir a Washington que pressione a China.

Um dia depois, Joshua Wong se reuniu com o ministro alemão das Relações Exteriores, o

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que provocou a ira de Pequim. Em 13 de setembro, ele iniciou uma visita aos EUA para
tentar obter apoio internacional.

No dia 15, milhões de pessoas voltaram a desafiar a proibição de manifestação. A


concentração culminou em confrontos entre policiais e pequenos grupos radicais, e uma
bandeira da China foi queimada.

Horas antes, centenas de manifestantes haviam se concentrado diante do consulado


britânico e pediam a Londres que fizesse mais por sua ex-colônia.

Diversos eventos esportivos e culturais tiveram de ser anulados em razão das


manifestações, que voltaram com força e quase diariamente. Os manifestantes
convocaram também uma greve geral de uma semana no mês de outubro.

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UE defende comissário para 'estilo de vida europeu' após
extrema direita dizer que cargo é 'vitória ideológica'
O Globo ,

A presidente eleita da Comissão Europeia , Ursula von der Leyen , defendeu, nesta
segunda-feira, sua decisão de nomear um comissário responsável por "proteger o estilo de
vida europeu", frase utilizada como slogan pela extrema direita.

A democrata cristã alemã Von der Leyen, que assumirá o cargo em 1º de novembro e na
semana passada anunciou sua equipe de comissários, postou em seu Twitter um trecho do
Tratado de Lisboa que diz que o bloco é fundado em valores que incluem o respeito a
valores como dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade e direitos humanos.

"O estilo de vida europeu também inclui escutar e debater uns com os outros para
encontrar soluções para o bem comum. É isso que eu quero que nós façamos juntos", ela
disse.

O tuíte da presidente eleita sobre a controvérsia veio após Marine Le Pen, líder do Reunião
Nacional, partido da extrema direita francesa, classificar a criação da pasta como uma
"vitória ideológica".

Em um evento para seus partidários no domingo na cidade de Frejus, na Riviera Francesa,


Le Pen mapeou sua estratégia para a eleição presidencial de 2022 e disse que a
nomeação anunciada por Von der Leyen "fala por si só".

— Isto confirma nossa vitória ideológica — disse Le Pen, que, apesar de criticar
constantemente o bloco europeu, nunca se posicionou em favor da saída da França da UE.

Segundo a política francesa, sob pressão dos governos nacionais, a União Europeia foi
"forçada a admitir que a imigração impõe questões para o futuro do estilo de vida dos
europeus".

Críticas da oposição

Siglas de oposição no Parlamento Europeu, por sua vez, foram bastante críticos à
descrição do cargo feita por Von der Leyen. O grupo formado pelo Partido Verde Europeu e

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pela Aliança Livre Europeia, por exemplo, disse que pôr questões imigratórias e de
proteção fronteiriça sob tal slogan era "assustador".

Na semana passada, Von der Leyen disse que iria nomear o grego Margaritis Schinas, ex-
parlamentar europeu e funcionário antigo da Comissão Europeia, para "proteger o estilo de
vida europeu". Em seu perfil no Twitter, Schinas se autodenomina responsável por
imigração, segurança, direitos sociais, educação, cultura e juventude, mas não cita a
polêmica função.

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Why Russia is ambivalent about climate change
The Economist , The Economist

The first in a series of articles on the impact of global warming on the world

FIRST CAME fires that turned the Siberian skies into a wall of solid smoke stretching for
thousands of kilometres. Then came a drought that sucked the Lena River nearly dry,
leaving boats marooned in the mud. It has been an arduous summer in Yakutia, an icy
republic in Russia’s far east. Add to that the fact that the regional capital, Yakutsk, stands
upon thawing permafrost that warps roads and buildings, and climate inaction becomes
hard to defend. “I’ve lived here my whole life, I remember what the winter used to be like,
and what it’s like now,” Sardana Avksenteva, Yakutsk’s mayor, says. “I can confirm that
global warming is a problem.”

Some 1,000km (600 miles) to the north, on the republic’s Arctic coast, the dying town of
Tiksi would beg to differ. From its frozen vantage-point, warming has been a boon. In 1980
Arctic sea ice covered 7.9m square km (3m square miles) at its minimum extent, whereas
last year that dipped to 4.6m. So the Northern Sea Route (NSR) has emerged as a potential
global shipping artery.

The Russian government has pledged to direct some 735bn roubles ($11bn) over the next
six years toward its development. The route holds the promise of cutting delivery times
between Asia and Europe by weeks, compared with going by the Suez Canal—with Russia
poised to take a healthy cut for helping the cargo through. Tiksi has seen a new military
base go up. It is in the running for a 2.5bn-rouble port project.

This tension between catastrophe and opportunity has shaped the contours of the climate-
change debate in the world’s fourth-largest carbon emitter. Russia has signed but has not
ratified the Paris Agreement, making it the only major emitter outside the pact (though
President Donald Trump is in the process of withdrawing America from its strictures). It is
not only the world’s second-largest producer of oil and gas combined, it also possesses ice-
locked coasts and a vast, underpopulated hinterland that, some argue, could use the boost
brought by a few degrees of warming.

At an Arctic forum in 2017, Vladimir Putin called climate change a “factor that bolsters
optimism”, adding that it “provides more favourable conditions for economic activity in this
region”. He once quipped that climate change would enable Russians to spend less money
on fur coats.

Yet the downsides are proving harder to ignore, as Mr Putin himself acknowledged at a G20

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summit this summer. Russia is warming more than twice as rapidly as the world’s average
rate, and is experiencing a full range of climate-change-connected calamities for itself. The
Ministry of Economic Development has accelerated climate policymaking. A national
adaptation plan is in the works, and bills introducing carbon taxes and other mechanisms to
regulate greenhouse-gas emissions have also been drafted.

Earlier this year, Russia’s main industrial lobby dropped its opposition to the Paris
Agreement. Russia’s companies “understood that they lose more by remaining on the
sidelines than by joining,” says Mikhail Yulkin, head of the lobby’s climate-and-environment
committee. The economy minister, Maxim Oreshkin, tells The Economist that ratification is
in the works. Rumours say it may come this autumn, though probably not in time for the UN
Climate Action Summit that opens in New York on September 23rd.

Ratification, though, will have minimal practical impact. Russia’s emission-reduction pledge
for the Paris Agreement uses as a benchmark its levels in 1990—a year before the collapse
of Soviet heavy industry and the downturn of the Russian economy. That sleight of hand
means that cutting emissions by 25-30%, as Russia committed to achieve by 2030, requires
virtually no reduction from today’s less industrial levels (see chart).

There is little pressure from the citizenry to do more. Only 55% of the Russian population
believe that humans are causing climate change—a share that has dropped by only a little
over the past decade. Climate change remains on the periphery of Russian discourse. The
worsening state of the environment came in ninth place when Russians were asked to
name their main concerns, whereas concerns about the economy and corruption
dominated. Even Russia’s embattled opposition has ignored the issue: the official
programme of Alexei Navalny, an opposition leader, does not contain a single mention of
climate change. Though young people have come out by the thousands to protest against
corruption, Arshak Makichyan, a 22-year-old violinist who launched the Russian branch of
Fridays for the Future, reckons that the movement has just 50-100 active participants in
Russia.

Russia’s leaders, in turn, see decarbonisation as a prospect too distant to care about. The
government’s in-house think-tank reckons that global carbon-dioxide emissions will not
decline until after 2040, and that the world’s appetite for Russia’s hydrocarbons will last that
long too. “Convincing them that at some point in the future people won’t be buying this is
impossible,” says Georgiy Safonov, director at the Centre for Environmental and Natural
Resource Economics at Moscow’s Higher School of Economics. “They’re interested in the
fact that someone’s buying it now.”

And if Russia does go greener, it may not be in a way that Western environmentalists will
like. It has a flourishing domestic nuclear industry, and a well-padded foreign-order book. Mr
Putin recently raised eyebrows with an attack on wind turbines over the harm they do to

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birds and, he said, worms. “They shake, causing worms to come out of the soil,” he said.
“This is not a joke.”

Warmer temperatures may tantalise with the prospect of easier access to natural-resource
wealth, an expanded farm belt, a reduced winter-heating bill and tolls from the Northern Sea
Route. Yet those benefits are hardly certain. The number of ships taking the NSR remains a
fraction of those taking more established paths, such as the Suez canal; tapping its
potential will require serious investment. Though land in more northerly latitudes may
become arable, it will be further from the agricultural knowhow, infrastructure and logistical
networks of traditional farming regions. Those established farmlands, meanwhile, will have
to adjust the crops they plant and cope with ever more frequent droughts. “The bad will be
there no matter what, while the good requires major efforts,” says Vladimir Kattsov, director
of Russia’s Voeikov Geophysical Observatory.

Unstable weather patterns are already on the rise. In 2000 Russia’s weather service
recorded 141 “severe weather phenomena”, which it defines as intense weather conditions
—from heatwaves to heavy winds—that threaten human safety and can cause significant
economic damage. Last year there were 580.

Frequent severe weather will trigger an alarming array of consequences across Russia’s
vast territory, its environment ministry warns. Modern-day infectious diseases will spread
and ancient ones may make a return, as thawing permafrost exposes old burial sites. Arctic
infrastructure will crumble as the ground becomes softer. In Yakutsk, locals have already
taken to calling one tilting nine-storey apartment block built on the thawing ice their own
leaning tower of Pisa. The flash floods that have devastated the Russian far east in recent
years will become more common. So too will forest fires akin to the lung-scorching ones in
Siberia this summer. “Nature is sending us little signals,” Ms Avksenteva says. Russia, and
the world, would be wise to listen.

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Juncker exige a Johnson un plan para el Brexit que
garantice la supresión de la frontera irlandesa
EL PAÍS , Bernardo de Miguel

Primer cara a cara entre el presidente de la Comisión Europea y el nuevo líder británico;
primeras tablas en la carrera por evitar un Brexit sin acuerdo el próximo 31 de octubre. Ni
el presidente comunitario, Jean-Claude Juncker, ni el primer ministro Boris Johnson han
dado su brazo a torcer, pero ambos confían en que todavía haya tiempo para lograr una
salida ordenada del Reino Unido de la UE.

Durante un almuerzo de trabajo celebrado en Luxemburgo, país de nacimiento de Juncker,


el presidente de la Comisión ha advertido a Johnson que el acuerdo de salida sellado por
los 27 socios de la UE con el anterior Gobierno británico es intocable. Pero se ha mostrado
dispuesto, una vez más, a estudiar alternativas "legalmente vinculantes" que mantengan
abiertas las fronteras entre las dos partes de Irlanda, como garantiza la llamada
salvaguarda (o backstop) que incorpora el acuerdo de salida de noviembre de 2018. La
Comisión ha recordado en un comunicado que Londres "todavía no ha presentado" las
propuestas alternativas que puedan cumplir ese objetivo.

Johnson, según un comunicado de Downing Street, ha insistido en su "determinación en


lograr un acuerdo que elimine el backstop" y ha descartado aceptar un nuevo aplazamiento
del Brexit más allá del 31 de octubre. Pero sigue sin concretar, al menos públicamente, la
fórmula que permitiría cuadrar la ratificación del acuerdo de salida (rechazado tres veces
por el Parlamento británico), la eliminación de la salvaguarda irlandesa y la libre circulación
total entre Irlanda del norte (provincia británica) y la república de Irlanda (socio de la UE).

Las posiciones de Londres y Bruselas parecen seguir muy alejadas. Pero la cita de
Luxemburgo ha permitido, al menos, el encuentro personal de Juncker y Johnson, dos
líderes con gran personalidad y que suelen confiar en sus dotes para tender puentes en los
encuentros más informales y menos encorsetados. A la reunión asistieron también los
negociadores jefe de ambas partes, el europeo Michel Barnier y el británico Stephen
Barclay.

Johnson parece haber salido más optimista que Juncker de un almuerzo de trabajo cuyo
menú previsto incluía caracoles, salmón y queso. El equipo del primer ministro británico ha
asegurado que "ambos líderes han acordado que se deben intensificar los contactos y las

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reuniones pronto tendrán lugar a diario".

Londres ha calificado el encuentro como "constructivo", un término que no aparece en la


valoración de la Comisión. El organismo comunitario se limita a recordar que está
disponible "24 horas al día, siete días a la semana" para buscar una solución que satisfaga
a ambas partes. Y ha subrayado que la cuenta atrás hacia el 31 de octubre avanza
inexorable y que la próxima cumbre europea (17 y 18 de octubre) será un momento
trascendental en ese proceso.

"Los 27 socios de la UE siguen unidos", ha advertido la Comisión tras la reunión con


Johnson, un líder que solo 24 horas antes de su viaje a Luxemburgo se había comparado
con el Increíble Hulk, un superhéroe de Marvel cuya fuerza sobrenatural sería comparable,
según Johnson, a la que va a desplegar Londres para liberarse de las garras de la UE.

Johnson también se mostró optimista tras sus primeros encuentros con la canciller
alemana, Angela Merkel, y con el presidente francés, Emmanuel Macron. Pero, de
momento, sus planes para consumar el Brexit siguen siendo una incógnita más allá de
apurar el calendario para forzar, según ha anunciado, una salida brutal y sin acuerdo si la
UE no renuncia a la salvaguarda irlandesa.

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« On en a marre » : une marche contre le pouvoir
repoussée par la police à Ouagadougou
Le Monde.fr , Sophie Douce

Cris de colère et concert de vuvuzelas. « Non à l’insécurité, non aux exactions et à la


stigmatisation des ethnies ! », a scandé la foule, composée d’environ 2 000 manifestants,
réunis à l’appel de l’Unité d’action syndicale (UAS) et de plusieurs organisations de la
société civile, ce lundi matin à Ouagadougou.

Mais quelques minutes après le départ de la marche, partie de la Bourse du travail aux
alentours de 10 heures, les forces de l’ordre ont immédiatement repoussé le cortège avec
des tirs de gaz lacrymogène. Les autorités assurent que les organisateurs ne disposaient
pas d’autorisation pour manifester. « Plusieurs blessés par les tirs de projectiles » ou qui
ont « chuté en se dispersant » ont pu être recensés par un médecin sur place, selon nos
informations.

« Après une insurrection [qui a entraîné en octobre 2014 la chute de l’ancien président
burkinabé Blaise Compaoré], on ne devrait plus assister à une répression d’une marche
pacifique. On veut nous faire taire, mais nous sommes prêts à nous battre et à marcher ! »,
criait, visiblement en colère, Laurent Lankoande, un étudiant de 30 ans. Pancarte à la main,
Salif Belem, un militant du Mouvement burkinabé des droits de l’homme et des peuples
(MBDHP), s’est dit « inquiet » pour l’avenir de son pays. « Ça ne va pas. Trop de sang a
coulé, on en a marre. Le gouvernement doit donner plus de moyens à nos forces de
défense pour assurer notre sécurité », exige ce comptable.

« Multiplication des exécutions extrajudiciaires »

L’armée burkinabée semble incapable d’enrayer la montée des violences dans le pays. En
quatre ans, au moins 440 attaques, attribuées aux groupes armés djihadistes affiliés à Al-
Qaida et au groupe Etat islamique, ont déjà été perpétrées au Burkina Faso, entraînant le
déplacement de plus de 280 000 personnes, selon les chiffres du Bureau de la coordination
des affaires humanitaires (Ocha). Les manifestants ont également critiqué « la
multiplication des exécutions extrajudiciaires », qu’ils imputent aux forces de défense
burkinabées. « Les exactions sommaires continuent en toute impunité. On ne peut pas
rester silencieux ! », a martelé Daouda Diallo, porte-parole du Collectif contre l’impunité et
la stigmatisation des communautés (CISC).

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« Le pouvoir du MPP [Mouvement du peuple pour le progrès, parti présidentiel] est
incapable d’assurer la sécurité de notre peuple (…). Il doit prendre toute la mesure de la
crise sécuritaire, sociale et économique que nous vivons », a dénoncé le secrétaire adjoint
de la Confédération générale du travail du Burkina (CGTB), Norbert Wangré, à la tribune. A
ses côtés, le syndicaliste Seyni Kouanda a également critiqué « l’intervention des forces
armées françaises et étrangères » dans le pays. « Depuis quand un Etat responsable
confie-t-il sa sécurité à un autre Etat ? La France est militairement présente au Burkina
pour défendre ses intérêts et rien d’autre ! », a-t-il fustigé. La France compte 2 000 hommes
des forces spéciales et intervient régulièrement au Burkina au titre de la force « Barkhane
».

Au sein de la société civile, la colère et l’incompréhension montent. « On n’a jamais donné


autant d’argent pour l’armée et eu autant de morts », s’interrogeait ainsi Sayouba, un
manifestant, avant de conclure, écœuré : « Si on ne peut rien changer, qu’ils déguerpissent
! »

Côtés organisateurs, ce matin, certains se disaient prêts à durcir le mouvement. « Nous


répondrons présents. Nous sommes plus que jamais déterminés. Même s’il faut aller au-
delà d’une marche, on le fera ! », prévenait ainsi Bassolma Bazie, le secrétaire général de
la CGTB. Pas de réaction officielle encore du côté des autorités.

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